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Controle Externo
FUNÇÕES, NATUREZA JURÍDICA, JURISDIÇÃO 
E CAPACIDADE NORMATIVA
NATUREZA JURÍDICA E FUNÇÕES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS
O fato de o TCU ser tratado, na Constituição, dentro do capítulo dedicado ao Poder Legislativo 
e ser mencionado como auxiliar do Congresso no exercício do controle externo gera alguma 
discussão sobre a natureza jurídica dos tribunais de contas.
A maioria, e as maiores, bancas examinadoras de concursos entende que os tribunais de contas 
são órgãos independentes e autônomos. O auxílio prestado pelo tribunal de contas ao Poder 
Legislativo não significa subordinação.
A independência e a autonomia dos TC provêm da Constituição, que atribui ao Tribunal de 
Contas da União competências próprias e privativas, bem como por poder o TCU agir por 
iniciativa própria, por possuir orçamento próprio, entre outras competências e atribuições.
Ressalte-se o art. 96 da CF, que estatui atribuições relativas à auto-organização do Poder 
Judiciário, as quais são estendidas, no que couber, aos TC pelo art. 73 da CF.
O Supremo Tribunal Federal já se posicionou de forma muito clara sobre o tema: “o Tribunal 
de Contas da União não é preposto do Legislativo. A função que exerce recebe diretamente da 
Constituição Federal, que lhe define as atribuições”.
Então, temos as seguintes definições, comumente cobradas pelas bancas:
Os TC POSSUEM NATUREZA JURÍDICA ADMINISTRATIVA, com INDEPENDÊNCIA e AUTONOMIA.
A NATUREZA JURÍDICA DAS DECISÕES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS É ADMINISTRATIVA.
Os TC NÃO POSSUEM PERSONALIDADE JURÍDICA (não são pessoas jurídicas, agem em nome 
do ente no qual estão inseridos – União, Estado ou Município).
Os TC POSSUEM CAPACIDADE PROCESSUAL OU POSTULATÓRIA, ou seja, podem, em algumas 
situações, figurar no polo passivo ou ativo em juízo. Esse atributo também pode ser chamado 
de Personalidade Judiciária. Não confundir com personalidade jurídica.
 
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FUNÇÕES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS
 • Fiscalizadora – fiscaliza a atividade dos administradores públicos;
 • Consultiva – responde a consultas de determinadas autoridades;
 • Informativa – informa ao Congresso Nacional, quando solicitado, o andamento de trabalhos 
executados;
 • Judicante – julga as contas de gestão dos administradores públicos;
 • Pedagógica – orienta os gestores acerca da forma correta de aplicação da lei ou sobre 
oportunidades de melhoria;
 • Corretiva – assina prazo para a correção de irregularidades;
 • Normativa – edita normas em matéria de sua competência;
 • Sancionadora – aplica sanção aos gestores;
 • Ouvidoria – recebe e trata reclamações da população contra sua própria atuação contra os 
jurisdicionados.
JURISDIÇÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS
Jurisdição (JURIS + DICÇÃO) significa dizer o direito. Há polêmica sobre a aplicabilidade da 
expressão ao TCU, já que alguns doutrinadores entendem que somente o Poder Judiciário 
possui jurisdição.
O fato é que a própria Constituição Federal menciona a jurisdição do Tribunal de Contas da 
União, a qual é tratada tanto na LOTCU como no RITCU. Como sabemos, isso vale também para 
os tribunais de contas estaduais e municipais. Vejamos:
Constituição Federal
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, 
quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as 
atribuições previstas no art. 96.
(...)
LOTCU
Art. 4º O Tribunal de Contas da União tem jurisdição própria e privativa, em todo o território 
nacional, sobre as pessoas e matérias sujeitas à sua competência.
Art. 5º A jurisdição do Tribunal abrange:
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I – qualquer pessoa física, órgão ou entidade a que se refere o inciso I do art. 1º desta Lei, que 
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos 
quais a União responda, ou que, em nome desta assuma obrigações de natureza pecuniária;
II – aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao 
Erário;
III – os dirigentes ou liquidantes das empresas encampadas ou sob intervenção ou que de 
qualquer modo venham a integrar, provisória ou permanentemente, o patrimônio da União ou 
de outra entidade pública federal;
IV – os responsáveis pelas contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social 
a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo.
V – os responsáveis por entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado que 
recebam contribuições parafiscais e prestem serviço de interesse público ou social;
VI – todos aqueles que lhe devam prestar contas ou cujos atos estejam sujeitos à sua fiscalização 
por expressa disposição de lei;
VII – os responsáveis pela aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, mediante 
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a 
Município;
VIII – os sucessores dos administradores e responsáveis a que se refere este artigo, até o limite 
do valor do patrimônio transferido, nos termos do inciso XLV do art. 5º da Constituição Federal;
IX – os representantes da União ou do Poder Público na assembléia geral das empresas estatais 
e sociedades anônimas de cujo capital a União ou o Poder Público participem, solidariamente, 
com os membros dos conselhos fiscal e de administração, pela prática de atos de gestão ruinosa 
ou liberalidade à custa das respectivas sociedades.
No RITCU: arts. 4º e 5º.
CASOS ESPECIAIS
DF: o Tribunal de Contas da União tem competência para fiscalizar a Polícia Militar e o Corpo de 
Bombeiros do DF, serviços custeados pela União.
DF e Territórios: o Tribunal de Contas da União tem competência para fiscalizar o Poder 
Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública, por disposição constitucional.
Empresas públicas e sociedades de economia mista: não obstante possuam personalidade 
de direito privado e seus bens não sejam públicos, submetem-se a fiscalização e processo 
de tomada de contas especial (entendimento mais recente do Supremo Tribunal Federal, MS 
25.092/DF).
Conselhos de fiscalização profissional: têm natureza jurídica de Autarquias; são criadas por 
lei, com personalidade jurídica de direito público com autonomia administrativa e financeira; 
exercem a atividade tipicamente pública; os recursos por eles cobrados possuem natureza 
parafiscal; têm o dever de prestar contas ao Tribunal de Contas da União.
 
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Ordem dos Advogados do Brasil: constitui exceção à regra anterior. Por decisão do Supremo 
Tribunal Federal, ratificada pelo Tribunal de Contas da União, não se encontra na jurisdição do 
TCU.
No seu poder regulamentador, os tribunais podem dispensar alguns órgãos e entidades de 
prestarem contas anuais em determinado período ou de forma permanente. Isso não retira sua 
jurisdição sobre essas unidades e seus gestores, podendo eles serem fiscalizados pelo Tribunal 
a qualquer tempo.
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SLIDES
Técnico	
  (FEPESE	
  TCE-­‐SC/2014)	
  
30	
  
Assinale	
  a	
  alterna=va	
  correta	
  quanto	
  às	
  regras	
  cons=tucionais	
  sobre	
  controle	
   externo:	
  
Fiscalização	
  contábil,	
  financeira,	
  orçamentária,	
  operacional	
  e	
  patrimonial.	
  
 
a) É	
  permi=da	
  a	
  criação	
  de	
  Tribunais,	
  Conselhos	
  ou	
  órgãos	
  de	
  Contas	
  Municipais.	
  
b) A	
  fiscalização	
  do	
  Estado	
  será	
  exercida	
  pelo	
  Poder	
  Legisla=vo	
  Federal,mediante	
  
controle	
  externo,	
  e	
  pelos	
  sistemas	
  de	
  controle	
  interno	
  do	
  Poder	
  Execu=vo	
  Estadual.	
  
c) As	
  contas	
  dos	
  Municípios	
  ficarão,	
  durante	
  noventa	
  dias,	
  anualmente,	
  à	
  disposição	
  de	
  	
  
qualquer	
  contribuinte,	
  para	
  exame	
  e	
  apreciação,	
  o	
  qual	
  poderá	
  ques=onar-­‐lhes	
  a	
  	
  
legi=midade,	
  nos	
  termos	
  da	
  lei.	
  
d) A	
  fiscalização	
  do	
  Município	
  será	
  exercida	
  pelo	
  Poder	
  Legisla=vo	
  Municipal,	
  mediante	
  	
  
controle	
  interno,	
  e	
  pelos	
  sistemas	
  de	
  controle	
  interno	
  do	
  Poder	
  Execu=vo	
  Federal,	
  na	
  	
  
forma	
  da	
  lei.	
  
e) A	
  fiscalização	
  do	
  Município	
  será	
  exercida	
  pelo	
  Poder	
  Legisla=vo	
  Municipal,	
  mediante	
  	
  
controle	
  externo,	
  e	
  pelos	
  sistemas	
  de	
  controle	
  interno	
  do	
  Poder	
  Execu=vo	
  Municipal,	
  	
  
na	
  forma	
  da	
  lei.	
  
REGRAS	
  CONSTITUCIONAIS	
  SOBRE	
  CONTROLE	
  EXTERNO	
  
NATUREZA	
  JURÍDICA	
  E	
  FUNÇÕES	
  DOS	
  TRIBUNAIS	
  DE	
  CONTAS	
  
FUNÇÕES	
  DOS	
  TRIBUNAIS	
  DE	
  CONTAS	
  
Fiscalizadora	
  -­‐	
  fiscaliza	
  a	
  a9vidade	
  dos	
  administradores	
  públicos;	
  	
  
Consul@va	
  –	
  responde	
  a	
  consultas	
  de	
  determinadas	
  autoridades;	
  
Informa@va	
  -­‐	
  informa	
  ao	
  Congresso	
  Nacional,	
  quando	
  solicitado,	
  o	
  	
  
andamento	
  de	
  trabalhos	
  executados;	
  
Judicante	
  -­‐	
  julga	
  as	
  contas	
  de	
  gestão	
  dos	
  administradores	
  públicos;	
  	
  
Pedagógica	
  -­‐	
  orienta	
  os	
  gestores	
  acerca	
  da	
  forma	
  correta	
  de	
  aplicação	
  da	
  lei	
  
ou	
  sobre	
  oportunidades	
  de	
  melhoria;	
  
Corre@va	
  -­‐	
  assina	
  prazo	
  para	
  a	
  correção	
  de	
  irregularidades;	
  	
  
Norma@va	
  -­‐	
  edita	
  normas	
  em	
  matéria	
  de	
  sua	
  competência;	
  	
  
Sancionadora	
  -­‐	
  aplica	
  sanção	
  aos	
  gestores;	
  
Ouvidoria	
  –	
  recebe	
  e	
  trata	
  reclamações	
  da	
  população	
  contra	
  sua	
  própria	
  	
  
atuação	
  contra	
  os	
  jurisdicionados.	
  
2	
  
 
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JURISDIÇÃO	
  
juris	
  (direito)	
  +	
  dicere	
  (dizer)	
  
Dizer	
  o	
  direito:	
  poder	
  que	
  detém	
  o	
  Estado	
  para	
  aplicar	
  o	
  direito	
  ao	
  caso	
  	
  
concreto	
  
3	
  
JURISDIÇÃO	
  DO	
  TRIBUNAL	
  DE	
  CONTAS	
  DA	
  UNIÃO	
  
CF	
  
Art.	
  73.	
  O	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  da	
  União,	
  integrado	
  por	
  nove	
  Ministros,	
  tem	
  	
  
sede	
  no	
  Distrito	
  Federal,	
  quadro	
  próprio	
  de	
  pessoal	
  e	
  jurisdição	
  em	
  todo	
  o	
  	
  
território	
  nacional,	
  exercendo,	
  no	
  que	
  couber,	
  as	
  atribuições	
  previstas	
  no	
  art.	
  	
  
96.	
  
(...)	
  
4	
  
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JURISDIÇÃO	
  DO	
  TCM-­‐RJ	
  
LOTCM	
  
Art.	
  5º	
  -­‐	
  O	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  tem	
  jurisdição	
  própria	
  e	
  priva9va,	
  em	
  todo	
  o	
   território	
  
Municipal,	
  sobre	
  as	
  pessoas	
  e	
  matérias	
  sujeitas	
  à	
  sua	
  competência.	
  
Art.	
  6º	
  -­‐	
  A	
  jurisdição	
  do	
  Tribunal	
  abrange:	
  
I. -­‐	
  qualquer	
  pessoa	
  Fsica,	
  órgão	
  ou	
  en9dade	
  a	
  que	
  se	
  refere	
  o	
  inciso	
  II,	
  do	
  art.	
  3°,	
  que	
  	
  
u9lize,	
  arrecade,	
  guarde,	
  gerencie	
  ou	
  administre	
  dinheiros,	
  bens	
  e	
  valores	
  públicos,	
  ou	
  	
  
pelos	
  quais	
  o	
  Município	
  responda,	
  ou	
  que,	
  em	
  nome	
  deste,	
  assuma	
  obrigações	
  de	
  	
  
natureza	
  pecuniária;	
  
II. -­‐	
  aqueles	
  que	
  derem	
  causa	
  a	
  perda,	
  extravio	
  ou	
  outra	
  irregularidade	
  de	
  que	
  resulte	
  
dano	
  ao	
  erário;	
  
III. -­‐	
  os	
  dirigentes	
  ou	
  liquidantes	
  de	
  empresas	
  encampadas	
  ou	
  sob	
  intervenção	
  do	
  	
  
Município,	
  ou	
  que,	
  de	
  qualquer	
  modo,	
  venham	
  a	
  integrar,	
  provisória	
  ou	
  	
  
permanentemente,	
  o	
  patrimônio	
  do	
  Município	
  ou	
  de	
  outra	
  en9dade	
  pública	
  	
  
municipal;	
  
IV. -­‐	
  todos	
  aqueles	
  que	
  lhe	
  devam	
  prestar	
  contas	
  ou	
  cujos	
  atos	
  estejam	
  sujeitos	
  à	
  sua	
  	
  
fiscalização	
  por	
  expressa	
  disposição	
  de	
  lei;	
  
5	
  
JURISDIÇÃO	
  DO	
  TCM-­‐RJ	
  
LOTCM	
  
 
Art.	
  6º	
  -­‐	
  A	
  jurisdição	
  do	
  Tribunal	
  abrange:	
  	
  
(...)	
  
V. -­‐	
  os	
  responsáveis	
  pela	
  aplicação	
  de	
  quaisquer	
  recursos	
  repassados	
  pelo	
  Município,	
  	
  
mediante	
  convênio,	
  acordo,	
  ajuste	
  ou	
  instrumentos	
  similares;	
  
VI. -­‐	
  os	
  responsáveis	
  pela	
  aplicação	
  dos	
  recursos	
  tributários	
  arrecadados	
  pela	
  União	
  e	
  	
  
pelo	
  Estado,	
  entregues	
  ao	
  Município	
  nos	
  termos	
  dos	
  arts.	
  158	
  e	
  159	
  da	
  ConsMtuição	
  	
  
Federal,	
  e	
  dos	
  recursos	
  de	
  outra	
  natureza,	
  exceto	
  dos	
  repassados	
  pela	
  União	
  e	
  pelo	
  	
  
Estado	
  ao	
  Município,	
  mediante	
  convênio,	
  acordo,	
  ajuste	
  ou	
  outros	
  instrumentos	
  	
  
congêneres,	
  consoante	
  o	
  disposto	
  no	
  art.	
  71,	
  VI,	
  da	
  ConsMtuição	
  Federal;	
  
VII. -­‐	
  os	
  responsáveis	
  pela	
  aplicação	
  de	
  adiantamento	
  e	
  de	
  suprimento	
  de	
  fundos,	
  	
  
quando	
  as	
  respecMvas	
  contas	
  forem	
  impugnadas	
  pelo	
  ordenador	
  da	
  despesa;	
  
VIII. -­‐	
  os	
  responsáveis	
  pela	
  administração	
  da	
  dívida	
  pública;	
  
6	
  
 
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JURISDIÇÃO	
  DO	
  TCM-­‐RJ	
  
LOTCM	
  
 
Art.	
  6º	
  -­‐	
  A	
  jurisdição	
  do	
  Tribunal	
  abrange:	
  	
  
(...)	
  
IX. -­‐	
  os	
  administradores	
  de	
  en<dades	
  de	
  direito	
  privado	
  que	
  recebam	
  auxílio	
  ou	
  	
  
subvenção	
  dos	
  cofres	
  públicos,	
  com	
  referência	
  aos	
  recursos	
  recebidos;	
  
X. -­‐	
  os	
  responsáveis	
  pela	
  elaboração	
  dos	
  editais	
  de	
  licitação	
  e	
  dos	
  convites,	
  os	
  	
  
par<cipantes	
  das	
  comissões	
  julgadoras	
  dos	
  atos	
  licitatórios,	
  bem	
  como	
  os	
  	
  
responsáveis	
  e	
  ra<ficadores	
  dos	
  atos	
  de	
  dispensa	
  e	
  de	
  inexigibilidade;	
  
XI. -­‐	
  os	
  sucessores	
  dos	
  administradores	
  e	
  responsáveis	
  a	
  que	
  se	
  refere	
  este	
  ar<go,	
  até	
  o	
  	
  
limite	
  do	
  valor	
  do	
  patrimônio	
  transferido,	
  nos	
  termos	
  do	
  inciso	
  XLV,	
  do	
  art.	
  5°,	
  da	
  	
  
Cons<tuição	
  Federal;	
  e	
  
XII	
  -­‐	
  os	
  representantes	
  do	
  Município,	
  nas	
  assembléias	
  gerais,	
  nos	
  conselhos	
  fiscais	
  e	
  de	
  	
  
administração	
  das	
  empresas	
  estatais	
  e	
  sociedades	
  anônimas	
  de	
  cujo	
  capital	
  o	
  	
  
Município	
  par<cipe,	
  pela	
  prá<ca	
  de	
  atosde	
  gestão	
  ruinosa	
  ou	
  liberalidade	
  à	
  custa	
  das	
  	
  
respec<vas	
  sociedades.	
   7	
  
JURISDIÇÃO	
  DO	
  TRIBUNAL	
  DE	
  CONTAS	
  
No	
  seu	
  poder	
  regulamentador,	
  o	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  pode	
  dispensar	
  alguns	
  órgãos	
  e	
  	
  
en7dades	
  de	
  prestarem	
  contas	
  em	
  determinado	
  período	
  ou	
  de	
  forma	
  permanente.	
  Isso	
  	
  
não	
  re7ra	
  a	
  jurisdição	
  do	
  TC	
  sobre	
  essas	
  unidades	
  e	
  seus	
  gestores,	
  podendo	
  eles	
  serem	
  	
  
fiscalizados	
  pelo	
  Tribunal	
  a	
  qualquer	
  tempo.	
  
 
 
OBSERVAÇÃO:	
  
 
-­‐DF	
  e	
  Territórios:	
  o	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  da	
  União	
  tem	
  competência	
  para	
  fiscalizar	
  o	
  Poder	
  	
  
Judiciário,	
  o	
  Ministério	
  Público	
  e	
  a	
  Defensoria	
  Pública;	
  
-­‐Empresas	
  públicas	
  e	
  sociedades	
  de	
  economia	
  mista:	
  submetem-­‐se	
  a	
  fiscalização	
  e	
  	
  
processo	
  de	
  tomada	
  de	
  contas	
  especial;	
  
-­‐Conselhos	
  de	
  fiscalização	
  profissional:	
  têm	
  o	
  dever	
  de	
  prestar	
  contas	
  ao	
  Tribunal	
   de	
  
Contas	
  da	
  União	
  (exceto	
  OAB)	
  
8	
  
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O	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  da	
  União	
  tem	
  a	
  natureza	
  jurídica	
  de	
  um	
  órgão	
  (ESAF	
  	
  
ACE/2002)	
  
a)  legislaCvo	
  
b)  judicante	
  
c) administraCvo	
  
d) essencial	
  à	
  função	
  judicante	
  
e) essencial	
  à	
  função	
  legislaCva	
  
9	
  
Técnico	
  (FEPESE	
  MP	
  TCE-­‐SC/2014)	
  
Os	
  Tribunais	
  de	
  Contas	
  são	
  órgãos	
  de	
  controle	
  externo,	
  compete,	
  nos	
  termos	
  da	
  	
  
ConsGtuição	
  Federal	
  e	
  na	
  forma	
  estabelecida	
  em	
  Leis	
  Orgânicas	
  suas	
  funções,	
  	
  
natureza	
  jurídica	
  e	
  eficácia	
  em	
  suas	
  decisões.	
  
Em	
  relação	
  ao	
  assunto,	
  assinale	
  a	
  alternaGva	
  correta.	
  
a) Os	
  Tribunais	
  fiscalizam	
  somente	
  os	
  recursos	
  ordinários	
  sob	
  suas	
   jurisdições.	
  
b) Cabe	
  ao	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  aprovar	
  as	
  contas	
  prestadas	
  mensalmente	
  pelo	
  
Presidente	
  da	
  República	
  e	
  pelos	
  Governadores.	
  
c) Para	
  assegurar	
  a	
  eficácia	
  do	
  controle	
  e	
  para	
  instruir	
  o	
  julgamento	
  das	
  contas,	
  o	
  	
  
Tribunal	
  de	
  Contas	
  efetuará	
  a	
  fiscalização	
  dos	
  atos,	
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  União.	
  
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CAPACIDADE	
  NORMATIVA	
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  REGULAMENTAR)	
  
 
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  Federal	
  
Art.	
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  NORMATIVA	
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  (...)	
  
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CAPACIDADE	
  NORMATIVA	
  (PODER	
  REGULAMENTAR)	
  
LOTCM,	
  Art.	
  3º	
  -­‐	
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XIV	
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  da	
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  caso	
  concreto;	
  
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Controle Externo
EFICÁCIA DAS DECISÕES, REVISÃO DAS DECISÕES PELO PODER JUDICIÁRIO, 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE E OS TRIBUNAIS DE CONTAS
TRIBUNAIS DE CONTAS: EFICÁCIA DAS DECISÕES
Condenação em débito
Art. 71 da CF:
“§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de 
título executivo.”
Título executivo é o documento pronto para ser usado em processo de execução da dívida. 
Assim, quando o Tribunal julga as contas de um responsável, condenando-o ao pagamento de 
débito ou multa, não há necessidade de qualquer providência no âmbito do Poder Judiciário 
para reconhecimento da dívida,podendo ser dado início diretamente ao processo de execução 
contra o responsável. Também não há necessidade de inscrição em dívida ativa.
Importante ressaltar que os tribunais de contas não possuem competência para executar seus 
títulos, como fica claro da decisão do STF a seguir:
“Tribunal de Contas do Estado de Sergipe. Competência para executar suas próprias decisões: 
impossibilidade. Norma permissiva contida na Carta estadual. Inconstitucionalidade. As 
decisões das Cortes de Contas que impõem condenação patrimonial aos responsáveis por 
irregularidades no uso de bens públicos têm eficácia de título executivo (CF, art. 71, § 3º). Não 
podem, contudo, ser executadas por iniciativa do próprio Tribunal de Contas, seja diretamente 
ou por meio do Ministério Público, que atua perante ele. Ausência de titularidade, legitimidade 
e interesse imediato e concreto. A ação de cobrança somente pode ser proposta pelo ente 
público beneficiário da condenação imposta pelo Tribunal de Contas, por intermédio de 
seus procuradores que atuam junto ao órgão jurisdicional competente. Norma inserida na 
Constituição do Estado de Sergipe, que permite ao Tribunal de Contas local executar suas 
próprias decisões (CE, art. 68, XI). Competência não contemplada no modelo federal. Declaração 
de inconstitucionalidade, incidenter tantum, por violação ao princípio da simetria (CF, art. 75).” 
(RE 223.037)
Importante destacar que a eficácia de título executivo recai sobre as decisões em que não 
caibam mais recursos, ou seja, que tenham transitado em julgado, como afirma o art. 178 do 
RITCM-RJ:
 
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Art. 178. A decisão do Tribunal, de que não caiba mais recurso e resulte imputação de débito ou 
cominação de multa, torna a dívida líquida e certa e tem eficácia de título executivo.
Observar, também, que os tribunais de contas não possuem competência para executar seus 
títulos, conforme já decidiu o STF (RE 223.037)
Além da condenação em débito, que, como vimos acima, constitui título executivo extrajudicial, 
há outras decisões possíveis de serem adotadas pelo TCM ao julgar ou apreciar processo, dentre 
as quais destacamos a determinação e a recomendação.
Descumprimento de decisão
As determinações do Tribunal são de cumprimento obrigatório, sob pena de aplicação de multa. 
O art. 3º da LEI Nº 3.714/2003 estabelece que o Tribunal poderá aplicar multa aos responsáveis 
por:
 • não atendimento, no prazo fixado, sem causa justificada, a diligência do Relator ou a 
decisão do Tribunal;
 • reincidência no descumprimento de decisão do Tribunal.
REVISÃO DAS DECISÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS PELO PODER JUDICIÁRIO
Vimos na seção referente à natureza das decisões do TCU que elas são administrativas. Todas 
as decisões administrativas podem ser revistas pelo Judiciário, o que não é diferente com o 
Tribunal.
O que se deve ter em mente é o que pode ser revisto pelo Poder Judiciário nas decisões do 
Tribunal. O Judiciário não pode rever por completo as decisões do tribunal de contas, devendo 
restringir-se a verificar se houve ilegalidade.
Como já visto, a Constituição Federal concedeu competências e jurisdição próprias e privativa 
para os tribunais de contas, não podendo o Judiciário usurpar essas competências, revendo o 
mérito das decisões das cortes de contas.
O que a Justiça irá apreciar é se foi observado o devido processo legal e, especialmente, se 
foram respeitados os princípios do contraditório e da ampla defesa, preceitos garantidos pelos 
incisos LIV e LV do artigo 5º da CF.
Não cabe recurso ao Poder Judiciário das decisões dos tribunais de contas. A revisão de uma 
decisão de TC pelo Poder Judiciário deve ser buscada em ação autônoma.
Normalmente, busca-se atacar as decisões do TCU por meio de mandado de segurança 
impetrado no Supremo Tribunal Federal, contra o ato do Presidente ou do próprio Tribunal. 
Porém, também é possível impetrar ação ordinária, no juízo federal de primeira instância, 
contra a União.
No caso de tribunal ou conselho de contas estadual ou municipal, a competência será definida 
na legislação estadual, sendo, normalmente, do Tribunal de Justiça do estado. É o que acontece 
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no caso do TCM-RJ, conforme Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de 
Janeiro, art. 6º, I, b.
INDEPENDÊNCIA DE INSTÂNCIAS
A rejeição de denúncia por insuficiência de provas não impede a responsabilização pelos 
mesmos fatos em instância administrativa, uma vez que as instâncias penal e administrativa 
são independentes.
Precedente citado: MS 21.708-DF (DJU de 18.5.2001). MS 23.625-DF.
“O ajuizamento de ação civil pública não retira a competência do Tribunal de Contas da União 
para instaurar a tomada de contas especial e condenar o responsável a ressarcir ao erário os 
valores indevidamente percebidos. Independência entre as instâncias civil, administrativa e 
penal” (MS 25.880, STF)
APRECIAÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE DE LEIS
Esse é um tema bastante debatido no mundo jurídico. O TCU já se utilizou dessa competência 
e o Supremo Tribunal Federal, por meio da súmula 347, a ratificou, entendendo que o Tribunal 
de Contas da União, no âmbito de sua competência, pode apreciar a constitucionalidade de lei 
ou de ato do poder público.
Essa apreciação ocorre sempre de modo incidental, ou seja, ao deliberar sobre um processo, a 
fim de resolver o caso concreto, o TCU afasta a aplicabilidade daquele dispositivo.
O debate que tem ocorrido dá-se em função de liminares concedidas pelo STF em que o 
Ministro-Relator afastou decisões do Tribunal e, em sua decisão, declarou-se contrário à 
mencionada súmula 347. De qualquer forma, a súmula continua em vigor e isso é o que importa 
para o concurso.
 • Sem previsão legal ou constitucional;
 • Menção no RITCM, arts. 12, III, 26, XIX, e 90, I;
 • Competência do Plenário;
 • Exame incidental, difuso, concreto;
 • Súmula 347 do STF: “O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a 
constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.”
CAPACIDADE NORMATIVA (PODER REGULAMENTAR) DO TRIBUNAL DE CONTAS
Já dissemos que a CF, no art. 73, estende ao TCU, no que couber, as atribuições previstas no art. 
96. Esse artigo, entre outras coisas, dispõe que:
 
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“Art. 96. Compete privativamente: 
I – aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das 
normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o 
funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;”
LO Município
Art. 95. Além das atribuições definidas no art. 88, compete ao Tribunal de Contas: 
I – eleger seus órgãos diretivos:
II – elaborar seu regimento interno, com observância das normas de processo e das garantias 
processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento de seus órgãos 
internos ;
III – organizar suas secretarias e serviços auxiliares, zelando pelo exercício da atividade 
correcional; (...)
LOTCM, Art. 3º Ao Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, órgão constitucional de 
controle externo, no exercício da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial, compete:
XX – expedir atos e instruções normativas sobre aplicação de leis pertinentes às matérias de 
suas atribuições e à organização dos processos que lhe devam ser submetidos, obrigando o seu 
cumprimento, sob pena de responsabilidade;
XIV – decidir sobre consulta que lhe seja formulada pelos titulares dos Poderes, ou por outras 
autoridades, na forma estabelecida no Regimento Interno ou em norma específica, a respeito 
de dúvida suscitada na aplicação de dispositivos legais e regulamentares concernentesà 
matéria de sua competência, tendo a resposta à consulta caráter normativo e constituindo 
prejulgamento da tese, mas não do fato ou caso concreto;
O poder regulamentar, ou normativo, do tribunal de contas, significa o poder de regulamentar 
as matérias que estejam no âmbito de sua competência e jurisdição.
Usando dessa competência, o TCM elaborou seu Regimento Interno e, com base neste, detalha 
e especifica os assuntos de sua competência, por meio, principalmente, de atos normativos, 
que são de cumprimento obrigatório pelos jurisdicionados, sob pena de responsabilidade.
De forma a cobrir situações não previstas em seus normativos, e dar cumprimento ao que dispõe 
a Constituição, de que sejam respeitadas as normas de processos e as garantias processuais, o 
RITCM prevê, em seu art. 270, que se aplicam aos seus processos, subsidiariamente, as normas 
processuais em vigor, desde que sejam compatíveis com a Lei Orgânica.
Assim, o Código de Processo Civil e as demais normas processuais em vigor podem ser, 
subsidiariamente, aplicadas nos processos do TCU.
Embora a resposta a consulta não se trate de exercício do poder normativo, destaque-se 
o caráter normativo que possui essa resposta, obrigando a que os jurisdicionados adotem a 
interpretação dada pelo Tribunal.
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SLIDES
CAPACIDADE	
  NORMATIVA	
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  (STF	
  RE	
  223.037)	
  
 
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TRIBUNAIS	
  DE	
  CONTAS:	
  EFICÁCIA	
  E	
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Antes	
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  Art.	
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Art.	
  182.	
  Expirado	
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TRIBUNAIS	
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  EFICÁCIA	
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Art.	
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  CONTAS	
  PELO	
  PODER	
  
JUDICIÁRIO	
  
 
•Natureza	
  das	
  decisões	
  do	
  TCU:	
  administra5vas	
  =>	
  podem	
  ser	
  revistas	
  pelo	
  	
  
Judiciário.	
  
 
•O	
  que	
  pode	
  ser	
  revisto?	
  =>	
  legalidade,	
  especialmente	
  incisos	
  LIII	
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  LIV	
  do	
  	
  
ar5go	
  5°	
  da	
  CF	
  :	
  
Ø competência;	
  
Ø devido	
  processo;	
  
Ø contraditório	
  e	
  ampla	
  defesa.	
  
 
 
•O	
  que	
  não	
  pode	
  ser	
  revisto:	
  mérito	
  da	
  decisão.	
  
 
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REVISÃO	
  DAS	
  DECISÕES	
  DO	
  TRIBUNAL	
  DE	
  CONTAS	
  PELO	
  PODER	
  JUDICIÁRIO	
  
Não	
  cabe	
  recurso	
  ao	
  Poder	
  Judiciário	
  das	
  decisões	
  dos	
  tribunais	
  de	
  contas. 	
  Os	
  	
  
recursos	
  cabíveis	
  tramitam	
  no	
  próprio	
  Tribunal.	
  
A	
  revisão	
  de	
  uma	
  decisão	
  de	
  TC	
  pelo	
  Poder	
  Judiciário	
  deve	
  ser	
  buscada	
  em	
  	
  
ação	
  autônoma	
  (mandado	
  de	
  segurança	
  ou	
  ação	
  ordinária).	
  
REVISÃO	
  DAS	
  DECISÕES	
  DO	
  TRIBUNAL	
  DE	
  CONTAS	
  PELO	
  PODER	
  JUDICIÁRIOINDEPENDÊNCIA	
  DE	
  INSTÂNCIAS	
  
A	
  rejeição	
  de	
  denúncia	
  por	
  insuficiência	
  de	
  provas	
  não	
  impede	
  a	
  	
  
responsabilização	
  pelos	
  mesmos	
  fatos	
  em	
  instância	
  administra<va,	
  uma	
  vez	
  	
  
que	
  as	
  instâncias	
  penal	
  e	
  administra<va	
  são	
  independentes.	
  
Precedente	
  citado:	
  MS	
  21.708-­‐DF	
  (DJU	
  de	
  18.5.2001).	
  MS	
  23.625-­‐DF	
  
 
 
“O	
  ajuizamento	
  de	
  ação	
  civil	
  pública	
  não	
  re7ra	
  a	
  competência	
  do	
  Tribunal	
  de	
  	
  
Contas	
  da	
  União	
  para	
  instaurar	
  a	
  tomada	
  de	
  contas	
  especial	
  e	
  condenar	
  o	
  	
  
responsável	
  a	
  ressarcir	
  ao	
  erário	
  os	
  valores	
  indevidamente	
  percebidos.	
  
Independência	
  entre	
  as	
  instâncias	
  civil,	
  administra7va	
  e	
  penal”	
  (MS	
  25.880,	
  
STF)	
  
Controle Externo – Tribunais de Contas – Prof. Osvaldo Perrout
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REVISÃO	
  DAS	
  DECISÕES	
  DO	
  TRIBUNAL	
  DE	
  CONTAS	
  PELO	
  PODER	
  JUDICIÁRIO	
  
FCC	
  -­‐	
  	
  2007	
  –	
  Auditor	
  TCE-­‐AM	
  
É	
  correto	
  afirmar:	
  
a) As	
  decisões	
  do	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  são	
  decisões	
  administraAvas	
  que,	
  embora	
  
com	
  força	
  de	
  Gtulo	
  execuAvo,	
  poderão	
  ser	
  reapreciadas	
  pelo	
  Poder	
  Judiciário.	
  
b) O	
  Poder	
  Judiciário	
  não	
  poderá	
  reapreciar	
  as	
  decisões	
  do	
  Tribunal	
  de	
  Contas,	
  	
  
pois	
  estas	
  têm	
  força	
  de	
  Gtulo	
  execuAvo.	
  
c) As	
  decisões	
  do	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  não	
  possuem	
  força	
  de	
  Gtulo	
  execuAvo,	
  e	
  	
  
por	
  isso	
  poderão	
  ser	
  reapreciadas	
  pelo	
  Poder	
  ExecuAvo.	
  
d) As	
  decisões	
  do	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  têm	
  caráter	
  judicial	
  por	
  possuírem	
  força	
  
de	
  Gtulo	
  execuAvo.	
  
e) O	
  Poder	
  Judiciário	
  não	
  poderá	
  reapreciar	
  as	
  decisões	
  do	
  Tribunal	
  de	
  Contas,	
  	
  
pois	
  estas	
  têm	
  força	
  de	
  Gtulo	
  judicial.	
  
REVISÃO	
  DAS	
  DECISÕES	
  DO	
  TRIBUNAL	
  DE	
  CONTAS	
  PELO	
  PODER	
  JUDICIÁRIO	
  
FCC	
  –	
  2005	
  -­‐	
  Procurador	
  de	
  Contas	
  -­‐	
  TCE-­‐PI	
  
51.	
  Nos	
  termos	
  do	
  inciso	
  II	
  do	
  art.	
  71	
  da	
  CF,	
  compete	
  ao	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  	
  
julgar	
  as	
  contas	
  dos	
  administradores	
  e	
  demais	
  responsáveis	
  por	
  dinheiro,	
  bens	
  	
  
e	
  valores	
  públicos.	
  Tal	
  julgamento	
  tem	
  
a)  força	
  de	
  coisa	
  julgada	
  administraJva.	
  
b)  força	
  de	
  preclusão.	
  
c) força	
  de	
  lei,	
  sendo	
  inapreciável	
  pelo	
  Judiciário	
  ou	
  pelo	
  LegislaJvo.	
  
d)  força	
  de	
  coisa	
  julgada,	
  não	
  podendo	
  ser	
  anulado	
  sequer	
  pelo	
  Judiciário.	
  
e) presunção	
  de	
  legalidade,	
  podendo	
  ser	
  anulado	
  pelo	
  Judiciário.	
  
 
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REVISÃO	
  DAS	
  DECISÕES	
  DO	
  TRIBUNAL	
  DE	
  CONTAS	
  PELO	
  PODER	
  JUDICIÁRIO	
  
CESPE	
  -­‐	
  	
  1996	
  –	
  Auditor	
  TCU)	
  
A	
  Cons7tuição	
  Federal	
  e	
  a	
  Lei	
  Orgânica	
  do	
  TCU	
  (Lei	
  n.o	
  8.443/92),	
  visando	
  dar	
  	
  
maior	
  eficácia	
  aos	
  julgamentos	
  realizados	
  pelo	
  TCU,	
  criaram	
  várias	
  inovações	
  	
  
em	
  nosso	
  sistema	
  de	
  controle	
  de	
  contas	
  públicas.	
  Com	
  relação	
  a	
  esse	
  tema,	
  	
  
julgue	
  o	
  item	
  a	
  seguir.	
  
 
Em	
  decorrência	
  da	
  autonomia	
  das	
  instâncias	
  administra7va	
  e	
  judicial,	
  ainda	
  	
  
que	
  determinado	
  responsável	
  tenha	
  sido	
  absolvido	
  em	
  processo	
  penal	
  por	
  	
  
insuficiência	
  de	
  provas,	
  poderá	
  ser	
  condenado	
  pelo	
  TCU.	
  
CONTROLE	
  EXTERNO	
  
APRECIAÇÃO	
  DA	
  CONSTITUCIONALIDADE	
  DE	
  LEIS	
  
•Sem	
  previsão	
  legal	
  ou	
  cons2tucional	
  
 
• Menção	
  no	
  RITCM,	
  arts.	
  12,	
  III,	
  26,	
  XIX,	
  e	
  90,	
  I.	
  
 
•Competência	
  do	
  Plenário	
  
 
•Exame	
  incidental,	
  difuso,	
  concreto.	
  
 
•Súmula	
  347	
  do	
  STF:	
  “O	
  Tribunal	
  de	
  Contas,	
  no	
  exercício	
  de	
  suas	
  	
  
atribuições,	
  pode	
  apreciar	
  a	
  cons2tucionalidade	
  das	
  leis	
  e	
  dos	
  atos	
  	
  
do	
  Poder	
  Público.”	
  
 
Prof. Osvaldo Perrout

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