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TEORIA DAS FINANÇAS PÚBLICAS 1 A Teoria das Finanças Públicas representa um ramo da ciência econômica, que trata dos gastos do setor público e das formas de financiamento desses gastos. Podemos dizer que as Finanças Públicas abrangem a captação de recursos pelo Estado, sua gestão e seu gasto para atender às necessidades da coletividade e do próprio Estado. 2 TEORIAS E MODELOS QUE PROCURAM EXPLICAR a evolução da participação do setor público na economia as formas de intervenção do Estado na atividade econômica as fontes e origens das receitas públicas bem como a evolução crescente dessas receitas relativamente ao produto/renda nacional. 3 A alocação de recursos determinada pelo mercado livre é desejável? Existe espaço para que a intervenção do Estado melhore a vida das pessoas? De forma geral, são quatro as funções do Estado: função alocativa que visa à provisão de bens públicos; 4 função alocativa: relaciona-se à alocação de recursos por parte do governo a fim de oferecer bens públicos (ex. rodovias, segurança), bens semi-públicos ou meritórios (ex. educação e saúde), desenvolvimento (ex. construção de usinas), etc.; 5 função distributiva voltada à geração de uma distribuição de renda mais adequada que aquela que o mercado por si mesmo faria; a redistribuição de rendas realizada através das transferências, dos impostos e dos subsídios governamentais. Um bom exemplo é a destinação de parte dos recursos provenientes de tributação ao serviço público de saúde, serviço o qual é mais utilizado por indivíduos de menor renda. 6 função estabilizadora através da condução de políticas de estabilização de preços e emprego; é a aplicação das diversas políticas econômicas a fim de promover o emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, diante da incapacidade do mercado em assegurar o atingimento de tais objetivos. 7 função de desenvolvimento com o objetivo de crescimento com alterações estruturais e elevação do padrão de vida da sociedade como um todo (países não desenvolvidos ou subdesenvolvidos). 8 A principal razão de existência da estrutura federativa encontra-se na função alocativa. A questão central está na provisão de bens e serviços públicos compatíveis com as preferências dos habitantes da região beneficiada e que por eles seja financiada Alguns bens e serviços públicos, como a segurança nacional e a política externa, beneficiam toda a população do país e, portanto, devem ser providos pela União 9 existem serviços, como iluminação pública, coleta de lixo e saneamento básico, que beneficiam diretamente um grupo restrito, sendo, assim, bens públicos locais. se levarmos em consideração a eficiência de todo o setor público, cada nível de governo deve ser responsável pela provisão dos bens e serviços públicos cujos benefícios são auferidos apenas dentro de sua jurisdição. 10 Se a provisão do bem ou serviço público não atender a toda a comunidade: algumas famílias pagarão impostos sem, no entanto, consumirem o bem, reduzindo o benefício total percebido por elas e levando também a um aumento da demanda por aqueles que o consomem, visto não pagarem totalmente por esses bens e serviços públicos. 11 POLÍTICA FISCAL Do ponto de vista da análise econômica, as finanças públicas se materializam na chamada política fiscal que se constitui, sem dúvida, num dos principais instrumentos de intervenção na atividade econômica de que dispõe o governo, consistindo, basicamente, de: 12 aumentos ou cortes das despesas do governo como, por exemplo, construção de escolas, de hospitais, de estradas, ou, ainda, gastos com o funcionamento da máquina administrativa e com o pagamento de funcionários; aumentos ou reduções do nível de impostos Estas duas medidas alteram a: Demanda agregada (DA = C + I + G + (X-M)) 13 Demanda Agregada = Consumo privado + Ivestimentos das empresas+ Gastos do governo + EXportações e - iMportações. Ainda que de forma diferente: enquanto os aumentos ou reduções dos gastos se refletem, na equação da demanda agregada, em um G maior ou menor, as variações no nível de impostos afetam a "renda pessoal disponível" dos indivíduos, e consequentemente o nível de consumo privado C. 14 É através da política fiscal - espelhada no seu orçamento - que o governo: interfere na alocação de recursos, oferecendo bens e serviços(segurança nacional, polícia e etc) que se deixado às forças do mercado não seriam produzidos pelo setor privado. procura melhorar a distribuição da renda no País, tributando mais os que ganham mais e realizando "transferências" para os menos favorecidos da sociedade. 15 AS FALHAS DE MERCADO De uma forma geral, a teoria das finanças públicas gira em torno da existência das falhas de mercado que tornam necessária a presença do governo, o estudo das funções do governo, da teoria da tributação e do gasto público. As falhas de mercado são fenômenos que impedem que a economia alcance o ótimo de Pareto, ou seja, o estágio de welfare economics, ou estado de bem estar social através do livre mercado, sem interferência do governo. São elas: 16 Existência dos bens públicos: bens que são consumidos por diversas pessoas ao mesmo tempo (ex.: rua). Os bens públicos são de consumo indivisível e não excludente. Assim, uma pessoa adquirindo um bem público não tira o direito de outra adquiri-lo também. 17 Existência de monopólios naturais: monopólios que tendem a surgir devido ao ganho de escala que o setor oferece (ex.: água, energia). O governo acaba sendo obrigado a assumir a produção ou a criar agências que impeçam a exploração dos consumidores. 18 As externalidades: Uma externalidade ocorre quando alguma atividade de produção ou consumo possui efeitos indiretos sobre outras atividades de produção ou de consumo que não estejam diretamente refletidas nos preços de mercado. O termo “externalidade” é empregado porque os efeitos sobre os outros itens(custos ou benefícios) são externos ao mercado. Por exemplo, uma usina que despeje seus poluentes num rio, tornando sua água inadequada para consumo, pesca ou natação das comunidades próximas, estará produzindo externalidades negativas (custos) para elas. 19 uma fábrica pode poluir um rio e ao mesmo tempo gerar empregos. Assim, a poluição é uma externalidade negativa, porque causa danos ao meio ambiente e a geração de empregos é uma externalidade positiva por aumentar o bem-estar e diminuir a criminalidade. O governo deverá agir no sentido de inibir atividades que causem externalidades negativas e incentivar atividades causadoras de externalidades positivas. 20 Desenvolvimento, emprego e estabilidade: principalmente em economias em desenvolvimento, a ação governamental é muito importante no sentido de gerar crescimento econômico através de bancos de desenvolvimento, criar postos de trabalho e buscar a estabilidade econômica. 21 Bens públicos são aqueles cuja escolha é socializada para toda a população. Esses bens são também conhecidos como bens não rivais e podem ser divididos em: a)bens tangíveis, como ruas; b) bens intangíveis, como leis. Bens gratuitos (tipo segurança pública) são um desafio para a análise econômica. 22 Para os bens alocados em mercado, que são a maioria em nossa economia, os preços são os sinais que guiam as decisões de compradores e vendedores. Entretanto, quando os bens são gratuitos, as forças de mercado deixam de funcionar e não servem como guia. 23 Bem não rival: um bem não rival é aquele no qual o consumo do bem por um consumidor não impede o consumo do mesmo por outro consumidor. Ex.: ondas de rádio, paisagem e outros usos não consuntivos da água. 24 Bem rival: um bem é dito rival quando seu uso por uma pessoa ou firma prejudica seu uso por outras pessoas ou firmas. Ex.: uma peça de vestuário feita para uma pessoa, não pode ser usada por duas pessoas ao mesmo tempo, entretanto, pode ser partilhada, desde que o tempo e uso sejam divididos. 25 Bem excluível: aquele em que é possível impedir uma pessoa de usá-lo. Ex.: pedágio. Bem não excluível: um bem não exclusivo é aquele que não é possível/viável excluir as pessoas de consumi- lo. Ex.: luz solar, peixes para pesca. 26
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