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ATOS PROCESSUAIS

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ATOS PROCESSUAIS 
No processo do trabalho, tanto as partes praticam atos processuais (petição inicial, defesa, recursos, etc.) como os juízes (presidir audiências, atender advogados, proferir decisões, etc.), bem como os servidores da justiça (notificação inicial, que é ato do diretor da secretaria – art.841; penhora, praticada pelo oficial de justiça avaliador – art. 883, CLT). 
Em regra os atos processuais são públicos e realizados em dias úteis das 6h às 20h, conforme art. 770 da CLT. No entanto, as petições eletrônicas destinadas a atender prazo processual podem ser enviadas até às 24 horas do seu último dia (art. 3º, parágrafo único, da Lei n. 11.419/06). 
A penhora poderá ser realizada em domingos e feriados, mediante autorização expressa do juiz (art. 770, CLT). 
As audiências devem se realizar das 8 às 18h (art. 813, CLT) e não podem ter duração superior a 5 (cinco) horas, salvo quando envolver matéria urgência.
 “Atualmente, a Justiça do Trabalho já opera integralmente no sistema do Processo Judicial Eletrônico, sendo poucos os processos que ainda são físicos” (SHIAVI, 2018, p. 470). No entanto, quando o ato tiver de ser apresentado em determinado prazo, por meio de petição física, deve-se observar o expediente forense (em regra até às 18h), para sua protocolização.
Atos processuais do juiz:
Um dos principais atos processuais do juiz é a decisão. São três as espécies deste ato do juiz: 
Despacho: são os atos de mera movimentação e andamento processual, sem conteúdo decisório, fundamentados no princípio do impulso oficial. Exemplos: despachos de citação; de intimação; de vistas, etc.
Decisões interlocutórias: são os atos do juiz que, no curso do processo, resolvem questão incidente, ou seja, são atos com conteúdo decisório que resolvem questões incidentais sem pôr fim ao processo. Exemplos: decisão que indefere oitiva de testemunha presente; decisão que indefere perguntas à testemunha; decisão que não acolhe exceção de incompetência relativa, etc. 
Sentença: é o ato pelo qual o juiz que põe fim ao processo em sua competência. Temos dois tipos de sentença: - Definitivas: põe fim ao processo resolvendo o mérito. A sentença não é considerada definitiva, por dela não caber qualquer recurso, mas, sim, é definitiva porque o autor não poderá ingressar com a mesma pretensão (o mérito é resolvido!). São exemplos de sentença definitiva as hipóteses do art. 487 do CPC/15. - Terminativas: põe fim ao processo sem analisar o mérito. São exemplos de sentença terminativa às hipóteses do art. 485 do CPC/15, quando o juiz indeferir a petição inicial, v.g. por inépcia, etc. 
CONTAGEM DOS PRAZOS PROCESSUAIS TRABALHISTAS 
No que se refere à contagem dos prazos processuais trabalhistas, antes da Lei 13.467/2017 (“reforma trabalhista”) o art. 775 da CLT possuía a seguinte redação: 
Art. 775 - Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e irreveláveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente comprovada Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte. 
Conforme se nota no dispositivo celetista os prazos eram contínuos. Com a entrada em vigor do CPC/15, trazendo a sistemática de contagem de prazos processuais em dias úteis (art. 219, CPC), muito se questionou a respeito de sua aplicação ao processo do trabalho. No entanto, sempre predominou o entendimento da inaplicabilidade da regra de contagem de prazo processual do CPC ao processo do trabalho, tendo em vista o regramento expresso do art. 775 da CLT, ou seja, não havia a necessária omissão (lacuna) na norma processual trabalhista a fim de possibilitar a aplicação da norma processual civil. O TST, inclusive, se manifestou pela inaplicabilidade do art. 219 do CPC em sua IN 39/2016. 
Tudo isso caiu por terra com a nova redação do art. 775 da CLT, implementada após a Lei 13.467/2017, passando a prever o seguinte: 
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. § 1o Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: I - quando o juízo entender necessário; (discricionário) II - em virtude de força maior, devidamente comprovada. § 2o Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito. 
Com a nova redação do art. 775 da CLT, os prazos processuais passam a ser contados em dias úteis. 
Os prazos processuais trabalhistas podem ser interrompidos ou suspensos. Ambos irão paralisar o curso do prazo processual, no entanto os institutos comportam importante e significativa diferença. Ao término da suspensão continua-se o prazo pelo que faltar, levando em conta o tempo transcorrido quando da paralisação. Já na interrupção, uma vez encerrada, a contagem transcorrida até paralisação é inutilizada, recomeçando o prazo “cheio”. 
O art. 775-A da CLT contém importante causa de suspensão do prazo processual:
Art. 775-A. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. § 1o Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput deste artigo. § 2o Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julgamento. 
Obs.: Recesso forense é realizado do dia 20 de dezembro até 06 de janeiro (art. 62 da Lei 5.010/66). 
Como exemplo de interrupção, pode ser citado os embargos de declaração, que irá interromper o prazo recursal (SCHIAVI, 2018, p. 498), conforme será estudado um pouco adiante. 
HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO
Antes da entrada em vigor da Lei 13.467/2017, a questão dos honorários sucumbenciais era tratada apenas pela Súmula nº 219 do TST, que continha a seguinte redação: 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO. I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte, concomitantemente: a) estar assistida por sindicato da categoria profissional; b) comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. (Art.14, §1º, da Lei nº 5.584/1970). (ex-OJ nº 305da SBDI-I). II - É cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista. III – São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego. IV – Na ação rescisória e nas lides que não derivem de relação de emprego, a responsabilidade pelo pagamento dos honorários advocatícios da sucumbência submete-se à disciplina do Código de Processo Civil (arts. 85, 86, 87 e 90). V - Em caso de assistência judiciária sindical ou de substituição processual sindical, excetuados os processos em que a Fazenda Pública for parte, os honorários advocatícios são devidos entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa (CPC de 2015, art. 85, § 2º). VI - Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, aplicar-se-ão os percentuais específicos de honorários advocatícios contemplados no Código de Processo Civil. 
Como se pode verificar, os honorários advocatícios não decorriam unicamente da sucumbência, como ocorre no direito processual comum. Em lides que decorriam de relação empregatícia, havia necessidade do preenchimentode dois requisitos para a implementação de tal direito: 1. Assistência do sindicato profissional; 2. Comprovação de percepção de salário inferior a dois salários mínimos ou situação econômica que não permita demandar sem prejuízo do sustento próprio ou familiar. O verbete sumulado do TST também admitia os honorários advocatícios nas seguintes situações: a) em causas em que o sindicato figurasse como substituto processual; b) em lides que não derivem da relação de emprego (aplicando-se, portanto, às relação de trabalho); c) ação rescisórias. 
Os honorários, de acordo com a súmula, deveriam ser fixados entre 10 a 20% sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 
Com a Lei 13.467/2017 (reforma trabalhista), a CLT passou a prever o pagamento de honorários sucumbenciais no art. 791-A, da seguinte forma: 
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. § 1o Os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria § 2o Ao fixar os honorários, o juízo observará: I - o grau de zelo do profissional: II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço § 3o Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários. § 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

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