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resumo de história

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Machado e Figueiredo dizem 
que o profissional da área de 
saúde, para cuidar de 
doentes graves em 
terminais, preciso estar 
preparado, no sentido ser 
capaz de informar os 
familiares com linguagem 
acessível, pois, por inibição, 
muitas vezes eles não 
questiona as informações 
quando não as 
compreendem 
Kluber-Ross relata que, ao 
evitar falar uma família e o 
paciente sobre seu estado 
de saúde, nós estamos 
prejudicando mas que 
beneficiando, existe um bom 
momento para ouvir e 
compartilhar seus 
sentimentos, ao seu lado e 
tocando.
Braz e Fernandes comentam 
que ensinar sobre a vida e 
não falar da morte é deixar 
de lado uma parte 
importante da existência, já 
que nascer e morrer são 
extremos de um mesmo 
fenômeno chamado vida.
Lunardi Filho afirmam que 
der suporte e apoio 
emocional para quem está 
necessitado, deixando de 
lado crenças, valores 
religiosos, preconceito sobre 
a morte e passar a ver o 
paciente terminal como 
pessoa de sua própria 
vontade, com direito a morte 
digna, é o que preconiza 
assistência humanizada 
prestada pela equipe multi 
profissional.
A eutanásia É diferente de 
um suicídio assistido aonde 
o paciente tomo remédio 
para se suicidar.
Quando aumenta em todos 
os meios do Sistema a 
campanha do Discurso 
Cultural Dominante a favor 
do assassinato dos fracos, 
camuflando-o como 
misericórdia ou direito, este 
artigo complementa o 
magnífico estudo "A 
eutanásia: um estudo geral" 
editado no nº 30 desta 
publicação. Também se 
recomenda visitar a 
completa página de Vida 
Humana referente a este 
assunto
Apresentamos a seguir 
algumas idéias que  poderão 
nos ajudar a refutar os 
principais argumentos a 
favor dos crimes da 
eutanásia e do suicídio 
assistido
Nosso objetivo é lhe 
proporcionar ao leitor uma 
visão sintética da 
mentalidade anti vida da 
eutanásia e o suicídio 
assistido, seus principais 
argumentos, a refutação dos 
mesmos e a visão pró-vida 
que deve substituir a dita 
mentalidade antivida.
1. Uma colocação 
equivocada
Os argumentos em pró da 
eutanásia e o suicídio 
assistido exploram o medo 
normal que todos temos, 
nem tanto da morte em si, 
mas sim do sofrimento e  
solidão diante dela. Este 
sofrimento é causado muitas 
vezes pelo uso exagerado 
de "meios 
desproporcionados" da 
medicina, quer dizer, meios 
que infligem cargas graves 
(dores agudas, etc.) ao 
doente e que são maiores 
que os benefícios que se 
supunham deviam lhe 
oferecer. Como ninguém 
quer estar nessa situação, 
nem deve estar, os 
promotores da eutanásia e 
do suicídio assistido se 
aproveitam desse temor 
normal expondo uma 
alternativa equivocada.
No que consiste essa 
colocação equivocada dos 
promotores da eutanásia e o 
suicídio assistido? Consiste 
em propor duas alternativas 
extremas:
1) ou aplicamos a eutanásia 
ao doente
2) ou morrerá 
irremediavelmente cheio de 
dor e sofrimento.
Logicamente, este 
argumento suscitará a 
aceitação de muitos que 
acreditam erroneamente 
que essas são as duas 
únicas opções. A razão 
disso é que muita gente crie, 
equivocadamente também, 
que o que ensina a religião 
ou a medicina é que 
devemos manter o doente 
com vida não importa os 
meios que se utilizem e que 
o não fazê-lo constitui um 
ato de eutanásia. Então 
concluem que eles estão 
também a favor da 
eutanásia.
Isto é um lamentável 
engano. Em primeiro lugar 
não é um ato de eutanásia o 
retirar ou o negar-se a 
proporcionar "meios 
desproporcionados", sempre 
e quando se respeitarem os 
legítimos desejos do doente. 
Por conseguinte não temos 
que manter  um doente 
sofrendo grave e 
indefinidamente por causa 
do uso de  "meios 
desproporcionados". Isto 
implica que a colocação dos 
promotores da eutanásia e o 
suicídio assistido está 
equivocado. Existe uma 
terceira via: que não é nem a 
de matar o doente por meio 
da eutanásia e o suicídio 
assistido, nem tampouco a 
de deixá-lo sofrer 
indefinidamente por causa 
de  "medidas 
desproporcionadas".
Mas, o que acontece  
quando o doente sofre 
dores intensas que não são 
produto de "médidas 
desproporcionados"? 
Nesses casos podemos 
utilizar, de forma adequada, 
os analgésicos ou calmantes 
que a autêntica medicina 
proporcione. Pode ser que 
esses analgésicos tenham 
como efeito colateral a 
aproximação da morte ou a 
perda da consciência, 
parcial ou completa. 
Entretanto, ainda o uso de 
tais calmantes pode ser 
lícito se se cumprirem as 
seguintes condições, as 
quais são muito razoáveis e 
de senso comum:
1) não há outra alternativa 
melhor (não há disponíveis 
outros analgésicos que não 
tenham estes efeitos)
2) não há mais nada que se 
possa fazer
3) trata-se de uma dor grave 
que experimenta um 
paciente terminal, e
4) o doente já cumpriu ou 
pode razoavelmente cumprir 
com seus deveres graves: 
arrumar seus assuntos 
familiares, receber os 
sacramentos, etc.
A intenção aqui não é matar 
o doente por meio de 
fármacos para então  aliviar 
seus sofrimentos, mas sim a 
de lhe aliviar os sofrimentos 
por meio de remédios 
adequados, ainda correndo 
o risco de que a morte se 
aproxime mais rapidamente 
por isso ou que perca a 
consciência, parcial ou 
completamente, sempre e 
quando houver graves 
motivos.
Muitos dos que estão a favor 
da eutanásia e do suicídio 
assistido, alegam 
falsamente  que este 
argumento sobre os 
analgésicos é hipócrita 
porque, dizem eles, é o 
mesmo ato de dar um 
remédio que em definitiva 
pode matar o doente e que a 
única coisa que muda  é 
nossa intenção. A esses tais 
respondemos que não se 
trata só da boa intenção, 
mas sim de proporcionar ao 
doente uma dose adequada 
a sua dor. Muitas vezes a 
eutanásia ocorre quando os 
médicos partidários dela 
proporcionam dose que eles 
sabem matarão o doente. 
Mas quando um médico que 
respeita a vida proporciona 
um analgésico cuja dose 
está encaminhada a aliviar a 
dor, mas que ao mesmo 
tempo e infelizmente pode 
ter um efeito ulterior não 
desejado de acelerar o 
processo da morte e há 
motivos sérios de por meio 
para proporcionar tal 
remédio (os que 
mencionamos antes), então 
não há nenhuma razão para 
chamar  esse ato de 
"eutanásia" nem "suicídio 
assistido". Está claro que 
não é um ato de hipocrisia, 
mas sim se fez o melhor que 
se pôde em uma situação 
difícil. Está claro também 
que se o médico pró vida 
tivesse ao seu dispor um 
analgésico melhor, um que 
não tivesse os efeitos 
mencionados, utilizasse 
esse e não outro. O 
problema muitas vezes é 
que muitos médicos não 
foram treinados 
adequadamente no 
tratamento paliativo e por 
isso é que se acredita que 
não há alternativas.
Aqui merece esclarecer um 
ponto muito importante: 
embora estamos obrigados 
moralmente a nunca matar 
diretamente a um inocente, 
mas sim a respeitar sua vida 
sempre; isto não implica que 
devamos manter sua vida a 
todo custo e com qualquer 
meio. Recordemos que a 
vida corporal é um bem 
muito elevado, inclusive é o 
mais fundamental, a base e 
condição de todos outros, 
mas não é o bem maior que 
existe, a vida espiritual é 
mais importante. Pode ser 
que a serenidade espiritual 
de um doente terminal 
perigue diante da 
experiência de uma dor 
muito intensa, então, com o 
uso adequado de 
analgésicos para acalmar a 
dor, e não para matar, 
tratamos de mitigar-lo 
embora se corra o risco (de 
novo, por graves motivos), 
de que se aproxime a morte 
ou a perda da consciência.
Resumindo, frente à  dor de 
um doente terminal, não 
estamos obrigados a utilizar 
ou a manter o uso de "meios 
desproporcionados". Sim 
estamos obrigados a lhe 
proporcionar as curas 
necessárias ao doente, 
como a água, a alimentação 
(oral ou médica), os 
remédios, os calmantes,a 
ventilação adequada, a 
atenção higiênica e do 
conforto e, acima de tudo, o 
amor e a solidariedade. Não 
temos por que nem 
devemos matar o doente 
nem deixá-lo sofrer 
indefinidamente. A eutanásia 
e o suicídio assistido 
constituem uma hipocrisia e 
uma falsa "compaixão" que 
procuram a via fácil, egoísta 
e cômoda para resolver os 
problemas, em vez de 
sacrificar-se pelo doente e 
lhe dar nosso amor e 
compaixão.
2. O falso "direito" de morrer 
e o direito de viver
Os que promovem a 
eutanásia e o suicídio 
assistido falam do "direito de 
morrer". Na realidade todos 
vamos morrer, de maneira 
que não faz falta inventar um 
"direito" para isso, a 
natureza, queiramos ou não, 
encarregará-se de que 
morramos. Não temos por 
que, nem devemos nos 
apurar neste assunto.
Se o que quer dizer com 
"direito de morrer" é que 
todo ser humano tem o 
direito a morrer em paz e 
dignidade, quando a morte 
natural  chegar, então não 
há nada que objetar. Mas 
infelizmente isso não é o 
que os partidários destes 
crimes querem dizer com o 
falso "direito" de morrer. O 
que eles querem dizer é que 
a pessoa tem o "direito" de 
que lhe apliquem a 
eutanásia, o suicídio 
assistido ou a suicidar, 
inclusive quando ela o 
estime conveniente. Estes 
ativistas chegam também a 
dizer a barbaridade de que o 
ato de matar a si mesmo ou 
de procurar a ajuda de 
outros para obtê-lo é um 
"ato final de auto-
determinação", "libertação" 
ou "morte 
misericordiosa" ("mercy 
killing"). Todos estes termos 
são eufemismos, quer dizer, 
frases bonitas mas 
enganosas, que tentam 
esconder a terrível realidade 
que se pretende promover: a 
eutanásia, o suicídio 
assistido e o suicídio.
Mas possivelmente o que 
mais querem ocultar os 
partidários destes crimes é 
o egoísmo dos saudáveis 
para com os doentes. 
Quando uma sociedade cria 
uma mentalidade propícia à 
eutanásia e ao suicídio 
assistido, em realidade  está 
dizendo aos idosos, aos 
doentes terminais e aos 
familiares dos pacientes 
comatosos: "Olhem, não 
vamos lhes ajudar, não 
vamos estar com vocês para 
aliviar a dor ou para lhes 
ajudar a carregar suas 
cargas, mas sim vamos a 
'ajudaá-los' a que se tirem 
do meio ou vamos fazer o 
com seu consentimento ou 
inclusive sem ele."
Não existe o "direito" de tirar 
a vida nem de pedir que 
outros nos tirem isso, nem 
tampouco, é obvio,  tirar de 
outro, embora nos peça isso. 
As súplicas de um doente ou 
idoso de que o matemos não 
são tanto uma petição de 
morte, mas sim um grito  de 
desespero de uma pessoa 
em uma situação vulnerável 
diante da dor. Vamos 
abandonar a essa pessoa 
nessa situação ou vamos 
ajudar a sair dela para que 
recupere seus cabais e 
receba o amor, a 
solidariedade e a paz que 
necessita antes  morrer de 
forma natural? É uma 
hipocrisia inconcebível dizer 
que o doente terminal tem o 
"direito" a decidir seu 
destino (a morte), quando 
na realidade sua situação 
mental (às vezes causada 
pelos que o rodeiam com 
uma mentalidade em pró da 
eutanásia) é o que o levou a 
esse momento de 
desespero e quando é ele e 
não nós o que está pedindo 
isso.
Entretanto, 
independentemente de uma 
condição de intensa 
vulnerabilidade psicológica, 
o suicídio (assistido ou não) 
e, é obvio, a eutanásia 
sempre são atos graves e 
nunca lícitos. Alguns 
objetam que por que o 
"direito" a morrer pela 
própria mão não existe, se 
for a própria pessoa  que o 
decide. Respondamos a este 
argumento parte por parte.
Em primeiro lugar se trata de 
um argumento circular e 
portanto falacioso. Dizer: 
"eu tenho o direito de 
suicidar-me porque eu 
decido" não prova 
absolutamente nada. No 
fundo implica que a decisão 
própria  justifica tudo, o qual 
é uma aberração e a 
destruição, por princípio, 
não só da vida mesma, mas 
também da convivência 
social.
Mas o pior desta 
mentalidade é a concepção 
erroada da pessoa humana 
que está à base da mesma. 
Em efeito, se eu disser que é 
lícito matar  alguém, ajudá-
lo a que se mate ou me 
matar a mim mesmo porque 
está (ou estou) sofrendo ou 
porque seu (ou meu) vida 
"carece da qualidade ou 
sentido suficiente", então eu 
estou dizendo que a vida 
humana e em último caso a 
pessoa humana tem um 
valor extrínseco e relativo, 
quer dizer, condicionado à 
posse de certas qualidades 
ou vantagens. Estou dizendo 
que a pessoa humana 
carece de uma dignidade ou 
valor intrínseco e absoluto, 
quer dizer, que não vale pelo 
mero feito de ser pessoa, 
mas sim a condição de que 
possua certas qualidades 
(de saúde, etc.) que a 
sociedade considera 
necessárias para que 
mereça continuar vivendo.
Essa forma de pensar, além 
de  desumana e equivocada, 
é extremamente perigosa, já 
que suporta a um declive 
escorregadio e interminável 
de morte. Com efeito, os 
promotores da eutanásia e 
do suicídio assistido 
começaram  retirando a 
água e os alimentos dos 
pacientes comatosos, logo 
promoveram a falsa 
"solução" de  dar uma 
injeção letal com o 
consentimento de seus 
familiares, agora na Holanda 
estão matando os pacientes 
terminais e os idosos 
mesmo sem seu  
consentimento, assim 
continuarão eliminando 
ainda àqueles que não são 
pacientes terminais nem 
pacientes graves nem 
idosos. O "controle de 
qualidade" não terá fim.
A razão fundamental de que 
ninguém tenha o "direito" de 
matar-se ou ajudar a outros 
a fazê-lo é porque todos 
temos uma dignidade, quer 
dizer, um valor intrínseco e 
absoluto, e os valores assim 
não se destroem, protegem-
se e se amam. Na realidade 
à base da saúde mental e do 
mesmo amor é o valor da 
pessoa. Se eu perder o 
sentido de meu próprio valor 
ou dignidade (a dignidade 
nunca se perde, não importa 
em que condição me 
encontre, mas o sentido  
pode se  perder, embora não 
deveria se perder), se eu 
perder, repito, o sentido de 
minha própria dignidade, 
isso equivale a perder minha 
auto-estima e minha saúde 
mental. O que eu necessito 
nesse caso é que me 
ajudem a recuperar esse 
sentido, essa 
autoconsciência de meu 
próprio valor como pessoa, 
não que me "ajudem" a me 
liquidar.
Se a sociedade perder o 
sentido ou a consciência do 
valor incondicional da 
pessoa humana, perderá 
também a capacidade de 
amar incondicionalmente, já 
que o amor e o valor são 
realidades correlativas, não 
se ama o que não se 
percebe como um valor. O 
que será então de nossa 
sociedade, de nossas 
famílias, de nossos 
matrimônios? Se os esposos 
não se amarem dessa 
maneira, se os pais não 
amarem a seus filhos dessa 
maneira e vice-versa, se os 
cidadãos não se amarem ou 
ao menos não se respeitam 
dessa maneira, o que 
acontecerá as gerações 
posteriores, como crescerão 
nossos filhos, que classe de 
ser humano teremos no 
futuro? Uma sociedade que 
não é capaz de servir 
autenticamente (isso é 
amar) a seus membros mais 
fracos perdeu o sentido de 
sua própria humanidade e 
do que significa ser 
civilizado e se converteu em 
uma sociedade 
caracterizada pela barbárie, 
uma sociedade onde o 
homem é o lobo do homem, 
onde se pisoteia esse direito 
e esse desejo que está 
semeado no mais profundo 
do coração de toda pessoa, 
admita-o explicitamente ou 
não, de que o tratem como 
pessoa e não como uma 
coisa, que o tratem como 
um fim em si mesmo e não 
como um meio para outro 
fim.
A legalização do suicídio 
assistido também é 
inconsistente com o mesmo 
princípio fundamental de um 
sistema legal justo.
A descriminalização do 
suicídio (e, portanto, das 
tentativas de suicídio) faz 
sentido quando temos em 
consideração as 
dificuldades por que teriam 
de passar as pessoas que 
fossem sujeitas a um 
processo judicial depois de 
terem tentado suicidar-se. 
Mas esta descriminalização– motivada pelo desejo de 
não dificultar ainda mais a 
vida destas pessoas – não 
implica que a lei tinha uma 
visão neutral da opção pelo 
suicídio. As pessoas que 
tentam suicidar-se são 
manifestamente motivadas 
por uma convicção (pelo 
menos passageira) de que a 
sua vida deixou de ter 
sentido. Ora, dado que as 
disposições legais justas 
assentam na convicção de 
que toda a vida humana tem 
um valor que não é possível 
eliminar, a lei tem de rejeitar 
a razoabilidade de uma 
opção que tem como base a 
motivação inversa.
Assim, a lei tem igualmente 
de se recusar a aceitar o 
comportamento das 
pessoas que sancionam 
com os seus actos a opção 
pelo suicídio, porque os 
referidos actos assentam na 
tese segundo a qual a vida 
daquele que estão a ajudar 
deixou de ter valor. Dizer 
que estas pessoas agem 
«movidas pela amizade», ou 
«movidas pela compaixão», 
não explica suficientemente 
o seu comportamento. Com 
efeito, como é possível 
descrever como «amizade» 
ou «compaixão» as 
motivações de uma pessoa 
que colabora num suicídio, 
quando tais motivações têm 
por base a convicção de que 
aquele que estão ajudar está 
melhor morto? Se achassem 
que esta pessoa podia 
continuar a ter uma vida 
com valor, ajudá-la a morrer 
dificilmente poderia ser 
considerado um acto de 
amizade.
Há, pois, boas razões para 
resistir à legalização do 
suicídio assistido, razões 
que são tão fundamentais 
como a primeira razão atrás 
apresentada para resistir à 
legalização da eutanásia.
5. A eutanásia debilita das 
disposições que exigimos 
aos médicos, sendo por isso 
destrutiva da prática da 
medicina.
A prática da medicina só 
pode florescer quando os 
médicos têm uma 
disposição tal, que inspiram 
confiança nos doentes, 
muitos dos quais se 
encontram em situações 
extremamente vulneráveis. 
Mas os médicos só inspiram 
confiança quando os 
doentes têm a certeza de 
que eles não estão 
dispostos a matá-los, de 
que não sentem inclinação 
para considerar se vale a 
pena cuidar de um doente, 
mas se dispõem 
imediatamente a considerar 
que tipo de tratamento 
poderá ser preferível para 
cada caso.
Ora, a prática da eutanásia 
debilita sistematicamente 
ambas as disposições, 
porque dispõe os médicos a 
matar alguns dos seus 
doentes, ao mesmo tempo 
que inculca neles a ideia de 
que há doentes cujas vidas 
não têm valor. Mas, visto 
que não há critérios não 
arbitrários para determinar 
quais são as vidas que têm 
valor e as que não têm, uma 
pessoa que não renuncie 
por princípio a esse género 
de considerações 
discriminatórias cairá 
facilmente na tentação de 
categorizar as pessoas mais 
difíceis ou mais 
desinteressantes como 
pessoas cuja vida não tem 
valor.
Um dos mais importantes 
deveres do Estado é manter 
um quadro legal tal, que 
uma profissão tão essencial 
como a medicina funcione 
bem, e no interesse dos 
cidadãos. O Estado não 
estaria a cumprir esse dever 
se permitisse que os 
médicos tivessem 
comportamentos corrosivos 
da relação médico-doente.

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