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FARMÁCIA CLÍNICA Prof. Drª Lucimar Marques Pinto Brod FARMÁCIA CLÍNICA A farmácia hospitalar, iniciou o seu desenvolvimento nos Estados Unidos, no século XVIII. Seu início foi modesto, tendo grandes avanços apenas no século XX. Durante e após a guerra civil, com a expansão dos hospitais e a participação efetiva dos farmacêuticos na preparação das medicações, firmou-se nesse contexto o farmacêutico hospitalar. Sua regulamentação só ocorreu em 1950, em Portugal. Com o desenvolvimento de medicamentos cada vez mais específicos e com efeitos colaterais e tóxicos, o farmacêutico passou a ser requerido para analisar esses efeitos sobre os pacientes, surgindo assim a farmácia clínica nos Estados Unidos. A farmácia clínica é uma expressão criada para descrever o trabalho do farmacêutico, cujas principais atividades são interagir com a equipe de saúde, avaliar e monitorar a resposta terapêutica dos pacientes, fazer intervenções farmacológicas, recomendações e fornecer informações sobre os medicamentos. III - a Assistência Farmacêutica trata de um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e o seu uso racional. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA X ATENÇÃO FARMACÊUTICA Política Nacional de Assistência Farmacêutica - Conceito Envolve: – desenvolvimento e produção de medicamentos e insumos; – seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação; – garantia da qualidade dos produtos e serviços; – acompanhamento e avaliação de sua utilização. Assistência Farmacêutica Ciclo de assistência farmacêutica ATENÇÃO FARMACÊUTICA ATENÇÃO FARMACÊUTICA Elementos Indispensáveis •Ser realizada por um farmacêutico; •Cumprir os requisitos da legislação vigente quanto a exigência da receita médica; •Requer a disponibilidade de procedimentos normatizados de trabalho para a entrevista, tomada de decisões e informação ao usuário; •Requer a disponibilidade de protocolos e guias para o caso de indicação terapêutica; •Registrar e documentar todas as atividades realizadas; •Fomentar a comunicação com outros profissionais de saúde. PRM – Problemas relacionados aos medicamentos 1. Educação em saúde; 2. Orientação farmacêutica; 3. Dispensação; 4. Atendimento Farmacêutico; 5. Seguimento farmacoterapêutico; 6. Registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos resultados. ATENÇÃO FARMACÊUTICA - Macrocomponentes EDUCAR Conhecimentos Compreensão Habilidades MUDANÇA DE ATITUDE Educação em saúde Educação em saúde • Comunicação e marketing: confecção de folhetos explicativos, cartazes, painéis ou murais em ambiente interno ou externo à farmácia. Automedicação Risco para crianças Terceira idade Gravidez e lactação Alcoolismo Reutilização de receita Duplicação de dose Validade Hábitos alimentares Atividade física Estilo de vida Modelo de Aprendizagem do comportamento Orientação farmacêutica • Consiste no fornecimento de informações ao paciente com objetivo de ajudá-lo a seguir adequadamente um determinado regime medicamentoso prescrito. • Trata-se da complementação da orientação realizada pelo prescritor, bem como uma forma de relembrar as que foram esquecidas pelo paciente ou aquelas que não julgou importante. Orientação farmacêutica • O farmacêutico deve: -Certificar-se que o paciente está apto a se cuidar, participar ativamente no seu processo de cuidado e adotar práticas mais saudáveis; - Identificar possíveis causas de não-adesão ao tratamento e sugerir estratégias para contornar essas dificuldades; - Assegurar-se de que entendeu o que lhe foi relatado e o que foi entendido pelo paciente, verificando a necessidade de orientações escritas. Orientação farmacêutica O processo de Orientação Farmacêutica constitui-se de um ordenamento lógico da anamnese farmacológica e oportuniza ao paciente refletir sobre o que sabe (perguntas que fazem pensar) e/ou recordar-se de pontos de que não se lembra ou não achou importante . Por esse processo pode-se identificar as áreas sobre as quais o paciente necessita de educação e aconselhamento. Detalhando a informação Duração do tratamento O que usar Como administrar Como usar Horários de administração Como preparar Reações adversas Doses Por que usar Vias de administração Quantidade de medicamentos Interações Auto- monitoramento Orientação farmacêutica • Elementos importante da orientação ao paciente: Perguntas que um paciente deve fazer e que o profissional de saúde deve saber responder : 1 - Para que e como? a) que remédio é este e como você espera que ele me ajude? b) Como devo toma-lo? c) Poderei ser capaz de perceber se ele me faz bem? 2 - O que é importante? a) Por que é importante eu tomar este remédio? b) O que aconteceria se eu não tomasse? Informação 3 - Alguns efeitos indesejáveis: a) O remédio provoca algum outro efeito que eu possa prevenir? b) O remédio causa algum problema? c) Posso dirigir carro (ou trabalhar com algum instrumento, enquanto estou tomando o remédio? d) d) Posso tomar outros remédios ou plantas medicinais se quiser? e) Interfere com bebida alcoólica? 4 - Durante quanto tempo? a) Vou tomar o remédio durante quanto tempo? b) Que faço se o remédio sobrar? Informação Dispensação farmacêutica Procedimentos e recomendações: – Avaliar a prescrição sob seus aspectos legais; – Avaliar se o solicitante é o próprio usuário do medicamento; – Separar o medicamento; – Orientar para o uso correto; – Orientar sobre cuidados gerais; – Triar usuários que necessitam de outros atendimentos; – Efetuar o registro conforme normas vigentes. Atendimento farmacêutico SELEÇÃO DE PACIENTES: Os critérios de captação/acompanhamento de pacientes deve considerar aspectos criteriosos de acordo com o perfil estabelecido para a sua farmácia e, portanto, para o(s) atendimento(s) que poderá(ão) ser realizado(s). Poderemos perceber entre os pacientes, aqueles que: 1. Solicitam medicamentos essenciais para a compra: hipertensos, diabéticos, asmáticos, geriátricos, portador de gastrite(úlcera); 2. Sugerem problemas identificados como RAMs; 3. utilizam medicamentos com estreita margem terapêutica ou potencialmente tóxicos; 4. São polimedicados; 5. São gestantes e/ou lactantes; 6. Apresentam baixo índice cognitivo ou de compreensão das ordens médicas; 7. Utilizam medicamentos relacionados com a saúde mental; 8. Apresentam risco: obesos, alcoólicos, entre outros. Atendimento farmacêutico – SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO SELEÇÃO DE PACIENTES: Os critérios de captação/acompanhamento de pacientes deve considerar aspectos criteriosos de acordo com o perfil estabelecido para a sua farmácia e, portanto, para o(s) atendimento(s) que poderá(ão) ser realizado(s). Poderemos perceber entre os pacientes, aqueles que: 1. Solicitam medicamentos essenciais para a compra: hipertensos, diabéticos, asmáticos, geriátricos, portador de gastrite(úlcera); 2. Sugerem problemas identificados como RAMs; 3. utilizam medicamentos com estreita margem terapêutica ou potencialmente tóxicos; 4. São polimedicados; 5. São gestantes e/ou lactantes; 6. Apresentam baixo índice cognitivo ou de compreensão das ordens médicas; 7. Utilizam medicamentos relacionados com a saúde mental; 8. Apresentam risco: obesos, alcoólicos, entre outros. Acompanhamento/seguimento terapêutico É um componente da ATENÇÃO FARMACÊUTICA e configura um processo no qual o farmacêutico se responsabiliza pelas necessidades do usuário relacionadas ao medicamento, por meio da detecção, prevenção e resolução dePRM, de forma sistemática, contínua e documentada, com objetivo de alcançar resultados definidos, buscando a melhoria da qualidade de vida do usuário. Atendimento farmacêutico ETAPAS: 1. Apresentação do farmacêutico 2. Escolha de um local privativo 3. Fazer o paciente sentir-se confortável/seguro 4. Comunicar-se ao nível dos olhos 5. Impedir possíveis distrações 6. Esclarecer os objetivos da AtenFar 7. Obter permissão do paciente ou responsável para a entrevista (inscrição) 8. Ouvir o paciente 9. Estabelecer um plano de acompanhamento 10. Finalizar a entrevista Atendimento farmacêutico •ter conhecimentos consistentes de anatomia, fisiologia, fisiopatologia e farmacologia; •demonstrar segurança durante a realização do processo; •ser capaz de avaliar as fontes de informação disponíveis; •dominar as técnicas de comunicação necessárias ao desenvolvimento de ações educativas; •demonstrar capacidade de sensatez para a tomada de decisões; •saber ler e entender textos em inglês e a tecnologia de informática; •estabelecer um relacionamento agradável sem, contudo, envolver-se emocionalmente com as pessoas incluídas no processo; •usar de toda habilidade necessária para conduzir todo o processo de aconselhamento da melhor forma possível. Características do responsável pelo acompanhamento Através da compreensão de sua patologia, seu tratamento medicamentoso e não medicamentoso aumentar a adesão e o uso racional de medicamentos propiciando: • Cura de uma doença; • Eliminação ou redução da sintomatologia; • Detenção ou diminuição do processo da doença; • Prevenção de uma doença ou de uma sintomatologia. Resultados esperados na atenção farmacêutica Paciente . melhor adesão ao tratamento . maior conhecimento sobre sua doença e controle . maior participação do autocuidado . atendimento personalizado . detecção de efeitos adversos e sugestões para atenuá-los . menores custos na aquisição de medicamentos . melhor qualidade de vida Farmacêutico . maior satisfação ao aplicar conhecimentos e habilidades . maior compromisso com a saúde da população . aperfeiçoamento contínuo . reconhecimento por parte dos pacientes e equipe de saúde . crescimento profissional Atenção Farmacêutica – Discussão em grupo Farmácia . maior prestígio com os clientes . satisfação dos clientes . motivação dos funcionários . criação de parcerias . diferenciação perante a concorrência . oportunidade de desenvolver programas de ação social . possibilidade de melhoramento econômico - População cada vez mais entende o papel do farmacêutico Médicos e sistema de saúde . pacientes mais motivados . pacientes mais cumpridores do tratamento . atualização terapêutica . oportunidade de trabalhar em equipe Atenção Farmacêutica – Discussão em grupo LEGISLAÇÃO Sobre o artigo 7: I – Estabelecer e conduzir uma relação de cuidado centrada no paciente; “relação humanizada que envolve o respeito às crenças, expectativas, experiências, atitudes e preocupações do paciente ou cuidadores quanto às suas condições de saúde e ao uso de medicamentos, na qual farmacêutico e paciente compartilham a tomada de decisão e a responsabilidade pelos resultados em saúde alcançados”. III - Participar do planejamento e da avaliação da farmacoterapia, para que o paciente utilize de forma segura os medicamentos de que necessita, nas doses, frequência, horários, vias de administração e duração adequados, contribuindo para que o mesmo tenha condições de realizar o tratamento e alcançar os objetivos terapêuticos; IV – Analisar a prescrição de medicamentos quanto aos aspectos legais e técnicos; V – Realizar intervenções farmacêuticas e emitir parecer farmacêutico a outros membros da equipe de saúde, com o propósito de auxiliar na seleção, adição, substituição, ajuste ou interrupção da farmacoterapia do paciente; Sobre o artigo 7: Temos por definição, intervenções farmacêuticas como sendo: “ato profissional planejado, documentado e realizado pelo farmacêutico, com a finalidade de otimização da farmacoterapia, promoção, proteção e da recuperação da saúde, prevenção de doenças e de outros problemas de saúde. Lista de medicamentos do paciente: relação completa e atualizada dos medicamentos em uso pelo paciente, incluindo os prescritos e os não prescritos, as plantas medicinais, os suplementos e os demais produtos com finalidade terapêutica.” VI – Participar e promover discussões de casos clínicos de forma integrada com os demais membros da equipe de saúde; VII - Prover a consulta farmacêutica em consultório farmacêutico ou em outro ambiente adequado, que garanta a privacidade do atendimento; Conforme a RDC em discussão, consulta farmacêutica é definida como: “lugar de trabalho do farmacêutico para atendimento de pacientes, familiares e cuidadores, onde se realiza com privacidade a consulta farmacêutica. Pode funcionar de modo autônomo ou como dependência de hospitais, ambulatórios, farmácias comunitárias, unidades multiprofissionais de atenção à saúde, instituições de longa permanência e demais serviços de saúde, no âmbito público e privado”. Da mesma maneira, consultório farmacêutico tem como definição: “procedimento de coleta de dados sobre o paciente, realizada pelo farmacêutico por meio de entrevista, com a finalidade de conhecer sua história de saúde, elaborar o perfil farmacoterapêutico e identificar suas necessidades relacionadas à saúde”. VIII -Fazer a anamnese farmacêutica, bem como verificar sinais e sintomas, com o propósito de prover cuidado ao paciente; IX - Acessar e conhecer as informações constantes no prontuário do paciente; X - Organizar, interpretar e, se necessário, resumir os dados do paciente, a fim de proceder à avaliação farmacêutica; XI - Solicitar exames laboratoriais, no âmbito de sua competência profissional, com a finalidade de monitorar os resultados da farmacoterapia; XII - Avaliar resultados de exames clínico-laboratoriais do paciente, como instrumento para individualização da farmacoterapia; XIII - Monitorar níveis terapêuticos de medicamentos, por meio de dados de farmacocinética clínica; XIV - Determinar parâmetros bioquímicos e fisiológicos do paciente, para fins de acompanhamento da farmacoterapia e rastreamento em saúde; XV - Prevenir, identificar, avaliar e intervir nos incidentes relacionados aos medicamentos e a outros problemas relacionados à farmacoterapia; XXIII - Fazer a evolução farmacêutica e registrar no prontuário do paciente; Segundo a RDC referida, evolução farmacêutica tem por definição: “registros efetuados pelo farmacêutico no prontuário do paciente, com a finalidade de documentar o cuidado em saúde prestado, propiciando a comunicação entre os diversos membros da equipe de saúde”. Fonte: Anvisa Art. 5º - O farmacêutico poderá realizar a prescrição de medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica, incluindo medicamentos industrializados e preparações magistrais - alopáticos ou dinamizados - plantas medicinais, drogas vegetais e outras categorias ou relações de medicamentos que venham a ser aprovadas pelo órgão sanitário federal para prescrição do farmacêutico. O exercício do ato da prescrição deverá estar fundamentado em conhecimentos e habilidades clínicas, que abranjam: Boas práticas de prescrição Fisiopatologia Semiologia Comunicação interpessoal Farmacologia clínica e terapêutica § 1º -Para o exercício deste ato será exigido, pelo Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição, o reconhecimento de título de especialista ou de especialista profissional farmacêutico na área clínica, com comprovação de formação que inclua conhecimentos e habilidades em boas práticas de prescrição, fisiopatologia,semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica. § 2º - Para a prescrição de medicamentos dinamizados será exigido, pelo Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição, o reconhecimento de título de especialista em Homeopatia. § 3º - É vedado ao farmacêutico modificar a prescrição de medicamentos do paciente, emitida por outro prescritor, salvo quando previsto em acordo de colaboração, sendo que, neste caso, a modificação, acompanhada da justificativa correspondente, deverá ser comunicada ao outro prescritor. O processo de prescrição farmacêutica é constituído das etapas apresentadas na tabela 2, conforme o 7° artigo da resolução. Etapas para prescrição farmacêutica I - identificação das necessidades do paciente relacionadas à saúde II - definição do objetivo terapêutico III - seleção da terapia ou intervenções relativas ao cuidado à saúde, com base em sua segurança, eficácia, custo e conveniência, dentro do plano de cuidado IV - redação da prescrição V - orientação ao paciente VI - avaliação dos resultados VII - documentação do processo de prescrição Componentes mínimos para a prescrição farmacêutica Componentes mínimos para a prescrição farmacêutica I - Identificação do estabelecimento farmacêutico, consultório ou do serviço de saúde ao qual o farmacêutico está vinculado II - nome completo e contato do paciente III - descrição da terapia farmacológica, quando houver, incluindo as seguintes informações: a) nome do medicamento ou formulação, concentração/dinamização, forma farmacêutica e via de administração; b) dose, frequência de administração do medicamento e duração do tratamento; c) instruções adicionais, quando necessário. IV - descrição da terapia não farmacológica ou de outra intervenção relativa ao cuidado do paciente, quando houver V- nome completo do farmacêutico, assinatura e número de registro no Conselho Regional de Farmácia VI - local e data da prescrição Fonte: Conselho Federal de Farmácia .Disponível em www.cff.org.br Modelo de Receita
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