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1 1 – Introdução Bactérias psicrotróficas se multiplicam em baixas temperaturas, abaixo de 7ºC, embora a temperatura ótima de crescimento se situe entre 20 e 30ºC (Furtado, 2005). Os principais gêneros de bactérias psicrotróficas encontrados no leite são a Achromobacter, Acinetobacter, Alcaligenes, Flavobacterium e Pseudomonas (Gram- negativos) e Bacillus e Clostridium (Gram-positivos). Essas bactérias são eliminadas pela pasteurização, mas algumas enzimas produzidas pelas bactérias Gram- negativas e os esporos, produzidos pelas Gram-positivas, são termo-resistentes provocando reações bioquímicas nos constituintes do leite resultando em alterações das características normais do produto. Os dois grupos de enzimas mais importantes produzidos pelas bactérias psicrotróficas são a protease e a lípase. Elas podem atuar no leite cru, enquanto estocado, as bactérias psicrotróficas estão se multiplicando, e, também, no leite que foi pasteurizado e nos derivados lácteos, causando alterações físicas e sabores indesejáveis ao leite. Essas bactérias são normalmente encontradas na água e em vasilhames que não foram lavados adequadamente (OLIVEIRA ET AL., 2012). O método de contagem em placas é um método geral, que pode ser utilizado para contagem de grandes grupos microbianos, como aeróbios mesófilos, aeróbios psicrotróficos, termófilos, bolores e leveduras, variando-se do tipo de meio, a temperatura e o tempo de incubação. Na metodologia da contagem as amostras são homogeneizadas, diluídas em série, em diluente apropriado, plaqueadas com ou sobre um meio ágar apropriado e incubadas, após o que todas as colônias visíveis são contadas; o procedimento baseia-se na premissa de que cada célula microbiana presente em uma amostra irá formar uma colônia separada e visível. A relação da contagem é feita entre o número de unidades formadoras de colônias (UFC), que podem tanto ser células individuais como agrupamentos característicos de certos microrganismos, por mililitro ou gramas de amostra. Essa metodologia é a mais empregada nos laboratórios de análises de alimentos, pois diferentes grupos de microrganismos podem ser enumerados de acordo com o meio de cultura e condições de incubação utilizadas. Esta aula tem por objetivo determinar a contagem total de aeróbios psicrofilos em amostras de alimentos por meio da técnica de plaqueamento em superfície. 2 2 - Materiais e Método 2.1- Materiais - Estufa a 7ºC; - Bico de Bunsen; - Autoclave; - Agitador de tubos; - Balança; - Proveta; - Béquer; - Graal com pistilo; - Espátulas para pesagem; - Frascos com tampa; - Tubos de ensaio com tampa; - Placas de Petri; - Micropipetas e ponteiras de 1000µL; - Pissete com álcool 70%; - Agua peptonada 0,1%; - PCA; - Queijo mussarela de aproximadamente 3 semanas em refrigeração; - Mamão; - Feijão. 2.2 – Método Foi preparado 250 mL de Ágar padrão para contagem (PCA) conforme instruído no frasco do meio. { 23,5𝑔 𝑑𝑒 𝑃𝐶𝐴 − 1000𝑚𝐿 𝑥 − 250𝑚𝐿 𝑥 = 5,87𝑔 𝑑𝑒 𝑃𝐶𝐴 Logo após a preparação, o meio foi adicionado a autoclave por 15 min. Após o preparo das amostras e quarteamento, adquiriu-se os pesos de 25g das amostras de queijo, mamão e feijão; pelos grupos 1, 2 e 3 respectivamente já dentro 3 do graal em ambiente estéril (próximo ao bico de Bunsen). As amostras foram maceradas e assim preparadas as diluições 10−1 dos grupos; partir da diluição 10−1 , foi pepitado 1000 µL e adicionado em tubo com 9000µL de agua peptonada 0,1% para assim formar a diluição 10−2; seguiu-se o processo de diluição seriada até obter a diluição 10−5. Verteu-se cerca de 15 a 20 mL de meio fundido sobre as placas de Petri em ambiente estéril e foi esperado solidificar com as tampas abertas. Logo após foi inoculado cerca de 1000 µL de cada diluição (duplicata) na superfície do meio já solidificado, espalhou- se com o auxílio de uma alça de Drigalski (previamente flambada na chama e esfriada), fazendo movimentos suaves por toda superfície do meio. Após a completa absorção do inoculo pelo meio de cultura, as placas foram levadas a incubação a 7ºC por 7 a 10 dias. 3 - Resultados e Discussão As diluições realizadas (10−5) não foram o suficiente para contar as unidades formadoras de colônias (25 <= UFC <= 250), pois 2 dos alimentos analisados estavam em um estado muito avançado de população microbiológica (psicrofilos). Para que as mesmas pudessem ser quantificadas, seria necessário aplicar mais diluições (> 10−5). Os resultados a seguir, correspondem as diluições 10−5 dos grupos: Queijo mussarela: Apesar que as placas da diluição 10−5 do grupo 1 tenha apresentado um resultado muito grande (>300 UFC), foram quantificadas as unidades formadoras de colônias 4 para ter uma breve noção da população de psicrofilos presente no alimento analisado. Foram contados a duplicata e feita a média dos valores que ficou em 802 UFC, multiplicando pelo inverso da diluição, obtemos o valor de 8,02 × 107 𝑈𝐹𝐶 𝑔 . Comparando o valor obtido com o limite aceitável para psicrofilos totais (Forsythe, 2013) que é de 1 × 106 𝑈𝐹𝐶 𝑔 , temos que a placa (10−5 ) do alimento analisado pelo grupo 1 está acima do limite aceitável, com isso o alimento esta improprio para o consumo. Mamão: As placas do grupo 2 selecionadas com um número de (25 <= UFC <= 250) foram da diluição 10−5, quantificando as mesmas temos que a primeira apresentou uma quantidade de 102 UFC e a segunda de 110 UFC. Tirando a média e multiplicando pelo inverso da diluição temos uma quantidade de 1,02 × 107 𝑈𝐹𝐶 𝑔 no alimento analisado pelo grupo 2. Comparando o valor obtido com o limite aceitável para psicrofilos totais (Forsythe, 2013) que é de 1 × 106 𝑈𝐹𝐶 𝑔 , temos que a placa (10−5 ) do alimento analisado pelo grupo 2 está acima do limite aceitável, com isso o alimento esta improprio para o consumo. Feijao: Os resultados obtidos em todas as replicatas do alimento analisado pelo grupo 3 apontaram um número incontável de colônias (> 300). As placas da diluição 10−5 apesar de conter um número incontável, vamos considerar que ela tenha o limite de 300 UFC, multiplicando pelo inverso da diluição temos a mesma tem uma quantidade 5 maior que 3 × 107 𝑈𝐹𝐶 𝑔 . Comparando o valor obtido com o limite aceitável para psicrofilos totais (Forsythe, 2013) que é de 1 × 106 𝑈𝐹𝐶 𝑔 , temos que a placa (10−5 ) do alimento analisado pelo grupo 3 está acima do limite aceitável, com isso o alimento esta improprio para o consumo. 4 - Conclusão Ao analisar diferentes amostras de alimentos mantidos em refrigeração por algumas semanas, pode se concluir que o limite aceitável de psicrofilos totais foi ultrapassado em todas as análises. O queijo analisado pelo grupo 1 e o feijão pelo grupo 3 apresentaram na diluição 10−5 valores acima do aceitável (> 300 UFC) para quantificação, mas para que possamos ter uma noção da população de psicrofilos presentes no alimento analisado considerações foram feitas; o mamão analisado pelo grupo 2 obteve um valor médio dentro do aceitável para contagem de colônias (25 <= UFC <= 250). Todos os alimentos analisados pelos respectivos grupos estavam impróprios para o consumo segundo (Forsythe, 2013). 5 - Referencias SILVA, M. C. Avaliação da qualidade microbiológica de alimentos com a utilização de metodologias convencionais e do sistema SimPlate. São Paulo. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, 2012. FORSYTHE, Stephen J. Microbiologiada segurança dos alimentos. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. 6
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