Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

1
- Curso ASB -
ODONTOLOGIA HOSPITALAR
educação e tecnologia
eadestacaoensino.com
2
03 - Créditos 
04 - Introdução 
06 - Perfil da equipe de saúde bucal 
08 - Sinais Vitais 
12 - Atividades da equipe de saúde bucal 
14 - Profissionais da odontologia na UTI 
16 - Principais agravos 
19 - Bibliografia 
Sumário
3
Créditos
Coordenação Geral
Christiane Alves Ferreira - ESTAÇÃO ENSINO
Conteúdo / Edição
Christiane Alves Ferreira - ESTAÇÃO ENSINO
Projeto Gráfico e Diagramação
Cristina Simão Gomes de Oliveira
Publicação
ESTAÇÃO ENSINO
4
Introdução
A odontologia hospitalar pode ser definida como o conjunto de ações preventivas, diagnósticas, 
terapêuticas e paliativas em saúde bucal, executadas no ambiente hospitalar em consonância com a 
missão do hospital e inseridas no contexto de atuação da equipe multidisciplinar. Seu principal foco é o 
atendimento em saúde bucal ao paciente em nível terciário.
A odontologia, especialidade da área da saúde, integrada ao hospital, permite melhor desempenho no 
compromisso de assistência ao paciente. A avaliação odontológica pode determinar a necessidade e 
o tempo apropriado de intervenções que diminuam os riscos futuros. Além disso, a adequação bucal 
pode alterar positivamente o resultado clínico, minimizando características que poderiam influenciar 
negativamente o tratamento sistêmico.
A atenção odontológica tem sido tradicionalmente exercida nos consultórios de postos de saúde 
pública ou de clínicas particulares. Aos hospitais, tem sido reservado apenas o atendimento cirúrgico 
bucomaxilofacial ou aos procedimentos com indicação de anestesia geral. Entretanto, a tecnologia e 
o desenvolvimento de pesquisas associados à maior longevidade da população, utilização de novos 
fármacos, aparecimento, erradicação de patologias impulsionam no sentido de promover saúde bucal 
nos pacientes hospitalizados.
A odontologia hospitalar vem de encontro às necessidades da equipe multiprofissional, hoje, muito 
comum dentro da rede hospitalar. De acordo com os artigos 18, 19 e 20 do Código de Ética Odontológica, 
compete ao cirurgião-dentista internar e assistir o paciente em hospitais públicos e privados, com e 
sem caráter filantrópico, desde que respeitadas as normas técnico administrativas das instituições e 
as normas do Conselho Federal de Odontologia. Além disso, o CFO publicou Resoluções que tratam do 
exercício do profissional em âmbito hospitalar, em consonância com a legislação e normas dispostas pelo 
Conselho Federal de Medicina. 
Sempre existirão pacientes que não tiveram condição de tratamento nos níveis primários, secundários e 
terciários, e sempre existirão situações que exijam intervenção de cuidados bucais simultaneamente aos 
cuidados de outros profissionais de saúde.
A presença de enfermidades sistêmicas pode afetar a saúde bucal da pessoa, que passa a não somente a 
perder um item de qualidade de vida, mas também um fator decisivo na sua necessária sobrevivência. 
A condição bucal altera evolução e resposta ao tratamento médico e a saúde bucal fica comprometida 
pelo estress e interações medicamentosas, necessitando o paciente do permanente acompanhamento 
do Cirurgião-dentista (CD).
A participação do CD, seja como consultor da saúde bucal ou como prestador de serviços, feitos em nível 
ambulatorial ou hospitalar, tem o objetivo de colaborar, oferecer e agregar mais força ao que caracteriza 
a nova identidade do hospital.
O CD preparado para proceder com internações, interpretar exames complementares e controlar 
infecções hospitalares atua na diminuição de custos e na média de permanência hospitalar. 
5
Conhecimento e busca do objetivo comum permite o crescimento de todos os profissionais envolvidos 
no processo.
O atendimento hospitalar–ambulatorial é indicado para pacientes portadores de doenças sistêmicas 
crônicas; deficientes mentais ou neuromotores com envolvimento sistêmico, e deficientes físicos, ou 
com distúrbios de motricidade.
Contribuição da odontologia para a diminuição de infecções hospitalares
A odontologia hospitalar é uma das áreas da saúde mais apta aos cuidados de biossegurança 
em consultório e do conhecimento de transmissibilidade de doença, por lidar com dois fluídos 
infectocontagiosos: sangue e saliva. Além disso, os profissionais estão habituados ao exercício de 
lavagem das mãos e a utilização de Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s entre os atendimentos. 
Assim, associando-se os hábitos de biossegurança em consultório aos preconizados pela Comissão de 
Controle de Infecção Hospitalar - CCIH, a Odontologia pode exercer papel imprescindível na instalação, 
manutenção e prática nos cuidados diários de redução de infecções hospitalares”.
Entre algumas formas para redução das infecções hospitalares, destaca-se:
• Prevenção de infecções bucais que possam ter repercussões sistêmicas ou que possam levar a 
infecções nosocomiais, principalmente em pacientes imunossuprimidos ou em pacientes que serão 
submetidos à cirurgia ou tratamentos antineoplásicos, e tratamento de infecções oportunistas pré-
existentes.
• Pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva - UTI, onde a condição de intubação 
orotraqueal leva à redução da higiene oral convencional, aumentando drasticamente a quantidade 
de biofilme dental e lingual, facilitando a ocorrência de pneumonia nosocomial. Nesta condição, é 
importante o papel do cirurgião-dentista por atuação direta na redução deste biofilme por meio de 
soluções antimicrobianas e dispositivos adequados, além da orientação e supervisão da equipe de 
enfermagem quanto aos cuidados de higiene oral. O ASB pode atuar diretamente com a equipe de 
enfermagem.
6
• Redução de infecção hospitalar, dentista e equipe pode monitorar o aparecimento de infecções 
oportunistas em pacientes imunocomprometidos (quimioterapia, radioterapia, diabéticos 
descompensados, pós-operatórios extensos, imunossuprimidos por drogas em transplantes de órgãos 
e tecidos). Nessas situações, o cirurgião-dentista tem a oportunidade de diagnosticar e tratar dessas 
infecções em parceria com as equipes médicas.
As características profissionais do cirurgião-dentista que executa ações em odontologia hospitalar são as 
que seguem:
• O profissional deve ser cirurgião-dentista clínico geral, com especialidade em pacientes especiais e ou 
experiência comprovada em atendimento hospitalar.
• A experiência comprovada em atendimento hospitalar supõe experiência na atuação clínica em 
ambiente hospitalar, conhecendo em profundidade fluxo de pacientes, gestão do trabalho, linguagem 
médica, interpretação de exames complementares nas diversas especialidades médicas e registro de 
informações em prontuário médico.
• A atuação desse profissional não se sobrepõe à atuação do cirurgião bucomaxilofacial enquanto 
especialidade cirúrgica, mas sim, corrobora com as equipes de cirurgia bucomaxilofacial já existentes.
A equipe diretamente envolvida com a Odontologia Hospitalar deve ser composta por cirurgião-dentista 
(CD) com o perfil citado acima, por técnico em saúde bucal (TSB) e por auxiliar de saúde bucal (ASB).
Os cuidados bucais também deverão ser executados pelas equipes de enfermagem (auxiliares e 
técnicos), as quais deverão seguir os protocolos determinados pelo CD. A equipe de saúde bucal deverá 
integrar a equipe médica e multiprofissional do hospital. As funções do TSB, segundo resolução do 
Conselho Federal de Odontologia 63/2005, atualizado em 23/12/2011, também se aplicam para a 
odontologia hospitalar. 
Segundo essa resolução, essas funções incluem:
• Participar do treinamento e capacitação de auxiliar em saúde bucal e de agentes multiplicadores das 
ações de promoção à saúde;
• Participar das ações educativas atuando na promoção da saúde e na prevenção das doenças bucais;
• Participar da realização de levantamentos e estudos epidemiológicos,exceto na categoria de 
examinador;
• Ensinar técnicas de higiene bucal e realizar a prevenção das doenças bucais por meio da aplicação 
tópica do flúor, conforme orientação do cirurgião-dentista;
• Fazer a remoção do biofilme, de acordo com a indicação técnica definida pelo CD;
• Realizar fotografias e tomadas de uso odontológico, exclusivamente em consultórios ou clínicas 
odontológicas;
• Inserir e distribuir no preparo cavitário materiais odontológicos na restauração dentária direta, vedado 
o uso de materiais e instrumentos não indicados pelo CD;
• Proceder à limpeza e à antissepsia do campo operatório, antes e após atos cirúrgicos, inclusive em 
ambientes hospitalares;
Perfil da equipe 
de saúde bucal
7
• Remover suturas;
• Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, manuseio e descarte de produtos e resíduos 
odontológicos;
• Realizar isolamento do campo operatório;
• Exercer todas as competências no âmbito hospitalar, bem como instrumentar o cirurgião-dentista em 
ambientes clínicos e hospitalares.
Muitas destas funções podem ser realizadas pelo ASB, sempre em consonância com a equipe de saúde 
bucal, que por sua vez deve estar integrada à equipe multiprofissional do hospital.
Muitas vezes a equipe de saúde bucal irá atuar juntamente com a equipe médica e de enfermagem 
durante os cuidados paliativos, de forma a melhorar a qualidade de vida do paciente.
O alívio do sofrimento, a compaixão pelo doente e seus familiares, o controle impecável dos sintomas 
e da dor, a busca pela autonomia e pela manutenção de uma vida ativa enquanto ela durar: esses são 
alguns dos princípios dos Cuidados Paliativos que, finalmente, começam a ser reconhecidos em todas as 
esferas da sociedade brasileira.
Para este trabalho ser realizado é necessário uma equipe mínima, composta por: um médico, uma 
enfermeira, uma psicóloga, uma assistente social e pelo menos um profissional da área da reabilitação (a 
ser definido conforme a necessidade do paciente). Todos devidamente treinados na filosofia e prática da 
paliação.
A Organização Mundial de Saúde desenhou um modelo de intervenção em Cuidados Paliativos onde as 
ações paliativas têm início já no momento do diagnóstico e o cuidado paliativo se desenvolve de forma 
conjunta com as terapêuticas capazes de modificar o curso da doença. A paliação ganha expressão e 
importância para o doente à medida que o tratamento modificador da doença (em busca da cura) perde 
sua efetividade. Na fase final da vida, os Cuidados Paliativos são imperiosos e perduram no período do 
luto, de forma individualizada.
As ações incluem medidas terapêuticas para o controle dos sintomas físicos, intervenções 
psicoterapêuticas e apoio espiritual ao paciente do diagnóstico ao óbito. Para os familiares, as ações se 
dividem entre apoio social e espiritual e intervenções psicoterapêuticas do diagnóstico ao período do 
8
luto. Um programa adequado inclui ainda medidas de sustentação espiritual e de psicoterapia para os 
profissionais da equipe, além de educação continuada.
A condição ideal para o desenvolvimento de um atendimento satisfatório deve compreender uma rede 
de ações multiprofissional, composta por consultas ambulatoriais, assistência domiciliar e internação em 
unidade de média complexidade, destinada ao controle de ocorrências clínicas e aos cuidados de finais 
da vida. 
As alterações das funções corporais geralmente se refletem na temperatura do corpo, na pulsação, na 
respiração e na pressão arterial, podendo indicar enfermidades. Por essa razão são chamados sinais 
vitais. A avaliação dos sinais vitais instrumentaliza a equipe de saúde na tomada de decisão sobre as 
intervenções. Essas medidas fornecem informações muito importantes sobre as condições de saúde dos 
pacientes, pois é um método eficiente de monitoramento.
O ASB pode e deve monitorar vários dos sinais vitais no ambiente ambulatorial (consultório 
odontológico). No ambiente hospitalar saber com desenvoltura mensurar esses sinais, é uma exigência.
Os sinais vitais mais importantes que temos que monitorar são:
• Temperatura;
• Pulso;
• Respiração;
• Pressão arterial.
Temperatura
Um dos sinais vitais a temperatura é mantida entre produção e perda de calor pelo organismo no 
ambiente e deve-se ao mecanismo controlado pelo hipotálamo. O ser humano é um ser homeotérmico, 
isto é, possui a capacidade de manter a temperatura corporal dentro de certo intervalo pré-determinado 
apesar das variações térmicas do meio ambiente (homeostasia térmica). O equilíbrio térmico é 
conseguido através do balanço entre a perda e a produção ou aquisição de calor.
Terminologia
• Hipotermia: Temperatura abaixo de 35°C;
• Afebril: 36,1°C a 37,2°C;
• Febril: 37,3°C a 37,7°C;
• Febre: 37,8°C a 38,9°C;
• Pirexia: 39°C a 40°C;
• Hiperpirexia: acima de 40°C.
Valores de referência para a temperatura
• Temperatura axilar: 35,8°C a 37°C;
• Temperatura bucal: 36,3°C a 37,4°C;
• Temperatura retal: 37°C a 38°C.
Sinais Vitais
9
Verificação da temperatura axilar
1. Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70%;
2. Colocar o termômetro na região axilar com o bulbo em contato direto com a pele do paciente, 
pedindo ao paciente que mantenha o braço por sobre o tórax, com a mão no ombro oposto e o cotovelo 
rente ao corpo;
3. Retirar o termômetro após 5 minutos e realizar a leitura anotando o valor obtido no prontuário do 
paciente;
Verificação de temperatura oral
1. Realizar a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em álcool a 70%;
2. Colocar o termômetro sob a língua do paciente, recomendando a ele que o conserve na posição, 
mantendo a boca fechada;
3. Retirar o termômetro após 5 min, realizar a leitura anotando o valor obtido no prontuário do paciente.
Pulso
O pulso também compõe os sinais vitais que quando se palpa uma artéria, o pulso arterial é percebido 
como uma expansão da parede arterial síncrona com o batimento cardíaco. A expansão é devida à 
distensão súbita da parede arterial originada pela ejeção ventricular na aorta e sua transmissão aos 
vasos periféricos. Na realidade, o pulso arterial é uma onda de pressão dependente da ejeção ventricular 
e, por isso, a análise do pulso arterial proporciona dados inestimáveis da ejeção ventricular esquerda, do 
mesmo modo que o pulso venoso expressa a dinâmica do enchimento ventricular direito.
Pulso radial-Terminologia
• Pulso normocádico: Batimento cardíaco normal;
• Pulso rítmico: os intervalos entre os batimentos são iguais;
• Pulso arrítmico: os intervalos entre os batimentos são desiguais;
• Pulso dicrótico: dá impressão de dois batimentos;
• Taquisfigmia: pulso acelerado;
• Brasisfigmia: frequência abaixo da faixa normal;
• Pulso filiforme: indica redução da força ou do volume do pulso periférico.
Valores de referência para pulsação
• Adultos – 60 a 100 bpm;
• Crianças – 80 a 120 bpm;
• Bebês – 100 a 160 bpm.
Respiração
Na respiração, o oxigênio inspirado entra no sangue e o dióxido de carbono (CO2) é expelido, com 
frequência regular. A troca destes gases ocorre quando o ar chega aos alvéolos pulmonares, que é a 
parte funcional do pulmão. É nesse processo que o sangue venoso se transforma em sangue arterial. A 
frequência respiratória em geral é mensurada através da observação da expansão torácica contando o 
número de inspirações por um minuto.
10
Terminologia
• Eupneia: respiração normal;
• Dispneia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum de várias doenças pulmonares e 
cardíacas; pode ser súbita ou lenta e gradativa;
• Ortopneia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta;
• Taquipneia: respiração rápida, acima dos valores da normalidade, frequentemente pouco profunda;
• Bradipneia: respiração lenta, abaixo da normalidade;
• Apneia: ausência da respiração;
• Respiração de Cheyne-Stokes: respiraçãoem ciclos, que aumenta e diminui a profundidade, com 
períodos de apneia. Quase sempre ocorre com a aproximação da morte;
• Respiração de Kussmaul: inspiração profunda seguida de apneia e expiração suspirante, característica 
de diabético;
• Respiração de Biot: respirações superficiais durante 2 ou 3 ciclos, seguidos por período irregular de 
apneia;
• Respiração sibilante: sons que se assemelham a assovios.
Valores de referência para respiração
• Adultos – 12 a 20 inspirações/ min;
• Crianças – 20 a 25 inspirações/ min;
• Bebês – 30 a 60 respirações/ min.
Verificação de frequência respiratória
1. Colocar a mão no pulso radial do paciente, como se fosse controlar o pulso, e observar os movimentos 
respiratórios;
2. Contar a frequência respiratória por 1 minuto e registrar no prontuário do paciente.
Pressão arterial
Esse sinal vital é a medida da pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias. A pressão ou tensão 
arterial depende da força de contração do coração, da quantidade de sangue circulante e da resistência 
dos vasos.
Ao medir a pressão arterial consideramos a pressão máxima ou sistólica que resulta da contração dos 
ventrículos para ejetar o sangue nas grandes artérias e a pressão mais baixa ou diastólica, que ocorre 
assim que o coração relaxa. A pulsação ventricular ocorre em intervalos regulares. A PA é medida em 
mmHg. Difícil definir exatamente o que é pressão arterial normal.
Terminologia
• Hipertensão: PA acima da média;
• Hipotensão: PA inferior à média;
• Convergente: a sistólica e a diastólica se aproximam;
• Divergente: a sistólica e a diastólica se afastam.
11
Valores de referência para pressão arterial
• Hipotensão – inferior a 100 x 60;
• Normotensão – 120 x 80;
• Hipertensão limite – 140 x 90;
• Hipertensão moderada – 160 x 100;
• Hipertensão grave – superior a 180 x 110.
Verificação da pressão arterial
1. Remover as roupas do braço no qual será colocado o manguito;
2. Posicionar o braço na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima;
3. Realizar a assepsia, com algodão embebido em álcool a 70% nas olivas e no diafragma do 
estetoscópio;
4. Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço;
5. Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial;
6. Solicitar que o paciente não fale durante a mensuração;
7. Palpar a artéria braquial e colocar o estetoscópio sobre ela sem comprimi-la excessivamente;
8. Insuflar o manguito até ultrapassar 20 a30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica (ponto de 
desaparecimento do pulso radial);
9. Proceder à deflação lentamente;
10. Determinar a pressão sistólica na ausculta do primeiro som, que é um som fraco seguido de batidas 
regulares, e em seguida, aumente ligeiramente a velocidade de deflação;
11. Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som;
12. Ausculte cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som, para confirmar seu desaparecimento;
13. Informar o valor da pressão arterial medido ao paciente e registrar em seu prontuário.
12
Inicialmente, nos hospitais, o atendimento odontológico se restringia à especialidade de Cirurgia e 
Traumatologia Bucomaxilofacial - ou à realização de alguns procedimentos odontológicos sob anestesia 
geral. Hoje, a odontologia hospitalar ocorre no terceiro nível de atenção à saúde, caracterizado pelo 
atendimento em saúde bucal de pacientes internados ou sob tratamento em ambulatórios médicos 
especializados. O atendimento odontológico hospitalar pressupõe o trabalho dos profissionais de saúde 
bucal em equipe multiprofissional. Os serviços hospitalares diferenciam-se entre si, pela dinâmica de 
trabalho e pacientes atendidos. Por isso, a equipe de saúde bucal precisa conhecer a dinâmica do serviço 
hospitalar. A atuação da odontologia hospitalar estende-se em locais, como enfermaria, Unidade de 
Terapia Intensiva - UTI, centro cirúrgico, ambulatório e pronto atendimento, estando estes relacionados 
à condição clínica do paciente. 
No hospital, os pacientes selecionados para receberem atendimento odontológico podem ser:
• Pacientes com doenças mentais, disfunções neurológicas e/ou limitações motoras que não permitem 
o atendimento em ambulatório com uso de dispositivos de contenção devido à extensão do tratamento;
• Pacientes com discrasias sanguíneas que requerem retaguarda de equipe médica de hematologia;
• Pacientes que realizam reposição de fatores sanguíneos prévia ao procedimento odontológico com 
sangramento; hepatopatias e usuários de anticoagulantes orais ou sistêmicos;
• Pacientes cujo controle das doenças bucais é considerado relevante para o quadro geral de saúde durante 
o tratamento e controle da doença ou no pré e pós-operatório de cirurgia médica, como pacientes em 
tratamento radioterápico e/ou quimioterápico;
• Indivíduos que se submeterão à cirurgia cardíaca, renal, hepática, em hemodiálise ou diálise peritoneal 
ou com múltiplas doenças;
• Paciente com necessidade de se submeter a cirurgias eletivas de face, como as cirurgias ortognáticas e 
correção de fraturas decorrentes de traumas em face.
É comum o serviço odontológico hospitalar organizar agenda semanal para atender a demanda dos 
pacientes que permanecem internados ou necessitam da retaguarda hospitalar para atenção em saúde 
bucal. Os procedimentos odontológicos mais realizados em ambiente hospitalar englobam os que atuam 
no controle de dor, sangramento e infecção, iniciando-se com os que envolvem sangramento (periodontia, 
cirurgias), reabilitação (próteses bucais convencionais e orofaciais), controle de dor orofacial, ortodontia 
para pacientes com fenda labiopalatina, dentre outros. Estes procedimentos variam entre os centros 
hospitalares e com a disponibilidade de equipamentos odontológicos e recursos humanos para as 
atribuições (cadeiras odontológicas e a presença de cirurgiões-dentistas, técnicos e auxiliares em saúde 
bucal).
A prática da odontologia hospitalar envolve toda a equipe de saúde bucal: cirurgião-dentista, técnico em 
saúde bucal - TSB e auxiliar em saúde bucal - ASB. Em alguns hospitais, algumas funções de TSB e ASB 
são realizadas por auxiliares de enfermagem previamente treinados. No entanto, com a necessidade da 
inclusão da equipe odontológica em ambiente hospitalar e a implantação da Lei nº 11.889/2008, a equipe 
auxiliar odontológica está apta a exercer suas atribuições em ambiente hospitalar e a integrar a equipe 
multiprofissional. Ao atuar em hospital, a equipe auxiliar atua sob as normas previstas na CCIH, sendo que 
cada instituição possui a sua comissão e também suas normas e manual de rotina. 
Atividades da 
equipe de saúde 
bucal
13
A realização de consultas odontológicas eletivas pode se aplicar aos hospitais especializados, como alguns 
hospitais universitários, e se restringe aos pacientes que requerem retaguarda de equipe multiprofissional. 
Em alguns serviços, esta não é a rotina. A equipe odontológica é solicitada para avaliar pacientes com 
doenças sistêmicas com complicações bucais já instaladas, desde odontalgias até mau estado bucal (como 
raízes residuais).
Seja como for, todas as informações obtidas por meio dos exames (extraoral e intraoral) devem ser 
registradas na ficha de evolução do paciente. Havendo a necessidade de intervenção, o cirurgião-dentista 
discute com a equipe multiprofissional os cuidados prévios ao atendimento odontológico e decide a 
melhor oportunidade de intervenção.
Ainda, a participação do serviço de odontologia permite:
• Atender paciente de risco cirúrgico com maior segurança;
• Realizar exames mais detalhados aproveitando a internação;
• Facilitar o paciente com impossibilidade de freqüentar o consultório por motivos neurovegetativo;
•Oferecer acompanhamento clínico e tratamento específico;
• Relacionar simbioticamente cirurgião-dentista, paciente, equipe e instituição.
Para o paciente em regime de convalescençaou tratamento, a Odontologia em ambiente hospitalar é 
favorecida porque conta com maior recurso para urgência e emergência; possibilidade de vários métodos 
de contenção e facilidade de locomoção e acesso.
14
Profissionais 
da odontologia 
na UTI
O Projeto de Lei nº 2.776/2008 estabelece a obrigatoriedade da presença de profissionais de odontologia 
nas UTIs. 
Em UTI, o paciente deve receber cuidados especiais e constantes, como o atendimento odontológico 
individualizado para a melhor sobrevida e prevenção de pneumonia por aspiração de conteúdo presente 
na boca e faringe. A redução do tempo de internação do paciente diminui custos, morbidade e mortalidade 
hospitalares.
Para atuação em UTI, os membros da equipe de saúde bucal devem receber treinamento adequado 
(principalmente relacionado à biossegurança) e conhecimento dos equipamentos utilizados ao lado do 
leito do paciente (como oxímetro, bomba de perfusão etc.). Normalmente cada serviço de odontologia 
elabora um protocolo de atendimento mais próximo de sua realidade. Neste protocolo devem constar as 
informações sistêmicas e bucais de cada paciente (por exemplo: valor de pressão arterial, medicações em 
uso, tempo de permanência na UTI, idade, grau de consciência, além de dados sobre o estado de saúde 
bucal atual e necessidades de tratamento) para ter uma avaliação geral da situação sistêmica do indivíduo.
Os profissionais da equipe de saúde bucal, como TSB e ASB, designados a acompanhar o CD em centro 
cirúrgico devem receber treinamento adequado relacionado à biossegurança, manipulação dos materiais 
e instrumentação do cirurgião-dentista. A equipe auxiliar deve conhecer os instrumentos odontológicos 
(cirúrgicos, periodontais, restauradores) para instrumentar o cirurgião-dentista; preparar e testar o 
funcionamento dos equipamentos odontológicos a serem utilizados no ato operatório (motor de alta rotação, 
instrumento de profilaxia, aparelho fotopolimerizador de resinas, motores de implantes) e manipular 
materiais odontológicos para serem inseridos em cavidade bucal (por exemplo, resinas fotopolimerizáveis, 
amálgamas, cimentos forradores etc.). O conhecimento da sequência de procedimentos, também é 
importante. Ela se inicia pelos procedimentos não-cruentos, prossegue-se pelos cruentos. A remoção de 
cárie, que se torna endodontia, é direcionada para exodontia, principalmente devido às dificuldades de se 
fazer para endodontia em centro cirúrgico.
As questões de biossegurança devem ser mais rigorosas do que em consultório odontológico, uma vez que 
está se inserindo na realidade hospitalar, que é mais complexa e oferece maior risco de infecção devido 
ao grau de complicação dos casos. Manuais de conduta e protocolos são atualizados permanentemente, 
inclusive interferindo na prescrição de antibióticos, lavagem de mãos, etc.
A higiene bucal deficiente em pacientes internados em UTI propicia a colonização do biofilme bucal por 
microrganismos patogênicos, especialmente por patógenos respiratórios, o que pode aumentar o risco 
de desenvolvimento de pneumonia nosocomial (hospitalar). A instalação dessa pneumonia se dá mais 
comumente pela aspiração do conteúdo mucoso presente na boca e faringe. É necessária a presença 
diária do cirurgião-dentista da equipe de odontologia hospitalar na UTI. Esse profissional e sua equipe 
podem avaliar os pacientes nas primeiras 24 horas de internação na terapia intensiva, com objetivo de 
realizar busca ativa com relação à presença de infecções bucais para orientar a correta higiene oral.
A pneumonia hospitalar ocorre em taxas de 5 a 10 casos por 1.000 internações. Variações nesses números 
decorrem, entre outros fatores, das diferenças de características dos pacientes internados e também dos 
15
diferentes hospitais. Ela é mais frequente entre os pacientes de maior estado de gravidade, sobretudo 
os entubados, representando a segunda infecção hospitalar mais comum (a urinária é a primeira), 
correspondendo de 13% a 18% de todas as infecções e a que apresenta maior morbidade e mortalidade.
Consulta odontológica inicial compreende os seguintes procedimentos:
• Identificar a doença primária e verificar o estado geral do paciente, para determinar o protocolo 
adequado de higiene oral;
• Determinar a condição em saúde bucal: obter índice CPO-d (número de dentes cariados, perdidos e 
obturados) e avaliar o nível de doença periodontal;
• Controlar a quantidade de placa bacteriana;
• Realizar o diagnóstico e o tratamento de infecções odontogênicas e não-odontogênicas;
• Avaliar se é necessária a remoção de aparelhos ortodônticos, próteses parafusadas e restaurações 
metálicas, bem como de outros aparatos que interfiram em exames de imagem ou que possam causar 
lesões em tecidos moles;
• Avaliar a necessidade de instalação de aparelhos bucais para prevenir ou tratar lesões traumáticas em 
tecidos moles;
• Avaliar a necessidade de hidratação labial diária;
A hidratação labial não deve ser realizada com vaselina devido à possibilidade de combustão quando em 
contato com o oxigênio durante oxigenioterapia.
Protocolos de higiene bucal
Para pacientes entubados
• Verificar a angulação da posição de decúbito do paciente. Embora ainda não existam estudos em relação 
à posição do paciente no momento da higiene bucal, recomenda-se 30° para evitar pneumonia aspirativa;
• Calçar luvas de procedimento;
• Aspirar na região da orofaringe antes do procedimento;
• Embeber escova de dente e/ou boneca de gaze e/ou swab em solução não-alcoólica de clorexidina 
0,12% e realizar os seguintes movimentos:
- Friccionar os vestíbulos e a mucosa jugal no sentido póstero-anterior.
- Friccionar o palato no sentido póstero-anterior.
- Friccionar as superfícies vestibulares, linguais e oclusais dos dentes.
- Friccionar o tubo orotraqueal.
• Passar raspador na língua no sentido póstero-anterior;
• Aspirar na região da orofaringe durante todo procedimento.
Para pacientes não-entubados
Caso o paciente esteja recebendo alimentação por via oral, além de repetir os itens acima, deve-se escovar 
os dentes com escova dental 3 vezes ao dia, após as principais refeições. Caso o paciente não esteja se 
alimentando por via oral, os procedimentos de higiene oral devem ser realizados 2 vezes ao dia.
16
Hipossalivação
Redução do fluxo salivar ou da produção salivar que pode acarretar sensação subjetiva de boca seca 
(xerostomia).
A hipossalivação pode dificultar a alimentação (principalmente com relação a digestão e a deglutição) e a 
fala, aumentar o risco para cárie, acarretar halitose e saburra lingual, bem como aumentar a susceptibilidade 
a outras infecções e a traumas na mucosa. Dentre os fatores causais, destacam-se aplasia ou remoção 
cirúrgica de glândulas salivares, injúria nos nervos da região da cabeça e pescoço, condições que levam à 
desidratação (febre, vômito, diarréia), efeito secundário de certas interações medicamentosas (tais como 
anticolinérgicos, antidepressivos, fenotiazínicos, diuréticos etc.), efeito colateral da radioterapia na região 
de cabeça e pescoço e de determinados regimes quimioterápicos (tais como aqueles contendo 5-FU, 
ciclofosfamida, etoposide, metotrexato etc.), efeito secundário de certas doenças e infecções (síndrome 
de Sjögren, desordens psicogênicas, doença do enxerto contra o hospedeiro, diabetes melito, infecção 
pelo vírus da hepatite C, infecção pelo vírus da imunodeficiencia humana, doença de Alzheimer, anemia, 
fibrose cística, artrite reumatóide, doença de Parkinson, dentre outras).
Para o controle da xerostomia é importante investigar sua causa. Orientações de higiene bucal e controle 
da dieta são fundamentais. Para a maioria dos pacientes indica-se alívio sintomático com o uso de saliva 
artificial e goma de mascar. Pode ser necessária também prescrição de drogas estimuladoras de secreção 
salivar.
Trismo
Espasmos musculares tônicos,independentes da fibrose dos músculos da mastigação e da cápsula da 
articulação temporomandibular (ATM), que podem resultar em limitação de abertura da boca.
O trismo pode ser encontrado com certa frequência em pacientes acamados por longo período, como os 
que se encontram em unidades de terapia intensiva e em coma vigil ou não-vigil. Quando instalado por 
tempo prolongado nesses pacientes, há risco importante de lesões na mucosa bucal, bem como de fratura 
dentária e dento-alveolar.
O trismo pode também ser observado em pacientes oncológicos submetidos à cirurgia e a quimio e 
radioterapia de cabeça e pescoço. Nesse caso, a causa é comumente atribuída a fibrose dos músculos da 
mastigação ou a injúrias na ATM. As consequências diretas nesse caso são dificuldades de alimentação e 
problemas nutricionais.
O tratamento deve ser instituído de forma individualizada. Pode contemplar o uso de relaxantes musculares, 
placas de proteção e/ou miorrelaxantes, fisioterapia, dentre outros.
Ageusia, hipogeusia e diseugia
Perda (ageusia), redução (hipogeusia) ou alteração (disgeusia) da sensação do paladar.
Principais 
agravos
17
Esses distúrbios podem ter etiologia medicamentosa ou serem causados por radioterapia na região de 
cabeça e pescoço. Podem também ser sintoma de depressão maior. Se a causa for medicamentosa, avaliar 
a possibilidade de substituir a medicação. Muitas vezes as alterações do paladar são transitórias, sendo 
conveniente aguar- dar o término da terapia causadora desses distúrbios.
Processos patológicos especiais
Cárie de irradiação
Cáries em dentes de indivíduos submetidos a radioterapia em região de cabeça e pescoço, de rápida 
evolução e difícil prevenção.
Apesar de difícil, a prevenção da cárie de radiação deve sempre ser realizada. Inclui preparo odontológico 
pré-radioterápico, aplicações tópicas de soluções fluoretadas, uso contínuo de fluoretos não-acidulados 
em baixa dose indefinidamente, indicação de dieta não-cariogênica e escovação adequada. Uma vez 
instalada a cárie de radiação deve-se removê-la, realizar a restauração definitiva do elemento dental e 
intensificar os cuidados de prevenção para evitar novos focos.
Mucosite oral
Toxicidade na mucosa bucal decorrente dos efeitos citotóxicos diretos e indiretos oriundos tanto da 
quimioterapia geral, quanto da radioterapia localizada em região de cabeça e pescoço.
A mucosite oral inclui diversos estágios de gravidade, que vão desde somente hiperemia localizada até 
múltiplas ulcerações na mucosa oral. Modalidades de tratamento como laserterapia em baixa intensidade, 
crioterapia e fatores de crescimento de queratinócitos têm sido avaliadas clinicamente quanto sua 
efetividade em evitar ou minimizar a extensão e a severidade da mucosite oral. Outros tratamentos são 
utiliza- dos como agentes paliativos, incluindo-se anestésicos tópicos, analgésicos, antimicro- bianos e 
complexos vitamínicos tópicos.
Doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH)
Reação imune das células T do doador contra as células do hospedeiro do transplante. 
A DECH é uma complicação comum do transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas. Pode 
ser classificada como aguda ou crônica. Como as manifestações bucais podem ser os primeiros sinais da 
DECH, a presença de infiltrado linfocítico em biópsias de glândulas salivares menores pode contribuir para 
o seu diagnóstico. As manifestações mais frequentes são eritema, descamações e ulcerações, mucocele, 
xerostomia e estriações reticulares na superfície da mucosa bucal. Dor e ardor podem estar presentes. 
Quadros mais crônicos têm sido associados ao surgimento de carcinoma espinocelular na mucosa bucal. 
As infecções virais e fúngicas associadas não são incomuns. O tratamento visa primariamente reduzir 
a sintomatologia, podendo ser indicados imunomoduladores tópicos ou sistêmicos, na dependência do 
quadro.
Líquen plano bucal
Doença inflamatória crônica mucocutânea associada a disfunção na imunidade mediada por células, ainda 
sem etiopatogenia definida.
18
As duas formas principais de apresentação na cavidade bucal são a forma reticular e a forma erosiva. A 
forma reticular pode ser assintomática, mas o líquen plano atrófico ou erosivo pode provocar sintomas 
que variam desde sensação de queimação até dor intensa. O diagnóstico clínico deve ser acompanhado 
do diagnóstico histopatológico, principalmente para se excluir lesões displásicas/neoplásicas. Como 
tratamento, são indicadas drogas imunomoduladoras, tópicas ou sistêmicas, na dependência do quadro.
Hiperplasia gengival medicamentosa
Aumento do volume gengival devido ao aumento do número de células provocado por drogas 
anticonvulsivantes (fenitoína), imunossupressoras (ciclosporina A) e bloqueadoras dos canais de cálcio 
(diidropiridinas, benzeno-acetilnitrilas e benzodiazepínicas).
O tratamento da hiperplasia gengival medicamentosa ainda é discutível. Na impossibilidade da substituição 
do medicamento, preconizam-se gengivoplastias e controle do biofilme dental.
Osteonecrose dos maxilares associada a bifosfonatos
Necrose óssea na maxila e ou na mandíbula em indivíduo que está sendo ou foi tratado com bifosfonatos 
e que não foi exposto à radioterapia em região de cabeça e pescoço.
A etiopatogenia, o curso clínico e o tratamento da osteonecrose por bifosfonatos ainda não estão bem 
estabelecidos. Estudos mais recentes apontam, como importantes fatores implicados na instalação e na 
progressão da necrose, o efeito antiangiogênico e a inibição de osteoclastos causados pelo medicamento. 
A frequência na mandíbula é maior do que na maxila. Apesar de incertos, os fatores de risco mais 
comumente citados na instalação e progressão da necrose óssea são administração intravenosa do 
medicamento, tempo de exposição ao princípio ativo, quantidade administrada, uso concomitante de 
corticóides e hábito de tabagismo. Na maioria dos casos descritos, o processo necrótico foi desencadeado 
por procedimento cirúrgico ou por processos traumáticos ou infecciosos no osso afetado. Vale dizer que a 
incidência de eventos espontâneos está aumentando.
Como ações preventivas, é fundamental a adequação do meio bucal previamente ao início da terapia 
com bifosfonatos e a instituição de orientações de higiene bucal. Após iniciar o uso da medicação, o 
seguimento do paciente para realização de profilaxia dentária, o controle de doença periodontal e os 
exames de imagem periódicos são importantes na prevenção da necrose. Na presença desta, deve-se 
avaliar seu estágio e verificar a necessidade de cuidados tópicos com clorexidina, antibioticoterapia e 
debridação cirúrgica. A terapia fotodinâmica também tem sido utilizada nesses casos.
Osteorradionecrose
Necrose do osso previamente irradiado com radiação ionizante.
Considerando os ossos gnáticos, a mandíbula é mais acometida por osteorradionecrose do que a maxila. O 
tratamento deve ser estabelecido segundo o estágio da necrose, a qual pode variar de leve ulceração nos 
tecidos moles e necrose óssea superficial, até necrose óssea difusa estendendo-se até a borda inferior da 
mandíbula. Para a primeira situação, geralmente o tratamento é conservador, com execução somente de 
irrigação; para estágios mais avançados, o tratamento poderá incluir sequestrotomia, ressecções ósseas 
e reconstrução microcirúrgica. O uso da oxigenioterapia hiperbárica tem sido também considerado em 
várias situações clínicas.
19
 Bibliografia
Estrela C. Controle de infecção em odontologia. São Paulo: Artes Médicas, 2003. 
Guyton AC, Hall JE. Tratado de fisiologia médica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2005.
Neville B. Patologia oral e maxilo facial. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2004. 
Sicher H, DuBrul EL. Anatomia Oral. 8ª ed. São Paulo: Ed. Artes Médicas. 1991. 
Haddad AS. Odontologia para pacientes com necessidade especiais. São Paulo: EditoraSantos. 2007. 
Santos PSS, Soares Jr LA. Medicina bucal: a prática na odontologia hospitalar. São Paulo: Ed. Santos. 2012. 
312p.
20

Mais conteúdos dessa disciplina