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ATENDIMENTO PSICO EDUCACIONAL RELACIONADO À CONDIÇÃO FEMININA ORIENTAÇÃO A GESTANTES ADOLESCENTES E AGENTES DE SAÚDE

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8º Simposio de Ensino de Graduação
ATENDIMENTO PSICO-EDUCACIONAL RELACIONADO À CONDIÇÃO FEMININA:
ORIENTAÇÃO A GESTANTES, ADOLESCENTES E AGENTES DE SAÚDE.
Autor(es)
MARLENE APARECIDA MARTINES
Co-Autor(es)
SIMONE EDSONINA SILVA E SOUZA LEITE
Orientador(es)
GISLEINE VAZ SCAVACINI DE FREITAS
1. Introdução
“A decisão de ter um filho é uma resultante da interação de vários motivos, conscientes e inconscientes como aprofundar uma relação
homem-mulher, concretizar o desejo de transcendência e continuidade, manter um vínculo já desfeito ou uma busca da extensão de si
própria”. (Maldonado, 1991, p.25)
Considerando que o trabalho desenvolvido com o grupo de gestantes possibilita ações psico-educativas voltadas para a educação e
prevenção de saúde, a escolha por este estágio foi pautada no interesse de compreender como se dá o processo de promoção de saúde
e quais intervenções são possíveis ao psicólogo realizar nesta área, além da possibilidade de investigar o universo da condição
feminina e suas representações no contexto de uma experiência ricamente constituída de emoções e significados: a maternidade.
Tendo como foco o fenômeno da educação em saúde e sua interface com a gravidez, sexualidade e reprodução na adolescência, o
estágio propõe a intervenção sustentada através de ações psico-educativas relacionadas à saúde da mulher gestante e da adolescente,
visando sua promoção e prevenção, assim como ações reflexivas junto aos agentes de saúde diante das políticas públicas do SUS.
A Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS (HumanizaSUS) foi instituída pelo Ministério da Saúde em 2003, e
formulada a partir da sistematização de experiências do chamado “SUS que dá certo”. Essa experiência revela as ações dos Estados,
Municípios e Serviços de Saúde na implantação de práticas de humanização nas ações de atenção e gestão que estão obtendo bons
resultados, legitimando o SUS como política pública.
O campo de atuação foi o PSF (Programa Saúde da Família) do bairro Jardim Vitória, na cidade de Piracicaba.
2. Objetivos
- Estudar e compreender o processo educativo da mulher, seus reflexos na construção de sua identidade;
- Estudar as políticas públicas de saúde, analisando seus efeitos no cotidiano das instituições;
- Proporcionar à mulher gestante a vivência de situações em grupo, de forma que possa expressar suas crenças, identificar sua real
condição de vida afetiva e social, gerando reflexão e discussão de estratégias, circulando informações sobre saúde, proporcionando
possíveis mudanças;
- Proporcionar elementos para o desenvolvimento da autonomia e responsabilidade do sujeito com a sua vida e a sua saúde;
- Investir nas relações e ações integradas no espaço de trabalho, garantindo a troca de conhecimentos com os profissionais da equipe
de saúde – enfermeira, médica, dentista e agentes comunitários de saúde;
- Oportunizar aos discentes de Psicologia a ampliação dos conhecimentos práticos voltados para a Educação em Saúde;
- Contribuir para o avanço de uma atenção mais humanizada nos serviços de saúde do município, através de discussões de políticas
mais eficazes de inclusão dos usuários e de maior resolutividade.
3. Desenvolvimento
- Observação da rotina de trabalho do PSF e entrevista com a equipe de saúde (enfermeira, médica, dentista e agentes de saúde);
- Levantamento de dados sobre os trabalhos realizados pelo PSF, para elaboração de avaliação Institucional;
- Levantamento de dados sobre a população atendida pelo PSF;
- Visitas domiciliares às gestantes, no período em que os grupos não foram realizados;
- Planejamento do Grupo de Gestantes, em parceria com a enfermeira e ACS (cronograma de atividades, confecção e entrega dos
convites em domicílio);
- Pesquisa e reprodução de folhetos explicativos referentes aos temas tratados em cada encontro, e que compuseram a pasta das
gestantes;
- Locação de filmes para exibição no grupo, de acordo com o tema abordado;
- Participação nos grupos de gestantes, fazendo o acolhimento, aplicando as dinâmicas de grupo, e mediando a roda de conversa;
- Apresentação dos temas através da dinâmica de grupo e explanação teórica;
- Roda de conversa e problematização dos temas abordados;
- Oferta do lanche, proporcionando um momento de interação e descontração.
4. Resultado e Discussão
- Adesão e permanência das gestantes no grupo, durante os oito encontros;
- Houve participação e envolvimento efetivo das gestantes, compartilhando suas experiências, sugerindo alternativas e acolhendo as
necessidades umas das outras;
- Circulação de informações, promovendo reflexões e questionamentos sobre autoestima, autonomia e cidadania;
- Formação de vínculo de confiança entre as gestantes e a equipe de saúde, que terá maiores chances de se estender após o nascimento
do bebê, garantindo que mãe e filho possam se beneficiar do atendimento humanizado oferecido pelo PSF, de acordo com a diretrizes
do SUS.
5. Considerações Finais
- A instituição saúde, entre outras, é um espaço limitado, mas importante para o desenvolvimento de ações educativas no dia-a-dia.
Por meio dela, o profissional de saúde tem o compromisso de compartilhar seu conhecimento técnico específico, reconhecendo que a
população, por sua vez, tem experiências e um saber que devem ser considerados, o que favorece o processo de construção de um
saber coletivo.
Neste aspecto, cabe ao psicólogo propor a construção de ações pró-ativas, que promovam o desenvolvimento das pessoas, através do
olhar, do detalhar e, principalmente, promover espaços de escuta, acreditando nas potencialidades do outro, para poder intervir,
consciente de que, sem acolhimento e sem vínculo, nada ocorrerá.
- A realização das atividades possibilitou constatar a aplicabilidade da metodologia grupal, em que, diante de uma realidade concreta,
cada indivíduo a interioriza, de acordo com as suas possibilidades de compreensão e a externaliza através de suas ações e
posicionamentos. Esse processo pode ser observado à medida que a exposição das experiências vividas por cada gestante foi
compartilhada com as demais participantes, configurando-se em um aprendizado.
- As ações empreendidas se estruturaram no pressuposto do exercício do acolhimento, que favorece a formação do vínculo necessário
para a emergência da fala do sujeito. Esta postura se mostrou condizente com os pressupostos da PNH (Política Nacional de
Humanização) do SUS, o que reafirma sua adequação e eficiência ao que se propõe.
Referências Bibliográficas
Davis, Claudia; Oliveira, Zilma. Psicologia na Educação. São Paulo, Editora Cortez,
1994.
Lane, Silvia. O Processo Grupal. In Cadernos PUC-Psicologia, no.11, Educ., Cortez
Editora, 1981.
Maldonado, Maria Tereza P. Psicologia da Gravidez. Petrópolis, Editora Vozes, 1991.
Reboredo,Lucilia A. As técnicas grupais como recurso educativo. In Paulino,
Fernando. Texto reproduzido para a disciplina de Procesos Grupais. Agosto, 2006.
Rivière, Enrique Pichon. Teoria do Vínculo. Editora Martins Fontes, 2000.
Serafim, Andréia. Programa Saúde da Família. Texto reproduzido para a disciplina de Estágio Supervisionado em Educação. Agosto,
2009.
Soifer, Raquel. Psicologia da Gravidez, parto e puerpério. Editora Artes Médicas,
1992.
Vygotsky, L. S. A formação social da mente. São Paulo, Editora Martins Fontes, 2003.
Winnicott, D.W. O Ambiente e os Processos de Maturação. Editora Artmed, 1983.
Zimerman, D.E. e Osório, L.C. Como Trabalhamos com Grupos. Porto Alegre: Artes
Médicas,1997.

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