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CONCEITOS DE HISTOLOGIA E TECIDO EPITELIAL E CONJUNTIVO Profa. Dra. Nathalia Cruz de Victo nathalia.victo@fmu.br Faculdades Metropolitanas Unidas São Paulo, 2019 HISTO - LOGIA Do grego hystos tecido Ciência, estudo Definição de Histologia é o estudo dos tecidos biológicos e dos tecidos plasmáticos de animais e plantas, sua formação, estrutura e função. Tec. Adiposo Tecido Epitelial O tecido epitelial é formado por células justapostas, ou seja, que estão intimamente unidas umas às outras através de junções intercelulares ou proteínas integrais da membrana. A principal função do tecido epitelial é revestir a superfície externa do corpo, as cavidades corporais internas e os órgãos. Ele também apresenta função secretora. São avascularizados (não possuem vasos sanguíneos). Proteção e revestimento — revestem externamente o organismo, diversos órgãos e cavidades do corpo; Absorção de nutrientes — epitélio absortivo do intestino; Trocas gasosas — tecido epitelial de revestimento dos alvéolos pulmonares; Secreção de substâncias — tecido epitelial de secreção; Percepção de estímulos sensoriais — neuroepitélio. TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO Sua função é revestir externamente o organismo, bem como a cavidade interna de diversos órgãos. Essa função é garantida pela estrutura geral dos epitélios de revestimento, que contêm células justapostas, unidas por muitas junções intercelulares que conferem resistência à tração. É um epitélio formado por uma única camada de células planas, semelhantes a ladrilhos, porém de formas irregulares. São células muito delgadas e por esta razão, em cortes transversais desse epitélio, frequentemente não é possível observar bem seu citoplasma. Pavimentoso Simples Pavimentoso Estratificado Várias camadas de células. Um fato muito relevante neste tipo de epitélio é a mudança da forma das células em diferentes alturas da camada epitelial. As células basais são as mais profundas do epitélio e estão apoiadas na lâmina basal. São poliédricas ou cuboides ou colunares, dependendo da localização do epitélio no organismo. As células intermediárias da camada epitelial são alongadas e as células mais superficiais são achatadas, isto é, pavimentosas. O nome deste tipo de epitélio deriva da forma das células da camada superficial. Cúbico Simples Um dos tipos mais simples de epitélio de revestimento é formado por uma só camada de células cúbicas ou cubóides (semelhantes a um cubo). Trata-se, portanto, de um epitélio simples cúbico (o primeiro termo da classificação se refere ao número de camadas, o segundo item se refere à forma das células). Transição Reveste internamente a bexiga e outros locais ocos do sistema urinário. Apresenta duas particularidades que o diferenciam de outros epitélios estratificados. Uma particularidade é a presença de células de dimensões grandes na camada mais superficial do epitélio. Estas células têm a sua superfície livre em forma de cúpula ou abóboda. Não são, portanto, células achatadas, pavimentosas, como as encontradas no epitélio estratificado pavimentoso. A segunda particularidade consiste na mudança da espessura do epitélio e da forma de suas células em função do preenchimento da bexiga. Uma característica muito importante das células do epitélio de transição é sua capacidade de se rearranjar nos diferentes estados de preenchimento da bexiga. Quando a bexiga está esvaziada ou com pouca urina o epitélio é mais alto e formado por maior número de camadas. Quando a bexiga contém muita urina, as células epiteliais se rearranjam, o número de camadas pode diminuir, o epitélio fica mais delgado e as células superficiais se tornam mais achatadas. Prismático Simples Este tipo de epitélio de revestimento é formado por uma camada de células prismáticas, altas, apoiadas sobre uma lâmina basal. Seus núcleos são elípticos. Note como os núcleos alongados acompanham o maior eixo das células. É um tipo de epitélio bastante frequente no corpo constituindo, por exemplo, o revestimento interno do estômago, intestinos e de vários outros órgãos. Cilíndrico Pseudoestratificado O epitélio pseudoestratificado tem este nome porque parece ser estratificado, pois apresenta núcleos em diferentes alturas da camada epitelial. Na verdade, há só uma camada de células, porém elas apresentam alturas diferentes, o que resulta na distribuição variada de seus núcleos, dando a falsa impressão de estratificação. A rigor é, portanto, um epitélio simples. TECIDO EPITELIAL GLANDULAR Formado por células especializadas em produzir e eliminar substâncias, as secreções. Os produtos que serão eliminados ficam armazenados em vesículas de secreção, que podem ser produzidas por células isoladas (glândulas unicelulares), como as caliciformes produtoras de muco, presentes nos sistemas respiratório e digestório, ou por um aglomerado de células epiteliais secretoras, organizadas formando uma glândula. De acordo com a forma de secreção, as glândulas dividem-se em três grupos: exócrinas, endócrinas e mistas Sendo uma divisão do Tecido Epitelial, as células glandulares ou secretoras têm todas características de células do tecido epitelial. Como se organizam as células secretoras As células epiteliais secretoras podem, portanto, assumir vários tipos de arranjos: Dispor-se individualmente entre outras células (p. ex.: células caliciformes). Encontrada nos epitélios das mucosas dos tratos respiratório e digestivo. São células glandulares polarizadas (apenas secretam numa porção da membrana celular) do tipo mucoso. Elas secretam mucina, que se dissolve na água formando muco. Participar de um epitélio de revestimento que também é secretor (p. ex.: mucosa do estômago). Constituir agrupamentos de dimensões muito variadas chegando a formar órgãos especializados em secreção, chamados glândulas. Glândula é o nome que se dá a uma estrutura anatômica formada por um ou por vários conjuntos de células epiteliais secretoras. As glândulas exócrinas são dotadas de ductos excretores. Seus ductos conduzem a secreção para o exterior do corpo (ex. glândulas sudoríparas ou sebáceas) ou para cavidades internas (ex. glândulas salivares). As glândulas endócrinas não têm ductos excretores. Elas eliminam seus produtos no meio extracelular que as envolve. Estas secreções são absorvidas pelos vasos sanguíneos que existem em grande quantidade nestas glândulas e distribuem os produtos de secreção pelo organismo. A tiroide é o melhor exemplo de glândula endócrina do tipo folicular. A secreção é transportada para o interior destes folículos onde é acumulada. É chamada coloide e contém os precursores dos hormônios tiroidianos. Tecido Conjuntivo Uma das principais características do tecido conjuntivo: a grande quantidade de matriz extracelular (MEC) existente entre suas células. O tecido conjuntivo se origina do mesênquima, um tecido conjuntivo primitivo com potencialidade de formar os variados tipos e subtipos de tecido conjuntivo. As células mesenquimais persistem durante toda a vida do indivíduo e funcionam como células-tronco para a reposição ou nova formação de tecido conjuntivo. Há vários tipos e subtipos de tecido conjuntivo formados por diferentes combinações de células e matriz. Estas combinações específicas têm como resultado diferentes estruturações e variadas funções exercidas por este tecido. As células do tecido conjuntivo podem ser classificadas em duaspopulações: células residentes e células transientes (ou transitórias). As células residentes são componentes habituais e permanentes do tecido conjuntivo enquanto que a células transientes ou transitórias são células que estão migrando pelo tecido conjuntivo, vindas principalmente do sangue. Células residentes do tipo de tecido conjuntivo denominado propriamente dito: fibroblastos, macrófagos, mastócitos e células mesenquimais. Nos outros tipos e subtipos de tecido conjuntivo há outras células residentes, como por exemplo, os condrócitos na cartilagem, osteoblastos e osteócitos no osso e assim por diante. As células transientes do tecido conjuntivo são células migratórias. Fazem parte deste grupo alguns dos leucócitos ou glóbulos brancos do sangue. A função destas células na defesa do organismo contra moléculas estranhas e microorganismos é exercida quase que inteiramente no interior do tecido conjuntivo. A presença destas células nos diferentes locais de tecido conjuntivo do corpo é variável e depende frequentemente de sinais químicos transmitidos por exemplo por células (p. ex. macrófagos, neutrófilos), que estimulam a saída dos leucócitos dos vasos sanguíneos e seu acúmulo no tecido conjuntivo. Matriz extracelular (MEC) A MEC é composta principalmente de macromoléculas, além de água, íons, peptídeos, pequenos carboidratos e outras pequenas moléculas. Uma parte destas moléculas se origina do plasma sanguíneo. As macromoléculas características da matriz extracelular do tecido conjuntivo são glicoproteínas, glicosaminoglicanas e proteoglicanas, cuja composição molecular, quantidade e proporção relativa variam em diferentes tipos de tecido conjuntivo e nos diferentes locais e órgãos do organismo. Várias das proteínas se organizam em longas estruturas de espessura e comprimento variáveis formando filamentos. Os filamentos mais calibrosos são visíveis ao microscópio de luz e são chamados fibras do tecido conjuntivo e que constituem a matriz extracelular fibrilar. Tecido conjuntivo propriamente dito É o tipo mais comum de tecido conjuntivo e existe em praticamente todo o corpo. É constituído por células residentes, das quais a predominante é o fibroblasto, além de macrófagos, mastócitos e células mesenquimais. Células transientes em quantidades diferentes são habitantes usuais deste tecido. Sua matriz extracelular é constituída principalmente por colágeno e suas funções mais importantes são: suporte de epitélios de revestimento e glandulares suporte de vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos suporte dos componentes do tecido muscular preenchimento de espaços no interior de tecidos, entre tecidos e entre órgãos proteção e contenção de órgãos formando cápsulas ao seu redor contenção e separação de músculos esqueléticos união de músculos esqueléticos a ossos constituindo os tendões. Tecido conjuntivo propriamente dito frouxo Se caracteriza por apresentar: Muitas células residentes e transientes de diversos tipos, predominando os fibroblastos. Matriz extracelular – relativamente pequena quantidade de fibras colágenas delgadas e matriz extracelular fundamental (não-fibrilar). Por não possuir grande quantidade de colágeno não resiste a pressões mecânicas e trações intensas. Por outro lado, apresenta grande flexibilidade. É encontrado em muitos locais do organismo, sendo as suas funções principalmente o suporte de epitélios de revestimento e glandulares e a condução de vasos e nervos. Nestes locais, permite a movimentação restrita de epitélios, de modo que estes possam se movimentar sem sofrer rupturas. Além disso, permite com relativa facilidade a difusão de líquidos e gases entre os vasos sanguíneos e as células epiteliais. Vilosidade intestinal O epitélio de transição da bexiga está apoiado sobre uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o qual permite a mobilidade do epitélio nos vários estados de preenchimento da bexiga. Tecido conjuntivo denso não modelado O tecido conjuntivo denso possui muita matriz extracelular fibrilar, ao contrário do tecido conjuntivo frouxo, o qual é constituído de muitas células com pouca matriz extracelular. A matriz extracelular do tecido conjuntivo denso não modelado é composta principalmente de fibras colágenas de diferentes espessuras dispostas em diversas direções. Devido à orientação diversa de suas fibras colágenas este tecido resiste a pressões mecânicas e trações originadas de várias direções. As células residentes são as mesmas encontradas no tecido conjuntivo frouxo, com grande predomínio de fibroblastos e fibrócitos. Tecido conjuntivo denso modelado Muitos órgãos são revestidos por uma cápsula que mantém os componentes do órgão unidos e protegidos de pressões mecânicas e do contato com órgãos vizinhos. É o caso, por exemplo, de glândulas salivares, de órgãos presentes na cavidade abdominal como o fígado, baço, adrenal e, além disso, em linfonodos que estão dispersos por todo o corpo, imersos em tecido adiposo ou em tecido conjuntivo frouxo. As cápsulas são constituídas de tecido conjuntivo denso modelado. É um tecido conjuntivo que apresenta muitas fibras colágenas paralelas entre si. É diferente, portanto, do tecido conjuntivo denso não modelado, cujas fibras colágenas apresentam inúmeras direções. Além disso, no tecido que forma as cápsulas as fibras colágenas se dispõem paralelamente à superfície do órgão que revestem. Há relativamente poucas células nesse tecido, representadas principalmente por fibroblastos e fibrócitos. Um bom exemplo de tecido conjuntivo denso modelado é o dos tendões, estruturas que unem músculos esqueléticos a ossos, realizando, portanto, a inserção dos músculos nos ossos. No tendão as fibras colágenas são bastante espessas e muito organizadas, dispostas paralelamente entre si. Essa disposição resulta na grande resistência do tendão a forças de tração. Entre as fibras há fibroblastos e fibrócitos bastante alongados, dos quais geralmente o componente visível são seus núcleos. Tecidos conjuntivos de propriedades especiais Reúne um grupo de diversos subtipos que se caracterizam por arranjos e composições especializadas de sua matriz extracelular: Tecido mucoso –no cordão umbilical. Tecido elástico – na parede da aorta, ligamento peniano. Tecido adiposo – formado por adipócitos. Tecido reticular, também denominado linfóide ou hemocitopoético. Tecidos conjuntivos de sustentação Tecido cartilaginoso Tecido ósseo
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