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1 - Curso ASB - ODONTOLOGIA HOSPITALAR educação e tecnologia eadestacaoensino.com 2 03 - Créditos 04 - Introdução 06 - Perfil da equipe de saúde bucal 08 - Sinais Vitais 12 - Atividades da equipe de saúde bucal 14 - Profissionais da odontologia na UTI 16 - Principais agravos 19 - Bibliografia Sumário 3 Créditos Coordenação Geral Christiane Alves Ferreira - ESTAÇÃO ENSINO Conteúdo / Edição Christiane Alves Ferreira - ESTAÇÃO ENSINO Projeto Gráfico e Diagramação Cristina Simão Gomes de Oliveira Publicação ESTAÇÃO ENSINO 4 Introdução A odontologia hospitalar pode ser definida como o conjunto de ações preventivas, diagnósticas, terapêuticas e paliativas em saúde bucal, executadas no ambiente hospitalar em consonância com a missão do hospital e inseridas no contexto de atuação da equipe multidisciplinar. Seu principal foco é o atendimento em saúde bucal ao paciente em nível terciário. A odontologia, especialidade da área da saúde, integrada ao hospital, permite melhor desempenho no compromisso de assistência ao paciente. A avaliação odontológica pode determinar a necessidade e o tempo apropriado de intervenções que diminuam os riscos futuros. Além disso, a adequação bucal pode alterar positivamente o resultado clínico, minimizando características que poderiam influenciar negativamente o tratamento sistêmico. A atenção odontológica tem sido tradicionalmente exercida nos consultórios de postos de saúde pública ou de clínicas particulares. Aos hospitais, tem sido reservado apenas o atendimento cirúrgico bucomaxilofacial ou aos procedimentos com indicação de anestesia geral. Entretanto, a tecnologia e o desenvolvimento de pesquisas associados à maior longevidade da população, utilização de novos fármacos, aparecimento, erradicação de patologias impulsionam no sentido de promover saúde bucal nos pacientes hospitalizados. A odontologia hospitalar vem de encontro às necessidades da equipe multiprofissional, hoje, muito comum dentro da rede hospitalar. De acordo com os artigos 18, 19 e 20 do Código de Ética Odontológica, compete ao cirurgião-dentista internar e assistir o paciente em hospitais públicos e privados, com e sem caráter filantrópico, desde que respeitadas as normas técnico administrativas das instituições e as normas do Conselho Federal de Odontologia. Além disso, o CFO publicou Resoluções que tratam do exercício do profissional em âmbito hospitalar, em consonância com a legislação e normas dispostas pelo Conselho Federal de Medicina. Sempre existirão pacientes que não tiveram condição de tratamento nos níveis primários, secundários e terciários, e sempre existirão situações que exijam intervenção de cuidados bucais simultaneamente aos cuidados de outros profissionais de saúde. A presença de enfermidades sistêmicas pode afetar a saúde bucal da pessoa, que passa a não somente a perder um item de qualidade de vida, mas também um fator decisivo na sua necessária sobrevivência. A condição bucal altera evolução e resposta ao tratamento médico e a saúde bucal fica comprometida pelo estress e interações medicamentosas, necessitando o paciente do permanente acompanhamento do Cirurgião-dentista (CD). A participação do CD, seja como consultor da saúde bucal ou como prestador de serviços, feitos em nível ambulatorial ou hospitalar, tem o objetivo de colaborar, oferecer e agregar mais força ao que caracteriza a nova identidade do hospital. O CD preparado para proceder com internações, interpretar exames complementares e controlar infecções hospitalares atua na diminuição de custos e na média de permanência hospitalar. 5 Conhecimento e busca do objetivo comum permite o crescimento de todos os profissionais envolvidos no processo. O atendimento hospitalar–ambulatorial é indicado para pacientes portadores de doenças sistêmicas crônicas; deficientes mentais ou neuromotores com envolvimento sistêmico, e deficientes físicos, ou com distúrbios de motricidade. Contribuição da odontologia para a diminuição de infecções hospitalares A odontologia hospitalar é uma das áreas da saúde mais apta aos cuidados de biossegurança em consultório e do conhecimento de transmissibilidade de doença, por lidar com dois fluídos infectocontagiosos: sangue e saliva. Além disso, os profissionais estão habituados ao exercício de lavagem das mãos e a utilização de Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s entre os atendimentos. Assim, associando-se os hábitos de biossegurança em consultório aos preconizados pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH, a Odontologia pode exercer papel imprescindível na instalação, manutenção e prática nos cuidados diários de redução de infecções hospitalares”. Entre algumas formas para redução das infecções hospitalares, destaca-se: • Prevenção de infecções bucais que possam ter repercussões sistêmicas ou que possam levar a infecções nosocomiais, principalmente em pacientes imunossuprimidos ou em pacientes que serão submetidos à cirurgia ou tratamentos antineoplásicos, e tratamento de infecções oportunistas pré- existentes. • Pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva - UTI, onde a condição de intubação orotraqueal leva à redução da higiene oral convencional, aumentando drasticamente a quantidade de biofilme dental e lingual, facilitando a ocorrência de pneumonia nosocomial. Nesta condição, é importante o papel do cirurgião-dentista por atuação direta na redução deste biofilme por meio de soluções antimicrobianas e dispositivos adequados, além da orientação e supervisão da equipe de enfermagem quanto aos cuidados de higiene oral. O ASB pode atuar diretamente com a equipe de enfermagem. 6 • Redução de infecção hospitalar, dentista e equipe pode monitorar o aparecimento de infecções oportunistas em pacientes imunocomprometidos (quimioterapia, radioterapia, diabéticos descompensados, pós-operatórios extensos, imunossuprimidos por drogas em transplantes de órgãos e tecidos). Nessas situações, o cirurgião-dentista tem a oportunidade de diagnosticar e tratar dessas infecções em parceria com as equipes médicas. As características profissionais do cirurgião-dentista que executa ações em odontologia hospitalar são as que seguem: • O profissional deve ser cirurgião-dentista clínico geral, com especialidade em pacientes especiais e ou experiência comprovada em atendimento hospitalar. • A experiência comprovada em atendimento hospitalar supõe experiência na atuação clínica em ambiente hospitalar, conhecendo em profundidade fluxo de pacientes, gestão do trabalho, linguagem médica, interpretação de exames complementares nas diversas especialidades médicas e registro de informações em prontuário médico. • A atuação desse profissional não se sobrepõe à atuação do cirurgião bucomaxilofacial enquanto especialidade cirúrgica, mas sim, corrobora com as equipes de cirurgia bucomaxilofacial já existentes. A equipe diretamente envolvida com a Odontologia Hospitalar deve ser composta por cirurgião-dentista (CD) com o perfil citado acima, por técnico em saúde bucal (TSB) e por auxiliar de saúde bucal (ASB). Os cuidados bucais também deverão ser executados pelas equipes de enfermagem (auxiliares e técnicos), as quais deverão seguir os protocolos determinados pelo CD. A equipe de saúde bucal deverá integrar a equipe médica e multiprofissional do hospital. As funções do TSB, segundo resolução do Conselho Federal de Odontologia 63/2005, atualizado em 23/12/2011, também se aplicam para a odontologia hospitalar. Segundo essa resolução, essas funções incluem: • Participar do treinamento e capacitação de auxiliar em saúde bucal e de agentes multiplicadores das ações de promoção à saúde; • Participar das ações educativas atuando na promoção da saúde e na prevenção das doenças bucais; • Participar da realização de levantamentos e estudos epidemiológicos,exceto na categoria de examinador; • Ensinar técnicas de higiene bucal e realizar a prevenção das doenças bucais por meio da aplicação tópica do flúor, conforme orientação do cirurgião-dentista; • Fazer a remoção do biofilme, de acordo com a indicação técnica definida pelo CD; • Realizar fotografias e tomadas de uso odontológico, exclusivamente em consultórios ou clínicas odontológicas; • Inserir e distribuir no preparo cavitário materiais odontológicos na restauração dentária direta, vedado o uso de materiais e instrumentos não indicados pelo CD; • Proceder à limpeza e à antissepsia do campo operatório, antes e após atos cirúrgicos, inclusive em ambientes hospitalares; Perfil da equipe de saúde bucal 7 • Remover suturas; • Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos; • Realizar isolamento do campo operatório; • Exercer todas as competências no âmbito hospitalar, bem como instrumentar o cirurgião-dentista em ambientes clínicos e hospitalares. Muitas destas funções podem ser realizadas pelo ASB, sempre em consonância com a equipe de saúde bucal, que por sua vez deve estar integrada à equipe multiprofissional do hospital. Muitas vezes a equipe de saúde bucal irá atuar juntamente com a equipe médica e de enfermagem durante os cuidados paliativos, de forma a melhorar a qualidade de vida do paciente. O alívio do sofrimento, a compaixão pelo doente e seus familiares, o controle impecável dos sintomas e da dor, a busca pela autonomia e pela manutenção de uma vida ativa enquanto ela durar: esses são alguns dos princípios dos Cuidados Paliativos que, finalmente, começam a ser reconhecidos em todas as esferas da sociedade brasileira. Para este trabalho ser realizado é necessário uma equipe mínima, composta por: um médico, uma enfermeira, uma psicóloga, uma assistente social e pelo menos um profissional da área da reabilitação (a ser definido conforme a necessidade do paciente). Todos devidamente treinados na filosofia e prática da paliação. A Organização Mundial de Saúde desenhou um modelo de intervenção em Cuidados Paliativos onde as ações paliativas têm início já no momento do diagnóstico e o cuidado paliativo se desenvolve de forma conjunta com as terapêuticas capazes de modificar o curso da doença. A paliação ganha expressão e importância para o doente à medida que o tratamento modificador da doença (em busca da cura) perde sua efetividade. Na fase final da vida, os Cuidados Paliativos são imperiosos e perduram no período do luto, de forma individualizada. As ações incluem medidas terapêuticas para o controle dos sintomas físicos, intervenções psicoterapêuticas e apoio espiritual ao paciente do diagnóstico ao óbito. Para os familiares, as ações se dividem entre apoio social e espiritual e intervenções psicoterapêuticas do diagnóstico ao período do 8 luto. Um programa adequado inclui ainda medidas de sustentação espiritual e de psicoterapia para os profissionais da equipe, além de educação continuada. A condição ideal para o desenvolvimento de um atendimento satisfatório deve compreender uma rede de ações multiprofissional, composta por consultas ambulatoriais, assistência domiciliar e internação em unidade de média complexidade, destinada ao controle de ocorrências clínicas e aos cuidados de finais da vida. As alterações das funções corporais geralmente se refletem na temperatura do corpo, na pulsação, na respiração e na pressão arterial, podendo indicar enfermidades. Por essa razão são chamados sinais vitais. A avaliação dos sinais vitais instrumentaliza a equipe de saúde na tomada de decisão sobre as intervenções. Essas medidas fornecem informações muito importantes sobre as condições de saúde dos pacientes, pois é um método eficiente de monitoramento. O ASB pode e deve monitorar vários dos sinais vitais no ambiente ambulatorial (consultório odontológico). No ambiente hospitalar saber com desenvoltura mensurar esses sinais, é uma exigência. Os sinais vitais mais importantes que temos que monitorar são: • Temperatura; • Pulso; • Respiração; • Pressão arterial. Temperatura Um dos sinais vitais a temperatura é mantida entre produção e perda de calor pelo organismo no ambiente e deve-se ao mecanismo controlado pelo hipotálamo. O ser humano é um ser homeotérmico, isto é, possui a capacidade de manter a temperatura corporal dentro de certo intervalo pré-determinado apesar das variações térmicas do meio ambiente (homeostasia térmica). O equilíbrio térmico é conseguido através do balanço entre a perda e a produção ou aquisição de calor. Terminologia • Hipotermia: Temperatura abaixo de 35°C; • Afebril: 36,1°C a 37,2°C; • Febril: 37,3°C a 37,7°C; • Febre: 37,8°C a 38,9°C; • Pirexia: 39°C a 40°C; • Hiperpirexia: acima de 40°C. Valores de referência para a temperatura • Temperatura axilar: 35,8°C a 37°C; • Temperatura bucal: 36,3°C a 37,4°C; • Temperatura retal: 37°C a 38°C. Sinais Vitais 9 Verificação da temperatura axilar 1. Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70%; 2. Colocar o termômetro na região axilar com o bulbo em contato direto com a pele do paciente, pedindo ao paciente que mantenha o braço por sobre o tórax, com a mão no ombro oposto e o cotovelo rente ao corpo; 3. Retirar o termômetro após 5 minutos e realizar a leitura anotando o valor obtido no prontuário do paciente; Verificação de temperatura oral 1. Realizar a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70%; 2. Colocar o termômetro sob a língua do paciente, recomendando a ele que o conserve na posição, mantendo a boca fechada; 3. Retirar o termômetro após 5 min, realizar a leitura anotando o valor obtido no prontuário do paciente. Pulso O pulso também compõe os sinais vitais que quando se palpa uma artéria, o pulso arterial é percebido como uma expansão da parede arterial síncrona com o batimento cardíaco. A expansão é devida à distensão súbita da parede arterial originada pela ejeção ventricular na aorta e sua transmissão aos vasos periféricos. Na realidade, o pulso arterial é uma onda de pressão dependente da ejeção ventricular e, por isso, a análise do pulso arterial proporciona dados inestimáveis da ejeção ventricular esquerda, do mesmo modo que o pulso venoso expressa a dinâmica do enchimento ventricular direito. Pulso radial-Terminologia • Pulso normocádico: Batimento cardíaco normal; • Pulso rítmico: os intervalos entre os batimentos são iguais; • Pulso arrítmico: os intervalos entre os batimentos são desiguais; • Pulso dicrótico: dá impressão de dois batimentos; • Taquisfigmia: pulso acelerado; • Brasisfigmia: frequência abaixo da faixa normal; • Pulso filiforme: indica redução da força ou do volume do pulso periférico. Valores de referência para pulsação • Adultos – 60 a 100 bpm; • Crianças – 80 a 120 bpm; • Bebês – 100 a 160 bpm. Respiração Na respiração, o oxigênio inspirado entra no sangue e o dióxido de carbono (CO2) é expelido, com frequência regular. A troca destes gases ocorre quando o ar chega aos alvéolos pulmonares, que é a parte funcional do pulmão. É nesse processo que o sangue venoso se transforma em sangue arterial. A frequência respiratória em geral é mensurada através da observação da expansão torácica contando o número de inspirações por um minuto. 10 Terminologia • Eupneia: respiração normal; • Dispneia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum de várias doenças pulmonares e cardíacas; pode ser súbita ou lenta e gradativa; • Ortopneia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta; • Taquipneia: respiração rápida, acima dos valores da normalidade, frequentemente pouco profunda; • Bradipneia: respiração lenta, abaixo da normalidade; • Apneia: ausência da respiração; • Respiração de Cheyne-Stokes: respiraçãoem ciclos, que aumenta e diminui a profundidade, com períodos de apneia. Quase sempre ocorre com a aproximação da morte; • Respiração de Kussmaul: inspiração profunda seguida de apneia e expiração suspirante, característica de diabético; • Respiração de Biot: respirações superficiais durante 2 ou 3 ciclos, seguidos por período irregular de apneia; • Respiração sibilante: sons que se assemelham a assovios. Valores de referência para respiração • Adultos – 12 a 20 inspirações/ min; • Crianças – 20 a 25 inspirações/ min; • Bebês – 30 a 60 respirações/ min. Verificação de frequência respiratória 1. Colocar a mão no pulso radial do paciente, como se fosse controlar o pulso, e observar os movimentos respiratórios; 2. Contar a frequência respiratória por 1 minuto e registrar no prontuário do paciente. Pressão arterial Esse sinal vital é a medida da pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias. A pressão ou tensão arterial depende da força de contração do coração, da quantidade de sangue circulante e da resistência dos vasos. Ao medir a pressão arterial consideramos a pressão máxima ou sistólica que resulta da contração dos ventrículos para ejetar o sangue nas grandes artérias e a pressão mais baixa ou diastólica, que ocorre assim que o coração relaxa. A pulsação ventricular ocorre em intervalos regulares. A PA é medida em mmHg. Difícil definir exatamente o que é pressão arterial normal. Terminologia • Hipertensão: PA acima da média; • Hipotensão: PA inferior à média; • Convergente: a sistólica e a diastólica se aproximam; • Divergente: a sistólica e a diastólica se afastam. 11 Valores de referência para pressão arterial • Hipotensão – inferior a 100 x 60; • Normotensão – 120 x 80; • Hipertensão limite – 140 x 90; • Hipertensão moderada – 160 x 100; • Hipertensão grave – superior a 180 x 110. Verificação da pressão arterial 1. Remover as roupas do braço no qual será colocado o manguito; 2. Posicionar o braço na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima; 3. Realizar a assepsia, com algodão embebido em álcool a 70% nas olivas e no diafragma do estetoscópio; 4. Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço; 5. Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial; 6. Solicitar que o paciente não fale durante a mensuração; 7. Palpar a artéria braquial e colocar o estetoscópio sobre ela sem comprimi-la excessivamente; 8. Insuflar o manguito até ultrapassar 20 a30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica (ponto de desaparecimento do pulso radial); 9. Proceder à deflação lentamente; 10. Determinar a pressão sistólica na ausculta do primeiro som, que é um som fraco seguido de batidas regulares, e em seguida, aumente ligeiramente a velocidade de deflação; 11. Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som; 12. Ausculte cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som, para confirmar seu desaparecimento; 13. Informar o valor da pressão arterial medido ao paciente e registrar em seu prontuário. 12 Inicialmente, nos hospitais, o atendimento odontológico se restringia à especialidade de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial - ou à realização de alguns procedimentos odontológicos sob anestesia geral. Hoje, a odontologia hospitalar ocorre no terceiro nível de atenção à saúde, caracterizado pelo atendimento em saúde bucal de pacientes internados ou sob tratamento em ambulatórios médicos especializados. O atendimento odontológico hospitalar pressupõe o trabalho dos profissionais de saúde bucal em equipe multiprofissional. Os serviços hospitalares diferenciam-se entre si, pela dinâmica de trabalho e pacientes atendidos. Por isso, a equipe de saúde bucal precisa conhecer a dinâmica do serviço hospitalar. A atuação da odontologia hospitalar estende-se em locais, como enfermaria, Unidade de Terapia Intensiva - UTI, centro cirúrgico, ambulatório e pronto atendimento, estando estes relacionados à condição clínica do paciente. No hospital, os pacientes selecionados para receberem atendimento odontológico podem ser: • Pacientes com doenças mentais, disfunções neurológicas e/ou limitações motoras que não permitem o atendimento em ambulatório com uso de dispositivos de contenção devido à extensão do tratamento; • Pacientes com discrasias sanguíneas que requerem retaguarda de equipe médica de hematologia; • Pacientes que realizam reposição de fatores sanguíneos prévia ao procedimento odontológico com sangramento; hepatopatias e usuários de anticoagulantes orais ou sistêmicos; • Pacientes cujo controle das doenças bucais é considerado relevante para o quadro geral de saúde durante o tratamento e controle da doença ou no pré e pós-operatório de cirurgia médica, como pacientes em tratamento radioterápico e/ou quimioterápico; • Indivíduos que se submeterão à cirurgia cardíaca, renal, hepática, em hemodiálise ou diálise peritoneal ou com múltiplas doenças; • Paciente com necessidade de se submeter a cirurgias eletivas de face, como as cirurgias ortognáticas e correção de fraturas decorrentes de traumas em face. É comum o serviço odontológico hospitalar organizar agenda semanal para atender a demanda dos pacientes que permanecem internados ou necessitam da retaguarda hospitalar para atenção em saúde bucal. Os procedimentos odontológicos mais realizados em ambiente hospitalar englobam os que atuam no controle de dor, sangramento e infecção, iniciando-se com os que envolvem sangramento (periodontia, cirurgias), reabilitação (próteses bucais convencionais e orofaciais), controle de dor orofacial, ortodontia para pacientes com fenda labiopalatina, dentre outros. Estes procedimentos variam entre os centros hospitalares e com a disponibilidade de equipamentos odontológicos e recursos humanos para as atribuições (cadeiras odontológicas e a presença de cirurgiões-dentistas, técnicos e auxiliares em saúde bucal). A prática da odontologia hospitalar envolve toda a equipe de saúde bucal: cirurgião-dentista, técnico em saúde bucal - TSB e auxiliar em saúde bucal - ASB. Em alguns hospitais, algumas funções de TSB e ASB são realizadas por auxiliares de enfermagem previamente treinados. No entanto, com a necessidade da inclusão da equipe odontológica em ambiente hospitalar e a implantação da Lei nº 11.889/2008, a equipe auxiliar odontológica está apta a exercer suas atribuições em ambiente hospitalar e a integrar a equipe multiprofissional. Ao atuar em hospital, a equipe auxiliar atua sob as normas previstas na CCIH, sendo que cada instituição possui a sua comissão e também suas normas e manual de rotina. Atividades da equipe de saúde bucal 13 A realização de consultas odontológicas eletivas pode se aplicar aos hospitais especializados, como alguns hospitais universitários, e se restringe aos pacientes que requerem retaguarda de equipe multiprofissional. Em alguns serviços, esta não é a rotina. A equipe odontológica é solicitada para avaliar pacientes com doenças sistêmicas com complicações bucais já instaladas, desde odontalgias até mau estado bucal (como raízes residuais). Seja como for, todas as informações obtidas por meio dos exames (extraoral e intraoral) devem ser registradas na ficha de evolução do paciente. Havendo a necessidade de intervenção, o cirurgião-dentista discute com a equipe multiprofissional os cuidados prévios ao atendimento odontológico e decide a melhor oportunidade de intervenção. Ainda, a participação do serviço de odontologia permite: • Atender paciente de risco cirúrgico com maior segurança; • Realizar exames mais detalhados aproveitando a internação; • Facilitar o paciente com impossibilidade de freqüentar o consultório por motivos neurovegetativo; •Oferecer acompanhamento clínico e tratamento específico; • Relacionar simbioticamente cirurgião-dentista, paciente, equipe e instituição. Para o paciente em regime de convalescençaou tratamento, a Odontologia em ambiente hospitalar é favorecida porque conta com maior recurso para urgência e emergência; possibilidade de vários métodos de contenção e facilidade de locomoção e acesso. 14 Profissionais da odontologia na UTI O Projeto de Lei nº 2.776/2008 estabelece a obrigatoriedade da presença de profissionais de odontologia nas UTIs. Em UTI, o paciente deve receber cuidados especiais e constantes, como o atendimento odontológico individualizado para a melhor sobrevida e prevenção de pneumonia por aspiração de conteúdo presente na boca e faringe. A redução do tempo de internação do paciente diminui custos, morbidade e mortalidade hospitalares. Para atuação em UTI, os membros da equipe de saúde bucal devem receber treinamento adequado (principalmente relacionado à biossegurança) e conhecimento dos equipamentos utilizados ao lado do leito do paciente (como oxímetro, bomba de perfusão etc.). Normalmente cada serviço de odontologia elabora um protocolo de atendimento mais próximo de sua realidade. Neste protocolo devem constar as informações sistêmicas e bucais de cada paciente (por exemplo: valor de pressão arterial, medicações em uso, tempo de permanência na UTI, idade, grau de consciência, além de dados sobre o estado de saúde bucal atual e necessidades de tratamento) para ter uma avaliação geral da situação sistêmica do indivíduo. Os profissionais da equipe de saúde bucal, como TSB e ASB, designados a acompanhar o CD em centro cirúrgico devem receber treinamento adequado relacionado à biossegurança, manipulação dos materiais e instrumentação do cirurgião-dentista. A equipe auxiliar deve conhecer os instrumentos odontológicos (cirúrgicos, periodontais, restauradores) para instrumentar o cirurgião-dentista; preparar e testar o funcionamento dos equipamentos odontológicos a serem utilizados no ato operatório (motor de alta rotação, instrumento de profilaxia, aparelho fotopolimerizador de resinas, motores de implantes) e manipular materiais odontológicos para serem inseridos em cavidade bucal (por exemplo, resinas fotopolimerizáveis, amálgamas, cimentos forradores etc.). O conhecimento da sequência de procedimentos, também é importante. Ela se inicia pelos procedimentos não-cruentos, prossegue-se pelos cruentos. A remoção de cárie, que se torna endodontia, é direcionada para exodontia, principalmente devido às dificuldades de se fazer para endodontia em centro cirúrgico. As questões de biossegurança devem ser mais rigorosas do que em consultório odontológico, uma vez que está se inserindo na realidade hospitalar, que é mais complexa e oferece maior risco de infecção devido ao grau de complicação dos casos. Manuais de conduta e protocolos são atualizados permanentemente, inclusive interferindo na prescrição de antibióticos, lavagem de mãos, etc. A higiene bucal deficiente em pacientes internados em UTI propicia a colonização do biofilme bucal por microrganismos patogênicos, especialmente por patógenos respiratórios, o que pode aumentar o risco de desenvolvimento de pneumonia nosocomial (hospitalar). A instalação dessa pneumonia se dá mais comumente pela aspiração do conteúdo mucoso presente na boca e faringe. É necessária a presença diária do cirurgião-dentista da equipe de odontologia hospitalar na UTI. Esse profissional e sua equipe podem avaliar os pacientes nas primeiras 24 horas de internação na terapia intensiva, com objetivo de realizar busca ativa com relação à presença de infecções bucais para orientar a correta higiene oral. A pneumonia hospitalar ocorre em taxas de 5 a 10 casos por 1.000 internações. Variações nesses números decorrem, entre outros fatores, das diferenças de características dos pacientes internados e também dos 15 diferentes hospitais. Ela é mais frequente entre os pacientes de maior estado de gravidade, sobretudo os entubados, representando a segunda infecção hospitalar mais comum (a urinária é a primeira), correspondendo de 13% a 18% de todas as infecções e a que apresenta maior morbidade e mortalidade. Consulta odontológica inicial compreende os seguintes procedimentos: • Identificar a doença primária e verificar o estado geral do paciente, para determinar o protocolo adequado de higiene oral; • Determinar a condição em saúde bucal: obter índice CPO-d (número de dentes cariados, perdidos e obturados) e avaliar o nível de doença periodontal; • Controlar a quantidade de placa bacteriana; • Realizar o diagnóstico e o tratamento de infecções odontogênicas e não-odontogênicas; • Avaliar se é necessária a remoção de aparelhos ortodônticos, próteses parafusadas e restaurações metálicas, bem como de outros aparatos que interfiram em exames de imagem ou que possam causar lesões em tecidos moles; • Avaliar a necessidade de instalação de aparelhos bucais para prevenir ou tratar lesões traumáticas em tecidos moles; • Avaliar a necessidade de hidratação labial diária; A hidratação labial não deve ser realizada com vaselina devido à possibilidade de combustão quando em contato com o oxigênio durante oxigenioterapia. Protocolos de higiene bucal Para pacientes entubados • Verificar a angulação da posição de decúbito do paciente. Embora ainda não existam estudos em relação à posição do paciente no momento da higiene bucal, recomenda-se 30° para evitar pneumonia aspirativa; • Calçar luvas de procedimento; • Aspirar na região da orofaringe antes do procedimento; • Embeber escova de dente e/ou boneca de gaze e/ou swab em solução não-alcoólica de clorexidina 0,12% e realizar os seguintes movimentos: - Friccionar os vestíbulos e a mucosa jugal no sentido póstero-anterior. - Friccionar o palato no sentido póstero-anterior. - Friccionar as superfícies vestibulares, linguais e oclusais dos dentes. - Friccionar o tubo orotraqueal. • Passar raspador na língua no sentido póstero-anterior; • Aspirar na região da orofaringe durante todo procedimento. Para pacientes não-entubados Caso o paciente esteja recebendo alimentação por via oral, além de repetir os itens acima, deve-se escovar os dentes com escova dental 3 vezes ao dia, após as principais refeições. Caso o paciente não esteja se alimentando por via oral, os procedimentos de higiene oral devem ser realizados 2 vezes ao dia. 16 Hipossalivação Redução do fluxo salivar ou da produção salivar que pode acarretar sensação subjetiva de boca seca (xerostomia). A hipossalivação pode dificultar a alimentação (principalmente com relação a digestão e a deglutição) e a fala, aumentar o risco para cárie, acarretar halitose e saburra lingual, bem como aumentar a susceptibilidade a outras infecções e a traumas na mucosa. Dentre os fatores causais, destacam-se aplasia ou remoção cirúrgica de glândulas salivares, injúria nos nervos da região da cabeça e pescoço, condições que levam à desidratação (febre, vômito, diarréia), efeito secundário de certas interações medicamentosas (tais como anticolinérgicos, antidepressivos, fenotiazínicos, diuréticos etc.), efeito colateral da radioterapia na região de cabeça e pescoço e de determinados regimes quimioterápicos (tais como aqueles contendo 5-FU, ciclofosfamida, etoposide, metotrexato etc.), efeito secundário de certas doenças e infecções (síndrome de Sjögren, desordens psicogênicas, doença do enxerto contra o hospedeiro, diabetes melito, infecção pelo vírus da hepatite C, infecção pelo vírus da imunodeficiencia humana, doença de Alzheimer, anemia, fibrose cística, artrite reumatóide, doença de Parkinson, dentre outras). Para o controle da xerostomia é importante investigar sua causa. Orientações de higiene bucal e controle da dieta são fundamentais. Para a maioria dos pacientes indica-se alívio sintomático com o uso de saliva artificial e goma de mascar. Pode ser necessária também prescrição de drogas estimuladoras de secreção salivar. Trismo Espasmos musculares tônicos,independentes da fibrose dos músculos da mastigação e da cápsula da articulação temporomandibular (ATM), que podem resultar em limitação de abertura da boca. O trismo pode ser encontrado com certa frequência em pacientes acamados por longo período, como os que se encontram em unidades de terapia intensiva e em coma vigil ou não-vigil. Quando instalado por tempo prolongado nesses pacientes, há risco importante de lesões na mucosa bucal, bem como de fratura dentária e dento-alveolar. O trismo pode também ser observado em pacientes oncológicos submetidos à cirurgia e a quimio e radioterapia de cabeça e pescoço. Nesse caso, a causa é comumente atribuída a fibrose dos músculos da mastigação ou a injúrias na ATM. As consequências diretas nesse caso são dificuldades de alimentação e problemas nutricionais. O tratamento deve ser instituído de forma individualizada. Pode contemplar o uso de relaxantes musculares, placas de proteção e/ou miorrelaxantes, fisioterapia, dentre outros. Ageusia, hipogeusia e diseugia Perda (ageusia), redução (hipogeusia) ou alteração (disgeusia) da sensação do paladar. Principais agravos 17 Esses distúrbios podem ter etiologia medicamentosa ou serem causados por radioterapia na região de cabeça e pescoço. Podem também ser sintoma de depressão maior. Se a causa for medicamentosa, avaliar a possibilidade de substituir a medicação. Muitas vezes as alterações do paladar são transitórias, sendo conveniente aguar- dar o término da terapia causadora desses distúrbios. Processos patológicos especiais Cárie de irradiação Cáries em dentes de indivíduos submetidos a radioterapia em região de cabeça e pescoço, de rápida evolução e difícil prevenção. Apesar de difícil, a prevenção da cárie de radiação deve sempre ser realizada. Inclui preparo odontológico pré-radioterápico, aplicações tópicas de soluções fluoretadas, uso contínuo de fluoretos não-acidulados em baixa dose indefinidamente, indicação de dieta não-cariogênica e escovação adequada. Uma vez instalada a cárie de radiação deve-se removê-la, realizar a restauração definitiva do elemento dental e intensificar os cuidados de prevenção para evitar novos focos. Mucosite oral Toxicidade na mucosa bucal decorrente dos efeitos citotóxicos diretos e indiretos oriundos tanto da quimioterapia geral, quanto da radioterapia localizada em região de cabeça e pescoço. A mucosite oral inclui diversos estágios de gravidade, que vão desde somente hiperemia localizada até múltiplas ulcerações na mucosa oral. Modalidades de tratamento como laserterapia em baixa intensidade, crioterapia e fatores de crescimento de queratinócitos têm sido avaliadas clinicamente quanto sua efetividade em evitar ou minimizar a extensão e a severidade da mucosite oral. Outros tratamentos são utiliza- dos como agentes paliativos, incluindo-se anestésicos tópicos, analgésicos, antimicro- bianos e complexos vitamínicos tópicos. Doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH) Reação imune das células T do doador contra as células do hospedeiro do transplante. A DECH é uma complicação comum do transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas. Pode ser classificada como aguda ou crônica. Como as manifestações bucais podem ser os primeiros sinais da DECH, a presença de infiltrado linfocítico em biópsias de glândulas salivares menores pode contribuir para o seu diagnóstico. As manifestações mais frequentes são eritema, descamações e ulcerações, mucocele, xerostomia e estriações reticulares na superfície da mucosa bucal. Dor e ardor podem estar presentes. Quadros mais crônicos têm sido associados ao surgimento de carcinoma espinocelular na mucosa bucal. As infecções virais e fúngicas associadas não são incomuns. O tratamento visa primariamente reduzir a sintomatologia, podendo ser indicados imunomoduladores tópicos ou sistêmicos, na dependência do quadro. Líquen plano bucal Doença inflamatória crônica mucocutânea associada a disfunção na imunidade mediada por células, ainda sem etiopatogenia definida. 18 As duas formas principais de apresentação na cavidade bucal são a forma reticular e a forma erosiva. A forma reticular pode ser assintomática, mas o líquen plano atrófico ou erosivo pode provocar sintomas que variam desde sensação de queimação até dor intensa. O diagnóstico clínico deve ser acompanhado do diagnóstico histopatológico, principalmente para se excluir lesões displásicas/neoplásicas. Como tratamento, são indicadas drogas imunomoduladoras, tópicas ou sistêmicas, na dependência do quadro. Hiperplasia gengival medicamentosa Aumento do volume gengival devido ao aumento do número de células provocado por drogas anticonvulsivantes (fenitoína), imunossupressoras (ciclosporina A) e bloqueadoras dos canais de cálcio (diidropiridinas, benzeno-acetilnitrilas e benzodiazepínicas). O tratamento da hiperplasia gengival medicamentosa ainda é discutível. Na impossibilidade da substituição do medicamento, preconizam-se gengivoplastias e controle do biofilme dental. Osteonecrose dos maxilares associada a bifosfonatos Necrose óssea na maxila e ou na mandíbula em indivíduo que está sendo ou foi tratado com bifosfonatos e que não foi exposto à radioterapia em região de cabeça e pescoço. A etiopatogenia, o curso clínico e o tratamento da osteonecrose por bifosfonatos ainda não estão bem estabelecidos. Estudos mais recentes apontam, como importantes fatores implicados na instalação e na progressão da necrose, o efeito antiangiogênico e a inibição de osteoclastos causados pelo medicamento. A frequência na mandíbula é maior do que na maxila. Apesar de incertos, os fatores de risco mais comumente citados na instalação e progressão da necrose óssea são administração intravenosa do medicamento, tempo de exposição ao princípio ativo, quantidade administrada, uso concomitante de corticóides e hábito de tabagismo. Na maioria dos casos descritos, o processo necrótico foi desencadeado por procedimento cirúrgico ou por processos traumáticos ou infecciosos no osso afetado. Vale dizer que a incidência de eventos espontâneos está aumentando. Como ações preventivas, é fundamental a adequação do meio bucal previamente ao início da terapia com bifosfonatos e a instituição de orientações de higiene bucal. Após iniciar o uso da medicação, o seguimento do paciente para realização de profilaxia dentária, o controle de doença periodontal e os exames de imagem periódicos são importantes na prevenção da necrose. Na presença desta, deve-se avaliar seu estágio e verificar a necessidade de cuidados tópicos com clorexidina, antibioticoterapia e debridação cirúrgica. A terapia fotodinâmica também tem sido utilizada nesses casos. Osteorradionecrose Necrose do osso previamente irradiado com radiação ionizante. Considerando os ossos gnáticos, a mandíbula é mais acometida por osteorradionecrose do que a maxila. O tratamento deve ser estabelecido segundo o estágio da necrose, a qual pode variar de leve ulceração nos tecidos moles e necrose óssea superficial, até necrose óssea difusa estendendo-se até a borda inferior da mandíbula. Para a primeira situação, geralmente o tratamento é conservador, com execução somente de irrigação; para estágios mais avançados, o tratamento poderá incluir sequestrotomia, ressecções ósseas e reconstrução microcirúrgica. O uso da oxigenioterapia hiperbárica tem sido também considerado em várias situações clínicas. 19 Bibliografia Estrela C. Controle de infecção em odontologia. São Paulo: Artes Médicas, 2003. Guyton AC, Hall JE. Tratado de fisiologia médica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2005. Neville B. Patologia oral e maxilo facial. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2004. Sicher H, DuBrul EL. Anatomia Oral. 8ª ed. São Paulo: Ed. Artes Médicas. 1991. Haddad AS. Odontologia para pacientes com necessidade especiais. São Paulo: EditoraSantos. 2007. Santos PSS, Soares Jr LA. Medicina bucal: a prática na odontologia hospitalar. São Paulo: Ed. Santos. 2012. 312p. 20