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Questão aberta ESTRUTURAS DE FUNDAÇÕES Atila Felipe Onaya matrícula 1126044 2 Conteúdo ACQA – Estrutura de fundações .......................................................................... 3 1.0 Enunciado ....................................................................................................... 3 2.0 Determinação da resistência do solo ............................................................... 4 3.0 Dimensionamento da sapata ........................................................................... 4 3.1 Determinação da geometria da sapata ......................................................... 4 3.2 Determinação da armadura da sapata .......................................................... 6 4.0 Distribuição das ferragens e arranjo ............................................................... 7 5.0 Referências ..................................................................................................... 9 3 ACQA – Estrutura de fundações 1.0 Enunciado “Determine as dimensões “a” e “b” da base e a altura “h” de uma sapata rígida isolada, arredondando-as para cima em múltiplos de 5 cm, considerando critérios técnicos e econômicos, para um pilar sujeito a um carregamento centrado, de seção retangular de 50 x 30 cm, com as seguintes características: - Carga vertical do pilar: 1350 kN - Momento do pilar: 110 kN.m - Classe do concreto: C20 - Aço das armaduras: CA-50 - Cobrimento das armaduras: 5 cm - Diâmetro da barra de aço do pilar: 16 mm - Zona de boa aderência, sem gancho Após o dimensionamento da base e da altura da sapata, deve-se dimensionar as armaduras que serão utilizadas, de acordo com o capítulo 4.1 Dimensionamento das Armaduras da Sapata. A resposta da armadura para cada direção, paralela ao lado a e paralela ao lado b, deve ser fornecida em cm2/m. A tensão admissível do solo deve ser determinada considerando-se o índice de resistência à penetração (NSPT), que é a soma do número de golpes necessários para a penetração dos últimos 30 cm do amostrador padrão no solo. Existem diversas relações que levam em conta a tensão admissível do solo (σADM) e o número de golpes necessários para cravar os últimos 30 cm (NSPT). Tomando-se o resultado da sondagem realizada no terreno da edificação, que para a profundidade da base da sapata, apresenta um NSPT igual a 9, sendo o solo classificado como silte, utilizando a fórmula e a tabela apresentadas no material didático, no tópico “Resistência do Solo - SPT”. Se os resultados obtidos através da tabela e da fórmula forem diferentes, considerar em favor da segurança o de menor valor.” 4 2.0 Determinação da resistência do solo Pela tabela da norma NBR7250-1982 [1], para o solo classificado como silte com índice de penetração de 9 tem como designação mediamente compacto se for silte arenoso ou média se for silte argiloso. A determinação da tensão admissível do solo calculada segundo Rebello (2008) [2] é dada por: 𝜎𝑎𝑑𝑚 = √𝑁𝑆𝑃𝑇 − 1 = √9 − 1 = 2,00 𝑘𝑔/𝑐𝑚² [1] A determinação da tensão admissível segundo tabela de Chiossi (1987) [3] para areia e silte com número de golpes variando de 5 a 10 é de 1,00 kg/cm² até 3,00kg/cm². Conforme enunciado adota-se o menor valor entre as duas metodologias, a favor da segurança, de 1,00 kg/cm² que corresponde a 0,098 MPa (98 kN/m²). 3.0 Dimensionamento da sapata O dimensionamento da sapata seguiu as recomendações da norma ABNT NBR 6122 – Projeto e Execução de Fundações [4]. 3.1 Determinação da geometria da sapata A área mínima da sapata pode ser calculada pela expressão abaixo, com α = 1,1 para sapatas rígidas: 𝐴𝑚𝑖𝑛 = 𝑁×𝛼 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 1350𝑘𝑁×1,1 98𝑘𝑁/𝑚² = 15,15𝑚2 = 𝑎 × 𝑏 [2] Como a proporção entre os lados dos pilares e da sapata devem ser iguais, preferencialmente, resultando em balanços iguais, temos a seguinte relação: 𝑎 − 𝑏 = 𝑎𝑝 − 𝑏𝑝 ↔ 𝑎 − 𝑏 = 0,2 𝑚 ↔ 𝑎 = 0,2 + 𝑏 [3] Substituindo b na equação anterior tem-se: (0,2 + 𝑏) × 𝑏 = 15,15 ↔ 𝑏2 + 0,2. 𝑏 − 15,15 = 0 [4] Considerando a raiz positiva da equação [4]: 5 𝑏 = −0,2+√0,22+4.1.15,15 2 = 3,79𝑚 = 379𝑐𝑚 [5] O que arredondando para cima por múltiplos de 5 resulta em 380cm, a dimensão a será de 400cm, basta substituir o valor de b na equação [3] em metros. Com as dimensões iniciais pode-se calcular a área da sapata e o momento de inércia da seção de contato com o solo. Como limitação no ponto de maior compressão da sapata não podemos ultrapassar a tensão admissível do solo. 𝑊 = 𝑏×𝑎² 6 = 3,8 ×4,0² 6 = 10,13 𝑚³ [6] 𝐴 = 𝑎 × 𝑏 = 15,2 𝑚² [7] 𝜎 = 𝑁×𝛼 𝐴 + 𝑀 𝑊 ≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚 ; 𝜎 = 1350×1,1 15,2 + 110 10,13 = 108,56𝑘𝑁 𝑚2 > 98,00𝑘𝑁 𝑚2 [8] As dimensões iniciais não foram os suficientes para diminuir as tensões de contato do solo ao admissível, com isso aumenta-se a dimensão b de 5 em 5 cm até que a condição da equação [8] seja atendida, a condição final será de 400x420 cm. Tabela 1: Dimensões da sapata, valores até a tensão admissível. (fonte: própria autoria). b [m] a [m] A [m²] W [m³] s [kN/m²] 3,85 4,05 15,59 10,52 105,69 3,90 4,10 15,99 10,93 102,94 3,95 4,15 16,39 11,34 100,29 4,00 4,20 16,80 11,76 97,75 Os balanços da sapata são: 𝑎𝑝 + 2𝑐𝑎 = 420 ↔ 50 + 2𝑐𝑎 = 420 ↔ 𝑐𝑎 = 185 𝑐𝑚 [9] 𝑏𝑝 + 2𝑐𝑏 = 400 ↔ 30 + 2𝑐𝑏 = 400 ↔ 𝑐𝑏 = 185 𝑐𝑚 [10] A altura da sapata será determinada pelo menor valor entre a ancoragem mínima (função da qualidade do concreto, cobrimento e do comprimento de ancoragem) e entre a altura mínima para garantir que a sapata seja rígida. ℎ𝑚𝑖𝑛 ≥ 𝑎−𝑎𝑝 3 ↔ ℎ𝑚𝑖𝑛 ≥ 420−50 3 ↔ ℎ𝑚𝑖𝑛 ≥ 123,3 𝑐𝑚 [11] ℎ𝑚𝑖𝑛 ≥ 44 × 1,6 + 5 ↔ ℎ𝑚𝑖𝑛 ≥ 70,4 𝑐𝑚 [12] A altura escolhida será de 125cm. Assim determina-se todas as dimensões da sapata, resume-se na figura 1. 6 Figura 1: Geometria da sapata. (fonte: própria autoria). 3.2 Determinação da armadura da sapata A armadura da sapata foi calculada para os seguintes dados de entrada: Tabela 2: Dados de entrada, geometria e qualidade do aço. (fonte: própria autoria). Dados da sapata Dados do pilar a = 420 cm ap = 50 cm b = 400 cm bp = 30 cm h = 125 cm Dados do aço N = 1350 kN fyk 50 kN/cm² P = 0.01130 kN/cm² γs 1.15 Pressão no solo majorada em 1.4 fyd 43.48 kN/cm² c = 5.0 cm d = 120.0 cm A pressão do solo foi recalculada considerando fator de majoração de 1,4 e desprezando o efeito do momento atuante no pilar, chega-se ao seguinte resultado: 𝑃𝑠𝑜𝑙𝑜 = 𝑁×1,4 𝐴 = 1350 × 1,4 420 ×400 ↔ 𝑃𝑠𝑜𝑙𝑜 = 0,0113 𝑘𝑁/𝑐𝑚² [13] O cálculo dos braços de momento nas seções de referências paralelas as faces do pilar, correspondem ao balanço acrescido de 15% das dimensões do pilar. 𝑥𝐴 = 𝑐𝑎 + 0,15𝑎𝑝 = 185 + 0,15.50 = 192,5 𝑐𝑚 [14] 𝑥𝐵 = 𝑐𝑏 + 0,15𝑏𝑝 = 185 + 0,15.30 = 189,5 𝑐𝑚[15] 7 A força atuante na seção de contato delimitada pelas dimensões a, b, xa e xb. Figura 2: Seções para cálculo da resultante das pressões. (fonte: Própria autoria). 𝑅𝑎 = 400,0 × 192,5 × 0,0113 = 870,1 𝑘𝑁 [14] 𝑅𝑏 = 420,0 × 189,5 × 0,0113 = 899,4 𝑘𝑁 [15] O momento é calculado considerando como braço metade dos balanços. 𝑀𝑎 = 870,1 𝑘𝑁 × 192,5 × 0,5 = 83747,1 𝑘𝑁. 𝑐𝑚 [16] 𝑀𝑏 = 899,4 𝑘𝑁 × 189,5 × 0,5 = 85215,0 𝑘𝑁. 𝑐𝑚 [17] Finalmente a armadura resulta do equilibrio de momento máximo com a resistência da armadura minorada pelo fator gama de 1,15 e dividindo a área obtida pelas dimensões de distribuição, tem-se as taxas por metro. 𝐴𝑎 = 𝑀𝑎 0,85×𝑓𝑦𝑑×𝑑 = 83747,1 0,85 ×43,48 ×120 = 18,9 𝑐𝑚2; 𝑁𝑎 = 18,9 4 = 4,72 𝑐𝑚2/𝑚 [18] 𝐴𝑏 = 𝑀𝑎 0,85×𝑓𝑦𝑑×𝑑 = 85215,0 0,85 ×43,48 ×120 = 19,2 𝑐𝑚2; 𝑁𝑏 = 19,2 4,2 = 4,58 𝑐𝑚2/𝑚 [19] 4.0 Distribuição das ferragens e arranjo Utilizando a tabela 08 de Pinheiro (1994) [5] a taxa de armadura por metro pode-se selecionar quatro possíveis taxas superiores a 4,72 cm²/m, mas não muito maiores, garantindo assim um dimensionamento econômico, são: fios de 6,3 a cada 6,5cm, fios de 8mm a cada 10cm e assim por diante (ver destaque da tabela). Tabela 3: Espaçamento e diâmetro da ferragem. (fonte: Pinheiro modificado). s DIÂMETRO NOMINAL (mm) (cm) 5 6.3 8 10 12.5 6.50 3.02 4.80 7.74 12.08 18.88 10.00 1.96 3.12 5.03 7.85 12.27 16.00 1.23 1.95 3.14 4.91 7.67 25.00 0.78 1.25 2.01 3.14 4.91 8 Nas figuras abaixo demostra-se como ficaria a distribuição da armadura com espaçamento aproximadamente uniforme de 25cm ao longo do centro da sapata, com espaçamentos pouco menores, cerca de 19 cm nas extremidades para corrigir o cobrimento e a dobra das armaduras na direção do pilar. Figura 3: Exemplo de arranjo das ferragens. (fonte: própria autoria). 9 Figura 4: Detalhe das extremidades. (fonte: Própria autoria). 5.0 Referências [1] ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR-7250 Identificação e descrição de amostras de solo. Rio de Janeiro, ABNT 1982. [2] REBELLO, Yopanan. Fundações: guia prático de projeto, execução e dimensionamento. São Paulo: Zigurate, 2008. 240 p. [3] CHIOSSI, Nivaldo. Geologia Aplicada à Engenharia. 4. ed. São Paulo: Grêmio Politécnico, 1987. 239 p. [4] ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 6122 – Projeto e Execução de Fundações. Rio de Janeiro, ABNT 1996. [5] PINHEIRO, L. Fundamentos do Concreto e Projeto de Edifícios- v.l, São Carlos, 2007.