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Unidade 6 – Teoria Geral da Separação de Poderes Prof. Ms. Wagner Gundim Ciências Políticas e Fundamentos de Direito Eleitoral SEPARAÇÃO DE PODERES Prof. Ms. Wagner Gundim ORGANIZAÇÃO DE PODERES TEORIA GERAL DA SEPARAÇÃO DE PODERES • Compreende o estudo da dinâmica dos 3 Poderes de nosso Estado Federal. • Os poderes, além de independentes e harmônicos entre si, são autônomos. SEPARAÇÃO DE PODERES Prof. Ms. Wagner Gundim CLÁUSULA PÉTREA TEORIA GERAL DA SEPARAÇÃO DE PODERES Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: [...] § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: [...] III - a separação dos Poderes; Núcleo intangível da Constituição. SEPARAÇÃO DE PODERES Prof. Ms. Wagner Gundim ARISTÓTELES E AS “FUNÇÕES” DO ESTADO IDENTIFICADAS EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEPARAÇÃO DE PODERES • Obra: “A Política” (na qual esboçava a noção de “funções estatais”). • Teoria TRIpartite da Separação de Poderes, existindo 3 funções do Poder Soberano: Legislativo: editar normas gerais de observância geral. Executiva: aplicar tais normas ao caso concreto (administração). Judicial: julgar dirimindo conflitos oriundo da execução das normas gerais nos casos concretos. • Partes do Governo e funções por elas exercidas Poder deliberativo: assembleia do povo formada pelos cidadãos em geral, como corpo deliberante e verdadeiro soberano do Estado. Poder executivo: os magistrados exerciam as deliberações acerca dos negócios do Estado. Poder de jurisdição: integrada por juízes, encarregados do julgamento e da aplicação da justiça. SEPARAÇÃO DE PODERES Prof. Ms. Wagner Gundim JHON LOCKE: BIPARTIÇÃO DOS PODERES EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEPARAÇÃO DE PODERES • Obra: “Segundo Tratado Sobre o Governo”. • Teoria BIpartite da Separação de Poderes: 1) Poder Executivo (ou Federativo): É um poder permanente que garante o cumprimento das leis e cuida da melhor forma do interesse/bem público. Tem por função convocar o Poder Legislativo. OBS: Poder federativo não é um terceiro Poder; está inserido no Poder Executivo. A diferença entre estes é que o poder federativo trata sobre questões de ordem do Estado relacionada ao poder de guerra e de paz, transições, ou seja, questões externas ao Estado. O poder executivo, por sua vez, cuida das questões internas do Estado. SEPARAÇÃO DE PODERES Prof. Ms. Wagner Gundim JHON LOCKE: BIPARTIÇÃO DOS PODERES EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEPARAÇÃO DE PODERES • Obra: “Segundo Tratado Sobre o Governo”. • Teoria BIpartite da Separação de Poderes: 2) Poder Legislativo É visto/defendido como poder supremo, portanto, superior aos demais. Características: a) provisório: apesar de supremo, o poder deve ser provisório, sendo convocado novamente apenas no caso de necessidade; b) é a primeira lei positiva e fundamental de todas as comunidades: somente o Legislativo pode fazer as leis; c) o poder legislativo e as leis devem (i) respeitar as leis naturais; (ii) se destinar ao bem comum (decisão sobre o direito dos indivíduos); (iii) assegurar a propriedade; e (iv) não transferir o poder concedido pelo povo a terceiros. OBS: Diferentemente da teoria de Montesquieu, em que os poderes se pautam na ideia de equilíbrio, LOCKE defende que o Poder Legislativo é superior a todos os outros. SEPARAÇÃO DE PODERES Prof. Ms. Wagner Gundim MONTESQUIEU E A DIVISÃO DE FUNÇÕES E DE ÓRGÃOS ESTATAIS EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEPARAÇÃO DE PODERES • Obra: “O Espírito das Leis”. • Pela teoria de Montesquieu, cada órgão estatal limitava-se a exercer uma função que lhe era inerente, própria de sua esfera de competência, que estava diretamente ligada à sua natureza (Função típica). “Quando, na mesma pessoa ou no mesmo órgão, o poder legislativo está reunido ao poder executivo, não existe liberdade; porque se pode temer que o mesmo monarca ou o mesmo senado crie leis tirânicas para executá-las tiranicamente” SEPARAÇÃO DE PODERES Prof. Ms. Wagner Gundim MONTESQUIEU E A DIVISÃO DE FUNÇÕES E DE ÓRGÃOS ESTATAIS EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEPARAÇÃO DE PODERES • Obra: “O Espírito das Leis”. “Tampouco existe liberdade se o poder de julgar não for separado do poder legislativo e do poder executivo. Se estivesse unido ao poder legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário, pois o juiz seria legislador. Se estivesse unido ao poder executivo, o juiz poderia ter a força de um opressor” [...] trata-se de uma experiência eterna que todo homem que possui poder é levado a dele abusar; ele vai até onde encontra limites. Quem diria! Até a virtude precisa de limites. Para que não se possa abusar do poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder limite o poder. SEPARAÇÃO DE PODERES Prof. Ms. Wagner Gundim TEORIA DOS “FREIOS E CONTRAPESOS”(CHECKS AND BALANCES): A Complementação da Teoria da Separação de Poderes pela doutrina Americana EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEPARAÇÃO DE PODERES • Obra: “Os Federalistas”: John Adams, James Madison e Alexander Hamilton • Modelo de separação que visava atenuar a supremacia do Legislativo, garantindo maior equilíbrio na relação entre as esferas de Poder. • Caso Marbury v. Madison de 1803: surge a ideia do controle entre os poderes, traduzida pelo sistema dos freios e contrapesos. As funções precisam ser fracionadas entre vários órgãos, que, por sua vez, colaboram no exercício de cada uma delas mediante controles recíprocos. SEPARAÇÃO DE PODERES Prof. Ms. Wagner Gundim TEORIA DOS “FREIOS E CONTRAPESOS”(CHECKS AND BALANCES): A Complementação da Teoria da Separação de Poderes pela doutrina Americana EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEPARAÇÃO DE PODERES • O sistema de freios e contrapesos também revela uma técnica de controle dotada dos seguintes objetivos: 1) Evitar a tirania. 2) Limitar a autoridade impedindo arbitrariedades; 3) Preservar a liberdade individual; • O sistema de controle recíprocos entre os poderes foi fundamental para a independência do Poder Judiciário e fortalecimento do Poder Executivo. SEPARAÇÃO DE PODERES Prof. Ms. Wagner Gundim SEPARAÇÃO DE PODERES NO CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEPARAÇÃO DE PODERES Constituição de 1824 Além dos poderes clássicos (Legislativo, Executivo e Judiciário), foi acrescentado o “Poder Moderador”, espécie de quarto poder considerado como chave para toda a organização política Além dos poderes clássicos (Legislativo, Executivo e Judiciário), foi acrescentado o “Poder Moderador”, espécie de quarto poder considerado como chave para toda a organização política SEPARAÇÃO DE PODERES Prof. Ms. Wagner Gundim SEPARAÇÃO DE PODERES NO CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEPARAÇÃO DE PODERES Constituição de 1891 Adotou-se apenas os Poderes Clássicos, i.e: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário. Manteve-se os clássicos 3 poderes de Montesquieu, contudo, possibilitava-se certa preponderância do Poder Legislativo por meio do Senado Federal, ao qual foi atribuída a incumbência de coordenar os poderes entre si. Constituição de 1934 SEPARAÇÃO DE PODERES Prof. Ms. Wagner Gundim SEPARAÇÃO DE PODERES NO CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEPARAÇÃO DE PODERES Constituição de 1937 Estado Novo de Getúlio Vargas: o Poder Legislativo passa a ser exercido pelo Parlamento Nacional com a colaboração do Conselho de Economia Nacional e do Presidente da República. De caráter autoritarista, assegurava ao Presidente poderes muito amplos Retorna-se à previsão anterior assegurando a tripartição de poderes idealizada por Montesquieu.Constituição de 1946 SEPARAÇÃO DE PODERES Prof. Ms. Wagner Gundim SEPARAÇÃO DE PODERES NO CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEPARAÇÃO DE PODERES Constituição de 1967 A previsão da Tripartição de Poderes permaneceu formalmente prevista, trazendo ainda vedação da delegação de Poderes. Centralização no Poder Executivo Federal (Presidente da República fortalecido). SEPARAÇÃO DE PODERES Prof. Ms. Wagner Gundim SEPARAÇÃO DE PODERES NO CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEPARAÇÃO DE PODERES Constituição de 1988 Preserva-se a existência das 3 (três) funções estatais: 2) Harmônicos: Devem coexistir em meio ao sistema, como se fossem um organismo, com equilíbrio, sintonia, integração e proximidade; 1) Independentes: Cada função é exercida dentro de determinada parcela de competências asseguradas constitucionalmente, por meio do poder constituinte originário; SEPARAÇÃO DE PODERES Prof. Ms. Wagner Gundim SEPARAÇÃO DE PODERES NO CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEPARAÇÃO DE PODERES Constituição de 1988 Cada parcela de competência é atribuída de forma exclusiva ao respectivo órgão que exerce tais funções, não havendo a possibilidade de delegação. Eis o PRINCÍPIO DA INDELEGABILIDADE DE ATRIBUIÇÕES. No entanto, a grande novidade inaugurada por nossa CF/88 foi o fato de o rol de matérias que cabe a cada um dos "Poderes" não se limita apenas às chamadas funções TÍPICAS, mas também a outras, chamadas ATÍPICAS. A cada função típica de um órgão, correspondem outras duas, atípicas (que determinados órgãos vêm a assumir, mas que são originalmente da esfera de competências de natureza típica dos outros dois órgãos). SEPARAÇÃO DE PODERES Prof. Ms. Wagner Gundim SEPARAÇÃO DE PODERES NO CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEPARAÇÃO DE PODERES Constituição de 1988 SEPARAÇÃO DE PODERES Prof. Ms. Wagner Gundim SEPARAÇÃO DE PODERES NO CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEPARAÇÃO DE PODERES Constituição de 1988 Teoria dos “Freios e Contrapesos”(Checks and Balances): Conclusão da teoria de Montesquieu. Entende-se que “só o poder pode frear o poder”. Os poderes entre si se limitam, se fiscalizam, se regulam para evitar seus abusos e exercem um controle recíproco entre si. Daí a necessidade de que cada poder seja autônomo e constituído de pessoas e grupos diferentes.
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