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Revisão AV1

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Revisão prova Comunicação e Política
Aula 1:
Política e Comunicação social
Uma organização social constitui-se a partir da organização de suas relações:
Econômicas;
Políticas;
Culturais;
Embora a realidade seja bastante complexa e estes elementos ocorram, por vezes, sem uma separação tão acentuada, é possível realizar esta separação com a finalidade de compreensão teórica do que chamamos sociedade ou organização social. Assim, pode-se afirmar que:
Os aspectos econômicos são aqueles ligados à materialidade envolta em nossas relações sociais, como, por exemplo, as trocas de mercadoria e as relações financeiras.
Os aspectos políticos são aqueles relacionados à divisão dos poderes de uma sociedade, ou seja, da organização social em termos de hierarquia, e envolvem aspectos burocráticos necessários para a manutenção desta sociedade enquanto representação, através da figura do Estado.
Os aspectos culturais estariam ligados ao comportamento, práticas e artefatos desenvolvidos localmente, tradicionais e distintivos de uma determinada organização social.
A palavra Política pode significar assuntos um tanto diversos, tais como:
Assuntos relacionados à administração pública ou mesmo privada;
O objeto de estudo da ciência política;
Os aspectos relacionados à ordenação e encaminhamento das questões coletivas de uma organização social.
Os assuntos relativos à organização hierárquica da sociedade e mesmo de determinadas instituições humanas;
Os aspectos relativos à representação das causas e questões dos cidadãos vinculados a um município, uma unidade estadual, uma nação;
A atividade profissional que se desenvolve, através de partidos políticos, relacionada a esta necessidade de representação que os cidadãos e grupos de cidadãos possuem e que ocupam diferentes esferas (municipal, estadual, federal, internacional).
Portanto, é perceptível o quanto o termo política pode ser ambíguo e múltiplo, ainda que esteja comumente relacionado a aspectos constitutivos da organização de uma sociedade.
A origem do termo é grega e significa aquilo que é relacionado à organização da polis. Ou seja, existe uma discussão política no âmbito conceitual (relacionada a ética), tanto quanto um conjunto de atividades práticas (ou práxis) relacionadas à política. A práxis política envolve as atividades cotidianas da política.
Aula 2:
Aspectos históricos da Política como prática coletiva
Política é um termo grego e se constitui em um período de muitas mudanças importantes nas sociedades gregas.
A constituição do poder (das hierarquias e autoridades das organizações sociais humanas) anterior às sociedades gregas, era fundamentada, sobretudo, no poder despótico e patriarcal. Segundo Marilena Chauí:
“Nas realezas existentes antes dos gregos, nos territórios que viriam a formar a Grécia – realezas micênicas e cretenses -, bem como as que existiam nos territórios que viriam a formar Roma – realezas etruscas -, assim como nos grandes impérios orientais – Pérsia, Egito, Babilônia, Índia, China – vigorava o poder despótico ou patriarcal”.
E a autora descreve as características do poder despótico da seguinte forma:
“Em grego, despótes, e, em latim, pater-familias, o patriarca é o chefe de família cuja vontade absoluta é a lei (...). O poder exercido por um chefe de família ou de famílias (clã, tribo, aldeia), cuja autoridade era pessoal e arbitrária, decidindo sobre a vida e a morte de todos os membros do grupo, sobre a posse e distribuição das riquezas, a guerra e a paz, as alianças (em geral na forma de casamento), o proibido e o permitido) ”.
Deste modo, a figura do déspota se consolidava a partir de alguns elementos fundamentais, tais como:
A posse de propriedades ou riquezas necessárias e/ou valorizadas pelo grupo em questão;
A elaboração de um discurso mítico/religioso que associava necessariamente o déspota ao poder, de modo que a figura de ambos se confundia. Os déspotas possuíam, aos olhos de muitos destes grupos sociais, a permissão divina para governar.
A complexificação das organizações sociais no período arcaico da Grécia Antiga (entre os séculos VIII e VI a.C.) modificou significativamente este cenário. Abaixo, alguns elementos que foram inseridos nas organizações sociais da Grécia Antiga ao longo do período citado:
A escrita;
O dinheiro;
A evolução dos artefatos militares.
Isto levou os déspotas, gradualmente a delegarem determinadas funções importantes, ou seja, a burocratizarem determinados elementos relacionados ao funcionamento das organizações sociais.
Segundo Chauí, três aspectos históricos são fundamentais para a compreensão das origens da política. Além disso, são comuns tanto à cultura Grega quanto à Romana na Antiguidade:
A forma da propriedade agrária (as terras deixaram de pertencer apenas a um déspota/patriarca, mas a famílias independentes);
O processo de urbanização;
O modelo de divisão territorial das cidades.
Neste sentido, a urbanização passa a ser um elemento fundamental, pois a circulação do dinheiro ocorria principalmente na polis (cidade), de modo que diferentes grupos passaram a disputar não somente as riquezas, mas o poder.
Como afirma Chauí:
“A urbanização significou uma complexa rede de relações econômicas e sociais que colocava em confronto não só proprietários agrários, de um lado e artesãos e comerciantes de outro, mas também a massa de assalariados da população urbana, os proprietários genericamente chamados de ‘os pobres’ “.
Portanto, os conflitos entre diferentes grupos sociais que habitavam a polis geraram a necessidade de uma solução, que, no caso da Grécia Antiga, foi o desenvolvimento da política como forma de organização dos grupos no território.
Segundo Chauí:
“Os primeiros chefes políticos, também conhecidos como legisladores, introduziram uma divisão no território das cidades visando diminuir o poderio das famílias ricas agrárias, dos artesãos e comerciantes urbanos ricos e satisfazer a reivindicação dos camponeses pobres e dos artesãos assalariados urbanos pobres. Em Atenas, por exemplo, a polis foi subdividida em unidades sociopolíticas denominadas demos; em Roma, em tribos”.
Aristóteles e os três bios
As atividades dimensionadas socialmente seriam consideradas parte do bios (relacionada à vida em sentido comum, comunitário, social), e Aristóteles buscou encontrar quais conjuntos de atividades sociais levariam a uma vida plena, repleta de felicidade (‘eudaimonia’) e com vistas ao ‘bem comum’ (‘to agathon’).
Assim, como afirma o autor Muniz Sodré, o filósofo Aristóteles identificou três bios essenciais na polis:
Bios theoretikos (vida contemplativa);
Bios politikos (vida política);
Bios apolaustikos (vida prazerosa, vida do corpo).
“Cada bios é um gênero qualitativo, um âmbito onde se desenrola a existência humana, determinado por Aristóteles a partir do bem (to agathon) e da felicidade (eudaimonia) aspirados pela comunidade”.
Nota-se, desta maneira, a importância que a política assumiu para os gregos enquanto forma de organização do grupo no território, isto é, dos cidadãos na polis. A relação entre política e cidadania é, portanto, muito antiga. Hoje, poderíamos afirmar que o citadino é aquele que mora em uma cidade, enquanto o cidadão é aquele que não apenas reside mas participa dos processos políticos de sua cidade. Ser cidadão significa conhecer e exercer seus direitos e deveres em meio ao grupo social.
Aula 3:
A práxis política
Quando se pensa na Grécia Antiga enquanto berço originário da noção de política tal qual esta se tornou conhecida no mundo ocidental, é preciso ter em mente que sempre houve variações de cidade para cidade.
Ao conjunto de práticas cotidianas relacionadas à atividades políticas, os gregos denominavam práxis. É importante afirmar que os gregos distinguiam a práxis da poiesis, ou seja, a ‘prática’ ou ‘ação’ da ‘fabricação’. Segundo Chauí:
“A ação, em grego práxis, é aquela atividade humana em que o agente, o ato que ele realiza e a finalidade buscada por ele são idênticos – a práxis define a ação éticae a ação política”.
É importante lembrar que nesta época, a única forma de registrar um discurso político seria através do manuscrito ou da pintura.
Portanto, uma discussão política estava relacionada a práxis, visto que no momento em que discursava não havia como separar o orador de seu discurso e da finalidade do mesmo. Quando pensamos nesta mesma situação nos dias atuais, o assunto se torna mais complexo, visto que é possível que um orador esteja em um local enquanto o seu discurso previamente registrado pode estar sendo veiculado, após ter passado por edição. Trata-se, portanto, de um discurso que se pode separar do agente por conta do artifício midiático. É como no caso da escrita, a ação de escrever pode ser separada do produto final já escrito, revisado, editado e publicado.
A discussão politica
A ágora era um local de discussão política fundamental na Grécia Antiga. Tratava-se de um misto de local de comércio e convívio social, tal como viriam a ser as praças públicas posteriormente. Embora muito antiga, houve diversas mudanças na constituição das ágoras gregas, sendo a mais famosa a ágora ateniense. Por volta do século V a.C., o conjunto de atividades que ocorriam na ágora ateniense incluíam atividades comerciais, culturais e de entretenimento/festa, políticas e até mesmo religiosas. A ágora pode ser descrita como espaço de reunião e convívio social.
A ágora constituiria o símbolo maior da democracia ateniense, visto que permitia a participação dos cidadãos nos processos políticos. Em geral, no período clássico, a ágora era constituída de um grande espaço aberto com edificações que eram erigidas ao seu redor para abrigar algumas das inúmeras atividades que ocorriam neste espaço.
Algumas vezes, a ágora ateniense abrigava assembleias. A assembleia grega era uma reunião com poderes legislativos, ou seja, que definia aspectos importantes das decisões da época. 
Como nos explica John Thompson:
“Nas cidades-estados da Grécia Clássica, onde os cidadãos se reuniam em lugares comuns para debater questões, fazer propostas e tomar decisões, o exercício do poder político era relativamente visível: as intervenções e argumentações e argumentações dos participantes podiam ser vistas e ouvidas por aqueles ali reunidos, e todos tinham direitos iguais de manifestar a própria opinião e de ser ouvido”. 
Nas assembleias, portanto, a política era realizada através da discussão, do convencimento e do consenso.
Os cidadãos gregos em idade produtiva, do sexo masculino e nascidos na pólis participavam das assembleias, ou seja, da política. Neste sentido, é um pouco fantasiosa a ideia de que a democracia grega era um modelo perfeito. Havia uma série de distorções, já que nem todos poderiam participar das discussões políticas.
Os regimes políticos enquanto conceitos
Como afirma Chauí:
“Dois vocábulos gregos são empregados para compor as palavras que designam os regimes políticos: arkhé – o que está à frente, o que tem comando – e kratós – o poder ou autoridade suprema. As palavras compostas com arkhé (arquia) designam a quantidade dos que estão no comando. As compostas com Kratós (cracia) designam quem está no poder”.
Portanto, ainda com base em Chauí, pode-se afirmar que: 
No que se refere à quantidade dos que governam (ou ao princípio fundamental da governança), os gregos definiram os seguintes regimes políticos:
Monarquia – governo de um só (monas);
Oligarquia – governo de alguns (oligói);
Poligarquia – governo de muitos (polos);
Anarquia – governo de ninguém (ana).
Já no que se refere a quem detém o poder, os gregos definiram os seguintes regimes políticos:
Autocracia – poder de uma única pessoa (autós);
Aristocracia – poder dos melhores (aristói);
Democracia – poder de todos os grupos (demos).
Em tempos de guerra e de corrupção, os regimes políticos, segundo esta classificação, podem ainda gerar situações temporárias de:
Timocracia – poder dos guerreiros;
Plutocracia – poder dos muito ricos.
Aula 4:
A transformação na visibilidade dos processos políticos
Se, na Antiguidade, os gregos valorizavam a ágora (e os romanos o fórum), a Idade Média modificou novamente as características principais das questões relativas ao poder e à organização das sociedades.
Em uma época de intensas guerras e instabilidades política, a aliança entre a nobreza e o alto clero predominou por cerca de dez séculos.
Durante esse período, pode-se destacar a fé católica como uma justificativa para muitas das reflexões filosóficas e das ações ético-políticas.
A visibilidade dos processos políticos na Idade Média
Como Danilo Marcondes afirma:
“Durante muito tempo a Idade Média foi conhecida como a ‘Idade da Trevas’, um período de obscurantismo e ideias retrógradas, marcado pelo atraso econômico e político do feudalismo, pelas guerras religiosas, pela ‘peste negra’ e pelo monopólio restritivo da Igreja nos campos da educação e da cultura’.
Embora esta ideia possa parecer exagerada a alguns, o fato é que a fragmentação das cidades em áreas rurais criou um retrocesso em termos políticos quando este período é comparado ao pensamento e as práticas políticas atenienses.
Chauí afirma que:
“No topo da hierarquia encontram-se o papa e o imperador. O primeiro possui o poder espiritual, o segundo, o poder temporal. Em decorrência da desaparição política dos centros urbanos e do isolamento provocado pela ruralização da vida econômico-social e sua fragmentação, cada região possui um conjunto de senhores e que escolhe um chefe entre seus pares, garantindo-lhe – e à sua dinastia – a permanência indefinida no poder. Formam-se reinos por todo o território da Europa medieval”.
E nos que se refere à visibilidade dos processos políticos durante a Idade Média, Thompson afirma que:
“Nos tradicionais estados monárquicos da Idade Média e início da Europa moderna, os negócios do estado eram conduzidos nos círculos relativamente fechados da corte, de modo completamente invisível à maioria da população”.
A visibilidade dos processos políticos na Modernidade
A transição da Idade Média à Modernidade passa pelo período do Renascimento Europeu, nos séculos XV e XVI, em que várias mudanças ocorreram no que se refere à economia, à política, à cultura e ao saber. O desenvolvimento da burguesia a partir dos burgos (centros de comércio) e o renascer das cidades, juntamente com o desenvolvimento das universidades a partir, principalmente, do século XIII, são alguns dos elementos centrais desse processo. A burguesia, por um lado, torna-se uma força crescente em termos econômicos (e, posteriormente, políticos).
Pouco a pouco, tanto as práticas quanto o pensamento político começam a se transformar. Alguns nomes se destacam neste contexto por suas obras. Em um primeiro momento, no século XVI, a obra intitulada O Príncipe, de Nicolau Maquiavel, se destaca como uma obra que influi no pensamento ético-político até os dias atuais.
No que se refere à visibilidade dos processos políticos na Modernidade, pensando em seu desenvolvimento entre os séculos XVI e XIX, Thompson afirma que:
“Com o desenvolvimento do estado constitucional moderno, a visibilidade do poder começou a ser limitada de alguma maneira. O gabinete secreto foi substituído ou suplementado por uma série de instituições de caráter mais aberto e ‘responsável’; decisões políticas importantes eram sujeitas a debate dentro de assembleias parlamentares; e aos cidadãos foram concedidos certos direitos básicos, em alguns casos formalmente reconhecidos pela lei, que garantia, entre outras coisas, sua liberdade de expressão e de associação”.
O pensamento político na Modernidade: Maquiavel e o Príncipe
Escrito em 1513, O príncipe é um dos escritos políticos de Nicolau Maquiavel. Trata-se de uma obra que discute os tipos de principado e as formas de governança do príncipe. É um escrito que determina alguns procedimentos para que o príncipe seja bem-sucedido na tarefa de governar seus súditos e seu povo.
O Príncipe, segundo Maquiavel, constitui-se como um “condutor” e precisatomar decisões difíceis, em alguns momentos governando mais através da força do que do consenso.
Os conceitos de virtú (capacidade de liderança e tomada decisórias através da adaptação diante dos acontecimentos) e fortuna (circunstâncias que o príncipe não controla) são recorrentemente citados ao longo desta obra.
Assim, o príncipe maquiavélico é alguém flexível diante da realidade concreta. Não há separação entre teoria e prática em Maquiavel, sendo este um autor que abandonou as ideias utópicas de governantes perfeitos e circunstancias ideais de governo.
O Príncipe, para Maquiavel, precisa estar atento às circunstâncias de seu governo e não deve ser odiado pelo povo. Neste sentido, precisa conduzir com força e vontade, além de sabedoria, cada uma das inúmeras decisões que se apresentam cotidianamente. A virtú do príncipe, para o autor, está mais relacionada à capacidade de adaptar-se às situações novas sem perder a condução do governo do que as virtudes propriamente éticas (ou seja, justificáveis perante a coletividade social).
A este respeito, segundo Chauí:
“Maquiavel inaugura a ideia de valores políticos medidos pela eficácia prática e pela utilidade social, afastados dos padrões que regulam a moralidade privada dos indivíduos”.
Com base na análise do texto de Maquiavel, pode-se chegar à conclusão de que a teoria para a manutenção do poder político se baseia em três pilares fundamentais:
Legitimidade (trata-se de um poder usualmente adquirido, o que significa que não é qualquer pessoa que pode ocupar esta posição).
Organização (capacidade de tratar de muitas coisas e com muitas partes a todo tempo).
Flexibilidade (capacidade de tomar as decisões corretas, em termos pragmáticos, no momento em que as diversas situações se apresentam).
Aula 5:
A Modernidade e o pensamento político
Algo que caracteriza não somente os processos políticos, mas também os artísticos na Modernidade foi a retomada da cultura greco-latina. Deste modo, a noção da política, tal como nos gregos, volta a ser discutida pelos pensadores modernos. Porém, adaptada a um novo contexto histórico.
Então, a noção do que era política para os gregos e sua relação com a ordenação dos grupos (as demos) em um território comum, volta a ser pensada. A noção de bem comum (to agathon) grega, ou da coisa pública (res publica) romana voltam a ser cada vez mamis importantes a partir do século XVI, ou seja, do Renascimento.
Se Maquiavel foi fundamental para a compreensão do papel do príncipe enquanto um condutor pragmático e capaz de se adaptar aos acontecimentos vigentes em sua época, foi o inglês Thomas Hobbes que escreveu uma obra capaz de pensar a figura do Estado (comparando a um ser bíblico poderoso) como fundamental para reconfigurar a vida dos homens no espaço público.
A vida política como “vida em comum”
Sobre o sentido da política para os gregos nas palavras de Hannah Arendt:
“O ser político, o viver numa pólis, significava que tudo era decidido mediante palavras e persuasão, e não através de força ou violência. Para os gregos, forçar alguém mediante violência, ordenar ao invés de persuadir, eram modos pré-políticos de lidar com as pessoas, típicos da vida fora da pólis, característicos do lar e da vida em família, na qual o chefe da casa imperava com poderes incontestes e despóticos, ou da vida dos impérios bárbaros da Ásia, cujo despotismo era frequentemente comparado à organização doméstica”.
Ou seja, o político (o comum) se opunha ao particular, ao familiar. A vida em família era a vida regida pela necessidade de sobrevivência e pela desigualdade nas funções domésticas. Já a vida na pólis, as atividades constituintes do “bios político”, eram atividades entre iguais e baseadas na liberdade e na conquista da eudaimonia (felicidade, ‘bem viver).
A partir da noção de socius (social), que também não era grega, mas latina, as coisas foram se modificando. Ao pensar em sociedade, palavra que já remete ao período Moderno. Ou seja, já não se trata mais de uma simples oposição entre a “vida em comum” como vida política e a vida doméstica enquanto vida não-política. Na Modernidade, tanto a vida privada quanto a vida pública fazem parte da vida social.
A constituição dos Estados Nacionais, entre os séculos XVI e XIX, fortaleceu a noção de sociedade enquanto forma de organização coletiva, em que a centralidade do Estado organiza e efetua a manutenção da esfera social.
A esfera pública como esfera comum
Arendt apresenta dois sentidos para o termo público:
É aquilo que tornamos visível a outras pessoas;
É o próprio mundo constituído pelo homem, ou seja, a realidade comum que partilhamos enquanto seres sociais.
Pode-se concluir, portanto que, na concepção de Arendt, a esfera pública também se constitui a partir da “vida em comum”.
A esfera privada como esfera do particular
No que se refere ao termo privado, Arendt afirma, correlacionando aos sentidos já apresentado de público:
“É em relação a esta múltipla importância da esfera pública que o termo ‘privado’, em sua acepção original de ‘privação’ tem sentido. Para o indivíduo, viver uma vida inteiramente privada significa, acima de tudo, ser destituído de coisas essenciais à vida verdadeiramente humana: ser privado da realidade que advém do fato de ser visto e ouvido por outros, privado de uma relação ‘objetiva’ com eles decorrente do fato de ligar-se e separar-se deles mediante um mundo comum de coisas, e privado da possibilidade de realizar algo mais permanente que a própria vida”. 
Porém, a mesma autora chama a atenção para o fato de que o crescimento da importância de termo “social” como algo que engloba tanto a esfera pública quanto a privada fez com que a noção de privado fosse cada vez mais valorizada. Isto reside no fato de que a propriedade particular passa também a ser valorizada como algo sagrado e capaz de permitir a ascensão social. O fortalecimento da burguesia e a Reforma Protestante, a partir do século XVI, contribuíram para esta transformação simbólica.
Concluindo, Arendt reflete sobre o fato de que nem tudo que é privado é fútil ou inútil. O público e o privado são dois âmbitos distintos da existência em sociedade. Cada um possui o seu lugar adequado na vida social contemporânea.
A dicotomia pública X privada no pensamento de John B. Thompson
Para Thompson, na Modernidade Ocidental da formação dos Estados Nacionais, entre os séculos XVI e XIX, esta oposição adquire o seguinte sentido:
Público: o que é de todos e, portanto, necessita da presença do Estado enquanto representação dessa coletividade. Um exemplo é a praça pública, espaço de convivência aberto à coletividade e mantido pelo Estado (no que se refere à limpeza e à segurança).
Privado: o que é particular, familiar. Um exemplo é o do espaço privado, uma propriedade particular cuja limpeza, dentro dos limites da propriedade, é de responsabilidade de seus donos.
Nas palavras do próprio autor:
“O primeiro sentido da dicotomia tem a ver com a relação entre o domínio do poder político institucionalizado, que cada vez mais era exercido por um estado soberano, por um lado, e o domínio da atividade econômica e das relações pessoais, que fugiam do controle direto do poder político, por outro lado. Assim, a partir de meados do século XVI em diante, ‘público’ começou a significar atividade ou autoridade relativa ao estado e dele derivada, enquanto ‘privado’ se referia às atividades ou esferas da vida que eram excluídas ou separadas daquela”.
Mas Thompson também apresenta, neste mesmo livro, a ideia de que o sentido mais usual da dicotomia nos dias atuais, por conta da presença dos meios de comunicação de massa contemporâneos, como a televisão (em que o caráter audiovisual é predominante), é o seguinte:
Público: aquilo que é visível a um número grande de pessoas;
Privado: o que é invisível a um número maior de pessoas, o que permanece na esfera da intimidade.
Nas palavras do próprio autor:
“Neste sentido, a dicotomia tem a ver com a publicidade versus privacidade, com abertura versussegredo, com visibilidade versus invisibilidade. Um ato público é um ato visível, realizado abertamente para que qualquer um possa ver; um ato privado é invisível, realizado secretamente atrás de portas fechadas”.
O Pensamento político na Modernidade: Hobbes e o Leviatã
A discussão sobre a dicotomia “público x privado” é um elemento fundamental para o desenvolvimento das práticas e do discurso político moderno. Nesta discussão, fica evidente a presença cada vez mais proeminente do Estado enquanto instância de deliberação e manutenção da vida social.
Publicado em 1651, o livro intitulado Leviatã, forma e poder d um Estado eclesiástico e civil, esta obra trata da soberania do Estado como forma de administração da coletividade.
Neste sentido, sendo matemático e seguindo a concepção do universo a partir de pensadores como Galileu (dando valor à física), Hobbes trata da matéria como algo essencial para a definição do que é real. Deste modo, a noção de corpo é importante em sua obra. Existe o corpo natural (corpo material dos seres humanos) e o corpo político (materializado institucionalmente).
Cada homem consegue tudo aquilo que pode obter através da força e da astúcia e mantem estas coisas pelo tempo que consegue. Trata-se, na concepção deste pensador, de uma guerra constante de todos contra todos.
A evolução do próprio homem, que se dedica ao intelecto e ao conhecimento e não apenas às próprias paixões corpóreas exige a mudança para um estado em que é necessário um “contrato social”. Mais do que felicidade, Hobbes preocupava-se com a conquista da paz (ou viver sem o medo cotidiano dos ataques alheios). O contrato verbal entre os homens não é suficientemente forte (visto que são maus e egoístas por natureza) para manter a paz social. É preciso, portanto, de um corpo artificial e coercitivo que materialize institucionalmente a lei justa e o direito de cada habitante daquela sociedade.
É preciso que este corpo artificial seja suficientemente forte para manter a organização social coesa. Manter a ordem só é possível através da força. Se Maquiavel já havia apresentado a figura do príncipe como capaz de governar através da força (quando necessário), Hobbes trata o Estado como um corpo capaz de dispor da força de modo institucionalizado. Este Estado soberano é comparado pelo autor inglês à figura do Leviatã, para que fique evidente sua força e tamanho.
Este Estado centralizador, em Hobbes, pode ser atribuído às monarquias absolutistas de sua época. Porém, o autor define soberano tanto como pessoa quanto como uma assembleia constituída. 
Aula 6:
Os processos políticos e suas mediações 
No texto “A transformação da visibilidade”, Thompson discute a transformação da visibilidade dos processos políticos ao longo dos tempos, apresentando três tipos de eventos relacionados à política que possuem características próprias:
Os eventos de co-presença: são aqueles em que a presença de todos os envolvidos ocorre simultaneamente. Trata-se por exemplo, das discussões na ágora grega, em que o orador político fala o mesmo tempo em que todos os participantes estão reunidos. Outro exemplo, nos dias atuais, são os comícios políticos ou reuniões partidárias.
Esses eventos, a princípio, não são mediados por qualquer tipo de meio de comunicação à distância. 
A partir do advento da prensa tipográfica, na Europa do século XV, as coisas começaram a se modificar neste sentido. A Modernidade é o período em que a comunicação à distância adquiriu proporções até então inéditas, chegando mesmo à noção de uma comunicação de massa (veículos como os jornais impressos do século XIX).
Segundo Thompson:
“Antes do desenvolvimento da mídia, a publicidade dos indivíduos ou dos acontecimentos era ligada ao compartilhamento de um lugar comum. Um evento se tornava público quando representado diante de uma pluralidade de indivíduos fisicamente presentes à sua ocorrência”.
Os eventos de publicidade mediada: passa a existir a mediação através de algum tipo de meio de comunicação à distância. Em princípio, pode até se tratar da escrita, mas o fato é que estes eventos passaram a ocorrer sistematicamente a partir da Modernidade europeia e do advento dos impressos. A velocidade de difusão e a fidedignidade com relação às mensagens origens dos impressos eram tamanhas (se comparadas às doas manuscritos) que possibilitaram, por exemplo, que diversos eventos políticos fossem influenciados por palavras e oradores que não estavam necessariamente presentes ao evento.
Nos eventos de publicidade mediada, aquele que proferiu o discurso política não está presente no momento em que suas palavras estão sendo passadas adiante. Não há, portanto, a visibilidade direta com relação ao orador. Além disso, é preciso a mediação do código escrito (mesmo no caso dos impressos), ou seja, apenas os indivíduos alfabetizados conseguem ler e interpretar corretamente os escritos/impressos.
Posteriormente, já no século XX, o uso cada vez mais comum das gravações sonoras e das transmissões radiofônicas estendeu as possibilidades dos eventos políticos de publicidade mediada.
Segundo Thompson:
“O desenvolvimento da mídia criou novas formas de publicidade que são bem diferentes da publicidade tradicional de co-presença. A característica fundamental destas novas formas é que, com a extensão da disponibilidade oferecida pela mídia, a publicidade de indivíduos, ações ou eventos, não está mais limitada à partilha de um lugar comum. Ações e eventos podem se tornar públicos pela gravação e transmissão para outros fisicamente distantes do tempo e do espaço de suas ocorrências”.
Os eventos de publicidade mediada pela televisão: a partir de meados do século XX, o advento da televisão fez com que fosse inaugurado um novo tipo de evento político: a publicidade mediada pela televisão. Embora seja de fato uma publicidade mediada, para Thompson, esta nova modalidade exibe algumas características que fazem dela bastante distinta. O espectador televisivo pode ter acesso audiovisual ao orador político, de modo que este tipo de evento cria, por vezes, uma impressão de co-presença.
Assim como o cinema, a televisão acentua o sentido da visão, elevando-o a um novo patamar em termos históricos.
Assim como na co-presença, as deixas simbólicas causadas pela observação audiovisual entre público e orador permite uma relação que lembra a interação face a face.
Nas palavras do autor:
“A televisão assim permite aos receptores a visão de pessoas, ações e eventos, bem como a audição de palavras faladas e de outros sons. A publicidade de eventos, ações e pessoas é religada à capacidade de serem vistas e ouvidas por outros. Na idade da televisão, a visibilidade no estreito sentido de visão – a capacidade de ser visto com os olhos – é elevada a um novo nível de significado histórico”.
Porém, Thompson apresenta algumas diferenças fundamentais entre a publicidade tradicional de co-presença e a publicidade mediada pela televisão. Segundo o autor, esta nova forma de evento político:
Faz com que o alcance do próprio evento seja ampliado em termos dos contextos espacial e/ou temporal;
Altera o campo de visão do espectador. Este campo de visão passa a ser gerado e controlado artificialmente pelos produtores do conteúdo difundido. Desta forma, para o espectador, este é um campo de visão mais extenso em termos de alcance e mais restrito em termos de escolha.
Há uma unidirecionalidade no processo visual. Ao contrário dos contextos co-presenciais, em que todos os presentes podem ver e ser vistos simultaneamente, neste tipo de evento o orador é visto, mas não vê os espectadores e suas reações.
A midiatização dos processos políticos 
O processo de midiatização em curso no mundo globalizado desde a segunda metade do século metade do século XX amplia, cada vez mais, o número de eventos de publicidade mediada pela televisão (incluindo hoje, também, as possibilidades mais recentes de difusão audiovisual trazidas pelas mídias digitais).
O autor Muniz Sodré apresenta a ideia de que é necessário,para uma melhor compreensão da contemporaneidade, admitir a existência de um “bios midiático”, retomando a teoria aristotélica. Segundo Sodré, trata-se de um quarto bios, ou seja, um novo gênero qualitativo da vida em sociedade. Este bios, por sua vez, é regido pela tecnocultura do mundo globalizado, o que implica necessariamente em sua subordinação à esfera dos negócios capitalistas contemporâneos.
O processo de midiatização consiste em um conjunto de mediações específicas do mundo contemporâneo. Este conjunto de mediações é fruto do desenvolvimento midiático, o que compreende tanto o conjunto de tecnologias de comunicação e informação quanto as próprias empresas de comunicação que produzem e difundem conteúdo informativo e de entretenimento.
O autor John Thompson chama a atenção para o fato de que as vidas dos políticos estão devassadas pelos meios de comunicação. Deste modo, vive-se o paradoxo de que os políticos nunca tiveram tantos artifícios à sua disposição para constituir de modo cuidadoso uma imagem pública, ao mesmo tempo em que nunca estiveram tão frágeis diante das possibilidades de reconfiguração desta mesma imagem pelos meios de comunicação de massa.
Assim, Thompson discute a importância da administração da visibilidade pelos políticos na contemporaneidade. Embora sempre tenha havido algum tipo de administração da imagem pública (no caso dos reis medievais, que controlavam suas aparições diante da população), o mundo contemporâneo ampliou a complexidade desta administração pelos agentes políticos.
Thompson, então, apresenta quatro tipos de ocorrências que podem abalar a imagem pública de um agente político nos dias atuais:
Gafes e acessos explosivos: constituem momentos em que os agentes políticos demonstram, aos olhos do público, um certo despreparo para a função que exercem. Espera-se dos políticos conhecimento e domínio das situações diplomáticas, além de controle emocional na tomada de decisões.
O desempenho de efeito contrário: pode ser muito prejudicial para a imagem do agente político. Demonstra falta de cuidado ou excesso de confiança ao calcular suas ações e decisões públicas.
O vazamento: demonstra falta de coesão interna na equipe do agente político. 
O escândalo: trata-se da pior ocorrência possível para a imagem do agente político. O escândalo necessariamente está ligado à descoberta de ações e procedimentos que contrariam a moralidade vigente no país ou região em que o político reside e atua.
Aula 7:
O pensamento conceitual contemporâneo e a obra de Michel Foucault
Foucault, ao longo de sua obra, efetuou a proposição de duas vertentes metodológicas inovadoras: a arqueologia e a genealogia. São termos metafóricos, mas que apresentam proposições importantes do ponto de vista da constituição dos saberes. Estas proposições metodológicas fundamentam sua crítica às práticas de saber modernas. 
No caso da arqueologia, o autor propõe “escavar” as evidências “subterrâneas”, “soterradas”, de modo a fazer emergir saberes pouco estudados pelas instituições legitimadoras das práticas de saber. Foucault preocupava-se, por exemplo, com aquelas vozes pouco ouvidas socialmente, vozes silenciadas pelas próprias instituições enquanto legitimadoras de determinadas práticas de poder e de saber. O autor considerava estas duas práticas de natureza distinta muito importantes no que se refere à organização social e à formação ordenada de um discurso institucionalmente legitimado a respeito das normas que regem a sociedade.
Não se trata de defender estes agentes sociais, mas de garantir visibilidade também às suas falas e vivências, aos seus registros e existência. Isto pode ser feito através da análise destes discursos socialmente invisíveis, tornando-os visíveis.
No caso da genealogia, Foucault realiza uma crítica à História enquanto disciplina, visto que esta legitimaria a cronologia e ordenação dos acontecimentos e períodos temporais a partir da fala dos vencedores dos principais conflitos ocorridos. 
Assim, o autor defendia que é preciso substituir a História pela genealogia, que seria a reconstituição geral dos fatos, acontecimentos e características das estruturas sociais a partir das relações cotidianas, daquilo que é mais próximo, invertendo a lógica moderna. Ao invés de narrar os fatos de cima para baixo (a partir dos vencedores e das instâncias de legitimação valorizadas, tais como o Estado), dever-se-ia proceder de baixo para cima, a partir das micro-relações cotidianas para a constituição mais geral da compreensão das práticas sociais e sua relação com as instituições legitimadoras.
Assim, no que se refere à genealogia foucaultiana enquanto método, Marcondes afirma que:
“A genealogia consiste assim em uma análise histórica da formação de determinados discursos que constituem um saber, ou saberes, relacionando-os com formas de exercício do poder em um contexto social e cultural específico. Não se trata tanto do poder institucional, de uma análise política do Estado, por exemplo, mas sobretudo de como o poder se exerce de forma difusa através de certas práticas em uma cultura e em um momento histórico determinados”. 
As sociedades Disciplinares
Foucault realiza, na obra intitulada Vigiar e Punir, uma análise das práticas de poder na Modernidade. O autor assume uma posição clara a respeito de sua análise das questões referentes ao Poder: 
Em primeiro lugar, relaciona as práticas de poder e saber ao longo da história, pois percebe que determinadas práticas de poder legitimam as práticas de saber e vice-versa. O autor não trata o poder (assim como o saber) enquanto algo abstrato, mas enquanto práticas institucionalizadas, reafirmadas localmente e cotidianamente. 
Ou seja, Foucault não acredita no “Poder” como algo absoluto e abstrato. O autor está mais interessado nas práticas de poder que permeiam as micro-relações cotidianas. Segundo o autor, ninguém detém o “poder” de modo perene.
Para o pensador francês, as práticas de poder, por serem concretas, se inscrevem nos corpos dos indivíduos (de diferentes formas, dependendo do período histórico). 
No que se refere à Modernidade, Foucault situa as práticas de poder a partir de seu caráter disciplinar. O nome Sociedade Disciplinar é atribuído ao modo como as práticas de poder se constituem na Modernidade Europeia, principalmente entre o século XVIII e meados do século XX.
Foucault define que é o conjunto de regras (caráter disciplinar) referente à necessidade de ordenação racional deste novo espaço urbano a característica fundamental para a compreensão das práticas de poder modernas. 
Em todas as sociedades humanas há algum tipo de norma ou disciplina a ser seguida.
Portanto, caracterizar as práticas de poder da Modernidade europeia enquanto disciplinares relaciona-se ao fato de que não apenas existe disciplina, mas existe uma crescente relação entre a necessidade de disciplinar os corpos humanos e o crescimento do sistema capitalista. 
Ao realizar sua análise das práticas de poder modernas, Foucault as compara às práticas de poder medievais, denominando estas de Sociedades de Soberania. 
As Sociedades de Soberania possuem, segundo o autor, práticas de poder centradas na figura de um soberano (o reis e papas).
Nas Sociedades de Soberania, aquele que desrespeita alguma norma importante é excluído da sociedade pelo soberano. Pode ser trancado em uma masmorra escura ou expulso do reino. Existe ainda a execução em praça pública, para que sirva de exemplo a outros. 
Já nas Sociedades Disciplinares, aquele que desrespeita alguma regra deve ser punido de modo a poder, novamente, ser socializado no mundo do trabalho. 
É preciso, devido ao aumento populacional e a uma série de decorrências do próprio processo de urbanização, obter de modo eficaz e racional a punição dos indivíduos.
Nas palavras do próprio Foucault: 
“Este novo tipo de poder, que não pode mais ser transcrito nos termos da soberania, é uma das grandes invenções da sociedade burguesa. Ele foi um instrumento fundamental para a constituiçãodo capitalismo industrial e do tipo de sociedade que lhe é correspondente; este poder não soberano, alheio à forma da soberania, é o poder disciplinar”.

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