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CENTRO INTEGRADO DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ - CIESPI FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU – ALIANÇA CURSO - ENFERMAGEM Relatório de Estágio Curricular Supervisionado II (Saúde na Atenção Básica) Daniele Cristina Costa de Sa Teresina - PI 2015 CENTRO INTEGRADO DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ - CIESPI FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU – ALIANÇA CURSO - ENFERMAGEM Relatório de Estágio Curricular Supervisionado II (Saúde na Atenção Básica) Dados do Estagiário Nome: Daniele Cristina Costa de Sá Registro Acadêmico: 20001696 Curso e Período: Enfermagem / 10º Período. Dados do Local de Estágio Empresa: FMS (Unidade Básica de Saúde Karla Ivana de Melo Campos). Supervisor: Yarlla Alcântara N° de registro: COREN- 365.179 PI Período de Estágio Início: 11/08/15 Término: 10/12/15 Jornadas de trabalho: 20 horas semanais. Total de horas: 420 horas Em 4 meses. Teresina - PI 2015 INTRODUÇÃO Unidade Básica de Saúde (UBS) visa aperfeiçoar o atendimento das equipes do Programa Saúde da Família (PSF) no que diz respeito ao atendimento primário da população, através de procedimentos ambulatoriais, preventivos e de rotina. A UBS Dra. Karla Ivana de Melo Campos homenagem à piauiense de Floriano, odontóloga Karla Ivana de Melo Campos, que prestou relevantes serviços em Teresina. Atuando, inclusive, como dentista da Fundação Municipal de Saúde. Suas últimas atividades foram desempenhadas no Setor de Perinatologia da Maternidade Dona Evangelina Rosa e atuando no Posto de Saúde Dr. Evaldo Carvalho no bairro Nova Brasília. Conta com seis equipes do PSF, que atenderão 18 mil pessoas da zona Norte de Teresina. Além da população do Matadouro, esta unidade básica também beneficiará bairros próximos, como o Acarape, Parque Alvorada, São Joaquim, Lagoa Azul, Vila Bom Jesus e Residencial Santo Afonso. Estruturalmente, esta Unidade Básica de Saúde conta com cinco consultórios médicos, três odontológicos, sala de reuniões, farmácia, quatro banheiros adaptados para deficientes, almoxarifado, escovódromo e salas de coleta, imunização, curativos, inalação e marcação de consultas. Também serão realizadas campanhas de vacinação, respeitando o calendário nacional do Ministério da Saúde. Cada UBS é responsável pela saúde de todos os habitantes de uma determinada região da cidade, chamada de área de abrangência. Todo planejamento das ações de saúde da Unidade é voltado para esta comunidade, entendendo as situações socioeconômicas e priorizando grupos de risco. Cada equipe do PSF é composta por médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, dentista, auxiliar de saúde bucal e agentes comunitários de saúde. Para complementar o atendimento à população, profissionais da educação física, nutrição, fisioterapia e outras áreas que fazem parte dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) também estarão presentes no acompanhamento dos pacientes desta UBS. O profissional da enfermagem em uma ESF realiza atividades com a equipe e a população, organiza o cotidiano dos serviços, planeja ações de promoção da saúde e prevenção de agravos. Além disso, tem a oportunidade de tomar decisões juntamente com a equipe de saúde multiprofissional, com o usuário e seus familiares quanto aos cuidados com sua saúde, o que promove a atenção integral à saúde da população atendida. 2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS O enfermeiro deve promover a continuidade da assistência prestada, criar e participar de grupos de educação em saúde, realizar consulta de enfermagem, solicitar e realizar exames (como o cito patológico), planejar, gerenciar, coordenar, executar e avaliar o ESF, além de supervisionar e coordenar as ações dos ACS e de auxiliares de enfermagem como nos é passado pela preceptora de estágios dentre essas e outras funções. A partir dessas atividades atribuídas pelo profissional, prestada também pelos acadêmicos, podemos observar o maior rendimento e a melhoria na qualidade do serviço prestado assimilando sempre a prática com a teoria, no auxilio e observação da preceptora de estágio, seguindo sempre as orientações da mesma e os manuais e protocolos do Ministério da Saúde. É realizado pelos acadêmicos consultas de enfermagem, preenchimentos de registros nos prontuários, prescrição de receitas de medicamentos de uso contínuo, observação de doses supervisionada, coleta de exame citolopatologico, aferição de PA, peso e altura, recadastramento de bolsa famílias e acompanhamento familiar, acompanhamento de gestantes e realização de curativo. São atividades de grandes retornos de aprendizado e de confiança para nós ainda como acadêmicos. 3 – DESENVOLVIMENTO: Puericultura é a arte de promover e proteger a saúde das crianças, através de uma atenção integral, compreendendo a criança como um ser em desenvolvimento com suas particularidades. É uma especialidade médica contida na Pediatria que leva em conta a criança, sua família e o entorno, analisando o conjunto bio-psico-sócio-cultural. A puericultura realizada na Atenção básica através do enfermeiro juntamente com o médico tem como objetivo atender a todas as crianças de 0 a 10 anos, desenvolvendo ações de promoção à saúde e prevenção de doenças ou agravos, prestando assistência de forma integrada, acompanhando o processo de crescimento e desenvolvimento, monitorando os fatores de risco ao nascer e evolutivo, garantindo um atendimento de qualidade. O crescimento e desenvolvimento da criança dependem principalmente do atendimento de suas necessidades essenciais e da estimulação apropriada de suas potencialidades. O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento é utilizado em todo o mundo com excelentes resultados, sendo realizado de forma simples, econômica e de fácil aplicabilidade, servindo como instrumento de controle e avaliação do processo evolutivo da criança e detecção precoce de possíveis problemas.A manutenção do estado de saúde será alcançada através de medidas de promoção de saúde e prevenção de doenças ou agravos contidas nas ações de vigilância à saúde que integram as consultas de puericultura programadas e realizadas nas unidades de saúde, além das visitas domiciliares O enfermeiro deverá conhecer os aspectos mais relevantes do desenvolvimento e estar preparado para fazer algumas intervenções, se necessária, identificando com clareza aquelas crianças que devem ser referidas para tratamento especializado. Através do acompanhamento da criança saudável – puericultura – priorizando aquelas de maior risco de adoecer e morrer espera-se reduzir a incidência de doenças aumentando suas chances de crescer e desenvolver-se a alcançar todo seu potencial.Tendo em vista a diversidade em termos de condições de vida, condições de trabalho e panorama epidemiológico encontrado sugere-se aos profissionais adequarem às recomendações apresentadas, identificando prioridades e elaborando um plano de intervenção que alcance as especificidades de cada área. 4.1 A assistência tem como objetivo: - Diminuir o índice de morbimortalidade infantil - Prevenir doenças evitáveis na infância - Aumentar cobertura vacinal - Realizar calendário de atendimento da criança no município - Proporcionar assistência diferenciada e vigilância sobre o recém-nascido e outras - Estimular o aleitamento materno - Proporcionar um sistema de vigilância e combate à desnutrição infantil - Promover a intersetorialidade. - Encaminhar para consulta médica a qualquer agravo e/ou alteração 5. Fatores de Risco Tendo em vista a realização de uma assistência integral de enfermagem, a criança deverá ser avaliada, em relação aos riscos identificados ao nascer e alterações que possam adquirir durante seu crescimento, além de fatores que influenciam na produção da saúde ou da doença na população infantil. A partir da identificação dos fatores de risco é possível definir grupos mais vulneráveis e, por ações específicas eliminar ou amenizar os riscos. Risco ambiental: ausência de saneamento básico, tipo de moradia, morador distante da UBS; perda materna. Risco socioeconômico:desemprego, ausência de escolaridade materna, área social de risco, idade materna, parto fora de ambiente hospitalar, nº de filhos vivos e mortos > = 5 anos; mãe portadora de alguma patologia e/ou deficiência mental, renda familiar. Risco nutricional: desmame precoce, aleitamento misto, introdução precoce de alimentos inadequados para idade; desnutrição. Risco biológico: baixo peso ao nascer, prematuridade, patologia com internação após alta materna, malformação congênita, gemelaridade. É importante, identificar as crianças de risco ao nascer ou de risco adquirido durante a sua evolução para que seja possível planejar adequadamente ações que lhes assegure o melhor padrão de crescimento e de desenvolvimento. 6. Organização da Assistência à Criança A organização da assistência inicia-se pela captação precoce da criança, ainda na vida uterina, devendo assim, contemplar uma série de atividades programadas, de atendimentos individuais e coletivos e atividades educativas e promocionais com as famílias. Em qualquer circunstância, o acesso ao serviço de saúde deve ser garantido. Toda oportunidade de contato com a família e a criança, seja em visita domiciliar pelo Agente Comunitário de Saúde, em demanda espontânea na UBS, deve ser aproveitada para a inscrição no programa e início das atividades previstas. Todas as crianças da área de abrangência da UBS devem estar cadastradas e incluídas no programa de acompanhamento. O eixo da assistência à criança é centrado em seu acompanhamento do crescimento e desenvolvimento. O Cartão da Criança é o principal instrumento utilizado para esse acompanhamento e deve ser visto com um “cartão de identidade” da criança até cinco anos. 7. Atribuições Do Enfermeiro Na Assistência À Criança Saudável Realizar consulta de enfermagem. Realizar visitas domiciliares nos primeiros sete dias de vida do recém-nascido e quando necessário. Realizar busca de faltosos Orientar, treinar e supervisionar os auxiliares de enfermagem em suas atividades relacionadas à saúde da criança. Definir atribuições e delegar tarefas para a equipe de enfermagem. Promover a integração da equipe no desenvolvimento das atividades. Promover atividades educativas na UBS e na comunidade tanto individual quanto coletiva. Promover acompanhamento e orientação sobre aleitamento materno. Marcar os dados antropométricos no gráfico de crescimento (após mensuração e pesagem em consulta), ensinando as mães como interpretá-los e informar sobre a importância dos mesmos. Agendar, orientar e executar a vacinação das crianças. Prescrever as dietas alimentares, quando necessário, e orientar as mães quanto ao seu preparo e oferta às crianças. Prescrever medicamentos básicos, conforme a lei do exercício profissional (Lei 7498), aprovados pela secretaria de saúde, conforme em anexo n.º 7.5.4. Orientar os familiares das crianças e auxiliares de enfermagem quanto às prescrições. Fazer a solicitação de exames, estabelecidos pela secretaria de saúde, quando necessário. 8. Atividades educativas na assistência á criança Vale ressaltar a importância das atividades educativas na assistência de enfermagem às crianças. Tais atividades devem permear todas as ações desenvolvidas. Além da educação individual durante as consultas, o (a) enfermeiro (a) deverá promover atividades educativas coletivas, sejam elas em grupo dentro e fora da UBS (escolas, creches, grupos de mães, sala de espera...) ficando a critério das equipes a operacionalização de tais atividades. 9. Seguimento da Criança 9.1. O Calendário de Acompanhamento O acompanhamento da criança, inicia-se com a visita domiciliar durante há primeira semana após nascimento. Recomenda-se no primeiro ano de vida, sendo uma etapa de grande vulnerabilidade, um total de sete consultas individuais, realizadas por médicos e enfermeiros. No segundo ano, são recomendadas duas consultas individuais e a partir de 2 anos, até 5 anos, 1 consulta individual ano. Sugerimos o seguinte acompanhamento: 1. Mensal até 6 meses de idade. 2. Trimestral entre 6 meses a 2 anos de idade. 3. Semestral entre 2 a 5 anos de idade. A primeira consulta à criança deve ser realizada pelo médico. As demais podem ser desenvolvidas pelo (a) enfermeiro (a) ou intercaladas com o médico conforme critério da equipe desde que a criança seja classificada como sadia. 9.2. Roteiro Para o Exame Físico e Particularidades da Criança Os dados antropométricos (peso, altura e perímetro cefálico) devem ser realizados em todos os atendimentos e anotados no Cartão da Criança e analisados em curvas de crescimento adequadas. O exame não deve ser realizado quando a criança encontra-se com fome e irritada, nem após a amamentação, pois pode provocar a regurgitação do leite ingerido, além de estar hipotônico e sonolento. O exame deve ser rápido e completo, pois o recém-nascido tolera pouco a exposição ao frio, com risco de hipotermia. Inicia-se sempre pela avaliação da frequência respiratória (contar 1 minuto) e cardíaca, seguida da ausculta desses aparelhos. Esta etapa do exame dever ser realizada, de preferência, com o RN ainda vestido, pois a manipulação desencadeia reflexos primitivos, choro e taquicardia, falseando a avaliação. Na sequência avaliar a atividade espontânea do RN, sua reatividade e tônus, a qualidade do choro, temperatura corporal, estado de hidratação, perfusão capilar e reflexos (moro, sucção, preensão palmar, plantar e de marcha). Inspeção geral: - visão geral: pele e mucosas: cianose, icterícia ou palidez; - estado de consciência; - aparência; - grau de atividade; - desenvolvimento; Cabeça: Inspeção: face, implantação do cabelo, do pavilhão auricular, grau de palidez na conjuntiva e na mão, pêlos, pescoço (tumorações); Palpação: crânio: conformação, fontanelas e grau de tensão dessas, perímetro cefálico, tumefações (bossa) olhos: mucosa conjuntiva (coloração, lesões), presença de nistagmo, estrabismo, exoftalmia, secreções nariz: obstrução, mucosa, batimentos de asa de nariz boca: dentes, gengiva, língua, amígdalas, lábios, mucosa oral, palato linfonodos: tamanho, consistência, mobilidade e sinais inflamatórios pescoço: tumorações, lesões, rigidez, palpação da traquéia, pulso venoso; Membros Superiores: Inspeção: lesões de pele, cicatriz de BCG, articulações, simetria; Percussão: reflexos; Palpação: temperatura axilar, reflexo de preensão palmar, linfonodos axilares, perfusão capilar, pulso radial, unhas, simetria, tônus e força muscular; Tórax: Inspeção: forma, simetria, mobilidade, lesões na pele, respiração (tipo, ritmo, amplitude); (Freqüência,esforço respiratório) e mamas (desenvolvimento e simetria); Percussão: timpanismo ou macicez; Palpação: linfonodos supraclaviculares, expansibilidade, pontos dolorosos; Ausculta: ruídos respiratórios audíveis, caracterização de sons respiratórios, ruídos Adventícios; Região Posterior do Tórax: Inspeção: forma, simetria, mobilidade e lesões de pele. 10. Visita Domiciliar ao Recém-nascido e Puérpera O Recém-nascido (RN) é a designação de toda criança do nascer até o 28º dia de vida. Durante essa fase, o ser humano encontra-se vulnerável, bilógica e emocionalmente, necessitando de cuidados especiais. Crescimento e desenvolvimento acelerados, imaturidade funcional de diversos órgãos e sistemas, dependência de um cuidador são algumas das características que vão exigir uma abordagem diferenciada em relação às outras faixas etárias, onde a assistência ao RN na Unidade de Saúde da Família deve iniciar-se logo após a alta da maternidade. O Agente Comunitário de Saúde deverá fazer visita domiciliar à puérpera e ao RN nas primeiras 24 horas após a alta, pois é objetivo dessa visita é Identificar precocemente os RN com história de parto e/ou sinais gerais de perigo. Acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento 10.1.1. Crescimento O crescimento é um processo biológico, de multiplicação e aumento do tamanho celular, expresso pelo aumento do tamanho corporal e, portanto, ele cessa com o término do aumento em altura (crescimentolinear). É considerado como um dos melhores indicadores de saúde da criança, em razão de sua estreita dependência de fatores ambientais, como alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e de higiene, condições de habitação e saneamento básico, acesso aos serviços de saúde, refletindo assim, as condições de vida da criança, no passado e no presente. Portanto, pode-se dizer que o crescimento sofre influências de fatores intrínsecos (genéticos, metabólicos e malformações) e de fatores extrínsecos (alimentação, saúde, higiene,habitação e cuidados gerais com a criança). Sendo assim, a altura final do indivíduo é o resultado da interação entre sua carga genética e os fatores do meio ambiente que permitirão a maior ou menor expressão do seu potencial genético. Nas crianças menores de cinco anos, a influência dos fatores ambientais é muito mais importante do que a dos fatores genéticos para expressão de seu potencial de crescimento. 10.1.2. Acompanhamento do Crescimento Cada contato entre a criança e os serviços de saúde, deve ser tratado como uma oportunidade para a análise integrada e preditiva de sua saúde, e para uma ação resolutiva, de promoção da saúde, com caráter educativo. A avaliação periódica do ganho de peso permite o acompanhamento do progresso individual da cada criança, identificando aquelas de maior risco de morbimortalidade, identificando um alarme precoce para a desnutrição. A partir da consulta de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento é também possível o estabelecimento de condutas curativas dirigidas aos processos patológicos presentes e o estabelecimento de condutas preventivas, adequadas a cada idade. 10.1.3. Avaliação do Crescimento Peso A forma mais adequada para o acompanhamento do crescimento de uma criança,é o registro periódico do peso no Gráfico Peso/Idade do Cartão da Criança, onde o enfermeiro deve anotar todas as informações sobre a história de crescimento e desenvolvimento da criança. Crescimento ponderal Ao nascer: meninos: 3250g a 3500g Meninas: 3000g a 3250g Baixo peso: abaixo de 2500g Macrossomia: acima de 4000g Aquisição de peso: No 1º ano: 1º trimestre: 700g/mês = total de 2100g 2º trimestre: 600g/mês = total de 1800g 3º trimestre: 500g/mês = total de 1500g 4º trimestre: 400g/mês = total de 1200g Total no 1º ano de 6600g No 2º ano: 1º semestre: 200g/mês = total de 1200g 2º semestre: 180g/mês = total de 1080g Total no 2º ano de 2280g A partir do 2º ano: P = idade X 2+9 Toda vez que a criança é pesada, esse peso é marcado com um ponto no encontro da linha correspondente ao peso observado (eixo vertical) e da linha correspondente à idade da criança (eixo horizontal). A união desses pontos marcados em cada consulta, formará o traçado do canal de crescimento da criança naquele período. Para a avaliação do crescimento individual de uma criança devem ser considerados dois aspectos: a) observar a posição do peso em relação aos pontos de corte superior e inferior: Acima do percentil 97: classificar como sobrepeso; Entre os percentis 97 e 3 : faixa de normalidade nutricional; Entre os percentis 10 e 3 : classificar como risco nutricional; Entre os percentis 3 e 0,1 : classificar como peso baixo; Abaixo do percentil 0,1: classificar como peso muito baixo. b) observar a posição e também o sentido do traçado da curva de crescimento da criança: Posição da linha que representa o traçado de crescimento da criança: entre os percentis 97 e 3, corresponde ao caminho da saúde; Sentido do traçado da curva da criança (ascendente, horizontal ou descendente), desenhada em linha contínua a partir da ligação de dois ou mais pontos com intervalos não superiores há dois meses. As consultas para o acompanhamento da criança devem ser tratadas como um importante momento para a coleta de medidas antropométricas e à orientação da mãe sobre os cuidados básicos indispensáveis à saúde de seu filho. Estatura Em relação à estatura, a medição em crianças até 2 anos, ocorre em plano horizontal, em colchão firme, com o auxílio do antropômetro. A cabeça deve estar no mesmo eixo do tronco, evitando lateralizações, flexões e extensões do pescoço. Os pés deverão estar em posição plantar, evitando ficar na ponta dos pés. Crianças após 2 anos de idade, a medição ocorre em plano vertical, com o auxílio de régua, apoiando em quatro pontos – calcanhares, nádegas, costas e cabeça. A cabeça deverá estar num plano onde a porção superior da implantação da orelha e o canto externo do olho esteja num ângulo reto com o plano vertical. A atenção especial deve ser dada aos pacientes com percentil estatura-idade menor ou igual a 3. Em casos de déficit de estatura, é provável que a causa seja uma alimentação deficiente em quantidade e/ou qualidade e histórias de infecções de repetição no passado ou ainda persistente. Em déficit muito acentuado, essas crianças devem ser encaminhadas ao atendimento médico da equipe e/ou ao serviço de referência. Crescimento Estatural Ao nascer: de 48 cm a 52 cm, sendo a média de 50 cm Aquisição de peso No 1º ano: 1º trimestre: 3 cm/mês = total de 9 cm 2º trimestre: 2 cm/mês = total de 6 cm 3º trimestre: 5 cm 4º trimestre: 5 cm Total no 1º ano de 25 cm No 2º ano: 10 cm No 3º ano: 10 cm Do 4º ano à puberdade: 5-7 cm/ano Perímetro Cefálico e Perímetro Torácico O perímetro cefálico (PC) é uma importante variável para avaliar crescimento da cabeça/cérebro de crianças nos dois primeiros anos de vida. Além dessa idade, o PC cresce tão lentamente que sua medida não reflete alterações no estado nutricional. O perímetro adequado é expresso na forma de uma faixa de normalidade que se situa entre os percentis 10 e 90. NO perímetro torácico (PT), não se presta para o acompanhamento do crescimento infantil, uma vez que alterações neste parâmetro são lentas, variando muito pouco com o aumento da idade, sendo útil para a triagem de prováveis casos de desnutrição (entre os seis meses e cinco anos de idade). Relação Perímetro Cefálico/Perímetro Torácico (PC/PT) Do nascimento até 6 meses: PC > PT Acima de 6 meses: PC < PT OBS: inversão da relação PC/PT: entre 0 e 3 meses: Com PT normal = microcefalia Com PC normal = microssomia Inversão da relação PC/PT: acima de 6 meses: Com PT normal = hidrocefalia Com PC normal = desnutrição importante Obs.: Em caso de inversão da relação PC/PT nesse período, se faz necessário a criança ser encaminhada para avaliação médica. 11 - CONCLUSÃO Este Trabalho tem como objetivo expor algumas ações desenvolvidas em uma UBS pela equipe de enfermagem ressaltando a importância desse profissional nas unidades básicas. Diante do exposto é possível verificar como é importante e rica a presença do enfermeiro nas UBS. O campo de estágio em particular estimula que os novos profissionais aprendam a lidar com as diferenças, dificuldades, e peculiaridades das pessoas, pois durante a graduação não é possível vivenciar de fato a realidade que a maioria irá encontrar, e relacionando a prática com a teoria o resultado para nós como acadêmicos e bem mais enriquecedores, com o auxilio e acompanhamento da equipe, da preceptora e dos manuais e protocolos da saúde, seguindo sempre a consulta dentro dos parâmetros. Todas as atividades desenvolvidas foram muito gratificantes e tiveram um ótimo retorno, tanto para o aprendizado individual, como para o aprendizado coletivo, onde foi possível ensinar e aprender, e essa troca de saberes são de suma importância para qualquer profissional REFERÊNCIAS: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de puericultura crescimento e desenvolvimento da criança e do adolescente; [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – 1. Ed. rev. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. 318 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, n° 33) ISBN 978-85-334-2043-4 1. Atenção Básica. 2. Atenção à Saúde. Título. II. Série. http//dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.phpacessado em: 17/09/15 as 10:30 m.