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CASAMENTO causas suspensivas, celebracao

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CASAMENTO
CAUSAS SUSPENSIVAS: situações ou circunstâncias, taxativamente previstas no art. 1.523 do Código Civil “capazes de suspender a realização do casamento, se arguidas tempestivamente pelas pessoas legitimadas a fazê-lo, mas que não provocam, quando infringidas”, a invalidação do casamento, que é “considerado irregular”, sujeitando-se o infrator ao regime da separação obrigatória de bens (CC, art. 1.641, I). (GONÇALVES, 2014, p. 84-90, grifo do autor)
As causas suspensivas não podem ser declaradas de ofício pelo celebrante ou oficial do registro e “somente será necessário comprovar ausência de prejuízo [...] se aposta a causa suspensiva por algum interessado.” (GONÇALVES, 2014, p. 89) 
Finalidade: “proteger interesses de terceiros, em geral da prole (herdeiros) do leito anterior (evitando a confusão de patrimônios e de sangue), do ex-cônjuge ou da pessoa influenciada pelo abuso de confiança ou de autoridade exercido pelo outro (tutela e curatela).” Juiz pode deixar de aplica-las se ficar comprovada “a inexistência de prejuízo para essas pessoas” (CC, art. 1.523). Em caso de comprovação das mencionadas causas, “o casamento não poderá se realizar enquanto não forem afastadas.” (GONÇALVES, 2014, p. 84) 
CASAMENTO
Cont. causas suspensivas
Prevê o caput do art. 1.523 do Código Civil: “Não devem casar: I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.”
O parágrafo único do mesmo dispositivo legal preceitua: “É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.”
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Confusão patrimonial: pode ser evitada pelo viúvo(a) que promover o inventário dos bens do falecido e conferir partilha aos filhos do relacionamento anterior. Somente o inventário não é suficiente. “A lei exige [...] que haja partilha” homologada (“julgada por sentença”) ou realizada “administrativamente (escritura pública”) (CPC, art. 982), “pois é ela que define claramente o direito de cada um.” (GONÇALVES, 2014, p. 85-86)
Inventário negativo. (GONÇALVES, 2014, p. 86)
Além da aplicação do regime da separação obrigatória de bens, o art. 1.489, II do Código Civil prevê outra sanção, a saber, “a incidência da hipoteca legal em favor dos ‘filhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe que passar a outras núpcias, antes de fazer o inventário do casal anterior.” (GONÇALVES, 2014, p. 85)
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Divórcio: homologação (consensual) ou decisão (litigioso) – divórcio pode ocorrer sem que ocorra a partilha – se houver prova “da inexistência de prejuízo para o ex-cônjuge”, afasta-se a restrição. (GONÇALVES, 2014, p. 87-88)
Confusão de sangue (“turbatio sanguinis”) – CC, art. 1.523, II – aplicável somente à mulher, objetivando “evitar dúvida sobre a paternidade [...], considerando-se que se presumiria filho do falecido aquele que nascesse até ‘trezentos dias’ da data do óbito ou da sentença anulatória ou que declare nulo o casamento. Igual presunção atribuiria a paternidade ao segundo marido quanto ao filho que nascesse até ‘cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal” (CC, art. 1.597, I e II). A proibição não subsiste “se a nubente provar ‘nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo’ [ou] se houver aborto ou se a gravidez for evidente quando da viuvez ou da anulação do casamento”. Também nos casos de divórcio e anulação “por impotência coeundi, desde que absoluta e anterior ao casamento, ou quando resulta evidente das circunstâncias a impossibilidade física e coabitação entre os cônjuges.” (GONÇALVES, 2014, p. 88-89) 
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Tutela e curatela: destina-se a afastar a coação moral que possa ser exercida por pessoa que tem ascendência e autoridade sobre o ânimo do incapaz”. A restrição objetiva “a proteção do patrimônio do incapaz, evitando o locupletamento do representante ou de seus parentes a suas expensas” e deixa de ser aplicada “com a extinção da tutela ou da curatela e com a aprovação das contas pelo juízo competente” ou com a prova da “inexistência de prejuízo para a pessoa tutelada ou curatelada.” (GONÇALVES, 2014, p. 89)
OPOSIÇÃO DOS IMPEDIMENTOS: “comunicação escrita feita por pessoa legitimada, antes da celebração do casamento, ao oficial do registro civil, perante quem se processa a habilitação, ou ao juiz que preside a solenidade, sobre a existência de um dos empecilhos mencionados na lei.” (GONÇALVES, 2014, p. 91)
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Legitimidade (CC, art. 1.522): “a sociedade tem interesse em que não se realize o casamento de pessoas entre as quais vigora o impedimento. Razões de ordem pública, dirigidas especialmente à proteção da família, ditaram a sua previsão e enumeração [...]. A lei autoriza, com efeito, qualquer pessoa capaz a denunciar o obstáculo ao casamento de que tenha conhecimento, ainda que não comprove interesse específico no caso.” Nesta hipótese, “a oposição prescinde de provocação”. (GONÇALVES, 2014, p. 91-92, grifo do autor)
Oficial do registro ou juiz: obrigados a declarar ex officio a existência dos impedimentos quem tenham conhecimento – “o não cumprimento desse dever pode acarretar-lhes não só sanções de natureza administrativa, como também de natureza indenizatória, uma vez que um casamento anulado por conta de impedimento conhecido e não declarado de ofício pode dar ensejo a grave dano de natureza moral.” (GONÇALVES, 2014, p. 92)
Membro do Ministério Público: como “pessoa maior”. (GONÇALVES, 2014, p. 92)
A declaração de ofício ou a oposição por pessoa maior, “susta a realização do casamento até final decisão. Se, malgrado o impedimento, o casamento se realizar, poderá ser declarada a sua nulidade, a qualquer tempo, por iniciativa de qualquer interessado ou do Ministério Público (CC, art. 1.549).” (GONÇALVES, 2014, p. 92)
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Momento da oposição: “qualquer fase do processo de habilitação e ‘até o momento da celebração do casamento’ [...]. A publicidade proporcionada pelos proclamas tem exatamente a finalidade de dar conhecimento geral da pretensão dos noivos de se unirem pelo matrimônio, para que qualquer pessoa capaz possa informar o oficial do cartório ou o celebrante do casamento da existência de algum empecilho legal.” (GONÇALVES, 2014, p. 93)
Forma (CC, art. 1.529; Lei 6.015/73, art. 67, § 5°): não pode ser anônima. Exige-se “declaração escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas. [...] o oficial do registro civil ‘dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposição, indicando os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu’.”
Procedimento sumário – “autos serão remetidos ao juízo competente, com as provas já apresentadas ou com a indicação do lugar ondem possam ser obtidas. O juiz designará audiência, se houver necessidade de ouvir testemunhas indicadas pelo impugnante e pelos nubentes, e, após a oitiva dos interessados e do Ministério Público, decidirá no prazo de cinco dias, cabendo a interposição de recurso de apelação tanto por parte dos interessados como do representante legal dos Ministério Público oficiante.” (GONÇALVES, 2014, p. 93-94)
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Como os editais são publicados nas circunscrições onde residirem osnubentes (se o local de residência não for o mesmo), pode a impugnação ser “apresentada em circunscrição diferente daquela em que se processa a habilitação. Neste caso, o processamento se dará no cartório onde foi apresentada, mas o oficial deste comunicará ao do cartório onde ser promove a habilitação. Enquanto não resolvido o incidente, fica sobrestado o casamento.” (GONÇALVES, 2014, p. 94) 
Oposição julgada improcedente: se o oponente agiu de má-fé ou com culpa, sujeita-se à responsabilização criminal e civil (CC, art. 1.530, parágrafo único). (GONÇALVES, 2014, p. 94)
Certificado de habilitação: “cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 do Código Civil e considerados aptos os nubentes ao casamento”, no prazo de “quinze dias a contar da afixação do edital em cartório (e não da publicação na imprensa) será lavrada pelo oficial certidão nos autos da habilitação a ser entregue aos nubentes. “A partir dessa data começará a fluir o prazo de noventa dias para contraírem o casamento.” Como o prazo é decadencial, a habilitação perde o efeito. (GONÇALVES, 2014, p. 60 e 95)
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OPOSIÇÃO DAS CAUSAS SUSPENSIVAS (“circunstâncias ou situações capazes de suspender a realização do casamento, quanto opostas tempestivamente”). (GONÇALVES, 2014, p. 95)
Legitimidade (CC, art. 1.524): restrita aos “parentes em linha reta de um dos nubentes (pais, avós, sogros) e os irmãos e cunhados. Nem mesmo o Ministério Público está autorizado a tomar essa providência)”, pois “as causas suspensivas interessam apenas à família e eventualmente a terceiros. Podem, por isso, deixar de ser aplicadas pelo juiz, provando-se a inexistência de prejuízo para as pessoas que a lei visa proteger.” (GONÇALVES, 2014, p. 95-96)
O rol do art. 1.524 não é taxativo, podendo se incluir os que demonstram legítimo interesse na oposição da causa suspensiva.” Ex. pessoa que foi casada com a mulher que deseja casar antes de transcorridos os 300 dias em caso de invalidação do casamento. (GONÇALVES, 2014, p. 96)
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Momento da oposição: “devem ser articuladas no curso do processo de habilitação, até o decurso do prazo de quinze dias da publicação dos proclamas”, ou seja, “anunciadas as núpcias pela publicação dos proclamas, abre-se o prazo de quinze dias, dentro do qual os interessados podem objetar contra o casamento.” (GONÇALVES, 2014, p. 96-97)
Forma: observar o que já foi exposto nos impedimentos.
PROCESSO DE HABILITAÇÃO: “tem a finalidade de comprovar que os nubentes preenchem os requisitos que a lei estabelece para o casamento. É por meio dele que as partes demonstram, com a apresentação dos documentos exigidos, estar em condições de convolar as justas núpcias. Destina-se a aludida medida preventiva a constatar a capacidade para a realização do ato [...], a inexistência de impedimentos [...] ou de causa suspensiva [...] e a dar publicidade, por meio de editais, à pretensão manifestada pelos noivos, convocando as pessoas que saibam de algum impedimento para que venham opô-lo.” (GONÇALVES, 2014, p. 58)
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Requisitos de existência – “consentimento dos nubentes e a celebração na forma da lei. O primeiro é manifestado perante a autoridade celebrante, que deve ser a competente para presidir a solenidade.” (GONÇALVES, 2014, p. 58)
Também “permite [...] o exame de situações que possam, de algum modo, ameaçar a ordem pública, como o parentesco próximo dos nubentes, proibindo-se a realização de enlace para preservar a eugenia e a moral familiar. Possibilita ainda evitar uniões decorrentes de outras circunstâncias prejudiciais ou em que existam defeitos impossíveis de serem supridos ou sanados.” (GONÇALVES, 2014, p. 59)
Temos, portanto, o Estado atuando preventiva (habilitação) e repressivamente (nulidade). (GONÇALVES, 2014, p. 59)
O “requerimento [...] será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador”. A instauração do processo de habilitação será requerida no cartório do domicílio dos noivos. Se os domicílios forem distintos, o pedido será processado “perante o Cartório do Registro Civil de qualquer deles, mas o edital será publicado em ambos.” (CC, art. 1.525). (GONÇALVES, 2014, p. 59)
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Cont. habilitação 
Analfabetos – assinatura do requerimento a rogo, na presença de duas testemunhas. (GONÇALVES, 2014, p. 59)
Edital de proclamas – será afixado pelo oficial “em lugar ostensivo de seu cartório”. Também serão publicados pela imprensa local. A publicação dos proclamas poderá ser excepcionalmente dispensada pelo juiz em caso de urgência [exs. Iminente risco de vida ou moléstia grave de um dos nubentes; viagem demorada e imprevista; parto próximo; “prestação de serviço público obrigatório, inadiável e que determine, para seu desempenho, a ausência temporária do domicílio.” (CC, art. 1.527) (GONÇALVES, 2014, p. 59-60)
Atuação do Ministério Público e do Juiz – necessária a audiência” do primeiro e, em caso de “impugnação do oficial, do Ministério Público ou de terceiro, a habilitação será submetida ao juiz” (CC, art. 1.526).
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Cont. habilitação
Dever do oficial: “esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem ocasionar a invalidade do casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens”. (CC, art. 1.528)
Nubente divorciado no exterior: sentença estrangeira deve ser homologada pelo STJ (CF, art. 105, I, i). (GONÇALVES, 2014, p. 62)
Documentos necessários – devem instruir o requerimento (CC, art. 1.525)
Certidão de nascimento ou documento equivalente: passaporte, cédula de identidade ou título de eleitor exemplificam o último documento mencionado, tendo em vista exigirem a apresentação do primeiro para a obtenção. O art. 68 da LRP também possibilita a “justificação da idade”, contudo, não tem sido empregado “porque hoje se admite o registro tardio, que cumpre ao interessado providenciar.” (GONÇALVES, 2014, p. 62)
Objetivo: “comprovar [...] a idade mínima para o casamento”, podendo o juiz suprir a idade na hipótese de gravidez (CC, art. 1.520). Também deve ser apurado o limite de idade para aplicação do regime da separação de bens aos maiores de 70 anos (CC, art. 1.641, II). O último dispositivo legal tem sido questionado, tendo em vista “que a referida restrição é incompatível com as cláusulas constitucionais da tutela da dignidade da pessoa humana, da igualdade jurídica e da intimidade, como como com a garantia do justo processo da lei, tomado na acepção substantiva (CF, arts. 1°, III, e 5°, I, X e LIV).” (GONÇALVES, 2014, p. 61-62)
Se o representante legal (pais, tutor ou curador) negar o consentimento e o juiz o suprir, “a apresentação de novas razões para denegação pode justificar o pronunciamento do Judiciário, para cassação do suprimento.” (GONÇALVES, 2014, p. 65)
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Cont. documentos necessários
Autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra: os pais ou tutores devem autorizar por escrito, podendo a autorização ser suprida pelo juiz. Admite-se a assinatura “a rogo, na presença de duas testemunhas.” Em caso de emancipação, deve a mesma ser comprovada. (GONÇALVES, 2014, p. 63) 
Ausência: anulabilidade do casamento (CC, art. 1.550, II e IV). Se um dos genitores estiver “desaparecido há vários anos”, o fato pode ser justificado judicialmente (através de testemunhas), nos termos do art. 68, LRP. “Se, por algum obstáculo intransponível, não se torna possível obter a manifestação dos pais do menor e há urgência na realização do casamento, têm os juízes solucionado o impasse com a nomeação de curador especial para o ato, nos próprios autos da habilitação. O art. 1.631 do Código Civil “assegura a qualquer dos genitores o direito de recorrer ao juiz para solução do desacordo verificado no exercício do poder familiar.” (GONÇALVES, 2014, p. 63-64) 
Pródigo: incapacidade restrita à gerência dos bens, mas necessita autorização do curador (CC, art. 1.518: “Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização”). “Embora a dependência legal a queo pródigo está sujeito seja limitada à prática de atos que possam onerar o seu patrimônio, o casamento envolve um acervo de obrigações econômicas de acentuada importância, nas quais pode o pródigo comprometer a sua fortuna.” Necessidade de assistência para a lavratura do pacto antenupcial. (GONÇALVES, 2014, p. 64-65) 
Surdo-mudo: será válido o casamento se o mesmo “receber educação adequada, que o habilite a enunciar a sua vontade.” (GONÇALVES, 2014, p. 65)
Justificativa: proteção dos nubentes, “amparo contra as irreflexões da juventude” e observância do dever de obediência e respeito dos filhos aos pais, bem como o acato aos conselhos e vontade dos genitores.” (GONÇALVES, 2014, p. 63)
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Cont. documentos necessários
Declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar: “a apresentação de tal documento tem por finalidade completar e ratificar a identificação dos contraentes e reforçar a prova da inexistência de impedimentos para a realização do casamento [...]. A lei não se contenta com as informações dos cônjuges sobre os seus dados pessoais, exigindo a atestação feita por duas testemunhas de que elas são verídicas”, no entanto, mencionada “declaração não obsta à oposição de eventual impedimento, na forma da lei.” (GONÇALVES, 2014, p. 66)
Declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos (memorial): “destina-se a uma perfeita identificação dos nubentes e deve ser assinado por eles”, esclarecendo se são maiores, o estado civil, a existência de filhos, divórcio (comprovado com a “certidão do registro da sentença”) e anulação de casamento. A declaração do domicílio justifica-se pela necessidade de publicação dos proclamas. (GONÇALVES, 2014, p. 66) 
Certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio: tem por finalidade “evitar o casamento de pessoas casadas [...]. As pessoas indicadas só poderão contraria novas núpcias se demonstrarem o falecimento de seu cônjuge, se exigirem a sentença que anulou seu casamento anterior, ou certidão do registro de sentença de divórcio.” No casos de morte presumidas (CC, art. 7°), a ausência da certidão de óbito “pode ser substituída por sentença obtida em declaração da morte presumida, sem decretação de ausência [...] ou [...] justificação requerida perante juiz togado (LRP, art. 88).” (GONÇALVES, 2014, p. 66-67) 
Ausente: “cônjuge não poderá casar-se, salvo se obtiver o divórcio ou estiverem preenchidos os requisitos para a abertura da sucessão definitiva (CC, arts. 6° e 37), que dissolve a sociedade conjugal (art. 1.571, § 1°). Na última hipótese, a declaração de morte presumida ocorrerá após o trânsito em julgado da sentença que concedeu a sucessão definitiva dos bens do ausente.” (GONÇALVES, 2014, p. 67) 
Falecimento no exterior: “o viúvo deverá prova-la mediante a juntada de certidão obtida no país em que se verificou o fato” – necessidade de tradução por tradutor juramentado. (GONÇALVES, 2014, p. 67)
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Cont. documentos necessários
Invalidação do casamento: “será juntada certidão do transito em julgado da sentença.” (GONÇALVES, 2014, p. 67)
Divórcio: necessária a juntada da “certidão do registro da sentença no Registro Civil onde o casamento se realizou”, tendo em vista o fato de se tornar eficaz com o registro. (GONÇALVES, 2014, p. 67)
Documentação irregular ou insuficiente ou existência de impedimento matrimonial (a ser declarado de ofício): acarreta a não publicação dos editais ou a temporária suspensão do casamento. (GONÇALVES, 2014, p. 61)
Justificação de fato necessário à habilitação (ex. necessidade de consentimento para casamento de filho menor, quando um dos genitores está desaparecido e existe a necessidade de comprovação de tal fato através de testemunhas; retificação de idade): nos termos do art. 68 da LRP, “Se o interessado quiser justificar fato necessário à habilitação para o casamento, deduzirá sua intenção perante o Juiz competente, em petição circunstanciada indicando testemunhas e apresentando documentos que comprovem as alegações.” (GONÇALVES, 2014, p. 61-62)
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CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO
Casamento: “cercado de um verdadeiro ritual, com significativa incidência de normas de ordem pública [...]. As formalidades atribuem seriedade e certeza ao ato, garantem e facilitam sua prova e resguardam o interesse de terceiros no tocante à publicidade da sociedade conjugal”, destacando “a sua relevância social”, tendo em vista “constituir o ato da vida civil a que a ordem jurídica atribui maior importância, sendo o ponto de partida para a constituição da família.” (GONÇALVES, 2014, p. 98)
Inexistência do ato: em caso de desatendimento dos rigores estabelecidos para a sua celebração, além de ausência de consentimento e autoridade incompetente (ex. “particular sem autoridade alguma para presidir a solenidade nupcial”) . Esse rigorismo é afastado nos casos de casamento nuncupativo, em caso de moléstia grave e conversão da união estável em casamento. (GONÇALVES, 2014, p. 98, 131, 148)
Autoridade que presidirá o ato designará previamente o horário, local e dia da celebração, “mediante petição dos contraentes, que se mostrem habilitados com a certidão do art. 1.531 [de habilitação]”. (CC, art. 1.533). (GONÇALVES, 2014, p. 99)
Solenidade – pode ser realizada na “sede do [...] cartório onde se processou a habilitação” ou, havendo interesse dos contraentes e consentimento da autoridade celebrante, em outro edifício particular ou público – necessária a publicidade (“portas abertas”) – mínimo 2 testemunhas, que podem não ser parentes (CC, art. 1.534, caput). Contudo, como o rol de causas de nulidade e anulação é taxativo e inexiste sanção prevista em lei a ser aplicada à autoridade que realiza “casamento [...] às ocultas, numa sala cujas portas se achem fechadas”, tal previsão é passível de interpretação. O que não se admite é que pessoas sejam impedidas, “pela ausência de um de seus elementos essenciais, que é a celebração na forma da lei”, de opor impedimentos. Se o objetivo dos nubentes ao realizar um casamento num apartamento for esse, inexistente será o ato. (GONÇALVES, 2014, p. 99-100)
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Moléstia grave (CC, art. 1.539): “pressupõe-se que já estejam satisfeitas as formalidades preliminares do casamento e o oficial do registro civil tenha expedido o certificado de habilitação ao casamento, mas a gravidade do estado de saúde de um dos nubentes o impede de locomover-se e de adiar a cerimônia. Neste caso, o juiz irá celebrá-la na casa dele ou ‘onde se encontrar’ (no hospital, p. ex.), em companhia do oficial, ‘ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler e escrever’. Só em havendo urgência é que o casamento será realizado à noite.” Estamos diante de uma hipótese em que o nubente está impossibilitado “de aguardar a celebração futura do casamento, em lugar diverso daquele em que se encontra, não sendo aconselhável a sua locomoção.” Reputa-se grave a moléstia “que pode acarretar a morte do nubente em breve tempo, embora o desenlace não seja iminente, e cuja remoção o sujeita a riscos.” (GONÇALVES, 2014, p. 131)
Se a autoridade competente “não for encontrada ou não puder comparecer à presença do impedido”, o ato se realizará imediatamente, “pois qualquer de seus substitutos legais, que porventura seja encontrado, deverá transportar-se ao lugar em que se encontra o enfermo [...], e celebrar o casamento.” (GONÇALVES, 2014, p. 131)
Impedimento ou falta do oficial – substituto será designado pelo juiz – atuação “como oficial ad hoc. O termo por este lavrado será assinado pelo celebrante, pelo oficial ad doc e pelas testemunhas e registrado [...] dentro em cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado (CC, art. 1.539, §§ 1° e 2°). Se o nubente enfermo não puder assinar, serão necessárias quatro testemunhas” (CC,art. 1,534, § 2°). (GONÇALVES, 2014, p. 131-132)
Nesta espécie de casamento os horários e locais não são “previamente determinados pela autoridade competente, em virtude da premência da situação.” Não tendo sido expedido o certificado de habilitação, “deve a autoridade celebrante exigir a apresentação dos documentos necessários, podendo dispensar, em face da urgência, a publicação dos proclamas”. (GONÇALVES, 2014, p. 132)
CASAMENTO
Casamento nuncupativo (de viva voz) ou em iminente risco de vida (CC, arts. 1.540 e 1.541 e LRP, art. 76): neste caso, podem ser dispensadas a presença do celebrante e a habilitação. Aplica-se, a título de exemplo, ‘quando um dos nubentes é ferido por disparo de arma de fogo, ou sofre grave acidente, ou, ainda, é vítima de mal súbito, em que não há a mínima esperança de salvação, e a duração da vida não poderá ir além de alguns instantes ou horas.” (GONÇALVES, 2014, p. 132) 
Diante da extrema urgência, sendo impossível “obter a presença do juiz ou de seus suplentes, e ainda do oficial, os contraentes poderão celebrar o casamento na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau” (CC, art. 1.540). Bastará neste caso que os contraentes manifestem o proposito de casar e, de viva voz, recebam um ao outro [...], na presença das seis testemunhas”, que, no prazo de 10 dias, deverão “comparecer [...] perante a autoridade judiciária mais próxima [que pode não ser a da residência ou domicílio dos cônjuges] a fim de que sejam reduzidas a termo as suas declarações, pelo processo das justificações avulsas. Se não comparecerem espontaneamente, poderá qualquer interessado requerer a sua notificação.” (GONÇALVES, 2014, p. 132-133)
CASAMENTO
Declaração das testemunhas: “I - que foram convocadas por parte do enfermo; II - que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo; III - que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por marido e mulher.” (CC, art. 1.541)
Se “o juiz, [...] não for o competente ratione materiae ou ratione personae, encaminhará as declarações, depois de autuadas, à autoridade judiciário que o for”, para que esta possa “verificar a inexistência de impedimentos, em procedimento semelhante a uma habilitação a posteriori, ouvirá o Ministério Público e realizará as diligências necessárias, antes de proferir a sentença, da qual caberá apelação [...]. Transitada em julgado, o juiz mandará registrá-la no Livro do Registro dos Casamentos, retroagindo os efeitos, quanto ao estado dos cônjuges, à data da celebração (CC, art. 1.541, §§ 1° a 4°). (GONÇALVES, 2014, p. 133)
Ratificação do casamento: “serão dispensadas tais formalidades [CC, arts. 1.540 e 1.541] se o enfermo convalescer e puder ratificar [confirmar] o casamento na presença da autoridade competente e do oficial do registro” (CC, art. 1.541, § 5°). “Essa ratificação faz-se por termo no livro do Registro dos Casamentos, devendo vir assinada também pelo outro cônjuge e por duas testemunhas. Antes da lavratura do termo, exigem-se os documentos do art. 1.525 e o certificado do art. 1.531, comprobatório da inexistência de impedimentos. Não havendo a ratificação, após a convalescença, não tem valor o casamento.” (GONÇALVES, 2014, p. 134)
CASAMENTO
Cont. celebração
Dias e horários: incluem-se os feriados e domingos e, quanto ao horário, pode ser durante o dia ou à noite, “contanto que a celebração não ocorra de madrugada ou em altas horas noturnas”, pois mais uma vez poderíamos impedir a participação de pessoas que pudessem impugnar o ato. (GONÇALVES, 2014, p. 100)
Testemunhas (representam a sociedade): imprescindíveis – mínimo 2 (poderão ser parentes). O parágrafo primeiro do art. 1.534 do Código Civil, menciona a exigência de manter abertas as portas do edifício particular durante o ato e o parágrafo segundo exige a presença de 4 testemunhas nesta última hipótese. Esse número de testemunhas também se aplica aos casos do nubente não poder ou saber escrever, devendo também ser colhidas as impressões digitais. (GONÇALVES, 2014, p. 100)
Termos da declaração do presidente do ato – na presença dos “contraentes [que podem ser representados – procuração especial], juntamente com as testemunhas e o oficial do registro”, após a afirmação dos nubentes “de que pretendem casar por livre e espontânea vontade”: ‘De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados.’ (CC, art. 1.535)
CASAMENTO
Cont. celebração
Manifestação da vontade dos nubentes perante o juiz e declaração do mesmo – somente a primeira não é suficiente – “declaração do celebrante é essencial, como expressão do interesse do Estado na constituição da família, bem como do ponto de vista formal, destinada a assegurar a legitimidade da formação do vínculo matrimonial e conferir-lhe certeza.” CC, art. 1.514 (GONÇALVES, 2014, p. 102)
No entanto, “a ausência total de consentimento, como ocorre nos casos de procuração outorgada sem poderes específicos e de completo silêncio ou mesmo de resposta negativa ante a indagação da autoridade celebrante” tornam o ato inexistente. (GONÇALVES, 2014, p. 147)
Simultâneo comparecimento dos nubentes – vontade deve ser “manifestada no ato da celebração”, não se admitindo a “formulada anteriormente à solenidade, pois a lei visa assegurar a liberdade e atualidade do consentimento matrimonial. O princípio da atualidade do mútuo consenso sofre restrição [...] pela admissibilidade do casamento por procuração”. (GONÇALVES, 2014, p. 101)
CASAMENTO
Ausência das formalidades essenciais – inexistência do ato - “em razão do ato inexistente constituir um nada no mundo jurídico, não reclama ação própria para combate-lo” – tendo sido registrado, “necessária a propositura de ação para cancelamento do registro.” Casamento inexistente “não pode ser declarado putativo”. (GONÇALVES, 2014, p. 102 e 142-143)
Surdo e mudo – em relação ao primeiro, perguntas e respostas podem ser escritas e, quanto ao último, pode responder através de sinais. (GONÇALVES, 2014, p. 102)
Silêncio – “não pode ser interpretado como manifestação de vontade.” Consentimento também não se subordina a termo ou condição. (GONÇALVES, 2014, p. 102)
Estrangeiro – se não entender o vernáculo, pode se valer de intérprete. (GONÇALVES, 2014, p. 102)
Celebrante – atua “em nome da lei, com representante do Estado, e é, nesta qualidade que participa do ato” – sem a sua atuação, o ato inexiste – após a sua declaração, vontade dos nubentes é irretratável. (GONÇALVES, 2014, p. 102)
CASAMENTO
Cont. celebração
Autoridade competente (preside o ato): em nosso Estado (SP), “enquanto não criado os juizados de paz mencionados na Constituição Federal e de caráter eletivo (art. 98, II, e 30 do ADCT), é o juiz de casamentos do lugar em que se processou a habilitação. A lei de organização judiciária de cada Estado é que designa a referida autoridade”, que pode ser denominada “juiz de paz”, valendo lembrar que “o próprio juiz de direito é incumbido desse mister” em alguns Estados e os oficiais titulares dos cartórios do registro civil em outros . (GONÇALVES, 2014, p. 101 e 147)
Nomeação: Em São Paulo, é o Secretário da Justiça (auxiliar do governador) que nomeia os juízes de casamentos e dois suplentes para cada município. Inexiste remuneração. Em caso de impedimento ou falta, somente um dos suplentes substitui o titular (CC, art. 1.539, § 1°). “O oficial do Registro Civil, nesses casos, será substituído por oficial ad hoc, nomeado pelo presidente do ato, o qual, nos casos de urgência e ausência do Livro de Registros, lavrará termo avulso, ‘que será registrado no respectivo registro dentro em cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado” (CC, art. 1.539, § 2°).” (GONÇALVES, 2014, p. 101)
CASAMENTO
Assento do casamento deve ser lavrado [livro de registro] logo após a celebração - “No assento, assinado pelo presidente do ato, pelos cônjuges, as testemunhas, e o oficialdo registro, serão exarados: I - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento, profissão, domicílio e residência atual dos cônjuges; II - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte, domicílio e residência atual dos pais; III - o prenome e sobrenome do cônjuge precedente e a data da dissolução do casamento anterior; IV - a data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento; V - a relação dos documentos apresentados ao oficial do registro; VI - o prenome, sobrenome, profissão, domicílio e residência atual das testemunhas; VII - o regime do casamento, com a declaração da data e do cartório em cujas notas foi lavrada a escritura antenupcial, quando o regime não for o da comunhão parcial, ou o obrigatoriamente estabelecido (CC, art. 1.536 e LRP, art. 173). Também se transcreverá integralmente o pacto antenupcial (CC, art. 1.537) e, em caso de necessidade de autorização para o casamento, o instrumento será integralmente transcrito no pacto antenupcial. (GONÇALVES, 2014, p. 104)
CASAMENTO
Prenomes, sobrenomes, datas de nascimento, profissão, domicílio e residência atual dos cônjuges e os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte, domicílio e residência atual dos pais (de ambos os cônjuges) – “tais informações destinam-se a identificar os consortes de modo completo e inequívoco.” (GONÇALVES, 2014, p. 105)
Adoção do nome do consorte – apesar da ausência dessa exigência no dispositivo em comento, deve ser anotado “no registro o nome adotado pelos nubentes”. Importante destacar que pode ser acrescentado o sobrenome do outro, mas não pode haver supressão do próprio, tendo em vista o “princípio da estabilidade do nome [...], que é de ordem pública.” (GONÇALVES, 2014, p. 105-106)
Adoção dos apelidos do outro cônjuge – assinar com nome de casado. (GONÇALVES, 2014, p. 101)
CASAMENTO
Prenome e sobrenome do cônjuge precedente e a data da dissolução do casamento anterior: aplicável em caso de viuvez, divórcio ou anulação de casamento. (GONÇALVES, 2014, p. 106)
Data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento e relação dos documentos apresentados ao oficial do registro: objetiva “possibilitar a verificação da regularidade da habilitação.” (GONÇALVES, 2014, p. 106)
Prenome, sobrenome, profissão, domicílio e residência atual das testemunhas: existe a necessidade de qualificar no assento “as pessoas que atuaram na solenidade.” (GONÇALVES, 2014, p. 107)
Regime do casamento, com a declaração da data e do cartório em cujas notas foi lavrada a escritura antenupcial, quando o regime não for o da comunhão parcial, ou o obrigatoriamente estabelecido: objetiva “fazer prova entre os [...] cônjuges e resguardar interesses de terceiros de boa-fé.” (GONÇALVES, 2014, p. 107)
Finalidade do assento: prova da realização do casamento e do regime de bens adotado, além da publicidade do ato. (GONÇALVES, 2014, p. 105)
CASAMENTO
Casamento civil – CC, art. 1.512
Gratuidade da celebração: habilitação, registro e primeira certidão – “isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei”.
Casamento religioso com efeitos civis: eficácia depende do registro. (GONÇALVES, 2014, p. 105) 
Casamento religioso – deve “atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração”. (CC, art. 1.515)
Registro – observância dos requisitos do casamento civil (CC, art. 1.516, caput)
Habilitação previamente homologada - deve o “certificado de habilitação [...] [ser] apresentado ao ministro religioso, que o arquivará. Celebrado o casamento, deverá ser promovido o registro, dentro de noventa dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer interessado. Tal prazo, contado da celebração, é decadencial e, se esgotado ficarão sem efeito os atos já praticados. Os nubentes terão que promover nova habilitação e cumprir todas as formalidades legais, se desejarem [...] conferir efeitos civis ao casamento religioso (CC, art. 1.516, § 1°). (GONÇALVES, 2014, p. 137) 
Falecimento de um dos nubentes após encaminhamento do pedido – possível. (GONÇALVES, 2014, p. 147) 
CASAMENTO
Ausente a prévia habilitação, “terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532” (habilitação será eficaz por 90 dias “a contar da data em que foi extraído o certificado”. (CC, art. 1.516, § 2°)
O requerimento do registro deverá ser instruído com “certidão do ato religioso e com os documentos exigidos pelo art. 1.525 do Código Civil. Processada e homologada a habilitação e certificada a inexistência de impedimento, o oficial fará o registro do casamento religioso, lavrando o assento.” (GONÇALVES, 2014, p. 137) 
Casamento religioso - Nulidade do registro “se, antes dele, qualquer dos consorciados houver contraído com outrem casamento civil”. (CC, art. 1.516, § 3°)
CASAMENTO
PROVAS: um sistema rigoroso é estabelecido pela lei para comprovar a sua “existência, em decorrência de sua repercussão na órbita privada e dos efeitos relevantes que dele defluem.” (GONÇALVES, 2014, p. 112)
Específica: certidão do registro (CC, art. 1.543, caput: “O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro”) – é “expedida com base nos dados constantes do assento lavrado na data de sua celebração [...] ou posteriormente, se se tratar de casamento religioso com efeitos civis.” (GONÇALVES, 2014, p. 113)
Nos termos do parágrafo único do mesmo dispositivo legal, “justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie de prova”. A perda ou falta pode decorrer, exemplificativamente, de inundação, incêndio, negligência ou fraude. Não estamos diante de uma hipótese de “perda da certidão, que pode ser substituída por segunda via, mas [...] de desaparecimento do próprio registro, seja do livro ou do cartório onde efetuado o lançamento”. (GONÇALVES, 2014, p. 113)
CASAMENTO
Fases da prova supletória: “na primeira, prova-se o fato que ocasionou a perda ou a falta do registro; na segunda, se satisfatória a primeira, admitidas serão as outras, como testemunhas, registros em carteiras de trabalho e em passaportes, certidão de nascimento de filhos etc”. Deve ser provado que o registro ocorreu. “É a ação declaratória meio hábil para confirmar a existência do casamento se perdido ou extraviado o registro do matrimônio, não se exigindo a restauração. A transcrição do julgado produzirá todos os efeitos civis dede a data da celebração.” (GONÇALVES, 2014, p. 113-114)
Posse do estado de casados: “situação de duas pessoas que vivem como casadas (more uxório) e assim são considerados por todos. É, em suma, a situação de duas pessoas que vivem publicamente como marido e mulher e assim são reconhecidas pela sociedade.” (GONÇALVES, 2014, p. 114-115)
Relevante observar que, “em regra, não constitui meio de prova do casamento, a não ser excepcionalmente, em benefício da prole comum (art. 1.545), e nas hipóteses em que ele é impugnado e a prova mostra-se dúbia, funcionando nesse último caso como elemento favorável à sua existência (art. 1.547).” (GONÇALVES, 2014, p. 115)
CASAMENTO
Isso não significa que à coabitação ou convivência possa ser conferido o status de casamento ou que a este possam ser equiparadas, inclusive se o casal já tiver filhos. Induz-se “a existência do casamento, que não pode ser provado por certidão do registro em face das aludidas circunstâncias. [...] É uma situação de fato, de convivência more uxorio, que serve como prova de casamento que tenha sido efetivamente celebrado. Sem esse antecedente, a mera situação fática da posse do estado de casado seria, eventualmente, uma união estável, que poderia converter-se em casamento a pedido das partes.” (GONÇALVES, 2014, p. 115)
Elementos caracterizadores: “a) nomen, indicativode que a mulher usava o nome do marido; b) tractatus, de que se tratavam publicamente como marido e mulher; c) fama, de que gozavam da reputação de pessoas casadas.” (GONÇALVES, 2014, p. 115)
CASAMENTO
Presunção de casamento: não é admitida – posse do estado de casados “não constitui prova das justas núpcias”. Não se diferencia com facilidade a união estável do casamento e os elementos que acabamos de mencionar também são identificados entre os conviventes. A prova da celebração constitui o elementos distintivo. (GONÇALVES, 2014, p. 115)
Pessoas falecidas ou que não possam manifestar a vontade (CC, art. 1.545: “O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam manifestar vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado”) – os filhos poderão alegar essa situação se ambos os cônjuges já tiverem falecido, pois, se um estiver vivo, “deve indicar o local onde se realizou o casamento, para que os filhos obtenham a certidão” ou em caso de impossibilidade de manifestação da vontade em razão de ausência declarada por sentença, estado de coma etc. (GONÇALVES, 2014, p. 116)
Prova testemunhal: “o pedido de reconhecimento da existência do casamento com base na posse do estado de casados” não pode se restringir a este meio. (GONÇALVES, 2014, p. 116)
CASAMENTO
Impugnação do casamento: “posse do estado de casados poderá ser alegada em vida dos cônjuges quando o casamento for impugnado”, nos termos do art. 1.547 do Código Civil que preceitua: “Na dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento, se os cônjuges, cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem vivido na posse do estado de casados.” Não pode este meio de prova ser invocado quando se questiona a validade do casamento, mas apenas a existência do mesmo. (GONÇALVES, 2014, p. 117)
Casamento consular (“celebrado por brasileiro no estrangeiro, perante autoridade consular brasileira”): com base no princípio “locus regit actum, acolhido no art. 7° da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro”, a lei do domicílio “determina as regras gerais sobre direito de família”. Assim, casamento celebrado no exterior, prova-se “de acordo com a lei do país onde se celebrou.” (GONÇALVES, 2014, p. 118 e 138)
CASAMENTO
Autenticação do documento estrangeiro: “deverá ser autenticado, segundo as leis consulares, para produzir efeitos no Brasil. Exige-se-lhe a legalização pelo cônsul brasileiro do lugar. Se, porém, for contraído perante agente consular, provar-se-á [...] por certidão do assento no registro do consulado.” (GONÇALVES, 2014, p. 118)
Brasileiro residente no exterior: “pode optar por se casar pela lei brasileira, perante a autoridade consular, ou simplesmente conforme a lei estrangeira. Para a validade no Brasil, vindo o casal estrangeiro a fixar residência em nosso país, será necessário o registro da certidão do casamento realizado foram com a devida tradução e a autenticação pelo agente consular brasileiro” (LRP, art. 32). (GONÇALVES, 2014, p. 118)
Nos termos do art. 1.544 do Código Civil, “o casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1o Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir”.
CASAMENTO
Competência dos agentes consulares (LINDB, art. 18): nos termos do Decreto n. 24.113/34, “os cônsules de carreira só poderão celebrar casamentos quando ambos os nubentes forem brasileiros e a legislação local reconhecer efeitos civis aos casamentos assim celebrados.” (GONÇALVES, 2014, p. 138-139)
Casamento de estrangeiros celebrado no exterior – não há exigência de registro em nosso país, contudo, é admissível “para possibilitar eventual averbação de sentença proferida em ação de divórcio [...]”. A prova da separação ou do divórcio é feita com certidão ou carta de sentença expedidas nos respectivos processos”. (GONÇALVES, 2014, p. 119-120)
Prova resultante de processo judicial (CC, art. 1.546): “Quando a prova da celebração legal do casamento resultar de processo judicial, o registro da sentença no livro do Registro Civil produzirá, tanto no que toca aos cônjuges como no que respeita aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do casamento”): “o dispositivo em apreço trata das hipóteses em que, diante das dificuldades encontradas para provar a existência do matrimônio, recorrem os cônjuges ao processo judicial. A ação declaratória se mostra adequada [...]. A sentença deve ser inscrita no Registro Civil, com efeito retro operante à data do casamento.” (GONÇALVES, 2014, p. 121)

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