Políticas Sociais no Brasil

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06/04/2018
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Tele Aula 1: A gênese das Políticas Sociais
Disciplina: Políticas Setoriais e Políticas Setoriais 
Contemporâneas
Professora Maria Lucimar Pereira
Mestre em Política Social e Serviço Social - UEL, 
Assistente Social
Apresentar elementos teóricos que possibilitam
melhor compreensão acerca de política social:
conceitos, sua origem, as funções e seu
desenvolvimento no Brasil.
Objetivo desta Tele Aula
Aula 1 - A Gênese das Políticas Sociais;
Aula 2 - Políticas Setoriais: trabalho, educação, habitação, 
saúde, álcool e drogas;
Aula 3 - Políticas Setoriais: Família, Criança e 
Adolescente, Idoso, Pessoa com Deficiência;
Aula 4 - As políticas sociais a partir dos anos 1990: 
paradigmas e regulação social no Estado brasileiro.
Conteúdo da Disciplina: 
Estudar esta temática implica em estudar o papel que o Estado
desenvolve com a população.
O Estudo sobre política não é recente, desde a antiguidade se
estuda sobre o Estado:
 O papel que se espera do Estado foi se modificando:
Conceituando e Contextualizando 
Política social
Para falar de políticas sociais é necessário primeiramente
definir o que é ‘política’. Machado e Kyosen (2000, p. 61) a
definem como:
 ‘“[...] ciência de bem governar um povo, constituído em
Estado. Em um Estado democrático, essa governabilidade é
exercida pelo poder público, via representantes conduzidos
ao poder, direta ou
indiretamente, pelo povo”.
O que é Política
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Nos Estados de Direito áDemocr tico:
 o governo deve ser democrático e chegar ao poder com
a participação direta deste povo. A política tem como
meta estabelecer princípios que sejam indispensáveis
para a realização de um governo que cumpra com as
suas responsabilidades, ou seja, que suas ações sejam
de melhor proveito para a população.
O que é Política
Políticas sociais são próprias das construções políticas das
economias capitalistas, de ações e controles das demandas
sociais elementares da população que não são satisfeitas pelo
modo capitalista de produção.
Machado e Kyosen: as políticas sociais são mediadoras das
necessidades de valorização e acumulação do capital e as
necessidades de conservação da força de trabalho disponível
para este mercado.
O que são Políticas Sociais?
Assim, a política social é uma
 “[...] gestão estatal da força de trabalho e do preço da
força de trabalho. Ressaltamos que entendemos por
força de trabalho todos os indivíduos que só têm a sua
força de trabalho para vender e garantir sua
subsistência [...]”
O que são Políticas Sociais?
Para Vianna (2002) a política social é compreendida como uma
das modalidades de política pública e, assim sendo, também de
responsabilidade do governo, ou por ação e ou por fiscalização,
além disso, tem objetivos específicos.
O que são Políticas Sociais?
Pol. 
Eco
Pol. 
Desen
Indust
Pol. 
Des. 
rural
Pol. 
Amb.
Pol. 
Social 
1ª Atividade em Sala
A partir da orientação do slides anterior, sugira exemplos de:
 Políticas econômicas:
 Política ambiental:
 Políticas Sociais:
Kernkamp e Pereira (2013) definem que políticas sociais são as
estruturas que garantem o acesso aos direitos sociais
consagrados no artigo 6º da Constituição Federal de 1988:
Art. 6º: São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
O que são Políticas Sociais
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Behring e Boschetti (2006) - “processo e
resultado de relações complexas e contraditórias
que estabelecem entre Estado e sociedade civil, no
âmbito dos conflitos e lutas de classes que
envolvem o processo de produção e reprodução
do capitalismo [...]”. (p. 36)
O que são Políticas Sociais
A ãfunç o social:
 Tem por objetivo a redistribuição dos recursos por meio do
acesso aos serviços sociais e assistenciais como forma de
complementação de renda à população mais pobre dos
países capitalistas.
 são aplicados aos usuários os serviços sociais, tais como:
ãeducaç o, úsa de, trabalho, ãhabitaç o e outros, não como
direito – e sim como benesse, filantropia, favor.
Funções das Políticas Sociais
A ãfunç o ôecon mica:
 O Estado tem por responsabilidade a transferência
direta ou indireta de bens e recursos para a população
mais vulnerável. O acesso é por meio da prestação de
serviços sociais elementares como a saúde, a educação
e a assistência social. O financiamento desse serviço é
por toda a população, já que são pagos através da
arrecadação dos impostos.
Funções das Políticas Sociais
A ãfunç o ípol tica:
 Refere às lutas entre as classes sociais divergentes,
entre os trabalhadores e os patrões que tem e
defendem interesses totalmente antagônicos. A defesa
desses interesses é histórica e o produto desta luta é o
avanço na questão das conquistas dos direitos dos
trabalhadores em alguns momentos e em outros
expressam o retrocesso.
Funções das Políticas Sociais
Piana (2009): não se pode afirmar exatamente o momento
da origem das primeiras ações identificadas como de
políticas sociais. Podemos afirmar que para seu
surgimento foram necessários alguns fatores como:
 Ascensão do capitalismo, provocada pela Revolução
Industrial;
 As lutas de classe e;
 A intervenção estatal como mediação da luta de classe.
Origem das Políticas Sociais
Profunda transformação política, social, tecnológica e
econômica;
 Iniciou na Europa, primeiramente na Inglaterra, em
meados do século XVIII. Este período marcou a era
do capitalismo.
Como era antes da ãRevoluç o Industrial?
Revolução Industrial 
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 Os trabalhadores encontravam no senhor feudal a
proteção:
 A relação era de submissão. Tudo e todos: os servos, o
espaço, as terras e as ferramentas pertenciam ao
senhor.
 Era de interesse do senhor que o seu servo estivesse
sempre em condições de produção.
Antes da Revolução Industrial
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=qzzN33flYw
g
O Germinal
A falta de proteção aos trabalhadores surgiu as primeiras
manifestações de insatisfação por parte dos operários:
 Os trabalhadores expressavam suas insatisfações
através das greves operárias;
 As organizações e mobilizações começaram em prol da
redução das longas jornadas de trabalho, que
chegavam até 16 horas diárias, e reivindicações por
melhores remunerações.
Luta de Classes
A partir do conflito entre capital e trabalho também
despertou a consciência política e social e a organização
dos trabalhadores por meio dos sindicatos e cooperativas
na busca da responsabilidade pública.
A partir dos conflitos de classes o Estado é obrigado a
desenvolver ações para amenizar os conflitos:
 As primeiras ações de política
social surgem neste contexto.
Intervenção do Estado
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=eJJxtFoYDj4
Germinal - Motim - linchamento do vendeiro
Construído entre o final do século XIX e começo do século XX:
 Responsabilização do Estado pela intervenção e regulação
do bem-estar social:
• Princípio - pleno emprego e a menor desigualdade social
entre os cidadãos;
• O Estado é responsável por garantir um padrão de vida
com as condições mínimas de vida para a população como
um direito social.
Estado de Bem-Estar Social ou 
Welfare State
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Welfare State – foi empregada para definir o Estado de Bem-
Estar Social, mas esta expressão é recente, anteriormente
utilizada para referir-se ao Estado Providência.
Nogueira (2001), o Estado Providência foi utilizado pela
primeira vez pelo francês Émile Ollivier, em 1860, ao criticar o
aumento das responsabilidades do Estado com a população, o
que estava na contramão da esteira, pois o que se reconhecia
até entãoera o interesse particular dos indivíduos.
Estado de Bem-Estar Social ou Welfare
State
A expressão Welfare State foi criada na década de 40 do século
XX:
 Plano Beveridge, criado na Inglaterra logo após a Segunda
Guerra Mundial (1939 a 1945);
 O primeiro documento a marcar os princípios da nova fase
desse sistema de proteção social.
 Esse plano teve repercussão mundial e influenciou a
construção dos modelos de proteção de muitos países,
inclusive o Brasil.
Estado de Bem-Estar Social ou 
Welfare State
O Estado ampliou suas funções tanto na economia como nas
questões sociais – diferenciando do Estado Liberal:
 O processo de transformação variou de país a país,
conforme a organização das forças do movimento dos
operários;
 Ocorreu primeiramente na Europa e Estados Unidos.
Estado de Bem-Estar Social ou Welfare
State
Na década de 70 do século XX, o Estado de Bem-Estar
Social iniciou sua decadência devido à outra crise do
sistema capitalista, desta vez devido à queda do
crescimento econômico e do aumento das taxas da
inflação.
As ideias liberais ganharam força na década de 80, do
mesmo século, com a queda dos modelos socialistas do
leste europeu, o colapso da economia e a crise fiscal do
Welfare State.
Estado de Bem-Estar Social ou Welfare
State
As ideias liberais propõem a mínima regulamentação para 
o Estado com ampla liberdade na economia para os 
agentes produtivos, ou seja, a mínima intervenção do 
Estado nas questões econômicas. O mercado passava a 
ter o controle.
Estado de Bem-Estar Social ou Welfare
State
A gênese e desenvolvimento das políticas sociais no Brasil
foram bem diferentes da Europa:
 como vimos até agora nesta unidade. Não fomos o berço da
Revolução Industrial, nossa história tem marcas bem
particulares, pois nossa política social decorre de um país da
periferia do mundo capitalista.
 A Referência de proteção social estatal foi a implantação do
sistema previdenciário:
• CAPs:
• IAPs:
• INPS:
• INSS:
O Surgimento das Políticas Sociais no 
Brasil
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LESBAUPIN, I. (Org.). O desmonte da nação: balanço do 
governo FHC. Petrópolis: Vozes, 1999;
PEREIRA, Potyara A. P. A Assistência na Perspectiva dos 
direitos: crítica aos padrões dominantes de proteção aos 
pobres no Brasil. Brasília: Thesaurus, 1996. 
ZANIRATO, Silvia Helena. O Descanso do Guerreiro: um 
estudo sobre a instituição da previdência social no brasil. 
Maringá: Eduem, 2003.
Bibliografia 
LESBAUPIN, I. (Org.). O desmonte da nação: balanço do 
governo FHC. Petrópolis: Vozes, 1999;
PEREIRA, Potyara A. P. A Assistência na Perspectiva dos 
direitos: crítica aos padrões dominantes de proteção aos 
pobres no Brasil. Brasília: Thesaurus, 1996. 
Bibliografia