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Resumo NP1 - Psicologia Comportamental

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1 Gabriela Gomes – Resumo NP1 – PSI COMP 
RESUMO NP1 
PSICOLOGIA COMPORTAMENTAL 
 
AS CAUSAS DO COMPORTAMENTO 
Tendemos a dizer que se uma coisa vem depois da 
outra, então essa que veio antes causou a que veio 
depois. Ex: se alguém nos perguntar porque fomos 
grossos com uma pessoa, responderemos "porque 
fiquei irritado". 
Mas como pode, um fato mental (irritação) causar um 
fato físico (grosseria)? E já que o mental causa o físico, 
como mudar o mental, já que para acessá-lo, é preciso 
mudar o físico? Muitas vezes presumimos o que o outro 
está sentindo só porque está se comportando como 
nós. E não podemos antecipar o que uma pessoa fará, 
só observando seus sentimentos ou sistema nervoso. A 
psicologia não soube superar o desafio de responder a 
esses questionamentos, por isso ou ignorou-o ou 
passou a bola para outras áreas do conhecimento, 
como a fisiologia e neurologia. 
ESTRUTURALISMO E 
DESENVOLVIMENTISMO 
A partir disso, surge então a estratégia de descrever o 
que as pessoas fazem, e não mais explicar o que leva 
elas a se comportarem assim. Piaget, por exemplo, não 
se ocupou em explicar o porquê as crianças se 
comportavam de determinada forma em cada estádio 
do desenvolvimento, apenas descreveu o 
comportamento delas. Muitos teóricos passaram a 
fazer uso da observação direta, registros, questionários, 
mas negligenciaram o que levava tais comportamentos. 
BEHAVIORISMO 
Watson acabou colocando o behaviorismo como alvo 
de muitas críticas, porque foi exagerado em 
determinadas explicações, não se ocupou em prová-las 
e acabou sendo chamado de "vendido". O 
behaviorismo metodológico dizia que a introspeção não 
poderia ser uma prática científica porque não permitia 
a observação por consenso e nem a mensuração, ou 
seja, era algo mental. 
Enquanto o mentalismo mantinha a atenção desviada 
de acontecimentos externos, o behaviorismo 
metodológico ocupou-se exclusivamente de eventos 
externos antecedentes ao comportamento, desviando-
se da possibilidade de introspecção. 
Já Skinner, se dedicou a realizar estudos que 
desmistificassem a versão que as pessoas criaram dessa 
ciência, estudando então o behaviorismo radical, em 
que o objeto de estudo era o comportamento e que os 
eventos dentro e fora da pele eram considerados físicos. 
Diferente de Watson, Skinner aceitou a introspecção 
como método científico, mas agrupou todos os eventos 
como físicos, porque os acontecimentos de dentro da 
pele não são inobserváveis, ele simplesmente 
questionou a natureza do que estava sendo observado 
e a fidedignidade das observações. Estudou tanto 
eventos públicos quanto privados, e esse último era 
produto das três histórias (filogenética, ontogenética e 
cultural), dizendo que o comportamento se manifesta 
com a interação entre elas. Nesse caso, diferente do 
mentalismo, não existia "o que vem antes" e "o que vem 
depois". Para o behaviorismo radical, as causas do 
comportamento estão no ambiente, principalmente o 
social, já que nossos sistemas recebem os estímulos de 
fora, então como psicólogos, devemos sim estudar o 
que se passa dentro da pele. 
 
“O que é sentido ou introspectivamente observado não é 
nenhum mundo imaterial da consciência, da mente ou da 
vida mental, mas o próprio corpo do observador” = tudo é 
comportamento. 
 
FIM DA AULA (18/08) 
 
O MUNDO DENTRO DA PELE 
A própria pessoa é a única capaz de estabelecer contato 
com seu mundo interior, mas nem por isso Skinner 
desconsiderou a importância dessa fonte de 
informação. Nós respondemos ao corpo com três 
sistemas nervosos, o introceptivo, proprioceptivo e 
exteroceptivo. 
INTROCEPTIVO 
Transmite a estimulação de órgãos, as glândulas e seus 
canais, e os vasos sanguíneos. 
PROPRIOCEPTIVO 
Transmite a estimulação dos músculos, articulações e 
tendões do esqueleto e de outros órgãos envolvidos na 
manutenção da postura e na execução de movimentos. 
EXTEROCEPTIVO 
Desempenha papel importante para a observação 
privada, está envolvido com o ouvir, ver, degustar, 
cheirar e sentir o mundo externo a nós. 
 
Esses três sistemas passaram a desempenhar outra 
função após o surgimento do comportamento verbal. 
Perguntas como "você está com fome?", "tem dor de 
cabeça?", "o que é que está fazendo?", suscitam 
respostas que são úteis para a previsão e preparação 
daquilo que uma pessoa irá fazer e proporcionam 
informação acerca de um mundo situado além do 
alcance de outras pessoas. 
O RELATO DE SENTIMENTO 
Os relatos do mundo privado são pistas para o 
comportamento passado, presente e futuro. Nós 
 
2 Gabriela Gomes – Resumo NP1 – PSI COMP 
aprendemos nomear as nossas emoções e esse 
autoconhecimento é de origem social, só quando o 
mundo privado de alguém passa a ser importante para 
as outras pessoas é que ela passa a possuir 
conhecimento sobre si, pois ao verbalizar é reforçada 
pelo ouvinte. A gente sente a fome, mas aprendemos a 
chama-la assim. A comunidade verbal, com o advento 
da linguagem, passou a usar eventos públicos para 
explicar os privados, nos dando acesso ao mundo 
dentro da pele. Ex: “parece que eu ganhei 1 milhão de 
reais!” – para explicar o sentimento de felicidade. 
COMPORTAMENTO USUAL 
Pede uma informação que é pública, mas que no 
momento quem perguntou não tem acesso a ela (se no 
caso ela estiver no escuro ou por telefone, por 
exemplo). Ex: “o que você está fazendo?”. 
COMPORTAMENTO PROVÁVEL 
Indica algo que tem grande probabilidade de acontecer. 
Ex: “provavelmente vou”. 
COMPORTAMENTO PERCEPTIVO 
A resposta pode ser conferida por quem perguntou. Ex: 
“você tá vendo aquilo?”, “aquilo o quê?”, “aquele 
homem de azul, subindo a escada”. 
COMPORTAMENTO PASSADO 
Respostas a acontecimentos que já aconteceram. Ex: 
“com o que você sonhou ontem?”, “com o fulano”. 
Talvez não nos lembremos de acontecimentos da 
infância porque à época, não sabíamos descrevê-los, 
mas uma descrição é o melhor meio de nos 
assegurarmos de que o comportamento poderá ser 
descrito mais tarde. 
COMPORTAMENTO ENCOBERTO 
Relatos sobre o mundo dentro da pele não são 
suficientes, mas dão pistas, indicam as causas do 
comportamento, as contingências atuais e preveem o 
futuro. Ex: “em que você está pensando?”. 
COMPORTAMENTO FUTURO 
O comportamento ainda não aconteceu. Ex: “o que 
você vai fazer?” 
TRADUÇÕES MÚLTIPLAS 
As condições relevantes para o comportamento são 
relatadas de acordo com as circunstâncias em que 
foram adquiridas, e isto significa que uma expressão 
pode ser traduzida de várias maneiras. Ex: “estou com 
fome” pode significar que eu não como há muito 
tempo, que eu estou com tanta fome que chega a doer, 
que eu estava com mais fome do que pensava, que eu 
sinto vontade de comer, etc. 
FIM DA AULA (23/08) 
A PUNIÇÃO E SEUS EFEITOS 
Sidman deu importância ao papel da cultura no 
desenvolvimento do comportamento. Punição diminui 
a probabilidade de um comportamento ocorrer; ela não 
funciona, mas mesmo assim nós a utilizamos em 
diversas situações. 
Punimos pessoas baseados na crença de que as 
levaremos a agir diferentemente, queremos colocar um 
fim à conduta indesejável. O princípio, "a justiça 
prevalecerá", nos faz sentir seguros já que sabemos que 
a punição será aplicada a pessoas que se comportam 
mal. 
A punição, embora claramente efetiva no controle do 
comportamento, tem sérias desvantagens, e que nós 
precisamos de outras alternativas a ela. 
 
Punição não funciona porque não ensina novo 
comportamento,não dá alternativas ao comportamento 
punido, apenas o suprime 
POSITIVA 
Acrescenta estímulos aversivos no ambiente. Ex: 
ultrapassar o sinal, levar multa e não ultrapassar mais. 
NEGATIVA 
Retira estímulos reforçadores do ambiente. Ex: fazer 
coisa errada e perde a mesada do mês. 
 
FIM DA AULA (30/08) 
 
REFORÇO POSITIVO X PUNIÇÃO 
Rato pressão à barra = alimento 
Rato pressão à barra + choque = alimento 
 
Quando duas consequências (reforçador positivo ou 
punição) são colocadas em competição, uma tendendo 
a manter o comportamento, e a outra a suprimi-lo, 
aquela que representar maior ganho para o sujeito é a 
que condicionará seu comportamento. Ex: é 
estabelecida uma linha de base em que o rato pressiona 
a barra para receber alimento; depois, junto ao 
alimento ele recebe um choque. Por alguns momentos, 
o comportamento de pressão à barra irá suprimir, mas 
logo voltará a acontecer, porque a consequência de 
receber o alimento tem maior significado 
comportamental do que recebe o choque. O estímulo 
punidor perde sua efetividade como um agente 
coercitivo quando colocado em competição com um 
reforçador poderoso. 
Eventos dolorosos moderados tendem a perder a 
efetividade punitiva quando o reforço positivo é forte, 
o organismo passa a tolerar a punição para ter acesso 
ao reforço. Um comportamento inadequado persistirá, 
mesmo com a punição, porque também será reforçado. 
 
3 Gabriela Gomes – Resumo NP1 – PSI COMP 
Ex: quando pais batem nos filhos por fazerem birra e 
depois mimam com brinquedo. 
Além disso, o comportamento inadequado impede o 
indivíduo de tentar se comportar de qualquer outra 
maneira. Ex: no exemplo acima, a criança não se 
comportará de outra forma que não a birra, pois a birra 
por si só dá a ela acesso ao reforçador (brinquedo). 
TRANSFORMANDO SOFRIMENTO EM 
REFORÇADOR POSITIVO 
O rato recebe o choque e alimento. No início, o choque 
pode impedi-lo de pressionar a barra, mas devido a 
fome ele volta a pressioná-la. Ao aumentarmos 
gradualmente a intensidade do choque, em pequenos 
passos, o rato continuará a pressionar a barra, até que 
o choque se torne tão forte a ponto de derrubá-lo. Por 
fim, o animal termina pressionando a barra e sempre 
recebendo um choque intenso imediatamente antes de 
comer. 
Ao interromper alimento e choque, o rato pressionará 
a barra e nada acontecerá, passando a pressioná-la 
raramente. Depois de um tempo, ao reintroduzir o 
choque quando ele pressiona a barra sem o alimento, o 
animal voltará a pressioná-la repetidamente. O choque 
se tornou um reforço positivo. 
SUPRESSÃO TEMPORÁRIA DO 
COMPORTAMENTO PUNIDO 
Também é possível aprender um modo novo de se 
obter reforçadores, aproveitando a brecha temporária 
de supressão de comportamento. No exemplo acima, 
quando o rato para temporariamente de pressionar a 
barra, poderíamos pendurar uma corrente no teto da 
caixa; toda vez que ele puxa a corrente obtém alimento, 
mas não recebe o choque. 
É possível fazer um paralelo à vida de crimes. Se um 
presidiário recebesse a opção de “puxar uma corrente” 
para ter acesso a um reforçador positivo, então 
obviamente não voltaria a ser um criminoso, já que 
encontrou um meio diferente de obter o mesmo 
reforçador (atividades recreativas para obter dinheiro, 
por exemplo, ao invés de traficar). 
FORMAS DE USAR A PUNIÇÃO 
1- Administrando punições muito fortes; 
2- Tendo habilidade para aplicar punições suaves para 
interromper um comportamento, aproveitando essa 
brecha temporal para ensinar um modo alternativo de 
se comportar. 
ALTERNATIVA À PUNIÇÃO 
Reforçar comportamentos alternativos para fazer com 
que os punitivos deixem de ocorrer. Ex: não reforçar as 
birras, mas sim os comportamentos desejáveis da 
criança. 
 
 
EFEITOS COLATERAIS DA PUNIÇÃO 
Os efeitos colaterais da punição frequentemente têm 
significação comportamental consideravelmente maior 
que os esperados "efeitos principais", como parar de 
fazer birra, porque dependendo da intensidade da 
punição, a criança não só vai parar de fazer birra, mas 
passará a ter medo até da presença de quem a bateu, 
por exemplo. 
 
“Quem aplica o choque, torna-se o choque.” 
 
 Punição condicionada; 
 Fuga; 
 Esquiva; 
 Eliciação de sentimentos negativos; 
 Contracontrole. 
PUNIDORES NATURAIS 
Qualquer estimulação excessiva, incomum, dolorosa, 
ou perigosa que sirva como um punidor. Sua habilidade 
em parar comportamento em curso geralmente não 
depende de qualquer outra circunstância, eles punem 
por si só. 
PUNIDORES CONDICIONADOS 
Sua habilidade para nos fazer parar de fazer algo é 
condicional a outras circunstâncias, que de início são 
neutras, mas pareadas com algum fator punitivo, 
passam a ser punitivas também. Ex: a palavra “não”, de 
tanto ser ouvida por uma criança vinda de seus pais, 
pode se tornar aversiva em outros momentos. 
O PAPEL DO AMBIENTE 
Se vamos ou não obter nossos reforçadores e punidores 
depende do ambiente físico e social presente. 
Aprendemos quais situações levam a quais 
contingências de reforçamento e punição; em 
determinado ambiente, agimos ou deixamos de agir de 
acordo com a probabilidade de que ganharemos ou 
sofreremos as consequências. Se um elemento 
situacional sinaliza a disponibilidade de um reforçador, 
é provável que realizemos o ato; se ele sinaliza punição, 
é provável que façamos alguma outra coisa. 
FIM DA AULA (06/09) 
 
ANÁLISE DE CONTINGÊNCIAS 
Identificar o comportamento e as consequências; 
alterar as consequências; ver se o comportamento 
muda. É importante porque às vezes um 
comportamento tem alta frequência, mas não por 
reforço positivo, e sim negativo. Por isso é preciso 
analisar. 
 
 
 
4 Gabriela Gomes – Resumo NP1 – PSI COMP 
REFORÇO NEGATIVO, FUGA E 
ESQUIVA 
Quando encontramos um reforçador negativo fazemos 
tudo que podemos para o desligarmos, para escapar 
dele. Se o encontramos novamente, faremos o que 
funcionou antes. Reforçadores negativos e punidores, 
portanto, são os mesmos eventos funcionando de 
maneiras diferentes. Podemos fazer choques 
desaparecerem — reforçamento negativo; ou podemos 
tomar choques — punição. Reforçamento negativo 
torna uma ação mais provável, punição torna uma ação 
menos provável. Tanto o reforçamento positivo quanto 
o negativo ensinam comportamento, a diferença entre 
eles é que o negativo limita o repertório 
comportamental, deixando o indivíduo com medo de 
explorar, em alerta, sempre esperando alguma 
novidade temerosa. Nosso ambiente passa a sinalizar a 
iminência de cada tipo de choque e a iminência da 
necessidade de fugir. Assim como na punição 
condicionada, o controle por reforçamento negativo 
também tornará o ambiente coercitivo. 
FUGA 
Na fuga, primeiro somos punidos (contato com o 
estímulo aversivo) para depois nos comportarmos sob 
reforço negativo. Precisamos obrigatoriamente ter 
vivenciado algo ruim para fugir. A fuga é 
automaticamente mais reforçadora que a esquiva, 
porque ela nos controla mais efetivamente; assim que 
entramos em contato com o estímulo aversivo, vamos 
fugir. Ex: fumante não se esquiva do câncer, ele foge 
quando “já é tarde”. Uma esquiva atrasada tem menos 
controle sobre nós. 
ESQUIVA 
Uma vez punidos, faremos o possível para evitar que 
aconteça novamente. Uma esquiva bem-sucedida é 
uma consequência secundária de fugas já 
experienciadas. Para que esperar o choque quando 
podemos evitá-lo ou adiá-lo? Não precisamos 
necessariamente ter estado em contato com algo ruim, 
pois a esquiva também ensina por modelo (não é 
preciso ser atropelado para saber que machuca e assim 
evitar atravessar a rua com o farol vermelho). Além 
disso, a esquiva é mais adaptativa que a fuga, pois faz 
mais sentido impedir um choque do que escapar depois 
que ele tenha começado. 
As causas da esquiva não estãono futuro, estão no 
passado (não aprendemos nos esquivar sem antes 
experienciar punição) e no presente (quando a esquiva 
se mostra efetiva). 
A esquiva não é facilmente percebida por outros. O 
comportamento de uma criança que não quer ir à 
escola para se esquivar de bullying não será 
compreendido, de início, pelos pais. 
Mitos: expectativas futuras e medo não são causas da 
esquiva. Nós não nos esquivamos porque “criamos 
expectativas sobre o futuro”, e sim porque já tivemos 
experiências ruins, e não é por causa do medo de uma 
situação que nos esquivamos, o medo é só um efeito 
colateral do ambiente coercitivo que estamos tentando 
evitar. 
 
Para mudar o comportamento de esquiva, é preciso 
mudar as contingências 
A RELAÇÃO ENTRE PUNIÇÃO E 
REFORÇO NEGATIVO 
 “É provável que nos mantenhamos fazendo qualquer 
coisa que remova a cara feia do chefe — reforçamento 
negativo; também é provável que paremos de fazer 
qualquer coisa que faça a cara feia reaparecer — 
punição.” 
Quanto mais reforço negativo, menos punição. Isso 
porque, se sabemos o que causa a punição, passamos a 
nos comportar para evitá-la. 
FIM DA AULA (13/09) 
 
ALTERNATIVAS À COERÇÃO 
O sucesso imediatamente visível da coerção muitas 
vezes parece justificar seu uso, mas os efeitos colaterais 
não-pretendidos, que algumas vezes aparecem muito 
tempo depois, anulam o sucesso imediato. Os efeitos 
colaterais podem continuar a produzir problemas muito 
depois das causas iniciais terem desaparecido. A 
alternativa ao controle coercitivo não é o não-controle. 
Isso é uma ilusão, porque o reforçamento positivo 
também é uma forma de controle, que diferente da 
coerção, não tem efeitos colaterais negativos. Mas é 
importante lembrar que para ter controle sobre o 
comportamento, é preciso conhecer as influências 
sobre ele. 
REFORÇAMENTO POSITIVO 
Uma maneira de impedir que as pessoas façam algo 
sem puni-las é oferecer-lhes reforçadores positivos por 
fazerem alguma outra coisa, fortalecendo as ações 
desejáveis que substituirão a indesejável. O 
reforçamento positivo realmente controla 
comportamento tanto quanto a coerção. Mas ele pode 
nos ensinar novas formas de agir ou manter aquilo que 
já aprendemos, sem criar os subprodutos típicos da 
coerção — violência, agressão, opressão, depressão, 
autodestruição e destruição dos demais, etc. 
EM CASA 
Ser pai e mãe é uma novidade que não vem com manual 
de instrução, então de início, a prioridade dos pais 
diante de uma criança que grita e chora para ter as 
coisas, é satisfazer suas necessidades. A punição pode 
 
5 Gabriela Gomes – Resumo NP1 – PSI COMP 
dar paz aos pais — às custas dos inevitáveis efeitos 
colaterais — mas não oferece à criança qualquer 
caminho alternativo de ação. Famílias que reagem 
oferecendo a oportunidade de reforço positivo, 
constroem crianças felizes e competentes, e raramente 
recorrem à punição. 
Por outro lado, é preciso saber fazer uso do 
reforçamento positivo, porque se pais nunca dão 
exceto quando os filhos se comportam mal, o resultado 
será mau comportamento contínuo. A distribuição de 
reforçadores independentemente daquilo que a criança 
faz, ensinará a criança que qualquer coisa funciona. Pais 
atentos aprenderão a reconhecer sinais de problemas 
iminentes, e o segredo é estabelecer contingências 
realistas que a criança possa enfrentar. 
OUTRAS INSTITUIÇÕES 
Em escolas especiais, hospitais psiquiátricos e 
instituições correcionais é esperado que o deficiente, o 
louco e o criminoso se mantenham fora de circulação. 
São depósitos para os socialmente desajustados, e a 
coerção torna-se a técnica preferida para fazer os 
internos "se comportarem". Em presídios que diziam 
fazer uso do reforçamento positivo, na verdade faziam 
uso da privação e fuga/esquiva gerada por ela (ao 
colocar um preso na solitária e libertá-lo sobre 
condições de bom comportamento, por exemplo). 
Outra forma de controle utilizada é o time-out, a 
retirada de reforçadores positivos, que também é uma 
prática coercitiva equivalente a aplicação de um 
choque, mas que só funciona se de fato a pessoa estava 
sendo reforçada positivamente antes. Um ensino 
efetivo tornará desnecessário punir o indivíduo por seu 
comportamento. 
Nas prisões, o controle coercitivo não deixa alternativa 
para o infrator que carece de certas habilidades 
socialmente desejáveis, não ensina no período de 
reclusão uma forma diferente de se comportar, e nem 
desperta no indivíduo a vontade de fazê-lo. Se as 
prisões oferecessem preparo e novos meios de 
sobrevivência para o preso, o número de infratores 
reincidentes diminuiria e consequentemente, a 
necessidade de novas prisões também. O confinamento 
como oportunidade de aprendizado é muito mal visto, 
e isso se origina da falsa noção de que o ensino somente 
pode ser realizado por meio da coerção. 
A POLÍCIA 
Salvo exceções, a polícia é totalmente coercitiva. Como 
ela se torna cada vez mais coercitiva, a população está 
começando a encará-la menos como um dispositivo de 
proteção do que como choques e sinais de choque. O 
público começa a esquecer que necessita da polícia 
como proteção; a polícia começa a esquecer que deve 
ser protetora. 
Como alternativa, poderia se possível dividir as 
demandas policiais, para que policiais que cuidassem do 
trânsito, por exemplo, só cuidassem do trânsito e não 
houvesse a necessidade de armas. Os uniformes da 
polícia poderiam até mesmo variar, dependendo da 
atribuição em curso: o público rapidamente aprenderia 
seus significados e o que esperar de cada um. Além 
disso, o desarmamento policial deveria começar com o 
desarmamento dos demais cidadãos. 
LEMBRETE 
“Os reforçadores negativos fortalecem quaisquer ações 
que os façam cessar ou desaparecer. O único aspecto 
benéfico que ele nos proporciona é um sentimento de 
alívio; alguma coisa ruim cessou ou foi-se embora. 
Os reforçadores positivos fortalecem quaisquer ações 
que os tenham produzido. Nos deixa com algo que 
desejamos, ou em condição de fazer ou obter algo 
vantajoso, com comportamentos e recursos que nos 
ocupam produtivamente e com sentimentos que não 
são de alívio, mas de satisfação.” 
FIM DA AULA (20/09)

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