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1 SUMÁRIO 1 LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO: O DESAFIO DE ENSINAR A LER E ESCREVER TEXTOS NA ESCOLA ............................................................... 2 2 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA SUA VIDA PROFISSIONAL E PESSOAL 8 3 O HÁBITO DE LEITURA DOS BRASILEIROS ............................... 8 3.1 Dicas para incentivo ............................................................................. 9 4 A FALTA DE LEITURA TEM SEU PREÇO .................................. 11 5 A TECNOLOGIA AJUDA A ESTIMULAR A LEITURA E A DESENVOLVER O PENSAMENTO CRÍTICO ................................................. 12 6 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO ....... 15 7 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA ESCREVER BEM ........... 22 8 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O CRESCIMENTO PROFISSIONAL ............................................................................................... 23 9 PRODUÇÃO DE TEXTO, DICAS PARA COMEÇAR OS SEUS .. 25 10 COMO ENSINAR OS ALUNOS A ESCEVER BEM...................... 27 11 ESTRUTURA TEXTUAL: TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER ANTES DE CRIAR SEUS TEXTOS .............................................................................. 30 12 COMO PRODUZIR UM BOM TEXTO .......................................... 39 13 LEITURA, TEXTO E SENTIDO .................................................... 40 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 44 2 1 LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO: O DESAFIO DE ENSINAR A LER E ESCREVER TEXTOS NA ESCOLA A leitura e a escrita são práticas sociais de valiosa importância para o desenvolvimento da cognição humana. Ambas proporcionam o desenvolvimento do intelecto e da imaginação, além de promoverem a aquisição de conhecimentos. Dessa maneira, quando lemos ocorrem diversas ligações no cérebro que nos permitem desenvolver o raciocínio. Além disso, com essa atividade, aguçamos nosso senso crítico por meio da capacidade de interpretação. Nesse sentido, vale lembrar que a “interpretação” dos textos é uma das chaves essenciais da leitura. Afinal, não basta ler ou decodificar os códigos linguísticos, faz-se necessário compreender e interpretar essa leitura. Muitos são os benefícios que a leitura proporciona: desenvolvimento da imaginação, da criatividade, da comunicação, bem como o aumento do vocabulário, dos conhecimentos gerais e do senso crítico. Além desses benefícios, com a leitura exercitamos nosso cérebro, o que facilita a interpretação de textos de forma a promover competência e habilidade na escrita. Ao ler, o indivíduo adquire maior repertório, ampliando e expandindo seus horizontes cognitivos. Para além disso, estudos apontam que o ato de ler é muito prazeroso na medida em que reduz o estresse ao mesmo tempo que estimula reflexões. Por esse motivo, a leitura deve ser incentivada desde a Educação Infantil. Incentivar os filhos pequenos em casa e criar hábitos são condições importantes para que as crianças desenvolvam o gosto pela leitura. Partindo da concepção da língua escrita como sistema formal (de regras, convenções e normas de funcionamento) que se legitima pela possibilidade de uso efetivo nas mais diversas situações e para diferentes fins, somos levados a admitir o paradoxo inerente à própria língua: por um lado, uma estrutura suficientemente fechada que não admite transgressões sob pena de perder a dupla condição de inteligibilidade e comunicação; por outro, um recurso suficientemente aberto que permite dizer tudo, isto é, um sistema permanentemente disponível ao poder humano de criação (Geraldi, 93). Para produzir textos de qualidade, os alunos precisam saber o que querem dizer, para quem escrevem e qual é o gênero textual que melhor exprime essas ideias. O segredo é ler muito e revisar constantemente a escrita. A priori, o reconhecimento dos diversos tipos de gênero textual discursivo é essencial para a organização da escrita e, consequentemente, o planejamento das ideias. 3 Fonte: www.amodireito.com.br Assim o trabalho com os gêneros textuais na sala de aula é primordial para o incentivo e desenvolvimento da leitura e escrita. Como professor de Redação do Ensino Fundamental e Médio no Sistema Educacional RADAR, posso afirmar o quanto é perceptível o desenvolvimento dos alunos com a escrita, ao se trabalhar com os gêneros textuais, pois sempre os envolvo com estes de forma a promover práticas sociais reais, uma vez que os alunos precisam escrever dentro da escola e, sobretudo, fora dela também. Assim é enfatizado o trabalho com a leitura de gêneros textuais diversificados, sejam eles didáticos ou não didatizados. A produção de textos escritos é um eixo da língua materna que deve ser ensinado e desenvolvido em sala de aula e o desencadeamento desse ensino se dá através dos gêneros textuais discursivos. Sendo assim, vamos discutir um pouco acerca dos gêneros textuais. Segundo Marcuschi (2008). Ainda de acordo com Marcuschi, “É impossível não se comunicar verbalmente por um gênero, assim como é impossível não se comunicar verbalmente por algum texto”. Isso porque toda manifestação verbal se dá sempre por meio de textos realizados em algum gênero. Daí a centralidade da noção de gênero textual no trato sociointerativo da produção linguística. Nessa perspectiva, ele acrescenta que gêneros textuais são: Ao produzir um texto, o aluno precisa dominar estratégias de organização e planejamento de texto; para tanto, faz-se necessária a elaboração de esquemas topicalizados, ou seja, o uso do pré-texto ou texto prévio que auxiliará o aprendiz a 4 expor suas ideias, primeiramente de forma esquemática, para, então, construí-lo de forma clara, com argumentos consistentes e que atendam à proposta. Antunes (2003, p. 54) aborda que o texto escrito não é somente a codificação de ideias ou de informações através de sinais gráficos. Para ela, o ato de escrever supõe etapas interdependentes e Inter complementares, e a primeira delas implica o planejamento, para, em seguida, ser executada a escrita propriamente dita e, então, a revisão e a reescrita. É no planejamento que ocorre a escolha dos critérios de ordenação das ideias ou aquilo que será relevante no texto: a finalidade de sua escrita e como estruturá-lo de maneira adequada. Já conforme Marcuschi (2008), o texto é o resultado de uma ação linguística e suas fronteiras são determinadas pelo mundo em que ele está inserido. Ressalta, ainda, que o texto pode ser tido como um tecido estruturado, uma entidade significativa, uma entidade de comunicação e um artefato sócio histórico. É possível se dizer que o texto é uma (re) construção do mundo, e não uma simples refração ou reflexo. A escola assume uma grande responsabilidade ao manter e controlar a aprendizagem com o propósito de superar a crise da expressão escrita dos alunos. Uma atribuição que deve ser tomada pela escola é fazer com que os alunos tenham acesso a uma aprendizagem mais significativa, traçando estratégias que promovam a melhoria da expressão escrita e que contribuam para a resolução das dificuldades que os alunos enfrentam quando escrevem textos. Uma das finalidades fundamentais da escola é ensinar o aluno a ler e a escrever. No entanto, a prática pedagógica tem revelado um resultado relativamente insuficiente no desenvolvimento da capacidade de escrever dos alunos. Uma configuração linguística só é um texto quando consegue provocar sentido. Marcuschi (2008) considera que os problemas ortográficos ou sintáticos não atrapalham a compreensão se o texto estiver inserido numa cultura e circular entre indivíduos que a dominam. A textualidadenão depende de regras sintáticas ou ortográficas, e sim das condições cognitivas e discursivas. Um texto se dá numa complexa relação interativa entre a linguagem, a cultura e os sujeitos históricos que operam nesses contextos. Assim, um texto se fundamenta sobretudo pela sua discursividade, inteligibilidade e articulação que ele põe em movimento. Por isso mesmo, na produção de um texto, deve-se, então, planejar não só o momento da escrita, mas todo o processo de pré-escrita, assim como o momento 5 relativo à sua organização e os dados relativos à situação de interlocução nos quais se incluem o texto e seu produtor. Koch (2002, p.15) afirma que o sujeito “[...] ao estar firmado em um lugar de interação, faz vir à tona uma entidade psicossocial de caráter ativo”. A atividade da escrita pressupõe a interação e o uso da linguagem. Segundo Antunes (2010), “Não há linguagem sem a utilização da escrita, da fala, da escuta e da leitura”. A escrita deve ocorrer de uma maneira que sejam percebidas a atividade interativa de expressões, intenções, crenças, manifestações verbais ou sentimentos que queremos partilhar com alguém, interagindo com ele. Desse modo, a condição prévia para o êxito da atividade de escrever é ter o que dizer, pois as palavras medeiam e fazem ponte entre quem fala e quem escuta, entre quem escreve e quem lê. O fato de saber o que dizer em determinada situação caracteriza-se pela capacidade do conhecimento linguístico inerente a cada pessoa. A escrita, portanto, é uma forma de atuação social entre dois ou mais sujeitos. Conforme os PCN (2000, p. 24): A prática crescente da competência para a escrita ocorre no decorrer do contato diário com a escrita e a leitura e do exercício de cada evento, com as regras próprias de cada tipo e de cada gênero textual. Antunes (2010, p.116) expõe que “A escrita é uma forma de atuação social entre dois ou mais sujeitos que realizam o exercício do dizer. Tudo isso significa dizer que a escrita da escola deve ser a escrita de textos”. Por isso, é extremamente relevante que o professor trabalhe com os alunos os mais diversos gêneros textuais. Assim sendo, faz-se necessário que o docente promova condições interacionistas no sentido de desencadear uma melhor aprendizagem nas atividades, no caso aqui específico, nas produções de textos escritos, para que os textos produzidos apresentem sentido, discursividade e que sejam compreendidos por estarem simplesmente contextualizados. O sentido de um texto, qualquer que seja a sua situação comunicativa, não depende tão somente da estrutura textual em si mesma. Os objetos de discursos a que o texto faz referência são apresentados, em grande parte, de forma lacunar, permanecendo muita coisa implícita. O produtor de um texto pressupõe, da parte do leitor/ouvinte, conhecimentos textuais situacionais e enciclopédicos. Entrelaçados a esses eixos, encontra-se, de forma muito sincronizada, o contexto situacional 6 permanente no texto, o qual interliga o percurso discursivo, inferindo as ideias dialogicamente nele percebidas. A escrita é uma atividade processual, ou seja, uma atividade durativa, um percurso que se vai fazendo pouco a pouco, ao longo de nossas reflexões, de nosso acesso a diferentes fontes de informação. O pouco êxito conseguido com a escrita de textos na escola se explica muito pela visão estática e pontual da escrita, como se escrever fosse apenas um ato mecânico de fazer alguns sinais sobre a folha de papel e, assim, um ato que começa e termina no intervalo de tempo que foi dado para se escrever. Para Marcuschi (2008), o texto não é feito apenas de palavras e, portanto, não é composto apenas do material linguístico que aparece em sua superfície. Nele, o significado de uma parte depende das outras com que se relaciona. O seu significado global não é o resultado da mera soma de suas partes, mas de certa combinação geradora de sentidos. A produção de um texto, de alguma forma, acaba sendo uma maneira de reorganizar o pensamento e o universo interior da pessoa. A escrita não é apenas uma oportunidade para que se mostre, comunique, mas também para que se descubra o que é, o que pensa, o que quer, em que acredita, etc. Tudo isso porque todo ato de escrita pertence a uma prática social. Ninguém escreve por escrever. A escrita tem sempre um sentido e uma função. Levar esses princípios em consideração vai implicar uma avaliação multidimensional bem mais ampla e bem mais mobilizadora também, pois será constantemente recriada e englobará estratégias, recursos e instrumentos diversificados, diferentemente da mesmice com que ela ocorre nas práticas atuais. Portanto, as atividades de produção e recepção de textos merecem destaque no ensino da língua portuguesa, pois os alunos precisam produzir textos correspondentes aos diferentes usos sociais da escrita, ou seja, que contemplem aquilo que se vivencia fora da escola. Além disso, deve-se proporcionar a eles a escrita de textos de gêneros textuais que possuam uma função social determinada. Para ocorrer de fato um progresso na escrita, o ideal é que se crie com os discentes a prática do planejamento, do rascunho e da revisão, de maneira que a primeira versão de seus textos tenha sempre um caráter de produção provisória. Só assim, os alunos podem construir e aprimorar cada vez mais seus textos. Portanto, para aproximar a produção escrita das necessidades enfrentadas no dia a dia, o 7 caminho atual é enfocar o desenvolvimento dos comportamentos leitores e escritores. Ou seja: levar a criança a participar de forma eficiente de atividades da vida social que envolvam leitura e escrita. Noticiar um fato num jornal, ensinar os passos para fazer uma sobremesa ou argumentar para conseguir que um problema seja resolvido por um órgão público: cada uma dessas ações envolve um tipo de texto com uma finalidade, um suporte e um meio de veiculação específico. Conhecer esses aspectos é condição mínima para decidir, enfim, o que escrever e de que forma fazer isso. Fica evidente que não são apenas as questões gramaticais ou notacionais (a ortografia, por exemplo) que ocupam o centro das atenções na construção da escrita, mas a maneira de elaborar o discurso. Produzir textos é um processo que envolve diferentes etapas: planejar, escrever, revisar e reescrever. A revisão não consiste em corrigir apenas erros ortográficos e gramaticais, como se fazia antes, mas cuidar para que o texto cumpra sua finalidade comunicativa. A leitura, assim como a escrita, supre as necessidades do nosso cérebro de aumentar sua capacidade intelectual. É fato que uma pessoa que tem o hábito da leitura possui mais facilidade para produzir um texto. Isso ocorre justamente porque ao lermos estamos aumentando nossa capacidade de comunicação bem como nosso repertório interpretativo. Portanto, uma boa dica para facilitar cada vez mais a leitura é a escrita, ou seja, a produção de textos.1 Fonte: marcusmarques.com.br 1 Extraído do link: www.construirnoticias.com.br 8 2 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA SUA VIDA PROFISSIONAL E PESSOAL Livro, leitor digital, gibis, jornais ou revistas, não importa em qual ferramenta, somente o simples ato da leitura é uma das oportunidades mais democráticas e acessíveis de desenvolvimento pessoal e profissional. É por meio dela que a pessoa se desliga do mundo real, quebra as fronteiras da imaginação e descobre novos universos sem ao menos sair do lugar. Encontrar um tempo para ler é um processo que permite a expansão de si mesmo, criando a abertura para infinitas possibilidades e trilhando o caminhopara o despertar do potencial pleno. Um leitor assíduo tem mais chance de absorver mais conhecimento incentivando a evolução pessoal e profissional. Benefícios da leitura para a vida pessoal e profissional São alguns dos resultados que a leitura regular pode trazer para as pessoas. Confira: Senso crítico mais apurado; Evolução do pensamento sistêmico; Conhecimento de novas palavras e termos, tornando o vocabulário amplo e rico; Desenvoltura na oratória e expressão; Escrita mais coerente; Maior capacidade de persuasão; Estímulo à abertura de novas opiniões e pontos de vista; Expansão do repertório cultural; Maior qualidade nas relações interpessoais; Autodesenvolvimento contínuo. 3 O HÁBITO DE LEITURA DOS BRASILEIROS De acordo com a quarta edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo Ibope e encomendada pelo Instituto Pró-Livro em 2015, o hábito da leitura não faz parte do dia a dia dos brasileiros. Segundo os dados, a população brasileira lê 9 4,96 livros por ano, sendo que 2,43 são completos e 2,53 em partes. Quem é estudante ainda lê 9,38 livros ao ano, enquanto os outros leem 3,35. Em uma análise para entender o gosto pela leitura, o item “gosta um pouco” ocupa o primeiro lugar, seguido de pessoas que “gostam muito”, seguidos de quem “não gosta” e por último daqueles que “não sabem ler”. A falta de tempo, preferência por outras atividades e a falta de paciência são alguns dos itens apontados como desanimadores do hábito de leitura. Você possui algum deles? 3.1 Dicas para incentivo Escolha um tema que lhe agrade Ter razões que justificam o desejo de ler determinado livro torna o processo mais natural. Sem uma obrigação fica mais fácil, não é mesmo? Procure por livros que sejam compatíveis com suas preferências. Não leia algo só porque é considerado um clássico, porque está na moda ou porque as pessoas disseram que é bom. Encontre obras que preencham seus pensamentos de alguma forma. Gosto é particular e todos devem respeitar, inclusive você mesmo. Por isso, o autoconhecimento é tão importante! E não precisa se desesperar para escolher a próxima leitura. Se for um conteúdo mais técnico, pode agregar na sua carreira e o ajudar a aprimorar suas competências e habilidades. Se não for técnico, pode ser uma excelente opção de entretenimento e até de aprendizagem de coisas novas. Permita-se ler os mais variados gêneros dentro dos temas que mais lhe geram admiração ou curiosidade. Tenha um horário A psicologia comportamental explica que todo hábito é criado a partir da recorrência, independentemente do objetivo almejado, o importante é repetir diariamente. Esse conceito não muda para a leitura. Tenha ao menos 30 minutos do seu dia para se desconectar de tudo, pegar um bom livro e absorver novos conhecimentos. Esse tempo não precisa ser necessariamente em casa. Pode ser em qualquer lugar. O importante é que esse momento de pausa para a leitura sempre no mesmo horário passará a fazer parte de seu cotidiano e se tornará um ato praticamente inconsciente. 10 Aproveite os momentos de ócio Faça do livro seu companheiro para todas as horas. A fila do banco, a sala de espera para uma consulta ou o caminho para o trabalho são excelentes oportunidades de ócio produtivo. A dica é carregar o livro que está lendo no momento por todos os lugares que for aproveitando os minutos “de bobeira” para atualizar a leitura. Estipule uma meta de leitura Outro método bastante efetivo é definir metas. Estipule quantos livros gostaria de ler mensalmente e se comprometa com esse desafio. Clube do livro Comece a participar de reuniões de grupos presenciais, comunidades online ou baixe um aplicativo de leitura. Estar ou até criar esses grupos e redes é uma maneira de se conectar com outras pessoas e cumprir prazos para terminar os livros. Além disso, as discussões sobre os textos podem ser muito produtivas para o seu intelecto. Imagine perceber elementos que não havia encontrado no livro! Ou ainda ensinar sobre os pontos que outras pessoas não entenderam. A troca de conhecimento é infinita! Faça anotações Faça um relatório de todas as leituras realizadas. Pode ser em um caderno, no computador ou em um aplicativo do celular. Esse estudo pode ajudar você a visualizar de maneira mais concreta sua evolução a respeito do seu hábito literário. Se você atingiu todas as metas já é hora de aumentá-las para o próximo período. E se não conseguiu, verifique quais podem ter sido os motivos que não deixaram que isso acontecesse. Esse relatório também pode conter anotações e reflexões a respeito das leituras. Sempre que terminar de ler se pergunte: Quais os aprendizados eu vou levar? Escreva seu pensamento. Além disso, suas anotações podem facilitar na hora de encontrar alguns trechos importantes. Aliás, esse ponto é essencial para quem está lendo um livro para uma prova, por exemplo. Vale ressaltar que ler não é quantidade e sim qualidade. Não é à toa que a pressa é inimiga da perfeição, não é mesmo? A tentativa de acumular livros pode 11 impedir a análise mais profunda sobre o conteúdo e internalize o conhecimento adquirido.2 4 A FALTA DE LEITURA TEM SEU PREÇO É nítida a dificuldade que as pessoas têm hoje em se expressar por meio de textos. Percebemos que é um grande desafio ordenar palavras e dar sentido às ideias que queremos compartilhar com nossos interlocutores. Usando gírias, repetição de palavras, erros de ortografia e abreviaturas na escrita ou fala, muita gente sofre para escrever textos com lógica e coerência no mundo corporativo. O fato das pessoas utilizarem textos poucos elaborados na comunicação falada e escrita não significa que elas não estejam se comunicando com competência com os demais, mas indica que está nascendo uma forma de se expressar distante das normas cultas e referências literárias. Em determinados círculos profissionais e níveis hierárquicos, a incompetência na articulação falada e escrita tem seu preço: ela pode limitar o crescimento na carreira, restringir promoções, diminuir a autoestima e aumentar a sensação de exclusão de um profissional. A pobreza no vocabulário repele oportunidades: apesar das mídias digitais e inovações tecnológicas, ainda dependemos da coerência das palavras para fecharmos negócios e parcerias. Nas redações que observamos nas redes sociais, e-mails, trabalhos acadêmicos e conversações ficam explícitas as dificuldades de articulação da maioria dos brasileiros segundo os padrões formais da língua. Temos algumas hipóteses para esse fenômeno: – Desde cedo, as escolas obrigam os alunos a lerem “livros clássicos da literatura portuguesa e brasileira” que – aparentemente – não têm conexão com o cotidiano dos jovens. Resultado: os alunos passam a odiar leituras de qualquer natureza. Segundo eles, a literatura é “chata e difícil de compreender”. Ficam com ojeriza às palavras. Dica: oferecer textos mais dinâmicos, interativos e contemporâneos para os jovens. 2 Extraído do link: www.ibccoaching.com.br 12 – A leitura não foi estimulada no Brasil desde a época da colonização. Somente a elite tinha acesso aos livros. Resultado: até hoje as famílias brasileiras não criaram o hábito da leitura. Há desinteresse e indiferença ao universo escrito. Livros servem para decorar estantes. O acesso à cultura começa em casa. No Japão, a versão impressa do jornal Asahi Shimbun é lida por mais de 12 milhões de cidadãos diariamente. Dica: comece a ler agora os assuntos que lhe interessam. Leituraé prazer. – Ler é um processo cansativo se comparado com as mídias digitais. Resultado: as pessoas leem somente o “resumo dos resumos” na internet e ficam com preguiça de ler conteúdos mais complexos. Internet, vídeos, sons, multimídia são mais envolventes que a leitura. Dica: leitura, como qualquer hábito, exige concentração e disciplina. Acostume- se à prática e “curta” a experiência.3 5 A TECNOLOGIA AJUDA A ESTIMULAR A LEITURA E A DESENVOLVER O PENSAMENTO CRÍTICO Nossas crianças são nativas digitais, termo utilizado para descrever o jovem que nasce em uma realidade com tecnologias digitais. Tecnologia esta que tem provado ser muito valiosa para amparar a prática da leitura e da escrita, acesso universal ao conhecimento, colaboração profissional e educação escola-casa. A alfabetização ainda é a base para a escolarização e o alicerce para a formação de um cidadão produtivo. Portanto, um dos maiores desafios da educação mundial hoje é formar bons leitores. A prática da leitura tem passado por mudanças radicais nos últimos anos. Desde vídeos em alta definição e jogos de realidade virtual, a áudios de altíssima qualidade, o ato de ler livros impressos compete de igual para igual com tantas outras fontes de informação e literatura. 3 Extraído do link: www.catho.com.br 13 Fonte: blog.qmagico.com.br O bom de tudo isto é que nunca houve momento melhor para quem gosta de ler como agora, em que o acesso a qualquer tipo de conteúdo é facílimo e bem mais barato. Imaginemos que no século XVIII somente as famílias com altíssimo poder aquisitivo e os cléricos possuam livros, ou acesso a bibliotecas. Não podemos discutir sobre a tecnologia da leitura sem falarmos em livros digitais. O Kindle, por exemplo, é um aparelho que oferece uma leitura muito dinâmica, com conteúdo duradouro e a baixo custo. Em tempos de minimalismo e ecologia, muito se discute sobre o espaço que os livros impressos ocupam e na forma com que são produzidos. Os gadgets de papel eletrônico, também chamado de e-ink em Inglês, já oferecem uma leitura sem riscos para a visão, além de serem altamente eficientes no que diz respeito a uso de baterias e eletricidade, diferentes de outros aparelhos que continuam consumindo energia elétrica se continuam no modo de descanso. Ted Hasselbring é pesquisador de educação especial na Universidade de Peabody College of Vanderbilt, no estado americano do Tennessee, e passou mais de duas décadas estudando como a tecnologia pode ajudar pessoas com dificuldade com leitura e matemática. Suas descobertas envolvem cinco fatos principais: 1. A TECNOLOGIA É ALTAMENTE ADAPTÁVEL Possibilita ao professor trabalhar melhor com turmas heterogêneas avaliando os alunos durante seu aprendizado para responder adequadamente ao seu ritmo. 14 2. A TECNOLOGIA FAVORECE A PRÁTICA PERSONALIZADA É preciso praticar muito durante a alfabetização, mas cada aluno possui suas próprias necessidades de aprendizado. 3. A TECNOLOGIA ESTÁ DISPONÍVEL A QUALQUER HORA E EM QUALQUER LUGAR O aprendizado mais duradouro e eficaz é aquele que continua acontecendo fora da sala de aula. Além de viabilizar mais o trabalho colaborativo, aulas virtuais quando os alunos estiverem viajando e aprofundamento de conteúdo quando algo realmente interessa o aluno. 4. A TECNOLOGIA É ÓTIMA EM PROCESSAR E ARMAZENAR DADOS Imagine o professor podendo, em apenas um clique, visualizar todos os registros do processo de aprendizado de um aluno com dificuldade, resultando em um plano de estudo personalizado e mais eficaz. 5. A TECNOLOGIA É MOTIVANTE Para um aluno acostumado a ir mal na escola, o sucesso é uma enorme motivação. Assim como corredores e ciclistas armazenam seus treinos diários em aplicativos de performance física, alunos com dificuldade em leitura conseguem acompanhar seu desempenho e comemorar suas conquistas. Será então o fim das editoras e dos livros impressos? Especialistas e o mercado dizem que não, pois a tecnologia não tende a ser algo excludente, muito pelo contrário. A função da tecnologia como aliada à prática da leitura é garantir que todos possam desfrutar do prazer de ler, fornecer uma educação sem fronteiras, e guiar os jovens pelos caminhos da criticidade. A leitura crítica e nos ajuda a compreender que tudo o que lemos não é um fato, e sim, a visão e opinião do escritor. Dotados desta atitude mais empática, podemos nos tornar melhores cidadãos.4 4 Extraído do link: maristalab.com.br 15 6 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO A leitura e a produção textual têm ocupado espaço considerável na educação. Entretanto o fracasso escolar aparece hoje entre um dos problemas de maior ênfase no sistema educacional, provavelmente, pelo fato dos professores se depararem com alunos que apresentam dificuldades em aprender os conteúdos propostos no contexto escolar. Na maioria das vezes os professores apresentam dificuldades ao orientar e estimular seus alunos a lerem e a produzirem textos, a maior dificuldade está no processo da leitura e da escrita, que por sua vez, levam os alunos a escrevem textos incoerentes e totalmente superficiais. Podemos perceber que através da prática da leitura o educando se torna maior conhecedor de novas palavras e estruturas gramaticais, aperfeiçoando a sua escrita. Portanto Chiappini (2001, p. 22) nos mostra que “ao promover a interação entre os indivíduos, a leitura compreendida não só como leitura da palavra, mas também como leitura do mundo, deve ser atividade constitutiva de sujeitos capazes de interagir com o mundo e nele atuar como cidadãos”. Podemos entender que a leitura deve ser compreendida não somente como leitura da palavra, mas uma leitura que seja capaz de interagir com o mundo do leitor. A necessidade de fazer da leitura e da produção textual são meios para levar nossos alunos a melhor compreensão dos processos de democratização, pois as práticas de leitura e produção textual estão se tornando defasadas nas nossas escolas, a maioria dos educandos não gostam de ler, e veem a leitura de um texto ou de um livro, como algo desagradável, isso acontece porque geralmente a escola e os professores não levam em consideração o cotidiano extraescolar do aluno, poucos são os alunos que têm familiaridade com o assunto, mesmo na atualidade, escrever bem ainda é cobrado de forma muito tímida nas escolas o resultado acaba aparecendo muitas das vezes nos vestibulares, onde a produção de texto (redação) é cada vez mais importante. Segundo Geraldi (2006, p. 120) nos mostra que “na situação escolar o aluno é obrigado a escrever dentro de certos padrões previamente estipulados e, além disso, seu texto será julgado. Consciente disso, o estudante procurará escrever a partir do que acredita que o professor gostará”. Tais afirmações mostram que o aluno, na maioria das vezes, não tem oportunidade de escolha, a escola não oferece liberdade 16 ao aluno para poder escrever o que este deseja, e nem ao menos trabalha com as variações linguísticas. A leitura e a escrita são elementos de comunicação de grande importância ao desenvolvimento intelectual dos seres humanos e a capacidade escritora em especial de cada um vai depender muito do ambiente. Estar sempre em contato com bons livros e cultivar a leitura de forma abrangente e relevante certamente contribuirão para o aumento da capacidade verbal, memorativa e imaginativa. Os estímulos de ler e escrever deve aparecer de uma forma mais especial na educação infantil, pois é nesse ambiente queas crianças geralmente tomam gosto pela leitura e a escrita. Considerando essa situação, o presente estudo tem como objetivo principal buscar a caracterização das dificuldades de aprendizagem relacionadas à leitura e à escrita e identificar procedimentos pedagógicos para lidar com alunos que apresentam tais dificuldades. A escolha de nossa pesquisa não se deu de forma incerta, pois durante algumas experiências que passamos em sala de aula observamos que muitos alunos sentem dificuldades para aprender. Acreditamos na necessidade de tentarmos desvendar esse grande labirinto que é a dificuldade que os alunos apresentam no processo de apropriação da leitura e escrita. A leitura é imprescindível para a ampliação de conhecimentos, desperta o prazer, desenvolve o lúdico e o imaginário, desenvolve a concentração a paciência e o raciocínio. Acreditamos que a pratica da leitura seja o principal fator para que os alunos, de qualquer idade, possam ser capazes de produzir texto de qualidade a fim de obtermos uma melhor compreensão sobre a importância da leitura e, consequentemente, sobre as produções textuais, faz-se necessário compreendermos e analisarmos algumas concepções de leitura. Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significação, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que o seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a essa leitura, ou rebelar- se contra ela, propondo outra não prevista. (LAJOLO apud GERALDI, 2003, p. 59). A grande questão que se coloca é que a escola e os professores/educadores são os maiores responsáveis por incentivar os alunos a se tornarem leitores ativos. No entanto, como afirma Oliveira (2002, p. 28), “o que é considerado matéria de leitura, na escola, está longe de propiciar aprendizado tão vivo e duradouro (seja de 17 que espécie for, não é de admirar, pois, a preferência pela leitura de coisas bem diferentes daquelas impostas na sala de aula”. Um dos questionamentos frequentemente discutido é de como os alunos sentirão prazer em escrever se sempre escrevem sobre as mesmas coisas. Não há uma diversidade nas produções textuais determinadas pelos professores, nem ao menos uma relação dos temas propostos com as experiências, conhecimento de mundo e o dia-a-dia dos alunos. Estes, muitas vezes, não apreciam a escrita. De acordo com Geraldi (2006, p. 65) “a produção de textos na escola foge totalmente ao sentido de uso da língua: os alunos escrevem para o professor (único leitor quando lê os textos) ”. Os alunos enfrentam dificuldades, pois a escola não trabalha o conhecimento que o aluno traz para a sala de aula, esse conhecimento que poderia ser transformado em aulas de produção textual, sendo utilizado, assim, o trabalho com os gêneros textuais e com as variações linguísticas. A produção textual é uma atividade verbal com fins sociais e, por isso, sua atividade extrapola os limites de uma sala de aula, pois o objetivo deve ser inseri-la em contextos mais amplos e complexos. Escrever um texto não um dom ao qual o mero apela, a criatividade é suficiente para fazê-lo brotar das pessoas. A escrita de um texto é uma atividade consciente, criativa sim, mas que necessita do desenvolvimento de estratégias concretas de ação para se chegar a um objetivo. Fonte: vestibular.brasilescola.uol.com.br 18 De acordo com Koch (2003, p.26) “Assim é uma atividade intencional que o falante, de conformidade com as condições sob as quais o texto é produzido, empreende tentando dar a entender seus propósitos ao destinatário através da manifestação verbal”. Por isso deve-se evitar a prática de uma escrita improvisada, sem planejamento, sem função, exercitando uma linguagem que não diz nada. A explicação das condições de produção textual forma a base a partir da qual podem e devem ser trabalhada se ensinadas na escola às diferentes etapas de processo de produção, tais com o planejamento global do texto e as atividades de avaliação, revisão e reformulação, ao planejar seu texto, (CHIAPPINI, 2008, p.98), Koch (2003) descreve o que deve ser priorizado e o que deve ser deixado de lado, em relação aos conhecimentos de gênero textual, sobre o tema e sobre as demais condições de produção, esse planejamento pode mudar no decorrer da escritura, o que envolve ações de revisão e escrita, tendo em vista os propósitos comunicativos pretendidos, o professor também precisa ter clareza de que tomar um conto, um bilhete, uma notícia, dentre outros gêneros possíveis, como objeto de ensino, requer um percurso pedagógico distinto, pois mais do que levar o aluno a compreender os aspectos formais que organizam os diferentes gêneros textuais, é fundamental levá-lo a refletir sobre as práticas sociais em que os gêneros se inserem e os discursos e temas que neles circulam. Para produzir textos de qualidade, os alunos têm de saber o que querem dizer, para quem escrevem e qual é o gênero que melhor exprime essas ideias. Ler muito e revisar continuamente, para que a produção textual seja eficaz, se faz necessário que o produtor esteja em contato com textos coesos e coerentes. Outro cuidado que precisa ser levado em consideração na atividade de produção textual é quanto ao assunto que se deseja ver elaborado, que deve estar em sintonia com a prática social focalizada, com o gênero textual estudado e com a faixa etária do aluno. Sabemos que, o grande insucesso que a escola tem enfrentado com relação a produção de textos. Por isso, devemos nos importar discutir, refletir para encontrar os problemas e suas soluções. (CHIAPPINI, 2008, p.98), Podemos observar que a leitura é um importante veículo para um melhor desenvolvimento da escrita, portanto estando em proximidade com textos bem redigidos, o aluno começará a assimilar os componentes que planejar seu texto, o autor organiza o que deve ser priorizado e o que deve ser deixado de lado, mobilizando para tanto seus conhecimentos de gênero textual, sobre o tema e sobre 19 as demais condições de produção, esse planejamento pode mudar no decorrer da escritura, o que envolve ações de revisão e escrita, tendo em vista os propósitos comunicativos pretendidos, o professor também precisa ter clareza de que tomar um conto, um bilhete, uma notícia, dentre outros gêneros possíveis comunicação, independentemente de sua extensão, para ser coerente é necessário que tenha sentido. Portanto, a coerência se estabelece numa situação comunicativa e é responsável pelo sentido que o texto deve ter quando partilhado pelos interlocutores. Percebemos, assim, que os mecanismos de coesão textual são os elementos linguísticos responsáveis pela estruturação da sequência superficial do texto, enquanto que a coerência é a harmonia de sentido do texto, de modo que não haja nada ilógico, contraditório, desconexo. E, assim, torna-se de extrema importância que o aluno conheça estes mecanismos para que sua produção seja compreendida pelos outros leitores é sempre importante na hora de produzir um texto se colocar no papel do leitor, imaginar que aquele texto vai estar em uma revista em um jornal ou livro, assim terá uma visão crítica a respeito de si mesmo enquanto escritor. (CHIAPPINI, 2008, p.98), Ao ler um texto coeso, o educando poderá aos poucos assimilar o sentido da existência dos termos linguísticos significativos na construção da textualidade, e estar atento à estrutura do texto. É necessário, ainda, que o docente propicie momentos de leitura e, simultaneamente, mostre aos alunos os elos conectivos presentesem um texto e a sua importância na produção de significados e o quanto é imprescindível ser coeso e coerente nas suas produções. Podemos observar que a leitura é um processo cognitivo, histórico, cultural, e social de produção de sentidos, isso significa dizer: o leitor um sujeito que atua socialmente, construindo experiências e historias compreende o que está escrito a partir das relações que estabelece entre as informações de texto e seus conhecimentos de mundo, o leitor é sujeito ativo do processo. Na leitura, não age apenas decodificando, isto é, juntando letras, silabas, palavras, frases, por que ler é muito mais do que apenas decodificar, ler é atribuir sentidos e ao compreender como um todo coerente, o leitor pode ser capaz de refletir sobre ele, de criticá-lo, de saber como usá-lo em sua vida. Para podermos falar sobre leitura a partir de uma visão sociocognitiva interacional da linguagem, é importante situar historicamente o desenvolvimento dos estudos sobre textos no Brasil, pois é por meio dessa evolução que podemos 20 compreender as bases atuais do ensino da leitura nas escolas. Paulo Freire, brilhante pensador da educação brasileira, já dizia: “a leitura do mundo procede sempre à leitura desta implícita a continuidade da leitura daquele” (FREIRE, 1993, p. 20). Entretanto a leitura tem demonstrado ser uma complexa tarefa no contexto escolar, em primeiro lugar ler não é exclusivamente das aulas de língua portuguesa, nem precisa explicar essa questão, pois os textos circulam em todos os ambientes, dentro e fora da escola. Há muito tempo se observam, nos órgãos de comunicação e no próprio discurso dos educadores, constantes campanhas da valorização da leitura, elas são extremamente importantes, mas correm o risco de tornar a leitura um “ato redentor capaz de salvar o indivíduo da miséria e da ignorância” (BRITTO, 2003, p.95). Não se pode levar essa mistificação da leitura para a sala de aula, pois ela não é real. A leitura não é algo sagrado que provoca a redenção da humanidade, já que se constitui historicamente como uma ação cultural entre sujeitos. Por isso mesmo constitui um valor que se articula entre valores e saberes sociais, como afirma Chiappini, (2008, p.98) “ao ler um texto, o leitor mobiliza dois tipos de informações: aquelas que se constituíram em sua experiência de vida e aquelas que lhes fornece o autor em seu próprio texto’’”. O processo de ler é, assim, eminentemente ativo. Logo, o professor deve auxiliar o aluno a tornar-se um investigador diante do texto, valorizando o conhecimento do aluno, auxiliando-o na tarefa de exame e reelaboração do dado frente ao novo através da manipulação cognitiva que caracteriza sua subjetividade. A leitura pode ser considerada, a atividade fundamental desenvolvida pela escola, para a formação do aluno, a leitura e escrita são práticas que se complementa, se relacionam e, vão se transformando mutuamente no processo de letramento, o princípio básico para a formação de leitores é oportunizar o contato dos alunos com diferentes tipos de textos, nesse processo: a escrita transforma a fala e a fala influência a escrita, são práticas que permitem ao aluno construir seu conhecimento sobre os diferentes gêneros sobre os procedimentos mais adequados para lê-los e também escrevê-los, o aluno deve aprender a ler lendo, compreendendo, a natureza e o funcionamento do sistema alfabético e também o valor social do texto em uma pratica ampla de leitura, a escola precisa oportunizar ao aluno acesso a materiais escritos diversificados e que são utilizados fora da escola. (BRITTO, 2003, p.95). 21 A leitura é, pois, uma decifração e uma decodificação, o leitor deverá em primeiro lugar decifrar a escrita, depois entender a linguagem encontrada, em seguida decodificar todas as implicações que o texto oferece, pois, a leitura sem decifração simplesmente não funciona. Pode-se observar, que a presença de atividades que envolvem leitura e escrita são estimuladas pelos educadores, a escola proporciona vastas possibilidades para o constante desenvolvimento dos aspectos cognitivos e psicomotores da criança e os efeitos de sua utilização podem ser observados a médio e em longo prazo, visto que a socialização e interação dela com os outros se revela como fator importante do desenvolvimento. A maioria dos professores acredita na utilização da leitura e escrita no processo de aprendizagem dos estudantes. Tendo em vista que o trabalho com a leitura e escrita é uma fonte riquíssima que abre infinitas possibilidades para as crianças compreendem o que acontece a sua volta é necessário que os professores busquem metodologias para que se consiga trabalhar a mesma de forma convidativa e prazerosa. Espera-se com este estudo que os educadores percebam a importância da leitura e escrita e como ela desperta o interesse e a atenção da criança, desenvolvendo nela, dentre outros fatores, a criatividade, a percepção de diferentes resoluções de problemas, autonomia e criticidade, que são elementos importantes para a formação pessoal e social do ser humano. Ao final do trabalho pode-se observar que através da prática da leitura o educando se tornará maior conhecedor de novas palavras e estruturas gramaticais, aperfeiçoando a sua escrita. A necessidade de novas práticas educativas deve ter por objetivo melhorar a aprendizagem dos alunos e aprofundaram seus conhecimentos. O conhecimento da leitura no mundo contemporâneo é fundamental e possibilita que tenhamos uma maior reflexão no exercício da cidadania, para buscar por uma oportunidade de trabalho e para interagir com maior clareza no meio social e profissional. A partir da aprendizagem do que o mundo letrado é capaz de oferecer, entramos em completa intimidade com o texto, com as palavras, e estabelecemos múltiplos sentidos e significados para a nossa vida. Sugere-se que, haja nas escolas constantes planejamento, em relação ao processo de ensino e a aprendizagem da língua escrita e oral através de um trabalho coletivo de todos os professores, pois não bastam somente projetos de leitura isolados, ou mesmo a prática dos professores de Língua Portuguesa, é preciso uma 22 mobilização de todos os professores envolvidos em um projeto coletivo maior, um projeto institucional.5 7 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA ESCREVER BEM A leitura informa e forma o indivíduo para a vida. Uma das vantagens mais importantes para quem lê é o desenvolvimento da capacidade de escrever bem. Revistas, jornais e livros em geral são algumas das fontes de leitura facilmente disponíveis em nosso dia a dia. Há inúmeros assuntos e contextos para os diferentes tipos de pessoas, o que facilita a cada um procurar aquilo que mais tem a ver com sua personalidade ou que atende às suas necessidades intelectuais. Para produzir uma boa redação, é preciso demonstrar conhecimentos de mundo e fugir do senso comum. Nesse quesito, a leitura é uma ferramenta muito enriquecedora. A leitura aprimora nosso repertório sociocultural, fazendo com as ideias sejam amplas sobre os vários temas possíveis de cair como proposta, por exemplo. Além disso, ela expande o desenvolvimento intelectual, facilitando o processo de interpretação e aprendizagem, assim como os atos comunicacionais, que serão cada vez mais eficientes. A capacidade de ser crítico e reflexivo ao expor opiniões é construída a partir da leitura. Ao analisar o pensamento do outro sobre um assunto, julgamos, absorvemos e construímos nossas convicções pessoais. 5 Extraído do link: www.isciweb.com.br 23 Fonte: portugues.uol.com.brHá, ainda, um importante benefício relacionado ao vocabulário. Ler expande o repertório vocabular, fazendo com que seu texto seja mais eloquente, expressivo, persuasivo. Você terá mais conhecimentos sobre como substituir palavras e estabelecer sentidos por meio delas. Naturalmente as regras gramaticais serão internalizadas ao ler textos bem escritos e, assim, menores serão os erros de norma culta em sua redação! Atualidades são cobradas como tema do Enem e outros vestibulares, portanto, é importante que você esteja por dentro do que acontece lendo jornais, revistas e blogs de notícias, por exemplo. Até mesmo as redes sociais são bons recursos para a prática da leitura! Leia o que os outros têm a dizer sobre os assuntos, discuta, externalize e compartilhe suas ideias.6 8 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O CRESCIMENTO PROFISSIONAL A prática de leitura geralmente é relacionada à vida acadêmica. No entanto, quem busca crescimento profissional dentro do mercado de trabalho pode se beneficiar desse hábito. 6 Extraído do link: www.imaginie.com.br 24 Afinal, ele é eficiente para desenvolver a retórica, melhorar a escrita e aprimorar a criatividade. A leitura permite desenvoltura na retórica Tendo o objetivo de persuadir o interlocutor, a retórica é uma habilidade que se preocupa essencialmente com o conteúdo. Ela é essencial, por exemplo, para aqueles profissionais que diariamente lidam com processos de negociação. Nesse sentido, a retórica está ligada à linguagem do convencimento — que, por sua vez, é inerente à capacidade de argumentação. Isso pode ser alcançado quando você pesquisa bem o assunto e consegue apresentá-lo de maneira clara ao seu interlocutor. E, para isso, é necessário ter o hábito da leitura. Você pode se basear, por exemplo, em estudos demográficos, de comportamento ou econômicos para mostrar, durante a negociação, que o seu produto ou serviço atinge um público específico. Use as características de gênero e idade para convencer seu interlocutor de que a ideia é viável para determinado grupo de interesse. A leitura melhora a escrita Quem trabalha regularmente com a comunicação escrita está sempre em busca de novas ideias e formas de escrever. No entanto, isso não é encontrado em prateleiras de supermercados ou em comprimidos nas farmácias. Uma boa escrita está relacionada à frequência de leitura. Quanto mais você lê, mais contato tem com novas palavras e ideias. Consequentemente, será possível fazer uso delas para produzir um texto original e de alta qualidade. Portanto, leia bastante e conquiste destaque no seu trabalho! A leitura melhora o conhecimento da área de atuação O mercado de trabalho exige profissionais cada vez mais atualizados e com conhecimento de ponta em suas respectivas áreas de atuação. Toda essa bagagem de informação pode ser encontrada nos livros. 25 Frequentemente, diversas publicações chegam com novidades sobre qualquer segmento de mercado. Quem acompanha e faz a leitura desse conteúdo consegue dominar técnicas e abordagens da sua área de atuação, além de ficar por dentro das maiores inovações e tendências. A leitura aumenta a criatividade Ser criativo é essencial no mercado de trabalho atual, e essa é uma das habilidades mais valorizadas pelas empresas. Afinal, as mudanças bruscas do mundo corporativo exigem soluções inovadoras. A prática da leitura ajudará você a conquistar isso! Quando você lê regularmente, consegue fazer conexões mais ágeis no cérebro. Com isso, as ideias criativas começam a surgir com mais fluidez. Essa capacidade ajudará você a lidar com situações de crise, típicas do mercado de trabalho. Quer começar a incluir a leitura agora mesmo na sua rotina? Comece separando os temas que mais lhe interessam e, depois, pesquise os principais autores que escrevem dentro dessas áreas. Assim, você encontrará os conteúdos ideais para seus objetivos, sem perder tempo com abordagens que não se adequam ao que você procura.7 9 PRODUÇÃO DE TEXTO, DICAS PARA COMEÇAR OS SEUS Para escrever bons textos é necessário ler muito, pois só assim é possível ter um repertório de palavras, argumentos e criatividade. Para quem quer trabalhar com produção de texto ou mesmo quer escrever para escola, faculdade ou vestibular, essa dica é valiosa. Portanto, se você não tem esse hábito, é bom começar para que seus textos fiquem cada vez melhores. Se você já tem alguma familiaridade com textos, já deve saber que existem diferentes tipos de conteúdo. Mas não custa nada lembrar, não é mesmo? Produção de texto em diferentes formatos 7 Extraído do link: blog.weeget.com.br 26 Para produzir bons textos, além do hábito de leitura é importante conhecer os diversos formatos existentes, para que você siga corretamente a proposta. É bom lembrar que não existe fórmula mágica para criar um bom texto, mas quanto mais conhecimento você tiver sobre o tema abordado, melhor se sairá. Argumentativo – são conteúdos mais acadêmicos ou de convencimento, pois demandam mais argumentação dentro do corpo de texto. Dessa forma, você precisa ter o mínimo de conhecimento sobre o assunto para conseguir escrevê- lo; Narrativo – é muito comum em romances que lemos no dia a dia. Nesse formato de texto é comum uma narrativa de acontecimentos dentro de um universo (fantasioso ou não); Descritivo – é o formato de texto que percorre os dois primeiros. Tem como característica principal a descrição, seja de objetos, pessoas, lugares, entre outros. Receita para produção de texto de qualidade Não existe uma resposta exata para isso, visto que cada um tem suas particularidades na escrita. Dessa forma, o que de fato importa para que o texto produzido seja de boa qualidade é a concordância e coerência. A receita que deve ser aplicada em todos os textos é: Pesquisa sobre o tema; Ter conhecimento da ortografia; Prezar a coesão e coerência; Ter concordância com o tema e gênero que está escrevendo. Seguindo essa receita básica é hora de começar a escrever. Produzindo o texto Quando vamos começar a produção de texto, geralmente, há um tema a ser seguido. Portanto, foque no tema a ser abordado e comece a pensar nos tópicos a serem escritos. O que pode causar confusão em muitas pessoas é o título – que é diferente do tema – que é o “nome” que você dará para seu texto. Entendeu a diferença? 27 O título não precisa ser feito antes do texto em si. O ideal é fazê-lo depois de pronto. Dessa forma, o título fica condizente com o assunto abordado no texto e o leitor já sabe o que esperar da leitura. Bom, agora vamos para a parte importante que é a produção de texto em si. Independente do estilo de texto a ser escrito, é necessário fazer uma apresentação do tema. Portanto, coloque as informações mais relevantes e importantes logo no início. Assim, seu leitor terá uma breve ideia do que será abordado no restante do texto. Depois da apresentação, o que deve ser elaborado é o desenvolvimento. Então, todo restante da história e informações secundárias podem ficar no corpo do texto. Nesse momento é possível – se for o estilo do texto – fazer reflexões, críticas e argumentações. E, sem mais delongas, a conclusão. Ela não precisa ser extensa, mas deve ter um fechamento com coerência com o que foi escrito, para que o texto não termine de forma abrupta. Se você se mantiver sempre bem atualizado e criar o hábito de leitura no dia a dia, a probabilidade de escrever bons textos é grande. Mas nãose esqueça de que para escrever bem é necessário prática, então comece agora a escrever para melhorar cada vez mais essa habilidade.8 10 COMO ENSINAR OS ALUNOS A ESCEVER BEM Quando o assunto é produção de texto, os alunos sempre se apavoram, por isso, selecionamos algumas dicas para ter uma base ao escrever qualquer texto, seja na escola, no vestibular, em uma entrevista de emprego ou em concursos. 8 Extraído do link: eadbox.com 28 Fonte: novaescola.org.br Fique atento, escrever um bom texto é essencial, pois demonstra a sua capacidade de se expressar em diferentes ocasiões, portanto, é muito importante ter a leitura como um hábito para ampliar o vocabulário e o conhecimento. O primeiro passo é ter em mãos o tema e o tipo de texto a ser escrito, para enquadrar o tema proposto em um determinado gênero textual. Após ter isso delimitado, é possível seguir uma certa estrutura para qualquer tipo de texto, seguindo a cronologia de começo, meio e fim: Dê um título relacionado ao tema; Apresente o tema em uma introdução, atribuindo um começo para a história; Apresente o desenvolvimento das ideias, que nada mais é do que o meio do texto, onde estarão presentes a exploração dos argumentos e fatos; E, por fim, apresente a conclusão, atribuindo um desfecho para o texto. Ao desenvolver o texto, é importante que não fugir do tema proposto e se atentar às regras gramaticais de regência, concordância, acentuação, pontuação, seguindo a norma culta padrão, de modo que não deve ser utilizada uma linguagem coloquial e informal na grande maioria das redações. É importante estar atento, também, a delimitação dos parágrafos e caligrafia, se o texto for escrito à mão, ou a formatação dos textos escritos nos editores de texto do computador. 29 Dica: É sempre bom ter um rascunho para evitar as rasuras e, caso necessário, a leitura em voz alta ajuda a revisar aquilo que foi escrito. A coesão e a coerência são essenciais para dar sentido ao seu texto. Então, lembre-se: a coesão nada mais é do que a utilização correta das regras gramaticais e dos elementos de ligação do texto, como as conjunções; e a coerência é a organização lógica de texto que ajuda a não sair do tema nem se contradizer no desenvolvimento do texto. E, por último, evite a repetição de palavras ao longo do texto, para que não fique cansativo, procurando sempre sinônimos para elas. Deste modo, é bom ter em mãos um dicionário quando possível, para verificar sinônimos e não utilizar palavras que desconhece. Veja quais são os tipos textuais mais comuns e seus gêneros: 1 – Dissertativo: Nesse tipo textual, é necessário expor o seu ponto de vista, normalmente de um tema polêmico, de modo que apresente uma tese e argumentos que a sustentem e, por fim, uma proposta de intervenção. Exemplos de gêneros textuais: resenha, artigos científicos, monografias, dissertações de mestrado e tese de doutorado e a famosa redação do ENEM. 2 – Narrativo: Nesse tipo textual, são narrados fatos por meio de histórias que envolvem personagens em um determinado tempo e espaço. Exemplos: crônicas, fábulas, lendas, entre outros. 3 – Descritivo: Nesse tipo textual são descritos fatos, objetos, lugares e personagens envolvidas. Exemplos: notícias, blogs, diários e relatos pessoais, biografia e autobiografia, cardápios, currículos, entre outros. Portanto, seja um bom leitor para tornar-se um bom escritor com novas ideias e muita criatividade para produzir um texto em qualquer gênero textual, obedecendo 30 a gramática do português e sendo claro e conciso ao desenvolver a sua argumentação.9 11 ESTRUTURA TEXTUAL: TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER ANTES DE CRIAR SEUS TEXTOS Estruturar corretamente um texto vai extrair mais resultados da sua audiência, além de deixar os leitores muito mais satisfeitos e engajados com suas publicações. O que é um bom texto para você? Um texto tem como função comunicar um assunto, e essa comunicação só é bem-sucedida se o leitor consegue entender perfeitamente a mensagem. Um bom texto é aquele em que a comunicação acontece sem ruídos, e o segredo para alcançar esse sucesso está na estrutura textual. A estrutura textual é formada por vários fatores, sendo os principais a coesão e a coerência. São elas as responsáveis pela compreensão plena de um texto. Conheça abaixo quais os elementos formadores da estrutura textual e por que você precisa entendê-los! Coesão Coesão é o nome que a gramática dá à conexão entre as ideias no texto. O ideal é existir um encadeamento de informações, que o leitor possa seguir como um fluxo, sem pensar demais para estabelecer as relações entre as partes. Veja um exemplo: Mariana viajou para o Rio de Janeiro nas férias. Mariana fez novos amigos no Rio de Janeiro. As frases não têm nenhum erro de estrutura sintática básica, de sujeito, verbo e complemento. O sujeito, Mariana, fez a ação de viajar e o destino foi o Rio de Janeiro. O mesmo sujeito fez novos amigos enquanto esteve por lá. O erro aqui é a repetição desnecessária, que torna a leitura incômoda. Perceba como é possível tornar esse exemplo mais agradável: 9 Extraído do link: escolaeducacao.com.br 31 Mariana viajou para o Rio de Janeiro nas férias e fez novos amigos por lá. Bem melhor, não é? E a única mudança foi dar cadência e ritmo à oração, eliminando a quebra que a repetição causava. Outros exemplos de coesão Há tipos de coesão diferente e dominá-los vai ajudá-lo a desempenhar a sua tarefa como redator freelancer de uma maneira mais eficiente. Por isso, fique atento às definições e exemplos que escolhemos para demonstrar como os tipos de coesão funcionam na prática. Chamamos de coesão por referência o tipo de estrutura que evita a repetição. Você já viu exemplos dela acima, mas podemos torná-la ainda mais clara colocando- a em outros contextos. A coesão por referência sempre foge da necessidade de reafirmar nosso sujeito, funcionando assim: A menina gostava muito de brincar com sua bola de vôlei. A menina levou-a para a praia. A menina gostava muito de brincar com sua bola de vôlei. Ela a levou para a praia. O garoto nunca foi bom em matemática. O garoto fez a prova quase sem tempo para passar o gabarito. O garoto nunca foi bom em matemática. Ele fez a prova quase sem tempo para passar o gabarito. A minha namorada mora muito longe daqui. A minha namorada viajou para me ver. A minha namorada mora muito longe daqui. Ela viajou para me ver. O picolé de limão é muito ruim. O picolé de limão deixa um gosto amargo na sua boca. O picolé de limão é muito ruim. Ele deixa um gosto amargo na sua boca. Há, porém outros tipos de coesão que podem ser explorados nos seus textos. Como a coesão por substituição, também conhecida como anáfora. Podemos ver a coesão por substituição nas frases a seguir: Os alunos foram chamados a comparecer na diretoria porque eram peraltas. Caso sejam peraltas novamente, os alunos serão suspensos do colégio. 32 Os alunos foram chamados a comparecer na diretoria porque eram peraltas. Caso isso aconteça novamente eles serão suspensos do colégio. Patrícia e Beatriz gostavam de brincar com suas bonecas, mas não podiam brincar com suas bonecas no colégio. Caso brincassem com suas bonecas no colégio, Patrícia e Beatriz teriam problemas. Patrícia e Beatriz gostavam de brincar com suas bonecas, mas não podiam fazer isso no colégio. Caso fizessem, elas teriam problemas.Temos também a coesão por elipse, a coesão por conjunção e a coesão lexical. Elas funcionam, respectivamente, omitindo uma ou mais palavras, relacionando termos com o emprego de conjunções e adotando sinônimos, pronomes ou pronomes no lugar da repetição. Coerência A coerência, por sua vez, é o conjunto de mecanismos usados para que o texto faça sentido. Um texto é coerente quando não apenas a sintaxe está impecável, mas a semântica e a lógica também. Fonte:escolakids.uol.com.br Assim como a coesão, a coerência é fundamental para dar encadeamento às ideias inseridas no texto. Veja no exemplo abaixo: Henrique chegava atrasado para todas as aulas, mas sempre conseguia entrar na escola por estar em cima da hora. 33 A expressão “estar em cima da hora” quer dizer que algo está bem próximo do horário marcado ou esperado para acontecer, não necessariamente atrasado. Por isso, no exemplo acima o leitor fica sem saber se Henrique se atrasava frequentemente, ou apenas chegava sem nenhuma antecedência. Além das orações, não podemos negligenciar a conexão entre os parágrafos e a ligação do título com o conteúdo. Um texto de título “5 dicas para livrar a sua casa dos mosquitos” devem ensinar 5 formas de espantar mosquitos, e não uma receita de bolo de milho, por exemplo. Exemplos de coerência Os princípios que norteiam a coerência textual são: a não contradição; a não tautologia; e a relevância. Não se contradizer é simples. Basta não construir raciocínios que, necessariamente, dizem o oposto do que acaba de ser dito. Como: Pedro gostava muito de jabuticaba. Era sua fruta preterida. Vanessa nunca ouvia funk. Ela ia todos os dias para o colégio escutando Mc Anitta. Em ambos os casos supracitados a contradição está clara na segunda frase, que diz o exato oposto da primeira. Em textos de humor o efeito da contradição pode ser explorado para provocar o riso. Mas em uma redação formal não há vez para esse tipo de construção. A não tautologia é um pouco mais complexa. Trata-se de não empregar palavras diferentes para expressar uma ideia idêntica. Dizemos que há tautologia, portanto, nos vícios de linguagem abaixo: Vamos subir lá pra cima. Eu saí pra fora de casa. O princípio da relevância, por outro lado, diz que não é possível construir relacionamentos fragmentados em um texto mantendo sua coerência. Por causa dele não podemos criar parágrafos como: 34 Eu gostava muito de comprar peras na feira. Nunca fui de jogar. Meu melhor amigo era um gato chamado Bolinha. As peras eram deliciosas. Quando meu melhor amigo miava eu sabia que ele queria jogar bola. O problema aqui é que nenhuma dessas frases adiciona sentido nas outras. Elas são todas construções que, individualmente, estão ok. Mas em um mesmo parágrafo corroem a coesão textual. Intencionalidade Todo texto tem uma intenção, um propósito. Convencer, educar, informar, contar uma história, suscitar uma discussão. Chamamos de intencionalidade tudo aquilo que o autor deseja expressar para o leitor por meio do texto. Para isso, são utilizados os mecanismos de coesão e coerência, para que a comunicação seja bem-sucedida entre as partes envolvidas. Assim, o sentido desejado pode ser construído ao longo do texto. Intencionalidade na linguagem publicitária É muito fácil encontrar exemplos de intencionalidade na linguagem publicitária. Isso pela sua própria natureza e construção. Publicitários escrevem textos que utilizam recursos estilísticos, nem sempre formalmente corretos, para determinar a intenção de um discurso. A intencionalidade está presente, por exemplo, em slogans como “Vem pra Caixa você também”. Neste, o mais correto seria utilizar o imperativo, urgindo que o interlocutor se inscreva na Caixa Econômica Federal e torne-se um cliente desse banco. Todavia, para criar harmonia e conseguir construir um discurso que rima (e, portanto, fica preso em nossa mente) essas regras são dribladas intencionalmente. Músicas e a linguagem literária também exploram erros gramaticais por intencionalidade. Ainda assim, na redação para a web são raros os casos em que a intencionalidade aparecerá reproduzindo esse tipo de técnica. É que embora tratem- se de textos com intenções de Marketing, aqueles produzidos para a internet devem sempre respeitar a norma culta. Aceitabilidade 35 Por outro lado, a aceitabilidade é papel do leitor. Antes de começar a leitura, todo leitor cria uma expectativa sobre o que há no texto. Ou seja, ele busca entender o que está escrito, no mínimo, antes de tirar qualquer lição ou aprendizado do conteúdo. É comum, por exemplo, que alguns textos sejam interpretados diferentemente do que foi pensado pelo autor. Em grande parte das vezes isso se deve a problemas na estrutura textual, na coesão e na coerência das ideias. Entender essa relação entre a intenção e a aceitação é muito importante para um produtor de conteúdo web. O pilar central de uma estratégia de marketing de conteúdo é a aceitação da persona, a identificação dela com os textos; se a intenção do texto não atinge o leitor, a própria existência do material se torna inútil. Fatores de aceitabilidade textual Ainda que a aceitabilidade resida no interlocutor é papel do redator proporcioná-la. Isso é feito utilizando recursos como a informatibilidade. Quando há informações o suficiente no texto e elas suprem a expectativa do leitor, em geral, esse texto tem alta aceitabilidade. Investir em informatibilidade é particularmente útil na carreira de um redator web. Quanto mais conhecimento ele conseguir transmitir para o seu leitor ao longo de um artigo, maiores são as chances de que a aceitabilidade de um texto seja alta. Situacionalidade A situacionalidade é o fator que cuida da pertinência do texto. Toda produção textual precisa estar situada em um contexto, em um ambiente, sob pena de prejudicar o entendimento da mensagem. Você pode situar seu texto de duas formas. A primeira é da situação para o texto, que significa adequar um dado cenário à sua produção, como um contexto histórico ou o exato momento em que o leitor vai interagir com o seu texto. Veja um exemplo: “Hoje você é quem manda/ Falou, tá falado/ Não tem discussão” Para uma pessoa não familiarizada com a censura praticada durante os anos de ditadura no Brasil, os versos da música “Apesar de Você”, de Chico Buarque, 36 podem falar sobre uma desavença qualquer entre duas pessoas, como uma briga de casal. Entretanto, para quem viveu ou estudou sobre o tema a compreensão é totalmente diferente. Logo, o autor utiliza isso em favor próprio, criando sentidos diferentes para o mesmo verso, de acordo com o público. A segunda forma de situar um texto é fazendo o contrário, adequando do texto para a situação. Um exemplo é narrar um acontecimento sob o seu ponto de vista. Quem ler o seu relato vai entender que o fato ocorreu daquele jeito, mas se outra pessoa que também presenciou decidisse contar a própria versão, com certeza alguns pontos seriam diferentes. Intertextualidade A intertextualidade é um fator muito rico para se usar em um texto. Ela acontece quando o autor insere expressões, palavras ou personagens de outros textos na sua produção, fazendo ou não referências explícitas. Ao fazer referências, o autor deixa nas mãos do leitor a interpretação e compreensão daquela parte do texto, dependendo do conhecimento prévio do receptor. A estrutura textual se beneficia muito do uso da intertextualidade, principalmente se as referências usadas são clássicas,que agregam valor e qualidade ao texto. Os hipertextos são uma forma moderna de intertextualidade, em que indicamos para o leitor outro conteúdo que pode enriquecer a experiência de leitura, tirando como base o interesse em um primeiro texto. Outros casos de intertextualidade Duas formas comuns de se explorar a intertextualidade em uma composição são a paródia e a paráfrase. A paródia porque evoca uma outra obra na mente do leitor, recriando um texto com objetivo crítico. Essa forma de intertextualidade é muito comum na literatura e pode ser encontrada nos exemplos abaixo: MEUS OITO ANOS (Casimiro de Abreu) Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida 37 Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! […] MEUS OITO ANOS (Oswald de Andrade) Oh que saudades que eu tenho Da aurora de minha vida Das horas De minha infância Que os anos não trazem mais Naquele quintal de terra! Da rua de Santo Antônio Debaixo da bananeira Sem nenhum laranjais […] A paráfrase, por sua vez, é recriar um texto tendo outro como suporte. Fazer uma paráfrase significa dar uma nova versão discursiva para um conteúdo, mantendo o seu sentido original intacto. Informatividade Leitores apreciam textos pouco previsíveis, que trazem muitas informações, dados, descobertas e aprendizado. Chamamos esse fator de informatividade, e tanto a falta quanto o excesso de informatividade prejudicam a aceitação de um texto. Se, por um lado, textos pouco ou nada informativos afastam os leitores, por outro uma produção embasada em toneladas de dados pode confundir o leitor e prejudicar a compreensão do texto. O ideal é empregar dados apenas onde são necessários, para justificar opiniões, ilustrar panoramas ou atestar a pertinência de um argumento. 38 Fonte:escolakids.uol.com.br Estrutura textual na redação web A redação para web leva em consideração todos os fatores que citamos acima. Entretanto, com o surgimento dos blogs e a adaptação para plataformas móveis (smartphones e tablets), algumas práticas se tornaram tão necessárias quanto a coesão e a coerência, para garantir a qualidade dos textos postados. O conceito da escaneabilidade é relativamente novo, e diz respeito a uma escrita mais consciente de sua estrutura visual, para tornar a leitura mais agradável para o leitor. São medidas de escaneabilidade: Frases curtas e parágrafos de 3 ou 4 linhas; Uso de tópicos para realçar informações importantes; Separação do texto em intertítulos; Imagens para “quebrar” grandes blocos de texto; Realce de termos em negrito e itálico e uso de hiperlinks. Além da escaneabilidade, se aplicam também os conceitos de storytelling e copywriting, que dependem da intenção e do direcionamento de cada conteúdo. Entender a importância de uma boa estrutura textual é essencial para escrever textos de qualidade, que atraiam e conquistem os leitores.10 10 Extraído do link: comunidade.rockcontent.com 39 12 COMO PRODUZIR UM BOM TEXTO O texto é uma forma de comunicar algo a alguém. A comunicação, para ser eficiente precisa levar a quem recebe a ideia de quem a transmitiu. Na forma escrita, para cumprir esse papel ela deve ser clara, objetiva e produzida numa linguagem compreensível. Além disso, existem as normas vigentes que regem a questão ortográfica que devem ser observadas. Portanto, são vários os cuidados que devem ser tomados para a produção de um bom texto. Leitura Ler com atenção é fundamental para quem deseja escrever um bom texto. Através dessa prática é possível ter acesso a um repertório diversificado de assuntos, regras e estilos. Isso gera conhecimento que possibilitará condições para transformar ideias em escrita. Ao ler também se amplia o vocabulário, o que auxilia no momento de escrever. Para quem deseja começar a escrever, ou melhorar seus textos, o primeiro passo a ser dado é se dedicar persistentemente à leitura. Objetividade Ao escrever uma frase para comunicar um fato ou situação, de modo simples e claro, precisa ser objetivo. Transmitir a mensagem com poucas palavras, essa é a intenção. Isso evitará o esforço de quem a recebe no momento de decodifica-la. Termos apropriados, colocados no lugar certo, frases curtas e bem conectadas, são cuidados que ajudam a dar essa característica à escrita. O equilíbrio é necessário para não ser exageradamente breve. A produção textual deve ter a consistência relativa à ideia a ser comunicada e ao contexto em que se aplica. Simplicidade Evitar palavras difíceis e com duplo sentido faz com que o texto seja mais facilmente compreendido. Esse trabalho requer do escritor a devida atenção para, ao produzi-lo, analisar cada palavra que registra dentro da ideia a ser transmitida. O texto produzido dessa forma facilita a compreensão do leitor e pode ser apreciado por diversos públicos. Simplicidade ao escrever não significa empobrecer a escrita, e sim usar apenas o necessário para transmitir ao leitor a ideia desejada. 40 Coerência A coerência na escrita pode ser comparada com a fidelidade no relacionamento. Ao iniciar um texto, deve-se ter bem claro o assunto sobre o qual vai se discorrer e qual mensagem referente a ele se quer transmitir. Definido isto é importante manter o foco presente para que o leitor perceba a sequência de argumentos que dão corpo a ideia transmitida. Assim, durante a leitura será possível construir uma organização lógica que dará sentido à mensagem original. Existem muitas dicas importantes para orientar quem se aventura pelo mundo da escrita. Elas podem ser encontradas em várias páginas da web, ou livros de especialistas. As que estão apresentadas aqui: Leitura, Objetividade, Simplicidade e Coerência são as que, geralmente, aparecem como principais e que podem ser bem detalhadas, apresentando um contexto bem mais amplo. Elas foram resumidas e mostradas para despertar no leitor interessado, o desejo de se aprofundar no assunto e poder descobrir esse mundo encantado e encantador que é a escrita.11 13 LEITURA, TEXTO E SENTIDO Para sermos leitores competentes é preciso mais do que apenas decodificar o código, que é a língua portuguesa: é preciso interagir com os variados textos aos quais somos expostos, interação que nos permitirá construir sentidos. É fundamental que o hábito de leitura seja cultivado entre crianças e jovens, e para isso é importante a participação da família e da escola nesse processo. Esses dois agentes são responsáveis pela formação de leitores competentes, capazes não apenas de decodificar o código, mas também de interpretar e assimilar informações, que posteriormente serão transformadas em conhecimento. Entretanto, poucas vezes paramos para pensar sobre o que é a leitura. Tampouco nos perguntamos para que e como ler. Essas perguntas podem ser respondidas de diferentes maneiras, as quais revelarão uma concepção de leitura advinda da concepção de sujeito, de língua, de texto e de sentido que se adote. É inquestionável que a leitura é uma atividade de captação das ideias do autor, que depende também das experiências e conhecimentos do leitor. Ela é uma atividade 11 Extraído do link: escolaparaeducadores.com.br 41 que exige daquele que lê o foco no texto, em sua linearidade; sendo assim, o leitor realiza uma atividade de reconhecimento, de reprodução e interpretação. A leitura deve
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