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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS ISIS DE OLIVEIRA ÁVILA DE MATOS LEONARDO BESSA BARROS FERREIRA MILENA NOGUEIRA MACEDO MÔNICA CODOGNOTO BÉRGAMO MICROGRAFIA DE LIGAS FERROSAS PONTA GROSSA 2019 ISIS DE OLIVEIRA ÁVILA DE MATOS LEONARDO BESSA BARROS FERREIRA MILENA NOGUEIRA MACEDO MÔNICA CODOGNOTO BÉRGAMO MICROGRAFIA DE LIGAS FERROSAS Trabalho apresentado para obtenção de nota parcial na disciplina de Ensaios e Caracterização de Materiais I do Curso de Engenharia de Materiais, da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Prof. Dr. Osvaldo Mitsuyuki Cintho. PONTA GROSSA 2019 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – a) Diagrama Fe-C com maior escala de % de carbono. b) Diagrama Fe-C com menor escala de % de carbono............................................................................5 Figura 2 – Aço SAE 1006...........................................................................................10 Figura 3 – Aço SAE 1020...........................................................................................11 Figura 4 – Aço SAE 1045...........................................................................................12 Figura 5 – Aço SAE 1080...........................................................................................13 Figura 6 – Conexão FoFo...........................................................................................14 Figura 7 – Disco de freio............................................................................................15 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4 1.1 AÇOS E FERROS FUNDIDOS .......................................................................... 4 1.2 DIAGRAMA FERRO CARBONO ........................................................................ 4 2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 6 3 MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................7 3.1 MATERIAIS.........................................................................................................7 3.2 MÉTODOS..........................................................................................................7 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................9 4.1 REALIZAÇÃO DA PRÁTICA CONFORME AS NORMAS TÉCNICAS...............9 4.2 AÇOS HIPOEUTECTÓIDES.............................................................................10 4.3 AÇO HIPEREUTECTÓIDES ............................................................................ 12 4.4 FERROS FUNDIDOS ....................................................................................... 13 5 CONCLUSÕES ................................................................................................ 16 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 17 4 1 INTRODUÇÃO A metalografia aborda a estrutura e morfologia dos materiais metálicos com o auxílio de um microscópio para observar a microestrutura do metal. Desta forma, é possível determinar sua textura e microconstituintes. Para isso, é necessário um conjunto de processos como: seleção da amostra, embutimento, lixamento, polimento da amostra e ataque com o devido reagente (1). 1.1 AÇOS E FERROS FUNDIDOS Pode classificar os aços com base em diferentes critérios, com relação a sua composição química (aços carbono, aços baixa ligas), na aplicação (aços para construção mecânica, aços para embalagens) e nas características microestruturais (aços austeníticos, aços dualphase). É comum que nenhuma das classificações atendam completamente todas as características de um determinado aço, sendo esse dependente do ponto de vista que se deseja considerar na classificação. Para os produtos de aços as especificações mais utilizadas são da American Society for Testing and Materials (1, 2). Dentre as ligas ferro-carbono, os ferros fundidos constituem um grupo de ligas de fundamental importância para a indústria, não devido apenas as características inerentes ao próprio material, como também pelo fato de, mediante introdução de elementos de liga, aplicação de tratamentos térmicos adequados e pelo desenvolvimento do ferro fundido nodular, ter sido viável ao seu emprego em aplicações que, de certo modo, eram exclusivas dos aços (2). A definição clássica que separa aços de ferro fundidos emprega a solubilidade máxima de carbono na austenita. Maiores teores de carbono, significa maior facilidade em fundir ligas, devido a menor temperatura da linha liquidus do diagrama Ferro- carbono (1). 1.2 DIAGRAMA FERRO-CARBONO O diagrama ferro-carbono permite a discussão das combinações de composições químicas e estruturais em diferentes escalas. A composição química é controlada fundamentalmente pelo conjunto de operações de deformação mecânica e variações de temperatura, chamado de tratamentos termomecânicos (1). 5 Dependendo da temperatura, em equilíbrio a pressão atmosférica, o ferro pode ter em equilíbrio duas estruturas cristalinas sendo essas CCC e CFC, além também de poder se apresentar no estado liquido. Podemos ter também elementos de liga que favorecem e ajudam a formação de uma ou outra estrutura. O modo clássico de apresentar, em metalurgia, estas informações é sob a forma de diagramas de equilíbrio de fases, como mostra a figura 1 abaixo (1). Figura 1 – a) Diagrama Fe-C com maior escala de % de carbono. b) Diagrama Fe-C com menor escala de % de carbono. Fonte: (1). 6 2 OBJETIVOS Verificar e comparar as microestruturas de amostras de ligas ferrosas por meio da técnica metalográfica de micrografia, seguindo as normas ASTM. 7 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS Para a realização da prática de micrografia foram utilizadas 6 amostras metálicas, sendo elas os aços SAE 1006, SAE 1020, SAE 1045, SAE 1080 e também conexão FoFo e disco de freio. Para o lixamento, utilizou-se a sequência de lixas com granulometria de 240 mesh até a última de 1500 mesh, além de água destilada e da máquina politriz. Para o polimento utilizou-se as suspensões de alumina de 1µm e 0,3µm, pano para polimento, vidro relógio e nital 2% para realizar o ataque, assim como, secador e álcool etílico para a secagem. Realizou-se as fotos das amostras no microscópio óptico Olympus EX51, além dos devidos equipamentos de segurança (EPI). 3.2 MÉTODOS Primeiramente foi realizado o lixamento, foi preparado 6 amostras em lixas de granulometria de 240 mesh. Após obter-se uma superfície com alinhamento de riscos, virou-se a amostra em 90° e passou-se para a lixa seguinte sendo essa de 320 mesh, assim por diante até chegar na última lixa de 1500 mesh. Devido a problemas como arredondamento, utilizou-se 6 amostras já preparadas porem com superfície com certa oxidação, sendo cada grupo responsável por 2, e passou-se cada uma delas apenas na últimalixa de 1500, descartando as amostras iniciais. Sendo assim temos que a norma ASTM E 3 - 01 Standard Guide for Preparation of Metallographic Specimens não teve o devido seguimento, além disso ao final de cada amostra, lavou- as com álcool etílico e realizou-se a secagem com o auxílio de um secador (3). Os polimentos das amostras metálicas também foram realizados com base na norma ASTM E 3 - 01, onde cada uma delas foi polida primeiramente com uma suspenção de alumina de 1µm e, em seguida, com uma suspenção de 0,3µm. Além disso, a norma recomenda um manuseio para o polimento com movimentos rotativos contra o disco da politriz, com o lubrificamento correto dos discos, para se obter melhores resultados. Para a realização do ataque químico após o devido preparo das amostras, é necessário conhecer a fica MSDS do reagente utilizado, que no caso desta prática foi o nital 2%. Após o conhecimento das normas de segurança, realizou-se o ataque químico que durou aproximadamente alguns segundos, que já foi o suficiente para a 8 perda do brilho das amostras. Após entrar em contato com o nital, as amostras foram lavadas e secadas rapidamente para evitar a queima da superfície (4). Após sofrerem o ataque químico, as 6 amostras metálicas foram levadas para o microscópio óptico Olympus EX51 e realizou-se as capturas das imagens de cada superfície, seguindo as especificações da norma ASTM E 7. Para melhor análise dos resultados, ajustou-se corretamente o brilho e foco do aparelho para uma imagem mais nítida, assim como, é indicado um aumento na lente que seja ideal para a visualização da microestrutura (5). 9 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 REALIZAÇÃO DA PRÁTICA CONFORME AS NORMAS TÉCNICAS Durante a realização da prática, foram propostas pelo devido roteiro de práticas normas técnicas para realização do experimento de micrografia, dispostas pela American Society for Testing and Materials. Com relação a elas, é realizado a analise se as mesmas foram seguidas de maneira correta. A seleção da amostra foi realizada de acordo com a intenção do exame metalográfico, como o objetivo era realizar uma análise mais geral, foi escolhida as amostras que apresentavam uma maior probabilidade de revelar variações da microestrutura. Por conveniência as amostras escolhidas não apresentavam mais que 12-15 mm (3). O embutimento foi realizado utilizando resina moldável de poliéster um material que não reage eletroliticamente com a espécie, sendo a resina vazada em um molde de plástico com formato circular, onde as devidas resinas e amostras foram deixadas em um vidro para que fossem curadas além disso, se fez necessário revestir o vidro com um fixador para que a resina não escoasse entre a parte de baixo do molde e o a superfície do vidro (3). Durante a etapa de lixamento, foi realizado uma maior pressão nas ligas mais duras do que nas mais suaves. No polimento ocorreu a subdivisão em duas etapas, sendo o tipo e tamanho dos abrasivos de polimento ditados pela dureza da amostra sendo necessário uma relação mínima entre o tempo e a força para evitar ao máximo a probabilidade de se gerar fatores que prejudicassem a análise da microestrutura, tais esses como riscos fora do sentido de usinagem e arredondamento dos corpos de prova (3). A etapa de lixamento apresentou problemas devido ao não seguimento do indicado a cima. O ataque a superfície devidamente preparada foi realizado utilizando luvas, jaleco e óculos de proteção como sugerido pela norma ASTM 407 – 99. Sendo o ataque realizado utilizando nital 2%, pois foi o reagente observado na tabela que se enquadrava melhor para se obter os resultados necessários. Deixando a superfície em contato apenas por alguns segundos com o reagente até se observar uma superfície com menor brilho que a superfície antes do ataque. Sendo que foi realizado a limpeza cuidadosamente ao final de cada etapa como prescrito pelas normas técnicas (3, 4). 10 4.2 AÇOS HIPOEUTETÓIDES O Aço SAE 1006 é classificado como um aço hipoeutetóide considerado com baixo teor de carbono, a temperatura ambiente se apresenta na forma de ferrita de estutura CCC e pertita, sendo essa caracterizada por lamelas alternadas de ferrita e cementita. O resfriamento lento a partir de altas temperatura torna viável a visualização da transformação de austenita de estrutura CFC em ferrita de estrutura CCC, como resultado dessa baixa taxa de resfriamento a austenita remanescente se torna cada vez mais concentrada de carbono fazendo com que abaixo de 727°C o aço hipoeutetóide passa a se dividir em ferrita e cementita. Já a transformação de austenita em ferrita ao atingir a temperatura de 727°C é brusca e repentina, para se assumir diferentes posições acabam se dispondo de maneira característica, lamelas alternadas e delgadas (2). Figura 2 – Aço SAE 1006. Fonte: Os autores. A composição nominal do aço SAE 1006 é de 0,06%, pela figura 2 pode-se observar uma distribuição heterogênea de perlita, com regiões com maiores concentrações. Sendo que as partes claras da microestrutura desse aço é ferrita proeutetóide e as partes mais escuras sendo cementita (6). 11 O aço SAE 1020 apresenta uma composição nominal de 0,2% de carbono, quando comparado com o aço SAE 1006 apresenta uma maior quantidade de perlita, porem mesmo assim não foi suficiente para observar as lamelas alternadas de ferrita próeutetóide de estrutura CCC e cementita. Pode observar pela figura 3 de micrografia a presença de alguns pontos, sendo esses inclusões geradas através do ataque metalografico (6). Figura 3 – Aço SAE 1020. Fonte: Os autores. O aço SAE 1045 apresenta uma composição nominal média 0,45% de carbono, com relação aos outros dois aços discutidos anteriormente apresenta uma porção escura muito maior, ou seja, presença maior de pertita relacionado com a maior porcentagem de carbono do que ferrita proeutetóide representado pela fase clara disposto na figura 4 de micrografia. Porém, ainda assim, apresenta um teor de carbono inferior ao ponto eutetóide, relacionado a isso classifica-se como um aço hipoeutetóide. 12 Figura 4 – Aço SAE 1045. Fonte: Os autores. 4.3 AÇO HIPEREUTETÓIDE O aço SAE 1080 é classificado como um aço hipereutetóide, devido ao percentual de carbono nominal de 0,8%, ou seja, superior ao valor de um aço eutetóide. Sua microestrutura é formada por cementita e perlita, durante o resfriamento a austenita começa a se transformar em cementita até atingir a temperatura de 727°C, sendo que a austenita que permaneceu chamada na literatura de remanescente se transforma em ferrita, dando assim origem ao microconstituinte perlítico, característico por lamelas alternadas de ferrita e cementita (2). Um fator que pode alterar a imagem da microestrutura é a temperatura de austenitização desses aços, com percentual maior que 0,77% de carbono, a temperatura é ajustada para que não haja a austenitização completa, e posteriormente, formação de cementita em rede, nos contornos de grão, fato esse que quando realizado o ataque ele se confunde gerando imagens pontos escuros nessas regiões (1). 13 Figura 5 – Aço SAE 1080 Fonte: Os autores. A figura 5 mostra a microestrutura desse aço, onde é observado a presença de pontos escuros, sendo esses cementita pró-eutetóide. Com relação ao microconstituinte perlítico, para uma melhor análise de suas lamelas alternadas de ferrita de estrutura CCC e cementitacomposto intermetálico Fe3C, uma imagem da microestrutura com maior ampliação seria o mais indicado. 4.4 FERROS FUNDIDOS O ferro fundido conexão FoFo, é mostrado na figura 6 e pode-se observar que a grafita apresenta uma morfologia um tanto quanto esférica, porém, percebe-se que o processo de nodularização não foi completo em algumas regiões, fato esse que se deve a algumas regiões não apresentarem esse formato esférico. A grafita na forma esferoidal é obtida pela adição de alguns elementos como magnésio e césio, onde a adição deles deve ser controlada, para se produzir a forma desejada da grafita e também minimizar o efeito dos elementos que interferem no processo mudando a morfologia como observado nesse ferro fundido (1, 2). 14 Figura 6 – Conexão FoFo. Fonte: Os autores. A nodularização de ligas ferrosas, ocorrem com as ligas no estado líquido, onde ocorre a adição de magnésio em pequenas quantidades, levando em conta que se deve ter o controle de algumas variáveis como, composição, temperatura, tempo e a sua taxa de resfriamento (1). Quando as condições de composição química e de velocidade de resfriamento são propícias à solidificação do eutético de equilibro, forma-se grafita, sendo que a morfologia mais comum da fase grafita é de lamelas, caso esse do disco de freio, mostrado na figura 7, apresentada na página seguinte (1). 15 Figura 7 – Disco de freio. Fonte: Os autores. Pode-se observar algumas regiões em que temos o desaparecimento dos veios da grafita sendo que nessas regiões ocorreu a oxidação, nelas é gerado um aumento de volume, mais conhecido como “inchamento”. Ocorre através da reação do oxigênio com a grafita, formando CO e CO2 (1). 16 5 CONCLUSÕES Os procedimentos realizados na devida pratica não seguiram fielmente as normas técnicas E 3 - 01, apenas a norma E 407 – 99 foi seguida corretamente. Durante a etapa de lixamento constatou-se problemas com os corpos de provas, que se encontravam arredondados, sendo necessário a troca deles por amostras já preparadas. Concluiu-se que para os diferentes ferros fundidos, obteve-se uma diferença muito grande de morfologia, sendo que na conexão Fofo observou-se uma morfologia nodular, enquanto no disco de freio obteve-se uma morfologia da grafita na forma de veios e precipitados. Já para os diferentes aços pode-se realizar a análise com relação a teor de carbono, sendo que o aço SAE 1080 foi classificado como hipereutetóide e os demais aços SAE 1006, 1020 e 1045 foram classificados como hipoeutetóides. 17 REFERÊNCIAS 1 COLPAERT, H. Metalografia de Produtos Siderúrgicos Comuns. 4ª. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2002. 651p. 2 CHIAVERINI, V. Aços e ferros fundidos: características gerais, tratamentos térmicos, principais tipos. 7ª ed. São Paulo: Associação Brasileira de Metais, 2002. 504p. 3 AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. E 3 – 01: Standard Guide for Preparation of Metallographic Specimens. West Conshohocken: ASTM, 2011. 12p. 4 AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. E 407 - 99: Test Methods for Microetching Metals and Alloys. West Conshohocken: ASTM, 1999. 21p. 5 AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. E 7- 03: Terminology Relating to Mettalography. West Conshohocken: ASTM, 2001. 29p. 6 ADAMS, L. B.et al. Metallography: An Introduction In: ASM Metals Handbook – Metallography and Microstructures. ASM International, 2004 v. 9, 1627p.
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