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Ensaios de campo Caracterização Geotécnica Jaime A. Santos (IST) DFA em Geotecnia para Engenharia Civil O ensaio SPT (Standard Penetration Test) é realizado na base de um furo de sondagem e consiste em cravar no terreno um amostrador com dimensões e energia de cravação normalizadas (pilão com 63,5 kg de massa e altura de queda de 760mm). O ensaio é realizado em três fases com penetrações de 15cm, respectivamente. Devido à perturbação do terreno provocada pelos trabalhos de furação, desprezam-se os resultados obtidos na primeira fase. O número de pancadas necessárias para atingir a penetração de 30cm (segunda e terceira fase) define o valor de N (SPT). O ensaio é utilizado principalmente para a determinação das propriedades mecânicas dos solos arenosos. Trata-se de um ensaio expedito e pouco dispendioso e, por isso, é talvez o ensaio mais utilizado na prática para o reconhecimento das condições do terreno. Ensaio de penetração dinâmica SPT Correlações “desactualizadas” com base no valor de N Factores correctivos: (N1)60 = ERr/60 •λ• CN• N ... ERr – eficiência λ - factor de correcção do comprimento das varas CN – factor de correcção da tensão efectiva de recobrimento (areias) Ensaio de penetração dinâmica SPT Ensaio de penetração dinâmica SPT Factor correctivo relacionado com a energia de cravação (ERr/60): Considerou-se para efeitos de normalização uma eficiência de 60% para o sistema de cravação, isto é, só 60% da energia potencial (produto da massa pela altura de queda do pilão) atinge o extremo inferior do equipamento. Os equipamentos com dispositivo de disparo automático do pilão apresentam uma eficiência da ordem dos 60%, enquanto que os equipamentos mais antigos em que é necessário elevar e largar o martelo através de um dispositivo de corda e roldana, as perdas de energia são bastante superiores e a eficiência reduz para valores da ordem dos 45%. (Nota: 45% / 60% = 0.75 – Assim, por exemplo, um resultado de N=20 obtido num equipamento de corda e roldana é equivalente a um resultado de N=15 num equipamento de disparo automático do pilão. Ensaio de penetração dinâmica SPT Factor correctivo relacionado com o comprimento das varas (EC7): 1,0> 10 0,956 – 10 0,854 – 6 0,753 – 4 λComprimento total das varas (m) Ensaio de penetração dinâmica SPT Factor correctivo relacionado com a tensão efectiva de recobrimento (EC7): Nota: σ’v em kPa x 10-2, assim para uma tensão efectiva de recobrimento de 100kPa tem-se σ’v=1 e CN=1 Não são recomendáveis valores de CN superiores a 2 (ou preferivelmente 1,5) 1,7/(0,7+σ’v)Sobreconsolidadas 3/(2+σ’v)60 a 80 2/(1+σ’v)40 a 60Normalmente consolidadas CNCompacidade relativa ID(%) Tipo de areia Ensaio de penetração dinâmica SPT )materialb,a()ba(IN:)(Skempton vD →σ′+= 2601986 Exemplo: Terreno arenoso (NC) com γ=20kN/m3 z=4m, obteve-se N60=10 z=20m, obteve-se N60=20 Aplicando os factores correctivos: z=4m, (N1)60= 0,75 x 200/(100+4x20) x 10 = 8,3 ! z=20m , (N1)60= 1,0 x 200/(100+20x20) x 20 = 8,0 ! Ensaio de penetração dinâmica SPT Importância dos factores correctivos Anexo F da parte 2 do EC7 - parâmetros derivados e métodos de cálculo semi-empíricos baseados no Standard Penetration Test (SPT): Exemplo: (N1)60, granulometria → areias: Dr, φ‘ Método de cálculo de assentamentos em fundações superficiais EC7. Correlações com carácter informativo Consistência de argilas > 400> 30Rija qu – resistência à compressão simples O factor de correcção CN não é aplicável para os solos argilosos 200 a 40015 a 30Muito dura 100 a 2008 a 15Dura 50 a 1004 a 8Média 30 a 502 a 4Mole < 30< 2Muito mole qu (kPa)N (SPT)Consistência Ensaio de penetração dinâmica SPT Ensaio de penetração dinâmica SPT “As correlações baseadas no SPT são malditas, porém são necessárias. Ainda assim, pelo uso indevido da metodologia, há ocasiões em que me arrependo de tê-las publicado.” Dirceu Velloso, 1998 Ensaios com cone penetrómetro (CPT/CPTU) Os ensaios CPT (cone penetration test) e CPTU (piezocone com medição da pressão intersticial) são considerados internacionalmente como uma das mais importantes ferramentas de prospecção geotécnica. O princípio do ensaio consiste na cravação no terreno de uma ponteira cónica (60º de ângulo de abertura) a uma velocidade constante de 20mm/s. A secção transversal do cone apresenta uma área de 10cm2. No ensaio CPT medem-se as resistência de ponta e lateral: qc e fs. No ensaio CPTU mede-se ainda a pressão intersticial da água. Ensaios de dissipação do excesso de pressão intersticial gerado durante a cravação do piezocone no solo podem ser interpretados para a obtenção do coeficiente de consolidação Ch. Ensaios de penetração (CPT/CPTU) Ensaio CPT Resistência de ponta: qc [FL-2] Resistência lateral: fs [FL-2] Razão de atrito: Rf=fs/qc Ensaio CPTU Resistência de ponta corrigida: qt qt = qc+ (1-a)•u ; a = AN/AC Parâmetros adimensionais: Bq , Qt , Fr AC ANu The Seismic Cone Penetration Test combines the seismic downhole technique with the standard Cone Penetration test. A seismic receiver is added to the cone, then the similar procedure as the one followed with the seismic downhole test is used. The shear wave velocity calculation, therefore, is similar to that of the downhole. The advantages of SCPT are: its speed, the fact that it provides static soil properties (such as point bearing and sleeve frictional resistance), as well as ground proofing and stratigraphy of the site. Cone Sísmico (SCPT/SCPTU) Ensaios de penetração (CPT/CPTU) Componentes do equipamentoSistema de cravação Ensaios de penetração (CPT/CPTU/SCPTU) Ensaio de penetração CPT Classificação do solo Robertson & Campanella (1983) (Rf=fs/qc) Ensaio de penetração CPTU Classificações com base no CPTU (Robertson, 1990) 1 – Solo fino sensível 2 – Solos orgânicos – turfas 3 – Argilas - argilas a argilas siltosas 4 – Misturas siltosas - argilas siltosas a siltes argilosos 5 – Misturas arenosas - siltes arenosos a areias siltosas 6 – Areias - areias siltosas a areias limpas 7 – Areias a areias com cascalho 8 – Areias a areias argilosas muito compactas (cimentadas) 9 – Solos finos muito duros (fortemente sobreconsolidados) Coeficiente de consolidação horizontal - Ch r 2 h IR tCT =* T* – factor tempo (adim.) t – tempo Ir – índice de rigidez (G/Cu) R – raio do piezocone 1-U – % de dissipação Factor T* segundo Houlsby e Teh (1988): Posição do filtro 1-U (%) Vértice do cone Face do cone Base do cone 5 raios acima da base 10 raios acima da base 20 0.001 0.014 0.038 0.294 0.378 30 0.006 0.032 0.078 0.503 0.662 40 0.027 0.063 0.142 0.756 0.995 50 0.069 0.118 0.245 1.110 1.460 60 0.154 0.226 0.439 1.650 2.140 70 0.345 0.463 0.804 2.430 3.240 80 0.829 1.040 1.600 4.100 5.240 Atenção ao efeito de cravação – adensamento nos solos normalmente consolidadost IRT C r 2 h * = Efeito da cravação: Anexo C da parte 2 do EC7 - parâmetros derivados e métodos de cálculo semi-empíricos baseados no Cone Penetration Test CPT. Exemplo: qc, fs, granulometria → areias: compacidade relativa, φ', Es Método de cálculo para fundações superficiais Método de cálculo para fundações por estacas EC7. Correlações com carácter informativo Correlação qc-cu cu=(qc-σv0)/Nk (CPT) cu=(qt-σv0)/Nkt (CPTU) Os valores de Nk e Nkt variam, em geral, entre 10 e 20. Estes valores podem ser utilizados como valores de referência, mas é desejável determiná-los no local visando uma maior precisão na obtenção de cu. Correlação qc-NSPT Os ensaios SPT e CPT são provavelmenteos ensaios mais utilizados em todo o mundo. É desejável, por isso, estabelecer correlações entre as medidas dos dois ensaios. Existem diversas propostas de correlações do tipo qc-NSPT expressas em função do diâmetro médio das partículas (D50). Infelizmente, é necessário reconhecer que os dados do ensaio SPT utilizados nestas correlações não foram corrigidos tendo em conta a energia de cravação, as perdas de energia nas varas, etc.., o que pode explicar em parte a dispersão dos resultados como se mostra na figura qc-NSPT. Correlação qc-NSPT Nota: pa=100kPa Resistência de Ponta (qc) [MPa] 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 5 10 15 20 25 P r o f u n d i d a d e Razão de Fricção Rf=fs/qc (%) 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 2 4 6 8 10 P r o f u n d i d a d e 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 km 7+904 Tv a0 a0a a0 a1 a2 a3 Tv - Terra Vegetal a0a - Arg. Sil. Org. a0 - Lodos a1 - Areias Lodosas a2 - Areias a3 - Cascalheiras NSPT =1 NSPT de 1 a 2 NSPT de 13 a 14 NSPT de 2 a 6 NSPT de 13 a 31 NSPT de 44 a 46 Vale aluvionar do Tejo: Zona do Carregado Razão de Fricção Rf=fs/qc (%) 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 0 10 20 30 40 P r o f u n d i d a d e Resistência de Ponta (qc) [MPa] 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 0 10 20 30 40 P r o f u n d i d a d e km 5+459 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 a0 a0a Tv a0a a0 a0 a0 a1 a1 a1 a2 a3 M Tv - Terra Vegetal a0a - Arg. Sil. Org. a0 - Lodos a1 - Areias Lodosas a2 - Areias a3 - Cascalheiras M - Miocénico NSPT = 1 NSPT = 4 NSPT = 3 NSPT de 1 a 2 NSPT = 1 a 11 NSPT de 0 a 1 NSPT de 14 a 26 NSPT de 6 a 11 NSPT = 34 NSPT = 12 NSPT = 40 a 60 NSPT = 60 Vale aluvionar do Tejo: Zona do Carregado Ensaio de corte rotativo Secção A-A Sup. rotura Pás do molinete Caracterização de solos moles (N < 4, máx ≈7) Ensaio de corte rotativo Hipóteses (EC7): • comp. isotrópico - b=cuv/cuh=1 • dist. de tensões uniforme nas sup. horizontais dos topos – n=0, τx/τx=R = (x/R)n • altura das pás é igual ao dobro da largura – H = 2D • mostra-se que nestas condições cu = 0.86 M / π D3 = 0.273 M / D3 O ensaio permite determinar a resistência não drenada de pico e residual dos solos argilosos Admitindo as hipóteses de base do EC7 tem-se: Na superfície lateral M1 = τ x Área lateral x braço = τ (π D H) D/2 = τ π D2 H/2 Nas superfícies do topo e da base M2 = 2 Iτ (2 π r) r dr = τ 4 / 3 π R3 Atendendo a que H = 2D e τ = cu M = M1 + M2 = cu D3 7/6 π, ou seja, cu = (6/7 M) / (π D3) = (0.86 M) / (π D3) M τ Ensaio de corte rotativo Ensaio de corte rotativo É de salientar que na avaliação da resistência não drenada de um solo argiloso há que ter em consideração diversos factores tais como: a tensão de consolidação, a trajectória de tensões, a anisotropia, a taxa de deformação, etc.. Casos históricos de escorregamentos de taludes em terrenos argilosos proporcionaram dados importantes para estudos de retro-análise que permitiram determinar factores de correcção para a resistência não drenada obtida no ensaio de corte rotativo. O EC7 apresenta, a título informativo, uma proposta para estes factores de correcção. 0 5 10 15 20 25 0 10 20 30 40 50 60 70 S u (kPa) P r o f u n d i d a d e ( m ) Resistência não drenada normalizada em relação à tensão efectiva Solos aluvionares do Tejo (3 locais) Resistência não drenada normalizada em relação à tensão efectiva 0 5 10 15 20 25 0 1 2 3 Su/ σ 'v p r o f u n d i d a d e ( m ) OCR=1 OCR=2 OCR=3 OCR=4 OCR=5 OCR=10 OCR=20 ( ) 80040230 , v u OCR.,S ±=σ′ Jamiolkowski et al. (1985) Solos aluvionares do Tejo Pressão limite: pLM (pL) Módulo Menard: EM Ensaio pressiométrico 1) tipo Menard (em pré-furo)2) autoperfurador EC7-part 3 5-123-51-1.5 3-4 3-42.5-3.51-2.5qc/pLM Areia ou cascalho Silte compacto Areia solta ou silte compressível Argila rija Argila dura a muito dura Argila mole Tipo de solo Gaguelin et al. (1978) 0.71.91.62.32.92.6N60/EM 62318262132N60/pLM GessoMargaArgila plástica Argila mole AreiaSilteTipo de solo Gonin et al. (1992) Obs: Valores de pLM e EM em MPa Anexos da parte 2 do EC7 (parâmetros derivados e métodos de cálculo semi-empíricos. Destacam-se os seguintes: • Anexo D – Cone Penetration Test (CPT) • Anexo E – Pressuremeter Test (PMT) • Anexo F – Standard Penetration Test (SPT) • Anexo G – Dynamic Probing Test (DP) • Anexo I – Field Vane Test (FVT) • Anexo K – Plate loading test (PLT) EC7. Correlações com carácter informativo
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