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ad1 mundo helenistico

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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Ensino à Distância (EAD)
Graduação de Licenciatura em História
Disciplina: Mundo Helenístico
Primeiro semestre de 2019
Avaliação à Distância I (AD1)
Aluno: Daniel Ferreira Marques dos Santos
Pólo: Miguel Pereira
Ocidentalismo: o olhar limitado e crítico
Introdução
Para realizar o trabalho proposto, optamos por seguir uma das orientações do anunciado e responder as duas perguntas de maneira separada afim de tentar buscar uma maior organização no tratamento de ambos os questionamentos
Questão 1
A fundamental atenção que devemos ter no tocante as fontes primárias e o cuidado ao as analisar com bastante critério é contextualizá-las na sociedade que as produziu. Nesse sentido, o texto de MENESES (1998), apontado como leitura, vai direto ao ponto quando, enfatizando o período grego antigo, afirma que “No entanto, ainda que não haja manuscrito em causa, nem se fale geneticamente da criação do texto, ouso crer justificar-se, precisamente pelo benefício do confronto, uma caracterização da leitura histórica de fontes textuais” (grifo nosso) (MENESES ,1998,pg.3)
Dessa forma, o texto do autor, que ainda subdivide as várias formas formas de leituras desses textos, com particular interesse, na nossa opinião, com a leitura do texto como a leitura de uma sociedade e todas as suas complexidades.
Ainda na questão da problematização citada no começo deste trabalho, em relação às fontes originais em que o historiador trabalha e a primordial leitura crítica sobre o que foi produzido e agora consultamos, é perfeitamente exemplificado pelo texto de Vlassopoulos (2007): toda a historiografia ocidental, em seus primórdios, buscou uma visão europeia dos acontecimentos mundiais, como se este continente fosse o norte do mundo e todas as outras regiões meras periferias das “grandes conquistas da civilização ocidental”.
De fato, é perfeitamente visível para qualquer um que tenha a curiosidade de examinar a literatura grega do período e sua interpretação por aqueles que iniciaram a sistematização do ensino da História, não por acaso europeus, a flagrante parcialidade em que a polis era um paraíso quase utópico enquanto os bárbaros orientais, com seus déspotas e tiranos, são apenas uma nota de rodapé na “grande trajetória helênica para aculturar esses povos incultos”.
Vlassopoulos é muito feliz em argumentar, até de maneira ácida em alguns pontos, essa questão, como na passagem a seguir:
Ocidentalismo é a ideologia que afirma a existência de duas entidades claramente delimitadas na história mundial, como o Ocidente, o Oriente e os primitivos, e que essas entidades metafísicas têm uma genealogia (ou melhor, apenas o Ocidente tem uma verdadeira genealogia); que existe um padrão na história humana que leva à evolução do Ocidente moderno, que é o caminho natural da história, enquanto a história do Resto do mundo é um conto de aberrações que precisam ser explicadas (...) (VLASSOPOULOS, 2007, p.1).
Diante do exposto, podemos verificar que para ambos os autores, ainda que tenham uma abordagem distinta, é de suma importância a análise criteriosa e o uso do raciocínio para não apenas repetirmos esses erros mas abordarmos o período de outra forma.
Questão 2
	De forma alguma achamos que a análise com um viés crítico e cuidadoso se limita à Antiguidade, a visão eurocêntrica bem como o fato dos documentos históricos são produtos da sociedade que os manufaturou, alcança de maneira dramática a História Moderna e Contemporânea.
	Poderíamos citar inúmeras abordagens desse tipo, como a história dos povos ameríndios ou ainda de maneira mais torpe a história da África, reduzida a uma mera narrativa, com o componente cruel do racismo, dos povos brancos europeus levando a civilização a uma terra sem história e composta de bárbaros incapazes.
	Portanto, essa questão permeia o debate historiográfico ainda nos dias de hoje, e sua aceitação, por centenas de anos de doutrinação eurocêntrica ainda está presente, lamentavelmente, no senso comum da maioria dos leigos.

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