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titulos extrajudiciais

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UNIVERSIDADE PROFESSOR OSMAN LINS DA COSTA
CURSO DE DIREITO
TÍTULOS EXECUTIVOS 
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
2019
ALEXSANDRA CONCEIÇÃO RIBEIRO 
EDUARDO CÉSAR MONTEIRO DE SOUSA JÚNIOR 
IVANILSON CAITANO DA SILVA 
JOSÉ LUCAS DO NASCIMENTO SILVA 
MARIA DA CONCEIÇÃO PORTELA NASCIMENTO
OSMAR DA SILVA CRUZ
THACIANA BARBOSASOARES
WICTÓRIA GALDINO DE AGUIAR BASTOS 
ALEXSANDRA CONCEIÇÃO RIBEIRO 
Trabalho apresentado à disciplina de Processo civil III do 6° período do Curso de Direito, da Universidade Professor Osman Lins da Costa. Orientador: Ozias Costa.
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
2019
INTRODUÇÃO
O título executivo é ato jurídico capaz de legitimar a prática dos atos de agressão a serem praticados sobre os bens que integram um dado patrimônio, de forma a tornar viável sua utilização. É um mecanismo empregado pelo estado Estado-juiz para constranger psicologicamente o executado, a fim de que este pratique os atos necessários à realização do crédito exequendo. 
O título é ato jurídico capaz de legitimar a pratica dos atos de agressão a serem praticados sobre os bens que integram um dado patrimônio, de forma a tornar viável sua utilização na satisfação de um crédito. A exigência de que exista um título executivo para que possa desenvolver-se a execução é um mecanismo de proteção do demandado. Não existisse esta exigência e qualquer pessoa que se dissesse credora e outra poderia demandar a execução forçada. Exigindo a lei, porém que exista título executivo para que isto ocorra, protege-se o devedor, que só poderá ter seu patrimônio agredindo se o demandante apresentar um título executivo. 
A penhora consiste na apreensão judicial dos bens do devedor com finalidade de garantir o pagamento de uma dívida. Os bens serão retirados da posse do devedor para garantir a execução do débito. A penhora poderá ser compulsória, mas não pode recair sobre os bens elencados no artigo 833, do Código do Processo Civil, como, por exemplo, o seguro de vida, o vestuário, os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução. Efetuada a penhora dos bens, será lavrado o respectivo auto, nomeando-se um depositário para os bens arrecadados, que poderá, inclusive, ser o próprio executado. 
	Penhora consiste numa forma de execução da divida. Na penhora há a apreensão dos bens do devedor para a quitação do litígio perante o credor. A penhora é medida cabível para o sucesso do processo de execução e, está sendo utilizada também em outros ramos do direito, como por exemplo, nas demandas trabalhistas. De acordo com Marcus Vinícius Rios Gonçalves, a penhora é ato de constrição que tem por fimindividualizar os bens do patrimônio do devedor que ficarão afetados ao pagamento do débito e que serão executadosoportunamente.
TITULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS 
O título executivo pode ser definido como sendo um membro componente da execução processual, é a base fundamental do processo executivo, ele se trata de uma conjunção do exercício da mesma ação, sendo assim ele é a prova legal do crédito. Entretanto, o título executivo também é visto como um instituto instável, tendo que ser analisado concomitantemente como ato e documento. Para se dar início a uma execução não é preciso que se prove a existência do crédito, apesar disso é necessário que se busque a satisfação de um crédito que de fato exista. Podemos então afirmar que títulos executivos é um ato ou um fato jurídico proposto em lei como o portador do efeito de tornar adequada a tutela executiva em relação ao preciso direito a que se refere.
O fato é que o título executivo se torna uma via para o suposto credor iniciar a execução, independentemente da existência ou não do crédito, sendo então uma forma de proteção ao devedor, pois sem ele o credor não pode ter acesso a uma execução forçada. 
“O processo de execução contém a disciplina da ação executiva própria para a satisfação dos direitos representados por títulos executivos extrajudiciais. Serve também de fonte normativa subsidiária para o procedimento do cumprimento da sentença (NCPC, art. 771). A atividade jurissatisfativa pode acontecer como incidente complementar do processo de acertamento, dentro, portanto, da mesma relação processual em que se alcançou a sentença condenatória, ou como objeto principal do processo de execução, reservado este para os títulos extrajudiciais, que, para chegar ao provimento de satisfação do direito do credor titular da ação executiva, prescinde do prévio acertamento em sentença. (JÚNIOR, H. T. 2016 p.314)”.
Os títulos deve sempre expressar uma obrigação certa, líquida e exigível. As características de liquidez, certeza e exigibilidade são comumente associadas ao próprio título executivo, de modo equivocado. Na verdade, aludidas características são inerentes, de fato, às obrigações a ser executadas.
1.2 Exigibilidade
O conceito acerca da exigibilidade da obrigação impõe que a prestação obrigacional não poderá ser exigida enquanto pendente alguma situação que, quando consumada, confere ao credor o poder de exigir do devedor que cumpra coercitivamente sua obrigação.
1.3. Liquidez
A liquidez está ligada à ideia da perfeita definição do que é devido, sobretudo em relação ao fator quantitativo. Vale dizer, o título deve conter o valor exato da obrigação a ser cumprida. A obrigação somente será líquida quando o título não deixar dúvida acerca do seu objeto.
	1.4. Certeza
A certeza, que é o primeiro requisito necessário para conferir legitimidade à obrigação, define-se em torno do conceito da própria existência da obrigação.
Os títulos extrajudiciais agrega a eficácia executiva é o que se passa a fazer.
1)LETRA DE CÂMBIO
Letra de câmbio é um título de crédito, descrito no art. 1 o do Decreto n o 2.044/1908 (Lei Uniforme de Genebra – LUG), e pode ser definido como um título de crédito abstrato, correspondente a um documento formal, que decorre de relação de crédito entre duas ou mais pessoas pela qual o sacador dá ordem de pagamento pura e simples, à vista ou a prazo, a outrem (sacado), a seu favor ou de terceira pessoa (tomador), no valor e condições dela constantes. Vale registrar que a letra de câmbio só tem eficácia executiva se houver o aceite do sacado.
2) NOTA PROMISSÓRIA
Nota promissória é um título de crédito abstrato e formal, pelo qual uma pessoa (o emitente) faz a outra (beneficiário) uma promessa pura e simples de pagamento de quantia determinada, à vista ou a prazo, em seu favor ou a outrem à sua ordem, nas condições que dela constam. A ela é aplicável o regime das letras de câmbio, com exceção do que diga respeito ao aceite e às duplicatas (art. 56 da LUG).
3)DUPLICATA
Duplicata é um título de crédito formal, impróprio, causal, à ordem, extraído por vendedor ou prestador de serviços, com o objetivo de documentar o saque fundado sobre crédito decorrente de compra e venda mercantil ou prestação de serviço, assimilada por lei aos títulos cambiários, e que tem por pressuposto essencial a extração de uma fatura. Para que se possa promover execução com base em duplicata é essencial que ela tenha sido objeto de aceite (art. 15, I, da Lei n o 5.474/1968) ou, caso não tenha sido aceita, que tenha havido, cumulativamente, o protesto por falta de aceite, que esteja ela acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega da mercadoria ou da prestação do serviço, que o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas condições e pelos motivos previstos nos arts. 7 o e 8 o da lei de regência (art. 15, II, da Lei n o 5.474/1968).
4)CHEQUE
Cheque é o título cambiário abstrato e formal, resultante da mera declaração unilateral de vontade, pelo qual o emitente, com base em prévia e disponível provisão de fundos em poder de uma instituição financeira (sacado), dá contra tal instituição uma ordem incondicional de pagamento à vista, em seu próprio benefício ou de terceiro (tomador ou beneficiário), nas condições estabelecidasno título. A execução do crédito representado por esta ordem de pagamento não depende de protesto. 
5) DEBÊNTURE
Debêntures são títulos emitidos por sociedades anônimas, representativos de um empréstimo por elas contraído, cada título dando aos portadores da mesma série idênticos direitos contra a sociedade (art. 52 da Lei n o 6.404/1976). Representam empréstimos tomados a longo prazo, com restituição das importâncias de modo suave e incapaz de causar grandes transtornos para a companhia, já que há uma pulverização dos créditos. Não ocorrendo, na data prevista, o resgate da debênture, poderá o credor debenturista promover a execução de seu crédito perante a sociedade anônima emissora. Importante observar, aqui, que o debenturista tem legitimidade para postular a execução de seu crédito, mas o agente fiduciário tem legitimidade extraordinária para, em nome próprio, atuar como substituto processual da comunidade de credores debenturistas (art. 68, caput e § 3 o , da Lei n o6.404/1976).
TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS 
O artigo 515 do novo código de processo Civil traz expresso em seu conteúdo sobre os títulos executivos judiciais. Haja vista, não \houve tantas mudanças no projeto do NCPC/2015 aos títulos executivos judiciais em relação ao CPC/73, trouxe apenas pequenas mudanças que facilitaram a compreensão do referido dispositivo. Os títulos executivos judiciais são aqueles formados mediante um processo onde a execução é realizada com o cumprimento de uma sentença, ou seja, uma parte entra com uma ação forçando a execução em juízo tendo assim, o Estado, o direito de intervir no patrimônio do devedor, para que o credor tenha como pagamento aquilo que lhe é devido, para obter a satisfação do direito do credor.
Quanto as suas características, os títulos executivos judiciais devem sempre expressar uma obrigação certa, líquida e exigível. Será certa, para conferir legitimidade a obrigação; líquida em relação ao fato quantitativo; e exigível quanto a sua impontualidade sobre o fato de a obrigação estar vencida sobre não ter sido cumprida.
Por fim, quando a sua aplicabilidade se dá através do cumprimento de sentença, que está relacionada à execução dos atos e para isso, pressupõe a competência do título executivo, sendo este, necessário e suficiente para dá início aos atos de cumprimento de sentença (dos atos executivos) pelo estado-juiz. “Não haverá atividade executiva sem a existência do título executivo, que cumpre três funções: autoriza a execução: é sua condição necessária e traz a certeza sobre o direito do credor; define o fim da execução: explicita qual foi a obrigação imposta ao devedor e qual é a sanção em caso de inadimplemento, dizendo qual é o fim que se pretende com a atividade executiva; e, por fim, fixa os limites da execução: fixa quem serão os sujeitos ativos e passivos e o objeto da execução (THEODORO JÚNIOR, 2016a)”. Poderá ser efetuado perante os tribunais, o juízo que decidiu a causa e o juízo cível competente, podendo também o exequente optar pelo juízo do atual domicílio do executado, juízo do local onde se encontra os bens sujeitos a execução ou juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou não fazer.
PENHORA (OBJETO) 
3.1. Definição e finalidade da penhora
De acordo com Marcus Vinícius Rios Gonçalves a penhora é ato de constrição que tem por fim individualizar os bens do patrimônio do devedor que ficarão afetados ao pagamento do débito e que serão executados oportunamente. A princípio, a penhora é medida utilizada nos processos de execução, de forma que o magistrado determina que o bem seja retirado da posse do devedor, e em momento oportuno busca realizar a alienação, a fim de realizar o pagamento da dívida para com o seu credor.
A penhora, portanto, pode ser compreendida como uma maneira de restringir a venda ou a transferência dos bens do executado a terceiros, de modo a garantir o pagamento daquilo que o inadimplente deve para o credor. De forma que o Estado, por sua vez, utilizando-se de seu poder coercitivo, afeta o patrimônio do devedor, interferindo no seu livre arbítrio com relação aos seus bens, oferecendo eficácia jurídica ao direito material almejado.
O autor Marcus Vinícius Rios Gonçalves, ao tratar da penhora definiu-a da seguinte maneira, “Dessa forma, pode-se compreender que a penhora é a maneira de restringir a venda de um determinado bem, a fim de resolver a obrigação, ou parte dela, com determinado credor.” Portanto, o escopo do procedimento da penhora é proibir a comercialização de um determinado bem móvel ou imóvel, com a exclusiva finalidade de quitar o crédito devido ao credor, sendo que a penhora será procedida mesmo que o valor do bem penhorado não seja suficiente para o pagamento integral da dívida.
3. 2. Disposições legais para realização da penhora
O procedimento da penhora somente é ordenado pelo juízo se o executado, depois de devidamente citado, não realizar o pagamento da obrigação no prazo legal estabelecido. Sendo assim, Daniel Amorim Assumpção Neves denota que a penhora é um procedimento realizado a fim satisfazer a quantia devida sempre que o devedor não realiza o adimplemento em três dias a partir de sua citação, sem a necessidade de comprovar os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora.
Nesses casos, para a determinação da obrigação de pagar, a comprovação do periculum in mora e do fumus boni iuris não se faz prescindível, porquanto o título executivo é certo, líquido e exigível, o que torna desnecessária a realização do processo de conhecimento. Ainda, cabe salientar que o prazo para pagamento voluntário do título é de três dias depois da citação do devedor, sendo que somente após este prazo o juízo pode determinar a penhora do bem.
Ao promover a execução, o credor, já na petição inicial, poderá indicar os bens do devedor que deseja ver penhorados. O art. 835 estabelece a ordem de prioridade dos bens penhoráveis, mas não tem caráter rígido. Haverá situações em que a gradação legal deverá ser posta em segundo plano, quando as circunstâncias indicarem que é mais conveniente aos interesses das partes e ao bom desfecho do processo. 
Quando o credor protocolar a peça inicial e tiver conhecimento de quais são os bens de propriedade do inadimplente passíveis de penhora, poderá indicá-los nesta fase processual. Sendo que, apesar do Código de Processo Civil estabelecer uma ordem de quais bens a penhorar primeiro, fica a critério de o credor organizar-se da forma em que achar mais conveniente, inclusive, atendendo aos seus interesses e aos do devedor.
Marcus Vinícius Rios Gonçalves destaca ainda que, se não houver qualquer indicação de bens pelo devedor, é atribuição do oficial de justiça buscar os bens do executado, tais quais sejam suficientes para a compensação do débito, observando-se os impedimentos legais dispostos no art. 833 do CPC e da Lei n. 8.009/90. De modo que é importante mencionar, conforme ensina o autor, que se o credor não souber de bens para indicar e se o oficial de justiça não localizar nenhum bem a ser penhorado, pode o devedor ser intimado a apontar um bem disponível.
Pode-se compreender, portanto, que a penhora é de suma importância, pois pretende satisfazer a dívida em favor do credor, determinando qual ou quais bens podem ser executados e alienados pelo juízo, e também deixar disponíveis outros bens pertencentes ao devedor, tornando a execução menos dispendiosa e podendo este dispor livremente do restante de seu patrimônio não penhorado.
3.3 Bens passíveis de penhora
Cássio Scarpinella Bueno assevera que não são todos os bens suscetíveis de penhora, pois o art. 832 veda a penhora de bens inalienáveis não sujeitos à execução ou impenhoráveis, que são aqueles descritos no art. 833, do Código de Processo Civil, sem prejuízo de disposições de leis extravagantes, a mais frequente delas, a do “bem de família” considerado impenhorável por força da Lei n. 8.009/1990.
O bem de família é considerado impenhorável, porque a família é considerada a essência da sociedade brasileira.Por este motivo, possui inúmeras proteções constitucionais e Estatais, e privar esse direito de moradia afrontaria o princípio da dignidade da pessoa humana, ferindo também princípios morais e sociológicos.
Tradicionalmente, a doutrina afirma que a penhora produz efeitos de duas naturezas: processuais e materiais.
Entre os efeitos processuais estão:
(a) garantia do juízo;
(b) individualização dos bens que suportarão a atividade executiva;
(c) geração do direito de preferência ao exequente.
Entre os efeitos materiais estão:
(a) retirada do executado da posse direta do bem penhorado;
(b) ineficácia dos atos de alienação ou oneração do bem penhorado.
Em relação aos efeitos processuais produzidos pela penhora, deve-se destacar que estes ocorrem por meio de uma sequência pré-ordenada de atos, tendo em vista que no momento da penhora a garantia do juízo acontece automaticamente. E, em seguida, os demais efeitos processuais supracitados são delineados. Esses efeitos processuais vão além, pois constroem as bases para o plano material a fim de garantir a eficácia da execução, com a retirada do bem em favor do exequente.
Art. 833. São impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
 [...]
§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o.
§ 3o Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária.
Diante disso, pode-se perceber que muitos bens são excluídos da responsabilidade patrimonial, dificultando os credores a satisfazerem seu crédito, uma vez que existe uma ampla gama de bens impenhoráveis e inalienáveis. A grande quantidade de bens que não podem ser executados também pode prejudicar o devedor, pois os bancos e as empresas exigem cada vez mais garantias para vender e financiar a seus clientes.
3.4 Documentação e procedimento
Lincoln Nolasco afirma que a penhora é o ato de individualização dos bens que podem ser executados, sendo que até a formalização da penhora as integralidades dos bens do executado respondem por suas dívidas, pois nessa etapa ainda não houve a definição de quais podem ser vendidos ou não. Depois de penhorados os bens ficam indisponíveis ao executado, não podendo este negociá-los, enquanto o objeto da penhora não for alienado pelo leiloeiro o devedor continuará proprietário, podendo existir mais de uma penhora sobre o mesmo bem, devendo ser observada a preferência para o pagamento, tais quais são as trabalhistas e tributárias. A penhora é realizada com a lavratura do auto ou termo de penhora, sendo o ato considerado perfeito e acabado somente após o seu depósito. 
Nesses casos, o credor se deve atentar que, logo após a determinação da penhora pelo juízo, se não for realizada a averbação do bem imóvel ou o registro do bem móvel, podem ocorrer diversos prejuízos ao exequente, entre eles, a não satisfação do crédito, pois eventual alienação do bem pelo devedor será difícil de ser desfeita, diante disso o exequente deverá ser o mais ágil possível a fim de garantir seu crédito.
De acordo com o que preceitua Daniel Amorim Assumpção Neves, o Código de Processo Civil determina que a penhora em dinheiro seja prioritária, podendo o juiz analisar quais hipóteses de acordo são possíveis e alterar a ordem da penhora – depois de verificada a penhora em dinheiro. O autor ainda argumenta que o legislador não foi feliz em seu texto legal, porque em que pese diga que a penhora em dinheiro tem preferência, estabelece, em segundo plano, a faculdade ao magistrado nas outras hipóteses, tornando clara a preferência pela penhora do dinheiro, a qual é absoluta e prevalece sobre as demais execuções, sem levar em consideração as peculiaridades de cada situação. 
Dessa forma, verifica-se a preferência legal de que a penhora seja sobre o dinheiro do devedor, mas fica a critério do juízo, depois da tentativa inexitosa da constrição de dinheiro em espécie, depositado em contas bancárias ou aplicado em instituições financeiras, observar se há necessidade de se realizar uma alteração nessa ordem, podendo fazê-la da maneira que achar conveniente e benéfico ao processo.
Daniel Amorim Assumpção Neves ensina que a penhora pode ser considerada uma garantia ao processo de execução, e que o termo utilizado pela doutrina é “garantir o juízo”, pois teoricamente fornece ao exequente a segurança de que a dívida será quitada, a execução então será útil e eficaz, proporcionando ao exequente a satisfação de seu direito de forma direta ou indireta. 
Desse modo, a legislação brasileira buscou através da criação da penhora, uma maneira de resguardar o direito do exequente, com o objetivo de satisfazer o crédito a ser pago através da constrição dos bens ou valores do devedor, de forma a tentar garantir seu pagamento de maneira útil e eficaz. Assim, com a formalização da penhora o credor adquire segurança jurídica proporcionando satisfação ao débito exeqüendo.
É natural que o dinheiro seja sempre o primeiro bem da ordem de qualquer penhora porque é o bem que mais facilmente proporciona a satisfação ao exequente. Penhorado o dinheiro, o processo executivo não precisará passar pela fase procedimental de expropriação do bem penhorado, em regra uma fase complexa, difícil e demorada. Tendo sido penhorado dinheiro, basta entregá-lo ao exequente, dispensada a prática de qualquer outro ato processual, o que obviamente facilita o procedimento de satisfação, isso sem falar nas dificuldades materiais encontradas para transformar outros bens penhorados em dinheiro, o que naturalmente não ocorre quando o próprio objeto da penhora já é o dinheiro
Assim sendo, o legislador estabeleceu preferencialmente bloqueio de ativos financeiros como a primeira alternativa de penhora na ordem relacionada no art. 840 do Código de Processo Civil, não sendo necessária a retirada de bens móveis ou imóveis do patrimônio do devedor, tampouco a tentativa de venda desses bens, tornando o processo mais simples, rápido e prático.
Cassio Scarpinella Bueno insere que “o art. 837 permite que a penhora de dinheiro, tanto quanto as averbações de penhoras de bens imóveis ou móveis sejam realizadas por meio eletrônico, desde que observadas as normas de segurança instituídas de maneira uniforme pelo CNJ.” Para que ocorra a penhora desses valores o sistema utilizado é o Bacen-Jud, nesse ponto: “Também conhecido como "penhora online", trata-se de sistema informático desenvolvido pelo Banco Central que permite aos juízes solicitar informações sobre movimentação dos clientes das instituições financeiras e determinar o bloqueio de contas-correntes ou qualquer conta de investimento.”
Nesse sistema, o juiz requisita aos bancos e instituiçõesfinanceiras o bloqueio dos valores online, não sendo necessária a expedição de ofícios, o que tornaria o procedimento mais demorado e dispendioso. O sistema dosBacen-Jud pode ser utilizado por todas as autoridades competentes do Poder Judiciário, através de um convênio com os Tribunais Superiores e o BACEN, estendendo-se a todos os graus de jurisdição.
Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na execução.
§ 1o No prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar da resposta, de ofício, o juiz determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade excessiva, o que deverá ser cumprido pela instituição financeira em igual prazo.
§ 2o Tornados indisponíveis os ativos financeiros do executado, este será intimado na pessoa de seu advogado ou, não o tendo, pessoalmente.
§ 3o Incumbe ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, comprovar que: 
I - as quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis;
II - ainda remanesce indisponibilidade excessiva de ativos financeiros.
[...]
§ 5o Rejeitada ou não apresentada a manifestação do executado, converter-se-á a indisponibilidade em penhora, sem necessidade de lavratura de termo, devendo o juiz de a execução determinar à instituição financeira depositária que, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, transfira o montante indisponível para conta vinculada ao juízo da execução. [...].
Para que ocorra a penhora de dinheiro na poupança ou em valores depositados em contas bancárias, o credor peticiona nos autos requerendo ao juiz que determine o bloqueio dos valores existentes nas contas em que o executado é titular, não podendo ultrapassar o bloqueio os valores devidos. A instituição financeira, por sua vez, dispõe de 24 horas para responder ao juízo, indicando quais quantias foram efetivamente bloqueada ou se a tentativa restou inexitosa.
PENHORA(APLICAÇÃO)
Da penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira - Art. 854, NCPC.
Trata de uma forma de penhora no processo de execução, a penhora online. Nesse artigo é prevista como uma forma de realização da penhora pecuniária, a efetivação de créditos em meio eletrônico, ou seja, via depósitos ou transferências bancárias. O Novo Código Civil brasileiro descreve que a constrição de dinheiro em espécie, em depósito ou em aplicação em instituição financeira figurará em primeiro lugar na ordem do rol de bens penhoráveis.
Da penhora de créditos – Art. 855 a 860, NCPC.
Odireito de crédito é o direito de exigir de outrem a realização de uma prestação. Se o crédito tiver por objeto uma prestação em dinheiro ou for suscetível de avaliação em dinheiro estamos perante um crédito pecuniário.
A penhora de créditos é prevista expressamente no artigo 855, CPC. A penhora de créditos se efetiva pela intimação, seja essa destinada a um terceiro devedor ou ao executado. O artigo 856, CPC. Trata da penhora de Títulos de Crédito, que será realizada com a apreensão do documento, estando ou não em posse do executado no caso de a penhora recair em créditos representados por letra de câmbio, nota promissória, duplicata, cheque ou outros títulos. Caso o terceiro confesse a dívida, sem que o título tenha sido apreendido, este será considerado depositário de importância e exonerado após depositar em juízo. O artigo 857, CPC. Dispõe sobre a penhora de Direitos e Ação do executado, o exequente ficará sub-rogado nos direitos do executado até a concorrência de seu crédito. O artigo 858, CPC. Da ao exequente o direito de levantar os juros os juros, os rendimentos ou as prestações, à medida que forem sendo depositados, abatendo-se do crédito as importâncias recebidas. O art. 859, trata da hipótese de penhora, no processo de execução, sobre direito a prestação ou a restituição de coisa determinada. Contudo, deve-se esclarecer que se trata de obrigação de terceiro em relação ao executado. Portanto o devedor não é o executado no processo de execução, mas terceiro.O art. 860, Novo CPC, por fim, trata de penhora, no processo de execução, sobre direito litigioso. Quando o direito ainda estiver sendo discutido em juízo, então, a penhora deverá ser averbada nos autos pertinentes ao direito. Do mesmo modo, deverá ser averbada na ação correspondente, para que seja efetivada nos bens que forem adjudicados ou que vierem a caber ao executado.
Aplicabilidade da penhora de Créditos
Quando se inicia o processo executivo ou o processo de execução fiscal o agente deexecução notifica, por carta registada com aviso de recepção, o devedor do executado (por exemplo, clientes faltosos de uma empresa que está a ser executada ou que foi declarada insolvente) de que, a partir daquele momento, o crédito fica à ordem do agente de execução e que, por isso, o pagamento do crédito terá que ser feito ao agente de execução.
O devedor do executado tem que declarar:
- Se o crédito existe;
- Quais as garantias de que beneficia o crédito (por exemplo, hipoteca, fiança, penhor);
- Data de vencimento, ou seja, a data em que a dívida se torna exigível. Se, na data de vencimento, o devedor não proceder ao pagamento da dívida entram em incumprimentocontratual, podendo ser promovidas pelo credor, a partir desse momento, as diligências contenciosas necessárias à cobrança coerciva do crédito;
- Quaisquer outras circunstâncias que possam interessar à penhora.
Da penhora de percentual de faturamento de empresa – Art. 862 a 865, CP.
Entende-se por muitos legisladores que a penhora de dinheiro é diferente da penhora de faturamento, pois a última pode afetar no capital da empresa, o que pode acarretar uma paralisação de suas atividades ou até em alguns casos mais greves, em uma falência. O art. 862. Trata da penhora no processo de execução de estabelecimento comercial; estabelecimento industrial; estabelecimento agrícola; semoventes; plantações; edifícios em construção. Por sua vez, o artigo 863, trata da penhora no processo de execução de empresa que funcione mediante concessão ou autorização do Poder Público. A penhora de bens desse tipo de empresa recairá sobre sua renda, determinado bem ou sobre todo o seu patrimônio. Art. 864 dispõe sobre a penhora de semoventes, ou seja, navio ou aeronaves. Esse artigo também prevê que a penhora desses semoventes não dificulta a continuidade sua navegação ou sua alienação, mas para que haja continuidade em suas operações, o juiz dará ordem para que se faça um seguro contra riscos imprevistos.O art. 865, Novo CPC, enfim, estabelece que a penhora de empresas, de outros estabelecimentos e de semoventes será exceção no processo de execução. Conforme seu caput, portanto, apenas será efetivada a penhora quando não houver outro meio eficaz de garantir a efetivação do crédito.Da penhora de frutos e rendimentos da coisa móvel e imóvel – Art. 867 a 869, CPC.
Conforme o art. 867, Novo CPC, o juiz pode ordenar a penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel ou imóvel quando for mais eficiente para a quitação do débito no processo de execução, mas também menos onerosa ao executado. O art. 868, Novo CPC, então, apresenta alguns efeitos da ordem de penhora de frutos e rendimentos no processo de execução. Uma vez que a ordem seja expedida pelo juízo, deverá ser nomeado administrador-depositário. Ele será desse modo, investido de poderes capazes de garantir a administração e a manutenção do bem e à fruição de seus frutos e utilidades. O caput do art. 869, Novo CPC, portanto, trata da figura do administrador-depositário escolhido pelo juízo nos casos de penhora de frutos e rendimentos no processo de execução, com previsão já no art. 868, Novo CPC. Segundo o dispositivo, então, poderão ser nomeados tanto o exequente quanto o executado. A parte contrária, entretanto,deverá ser ouvida quanto à nomeação. E, se não houver acordo, o juiz deverá nomear profissional qualificado para o desempenho da função.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O objetivo desse trabalho foi realizar um estudo abrangente sobre Títulos Executivos, trazendo especificamente seus conceitos, características e aplicabilidade. 
Contudo, identificamos que no processo de execução judicial o Estado tem o poder paraintervir nas relações privadas para que possa ser extinta de uma forma que satisfaça o credor,são essenciais dois requisitos para que se realize qualquer que seja a execução, uma é o títuloexecutivo e a outra a exigibilidade da obrigação. Sendo então o título executivo uma condiçãosuficiente para que o exequente inicie a execução.
Penhora é um instituto do processo civil, tratado, na execução pois é uma fase doprocesso de execução, após o inadimplemento da obrigação do devedor para com ocredor, sendo citado a pagar num prazo de 3 dias e não cumprindo, será feito aavaliação dos bens para que se satisfaça o direito do credor.
A respeito da penhora, podemos perceber a importância que ela possui no âmbito dos processos de execução. O uso da penhora para o cumprimento da justiça tem sido eficaz e ao mesmo tempo falha, pois embora seja uma forma teoricamente simples de se fazer cumprir a execução, acaba por se uma forma demorada, ou que muitas vezes tende a tornar-se todo o processo lento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
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https://patriciafrancisco.jusbrasil.com.br/noticias/112092241/penhora-de-dinheiro-em-deposito-bancario-no-novo-cpc
https://clebermorenopereira.jusbrasil.com.br/artigos/513545688/penhora-de-creditos-artigos-855-860-do-ncpc
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OUSA ROXO, Tatiana Bhering Sagradas Bon de. DOS TÍTULOS EXECUTIVOS NO NOVO CPC E NO PROCESSO DO TRABALHO. REVISTA ELETRONICA TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 3° REGIÃO, BELO HORIZONTE, v. 62, n. 94, p. 131-158, jul./dez. 2016.
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JUNIO, H.T. Curso de Direito Processual Civil. Minas Gerais:Forense, 2015.

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