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Processo de execução compilado do semestre

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Tutela Geral Executiva
Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti
Direito Processual Civil - Execuções
Código de Processo Civil
 Parte Especial
 Livro I – Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de 
Sentença;
 Livro II – Do Processo de Execução;
Processo de Execução x 
Cumprimento de Sentença
 O Processo de Execução enquanto livro autônomo do CPC se destina aos 
títulos extrajudiciais (Art. 784), ou seja, aqueles que podem ser exigidos 
sem a necessidade de um prévio processo de conhecimento (títulos pré-
constituídos). O título deve ser certo, líquido e exigível. CPC, Arts. 771-777
 O Cumprimento de Sentença é uma fase do processo de conhecimento 
posterior à decisão definitiva de mérito proferida pelo magistrado que 
visa garantir a satisfação de um direito reconhecido em Juízo, ou seja, 
que cria um título judicial (sentença judicial ou homologação de 
acordo). CPC, Arts. 513-538 
Conceito de Execução
 Execução é um processo técnico que visa à realização do conteúdo de 
um título executivo. É o tipo de matéria que apenas poderá ser revista por 
via recursal, haja vista a existência de uma garantia definitiva que 
reconhece o direito da parte à concretização de sua pretensão judicial.
 O título executivo judicial ou extrajudicial só é executado pelo magistrado 
nas seguintes formas: 
 Título extrajudicial -> Processo de Execução
 Título judicial -> Cumprimento de Sentença (antigo processo sincrético)
Jurisdição x Arbitragem 
 Enquanto a Arbitragem é atividade privada (sistema multiportas), a 
Jurisdição é atividade pública e exclusiva do Estado. Ambas são formas 
de heterocomposição.
 Entretanto, apenas o magistrado detém poder coercitivo para fazer 
cumprir uma decisão. A Arbitragem pode decidir, mas não tem o poder 
de fazer cumprir a decisão (bloquear, multar, prender, suspender 
direitos).
 Só o Estado pode interferir na liberdade e propriedade da pessoa. Logo, 
a sentença arbitral deve ser cumprida pelo Juízo, figurando como título 
executivo extrajudicial. 
Princípios da Execução e do 
Cumprimento de Sentença
Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti
Direito Processual Civil - Execuções
Princípios Constitucionais
 Uma vez que a execução de título judicial ou extrajudicial atinge o patrimônio 
privado e até a liberdade do executado, todo esse procedimento deve 
respeitar preceitos constitucionais da máxima importância, em nome da 
legalidade dessa expropriação, que visa à satisfação de um direito 
previamente reconhecido como legítimo. 
 A leitura constitucional do processo visa à celebração da máxima justiça para 
os que se socorrem do Poder Judiciário na ânsia de ver concretizada a 
realização de um direito. 
 São eles: dignidade da pessoa humana, devido processo legal, contraditório e 
ampla defesa (atípicos), tutela jurisdicional e duração razoável do processo. 
Princípio do Título
 Toda execução se baseia em um título que contém uma obrigação 
certa, líquida e exigível. 
 Visa à segurança do Poder Judiciário e à garantia do credor. Título é 
o documento representativo de uma obrigação que está registrada 
nele. Essa obrigação deve ser certa, líquida e exigível. 
 Certa: Garantia de existência da obrigação. 
 Líquida: Fixação do conteúdo da obrigação (o que é, quanto é). 
 Exigível: A obrigação deve estar apta a ser exigida juridicamente. 
Vide Art. 783, CPC. 
Princípio da Patrimonialidade
 Indica que a execução tem como foco a coisa, o patrimônio da pessoa. Difere do 
Processo Penal, que recai sobre a própria pessoa. A Patrimonialidade destaca 
que a dívida é superior ao devedor, pois, mesmo morto, quita seus débitos através 
da herança, se houver, em detrimento dos herdeiros. 
 O fato de a execução se restringir ao patrimônio é uma evolução do Direito 
antigo, que previa como forma de adimplemento de dívidas a servidão, a 
escravidão e até a morte do devedor. 
 A exceção à restrição ao patrimônio é a dívida oriunda de Alimentos, que pode 
levar o devedor a ter sua liberdade restringida. 
 Vide Art. 789, CPC 
Princípio da Satisfatoriedade
 Indica que ao exequente (credor) são devidos o valor principal da dívida, 
somados aos juros, atualização monetária, custas e honorários advocatícios. Visa 
à satisfação integral do débito em prol do credor. 
 CPC, Art. 831.  A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o 
pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários 
advocatícios. 
Princípio da Disponibilidade
 Decorrência do Princípio da Inércia da Jurisdição, que indica que esta deve ser 
provocada pelo interessado. A Disponibilidade recai sobre o direito subjetivo do 
credor em se utilizar ou não dos meios processuais para que veja seu crédito 
satisfeito. No mesmo sentido, poderá o exequente desistir da execução no todo ou 
em parte a qualquer tempo, independente da anuência do executado. 
CPC, Art. 775.  O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma 
medida executiva.
Parágrafo único.  Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte:
I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, 
pagando o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios;
II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do embargante.
Princípio da Menor Onerosidade
 Seu intuito é buscar a forma de execução menos gravosa para o executado. 
Limita-se pelo Princípio da Satisfatoriedade da Execução. Exige a verificação da 
ordem prioritária de resolução da dívida (Art. 835). 
CPC, Art. 805.  Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o 
juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único.  Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa 
incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de 
manutenção dos atos executivos já determinados.
Princípio da Utilidade
 Significa dizer que a execução deve ser satisfatória para o credor e também deve 
respeitar o devedor. A Utilidade que se busca é a satisfação do direito do 
exequente; contudo, deve ser analisada a pertinência da execução em face de 
uma pessoa que não disponha de nenhuma condição financeira para quitar o 
débito, o que tornaria o procedimento inútil. 
CPC, Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto 
da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das 
custas da execução. 
Princípio da Lealdade e Boa-fé 
Processual
 Vincula o comportamento das partes envolvidas na execução à honestidade e ao escorreito 
cumprimento de seus deveres. Analisa-se na execução que tanto exequente como 
executado detêm direitos e obrigações e que ambos devem portar-se com lealdade e boa-
fé durante o processo. 
CPC, Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que:
I - frauda a execução;
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;
III - dificulta ou embaraça a realização da penhora;
IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais;
V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe 
prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.
Parágrafo único.  Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante não superior a vinte por cento do 
valor atualizado do débito em execução, a qual será revertida em proveito do exequente, exigível nos próprios autos 
do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material.
Princípio da Atipicidade dos Meios 
Executivos
 São poderes conferidos ao juiz para garantir a efetivação da obrigação, coagindo o 
devedor com meios alternativos (e que estão previstos em rol exemplificativo) para que 
se cumpra a execução. 
CPC, Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação 
de fazer ou de não fazer, o juizpoderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da 
tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as 
medidas necessárias à satisfação do exequente.
§ 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a 
imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento 
de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o 
auxílio de força policial.
Princípio da Responsabilidade do 
Exequente
 Consagra que em caso de reversão de decisão, o exequente é responsável pelos atos 
que pratica. Desse modo, havendo execução provisória que não se torna definitiva, 
cabe ao exequente a restituição das coisas ao estado anterior, bem como a reparação 
civil em prol do executado. 
CPC, Art. 776. O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu, quando a 
sentença, transitada em julgado, declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação 
que ensejou a execução.
Art. 777.  A cobrança de multas ou de indenizações decorrentes de litigância de má-fé ou 
de prática de ato atentatório à dignidade da justiça será promovida nos próprios autos do 
processo.
Sujeitos do Processo Executivo
Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti
Direito Processual Civil - Execuções
Execução
 A Execução é a fase processual ou o processo autônomo destinada 
a consagrar uma tutela satisfativa previamente reconhecida pelo 
Juízo, em favor de uma pessoa que carrega consigo a qualidade 
de credor/exequente, e que pode mover a máquina do Judiciário 
em desfavor do devedor/executado em nome da realização de seu 
direito. 
Legitimidade para Execução
 A Legitimidade diz respeito à capacidade de uma pessoa de estar em 
Juízo para requerer ou ser requerida em uma obrigação executória. 
 É a pertinência subjetiva da ação, pois esta só pode ser proposta por quem 
tiver a titularidade do interesse subordinante, ou prevalecente, da 
pretensão, contra aquele cujo interesse, de consequência, esteja 
subordinado ao do autor. 
 Materialmente, é a titularidade ativa ou passiva na relação  jurídica 
litigiosa. 
 Formalmente, é a capacidade processual de estar em juízo. 
LEGITIMIDADE ATIVA
 Recai sobre o credor da execução. Pessoa física ou jurídica que detém o 
poder de, ao exercer seu direito subjetivo de tutela jurisdicional, aciona a 
parte devedora para que, sob a responsabilidade estatal, realize o 
cumprimento da obrigação materializada no título executivo. 
 Pessoa que sairá beneficiada da Execução (via de regra). 
 CPC, Art. 778
Legitimidade Ativa: Ministério Público
O Ministério Público possui legitimidade ativa em execução ou cumprimento de sentença que verse 
sobre: 
 Sentença condenatória reconheça direito difuso ou coletivo em Ação Civil Pública (Art. 3, Lei 
3473/1985);
 Execução penal condenatória, para proteger credor pobre (Art. 68, CPP);
 Execução de sentença em face de improbidade administrativa que tenha gerado 
enriquecimento ilícito durante mandato, função ou emprego público (Art. 17, Lei 8429/1992);
 Execução de sentença em ação popular, quando o autor não a requeira em 60 dias (Art. 16, Lei 
4717/1965);
 Ação Civil Pública sobre direito individual homogêneo, passado 1 ano do T.emJ. sem que o autor 
apareça (Art. 100, CDC);
 Ações coletivas sobre as quais incidam legitimidade, enquanto custus legis. 
Legitimidade Ativa: Espólio, Herdeiros 
e Sucessores do Credor 
 Ocorre em caso de transmissão de direito resultante de título executivo em 
razão da morte do credor originário. A legitimidade é superveniente 
(posterior) ao título e poderá ser requerida tanto para dar início ou efetivar 
a continuidade da execução. 
 A legitimidade do espólio existe enquanto o inventário não for finalizado. 
Encerrada a distribuição da herança, caberá ao herdeiro ou sucessor 
testamentário a legitimidade ativa para exigir o cumprimento da 
execução que lhe fora transmitida como parcela da herança. 
Legitimidade Ativa: Cessionário
 Utiliza-se a mesma lógica da transmissão por espólio, herdeiro ou sucessor; 
contudo, a legitimação superveniente aqui vista é derivada de um ato 
entre vivos (doação). 
Legitimidade Ativa: Sub-rogado
 Sub-rogado é a pessoa que quita dívida em nome de outrem e assume 
para si o direito/crédito para reaver o valor. Desse modo, assume a 
legitimidade ativa para execução. 
 A sub-rogação não extingue a dívida, apenas altera a titularidade do polo 
ativo. 
 É a aquisição de direitos de credor. 
 O devedor, que antes pagaria ao originário, deverá realizar o pagamento 
ao sub-rogado, sem prejuízo algum para si. 
LEGITIMIDADE PASSIVA
 Legitimidade Passiva é a responsabilidade que se liga ao devedor que 
deverá satisfazer a execução. 
 Recai sobre o devedor da execução. Pessoa física ou jurídica contra a 
qual será imposto o cumprimento da obrigação materializada no título 
executivo. 
 Pessoa que sairá prejudicada da Execução (via de regra). 
 CPC, Art. 779. 
Legitimidade Passiva: Devedor
 Dívida que recai sobre a pessoa reconhecida como devedora da ação 
judicial ou declarada no título executivo extrajudicial como a parte que 
deve liquidar a obrigação nele contida. 
 Parte executada, por natureza. 
Legitimidade Passiva: Espólio, 
Herdeiros e Sucessores do Devedor
 Da mesma forma que o conjunto formado por patrimônio, direitos e 
deveres de alguém falecido é parte legítima para executar uma 
obrigação, esse mesmo conjunto poderá ser acionado para quitar uma 
dívida deixada pelo de cujus, obviamente, se este houver deixado 
patrimônio suficiente para a quitação dos seus débitos. 
 Para tanto, aciona-se o espólio, o herdeiro ou o sucessor testamentário 
para realizar a quitação da dívida, tornando essa pessoa devedora em 
execução ou cumprimento de sentença. 
Legitimidade Passiva: Novo Devedor
 Obrigação a ser exigida contra o novo devedor. Novo devedor é a 
pessoa que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação 
resultante do título executivo. 
 Situação comumente vista no âmbito empresarial, quando uma 
empresa assume o controle de outra que possui passivo. Diante disso, a 
nova empresa se torna a nova devedora contra a qual pesará o 
adimplemento da obrigação. 
Legitimidade Passiva: Fiador
 Fiador é a pessoa designada no título executivo como a que presta 
garantia da dívida e que será acionada secundariamente em caso de 
inadimplemento do devedor principal. 
 Poderá exigir o benefício de ordem, apenas sendo acionado depois do 
devedor originário. 
Legitimidade Passiva: Responsável 
Titular do Bem
 O responsável titular do bem que está vinculado por garantia real (ex. 
hipoteca) ao pagamento do débito é o indivíduo que não possui 
relação direta com a dívida (não é devedor), mas possui a 
responsabilidade pelo pagamento da mesma em face da execução. 
 Também chamado de terceiro garantidor da dívida, pois é o 
proprietário de um bem hipotecado para a garantia de uma dívida 
alheia. 
Legitimidade Passiva: Responsável 
Tributário
 O responsável tributário é a pessoa que, mesmo não possuindo relação 
jurídica direta com a constituição do crédito tributário, assume a posição 
de devedor e se torna o indicado para figurar no polo passivo da 
Execução Fiscal. 
 Situação comumente vivenciada no âmbito empresarial em relação a 
tributos estaduais e mercadorias que circulam entre Estados (fábrica – 
distribuidora - lojista). Em Direito Tributário recebe o nome de substituição 
tributária e é fruto da antecipação ou adiamento no recolhimento 
tributário. 
 Lei 6.830/1990, Art. 4º, V. 
Responsabilidade Patrimonial
Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti
Direito Processual Civil - Execuções
Conceito de Responsabilidade 
Patrimonial
 É a obrigação que se conecta ao conjunto de bens de titularidade do devedor. 
Uma vez que a responsabilidade pessoal apenas atinge o devedor de alimentos, 
a responsabilidade patrimonial é o mecanismo acionado judicialmente paragarantir a satisfação da inadimplência em prol de um sujeito reconhecido como 
credor. 
 Patrimônio é o conjunto de bens economicamente mensurados que se 
encontram sobre o poder de alguém. A princípio, todos os bens estão sujeitos À 
execução, os que existem no momento em que a obrigação foi contraída e os 
que não existiam ainda, e só vieram a ser adquiridos posteriormente, sejam eles 
corpóreos ou incorpóreos, desde que tenham valor econômico. 
 Excluem-se da obrigação patrimonial os bens considerados inalienáveis. 
Responsabilidade Executiva Primária
 Recai sobre os bens presentes e futuros (adquiridos após a constituição da dívida) 
do devedor. Aqui reside a ressalva de bens não sujeitos à responsabilização 
patrimonial. 
 Os bens penhoráveis serão executados e leiloados até o limite da satisfação da 
obrigação. 
 Art. 789.  O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o 
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. 
Responsabilidade Executiva 
Secundária
 Recai sobre os bens de pessoas alheias à execução às quais a lei relaciona 
vinculação com a responsabilidade patrimonial do devedor. 
 A responsabilidade permanece sendo patrimonial, logo, a terceira pessoa não é 
considerada devedora, mas o bem que está em sua posse responderá pelo 
cumprimento da obrigação. 
 O rol será indicado a seguir.
1. Execução Baseada em Direito Real
 Versa sobre a entrega de uma coisa. A obrigação reipersecutória é aquele que 
persegue a coisa (o bem). A coisa que será objeto do cumprimento da obrigação 
encontra-se em poder de uma terceira pessoa. 
 Também chamado de Direito de Sequela. 
 No caso, sucessor a título singular é aquele que recebeu um bem específico depois 
da morte do devedor. A singularidade do título se deve ao fato de que o bem 
estava destacado dos demais e guardado especialmente para uma pessoa. 
 Hipótese de alienação de coisa litigiosa. Pode configurar fraude à execução se tiver 
registro cartorário anterior. 
 Art. 790.  São sujeitos à execução os bens: I - do sucessor a título singular, tratando-se 
de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória. 
2. Bens do Sócio 
 Dependendo do tipo societário que regulamenta a atividade empresarial, os bens do 
sócio estão inclusos na responsabilidade solidária (responsabilidade pessoal ilimitada). 
Difere da desconsideração da pessoa jurídica, uma vez que nunca houve uma total 
separação entre os bens particulares da pessoa e os bens da pessoa jurídica. 
 O benefício de ordem protege o sócio, garantindo que os bens da sociedade serão 
primeiramente executados (Art. 795). Ex. Sociedade em nome coletivo. 
 Ainda que o débito pertença à pessoa jurídica, o patrimônio pessoal dos sócios 
responde pela dívida. Ocorre apenas se a empresa for insolvente (patrimônio 
insuficiente)
 Art. 790.  São sujeitos à execução os bens: II - do sócio, nos termos da lei.
3. Bens do Devedor em Poder de 
Terceiros
 Situação em que, mesmo mantida a propriedade em nome do devedor, a posse 
do bem encontra-se em poder de uma terceira pessoa. 
 Fala-se na responsabilidade primária do devedor cujos bens estão sujeitos à 
execução, mesmo estando com outras pessoas. que deve responder pela 
obrigação. 
 Ex. imóvel em situação de locação.
 Art. 790.  São sujeitos à execução os bens:
 III - do devedor, ainda que em poder de terceiros.
4. Bens do Cônjuge ou Companheiro
 Se aplica diante de dívidas contraídas em benefício da família ou contraídas com 
a anuência do outro parceiro. O cônjuge/companheiro não é devedor, mas seus 
bens responderão pelo adimplemento da obrigação. 
 A regra é que um cônjuge ou companheiro só tem responsabilidade pelas dívidas 
contraídas pelo outro se elas tiverem revertido em proveito do casal/família. Há 
uma presunção de reversão em favor do casal. 
 Manobra para evitar o divórcio fraudulento destinado a ocultar bens. 
 É cabível Embargos de Terceiro caso a penhora recaia sobre patrimônio de 
cônjuge que possa comprovar que não contraiu a dívida.
 Art. 790.  São sujeitos à execução os bens: IV - do cônjuge ou companheiro, nos 
casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida.
5. Bens Alienados ou Gravados em 
Ônus Real em Fraude à Execução
 Situação em que uma terceira pessoa adquire fraudulentamente um bem envolvido 
em execução. Desfazimento do patrimônio com a intenção de fraudar credores, 
pois já sabe da existência do processo de execução. A Fraude à Execução é 
reconhecida no bojo do próprio processo. 
 As transferências de bens em fraude à execução são ineficazes perante o credor, 
que pode postular que ele continue sujeito à execução, ainda que em mãos do 
adquirente ou cessionário. 
 A Fraude à Execução é crime tipificado pelo Art. 179 do Código Penal (ato 
atentatório à dignidade da justiça – instituto de direito processual). 
 Art. 790.  São sujeitos à execução os bens: V - alienados ou gravados com ônus real 
em fraude à execução. + Art. 792. 
6. Bens com Alienação ou Gravação 
com Ônus Real anuladas por Fraude 
Contra Credores
 A fraude contra credores é a disposição livre e fraudulenta dos bens com o objetivo 
de prejudicar credores, ao provocar a insolvência do devedor. É reconhecida 
através da Ação Pauliana, que é uma ação movida por credores para anular 
negócio jurídico feito por devedores insolventes com bens que seriam usados na 
execução. 
 Difere da Fraude à Execução. Não é tipificada como crime porque não atenta 
contra a dignidade da Justiça, apenas atinge o credor; é apenas um defeito do 
negócio jurídico (direito material - CC, Art. 158)
 Art. 790.  São sujeitos à execução os bens: VI - cuja alienação ou gravação com ônus 
real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de 
fraude contra credores. 
7. Bens do Responsável
 Diante de desconsideração da personalidade jurídica, o patrimônio pessoal do 
sócio passa a responder pela quitação da obrigação da empresa. 
 Efetiva-se através do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica 
(CPC, Arts. 133-137).
 Foi criada para evitar a utilização indevida da pessoa jurídica para prejudicar 
credores. Intentada em caso de abuso da personalidade jurídica. 
 CPC, Art. 790.  São sujeitos à execução os bens: VII - do responsável, nos casos 
de desconsideração da personalidade jurídica + Art. 50, CC + Art. 28, CDC. 
Obs. Exequente com Direito de 
Retenção
 Uma vez que o credor estiver em poder de um bem do devedor (ex. bem em 
depósito), o direito de retenção lhe será devido. Ao executar judicialmente o 
devedor, o bem que estiver retido deverá ser o indicado para o cumprimento da 
obrigação. 
 Primeiramente se ataca o bem retido. Sendo insuficiente, executa-se o restante do 
patrimônio. 
 Art. 793.  O exequente que estiver, por direito de retenção, na posse de coisa 
pertencente ao devedor não poderá promover a execução sobre outros bens 
senão depois de excutida a coisa que se achar em seu poder. 
Obs2. Benefício de Ordem do Fiador
 Acaso a obrigação possua pessoa indicada como fiadora, esta poderá exigir do exequente o 
benefício de ordem, que blinda o patrimônio do fiador até que o patrimônio do executado situado 
na mesma comarca e livre de encargos não tenha mais condições de suportar a obrigação. 
 Ao exercer o benefício de ordem, é ônus do fiador indicar quais bens do devedor estão aptos a 
serem executados. 
Art. 794.  O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro sejam executados os bens 
do devedor situados na mesma comarca, livres e desembargados, indicando-os 
pormenorizadamente à penhora.
§ 1o Os bens do fiador ficarão sujeitos à execução se os do devedor, situados na mesma comarca que 
os seus, forem insuficientes à satisfação do direito do credor.
§ 2o O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos do mesmo processo.
§ 3o O disposto no caput não se aplica se o fiador houver renunciado ao benefíciode ordem.
Responsabilidade Patrimonial de 
Terceiros: Espólio
 Existe uma separação de fases entre o momento anterior à partilha, onde responde 
o espólio; e a segunda parte posterior à partilha, onde o herdeiro responde pela 
dívida, obedecendo à limitação estipulada em quanto este indivíduo recebeu. 
 Nenhum herdeiro quita débito de devedor falecido, mas se este já detém poder 
sobre o quinhão do espólio (se a partilha já foi realizada), este fica obrigado à 
saldar os débitos do autor da herança antes de poder dispor livremente de sua 
cota hereditária. 
 Art. 796.  O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, feita a partilha, cada 
herdeiro responde por elas dentro das forças da herança e na proporção da parte 
que lhe coube. 
Requisitos da Execução de Título 
Extrajudicial
Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti
Direito Processual Civil - Execuções
Aspectos Gerais
 A propositura da demanda realiza-se, fundamentalmente, do mesmo modo em 
relação a quaisquer das modalidades de execução fundada em título 
extrajudicial. 
 A lei processual indica variações relacionadas às especificidades da relação 
obrigacional em que se baseia a execução. 
 Destarte, comunga da mesma substância as formalidades iniciais e a forma de se 
opor à execução, independente de seu objeto. 
Petição Inicial
 Tal como no processo de conhecimento, também na execução a Pet.In tem elementos 
formais (qualificação, endereçamento, representação por advogado, valor da causa). 
 Definição do Juízo Competente: Art. 781. *Há conexão entre causas quando uma ação 
de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico tramita ao mesmo tempo que uma 
execução desse fundada nesse mesmo título executivo (Art. 55, §2), Art. 785. 
 Legitimidade Ativa: Art. 778. Pertence ao credor do título ou seus sucessores (leg. 
derivada).
 Legitimidade Passiva: Art. 779. Recai sobre o devedor ou seus responsáveis. 
 
 Art. 798.  Ao propor a execução, incumbe ao exequente:
 I - instruir a petição inicial com:
Título Executivo Extrajudicial
 De acordo com a lei, o título executivo extrajudicial é a condição necessária para a 
realização da tutela jurisdicional executiva que independe da averiguação judicial 
quanto à sua efetiva existência (dispensa da fase cognitiva). 
 O Processo de Execução é regido pelo princípio da Nulla Executio Sine Titulo (é nula a 
execução sem título – Art. 783). A apresentação do título é condição sine qua non para 
o prosseguimento da execução. 
 Diante da ausência de título, decreta-se a nulidade da execução (Art. 803, I)
 São requisitos para execução do título a certeza, liquidez e exigibilidade. 
 Art. 798.  Ao propor a execução, incumbe ao exequente:
 I - instruir a petição inicial com:
 a) o título executivo extrajudicial;
Demonstrativo de Débito Atualizado
 Em se tratando de execução por quantia certa, a liquidez do título é um requisito da 
instrução do processo de execução. 
 Há liquidez quando o objeto da obrigação é determinável, exigindo-se a realização de 
simples cálculos aritméticos para a aferição do quantum debeatur (quantia devida). 
 Para tanto, o exequente deve apresentar Memória de Débito atualizado dentro da 
peça ou em documento apartado. O valor atualizado substitui o valor nominal (descrito 
no título) em face da passagem do tempo. Art. 798, §ú
 Art. 798.  Ao propor a execução, incumbe ao exequente:
 I - instruir a petição inicial com:
 b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação, quando se tratar de 
execução por quantia certa;
Demonstração da Ocorrência de 
Condição ou termo
 A não-realização das condições suspensivas retiram a exigibilidade do título. Não se 
pode executar um título sem antes comprovar a realização do evento ao qual estava 
subordinado. 
 Condição é um evento futuro e incerto que acontecerá, mas não se sabe quando. 
 Termo é um evento futuro e certo que possui uma data de vencimento estipulada. 
 Art. 798.  Ao propor a execução, incumbe ao exequente:
 I - instruir a petição inicial com:
 c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso; 
Prova de Adimplemento da 
Contraprestação
 Hipótese de contrato bilateral, onde o cumprimento da obrigação por um dos 
pactuantes é condição para a exigência do outro. Primeiro, o exequente cumpre sua 
parte e depois exige do outro o cumprimento da sua parte. 
 Em caso de obrigações recíprocas, para que se configure a exigibilidade do título, 
deve o exequente demonstrar que adimpliu a contraprestação, nos casos em que 
deva faze-la antes do executado, sob pena de extinção do processo. Art. 787
 Art. 798.  Ao propor a execução, incumbe ao exequente:
 I - instruir a petição inicial com:
 d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe 
assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão 
mediante a contraprestação do exequente;
Indicações da Execução
 Art. 798.  Ao propor a execução, incumbe ao exequente:
 II - indicar:
 a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser 
realizada; > Existência de meios diversos de se prover a execução (ex. Alimentos: prisão ou 
penhora)
 b) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica; > Individualização 
do credor, evita que um homônimo seja prejudicado indevidamente; facilitação do 
Bacenjud, Renajud e SisbaJud (para execução fiscal). 
 c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível. > Acelera o andamento da 
execução diante da recusa do executado em colaborar com a indicação desses bens. 
Faculdade do exequente, dever do executado. 
Outras Incumbências do Exequente
 Deverá o exequente requerer a intimação das pessoas que possuem vínculo com o bem a ser 
executado. 
 A intimação dessas pessoas não é um elemento da petição inicial, pois esta necessidade 
pode surgir apenas no curso do processo, por ocasião da penhora, bem depois da fase inicial. 
 As intimações referidas devem ser realizadas com pelo menos 5 dias da antecedência da 
alienação judicial (Art. 889). 
 Considera-se ineficaz a alienação em relação à pessoa que deveria ter sido cientificada, caso 
não realizada a intimação (At. 804). 
 Pessoas a serem intimadas: Art. 799, I - VII
Medidas Urgentes
 Poderá o exequente, no curso do processo, requerer a realização de medidas urgentes 
para evitar a deterioração de seu direito. Ex. alienação de bens deterioráveis ou 
depreciáveis (veículos, pedras e metais preciosos, bens móveis diversos) Art. 852
 Poderá o exequente pleitear, em caráter antecedente ou incidental, providências 
cautelares. Ex. Arresto Cautelar (apreensão judicial de bens do devedor para garantir 
futura execução). Art. 301
Obrigações Alternativas
 A obrigação alternativa tem em seu cerne 2 ou mais possibilidades de prestações 
possíveis, onde somente uma é suficiente para o cumprimento da obrigação. 
 Art. 800.  Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, esse será 
citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro de 10 (dez) dias, se outro prazo 
não lhe foi determinado em lei ou em contrato. (princípio da menor onerosidade para o 
devedor)
 § 1o Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a exercer no prazo determinado.
 § 2o A escolha será indicada na petição inicial da execução quando couber ao credor 
exercê-la. (compatibilidade com o Art. 798, II, a)
Emenda à Inicial
 Situação que prestigia a resolução do mérito do processo. O CPC/2015 apenas permite 
o indeferimento depois que o juiz abre prazo para que a parte possa suprir a ausência 
de um documento pertinente à causa. A emenda é a alternativa para resolver 
nulidades sanáveis antes da extinção por falta de documento hábil a instruir o direito da 
parte. 
 Art. 801.  Verificando que apetição inicial está incompleta ou que não está 
acompanhada dos documentos indispensáveis à propositura da execução, o juiz 
determinará que o exequente a corrija, no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de 
indeferimento. 
Interrupção da Prescrição
 A levada de uma execução ao Poder Judiciário tem o condão de interromper a 
prescrição, ainda que seja juízo incompetente. 
 Art. 802.  Na execução, o despacho que ordena a citação, desde que realizada em 
observância ao disposto no § 2o do art. 240, interrompe a prescrição, ainda que 
proferido por juízo incompetente.
 Parágrafo único.  A interrupção da prescrição retroagirá à data de propositura da 
ação.
Nulidade da Execução
 Art. 803.  É nula a execução se:
 I - o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigível;
 II - o executado não for regularmente citado;
 III - for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrer o termo.
 Parágrafo único.  A nulidade de que cuida este artigo será pronunciada pelo juiz, de 
ofício ou a requerimento da parte, independentemente de embargos à execução.
“
”Espécies de Execução
Direito Processual Civil – Execuções
Profª Erica Oliveira Cavalcanti
Execução Mediata e Imediata
 Mediata/Autônoma: é aquela que se aperfeiçoa com a instauração de um 
processo próprio, no qual o executado deve ser citado. Funda-se em título 
executivo extrajudicial e origina um Processo de Execução. 
 Imediata: é aquela que se realiza sem novo processo, como uma sequência 
natural da fase de conhecimento que lhe antecede. No Brasil, são imediatas as 
execuções de título judicial, salvo as fundadas em sentença arbitral, pena 
condenatória ou estrangeira. Chama-se cumprimento de sentença a fase 
processual posterior à definição do objeto litigado. 
Execução Específica
 Conceito que busca a satisfação da pretensão do autor tal como estatuída no título 
executivo. A efetividade da execução exige que, em caso de inadimplemento do 
devedor, o credor consiga alcançar no processo o resultado mais próximo possível 
daquele que obteria caso a obrigação tivesse sido satisfeita espontaneamente. 
 Se o devedor assumiu a obrigação de fazer, não fazer ou entregar coisa, a 
execução deve assegurar-lhe meios para exigir o cumprimento específico da 
obrigação, reservando a conversão para perdas e danos apenas para a hipótese 
de o cumprimento específico tornar-se impossível, ou para quando o credor preferi-
la (perda da utilidade). 
 CPC, Arts. 497-500, 536, § 1º. 
Cumprimento de Sentença Provisório 
e Definitivo
 Classificação que se aplica apenas ao cumprimento de sentença, pois a execução 
de título extrajudicial é sempre definitiva (Súmula 317, STJ).
 O cumprimento será de caráter provisório quando fundado em decisão judicial não 
transitada em julgado, enquanto pende recurso não provido de efeito suspensivo 
ou na efetivação de tutela provisória (Art. 297, §ú). Afora essas hipóteses, o 
cumprimento será definitivo.
 Nessas situações, ainda há um risco de reversão do resultado, uma vez que existe 
discussão pendente. Havendo reversão do julgado e disso advierem prejuízos para 
o devedor, o credor responderá objetivamente pelos danos, que deverão ser por 
ele ressarcidos. O cumprimento provisório corre por conta e risco do credor, que 
assume a responsabilidade pela reversão do julgado (risco de reforma). 
Processo de Execução para Entrega 
de Coisa Certa
 Aqui, a coisa certa é algo individualizado e determinado no momento de propositura 
da demanda executiva. 
 O devedor será citado para entregar a coisa no prazo de 15 dias. O mandado de 
citação já faz constar ordem de imissão de posse (para bens imóveis) ou busca e 
apreensão (bens móveis), caso a obrigação não seja satisfeita. 
 A entrega da coisa extingue a execução. Ao não entregar, o juiz pode valer-se de 
multa como meio de coerção (ex.: devedor que oculta o bem). Caso seja impossível 
a entrega da coisa por perecimento ou deterioração ou não localização, converte-
se em perdas e danos. Se a coisa já litigiosa foi alienada, será expedido mandado 
contra o terceiro adquirente. É cabível Embargos do Devedor para retenção de 
benfeitorias. 
 CPC, Arts. 806-810. 
Processo de Execução para Entrega 
de Coisa Incerta
 A coisa incerta não é ignorada ou desconhecida, mas determinável pelo gênero e pela 
quantidade. Ex.: dinheiro, colheitas, semoventes, ações (conjunto de seres semelhantes). 
 A única particularidade nessa execução é a necessidade de individualização da coisa 
(CC, Arts. 243-244). O procedimento é o mesmo da coisa certa. 
 Art. 811. Quando a execução recair sobre coisa determinada pelo gênero e pela 
quantidade, o executado será citado para entregá-la individualizada, se lhe couber a 
escolha.
 Parágrafo único. Se a escolha couber ao exequente, esse deverá indicá-la na petição 
inicial.
 Art. 812. Qualquer das partes poderá, no prazo de 15 dias, impugnar a escolha feita pela 
outra, e o juiz decidirá de plano ou, se necessário, ouvindo perito de sua nomeação.
Processo de Execução de Obrigação 
de Fazer ou Não Fazer
 O fazer gira em torno das qualidades pessoais do devedor. São aquelas em que o 
devedor se compromete a realizar uma prestação, consistente em atos ou serviços 
materiais ou imateriais. 
 A execução do fazer fungível pode ser sub-rogada (outro faz às custas do devedor) 
e o fazer infungível, se não realizado, ainda que coercitivamente, converte-se em 
perdas e danos. (CPC, Arts. 815-821)
 Já a execução da obrigação de não fazer é, a bem da verdade, uma tutela para 
desfazer. O juiz fixará prazo para o desfazimento pelo devedor ou por terceiro, sob 
pena de multa. Quando o desfazimento não for possível, converte-se em perdas e 
danos. (CPC, Arts. 822-823)
Execução por Quantia Certa
 Modalidade mais comum de execução. 
 Execução que se procede mediante sub-rogação porque se o devedor não paga, o 
Estado-juiz toma do seu patrimônio em dinheiro ou bens suficientes para fazer frente 
ao débito. 
 Se a penhora recair sobre dinheiro, o valor será entregue em pagamento ao credor.
 Se a penhora recair sobre bens do executado (expropriação), será necessária a 
conversão em dinheiro (alienação por iniciativa particular ou por leilão judicial), a 
menos que o credor aceite ficar com eles, como forma de satisfação do débito 
(adjudicação). 
 CPC, Arts. 824-826
Liquidação de Sentença 
Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti
Direito Processual Civil - Execuções
Conceito
 Liquidação de sentença é o incidente processual que pretende definir o valor a 
ser pago pela obrigação judicialmente reconhecida que contém quantia 
indeterminada (ilíquida). Diz respeito à obrigação de pagar quantia em dinheiro. 
 Definido o valor contido da sentença, haverá, então, título executivo judicial 
formado por 2 decisões, a que condenou (sentença de mérito) e a que declarou 
o valor devido (resolução do incidente – questão secundária e acessória). 
 Assim, a obrigação certa se tornará também líquida, admitindo-se que seja dado 
início à prática de atos executivos, denominado “Cumprimento de Sentença”. 
 Dessa forma, liquidação de Sentença é o estágio limítrofe entre a condenação e 
a execução. Define-se a extensão da obrigação cuja existência foi reconhecida 
por decisão judicial. 
Limites da Cognição na Liquidação
 Na Liquidação, a cognição judicial é limitada à discussão relacionada ao quantum 
debeatur. 
 Questões relativas ao an debeatur (se é devido), cui debeatur (a quem é devido), 
quis debeat (quem deve) e o quid debeatur (o que é devido) devem ser 
respondidas pela decisão condenatória. 
 A Liquidação tem como finalidade exclusiva a determinação do valor, nos limites 
do que se decidiu na sentença. 
 Uma vez determinados os termos da obrigação a ser cumprida, não se pode na 
liquidação modificar os critérios estabelecidos na sentença liquidanda. 
Procedimentos na Liquidação
 1. Por Arbitramento: Realizada quando há necessidade deprodução de prova 
técnica ou científica para apuração do valor. As partes devem apresentar 
pareceres e documentos elucidativos. Há nomeação de perito, que pode ser 
indicado pelas partes.
 Os autos já dispõem de todos os elementos necessários para a determinação 
do valor a ser apurado. 
 OBS. A fixação da indenização por danos morais não depende de 
conhecimento técnico, mas apenas de observação de critérios jurídicos. Assim, 
a definição do quantum é feita pelo juiz. 
 CPC, Art. 464; 509, I; 510. 
Procedimentos na Liquidação
 2. Por Procedimento Comum: Situação em que é necessário se provar fato novo. 
Fato novo é aquele que não foi objeto de prova no curso da ação condenatória; ou 
seja, nova é a prova, e não o fato. Pode se tratar, simplesmente, de prova de 
realização demorada ou excessivamente dispendiosa. 
 A apuração do valor ilíquido depende de algo exterior(novo) ao processo. 
 Não é permitida a rediscussão da causa; o fato novo é apenas as indicações que 
devem ser levadas em conta para a correta liquidação da sentença. 
 Ex. indenização por lucros cessantes e os documentos que confirmam a extensão 
da perda financeira. *Lucro cessante difere de dano material. 
 CPC, Art. 491, II; 509, II; 511. 
Liquidez Parcial
 CPC, Art. 509, § 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra 
ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, 
em autos apartados, a liquidação desta. 
 Subsiste, ao mesmo tempo, o cumprimento da parte líquida e o incidente de 
liquidação da parcela ilíquida. 
 Não se considera ilíquida a obrigação quando seu montante é determinável, 
isto é, aferível através da realização de simples cálculos. (Art. 509, §2) 
 OBS. Art. 509, § 3o O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à 
disposição dos interessados programa de atualização financeira. 
Liquidação Provisória
 Ainda que contra a sentença condenatória recaia recurso com efeito suspensivo, 
é permitida a liquidação antecipada da sentença. 
 A mera expectativa de que o provimento deferido na primeira instância seja 
mantido em 2º grau autoriza o presumido credor a agilizar a satisfação futura de 
sua pretensão, mensurando, desde já, a quantia devida. É permitido que o credor 
se oponha aos termos da liquidação provisória ao mesmo tempo em que recorre 
da sentença condenatória. 
 A liquidação provisória NÃO permite a execução provisória. 
 Art. 512.  A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, 
processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante 
instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes. 
Cumprimento de Sentença 
Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti
Direito Processual Civil - Execuções
Conceito
 Cumprimento de Sentença é o procedimento executivo utilizado para a execução 
lastreada em título executivo judicial, ou seja, aquele que passou pelo processo de 
conhecimento para ser reconhecido perante o juiz. 
 A partir do processo sincrético, tornou-se possível que um único processo judicial 
comportasse a cognição e a execução reunidas em uma ação e divididas por 
fases desse processo único. 
 Existe a aplicação subsidiária do Processo de Execução, especialmente no que se 
refere à nomenclatura das partes (exequente e executado). 
 Cumprimento e execução, aqui, são expressões sinônimas que designam a tutela 
jurisdicional executiva que recai sobre decisões judiciais e outros títulos executivos 
aos quais a lei atribui igual força. 
Cumprimento Provisório e Definitivo
 Provisória é a decisão impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo, 
decisão esta que ainda serve de base para a execução. Os atos executivos não 
são chamados de provisórios, contudo, podem ser desfeitos e correm sob 
responsabilidade do exequente. Cumprimento provisório é cumprimento 
incompleto. 
 Definitiva é a decisão sobre a qual não pesa contestação recursal e que 
pretende realizar em caráter definitivo a satisfação do credor, que foi 
legitimamente reconhecida na sentença de mérito. 
 É necessário o requerimento do exequente para dar início ao cumprimento de 
sentença em condenação para pagar quantia certa. 
Intimação do Devedor para 
Cumprimento de Sentença
 Art. 513, § 2o O devedor será intimado para cumprir a sentença:
 I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos;
 II - por carta com Aviso de Recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não 
tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV;
 III - por meio eletrônico, quando for pessoa jurídica (exceto microempresa e EPP) sem procurador 
constituído nos autos; (vide Art. 246, §1º)
 IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido revel na fase de conhecimento.
 § 3o Na hipótese do § 2o, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver 
mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 
274.
 § 4o Se o requerimento a que alude o § 1o for formulado após 1 ano do trânsito em julgado da sentença, a 
intimação será feita na pessoa do devedor, por meio de carta com Aviso de Recebimento encaminhada 
ao endereço constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3o deste 
artigo. (intimação pessoal do executado)
Legitimação Passiva do Fiador, 
Corresponsável ou Coobrigado
 O alcance subjetivo da sentença se conecta à indicação das partes que serão por ela 
alcançadas, sob pena de não ser constituído título judicial contra aquele que não 
figurou na demanda. 
 Logo, o fiador, corresponsável ou coobrigado não chamado a compor a lide em fase 
de conhecimento, não poderá ser convocado a arcar com o cumprimento de 
sentença. 
 STJ, Súmula 268. O fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo 
não responde pela execução do julgado. 
 CPC, ART. 513, § 5o O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face 
do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de 
conhecimento. 
Negócio Jurídico Sujeito a Condição 
ou Termo
 São limites da eficácia do negócio. Apenas podem ser cobrados quando 
cumpridas a condição (evento futuro e incerto – Art. 121, CC) ou termo 
(evento futuro e certo – Art. 131, CC). Se conecta à exequibilidade do título 
executivo. 
 CPC, Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou 
termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se 
realizou a condição ou de que ocorreu o termo. 
Títulos Executivos Judiciais
 1. Formados no mesmo juízo que realizará o cumprimento: 
 I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de 
obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
 II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
 III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
 IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos 
herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
 V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários 
tiverem sido aprovados por decisão judicial;
 (...)
Títulos Executivos Judiciais
 2. Formados em juízo distinto do que realizará o cumprimento. O título foi formado em 
outra ação, o cumprimento tem natureza de processo autônomo:
 VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; (ação civil ex delicto)
 VII - a sentença arbitral;
 VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; (Justiça 
Federal de 1º grau)
 IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur (autorização 
dada por um Estado) à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
Competência para o Cumprimento 
de Sentença
 CPC, Art. 516.  O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
 I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
 III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de 
sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal 
Marítimo.
 Parágrafo único.  Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo 
do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens 
sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de 
fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada 
ao juízo de origem. (competência concorrente)
Protesto do Título Executivo
Garantia extra do exequente de se valer do Cartório de Notas para registrar a decisão favorável transitada 
em julgado. Prova cartorária de inadimplemento. (Art. 1, Lei 9492/97)
 Art. 517.  A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois 
de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. (15 dias)
 § 1 Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão.
 § 2 A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 dias e indicará o nome e a 
qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de 
decurso do prazo para pagamento voluntário. (requisitos da certidão)
 § 3 O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, 
a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título 
protestado.
 § 4 A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício 
a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde 
que comprovada a satisfação integral da obrigação. (pagamento)
Impugnação do Executado
 Art. 518.  Todas as questões relativas à validade do procedimento de 
cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser 
arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz. 
 Desnecessidade de processo autônomo para tentar invalidar atos do 
cumprimento de sentença. Utiliza-se Agravo de Instrumento. 
Penhora 
Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti
Direito Processual Civil - Execuções
Conceito
 Via de regra, é o primeiro ato executivo realizado no curso do processo. 
 A responsabilidade patrimonial abrange todos os bens do executado passíveis de 
penhora. Para que se realizem atos executivos, é necessário identificar qual bem, 
dentro do patrimônio do executado, a eles se sujeitará. 
 A penhora individualiza aquilo que, até então, manifestava-se apenas em abstrato 
como responsabilidade executiva patrimonial.
 Com a penhora, nem sempre o bem é retirado da posse do executado, que pode 
permanecer com ele em seu poder, constituindo-se depositário (Art. 840, III,§2). 
 Desse modo, conceitua-se penhora como a definição ou a particularização 
judicial dos bens que devem se sujeitar aos atos de expropriação.
 A penhora aproveita, além do pagamento principal, juros,custas e honorários 
advocatícios. 
Impenhorabilidade
 Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis 
ou inalienáveis. 
 As regras relativas às medidas executivas devem ser interpretadas à luz da 
Constituição, seja porque são voltadas à realização de um direito fundamental, seja 
porque, em sua realização, pode atingir direitos fundamentais. 
 Dessa forma, o rol de impenhorabilidades objetiva preservar o mínimo patrimonial 
necessário à existência digna do executado, impondo ao processo executório 
certos limites. Dependendo do caso, as regras de impenhorabilidade podem ser 
ampliadas, de modo a adequar a tutela aos direitos fundamentais. Aplica-se, 
portanto, o princípio da adequação e da necessidade, sob o enfoque da 
proporcionalidade. 
 As vedações à penhora são deixadas de lado pela lei quando se trata de realizar 
direitos fundamentais (ex.: penhora de salário em execução de Alimentos). 
Impenhorabilidade Relativa e 
Absoluta
 Distinção feita pelo CPC em relação a bens que só se tornam penhoráveis diante da 
falta de outros bens.
 A impenhorabilidade relativa ou penhorabilidade excepcional recai sobre bens que 
são penhoráveis desde que não se encontre outro bem sujeito à execução (ex. 
Penhora de empresa, estabelecimentos).
 A impenhorabilidade absoluta é legalmente protegida pela vedação completa de o 
bem ser atingido pela execução. Pode ser relativizada apenas quando o próprio 
executado abre mão da proteção desse bem e o oferece como forma de 
pagamento. O bem voluntariamente oferecido pelo devedor indica a renúncia 
espontânea à proteção preconizada pelo CPC e não poderá ser objeto de posterior 
reclamação, sob pena de venire contra factum próprio (vedação ao 
comportamento contraditório das partes no processo). 
 Os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis são penhoráveis (ex. Protege-se o 
trator, mas executa-se a safra)
Bens Impenhoráveis
 Art. 833. São impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do 
executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns 
correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de 
elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de 
aposentadoria, as pensões montepios, bem como as quantias recebidas por 
liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os 
ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 
2º (pagamento de pensão alimentícia);
Bens Impenhoráveis
 Art. 833. São impenhoráveis:
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros 
bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas obras 
forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada 
pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação 
compulsória em educação, saúde ou assistência social;
Bens Impenhoráveis
 Art. 833. São impenhoráveis:
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 
(quarenta) salários-mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, 
nos termos da lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob 
regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa 
ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição.
Utilidade da Penhora
 A execução somente deverá ser intentada quando se vislumbrar a existência 
de vantagem para o credor. Deriva do princípio da utilidade da execução. 
 A regra deve ser compreendida no sentido de que não se penhoram bens 
quando o proveito daí decorrente não beneficiar o exequente, mas restar 
absorvido apenas pelas custas judiciais a serem pagas ao Estado. 
 Não incide restrição se o valor do bem penhorado, embora pequeno, puder 
ressarcir ao exequente o valor das custas por ele adiantadas, evitando o 
prejuízo do autor. 
 De toda forma, os custos do processo podem fazer com que o credor opte 
por não ajuizar a execução. 
Ordem de Preferência da Penhora
 Conforme Art. 835, CPC, a ordem de preferência da penhora pode deixar de ser 
observada pelo juiz diante de circunstâncias especiais, baseando-se no princípio da 
menor onerosidade ao executado.
 1. Dinheiro em espécie ou em depósito ou em aplicação financeira; 2. Títulos da 
dívida pública; 3. Títulos e valores mobiliários com cotação de mercado;4. Veículos 
de via terrestre; 5. Bens imóveis; 6. Bens móveis no geral; 7. Semoventes; 8. Navios 
aeronaves; 9. Ações e quotas de sociedades simples e empresárias;10. Percentual de 
faturamento de empresa devedora; 11. Pedras e metais preciosos; 12. Direitos 
aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em 
garantia;13. Outros direitos. 
Lugar de Realização da Penhora
Art. 845. Efetuar-se-á a penhora onde se encontrem os bens, ainda que sob a posse, a 
detenção ou a guarda de terceiros.
§ 1º A penhora de imóveis, independentemente de onde se localizem, quando 
apresentada certidão da respectiva matrícula, e a penhora de veículos automotores, 
quando apresentada certidão que ateste a sua existência, serão realizadas por termo nos 
autos.
§ 2º Se o executado não tiver bens no foro do processo, não sendo possível a realização da 
penhora nos termos do § 1º, a execução será feita por carta, penhorando-se, avaliando-se 
e alienando-se os bens no foro da situação. 
Art. 846. Se o executado fechar as portas da casa a fim de obstar a penhora dos bens, o 
oficial de justiça comunicará o fato ao juiz, solicitando-lhe ordem de arrombamento.
Possibilidade de uso de força policial, necessária a presença de 2 testemunhas junto com o 
2 oficiais de justiça que realizarão o arrombamento.
Considera-se realizada a penhora com a apreensão e o depósito do bem. 
 Procedimentos da Penhora
 O bem penhorado poderá ser entregue ao depositário judicial. 
 A penhora é documentada por auto ou termo, dependendo se realizada por 
oficial de justiça ou escrivão.
 Admite-se penhora online de dinheiro e averbação eletrônica de penhora de 
bens imóveis e móveis.
 O executado pode, no prazo de 10 dias contados da intimação da penhora, 
requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe 
será menos onerosa e não trará prejuízos ao exequente. 
 Modificação da Penhora
Art. 848. As partes poderão requerer a substituição da penhora se:
I - ela não obedecer à ordem legal;
II - ela não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para 
o pagamento;
III - havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido penhorados;
IV - havendo bens livres, ela tiver recaído sobre bens já penhorados ou objeto 
de gravame;
V - ela incidir sobre bens de baixa liquidez;
VI - fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou
VII - o executado não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações 
previstas em lei.
Avaliação e Expropriação
Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti
Direito Processual Civil - Execuções
Avaliação
 É a determinação do valor do bem penhorado que se aufere com a finalidade de analisar a 
pertinência para futura expropriação. A correta avaliação é necessária para que a execução 
possa satisfazer eficazmente o direito do exequente sem que se sacrifique, de maneira injusta, o 
patrimônio do executado. 
 Avaliação comum é realizada pelo próprio oficial de justiça; bastando, para tanto, 
conhecimentos gerais. Diante da dúvida do juiz sobre o valor apontado pelo oficial, haverá 
perícia feita pelo avaliador. 
 Avaliação especial é realizada por um avaliador indicado pelo juiz, pois exige-se conhecimentos 
especializados. Também chamada de atividade pericial. 
 Havendo alteração no valor de mercado do bem penhorado para mais ou para menos, o juiz 
mandará que se adeque o que foi penhorado ao valor da dívida, mudando a penhora. O erro 
ou dolo do avaliador admite nova avaliação. 
 O conteúdo da avaliação deve estipular as características do bem, o estado em que se 
encontra e o valor identificado. 
Dispensa da Avaliação
 Art. 871. Não se procederá à avaliação quando:
 I - uma das partes aceitar a estimativa feita pela outra;
 II - se tratar de títulos ou de mercadorias que tenham cotação em bolsa, comprovada por 
certidão ou publicação no órgão oficial;
 III - se tratar de títulos da dívida pública, de ações de sociedades e de títulos de crédito 
negociáveis em bolsa, cujo valor será o da cotação oficial do dia, comprovada por certidão ou 
publicação no órgão oficial;
 IV - se tratar de veículos automotores ou de outros bens cujo preço médio de mercado possa ser 
conhecido por meio de pesquisas realizadas por órgãos oficiais ou de anúncios de venda 
divulgados em meios de comunicação, caso em que caberá a quem fizer a nomeação o 
encargo de comprovar a cotação de mercado.
 Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese do inciso I deste artigo (aceitação do valor), a avaliação 
poderá ser realizada quando houver fundada dúvida do juiz quanto ao real valor do bem.
Atos de Expropriação
 Uma vez penhorado bem distinto de dinheiro e finalizada a avaliação, dá-se início 
aos atos de expropriação. 
 Expropriar é retirar de alguém a propriedade sobre um determinado bem. No caso 
da execução, a expropriação ocorre como a forma compulsória de garantir o 
pagamento da dívida que corre em favor de um credor em processo de execução, 
de modo que o devedor (executado) perderá o domínio de certos bens 
penhoráveis, para que se satisfaça o adimplemento do débito. O destino dos bens 
vai para o próprio credor ou para terceiros (ex. leilão), a depender do caso. 
 A expropriação ocorre pela adjudicação, pela alienação e pela apropriação. 
1. Adjudicação
 Quitação da dívida (execução por quantia certa) que ocorre quando o exequente recebe o 
mesmo bem penhorado como pagamento. Há transferência de propriedade para o credor do 
débito como forma de adimplemento da obrigação.
 O exequente tem direito a adjudicar os bens pelo valor da avaliação (e não do débito). 
 Poderá ocorrer independentemente da vontade do executado. 
 Será solicitada depois de respeitado o prazo de 10 dias para o executado requisitar eventual 
substituição do bem penhorado. O devedor deve ser intimado para ser informado da 
solicitação de adjudicação. 
 Se o valor do crédito for:
 I - inferior ao dos bens, o requerente da adjudicação (credor) depositará de imediato a 
diferença, que ficará à disposição do executado (extinção da execução);
 II - superior ao dos bens, a execução prosseguirá pelo saldo remanescente.
Concretização da Adjudicação
 Art. 877. Transcorrido o prazo de 5 (cinco) dias, contado da última intimação, e decididas eventuais questões, o 
juiz ordenará a lavratura do auto de adjudicação.
 § 1º Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura e a assinatura do auto pelo juiz, pelo 
adjudicatário, pelo escrivão ou chefe de secretaria, e, se estiver presente, pelo executado, expedindo-se:
 I - a carta de adjudicação e o mandado de imissão na posse, quando se tratar de bem imóvel;
 II - a ordem de entrega ao adjudicatário, quando se tratar de bem móvel.
 § 2º A carta de adjudicação conterá a descrição do imóvel, com remissão à sua matrícula e aos seus registros, a cópia 
do auto de adjudicação e a prova de quitação do imposto de transmissão.
 § 3º No caso de penhora de bem hipotecado, o executado poderá remi-lo (livrá-lo) até a assinatura do auto de 
adjudicação, oferecendo preço igual ao da avaliação, se não tiver havido licitantes, ou ao do maior lance oferecido.
 § 4º Na hipótese de falência ou de insolvência do devedor hipotecário, o direito de remição previsto no § 3º será 
deferido à massa ou aos credores em concurso, não podendo o exequente recusar o preço da avaliação do imóvel.
 Art. 878. Frustradas as tentativas de alienação do bem, será reaberta oportunidade para requerimento de adjudicação, 
caso em que também se poderá pleitear a realização de nova avaliação.
2. Alienação
 Método coercitivo (não depende da vontade do executado) que visa a conversão dos bens 
penhorados em dinheiro para que este seja entregue ao exequente. O ato de alienação não 
encerra a execução, pois esta apenas é finalizada com a entrega do resultado pecuniário da 
alienação (dinheiro obtido com a ‘venda’ do bem). 
 Difere da compra e venda, pois esta se dá mediante vontade de ambas as partes. A alienaçãoé 
negócio jurídico processual que expropria patrimônio e o destina a terceiro para extrair dinheiro 
necessário para saldar a dívida reconhecida no título executivo extrajudicial. 
 Alienação por iniciativa particular do credor: Não efetivada a adjudicação, o exequente poderá 
requerer a alienação por sua própria iniciativa ou por intermédio de corretor ou leiloeiro público 
credenciado perante o órgão judiciário.
 Alienação por iniciativa do juiz: A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada a 
adjudicação ou a alienação por iniciativa particular. 
2.1 Alienação por Iniciativa Particular
 Art. 880. Não efetivada a adjudicação, o exequente poderá requerer a alienação por sua própria iniciativa 
ou por intermédio de corretor ou leiloeiro público credenciado perante o órgão judiciário.
 § 1º O juiz fixará o prazo em que a alienação deve ser efetivada, a forma de publicidade, o preço mínimo, 
as condições de pagamento, as garantias e, se for o caso, a comissão de corretagem.
 § 2º A alienação será formalizada por termo nos autos, com a assinatura do juiz, do exequente, do 
adquirente e, se estiver presente, do executado, expedindo-se:
 I - a carta de alienação e o mandado de imissão na posse, quando se tratar de bem imóvel;
 II - a ordem de entrega ao adquirente, quando se tratar de bem móvel.
 § 3º Os tribunais poderão editar disposições complementares sobre o procedimento da alienação prevista 
neste artigo, admitindo, quando for o caso, o concurso de meios eletrônicos, e dispor sobre o 
credenciamento dos corretores e leiloeiros públicos, os quais deverão estar em exercício profissional por 
não menos que 3 (três) anos.
 § 4º Nas localidades em que não houver corretor ou leiloeiro público credenciado nos termos do § 3º, a 
indicação será de livre escolha do exequente.
2.2 Alienação por Iniciativa Judicial 
(Leilão)
 Art. 881. A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada a adjudicação ou a alienação 
por iniciativa particular.
 § 1º O leilão do bem penhorado será realizado por leiloeiro público.
 § 2º Ressalvados os casos de alienação a cargo de corretores de bolsa de valores, todos os 
demais bens serão alienados em leilão público.
 Art. 883. Caberá ao juiz a designação do leiloeiro público, que poderá ser indicado pelo 
exequente. 
Procedimento do Leilão
 Art. 882. Não sendo possível a sua realização por meio eletrônico, o leilão será presencial (a ordem 
de preferência privilegia o leilão eletrônico devido à celeridade e alcance de interessados).
 § 1º A alienação judicial por meio eletrônico será realizada, observando-se as garantias 
processuais das partes, de acordo com regulamentação específica do Conselho Nacional de 
Justiça.
 § 2º A alienação judicial por meio eletrônico deverá atender aos requisitos de ampla publicidade, 
autenticidade e segurança, com observância das regras estabelecidas na legislação sobre 
certificação digital.
 § 3º O leilão presencial será realizado no local designado pelo juiz (por regra, no próprio fórum).
Art. 885. O juiz da execução estabelecerá o preço mínimo, as condições de pagamento e as 
garantias que poderão ser prestadas pelo arrematante. 
Deveres do Leiloeiro
 Art. 884. Incumbe ao leiloeiro público:
 I - publicar o edital, anunciando a alienação (pelo menos 5 dias de antecedência, inclusive na 
internet e no jornal, para garantir ampla divulgação);
 II - realizar o leilão onde se encontrem os bens ou no lugar designado pelo juiz;
 III - expor aos pretendentes os bens ou as amostras das mercadorias;
 IV - receber e depositar, dentro de 1 (um) dia, à ordem do juiz, o produto da alienação;
 V - prestar contas nos 2 (dois) dias subsequentes ao depósito.
 Parágrafo único. O leiloeiro tem o direito de receber do arrematante a comissão estabelecida em 
lei ou arbitrada pelo juiz.
Preço Vil e Forma de Pagamento do 
Bem Leiloado
 Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil.
 Parágrafo único. Considera-se vil o preço inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e constante do edital, 
e, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o preço inferior a 50% do valor da avaliação.
 Art. 892. Salvo pronunciamento judicial em sentido diverso, o pagamento deverá ser realizado de 
imediato pelo arrematante, por depósito judicial ou por meio eletrônico.
 § 1º Se o exequente arrematar os bens e for o único credor, não estará obrigado a exibir o preço, mas, 
se o valor dos bens exceder ao seu crédito, depositará, dentro de 3 (três) dias, a diferença, sob pena 
de tornar-se sem efeito a arrematação, e, nesse caso, realizar-se-á novo leilão, à custa do exequente.
 § 2º Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á entre eles à licitação, e, no caso de igualdade 
de oferta, terá preferência o cônjuge, o companheiro, o descendente ou o ascendente do 
executado, nessa ordem.
 § 3º No caso de leilão de bem tombado, a União, os Estados e os Municípios terão, nessa ordem, o 
direito de preferência na arrematação, em igualdade de oferta.
Conclusão da Arrematação
 Art. 903. Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e 
pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e irretratável, ainda que 
venham a ser julgados procedentes os embargos do executado ou a ação autônoma de que 
trata o § 4º deste artigo, assegurada a possibilidade de reparação pelos prejuízos sofridos.
 § 1º Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a arrematação poderá, no entanto, ser:
 I - invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício;
 II - considerada ineficaz, se não observado o disposto no art. 804 ;
 III - resolvida, se não for pago o preço ou se não for prestada a caução.
 § 2º O juiz decidirá acerca das situações referidas no § 1º, se for provocado em até 10 dias após o 
aperfeiçoamento da arrematação.
Embargos à Execução e Extinção 
da Execução
Prof.ª Erica Oliveira Cavalcanti
Direito Processual Civil - Execuções
Embargos à Execução
 Ação de natureza autônoma (apartada do processo de execução) utilizada pelo devedor 
para rediscutir matéria objeto da Execução de título extrajudicial. A autonomia é limitada, uma 
vez que os autos são distribuídos por dependência em relação ao processo de execução 
originário. 
 A dependência dos Embargos faz com que essa ação tramite sob a competência do mesmo 
juiz da Execução. Isso facilita o andamento do processo, pois presume-se que esse juiz já tenha 
familiaridade com os termos da lide. 
 Uma vez que o Processo de Execução apenas se presta para a satisfação do débito do credor, 
a cognição é restrita. Desse modo, faz-se necessário inaugurar uma nova via processual para 
que o executado possa exercer seu pleno direito ao contraditório e à ampla defesa. 
 Embargos à Execução não é recurso, é ação. 
 A defesa via Embargos à Execução pode ser exercida dentro do prazo de 15 dias contados a 
partir da citação. Concede-se igual prazo para que o embargado ofereça contestação. 
Previsão Legal
 Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá 
se opor à execução por meio de embargos.
 § 1º Os embargos à execução serão distribuídos por dependência, autuados em 
apartado e instruídos com cópias das peças processuais relevantes, que poderão ser 
declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.
 § 2º Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante (que 
remeteu a carta) ou no juízo deprecado (que recebeu a carta), mas a competência 
para julgá-los é do juízo deprecante (juiz da causa), salvo se versarem unicamente 
sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens 
efetuadas no juízo deprecado.
Parcelamento do Débito e Renúncia 
aos Embargos 
 Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de 30% do valor em 
execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executadopoderá requerer que lhe seja permitido pagar 
o restante em até 6 parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de 1% ao mês.
 § 1º O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento dos pressupostos do caput, e o juiz decidirá o 
requerimento em 5 dias.
 § 2º Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar as parcelas vincendas, facultado ao 
exequente seu levantamento.
 § 3º Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e serão suspensos os atos executivos.
 § 4º Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito, que será convertido em penhora.
 § 5º O não pagamento de qualquer das prestações acarretará cumulativamente:
 I - o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do processo, com o imediato reinício dos atos 
executivos;
 II - a imposição ao executado de multa de 10% sobre o valor das prestações não pagas.
 § 6º A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito de opor embargos
 § 7º O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença.
Cabimento dos Embargos 
 Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar:
 I - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
 II - penhora incorreta ou avaliação errônea;
 III - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
 IV - retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução para entrega de coisa 
certa;
 V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
 VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento. 
(mesmos termos da contestação)
 § 1º A incorreção da penhora ou da avaliação poderá ser impugnada por simples petição, no 
prazo de 15 (quinze) dias, contado da ciência do ato. (opção dada ao executado de utilizar 2 
meios distintos para impugnar a penhora ou avaliação)
Excesso de Execução
 Art. 917, § 2º Há excesso de execução quando:
 I - o exequente pleiteia quantia superior à do título; (desrespeito ao título)
 II - ela recai sobre coisa diversa daquela declarada no título; (desrespeito ao título executivo)
 III - ela se processa de modo diferente do que foi determinado no título; (desrespeito ao título)
 IV - o exequente, sem cumprir a prestação que lhe corresponde, exige o adimplemento da prestação do executado; 
(obrigação bilateral)
 V - o exequente não prova que a condição se realizou. (não há exigibilidade)
 § 3º Quando alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à do título, o embargante 
declarará na petição inicial o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de 
seu cálculo.
 § 4º Não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, os embargos à execução:
 I - serão liminarmente rejeitados, sem resolução de mérito, se o excesso de execução for o seu único fundamento;
 II - serão processados, se houver outro fundamento, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
Rejeição Preliminar dos Embargos
 Hipótese onde, antes da instrução e citação do réu, o juiz não permite o prosseguimento 
da ação. 
 Art. 918. O juiz rejeitará liminarmente os embargos:
 I - quando intempestivos; (desrespeito ao prazo de 15 dias)
 II - nos casos de indeferimento da petição inicial e de improcedência liminar do pedido; 
(vide Arts. 330 e 332, CPC + cabível emenda à inicial antes da do indeferimento)
 III - manifestamente protelatórios. (exercício abusivo do direito de defesa)
 Parágrafo único. Considera-se conduta atentatória à dignidade da justiça o 
oferecimento de embargos manifestamente protelatórios.
Concessão de Efeito Suspensivo à 
Execução
 Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. (regra de não suspensão)
 § 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando 
verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória (risco ao resultado útil do processo) e desde 
que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.
 § 2º Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a 
requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada. (que 
reconhece a modificação)
 § 3º Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da 
execução, esta prosseguirá quanto à parte restante. (efeito suspensivo parcial)
 § 4º A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos executados não suspenderá a 
execução contra os que não embargaram quando o respectivo fundamento disser respeito 
exclusivamente ao embargante. (não extensão do efeito aos demais, particularidade) 
 § 5º A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou 
de redução da penhora e de avaliação dos bens. (a penhora apenas é um destaque do bem, o 
executado ainda não perdeu a propriedade)
Processamento dos Embargos
 Trâmite semelhante a uma ação de conhecimento. Uma vez decididos os Embargos, o 
processo de Execução (que estava suspenso) retorna ao seu curso. 
 Art. 920. Recebidos os embargos:
 I - o exequente será ouvido no prazo de 15 dias; (intimação para impugnação; se não 
realizada, anula os embargos – violação ao contraditório)
 II - a seguir, o juiz julgará imediatamente (desnecessidade de audiência – julgamento 
antecipado do mérito) o pedido ou designará audiência;
 III - encerrada a instrução, o juiz proferirá sentença.
Suspensão da Execução
 Art. 921. Suspende-se a execução:
 I - nas hipóteses dos arts. 313 e 315 , no que couber; (ex. morte, força maior, acordo entre 
as partes)
 II - no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à 
execução;
 III - quando o executado não possuir bens penhoráveis; (suspensão por 1 ano, inclusive da 
prescrição)
 IV - se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de licitantes e o 
exequente, em 15 dias, não requerer a adjudicação (aceitar o bem no lugar da quantia 
resultante da alienação) nem indicar outros bens penhoráveis;
 V - quando concedido o parcelamento de que trata o art. 916. (entrada de 30% + 6 
parcelas)
Arquivamento e Prescrição 
Intercorrente
 Art. 921, § 1º Na hipótese do inciso III (inexistência de bens penhoráveis), o juiz suspenderá a execução pelo prazo de 
1 ano, durante o qual se suspenderá a prescrição.
 § 2º Decorrido o prazo máximo de 1 ano sem que seja localizado o executado ou que sejam encontrados bens 
penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos.
 § 3º Os autos serão desarquivados para prosseguimento da execução se a qualquer tempo forem encontrados bens 
penhoráveis.
 § 4º Decorrido o prazo de que trata o § 1º sem manifestação do exequente, começa a correr o prazo de prescrição 
intercorrente. (decorre da inércia da parte, similar ao abandono de causa)
 § 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o 
§ 4º e extinguir o processo.
 Art. 922. Convindo as partes, o juiz declarará suspensa a execução durante o prazo concedido pelo exequente para 
que o executado cumpra voluntariamente a obrigação. (acordo em execução)
 Parágrafo único. Findo o prazo sem cumprimento da obrigação, o processo retomará o seu curso.
 Art. 923. Suspensa a execução, não serão praticados atos processuais, podendo o juiz, entretanto, salvo no caso de 
arguição de impedimento ou de suspeição, ordenar providências urgentes.
Extinção da Execução
 Art. 924. Extingue-se a execução quando:
 I - a petição inicial for indeferida; (ausência de requisitos processuais)
 II - a obrigação for satisfeita; (realização do adimplemento)
 III - o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida; (ex. 
provimento dos Embargos à Execução)
 IV - o exequente renunciar

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