Buscar

nectar introdução

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO
Dentre as distintas bebidas de frutas, a demanda pelos néctares tem crescido (ABIR, 2011). Para MATSUURA & ROLIN (2002), tal aumento é consequente da falta de tempo da população, praticidade oferecida por esses produtos, substituição ao consumo de bebidas carbonatadas, valor nutritivo e preocupação com a ingestão de alimentos mais saudáveis. Segundo BRANCO et al. (2007), apesar do considerável aumento na ingestão desse produto, os sabores ainda mais consumidos são laranja, uva, maracujá, pêssego, manga e abacaxi. Entretanto, devido à diversidade de frutas no país e a miscigenação cultural, a procura por sabores diversificados tem levado ao desenvolvimento de novos produtos para atender à demanda. 
Os néctares de frutas tropicais, simples ou misturadas, são produtos de larga aceitação em muitos países. No Brasil, o néctar, após um início um tanto quanto incerto, aos poucos se firmando como produto de aceitação no mercado interno, devido ao hábito que o brasileiro está adquirindo em relação ao consumo de produtos líquidos de frutas (sucos e néctares). De acordo com a Instrução Normativa n° 12, set, 2003 /Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, néctar é uma bebida não fermentada, obtida da diluição em água potável da parte comestível do vegetal ou de seu extrato. O néctar diferente da polpa não tem a obrigatoriedade de conservar todas as características originais de um suco natural de fruta, sendo permitido apenas a adição de açúcar, e não permitindo a adição de corantes e de aromatizantes. (BRASIL, 2003) 
Define-se polpa de fruta como, o produto não fermentado, não concentrado, não diluído, obtido de frutos polposos, através de processo tecnológico adequado, com um teor mínimo de sólidos totais, proveniente da parte comestível do fruto. (BRASIL, 2000). Em geral, o produto obtido é utilizado como matéria-prima por outras indústrias, na fabricação de iogurtes, sorvetes, refrescos, doces e etc. Pode também ser processado durante a safra, visando a sua utilização posterior para obtenção de doce em massa, geléia e néctar (Mattal et al., 2005).
A porcentagem de polpa de fruta presente no néctar é fixada pelo Regulamento Técnico aprovado pela Instrução Normativa n° 12 de 2003, que estabelece Padrões de Identidade e Qualidade (PIQ). Quando a fruta não tem especificação mínima de polpa na normativa, considera-se que o néctar de determinada fruta deve conter no mínimo 30% da respectiva polpa, ressalvado o caso de fruta com acidez ou conteúdo de polpa muito elevado ou sabor muito forte e, neste caso, o conteúdo de polpa não deve ser inferior a 20% (BRASIL, 2003).
O mercado brasileiro de sucos e néctares prontos para beber está em franca expansão, acompanhando a tendência mundial de consumo de bebidas saudáveis, convenientes e saborosas. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir), em 2008 somente o setor de sucos e néctares de frutas prontas para beber faturou US$ 1,9 bilhão com a venda de 476 milhões de litros. Isso representa aumento de 11% tanto da receita quanto do volume de 2007 para 2008. Em 2010, a venda subiu para 534 milhões de litros, representando um aumento de 12% em relação a 2008 (HORTIFRUTI BRASIL, 2009).
O consumo de néctares, em especial, vem crescendo a taxas significativamente maiores que as de suco. Isso se deve ao fato de que muitos consumidores não sabem diferenciar néctar do suco no momento da escolha, ou seja, não sabem que estão adquirindo um produto com menos fruta e maiores quantidades de água e açúcar que o suco propriamente. Além disso, o preço dos sucos é superior ao do néctar. Por esses fatores, a demanda por fruta não cresce tanto quanto ocorreria se o destaque no mercado de bebidas fosse o suco em vez do néctar (HORTIFRUTI BRASIL, 2009).
A realização da prática teve como principal objetivo a produção do néctar a partir da polpa de manga e maracujá, promovendo uma familiarização com as operações básicas do processamento de néctar.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE REFRIGERANTES E BEBIDAS NÃO ALCOÓLICAS (ABIR). 2011. 
BRANCO, I.G. et al. Avaliação sensorial e estabilidade físicoquímica de um blend de laranja e cenoura. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.27, n.1, p.7-12, 2007
BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa n. 01, de 07 de janeiro de 2000. Aprova o Regulamento Técnico Geral para fixação dos Padrões de Identidade e Qualidade para Polpa de Fruta. (revoga a Instrução Normativa n.12 de 10 de setembro de 1999). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 10 jan. 2000. Seção 1, p. 54.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n. 12, de 04 de setembro de 2003; Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 09 de setembro de 2003, Seção 1, p. 2.
MATSUURA, F.C.A.U.; ROLIM, R. Avaliação da adição de suco de acerola em suco de abacaxi, visando a produção de um “blend” com alto teor de vitamina C. Revista Brasileira de Fruticultura, v.24, n.1, p.138-141, 2002. 
MATTA, V. M.; FREIRE JÚNIOR, M.; CABRAL, L, M. C.; FURTADO, A. A. L. Polpa de fruta congelada. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2005. 35 p. (Coleção Agroindústria Familiar).
PIRILLO, C. P.; SABIO, R. P. 100% Suco – Nem tudo é suco nas bebidas de frutas. Horti Fruti Brasil, p. 6-13, 2009.

Continue navegando