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Resumo para Prova Jurisdição e Ação

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Resumo sobre Jurisdição e Ação
Jurisdição, ação e processo constituem dimensões bem nítidas dentro da ciência processual.
 A Jurisdição é o poder, a função e a atividade exercidos e desenvolvidos por órgãos estatais previstos em lei, com a finalidade de fazer atuar a vontade da lei ao caso concreto, mediante a tutela de pretensões, direitos e relações jurídicas contenciosas ou não. É o poder-dever de dizer o direito pelos jurisdicionados. Atualmente o Estado não é mais o protagonista da Jurisdição, havendo, pois, outros meios alternativos que afastam o dirigismo estatal. O poder-dever de dizer o direito não é tão somente declaratório, ele tem a característica de ser crítico e construtivista. 
A Jurisdição só age se provocada, pois uma de suas características é justamente a inércia. O meio de se provocar a Jurisdição é através da ação – direito público subjetivo. Além da inércia, a Jurisdição possui outras características como: a unidade (ela não se subdivide, sendo a mesma em todo o território nacional); secundariedade (só age quando surge o conflito); imparcialidade (não tem interesse no desfecho da demanda); definitividade (tem a suscetibilidade de ser imutável); congruência (agindo dentro daquilo que foi solicitado). Enquanto princípios pontuam-se: o de juiz natural (juiz regularmente investido); improrrogabilidade (a lei não pode ampliar nem restringir os limites do poder jurisdicional); indeclinabilidade (o órgão jurisdicional tem o dever de prestar jurisdição); inafastabilidade (o órgão jurisdicional não pode deixar de decidir as questões que lhe são submetidas); e o impulso oficial (o processo deve andar sozinho a partir da quebra da inércia).
A Jurisdição não se restringe à tutela de conflitos, com a presença obrigatória do elemento lide como pressuposto para seu exercício. Está presente também em ações consensuais que não exigem necessariamente, o litígio. Apesar de tradicionalmente o conflito ser visto como algo negativo, essa concepção vem mudando e a moderna teoria do conflito nos apresenta este como sendo algo positivo e inerente ao ser humano, pois através do conflito é possível ajudar as partes a resolver suas diferenças sem que haja, necessariamente, disputa e perda entre as partes.
Para que a Jurisdição saia da inércia é necessário que o cidadão a provoque através do direito de ação. Este é o primeiro momento de acesso à justiça. A Ação trata-se, portanto, do direito subjetivo à prestação jurisdicional. São requisitos para que haja condição de ação: o interesse de agir e a legitimidade das partes. O direito de ação não é somente do autor, mas também de todos os sujeitos do processo.
A tutela jurisdicional deve ser a ultima ratio, não constituindo, pois, o único meio de solução dos conflitos. Para tanto surgiram meios alternativos de solução como forma de desafogar o judiciário e garantir um acesso à justiça mais tempestivo. Esses meios não são considerados alternativas secundárias à Justiça formal, mas sim via igualmente preferencial destinada ao tratamento dos conflitos. Como exemplo desses meios tem-se a conciliação, a mediação e a arbitragem, os quais buscam viabilizar as demandas de forma mais célere e também atingir uma parcela da população considerada hipossuficiente que não teria como acessar o judiciário para resolver suas demandas, tanto por questões financeiras como por falta de informações acerca dos seus direitos.
O acesso à justiça deveria ser pleno e ao alcance de todas as camadas sociais, implicando assim acesso à ordem jurídica justa, sem barreiras, sem morosidade e garantindo segurança jurídica. O efetivo acesso à justiça implica o antes, o durante e o depois, pois muitas vezes a dificuldade não está somente em ingressar com a demanda no judiciário, mas em dele sair, levando em conta, também, se a demanda foi satisfeita.

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