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O Plano Cruzado
O Plano Cruzado foi um conjunto de medidas econômicas, lançado pelo governo brasileiro em 28 de fevereiro de 1986, com base no decreto-lei nº 2.283, de 27 de fevereiro de 1986, sendo José Sarney o presidente da República e Dílson Funaro o ministro da Fazenda.
A principal marca foi o congelamento de preços. Alimentos, combustíveis, produtos de limpeza, serviços e até o dólar tiveram os preços tabelados pelo governo. Essas medidas do Plano Cruzado contrariaram a recomendação internacional do Fundo Monetário Internacional, a quem o governo culpava pela inflação por ser "especuladores". 
Inicialmente, o Cruzado reduziu a inflação de 12,47% em fevereiro de 1986 para 1,43% em outubro do mesmo ano. Com o resultado o governo Sarney ficou extremamente popular, era considerado ótimo ou bom por 72% dos brasileiros, segundo o Ibope[4], e o PMDB, sozinho, elegeu 53% dos deputados federais e o PFL 24% – dando ao governo maioria de 77% nas eleições gerais no Brasil em 1986. No Senado, a bancada governista somava 81%. Os resultados foram inéditos na história política brasileira. O plano foi elogiado em editoriais de jornais e por políticos de todas as vertentes, como José Serra, Fernando Henrique Cardoso e Aloizio Mercadante. O Partido dos Trabalhadores gravou vídeo elogiando a medida. Ficaram isolados na crítica ao plano Leonel Brizola e Roberto Campos. 
Porém o plano não era sustentável. Devido ao controle dos preços dos produtos e serviços, as mercadorias principiaram a escassear e a sumir. Mercados paralelos floresceram e só pagando "ágio" era possível comprar as coisas. As exportações caíram, as importações aumentaram e as reservas cambiais foram esgotadas. A inflação disparou, os preços de combustíveis, bebidas, automóveis aumentaram consideravelmente. A economia entrou em colapso. Seis dias depois das eleições gerais no Brasil em 1986 o governo lançou o Plano Cruzado II
O Plano Cruzado não apenas fracassou, como dele resultaram muitas ações judiciais até hoje em curso, na qual cidadãos comuns exigem de bancos e governos a reparação das perdas monetárias sofridas. 
O Plano Cruzado também teve como resultado uma deterioração na balança de pagamentos do país com a consequente queda nas reservas internacionais. Sem condições para honrar os compromissos externos, o Brasil teve que decretar a moratória da dívida externa em 1987.
Plano cruzado 2
O segundo Plano Cruzado foi lançado em 02 novembro de 1986. 
Os salários também foram congelados, pelo valor médio dos últimos seis meses mais um abono de 8%. Se a inflação atingisse 20% ao mês, seria acionado o chamado "gatilho salarial", isto é, todos os salários teriam correção automática com o mesmo índice, mais eventuais diferenças negociadas nos acordos coletivos das diferentes categorias. 
Principais características
Liberação parcial dos preços dos produtos e serviços;
Reajuste dos aluguéis a ser negociado entre proprietários e inquilinos;
Alteração do cálculo da inflação, que passaria a ter como base os gastos das famílias com renda de até cinco salários mínimos;
Aumento de impostos sobre bebidas e cigarros;
Aumento das tarifas de serviços públicos;
Aumento da carga fiscal;
Reindexação da economia.
Depois de uma curta existência, de novembro de 1986 a junho de 1987, o Plano Cruzado II havia se tornado apenas mais um plano de estabilização fracassado e assim, em maio de 1987, cinco meses após a sua edição, o ministro da Fazenda, Dílson Funaro, foi substituído por Luís Carlos Bresser Pereira.
Plano Bresser
O Plano Bresser foi um plano de estabilização da economia brasileira instituído em 12 de junho de 1987, através dos Decretos-Lei nº 2335/87, nº 2336/87 e nº 2337/87 durante o governo José Sarney, quando Luiz Carlos Bresser-Pereira era o Ministro da Fazenda. O plano Bresser seguiu o Plano Cruzado II, que havia fracassado na tentativa de controlar a inflação.
A inflação retoma rapidamente seu ritmo e supera a marca de 10% ao mês. Bresser tenta convencer Sarney a adotar pacote de reformulações tributárias, com novos cortes de gastos públicos e maior redução da máquina estatal. Sarney não concorda, e o ministro pede demissão em dezembro. Na verdade, desde o início ele não contara nem com apoio político-partidário nem com a confiança dos agentes econômicos internos (sua briga com a Autolatina assume em alguns momentos a dimensão de um confronto), nem com trégua dos trabalhadores e nem com alguma aposta dos credores externos - com quem também acabou tendo atritos explícitos. De Sarney não tivera sequer a preferência para ser nomeado. 
A inflação, contida por um período muito curto, só faria crescer dali em diante. Nova tentativa de estabilização seria feita em janeiro de 1989 (Plano Verão) pelo sucessor de Bresser, Maílson da Nóbrega. Mas seria ainda mais efêmera. O país caminhava para a hiperinflação.

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