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Cursos Livres - Metodologia a Pesquisa - Etapa 05

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METODOLOGIA DA
PESQUISA
ETAPA 5
O RELATÓRIO CIENTÍFICO
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Curso Livre de Metodologia da Pesquisa
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Organização
Elisabeth Penzlien Tafner
Autor
Luis Augusto Ebert
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância
Prof.ª Francieli Stano Torres
Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Renan Willian Pacheco
Revisão
Harry Wiese
Ao final desta etapa, você será capaz de:
•	 Reconhecer o que é um relatório científico.
•	 Diferenciar um relatório de um artigo.
•	 Entender quais são os principais meios de socialização dos resultados de pesquisa.
O artigo científico e a contribuição para a construção do conhecimento
Esta etapa apresenta-se dividida em três tópicos para facilitar a compreensão 
do conteúdo. 
TÓPICO 1 – FORMAS DE RELATAR A PESQUISA CIENTÍFICA
TÓPICO 2 – O ARTIGO CIENTÍFICO E SUAS ESPECIFICIDADES
TÓPICO 3 – CARACTERÍSTICAS DOS EVENTOS CIENTÍFICOS
2 METODOLOGIA DA PESQUISA
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INTRODUÇÃO
Anteriormente foram abordados os aspectos mais relevantes para a construção 
de um projeto de pesquisa. E também foram abordadas as principais diferenças que 
existem entre o projeto (aquilo que se pretende estudar) e o relatório científico ou 
artigo. Nesse último, apresentamos os resultados alcançados e também discutimos 
sobre nossas conquistas, comparando os mesmos com os obtidos por outros na mesma 
área de conhecimento. 
Também foi abordada a questão de escrita, quando reforçamos que, no projeto, a 
linguagem está sempre no futuro do presente, e por fim, quando finalizamos a pesquisa, 
a abordagem será sempre no passado. Chamamos ainda a atenção para o fato de que 
o item resultados e discussão não cabe em um projeto. Mas agora, em um relatório 
científico, é hora de apresentarmos esses itens. E é basicamente essa a única diferença 
entre o que consta em um projeto e em um artigo ou relatório. E não importa se estamos 
falando de uma pesquisa de graduação, de mestrado ou doutorado, ou ainda, se os 
resultados apresentados são de pesquisadores seniores com muitos anos de estrada.
Então, quando apresentamos os nossos resultados, através de relatórios ou artigos 
(papers, do inglês), basicamente a única diferença que se tem entre os projetos e artigos é 
a inclusão do item resultados e, na sequência, discussões. As dissertações de mestrado 
e teses de doutorado também são estruturadas assim. Nessa etapa, de realização dos 
relatórios, é pertinente a exclusão da justificativa (você não precisa mais justificar a 
importância do projeto), os objetivos (você já alcançou ou não as metas propostas), e, 
por fim, o cronograma físico-financeiro, visto que as ações previstas também já foram 
realizadas.
Uma parte importante do artigo ou relatório deve ser a apresentação de um 
resumo. Muitas revistas exigem o “abstract”, ou seja, o mesmo resumo, mas na língua 
inglesa, o que facilita a busca de outros pesquisadores, visto que esta é tida como língua 
universal. No resumo, é preciso apresentar em poucas palavras (até 250 – depende do 
tipo da revista), uma pequena introdução, a metodologia, os resultados alcançados e a 
discussão. Veja que isso ocorre na inserção de parágrafos, de forma contínua, que serve 
para dar uma base do estudo realizado para o público de interesse.
Assim, essa unidade visa abordar as principais formas de socializamos os 
resultados, frutos das pesquisas concebidas através de projetos de pesquisa. Iremos 
abordar os congressos, colóquios, seminários e também a publicação em artigos das 
diferentes revistas especializadas que temos ao redor do mundo.
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METODOLOGIA DA PESQUISA
1 A PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS EM REVISTAS OU PERIÓDICOS ES-
PECIALIZADOS
Com o projeto aprovado, é hora de colocar a mão na massa, ou seja, executar 
aquilo que foi planejado (os objetivos) através da metodologia proposta. A partir dessa 
etapa, você irá colher os resultados, que são as informações referentes ao objeto de 
estudo. Todas essas informações podem ser registradas em planilhas específicas ou 
onde for conveniente ao pesquisador, e posteriormente analisadas através de softwares 
específicos para essa finalidade. As etapas agora descritas frutificam naquilo em que 
já chamamos a atenção ao longo das unidades desse curso, que são os resultados e a 
discussão. No relatório final da pesquisa ou mesmo no artigo científico que esse projeto 
irá originar, não encontraremos mais os itens justificativa, objetivos geral e específico, 
assim como o cronograma físico de execução do projeto.
Assim, os resultados e a discussão são originados a partir do desenvolvimento 
do experimento. Ou seja, os resultados são compostos pelos dados e observações do 
pesquisador, assim como figuras, gráficos, análises estatísticas e assim por diante. 
Posteriormente, na discussão, docente e acadêmico irão dissertar sobre as suas 
observações, corroborando ou não com a opinião de outros autores que já publicaram 
estudos semelhantes. Essa é uma das partes mais importantes de todo o trabalho, pois 
é momento no qual são gerados novos conhecimentos. Ou concordamos em plenitude 
com as observações de outros pesquisadores ou discordamos acerca do tema proposto. 
Obviamente, inúmeras variáveis contribuem para as análises e discussões. Por exemplo, 
podemos executar o mesmo projeto já realizado por outro autor para um determinado 
tema, mas os resultados observados podem ser completamente diferentes, o que faz 
parte do experimento científico.
Na etapa de discussão também é muito importante que os autores da pesquisa 
coloquem o máximo de autores possíveis, visando enriquecer a discussão. Por fim, os 
autores podem ainda inserir uma consideração final ou conclusão. Nessa parte, a opinião 
é pessoal dos autores, e em poucas palavras concluem o que foi observado da pesquisa.
Ao finalizar a pesquisa, através do seu relatório final, esta pode ser colocada no 
formato de artigo científico, ou ainda uma monografia, dissertação ou tese. No nosso caso 
de artigo científico, este pode seguir diferentes padrões, como nota curta, ou ainda um 
artigo completo, a ser publicado em um periódico que nada mais é do que uma revista 
com regularidade de publicação, mensal, semestral ou anual. A estruturação do artigo 
nessa revista depende da comissão científica que o analisa, e também da área da revista.
Normalmente, nas ciências exatas, como engenharias, computação e outros, 
os artigos são estruturados em título, afiliação dos autores, resumo (em português) e 
abstract (em inglês), seguido de introdução, material e métodos, resultados, discussão, 
4 METODOLOGIA DA PESQUISA
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considerações finais e referências. Já nas áreas da educação, como em cursos de graduação 
das licenciaturas, como letras, história e afins, normalmente os artigos começam com 
o título, afiliação dos autores, resumo (em português) e abstract (em inglês), seguido 
de introdução, fundamentação teórica (itens acerca daquilo que está sendo estudado 
e/ou pesquisado), conclusões finais e referências. Nota-se que o item de considerações 
finais é sugestivo aos autores da pesquisa, assim como a nota de agradecimento, no 
qual os pesquisadores agradecem o apoio de financiamentos, ou ainda da utilização 
de laboratórios e mesmo pessoas que contribuíram de forma plena para a execução do 
projeto proposto.
Uma vez que o artigo esteja estruturado, os autores devem submetê-lo para 
alguma revista. Cada revista dispõe atualmente de diferentes meios para receber o 
artigo,sendo ainda muito comum o recebimento por e-mail, encaminhando diretamente 
para o editor-chefe da revista. No entanto, outras plataformas digitais também são 
utilizadas para o encaminhamento dos trabalhos, como a Open Journal System (OJS), 
recomendada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). 
A UNIASSELVI hospeda os artigos desta forma, porém o encaminhamento para os 
editores é feito por e-mail.
Por fim, é importante notar que cada revista tem um rigor para a publicação. 
Ou seja, revistas internacionais e com elevado critério de qualificação são aquelas em 
que apenas pesquisas de ponta são publicadas, pois são vitrine para todo o mundo. No 
Brasil, todas as revistas são classificadas de acordo com essas exigências. Dessa forma, 
revistas como a Nature são consideradas como Qualis A1 ou A2. Conforme a exigência 
vai decrescendo, vamos para as categorias de B1, B2, B3, B4 e B5 e, por fim, a categoria 
C. A adoção dessa nomenclatura foi originada pelo Conselho de Aperfeiçoamento de 
Pessoal de Nível Superior (CAPES), uma autarquia do Ministério da Educação (MEC).
O Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – mantém a Revista 
Maiêutica, que aceita anualmente artigos de docentes, tutores, acadêmicos e comunidade 
externa. Por ser uma revista jovem e também em atualização constante, melhorando 
as suas diretrizes e normas para o aceite dos artigos, sua classificação é Qualis C. Esses 
artigos derivam das atividades de Iniciação Científica desenvolvidas durante os cursos 
de graduação.
2 O ARTIGO CIENTÍFICO E SUAS ESPECIFICIDADES
Existem muitas diferenças no que tange ao processo de submissão de artigos 
científicos para as revistas especializadas. E cada uma destas ainda possui regras 
inerentes à sua área de pesquisa. Mas, em resumo, de posse das regras que cada periódico 
disponibiliza em seu site, você adéqua o artigo e faz a submissão via um sistema próprio, 
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METODOLOGIA DA PESQUISA
ou ainda, por e-mail, diretamente para o editor. E esse ainda é um processo muito comum. 
Ocorre que, por termos várias plataformas para as quais se pode encaminhar os artigos, 
o registro de perfil sempre é requerido, e algumas plataformas podem se tornar um 
pouco complexas em termos de encaminhamento de um simples paper, desmotivando 
os autores a continuarem o processo de submissão.
Uma vez submetido o artigo, é realizada uma análise prévia de conteúdo, para 
ver se a pesquisa se encaixa no escopo do periódico e se está dentro das normas que 
a revista pede, sendo que, na sequência, um aviso aos autores deve ser encaminhado, 
informando do aceite prévio ou não da pesquisa. Isso não significa que o seu artigo 
será aceito, mas indica apenas que o mesmo está dentro daquilo que a revista pede. 
Posteriormente irá para uma análise por até três “referees”, ou avaliadores de área. 
Em teoria, estas pessoas são contatadas pelo corpo editorial do periódico, ou já fazem 
parte dele, solicitando que se faça a revisão da pesquisa submetida. E nessa etapa são 
realizadas a verificação dos dados, da metodologia empregada, se a pesquisa está de 
fato contribuindo de forma significativa para a ciência e assim por diante.
Mas é aqui que começam a aparecer alguns dos principais problemas. O chamado 
conflito de interesses no meio científico e acadêmico é bem peculiar. Na prática, os 
avaliadores não devem ter conhecimento dos autores do trabalho. Por isso, os editores 
das revistas têm a missão de deixar o artigo para avaliação sem o nome dos pesquisadores 
envolvidos. A isso damos o nome de “avaliação às cegas”. Por que isso ocorre? Vamos 
imaginar que não gostamos de determinada pessoa, ou que em algum momento de nossa 
vida acadêmica ela nos tratou mal, seja em um congresso, ou mesmo em nosso curso de 
mestrado ou por qualquer motivo não simpatizamos com esse pesquisador e nem ele 
comigo. E, por trabalharmos na mesma área de pesquisa, acaba que esse pesquisador 
recebe minha pesquisa para avaliar a possibilidade de publicação para determinada 
revista. Será que a avaliação dele ou dela será imparcial? Existe uma probabilidade alta 
para que isso não ocorra, e assim, nosso artigo não será recomendado para publicação. 
Não que nossa pesquisa seja irrelevante. Mas porque existe a disputa por aquela área 
de conhecimento e/ou o conflito de interesses.
E isso é bastante comum nesse ambiente. Apesar de que deveríamos pensar que 
estamos contribuindo para o avanço do conhecimento, e que todos deveriam trabalhar em 
prol dessa corrente de pensamentos, muita disputa por quem “descobre” ou “publica” 
primeiro determinada informação acontece. Podemos citar exemplos de pesquisas 
que foram encaminhadas para duas ou três revistas, sem ser aceitas, e posteriormente, 
quando encaminhada para outra, com uma comissão diferente, o artigo era aceito.
 
Uma vez que temos o parecer favorável de pelo menos dois dos três avaliadores, 
eles encaminham um documento para a comissão científica da revista, e esta, por sua 
vez, deve solicitar aos pesquisadores do artigo as alterações que se fazem necessárias, 
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se assim os referees julgarem necessário, e também nos é solicitada uma declaração de 
liberação dos direitos autorais da informação que está no paper. Feito isso, a revista tem 
um prazo determinado para tornar públicos os resultados, seja através de plataformas 
ou mesmo impressos.
 
Um item é obrigatório para qualquer periódico científico. O International Standard 
Serial Number (ISSN). Esse número indica que o jornal ou revista em que publicamos os 
resultados das nossas pesquisas possui uma regularidade mensal, semestral ou anual, 
e está registrado junto ao órgão que controla esse tipo de registro. Há ainda o Digital 
Objetc Indentifier (DOI), ou identificador digital de objeto. Na prática, significa que cada 
artigo tem um “número rastreador digital”, e através deste, você pode localizar o seu 
artigo através da internet ou ainda em bases de dados específicas e que controlam a 
publicação das mais prestigiadas revistas.
 
Normalmente, os docentes e pesquisadores que precisam atualizar o seu currículo 
Lattes, quando necessitam colocar os artigos que são publicados todos os anos, a própria 
plataforma irá exigir o número de ISSN ou mesmo o DOI. Quando você visualiza o 
currículo, verá que um ícone próprio irá aparecer ao lado do seu artigo. Basta clicar sobre 
ele para ser direcionado ao site ou à plataforma digital em que o mesmo se encontra 
hospedado.
Vale destacar o que Barrass (1979) pensa sobre a escrita de um bom artigo, e 
que deveria ser aceito pelas revistas, independentemente dos conflitos de interesses, 
inerentes a esse tipo de atividade:
a) conhecimento suficiente do assunto;
b) exatidão na exposição e referência fiel às fontes;
c) adaptabilidade;
d) linguagem acessível ao promédio do público;
e) divulgação e não divulgação;
f) adequado, original, inédito, completo, imparcial;
g) claro, conciso, preciso, coerente, objetivo;
h) equilíbrio, unidade, honestidade e exatidão.
Os autores destacam ainda que se deve avaliar também a metodologia, as 
conclusões e a parte referencial, e verificar se a contribuição tem realmente algum 
valor. Obviamente que pesquisas de caráter mais simples podem ser submetidas a 
revistas que não tenham uma exposição tão alta e, consequentemente, um rigor muito 
acentuado. Quando iniciamos nossa carreira acadêmica é muito comum iniciarmos pela 
submissão de nossas primeiras pesquisas em revistas de “baixo impacto”, que é como 
são conhecidas, ou ainda dentro do critério da CAPES, revistas com conceito B3, B4 
ou B5. Vale destacar que somente pesquisadores conseguem publicar em revistas A1 
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ou A2 depois de 15 ou 20 anos de experiência em seu campo profissional, ou quando 
dedicam uma vida inteira para determinada área do conhecimento.
3 CARACTERÍSTICAS DOS EVENTOS CIENTÍFICOS
A participação em congressos, feiras, seminários e outros eventos científicos 
é muito importante para que outros profissionais e pesquisadores conheçam nossos 
trabalhos de pesquisa. Podem ser de prestígio local, regional, estadual, nacional e até 
internacional. O fato é que, nos tempos atuais, uma rede de contatos é muito bem-
vinda, apesar de que a internet facilitou muito a busca pelo conhecimento, como falado 
anteriormente.
No entanto, estar em todos os eventos custa muito caro, então, precisamos ser 
seletivos com relação ao evento. Normalmente, podemos participar apenas como 
ouvintes, em cursos ou palestras promovidas, e também submeter nossas pesquisas 
para apreciação. Apesar do rigor ser menor para aprovação em congressos (depende do 
evento e da sua abrangência), o formato exigido para que possamos socializar nossos 
trabalhos varia. Encaminhamos desde um resumo simples dos resultados observados 
em nossas pesquisas, até um resumo completo (introdução, metodologia e resultados/
discussão). Outros congressos irão exigir o artigo completo, ou seja, no mesmo formato 
exigido pelas revistas. Esses eventos são os mais prestigiados. Após a aprovação, nos 
é solicitada a forma de socializarmos os resultados, que podem ser orais ou mesmo 
através de painéis impressos (banners), em que em dias específicos e estipulados pela 
organização apresentamos as pesquisas realizadas. Normalmente, ao fim da exposição, 
outros profissionais da área nos questionam ou se aproximam para uma conversa, 
demonstrando interesse no trabalho.
Esse tipo de ação está diretamente relacionado com o grau de influência que 
determinado pesquisador tem sobre determinada área de conhecimento. Ou seja, aquela 
pessoa que sempre é mais lembrada para uma linha de pesquisa, é aquela que possui 
mais prestígio. Será convidada a palestrar em eventos científicos, escrever livros, orientar 
pesquisas de mestrado e doutorado, e assim por diante. O próprio Currículo Lattes tem 
ligado à sua plataforma um indicador que gera o “fator de impacto” para o pesquisador, 
assim como temos para as revistas. Dessa forma, aquela pessoa mais lembrada, e citada 
(hoje é possível rastrear quantas citações um trabalho tem em outras pesquisas), é aquela 
que tem maior influência em uma determinada área de conhecimento e contribui de 
forma mais significativa para geração de conteúdo.
Outras plataformas também existem para ranquear a produção científica no 
mundo. Uma delas é o “Research Gate”. É uma rede social, na qual pesquisadores de 
todo o mundo se conectam para ter acesso irrestrito aos trabalhos publicados, ou apenas 
8 METODOLOGIA DA PESQUISA
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aqueles do seu interesse. Em tempo real, fornece o número de citações que os nossos 
trabalhos recebem, e qual cientista possui maior ou menor fator de impacto. Por ser 
uma ferramenta poderosa para determinação da qualidade das pesquisas realizadas, 
vem gradativamente substituindo eventos de encontro. Mas não é uma regra. Outras 
plataformas, como o “Google Acadêmico”, também permitem a indexação dos nossos 
trabalhos, permitindo estatísticas das mais variadas, sendo utilizadas para várias 
finalidades, mas, em comum, entender como cada pesquisador contribui de forma 
efetiva para seu campo de atuação.
RESUMO
Nesta etapa, vimos:
• As diferentes maneiras de relatar uma pesquisa científica, seja através de revistas ou 
eventos acadêmicos.
• A estrutura de artigos científicos e sua especificidade, ou seja, como são estruturados 
para posterior submissão a revistas especializadas.
• Peculiaridades de cada processo de submissão dos artigos para os jornais ou revistas 
científicas.
• Os eventos científicos e suas particularidades no que tange à socialização do 
conhecimento produzido através de pesquisas acadêmicas.
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METODOLOGIA DA PESQUISA
Revistas acadêmicas de alto impacto revelam segredos do crescimento
Rankings internacionais avaliam o impacto de publicações científicas com base no 
número de vezes que seus artigos são citados em textos de outros periódicos. Publicar 
estudos relevantes o suficiente para conseguir um número grande de menções é uma 
das metas dos autores – e das revistas.
Em julho deste ano a Thomson Reuters divulgou o 2011 Journal Citation Reports, 
com os fatores de impacto das principais revistas científicas no mundo. Elas estão 
divididas em edições separadas para “Ciência” e “Ciências Sociais”, num total de 10.677 
periódicos de 2.552 editores em 82 países.
Três revistas da USP conseguiram índices acima de um: a Clinics, do Hospital 
das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FMUSP) está em segundo na relação. 
A Revista de Saúde Pública, publicada pela Faculdade de Saúde Pública (FSP), ocupa 
a quinta posição, e a Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, a décima 
sexta. As mais bem colocadas são as famosas Nature, com altíssimos 36,280 (a média 
mundial é de 2,5), e a Science, com 31,201. A Memórias do Instituto Oswaldo Cruz é a mais 
bem colocada brasileira, com 2,147.
“Há 10 anos, era impensável ter revistas brasileiras com índices acima de dois na área 
de medicina”.
É o que aponta o professor da FMUSP e editor da Clinics Maurício Rocha e Silva. 
“Isso mudou muito com os meios de veiculação on-line, por sites como o SciELO e a 
oferta gratuita de artigos brasileiros”, esclarece. Os índices não podem ser comparados 
entre áreas diferentes de estudo. “Uma revista com dois pontos em um campo e outra 
com menos de um e outro podem ter a mesma relevância. O importante é tentar ficar 
acima da média de sua própria área”, explica o professor.
1. O idioma de publicação é o inglês, que é o padrão para as ciências exatas, biológicas 
e da saúde.
2. Um sistema on-line eficiente para recebimento e revisão de artigos, com controle 
preciso do fluxo pelos editores. A publicação também está inteira na internet, sem 
volumes impressos. “Foi assim que atraímos pesquisadores estrangeiros. Hoje 
contamos com muitos colaboradores de países como China e Turquia”, afirma o 
professor.
LEITURA COMPLEMENTAR
10 METODOLOGIA DA PESQUISA
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3. Controle rígido do que é publicado, com índice de rejeição de pelo menos 60% - no 
caso da Clinics, são recebidos cerca de 1 mil papers por ano, dos quais apenas 200 em 
média saem na revista. Para isso, é preciso contar com um grande número de revisores 
qualificados. “Todo mundo está sendo avaliado constantemente. Além dos artigos 
que recebemos, a própria revisão feita recebe notas dos colegas. Assim garantimos 
a qualidade”, diz.
4. “O título é o outdoor do artigo e o resumo é a vitrine”, compara Rocha e Silva. Ou 
seja, é preciso caprichar nos dois para atrair a atenção dos leitores e não deixar um 
bom conteúdo se perder pela falha na apresentação. “Títulos e resumos bons são 
aqueles que deixam claro, de modo organizado, o que está no artigo. Ninguém entra 
numa loja com a vitrine toda bagunçada, certo?”
5. Divulgar a publicação em simpósios, conferências e outros meios acadêmicos, para 
que, aos poucos, o reconhecimento nas comunidades brasileira e internacional seja 
alcançado.
Divulgação é fundamental!
As sugestões acima podem variar de acordo com as especificidades das áreas. 
Na Saúde Pública, por exemplo, o professor da FSP e editor da Revista de Saúde 
Pública José Leopoldo Ferreira Antunes acredita ser importante publicar artigos também 
em português, e não só em língua estrangeira. “Queremos impacto científico e social 
aqui no Brasil”, explica. Muitas pesquisasnesse campo de estudo são interessantes para 
leigos e podem afetar, por exemplo, políticas públicas.
O importante, diz Antunes, é desenvolver estratégias de diminuir custos de 
edição e publicação sem deixar de investir na divulgação. “Muitas revistas atrasam e 
têm problemas de periodicidade pela falta de recursos. Isso prejudica”, diz.
O Brasil ainda gasta pouco com ciência, o que se reflete diretamente nas revistas 
científicas. Nós investimos cerca de dez vezes menos que os Estados Unidos, segundo 
dados da Unesco referentes a 2007. E não é questão apenas de ter menos recursos – em 
termos comparativos, participamos com 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial 
e apenas 1,8% nos gastos com ciência e desenvolvimento. Nos EUA, a relação é inversa. 
Eles têm uma participação maior nos gastos mundiais com ciência, com 32,6%, que no 
PIB, com 20,7%.
A maneira de driblar a falta de recursos, segundo Antunes e Rocha e Silva, é usar 
as plataformas digitais como aliadas. Elas ajudam a eliminar, por exemplo, os gastos 
com impressão e envio, ao mesmo tempo que levam os periódicos aos mais diversos 
pontos do planeta.
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METODOLOGIA DA PESQUISA
Humanas correm atrás!
As Ciências Humanas são as que mais têm problemas para ampliar a divulgação 
de suas publicações. Se as biológicas já pensam alto – Rocha e Silva prevê publicações 
brasileiras com índices acima de três para os próximos dez anos –, áreas como Ciências 
Sociais e Comunicações encontram dificuldades ainda em questões básicas, como 
disponibilizar conteúdos na web e publicar em línguas estrangeiras.
O conteúdo dos estudos, por exemplo, torna as traduções mais complicadas. A 
tradição de compartilhar resultados na comunidade internacional também não é tão 
forte como nas outras ciências.
Uma das que tenta reverter o quadro é a Scientiae Studia, publicada por 
pesquisadores do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e 
Ciências Humanas (FFLCH) da USP e mantida pela Associação Filosófica Scientiæ 
Studia. São veiculados em meio impresso e on-line artigos em português e espanhol 
para aumentar a integração na comunidade acadêmica latino-americana. Segundo o 
fundador e presidente da associação, Pablo Mariconda, a revista já se tornou referência 
na Argentina. “Muitos artigos são reescritos e ficam até um ano e meio para chegar no 
ponto que consideramos adequado”, comenta Mariconda, que também é professor do 
Departamento de Filosofia. A Scientiæ Studia está indexada no SciELO e no Qualis, da 
Capes, no qual tem nota A2 – a segunda mais alta na escala – em Filosofia e Teologia. 
“A Manuscrito, de Campinas, tem a nota máxima, mas é uma revista com 30 anos. A 
nossa conseguiu em dez anos chegar a esse patamar”, compara o professor.
A publicação começou em 2003. Um grupo de professores, pesquisadores e 
estudantes de pós do projeto temático “Estudos de Filosofia e História da Ciência” 
decidiu criar uma revista científica sobre o assunto. A dificuldade em manter o projeto 
financeiramente levou à fundação da associação, que também publica livros e promove 
palestras e eventos de divulgação científica.
Fonte: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2017. Revistas acadêmicas de alto impacto 
revelam segredos do crescimento. Disponível em: <http://www5.usp.br/15615/
revistas-academicas-de-alto-impacto-revelam-segredos-do-crescimento/>. Acesso 
em: 28 maio 2017.
12 METODOLOGIA DA PESQUISA
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REFERÊNCIAS
BARRASS, Robert. Os cientistas precisam escrever: guia de redação para cientistas, 
engenheiros e estudantes. São Paulo: T. A. Queiroz: EDUSP, 1979.
LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina A. Metodologia científica. São Paulo: Atlas S. 
A., 1991.
SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia: elementos de metodologia do 
trabalho científico. 2. ed. Belo Horizonte: Interlivros, 1972.
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