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Tutela Geral Executiva Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti Direito Processual Civil - Execuções Código de Processo Civil Parte Especial Livro I – Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença; Livro II – Do Processo de Execução; Processo de Execução x Cumprimento de Sentença O Processo de Execução enquanto livro autônomo do CPC se destina aos títulos extrajudiciais (Art. 784), ou seja, aqueles que podem ser exigidos sem a necessidade de um prévio processo de conhecimento (títulos pré- constituídos). O título deve ser certo, líquido e exigível. CPC, Arts. 771-777 O Cumprimento de Sentença é uma fase do processo de conhecimento posterior à decisão definitiva de mérito proferida pelo magistrado que visa garantir a satisfação de um direito reconhecido em Juízo, ou seja, que cria um título judicial (sentença judicial ou homologação de acordo). CPC, Arts. 513-538 Conceito de Execução Execução é um processo técnico que visa à realização do conteúdo de um título executivo. É o tipo de matéria que apenas poderá ser revista por via recursal, haja vista a existência de uma garantia definitiva que reconhece o direito da parte à concretização de sua pretensão judicial. O título executivo judicial ou extrajudicial só é executado pelo magistrado nas seguintes formas: Título extrajudicial -> Processo de Execução Título judicial -> Cumprimento de Sentença (antigo processo sincrético) Jurisdição x Arbitragem Enquanto a Arbitragem é atividade privada (sistema multiportas), a Jurisdição é atividade pública e exclusiva do Estado. Ambas são formas de heterocomposição. Entretanto, apenas o magistrado detém poder coercitivo para fazer cumprir uma decisão. A Arbitragem pode decidir, mas não tem o poder de fazer cumprir a decisão (bloquear, multar, prender, suspender direitos). Só o Estado pode interferir na liberdade e propriedade da pessoa. Logo, a sentença arbitral deve ser cumprida pelo Juízo, figurando como título executivo extrajudicial. Princípios da Execução e do Cumprimento de Sentença Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti Direito Processual Civil - Execuções Princípios Constitucionais Uma vez que a execução de título judicial ou extrajudicial atinge o patrimônio privado e até a liberdade do executado, todo esse procedimento deve respeitar preceitos constitucionais da máxima importância, em nome da legalidade dessa expropriação, que visa à satisfação de um direito previamente reconhecido como legítimo. A leitura constitucional do processo visa à celebração da máxima justiça para os que se socorrem do Poder Judiciário na ânsia de ver concretizada a realização de um direito. São eles: dignidade da pessoa humana, devido processo legal, contraditório e ampla defesa (atípicos), tutela jurisdicional e duração razoável do processo. Princípio do Título Toda execução se baseia em um título que contém uma obrigação certa, líquida e exigível. Visa à segurança do Poder Judiciário e à garantia do credor. Título é o documento representativo de uma obrigação que está registrada nele. Essa obrigação deve ser certa, líquida e exigível. Certa: Garantia de existência da obrigação. Líquida: Fixação do conteúdo da obrigação (o que é, quanto é). Exigível: A obrigação deve estar apta a ser exigida juridicamente. Vide Art. 783, CPC. Princípio da Patrimonialidade Indica que a execução tem como foco a coisa, o patrimônio da pessoa. Difere do Processo Penal, que recai sobre a própria pessoa. A Patrimonialidade destaca que a dívida é superior ao devedor, pois, mesmo morto, quita seus débitos através da herança, se houver, em detrimento dos herdeiros. O fato de a execução se restringir ao patrimônio é uma evolução do Direito antigo, que previa como forma de adimplemento de dívidas a servidão, a escravidão e até a morte do devedor. A exceção à restrição ao patrimônio é a dívida oriunda de Alimentos, que pode levar o devedor a ter sua liberdade restringida. Vide Art. 789, CPC Princípio da Satisfatoriedade Indica que ao exequente (credor) são devidos o valor principal da dívida, somados aos juros, atualização monetária, custas e honorários advocatícios. Visa à satisfação integral do débito em prol do credor. CPC, Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios. Princípio da Disponibilidade Decorrência do Princípio da Inércia da Jurisdição, que indica que esta deve ser provocada pelo interessado. A Disponibilidade recai sobre o direito subjetivo do credor em se utilizar ou não dos meios processuais para que veja seu crédito satisfeito. No mesmo sentido, poderá o exequente desistir da execução no todo ou em parte a qualquer tempo, independente da anuência do executado. CPC, Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva. Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte: I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios; II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do embargante. Princípio da Menor Onerosidade Seu intuito é buscar a forma de execução menos gravosa para o executado. Limita-se pelo Princípio da Satisfatoriedade da Execução. Exige a verificação da ordem prioritária de resolução da dívida (Art. 835). CPC, Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados. Princípio da Utilidade Significa dizer que a execução deve ser satisfatória para o credor e também deve respeitar o devedor. A Utilidade que se busca é a satisfação do direito do exequente; contudo, deve ser analisada a pertinência da execução em face de uma pessoa que não disponha de nenhuma condição financeira para quitar o débito, o que tornaria o procedimento inútil. CPC, Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução. Princípio da Lealdade e Boa-fé Processual Vincula o comportamento das partes envolvidas na execução à honestidade e ao escorreito cumprimento de seus deveres. Analisa-se na execução que tanto exequente como executado detêm direitos e obrigações e que ambos devem portar-se com lealdade e boa- fé durante o processo. CPC, Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que: I - frauda a execução; II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos; III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais; V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus. Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do débito em execução, a qual será revertida em proveito do exequente, exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material. Princípio da Atipicidade dos Meios Executivos São poderes conferidos ao juiz para garantir a efetivação da obrigação, coagindo o devedor com meios alternativos (e que estão previstos em rol exemplificativo) para que se cumpra a execução. CPC, Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juizpoderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. § 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial. Princípio da Responsabilidade do Exequente Consagra que em caso de reversão de decisão, o exequente é responsável pelos atos que pratica. Desse modo, havendo execução provisória que não se torna definitiva, cabe ao exequente a restituição das coisas ao estado anterior, bem como a reparação civil em prol do executado. CPC, Art. 776. O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu, quando a sentença, transitada em julgado, declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação que ensejou a execução. Art. 777. A cobrança de multas ou de indenizações decorrentes de litigância de má-fé ou de prática de ato atentatório à dignidade da justiça será promovida nos próprios autos do processo. Sujeitos do Processo Executivo Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti Direito Processual Civil - Execuções Execução A Execução é a fase processual ou o processo autônomo destinada a consagrar uma tutela satisfativa previamente reconhecida pelo Juízo, em favor de uma pessoa que carrega consigo a qualidade de credor/exequente, e que pode mover a máquina do Judiciário em desfavor do devedor/executado em nome da realização de seu direito. Legitimidade para Execução A Legitimidade diz respeito à capacidade de uma pessoa de estar em Juízo para requerer ou ser requerida em uma obrigação executória. É a pertinência subjetiva da ação, pois esta só pode ser proposta por quem tiver a titularidade do interesse subordinante, ou prevalecente, da pretensão, contra aquele cujo interesse, de consequência, esteja subordinado ao do autor. Materialmente, é a titularidade ativa ou passiva na relação jurídica litigiosa. Formalmente, é a capacidade processual de estar em juízo. LEGITIMIDADE ATIVA Recai sobre o credor da execução. Pessoa física ou jurídica que detém o poder de, ao exercer seu direito subjetivo de tutela jurisdicional, aciona a parte devedora para que, sob a responsabilidade estatal, realize o cumprimento da obrigação materializada no título executivo. Pessoa que sairá beneficiada da Execução (via de regra). CPC, Art. 778 Legitimidade Ativa: Ministério Público O Ministério Público possui legitimidade ativa em execução ou cumprimento de sentença que verse sobre: Sentença condenatória reconheça direito difuso ou coletivo em Ação Civil Pública (Art. 3, Lei 3473/1985); Execução penal condenatória, para proteger credor pobre (Art. 68, CPP); Execução de sentença em face de improbidade administrativa que tenha gerado enriquecimento ilícito durante mandato, função ou emprego público (Art. 17, Lei 8429/1992); Execução de sentença em ação popular, quando o autor não a requeira em 60 dias (Art. 16, Lei 4717/1965); Ação Civil Pública sobre direito individual homogêneo, passado 1 ano do T.emJ. sem que o autor apareça (Art. 100, CDC); Ações coletivas sobre as quais incidam legitimidade, enquanto custus legis. Legitimidade Ativa: Espólio, Herdeiros e Sucessores do Credor Ocorre em caso de transmissão de direito resultante de título executivo em razão da morte do credor originário. A legitimidade é superveniente (posterior) ao título e poderá ser requerida tanto para dar início ou efetivar a continuidade da execução. A legitimidade do espólio existe enquanto o inventário não for finalizado. Encerrada a distribuição da herança, caberá ao herdeiro ou sucessor testamentário a legitimidade ativa para exigir o cumprimento da execução que lhe fora transmitida como parcela da herança. Legitimidade Ativa: Cessionário Utiliza-se a mesma lógica da transmissão por espólio, herdeiro ou sucessor; contudo, a legitimação superveniente aqui vista é derivada de um ato entre vivos (doação). Legitimidade Ativa: Sub-rogado Sub-rogado é a pessoa que quita dívida em nome de outrem e assume para si o direito/crédito para reaver o valor. Desse modo, assume a legitimidade ativa para execução. A sub-rogação não extingue a dívida, apenas altera a titularidade do polo ativo. É a aquisição de direitos de credor. O devedor, que antes pagaria ao originário, deverá realizar o pagamento ao sub-rogado, sem prejuízo algum para si. LEGITIMIDADE PASSIVA Legitimidade Passiva é a responsabilidade que se liga ao devedor que deverá satisfazer a execução. Recai sobre o devedor da execução. Pessoa física ou jurídica contra a qual será imposto o cumprimento da obrigação materializada no título executivo. Pessoa que sairá prejudicada da Execução (via de regra). CPC, Art. 779. Legitimidade Passiva: Devedor Dívida que recai sobre a pessoa reconhecida como devedora da ação judicial ou declarada no título executivo extrajudicial como a parte que deve liquidar a obrigação nele contida. Parte executada, por natureza. Legitimidade Passiva: Espólio, Herdeiros e Sucessores do Devedor Da mesma forma que o conjunto formado por patrimônio, direitos e deveres de alguém falecido é parte legítima para executar uma obrigação, esse mesmo conjunto poderá ser acionado para quitar uma dívida deixada pelo de cujus, obviamente, se este houver deixado patrimônio suficiente para a quitação dos seus débitos. Para tanto, aciona-se o espólio, o herdeiro ou o sucessor testamentário para realizar a quitação da dívida, tornando essa pessoa devedora em execução ou cumprimento de sentença. Legitimidade Passiva: Novo Devedor Obrigação a ser exigida contra o novo devedor. Novo devedor é a pessoa que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo. Situação comumente vista no âmbito empresarial, quando uma empresa assume o controle de outra que possui passivo. Diante disso, a nova empresa se torna a nova devedora contra a qual pesará o adimplemento da obrigação. Legitimidade Passiva: Fiador Fiador é a pessoa designada no título executivo como a que presta garantia da dívida e que será acionada secundariamente em caso de inadimplemento do devedor principal. Poderá exigir o benefício de ordem, apenas sendo acionado depois do devedor originário. Legitimidade Passiva: Responsável Titular do Bem O responsável titular do bem que está vinculado por garantia real (ex. hipoteca) ao pagamento do débito é o indivíduo que não possui relação direta com a dívida (não é devedor), mas possui a responsabilidade pelo pagamento da mesma em face da execução. Também chamado de terceiro garantidor da dívida, pois é o proprietário de um bem hipotecado para a garantia de uma dívida alheia. Legitimidade Passiva: Responsável Tributário O responsável tributário é a pessoa que, mesmo não possuindo relação jurídica direta com a constituição do crédito tributário, assume a posição de devedor e se torna o indicado para figurar no polo passivo da Execução Fiscal. Situação comumente vivenciada no âmbito empresarial em relação a tributos estaduais e mercadorias que circulam entre Estados (fábrica – distribuidora - lojista). Em Direito Tributário recebe o nome de substituição tributária e é fruto da antecipação ou adiamento no recolhimento tributário. Lei 6.830/1990, Art. 4º, V. Responsabilidade Patrimonial Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti Direito Processual Civil - Execuções Conceito de Responsabilidade Patrimonial É a obrigação que se conecta ao conjunto de bens de titularidade do devedor. Uma vez que a responsabilidade pessoal apenas atinge o devedor de alimentos, a responsabilidade patrimonial é o mecanismo acionado judicialmente paragarantir a satisfação da inadimplência em prol de um sujeito reconhecido como credor. Patrimônio é o conjunto de bens economicamente mensurados que se encontram sobre o poder de alguém. A princípio, todos os bens estão sujeitos À execução, os que existem no momento em que a obrigação foi contraída e os que não existiam ainda, e só vieram a ser adquiridos posteriormente, sejam eles corpóreos ou incorpóreos, desde que tenham valor econômico. Excluem-se da obrigação patrimonial os bens considerados inalienáveis. Responsabilidade Executiva Primária Recai sobre os bens presentes e futuros (adquiridos após a constituição da dívida) do devedor. Aqui reside a ressalva de bens não sujeitos à responsabilização patrimonial. Os bens penhoráveis serão executados e leiloados até o limite da satisfação da obrigação. Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. Responsabilidade Executiva Secundária Recai sobre os bens de pessoas alheias à execução às quais a lei relaciona vinculação com a responsabilidade patrimonial do devedor. A responsabilidade permanece sendo patrimonial, logo, a terceira pessoa não é considerada devedora, mas o bem que está em sua posse responderá pelo cumprimento da obrigação. O rol será indicado a seguir. 1. Execução Baseada em Direito Real Versa sobre a entrega de uma coisa. A obrigação reipersecutória é aquele que persegue a coisa (o bem). A coisa que será objeto do cumprimento da obrigação encontra-se em poder de uma terceira pessoa. Também chamado de Direito de Sequela. No caso, sucessor a título singular é aquele que recebeu um bem específico depois da morte do devedor. A singularidade do título se deve ao fato de que o bem estava destacado dos demais e guardado especialmente para uma pessoa. Hipótese de alienação de coisa litigiosa. Pode configurar fraude à execução se tiver registro cartorário anterior. Art. 790. São sujeitos à execução os bens: I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória. 2. Bens do Sócio Dependendo do tipo societário que regulamenta a atividade empresarial, os bens do sócio estão inclusos na responsabilidade solidária (responsabilidade pessoal ilimitada). Difere da desconsideração da pessoa jurídica, uma vez que nunca houve uma total separação entre os bens particulares da pessoa e os bens da pessoa jurídica. O benefício de ordem protege o sócio, garantindo que os bens da sociedade serão primeiramente executados (Art. 795). Ex. Sociedade em nome coletivo. Ainda que o débito pertença à pessoa jurídica, o patrimônio pessoal dos sócios responde pela dívida. Ocorre apenas se a empresa for insolvente (patrimônio insuficiente) Art. 790. São sujeitos à execução os bens: II - do sócio, nos termos da lei. 3. Bens do Devedor em Poder de Terceiros Situação em que, mesmo mantida a propriedade em nome do devedor, a posse do bem encontra-se em poder de uma terceira pessoa. Fala-se na responsabilidade primária do devedor cujos bens estão sujeitos à execução, mesmo estando com outras pessoas. que deve responder pela obrigação. Ex. imóvel em situação de locação. Art. 790. São sujeitos à execução os bens: III - do devedor, ainda que em poder de terceiros. 4. Bens do Cônjuge ou Companheiro Se aplica diante de dívidas contraídas em benefício da família ou contraídas com a anuência do outro parceiro. O cônjuge/companheiro não é devedor, mas seus bens responderão pelo adimplemento da obrigação. A regra é que um cônjuge ou companheiro só tem responsabilidade pelas dívidas contraídas pelo outro se elas tiverem revertido em proveito do casal/família. Há uma presunção de reversão em favor do casal. Manobra para evitar o divórcio fraudulento destinado a ocultar bens. É cabível Embargos de Terceiro caso a penhora recaia sobre patrimônio de cônjuge que possa comprovar que não contraiu a dívida. Art. 790. São sujeitos à execução os bens: IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida. 5. Bens Alienados ou Gravados em Ônus Real em Fraude à Execução Situação em que uma terceira pessoa adquire fraudulentamente um bem envolvido em execução. Desfazimento do patrimônio com a intenção de fraudar credores, pois já sabe da existência do processo de execução. A Fraude à Execução é reconhecida no bojo do próprio processo. As transferências de bens em fraude à execução são ineficazes perante o credor, que pode postular que ele continue sujeito à execução, ainda que em mãos do adquirente ou cessionário. A Fraude à Execução é crime tipificado pelo Art. 179 do Código Penal (ato atentatório à dignidade da justiça – instituto de direito processual). Art. 790. São sujeitos à execução os bens: V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução. + Art. 792. 6. Bens com Alienação ou Gravação com Ônus Real anuladas por Fraude Contra Credores A fraude contra credores é a disposição livre e fraudulenta dos bens com o objetivo de prejudicar credores, ao provocar a insolvência do devedor. É reconhecida através da Ação Pauliana, que é uma ação movida por credores para anular negócio jurídico feito por devedores insolventes com bens que seriam usados na execução. Difere da Fraude à Execução. Não é tipificada como crime porque não atenta contra a dignidade da Justiça, apenas atinge o credor; é apenas um defeito do negócio jurídico (direito material - CC, Art. 158) Art. 790. São sujeitos à execução os bens: VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores. 7. Bens do Responsável Diante de desconsideração da personalidade jurídica, o patrimônio pessoal do sócio passa a responder pela quitação da obrigação da empresa. Efetiva-se através do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica (CPC, Arts. 133-137). Foi criada para evitar a utilização indevida da pessoa jurídica para prejudicar credores. Intentada em caso de abuso da personalidade jurídica. CPC, Art. 790. São sujeitos à execução os bens: VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica + Art. 50, CC + Art. 28, CDC. Obs. Exequente com Direito de Retenção Uma vez que o credor estiver em poder de um bem do devedor (ex. bem em depósito), o direito de retenção lhe será devido. Ao executar judicialmente o devedor, o bem que estiver retido deverá ser o indicado para o cumprimento da obrigação. Primeiramente se ataca o bem retido. Sendo insuficiente, executa-se o restante do patrimônio. Art. 793. O exequente que estiver, por direito de retenção, na posse de coisa pertencente ao devedor não poderá promover a execução sobre outros bens senão depois de excutida a coisa que se achar em seu poder. Obs2. Benefício de Ordem do Fiador Acaso a obrigação possua pessoa indicada como fiadora, esta poderá exigir do exequente o benefício de ordem, que blinda o patrimônio do fiador até que o patrimônio do executado situado na mesma comarca e livre de encargos não tenha mais condições de suportar a obrigação. Ao exercer o benefício de ordem, é ônus do fiador indicar quais bens do devedor estão aptos a serem executados. Art. 794. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro sejam executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e desembargados, indicando-os pormenorizadamente à penhora. § 1o Os bens do fiador ficarão sujeitos à execução se os do devedor, situados na mesma comarca que os seus, forem insuficientes à satisfação do direito do credor. § 2o O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos do mesmo processo. § 3o O disposto no caput não se aplica se o fiador houver renunciado ao benefíciode ordem. Responsabilidade Patrimonial de Terceiros: Espólio Existe uma separação de fases entre o momento anterior à partilha, onde responde o espólio; e a segunda parte posterior à partilha, onde o herdeiro responde pela dívida, obedecendo à limitação estipulada em quanto este indivíduo recebeu. Nenhum herdeiro quita débito de devedor falecido, mas se este já detém poder sobre o quinhão do espólio (se a partilha já foi realizada), este fica obrigado à saldar os débitos do autor da herança antes de poder dispor livremente de sua cota hereditária. Art. 796. O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, feita a partilha, cada herdeiro responde por elas dentro das forças da herança e na proporção da parte que lhe coube. Requisitos da Execução de Título Extrajudicial Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti Direito Processual Civil - Execuções Aspectos Gerais A propositura da demanda realiza-se, fundamentalmente, do mesmo modo em relação a quaisquer das modalidades de execução fundada em título extrajudicial. A lei processual indica variações relacionadas às especificidades da relação obrigacional em que se baseia a execução. Destarte, comunga da mesma substância as formalidades iniciais e a forma de se opor à execução, independente de seu objeto. Petição Inicial Tal como no processo de conhecimento, também na execução a Pet.In tem elementos formais (qualificação, endereçamento, representação por advogado, valor da causa). Definição do Juízo Competente: Art. 781. *Há conexão entre causas quando uma ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico tramita ao mesmo tempo que uma execução desse fundada nesse mesmo título executivo (Art. 55, §2), Art. 785. Legitimidade Ativa: Art. 778. Pertence ao credor do título ou seus sucessores (leg. derivada). Legitimidade Passiva: Art. 779. Recai sobre o devedor ou seus responsáveis. Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: I - instruir a petição inicial com: Título Executivo Extrajudicial De acordo com a lei, o título executivo extrajudicial é a condição necessária para a realização da tutela jurisdicional executiva que independe da averiguação judicial quanto à sua efetiva existência (dispensa da fase cognitiva). O Processo de Execução é regido pelo princípio da Nulla Executio Sine Titulo (é nula a execução sem título – Art. 783). A apresentação do título é condição sine qua non para o prosseguimento da execução. Diante da ausência de título, decreta-se a nulidade da execução (Art. 803, I) São requisitos para execução do título a certeza, liquidez e exigibilidade. Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: I - instruir a petição inicial com: a) o título executivo extrajudicial; Demonstrativo de Débito Atualizado Em se tratando de execução por quantia certa, a liquidez do título é um requisito da instrução do processo de execução. Há liquidez quando o objeto da obrigação é determinável, exigindo-se a realização de simples cálculos aritméticos para a aferição do quantum debeatur (quantia devida). Para tanto, o exequente deve apresentar Memória de Débito atualizado dentro da peça ou em documento apartado. O valor atualizado substitui o valor nominal (descrito no título) em face da passagem do tempo. Art. 798, §ú Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: I - instruir a petição inicial com: b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação, quando se tratar de execução por quantia certa; Demonstração da Ocorrência de Condição ou termo A não-realização das condições suspensivas retiram a exigibilidade do título. Não se pode executar um título sem antes comprovar a realização do evento ao qual estava subordinado. Condição é um evento futuro e incerto que acontecerá, mas não se sabe quando. Termo é um evento futuro e certo que possui uma data de vencimento estipulada. Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: I - instruir a petição inicial com: c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso; Prova de Adimplemento da Contraprestação Hipótese de contrato bilateral, onde o cumprimento da obrigação por um dos pactuantes é condição para a exigência do outro. Primeiro, o exequente cumpre sua parte e depois exige do outro o cumprimento da sua parte. Em caso de obrigações recíprocas, para que se configure a exigibilidade do título, deve o exequente demonstrar que adimpliu a contraprestação, nos casos em que deva faze-la antes do executado, sob pena de extinção do processo. Art. 787 Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: I - instruir a petição inicial com: d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do exequente; Indicações da Execução Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: II - indicar: a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser realizada; > Existência de meios diversos de se prover a execução (ex. Alimentos: prisão ou penhora) b) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica; > Individualização do credor, evita que um homônimo seja prejudicado indevidamente; facilitação do Bacenjud, Renajud e SisbaJud (para execução fiscal). c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível. > Acelera o andamento da execução diante da recusa do executado em colaborar com a indicação desses bens. Faculdade do exequente, dever do executado. Outras Incumbências do Exequente Deverá o exequente requerer a intimação das pessoas que possuem vínculo com o bem a ser executado. A intimação dessas pessoas não é um elemento da petição inicial, pois esta necessidade pode surgir apenas no curso do processo, por ocasião da penhora, bem depois da fase inicial. As intimações referidas devem ser realizadas com pelo menos 5 dias da antecedência da alienação judicial (Art. 889). Considera-se ineficaz a alienação em relação à pessoa que deveria ter sido cientificada, caso não realizada a intimação (At. 804). Pessoas a serem intimadas: Art. 799, I - VII Medidas Urgentes Poderá o exequente, no curso do processo, requerer a realização de medidas urgentes para evitar a deterioração de seu direito. Ex. alienação de bens deterioráveis ou depreciáveis (veículos, pedras e metais preciosos, bens móveis diversos) Art. 852 Poderá o exequente pleitear, em caráter antecedente ou incidental, providências cautelares. Ex. Arresto Cautelar (apreensão judicial de bens do devedor para garantir futura execução). Art. 301 Obrigações Alternativas A obrigação alternativa tem em seu cerne 2 ou mais possibilidades de prestações possíveis, onde somente uma é suficiente para o cumprimento da obrigação. Art. 800. Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, esse será citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro de 10 (dez) dias, se outro prazo não lhe foi determinado em lei ou em contrato. (princípio da menor onerosidade para o devedor) § 1o Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a exercer no prazo determinado. § 2o A escolha será indicada na petição inicial da execução quando couber ao credor exercê-la. (compatibilidade com o Art. 798, II, a) Emenda à Inicial Situação que prestigia a resolução do mérito do processo. O CPC/2015 apenas permite o indeferimento depois que o juiz abre prazo para que a parte possa suprir a ausência de um documento pertinente à causa. A emenda é a alternativa para resolver nulidades sanáveis antes da extinção por falta de documento hábil a instruir o direito da parte. Art. 801. Verificando que apetição inicial está incompleta ou que não está acompanhada dos documentos indispensáveis à propositura da execução, o juiz determinará que o exequente a corrija, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de indeferimento. Interrupção da Prescrição A levada de uma execução ao Poder Judiciário tem o condão de interromper a prescrição, ainda que seja juízo incompetente. Art. 802. Na execução, o despacho que ordena a citação, desde que realizada em observância ao disposto no § 2o do art. 240, interrompe a prescrição, ainda que proferido por juízo incompetente. Parágrafo único. A interrupção da prescrição retroagirá à data de propositura da ação. Nulidade da Execução Art. 803. É nula a execução se: I - o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigível; II - o executado não for regularmente citado; III - for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrer o termo. Parágrafo único. A nulidade de que cuida este artigo será pronunciada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte, independentemente de embargos à execução. “ ”Espécies de Execução Direito Processual Civil – Execuções Profª Erica Oliveira Cavalcanti Execução Mediata e Imediata Mediata/Autônoma: é aquela que se aperfeiçoa com a instauração de um processo próprio, no qual o executado deve ser citado. Funda-se em título executivo extrajudicial e origina um Processo de Execução. Imediata: é aquela que se realiza sem novo processo, como uma sequência natural da fase de conhecimento que lhe antecede. No Brasil, são imediatas as execuções de título judicial, salvo as fundadas em sentença arbitral, pena condenatória ou estrangeira. Chama-se cumprimento de sentença a fase processual posterior à definição do objeto litigado. Execução Específica Conceito que busca a satisfação da pretensão do autor tal como estatuída no título executivo. A efetividade da execução exige que, em caso de inadimplemento do devedor, o credor consiga alcançar no processo o resultado mais próximo possível daquele que obteria caso a obrigação tivesse sido satisfeita espontaneamente. Se o devedor assumiu a obrigação de fazer, não fazer ou entregar coisa, a execução deve assegurar-lhe meios para exigir o cumprimento específico da obrigação, reservando a conversão para perdas e danos apenas para a hipótese de o cumprimento específico tornar-se impossível, ou para quando o credor preferi- la (perda da utilidade). CPC, Arts. 497-500, 536, § 1º. Cumprimento de Sentença Provisório e Definitivo Classificação que se aplica apenas ao cumprimento de sentença, pois a execução de título extrajudicial é sempre definitiva (Súmula 317, STJ). O cumprimento será de caráter provisório quando fundado em decisão judicial não transitada em julgado, enquanto pende recurso não provido de efeito suspensivo ou na efetivação de tutela provisória (Art. 297, §ú). Afora essas hipóteses, o cumprimento será definitivo. Nessas situações, ainda há um risco de reversão do resultado, uma vez que existe discussão pendente. Havendo reversão do julgado e disso advierem prejuízos para o devedor, o credor responderá objetivamente pelos danos, que deverão ser por ele ressarcidos. O cumprimento provisório corre por conta e risco do credor, que assume a responsabilidade pela reversão do julgado (risco de reforma). Processo de Execução para Entrega de Coisa Certa Aqui, a coisa certa é algo individualizado e determinado no momento de propositura da demanda executiva. O devedor será citado para entregar a coisa no prazo de 15 dias. O mandado de citação já faz constar ordem de imissão de posse (para bens imóveis) ou busca e apreensão (bens móveis), caso a obrigação não seja satisfeita. A entrega da coisa extingue a execução. Ao não entregar, o juiz pode valer-se de multa como meio de coerção (ex.: devedor que oculta o bem). Caso seja impossível a entrega da coisa por perecimento ou deterioração ou não localização, converte- se em perdas e danos. Se a coisa já litigiosa foi alienada, será expedido mandado contra o terceiro adquirente. É cabível Embargos do Devedor para retenção de benfeitorias. CPC, Arts. 806-810. Processo de Execução para Entrega de Coisa Incerta A coisa incerta não é ignorada ou desconhecida, mas determinável pelo gênero e pela quantidade. Ex.: dinheiro, colheitas, semoventes, ações (conjunto de seres semelhantes). A única particularidade nessa execução é a necessidade de individualização da coisa (CC, Arts. 243-244). O procedimento é o mesmo da coisa certa. Art. 811. Quando a execução recair sobre coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o executado será citado para entregá-la individualizada, se lhe couber a escolha. Parágrafo único. Se a escolha couber ao exequente, esse deverá indicá-la na petição inicial. Art. 812. Qualquer das partes poderá, no prazo de 15 dias, impugnar a escolha feita pela outra, e o juiz decidirá de plano ou, se necessário, ouvindo perito de sua nomeação. Processo de Execução de Obrigação de Fazer ou Não Fazer O fazer gira em torno das qualidades pessoais do devedor. São aquelas em que o devedor se compromete a realizar uma prestação, consistente em atos ou serviços materiais ou imateriais. A execução do fazer fungível pode ser sub-rogada (outro faz às custas do devedor) e o fazer infungível, se não realizado, ainda que coercitivamente, converte-se em perdas e danos. (CPC, Arts. 815-821) Já a execução da obrigação de não fazer é, a bem da verdade, uma tutela para desfazer. O juiz fixará prazo para o desfazimento pelo devedor ou por terceiro, sob pena de multa. Quando o desfazimento não for possível, converte-se em perdas e danos. (CPC, Arts. 822-823) Execução por Quantia Certa Modalidade mais comum de execução. Execução que se procede mediante sub-rogação porque se o devedor não paga, o Estado-juiz toma do seu patrimônio em dinheiro ou bens suficientes para fazer frente ao débito. Se a penhora recair sobre dinheiro, o valor será entregue em pagamento ao credor. Se a penhora recair sobre bens do executado (expropriação), será necessária a conversão em dinheiro (alienação por iniciativa particular ou por leilão judicial), a menos que o credor aceite ficar com eles, como forma de satisfação do débito (adjudicação). CPC, Arts. 824-826 Liquidação de Sentença Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti Direito Processual Civil - Execuções Conceito Liquidação de sentença é o incidente processual que pretende definir o valor a ser pago pela obrigação judicialmente reconhecida que contém quantia indeterminada (ilíquida). Diz respeito à obrigação de pagar quantia em dinheiro. Definido o valor contido da sentença, haverá, então, título executivo judicial formado por 2 decisões, a que condenou (sentença de mérito) e a que declarou o valor devido (resolução do incidente – questão secundária e acessória). Assim, a obrigação certa se tornará também líquida, admitindo-se que seja dado início à prática de atos executivos, denominado “Cumprimento de Sentença”. Dessa forma, liquidação de Sentença é o estágio limítrofe entre a condenação e a execução. Define-se a extensão da obrigação cuja existência foi reconhecida por decisão judicial. Limites da Cognição na Liquidação Na Liquidação, a cognição judicial é limitada à discussão relacionada ao quantum debeatur. Questões relativas ao an debeatur (se é devido), cui debeatur (a quem é devido), quis debeat (quem deve) e o quid debeatur (o que é devido) devem ser respondidas pela decisão condenatória. A Liquidação tem como finalidade exclusiva a determinação do valor, nos limites do que se decidiu na sentença. Uma vez determinados os termos da obrigação a ser cumprida, não se pode na liquidação modificar os critérios estabelecidos na sentença liquidanda. Procedimentos na Liquidação 1. Por Arbitramento: Realizada quando há necessidade deprodução de prova técnica ou científica para apuração do valor. As partes devem apresentar pareceres e documentos elucidativos. Há nomeação de perito, que pode ser indicado pelas partes. Os autos já dispõem de todos os elementos necessários para a determinação do valor a ser apurado. OBS. A fixação da indenização por danos morais não depende de conhecimento técnico, mas apenas de observação de critérios jurídicos. Assim, a definição do quantum é feita pelo juiz. CPC, Art. 464; 509, I; 510. Procedimentos na Liquidação 2. Por Procedimento Comum: Situação em que é necessário se provar fato novo. Fato novo é aquele que não foi objeto de prova no curso da ação condenatória; ou seja, nova é a prova, e não o fato. Pode se tratar, simplesmente, de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa. A apuração do valor ilíquido depende de algo exterior(novo) ao processo. Não é permitida a rediscussão da causa; o fato novo é apenas as indicações que devem ser levadas em conta para a correta liquidação da sentença. Ex. indenização por lucros cessantes e os documentos que confirmam a extensão da perda financeira. *Lucro cessante difere de dano material. CPC, Art. 491, II; 509, II; 511. Liquidez Parcial CPC, Art. 509, § 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta. Subsiste, ao mesmo tempo, o cumprimento da parte líquida e o incidente de liquidação da parcela ilíquida. Não se considera ilíquida a obrigação quando seu montante é determinável, isto é, aferível através da realização de simples cálculos. (Art. 509, §2) OBS. Art. 509, § 3o O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira. Liquidação Provisória Ainda que contra a sentença condenatória recaia recurso com efeito suspensivo, é permitida a liquidação antecipada da sentença. A mera expectativa de que o provimento deferido na primeira instância seja mantido em 2º grau autoriza o presumido credor a agilizar a satisfação futura de sua pretensão, mensurando, desde já, a quantia devida. É permitido que o credor se oponha aos termos da liquidação provisória ao mesmo tempo em que recorre da sentença condenatória. A liquidação provisória NÃO permite a execução provisória. Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes. Cumprimento de Sentença Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti Direito Processual Civil - Execuções Conceito Cumprimento de Sentença é o procedimento executivo utilizado para a execução lastreada em título executivo judicial, ou seja, aquele que passou pelo processo de conhecimento para ser reconhecido perante o juiz. A partir do processo sincrético, tornou-se possível que um único processo judicial comportasse a cognição e a execução reunidas em uma ação e divididas por fases desse processo único. Existe a aplicação subsidiária do Processo de Execução, especialmente no que se refere à nomenclatura das partes (exequente e executado). Cumprimento e execução, aqui, são expressões sinônimas que designam a tutela jurisdicional executiva que recai sobre decisões judiciais e outros títulos executivos aos quais a lei atribui igual força. Cumprimento Provisório e Definitivo Provisória é a decisão impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo, decisão esta que ainda serve de base para a execução. Os atos executivos não são chamados de provisórios, contudo, podem ser desfeitos e correm sob responsabilidade do exequente. Cumprimento provisório é cumprimento incompleto. Definitiva é a decisão sobre a qual não pesa contestação recursal e que pretende realizar em caráter definitivo a satisfação do credor, que foi legitimamente reconhecida na sentença de mérito. É necessário o requerimento do exequente para dar início ao cumprimento de sentença em condenação para pagar quantia certa. Intimação do Devedor para Cumprimento de Sentença Art. 513, § 2o O devedor será intimado para cumprir a sentença: I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; II - por carta com Aviso de Recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV; III - por meio eletrônico, quando for pessoa jurídica (exceto microempresa e EPP) sem procurador constituído nos autos; (vide Art. 246, §1º) IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido revel na fase de conhecimento. § 3o Na hipótese do § 2o, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274. § 4o Se o requerimento a que alude o § 1o for formulado após 1 ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com Aviso de Recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3o deste artigo. (intimação pessoal do executado) Legitimação Passiva do Fiador, Corresponsável ou Coobrigado O alcance subjetivo da sentença se conecta à indicação das partes que serão por ela alcançadas, sob pena de não ser constituído título judicial contra aquele que não figurou na demanda. Logo, o fiador, corresponsável ou coobrigado não chamado a compor a lide em fase de conhecimento, não poderá ser convocado a arcar com o cumprimento de sentença. STJ, Súmula 268. O fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo não responde pela execução do julgado. CPC, ART. 513, § 5o O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento. Negócio Jurídico Sujeito a Condição ou Termo São limites da eficácia do negócio. Apenas podem ser cobrados quando cumpridas a condição (evento futuro e incerto – Art. 121, CC) ou termo (evento futuro e certo – Art. 131, CC). Se conecta à exequibilidade do título executivo. CPC, Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo. Títulos Executivos Judiciais 1. Formados no mesmo juízo que realizará o cumprimento: I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; (...) Títulos Executivos Judiciais 2. Formados em juízo distinto do que realizará o cumprimento. O título foi formado em outra ação, o cumprimento tem natureza de processo autônomo: VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; (ação civil ex delicto) VII - a sentença arbitral; VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; (Justiça Federal de 1º grau) IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur (autorização dada por um Estado) à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; Competência para o Cumprimento de Sentença CPC, Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. (competência concorrente) Protesto do Título Executivo Garantia extra do exequente de se valer do Cartório de Notas para registrar a decisão favorável transitada em julgado. Prova cartorária de inadimplemento. (Art. 1, Lei 9492/97) Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. (15 dias) § 1 Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão. § 2 A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário. (requisitos da certidão) § 3 O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado. § 4 A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação. (pagamento) Impugnação do Executado Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz. Desnecessidade de processo autônomo para tentar invalidar atos do cumprimento de sentença. Utiliza-se Agravo de Instrumento. Penhora Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti Direito Processual Civil - Execuções Conceito Via de regra, é o primeiro ato executivo realizado no curso do processo. A responsabilidade patrimonial abrange todos os bens do executado passíveis de penhora. Para que se realizem atos executivos, é necessário identificar qual bem, dentro do patrimônio do executado, a eles se sujeitará. A penhora individualiza aquilo que, até então, manifestava-se apenas em abstrato como responsabilidade executiva patrimonial. Com a penhora, nem sempre o bem é retirado da posse do executado, que pode permanecer com ele em seu poder, constituindo-se depositário (Art. 840, III,§2). Desse modo, conceitua-se penhora como a definição ou a particularização judicial dos bens que devem se sujeitar aos atos de expropriação. A penhora aproveita, além do pagamento principal, juros,custas e honorários advocatícios. Impenhorabilidade Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis. As regras relativas às medidas executivas devem ser interpretadas à luz da Constituição, seja porque são voltadas à realização de um direito fundamental, seja porque, em sua realização, pode atingir direitos fundamentais. Dessa forma, o rol de impenhorabilidades objetiva preservar o mínimo patrimonial necessário à existência digna do executado, impondo ao processo executório certos limites. Dependendo do caso, as regras de impenhorabilidade podem ser ampliadas, de modo a adequar a tutela aos direitos fundamentais. Aplica-se, portanto, o princípio da adequação e da necessidade, sob o enfoque da proporcionalidade. As vedações à penhora são deixadas de lado pela lei quando se trata de realizar direitos fundamentais (ex.: penhora de salário em execução de Alimentos). Impenhorabilidade Relativa e Absoluta Distinção feita pelo CPC em relação a bens que só se tornam penhoráveis diante da falta de outros bens. A impenhorabilidade relativa ou penhorabilidade excepcional recai sobre bens que são penhoráveis desde que não se encontre outro bem sujeito à execução (ex. Penhora de empresa, estabelecimentos). A impenhorabilidade absoluta é legalmente protegida pela vedação completa de o bem ser atingido pela execução. Pode ser relativizada apenas quando o próprio executado abre mão da proteção desse bem e o oferece como forma de pagamento. O bem voluntariamente oferecido pelo devedor indica a renúncia espontânea à proteção preconizada pelo CPC e não poderá ser objeto de posterior reclamação, sob pena de venire contra factum próprio (vedação ao comportamento contraditório das partes no processo). Os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis são penhoráveis (ex. Protege-se o trator, mas executa-se a safra) Bens Impenhoráveis Art. 833. São impenhoráveis: I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º (pagamento de pensão alimentícia); Bens Impenhoráveis Art. 833. São impenhoráveis: V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; VI - o seguro de vida; VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas obras forem penhoradas; VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; Bens Impenhoráveis Art. 833. São impenhoráveis: X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos; XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei; XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. § 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição. Utilidade da Penhora A execução somente deverá ser intentada quando se vislumbrar a existência de vantagem para o credor. Deriva do princípio da utilidade da execução. A regra deve ser compreendida no sentido de que não se penhoram bens quando o proveito daí decorrente não beneficiar o exequente, mas restar absorvido apenas pelas custas judiciais a serem pagas ao Estado. Não incide restrição se o valor do bem penhorado, embora pequeno, puder ressarcir ao exequente o valor das custas por ele adiantadas, evitando o prejuízo do autor. De toda forma, os custos do processo podem fazer com que o credor opte por não ajuizar a execução. Ordem de Preferência da Penhora Conforme Art. 835, CPC, a ordem de preferência da penhora pode deixar de ser observada pelo juiz diante de circunstâncias especiais, baseando-se no princípio da menor onerosidade ao executado. 1. Dinheiro em espécie ou em depósito ou em aplicação financeira; 2. Títulos da dívida pública; 3. Títulos e valores mobiliários com cotação de mercado;4. Veículos de via terrestre; 5. Bens imóveis; 6. Bens móveis no geral; 7. Semoventes; 8. Navios aeronaves; 9. Ações e quotas de sociedades simples e empresárias;10. Percentual de faturamento de empresa devedora; 11. Pedras e metais preciosos; 12. Direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia;13. Outros direitos. Lugar de Realização da Penhora Art. 845. Efetuar-se-á a penhora onde se encontrem os bens, ainda que sob a posse, a detenção ou a guarda de terceiros. § 1º A penhora de imóveis, independentemente de onde se localizem, quando apresentada certidão da respectiva matrícula, e a penhora de veículos automotores, quando apresentada certidão que ateste a sua existência, serão realizadas por termo nos autos. § 2º Se o executado não tiver bens no foro do processo, não sendo possível a realização da penhora nos termos do § 1º, a execução será feita por carta, penhorando-se, avaliando-se e alienando-se os bens no foro da situação. Art. 846. Se o executado fechar as portas da casa a fim de obstar a penhora dos bens, o oficial de justiça comunicará o fato ao juiz, solicitando-lhe ordem de arrombamento. Possibilidade de uso de força policial, necessária a presença de 2 testemunhas junto com o 2 oficiais de justiça que realizarão o arrombamento. Considera-se realizada a penhora com a apreensão e o depósito do bem. Procedimentos da Penhora O bem penhorado poderá ser entregue ao depositário judicial. A penhora é documentada por auto ou termo, dependendo se realizada por oficial de justiça ou escrivão. Admite-se penhora online de dinheiro e averbação eletrônica de penhora de bens imóveis e móveis. O executado pode, no prazo de 10 dias contados da intimação da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe será menos onerosa e não trará prejuízos ao exequente. Modificação da Penhora Art. 848. As partes poderão requerer a substituição da penhora se: I - ela não obedecer à ordem legal; II - ela não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para o pagamento; III - havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido penhorados; IV - havendo bens livres, ela tiver recaído sobre bens já penhorados ou objeto de gravame; V - ela incidir sobre bens de baixa liquidez; VI - fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou VII - o executado não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações previstas em lei. Avaliação e Expropriação Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti Direito Processual Civil - Execuções Avaliação É a determinação do valor do bem penhorado que se aufere com a finalidade de analisar a pertinência para futura expropriação. A correta avaliação é necessária para que a execução possa satisfazer eficazmente o direito do exequente sem que se sacrifique, de maneira injusta, o patrimônio do executado. Avaliação comum é realizada pelo próprio oficial de justiça; bastando, para tanto, conhecimentos gerais. Diante da dúvida do juiz sobre o valor apontado pelo oficial, haverá perícia feita pelo avaliador. Avaliação especial é realizada por um avaliador indicado pelo juiz, pois exige-se conhecimentos especializados. Também chamada de atividade pericial. Havendo alteração no valor de mercado do bem penhorado para mais ou para menos, o juiz mandará que se adeque o que foi penhorado ao valor da dívida, mudando a penhora. O erro ou dolo do avaliador admite nova avaliação. O conteúdo da avaliação deve estipular as características do bem, o estado em que se encontra e o valor identificado. Dispensa da Avaliação Art. 871. Não se procederá à avaliação quando: I - uma das partes aceitar a estimativa feita pela outra; II - se tratar de títulos ou de mercadorias que tenham cotação em bolsa, comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial; III - se tratar de títulos da dívida pública, de ações de sociedades e de títulos de crédito negociáveis em bolsa, cujo valor será o da cotação oficial do dia, comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial; IV - se tratar de veículos automotores ou de outros bens cujo preço médio de mercado possa ser conhecido por meio de pesquisas realizadas por órgãos oficiais ou de anúncios de venda divulgados em meios de comunicação, caso em que caberá a quem fizer a nomeação o encargo de comprovar a cotação de mercado. Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese do inciso I deste artigo (aceitação do valor), a avaliação poderá ser realizada quando houver fundada dúvida do juiz quanto ao real valor do bem. Atos de Expropriação Uma vez penhorado bem distinto de dinheiro e finalizada a avaliação, dá-se início aos atos de expropriação. Expropriar é retirar de alguém a propriedade sobre um determinado bem. No caso da execução, a expropriação ocorre como a forma compulsória de garantir o pagamento da dívida que corre em favor de um credor em processo de execução, de modo que o devedor (executado) perderá o domínio de certos bens penhoráveis, para que se satisfaça o adimplemento do débito. O destino dos bens vai para o próprio credor ou para terceiros (ex. leilão), a depender do caso. A expropriação ocorre pela adjudicação, pela alienação e pela apropriação. 1. Adjudicação Quitação da dívida (execução por quantia certa) que ocorre quando o exequente recebe o mesmo bem penhorado como pagamento. Há transferência de propriedade para o credor do débito como forma de adimplemento da obrigação. O exequente tem direito a adjudicar os bens pelo valor da avaliação (e não do débito). Poderá ocorrer independentemente da vontade do executado. Será solicitada depois de respeitado o prazo de 10 dias para o executado requisitar eventual substituição do bem penhorado. O devedor deve ser intimado para ser informado da solicitação de adjudicação. Se o valor do crédito for: I - inferior ao dos bens, o requerente da adjudicação (credor) depositará de imediato a diferença, que ficará à disposição do executado (extinção da execução); II - superior ao dos bens, a execução prosseguirá pelo saldo remanescente. Concretização da Adjudicação Art. 877. Transcorrido o prazo de 5 (cinco) dias, contado da última intimação, e decididas eventuais questões, o juiz ordenará a lavratura do auto de adjudicação. § 1º Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura e a assinatura do auto pelo juiz, pelo adjudicatário, pelo escrivão ou chefe de secretaria, e, se estiver presente, pelo executado, expedindo-se: I - a carta de adjudicação e o mandado de imissão na posse, quando se tratar de bem imóvel; II - a ordem de entrega ao adjudicatário, quando se tratar de bem móvel. § 2º A carta de adjudicação conterá a descrição do imóvel, com remissão à sua matrícula e aos seus registros, a cópia do auto de adjudicação e a prova de quitação do imposto de transmissão. § 3º No caso de penhora de bem hipotecado, o executado poderá remi-lo (livrá-lo) até a assinatura do auto de adjudicação, oferecendo preço igual ao da avaliação, se não tiver havido licitantes, ou ao do maior lance oferecido. § 4º Na hipótese de falência ou de insolvência do devedor hipotecário, o direito de remição previsto no § 3º será deferido à massa ou aos credores em concurso, não podendo o exequente recusar o preço da avaliação do imóvel. Art. 878. Frustradas as tentativas de alienação do bem, será reaberta oportunidade para requerimento de adjudicação, caso em que também se poderá pleitear a realização de nova avaliação. 2. Alienação Método coercitivo (não depende da vontade do executado) que visa a conversão dos bens penhorados em dinheiro para que este seja entregue ao exequente. O ato de alienação não encerra a execução, pois esta apenas é finalizada com a entrega do resultado pecuniário da alienação (dinheiro obtido com a ‘venda’ do bem). Difere da compra e venda, pois esta se dá mediante vontade de ambas as partes. A alienaçãoé negócio jurídico processual que expropria patrimônio e o destina a terceiro para extrair dinheiro necessário para saldar a dívida reconhecida no título executivo extrajudicial. Alienação por iniciativa particular do credor: Não efetivada a adjudicação, o exequente poderá requerer a alienação por sua própria iniciativa ou por intermédio de corretor ou leiloeiro público credenciado perante o órgão judiciário. Alienação por iniciativa do juiz: A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada a adjudicação ou a alienação por iniciativa particular. 2.1 Alienação por Iniciativa Particular Art. 880. Não efetivada a adjudicação, o exequente poderá requerer a alienação por sua própria iniciativa ou por intermédio de corretor ou leiloeiro público credenciado perante o órgão judiciário. § 1º O juiz fixará o prazo em que a alienação deve ser efetivada, a forma de publicidade, o preço mínimo, as condições de pagamento, as garantias e, se for o caso, a comissão de corretagem. § 2º A alienação será formalizada por termo nos autos, com a assinatura do juiz, do exequente, do adquirente e, se estiver presente, do executado, expedindo-se: I - a carta de alienação e o mandado de imissão na posse, quando se tratar de bem imóvel; II - a ordem de entrega ao adquirente, quando se tratar de bem móvel. § 3º Os tribunais poderão editar disposições complementares sobre o procedimento da alienação prevista neste artigo, admitindo, quando for o caso, o concurso de meios eletrônicos, e dispor sobre o credenciamento dos corretores e leiloeiros públicos, os quais deverão estar em exercício profissional por não menos que 3 (três) anos. § 4º Nas localidades em que não houver corretor ou leiloeiro público credenciado nos termos do § 3º, a indicação será de livre escolha do exequente. 2.2 Alienação por Iniciativa Judicial (Leilão) Art. 881. A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada a adjudicação ou a alienação por iniciativa particular. § 1º O leilão do bem penhorado será realizado por leiloeiro público. § 2º Ressalvados os casos de alienação a cargo de corretores de bolsa de valores, todos os demais bens serão alienados em leilão público. Art. 883. Caberá ao juiz a designação do leiloeiro público, que poderá ser indicado pelo exequente. Procedimento do Leilão Art. 882. Não sendo possível a sua realização por meio eletrônico, o leilão será presencial (a ordem de preferência privilegia o leilão eletrônico devido à celeridade e alcance de interessados). § 1º A alienação judicial por meio eletrônico será realizada, observando-se as garantias processuais das partes, de acordo com regulamentação específica do Conselho Nacional de Justiça. § 2º A alienação judicial por meio eletrônico deverá atender aos requisitos de ampla publicidade, autenticidade e segurança, com observância das regras estabelecidas na legislação sobre certificação digital. § 3º O leilão presencial será realizado no local designado pelo juiz (por regra, no próprio fórum). Art. 885. O juiz da execução estabelecerá o preço mínimo, as condições de pagamento e as garantias que poderão ser prestadas pelo arrematante. Deveres do Leiloeiro Art. 884. Incumbe ao leiloeiro público: I - publicar o edital, anunciando a alienação (pelo menos 5 dias de antecedência, inclusive na internet e no jornal, para garantir ampla divulgação); II - realizar o leilão onde se encontrem os bens ou no lugar designado pelo juiz; III - expor aos pretendentes os bens ou as amostras das mercadorias; IV - receber e depositar, dentro de 1 (um) dia, à ordem do juiz, o produto da alienação; V - prestar contas nos 2 (dois) dias subsequentes ao depósito. Parágrafo único. O leiloeiro tem o direito de receber do arrematante a comissão estabelecida em lei ou arbitrada pelo juiz. Preço Vil e Forma de Pagamento do Bem Leiloado Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil. Parágrafo único. Considera-se vil o preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante do edital, e, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a 50% do valor da avaliação. Art. 892. Salvo pronunciamento judicial em sentido diverso, o pagamento deverá ser realizado de imediato pelo arrematante, por depósito judicial ou por meio eletrônico. § 1º Se o exequente arrematar os bens e for o único credor, não estará obrigado a exibir o preço, mas, se o valor dos bens exceder ao seu crédito, depositará, dentro de 3 (três) dias, a diferença, sob pena de tornar-se sem efeito a arrematação, e, nesse caso, realizar-se-á novo leilão, à custa do exequente. § 2º Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á entre eles à licitação, e, no caso de igualdade de oferta, terá preferência o cônjuge, o companheiro, o descendente ou o ascendente do executado, nessa ordem. § 3º No caso de leilão de bem tombado, a União, os Estados e os Municípios terão, nessa ordem, o direito de preferência na arrematação, em igualdade de oferta. Conclusão da Arrematação Art. 903. Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado ou a ação autônoma de que trata o § 4º deste artigo, assegurada a possibilidade de reparação pelos prejuízos sofridos. § 1º Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a arrematação poderá, no entanto, ser: I - invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício; II - considerada ineficaz, se não observado o disposto no art. 804 ; III - resolvida, se não for pago o preço ou se não for prestada a caução. § 2º O juiz decidirá acerca das situações referidas no § 1º, se for provocado em até 10 dias após o aperfeiçoamento da arrematação. Embargos à Execução e Extinção da Execução Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti Direito Processual Civil - Execuções Embargos à Execução Ação de natureza autônoma (apartada do processo de execução) utilizada pelo devedor para rediscutir matéria objeto da Execução de título extrajudicial. A autonomia é limitada, uma vez que os autos são distribuídos por dependência em relação ao processo de execução originário. A dependência dos Embargos faz com que essa ação tramite sob a competência do mesmo juiz da Execução. Isso facilita o andamento do processo, pois presume-se que esse juiz já tenha familiaridade com os termos da lide. Uma vez que o Processo de Execução apenas se presta para a satisfação do débito do credor, a cognição é restrita. Desse modo, faz-se necessário inaugurar uma nova via processual para que o executado possa exercer seu pleno direito ao contraditório e à ampla defesa. Embargos à Execução não é recurso, é ação. A defesa via Embargos à Execução pode ser exercida dentro do prazo de 15 dias contados a partir da citação. Concede-se igual prazo para que o embargado ofereça contestação. Previsão Legal Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de embargos. § 1º Os embargos à execução serão distribuídos por dependência, autuados em apartado e instruídos com cópias das peças processuais relevantes, que poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. § 2º Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante (que remeteu a carta) ou no juízo deprecado (que recebeu a carta), mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante (juiz da causa), salvo se versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens efetuadas no juízo deprecado. Parcelamento do Débito e Renúncia aos Embargos Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de 30% do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executadopoderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de 1% ao mês. § 1º O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento dos pressupostos do caput, e o juiz decidirá o requerimento em 5 dias. § 2º Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar as parcelas vincendas, facultado ao exequente seu levantamento. § 3º Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e serão suspensos os atos executivos. § 4º Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito, que será convertido em penhora. § 5º O não pagamento de qualquer das prestações acarretará cumulativamente: I - o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do processo, com o imediato reinício dos atos executivos; II - a imposição ao executado de multa de 10% sobre o valor das prestações não pagas. § 6º A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito de opor embargos § 7º O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença. Cabimento dos Embargos Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar: I - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; II - penhora incorreta ou avaliação errônea; III - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; IV - retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução para entrega de coisa certa; V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento. (mesmos termos da contestação) § 1º A incorreção da penhora ou da avaliação poderá ser impugnada por simples petição, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da ciência do ato. (opção dada ao executado de utilizar 2 meios distintos para impugnar a penhora ou avaliação) Excesso de Execução Art. 917, § 2º Há excesso de execução quando: I - o exequente pleiteia quantia superior à do título; (desrespeito ao título) II - ela recai sobre coisa diversa daquela declarada no título; (desrespeito ao título executivo) III - ela se processa de modo diferente do que foi determinado no título; (desrespeito ao título) IV - o exequente, sem cumprir a prestação que lhe corresponde, exige o adimplemento da prestação do executado; (obrigação bilateral) V - o exequente não prova que a condição se realizou. (não há exigibilidade) § 3º Quando alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à do título, o embargante declarará na petição inicial o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. § 4º Não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, os embargos à execução: I - serão liminarmente rejeitados, sem resolução de mérito, se o excesso de execução for o seu único fundamento; II - serão processados, se houver outro fundamento, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução. Rejeição Preliminar dos Embargos Hipótese onde, antes da instrução e citação do réu, o juiz não permite o prosseguimento da ação. Art. 918. O juiz rejeitará liminarmente os embargos: I - quando intempestivos; (desrespeito ao prazo de 15 dias) II - nos casos de indeferimento da petição inicial e de improcedência liminar do pedido; (vide Arts. 330 e 332, CPC + cabível emenda à inicial antes da do indeferimento) III - manifestamente protelatórios. (exercício abusivo do direito de defesa) Parágrafo único. Considera-se conduta atentatória à dignidade da justiça o oferecimento de embargos manifestamente protelatórios. Concessão de Efeito Suspensivo à Execução Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. (regra de não suspensão) § 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória (risco ao resultado útil do processo) e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes. § 2º Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada. (que reconhece a modificação) § 3º Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante. (efeito suspensivo parcial) § 4º A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não embargaram quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao embargante. (não extensão do efeito aos demais, particularidade) § 5º A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens. (a penhora apenas é um destaque do bem, o executado ainda não perdeu a propriedade) Processamento dos Embargos Trâmite semelhante a uma ação de conhecimento. Uma vez decididos os Embargos, o processo de Execução (que estava suspenso) retorna ao seu curso. Art. 920. Recebidos os embargos: I - o exequente será ouvido no prazo de 15 dias; (intimação para impugnação; se não realizada, anula os embargos – violação ao contraditório) II - a seguir, o juiz julgará imediatamente (desnecessidade de audiência – julgamento antecipado do mérito) o pedido ou designará audiência; III - encerrada a instrução, o juiz proferirá sentença. Suspensão da Execução Art. 921. Suspende-se a execução: I - nas hipóteses dos arts. 313 e 315 , no que couber; (ex. morte, força maior, acordo entre as partes) II - no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à execução; III - quando o executado não possuir bens penhoráveis; (suspensão por 1 ano, inclusive da prescrição) IV - se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de licitantes e o exequente, em 15 dias, não requerer a adjudicação (aceitar o bem no lugar da quantia resultante da alienação) nem indicar outros bens penhoráveis; V - quando concedido o parcelamento de que trata o art. 916. (entrada de 30% + 6 parcelas) Arquivamento e Prescrição Intercorrente Art. 921, § 1º Na hipótese do inciso III (inexistência de bens penhoráveis), o juiz suspenderá a execução pelo prazo de 1 ano, durante o qual se suspenderá a prescrição. § 2º Decorrido o prazo máximo de 1 ano sem que seja localizado o executado ou que sejam encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos. § 3º Os autos serão desarquivados para prosseguimento da execução se a qualquer tempo forem encontrados bens penhoráveis. § 4º Decorrido o prazo de que trata o § 1º sem manifestação do exequente, começa a correr o prazo de prescrição intercorrente. (decorre da inércia da parte, similar ao abandono de causa) § 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o § 4º e extinguir o processo. Art. 922. Convindo as partes, o juiz declarará suspensa a execução durante o prazo concedido pelo exequente para que o executado cumpra voluntariamente a obrigação. (acordo em execução) Parágrafo único. Findo o prazo sem cumprimento da obrigação, o processo retomará o seu curso. Art. 923. Suspensa a execução, não serão praticados atos processuais, podendo o juiz, entretanto, salvo no caso de arguição de impedimento ou de suspeição, ordenar providências urgentes. Extinção da Execução Art. 924. Extingue-se a execução quando: I - a petição inicial for indeferida; (ausência de requisitos processuais) II - a obrigação for satisfeita; (realização do adimplemento) III - o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida; (ex. provimento dos Embargos à Execução) IV - o exequente renunciar
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