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biocel resumo

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MEMBRANA PLASMÁTICA 
A membrana plasmática (ou plasmalema) é a estrutura celular que estabelece o 
limite entre os meios intra e extracelulares. Uma função importante dessa membrana é 
a manutenção da constância do meio intracelular, cujo composição é diferente da do 
líquido extracelular. 
 
A membrana plasmática contém inúmeras proteínas que se ligam tanto a 
moléculas localizadas no citoplasma como a macromoléculas extracelulares. Por meio 
dessas ligações, existe uma troca constante de influências nos dois sentidos, entre o 
citoplasma e o meio extracelular. 
As membranas celulares são compostas principalmente por lipídios e proteínas. 
A maior parte dos lipídios se organiza em duas camadas de moléculas de fosfolipídios. 
Estes, em meio aquoso, espontaneamente se organizam em bicamadas sem gasto de 
energia. Os grupamentos hidrofóbicos dos fosfolipídios se situam no centro da 
membrana, e os seus grupamentos hidrofílicos se localizam nas duas superfícies da 
membrana, expostos aos ambientes que existem água. Além dos fosfolipídios, as 
membranas celulares contem outros lipídios, como glicolipídios e colesterol. 
As proteínas representam aproximadamente 50% do peso da membrana 
plasmática, percentual que varia muito nas membranas do interior da célula. As 
moléculas proteicas podem ser classificadas em dois grupos: proteínas periféricas 
(estão fracamente associadas à membrana) e proteínas integrais (são proteínas 
fortemente ligadas a moléculas da membrana e a maioria atravessam a bicamada e são 
A espessura da membrana 
plasmática é de 7,5 a 10 nm 
denominadas proteínas transmembrana). As proteínas transmembranas exercem 
funções muito importantes na célula: algumas agem como poros funcionais por onde 
transitam íons e moléculas, e outras agem como receptores. 
 
 A superfície externa da membrana é recoberta por uma camada molecular, rica 
em hidratos de carbono, o glicocálice. O glicocálice é constituído pelo conjunto das 
cadeias glicídicas das glicoproteínas e dos glicolipídios da membrana e participa do 
reconhecimento entre células e da união das células umas com as outras e com as 
moléculas extracelulares. 
TRANSPORTE 
A troca de substâncias entre as células e o meio extracelular ocorre através da 
membrana. Moléculas pequenas apolares e gases (como o oxigênio, por exemplo) 
podem se difundir através dela. Moléculas maiores e íons necessitam de mecanismos 
específicos para atravessá-la. 
Transporte passivo: substâncias atravessam a membrana de um ambiente 
onde elas estão mais concentradas para um ambiente em que estão menos 
concentradas (a favor do gradiente de concentração). Esse transporte não requer 
consumo de energia e ocorre por meio de proteínas transmembranas chamadas 
proteínas carreadoras ou transportadoras. 
As proteínas que fazem parte da membrana são sintetizadas no retículo 
endoplasmático granuloso (REG), modificadas no complexo de Golgi e transportadas 
para superfície celular em membranas de vesículas de transporte. 
 
 
Transporte ativo: íons (como Na+, K+, Ca2+) podem atravessar a membrana 
plasmática através de poros ou canais constituídos por proteínas transmembrana. 
Ocorre, normalmente, contra o gradiente de concentração, de uma região menos 
concentrada para uma mais concentrada separadas por uma membrana. Consome 
energia (ATP) e as proteínas envolvidas no transporte ativo são chamadas de bombas 
(como, por exemplo, a bomba de Na+ e K+). 
A passagem em bloco de macromoléculas pela membrana ocorre por processos 
que envolvem modificações na membrana plasmática. A entrada na célula de material 
em quantidade denomina-se endocitose (pinocitose de fase fluida, endocitose mediada 
por receptores e fagocitose). Exocitose é um processo equivalente à endocitose, porém 
na direção oposta – transporte de dentro para fora da célula). 
COMPLEXOS JUNCIONAIS 
Está presente em vários epitélios próximos à extremidade celular livre e tem 
como objetivo a adesão, o vedamento e a comunicação entre as células. 
 
Junção de adesão: é uma formação encontrada em diversos tecidos. A zônula 
aderente (ou de adesão, formada por filamentos de actina), em determinados epitélios 
de revestimento, circunda a parte apical das células, como um cinto contínuo e os 
desmossomos (formados por filamentos intermediários) possuem uma forma circular 
ou oval. Os hemidesmossomos estão localizados na região basal e conectam dois 
tecidos diferentes (como o tecido conjuntivo e o tecido epitelial, por exemplo). 
Junção impermeável ou oclusiva: é uma faixa contínua em torna da porção 
apical de determinadas células epiteliais, que veda total ou parcialmente o trânsito de 
íons e moléculas entre as células. 
Junção comunicante ou gap: trata-se de uma estrutura cuja função principal é 
estabelecer comunicação entre as células, permitindo que grupos celulares funcionem 
de modo coordenado e que substâncias possam passar de uma célula para outra. As 
conexinas (proteínas da junção comunicante) se organizam em hexâmeros em torno de 
um poro hidrofílico (conexon). 
ESPECIALIZAÇÕES DE MEMBRANA 
Microvilos ou microvilosidades: são uma expansão do citoplasma recoberta por 
membrana e contendo numerosos feixes de microfilamentos de actina responsáveis 
pela forma, que aumentam a superfície de absorção das células. 
 
Estereocílios: são expansões longas da superfície livre de determinadas células 
epiteliais. Aumentam muito a superfície das células, facilitando o transporte de água e 
outras moléculas. 
Região apical: parte da célula localizada no sentido oposto da fonte nutritiva. 
Região basal: parte da célula localizada acima da fonte nutritiva. 
 
 
 
Cílios e flagelos: ambos são responsáveis pela motilidade da célula e diferem 
apenas no tipo de movimento que realizam. Enquanto os cílios realizam um movimento 
de remo, o flagelo realiza um movimento helicoidal. 
 
CITOESQUELETO 
É uma rede complexa situada no citoplasma. São proteínas estruturais que 
influenciam na forma das células e, junto com proteínas motoras (cinesinas e dineínas), 
possibilitam os movimentos de organelas e vesículas citoplasmáticas. O citoesqueleto 
é responsável também pela contração celular (na contração muscular). 
 
 
Microtúbulos: são estruturas presentes o citoplasma com forma de túbulos de 
diâmetro externo de 24 nm e comprimento muito variável; formam os eixos de 
prolongamentos celulares – cílios e flagelos. Constituídos por heterodímeros de tubulina 
alfa e beta que se polimerizam para formar microtúbulos, organizando-se em 
protofilamentos. Além se estarem presentes nos cílios e flagelos, os microtúbulos estão 
presentes nos centríolos (participam da divisão celular) e corpúsculos basais. 
 
 
Filamentos de actina (microfilamentos): possuem de 5 a 7 nm de diâmetro e 
são compostos de subunidades globulares de actina organizadas em uma hélice de dois 
filamentos. São responsáveis estrutura da célula, estando organizados em redes no 
citoplasma logo abaixo da membrana plasmática. Participam da divisão celular e são 
responsáveis pela citocinese (ou seja, a divisão do citoplasma e da membrana). 
 
Filamentos intermediários: possuem diâmetro de aproximadamente 10 nm e 
são responsáveis pela sustentação da célula. Mais abundantes em células que sofrem 
atrito e não estão presentes em células que se multiplicam com frequência. 
 
NÚCLEO CELULAR 
O núcleo é o centro de todas as atividades celulares, porque contém nos 
cromossomos todo genoma da célula. Transcreve o DNA em RNA, que é exportado 
para o citoplasma, onde é traduzido em proteínas. A formado núcleo é variável e 
característica de cada tipo celular e, em geral, cada célula possuiapenas um núcleo. 
 
Envoltório nuclear: separa o conteúdo intranuclear do citoplasma. Constituído 
de duas membranas separadas por um espaço de 40 a 70 nm, a cisterna perinuclear. A 
membrana nuclear externa contém polirribossomos presos a sua superfície 
citoplasmática e é contínua com o retículo endoplasmático granuloso (ou rugoso). Na 
parte interna contém a lâmina nuclear, que liga as fitas cromatínicas ao envoltório. 
Apresenta poros cuja função é o transporte seletivo de moléculas para fora e para dentro 
do núcleo. 
 
 
Cromatina: existem dois tipos, a heterocromatina e eucromatina. A 
heterocromatina é bem visível ao microscópio e é inativa porque nela a hélice dupla do 
DNA está muito compactada, o que impede a transcrição dos genes. Na eucromatina, 
o filamento de DNA não está condensado e tem condições de transcrever os genes 
(cromatina ativa). 
 
Nucléolos: estruturas esféricas não envolvidas por membranas que são os 
responsáveis pela síntese de proteínas. Contém RNA ribossômico e o tamanho está 
relacionado a quantidade de síntese proteica. 
Matriz nuclear: estrutura fibrilar que fornece um esqueleto para apoiar a 
cromatina interfásica, determinando sua localização dentro do núcleo celular. 
Constituída principalmente por RNA. 
CICLO CELULAR 
 
Está dividido em quatro etapas: G1, S, G2 e M. A interfase é constituída da G1, 
S e G2 e M é a mitose, processo de divisão celular. 
G1: síntese de RNA e proteínas e aumento do volume da célula. Primeiro 
checkpoint para conferir se o tamanho da célula está adequado, se há nutrientes e 
fatores de crescimento e se há danos no DNA. 
S: síntese de DNA e duplicação dos centrossomos e centríolos. 
G2: as células acumulam energia para ser usada durante a mitose e sintetizam 
tubulina para formar os microtúbulos do fuso mitótico. Segundo checkpoint antes de 
entrar na mitose para conferir se houve danos na síntese do DNA 
O terceiro checkpoint ocorre ao final da mitose para conferir se a separação dos 
cromossomos foi bem-sucedida. Caso a célula não passe em algum checkpoint entra 
em morte celular e não se divide. 
DIVISÃO CELULAR 
Processo denominado mitose durante o qual uma célula-mãe (2n) se divide em 
duas células, cada uma recebendo um número igual de cromossomos. A mitose pode 
ser dividida em quatro fases: 
Prófase: condensação gradual da cromatina (o DNA foi duplicado na interfase) 
formando os cromossomos. Os centrossomos e os centríolos, que se duplicaram na 
interfase, migram para polos opostos e começam a aparecer microtúbulos iniciando a 
formação do fuso mitótico. O envoltório nuclear se fragmenta no final da prófase e o 
nucléolo se desintegra. 
Metáfase: os cromossomos migram para o plano equatorial da célula e cada 
cromossomo se divide em duas cromátides, que se prendem aos microtúbulos por meio 
do cinetocoro, localizado próximo ao centrômero. 
Anáfase: os cromossomos se separam e migram para polos opostos da célula, 
seguindo a direção dos microtúbulos do fuso. 
Telófase: reconstrução dos envoltórios nucleares das células-filhas. Os 
cromossomos se tornam gradualmente menos condensados e são puxados para os 
polos extremos da célula, o que leva ao reaparecimento da cromatina. 
Citocinese: é a divisão do citoplasma que se inicia na anáfase e termina após a 
telófase. 
ORGANELAS CELULARES 
Mitocôndrias: são organelas esféricas ou alongadas e sua distribuição na célula 
varia, tendendo a se acumular nos locais do citoplasma em que o gasto de energia é 
mais intenso (produz ATP). O compartimento delimitado pela membrana interna contém 
a matriz mitocondrial e emite projeções para o interior da matriz, chamadas cristas 
mitrocrondriais. Possui genoma próprio, incompleto. 
 
Ribossomos: pequenas partículas situadas no citoplasma, compostas de quatro 
tipos de RNA ribossômico (rRNA) e cerca de 80 proteínas diferentes. Polirribossomos 
são conjuntos de ribossomos unidos por uma molécula de RNA mensageiro que é o 
código que estabelece a sequência de aminoácidos na proteína que está sendo 
sintetizada. 
 
Retículo endoplasmático: é uma rede intercomunicante de vesículas e túbulos 
delimitada por uma membrana contínua, que define um espaço chamado cisterna do 
retículo endoplasmático. 
 
O retículo endoplasmático granuloso (ou rugoso) se caracteriza por duas 
propriedades: possui polirribossomos na superfície citosólica da sua membrana e é 
constituído de cisternas saculares ou achatadas. A membrana das cisternas é contínua 
com a membrana externa do envelope nuclear. O REG participa da síntese de proteínas. 
O retículo endoplasmático liso não apresenta ribossomos na superfície de 
suas cisternas, as quais tem geralmente a forma de túbulos anastomosados. A 
membrana do REL é contínua com a do REG embora o REL participe de diversos 
processos funcionais, de acordo com o tipo de célula. Outra função importante do REL 
é a síntese de lipídios. 
Complexo de Golgi: é um conjunto de vesículas achatadas e empilhadas, cujas 
porções proféticas são dilatadas. Recebe grande parte de moléculas sintetizadas no 
REG e no Golgi são completadas as modificações pós-translacionais realizadas no 
REG. 
 
Lisossomos: são vesículas delimitadas por membranas, em geram esféricas e 
apresentam aspecto denso e granular. Contém enzimas hidrolíticas com a atividade 
máxima em pH ácido, com a função de quebra e digestão de diversos substratos. São 
encontrados em todas as células, porém são mais abundantes nas células fagocitárias, 
como os macrófagos e os leucócitos neutrófilos. 
 
 Peroxissomos: são organelas esféricas delimitadas por membrana. Oxidam 
substratos orgânicos específicos, formando peróxido de hidrogênio (H2O2), uma 
substância oxidante prejudicial à célula que é imediatamente eliminada pela enzima 
catalase, sendo convertida em água e oxigênio. 
 
TECIDO EPITELIAL 
 As principais funções dos epitélios são revestimento e secreção. Revestimento 
de superfícies internas ou externas de órgãos ou do corpo está quase sempre associada 
a outras importantes atividades, tais como proteção, absorção de íons e de moléculas 
e percepção de estímulos. Além do revestimento, outra importante atividade do tecido 
epitelial é a secreção, seja por células de epitélios de revestimento ou glândulas. 
 Os epitélios são constituídos por células poliédricas, que são justapostas e, entre 
elas, há pouca substância extracelular. Geralmente aderem firmemente umas às outas 
por meio de complexos juncionais. A forma dos núcleos geralmente acompanha a forma 
das células. 
 Praticamente todos os epitélios estão apoiados por tecidos conjuntivos (fonte 
nutritiva). A porção da célula epitelial voltada para o tecido conjuntivo é denominada 
porção basal ou polo basal, enquanto a extremidade oposta, geralmente voltada para 
uma cavidade ou espaço, é denominada porção apical ou polo apical (superfície livre). 
 Entre as células epiteliais e o tecido conjuntivo há uma delgada lâmina de 
moléculas chamada lâmina basal. 
 
 
TIPOS DE EPITÉLIOS 
 Os epitélios são divididos em dois grupos principais, de acordo com a sua 
estrutura, o arranjo de suas células e a sua função principal: epitélios de revestimento e 
epitélios glandulares. 
EPITPELIOS DE REVESTIMENTO 
 Epitélios simples 
 
 
Epitélios estratificados 
 
 
 
EPITÉLIOS NÃO QUERATINIZADOS 
• Camada basal: constituída por células prismáticas que repousam sobre a 
membrana basal. 
• Camada espinhosa: é formada por células cuboides ou ligeiramente mais 
achatadas, com volume maior que os das células da camada basal. 
• Camada intermediária: constituída por células mais achatadas. 
• Camadasuperficial: camada de células mortas. 
EPITÉLIOS QUERATINIZADOS 
• Camada basal: constituída por células prismáticas que repousam sobre a 
membrana basal. 
• Camada espinhosa: é formada por células cuboides ou ligeiramente mais 
achatadas, com volume maior que os das células da camada basal. 
• Camada granulosa: tem apenas três a cinco fileiras de células poligonais 
achatadas, núcleo central e citoplasma carregado de grânulos basófilos. 
• Camada lúcida: constituída por uma delgada camada de células achatadas, 
eosinófilas e translúcidas. 
• Camada córnea: tem espessura muito variável e é constituída por células 
achatadas, mortas e sem núcleo, cujo citoplasma se apresenta repleto de 
queratina. 
NÃO QUERATINÓCITOS 
 Melanócitos: célula responsável por produzir melanina (o pigmento que dá cor 
a pele, os olhos e os cabelos). 
 Célula de Langerhans: localizam-se em toda a epiderme entre os 
queratinócitos, sendo mais comuns na camada espinhosa. São móveis e capazes de 
captar antígenos. 
 
Célula de Merkel: localizam-se a parte profunda da epiderme, apoiadas na 
membrana basal e unidas ao queratinócitos por meio de desmossomos. Em contato 
com a base das células de Merkel existe uma estrutura em forma de disco, onde se 
inserem fibras nervosas aferentes (conduze impulsos para o sistema nervoso central). 
São mecanorreceptores (sensibilidade tátil). 
 
 
 
 
 
 
EPITÉLIOS GLANDULARES 
Os epitélios glandulares são constituídos por células especializadas na atividade 
de secreção. Podem sintetizar, armazenar e eliminar proteínas (pâncreas), lipídios 
(glândulas sebáceas) ou complexos de carboidrato e proteínas (glândula salivar). 
TIPOS DE GLÂNDULAS 
Há glândulas unicelular e multicelulares. Um exemplo de glândula unicelular é a 
célula calciforme. 
As glândulas são sempre formadas a partir de epitélios de revestimento cujas 
células proliferam e invadem o tecido conjuntivo subjacente, após o que sofrem 
diferenciação adicional. 
Glândulas exócrinas: mantém sua conexão com o epitélio do qual se 
originaram. Essa conexão toma a forma de ductos tubulares constituídos por células 
epiteliais e, através desses ductos, as secreções são eliminadas, alcançando a 
superfície do corpo ou uma cavidade. Duas porções: uma porção secretora (constituída 
pelas células responsáveis pelo processo secretório) e ductos secretores (que 
transportam a secreção eliminada pelas células). 
Glândulas endócrinas: a conexão com o epitélio é perdida. Essas glândulas 
não possuem ductos e suas secreções são lançadas no sangue e transportadas para o 
seu local de ação pela corrente sanguínea. Divididas em dois tipos: no primeiro tipo, as 
células formam cordões anastomados entremeados por capilares sanguíneos e no 
segundo tipo, as células formam vesículas ou folículos preenchidos de material 
secretado. 
De acordo com o modo pelo qual os produtos de secreção deixam a célula, as 
glândulas podem ser classificadas em: 
Holócrinas (glândula sebácea): o produto de secreção é eliminado juntamente 
com toda a célula, processo que envolve a destruição das células repletas de secreção. 
Merócrinas (glândula salivar): a secreção acumulada em grãos é liberada por 
meio de exocitose, sem perda de outro material celular. 
Apócrinas (glândula mamária): o produto de secreção é descarregado junto com 
pequenas porções do citoplasma apical. 
TECIDO CONJUNTIVO 
Os tecidos conjuntivos são responsáveis pelo estabelecimento e pela 
manutenção da forma do corpo. Este papel mecânico é determinado por um conjunto 
de moléculas – matriz extracelular (MEC) – que conecta as células e os órgãos, dando, 
dessa maneira, suporte aos tecidos, órgãos e ao corpo como um todo. 
O principal componente do tecido conjuntivo é a MEC. Ela consiste em diferentes 
combinações de proteínas fibrosas, um conjunto de macromoléculas hidrofílicas e 
adesivas, as quais constituem a substância fundamental, e o fluido tissular. 
FIBRAS 
As fibras do tecido conjuntivo são formadas por proteínas que se polimerizam, 
formando estruturas muito alongadas. Os três tipos principais são as colágenas, as 
reticulares e as elásticas. As fibras colágenas e as reticulares são formadas pela 
proteína colágeno e as fibras elásticas são compostas principalmente pela proteína 
elastina. 
Fibras colágenas: o colágeno do tipo I é o mais abundante e amplamente 
distribuído no organismo. Ele se apresenta como estruturas denominadas fibrilas de 
colágeno, que constituem a estrutura dos ossos, dentina, tendões, cápsulas de órgãos, 
derme, etc. 
Fibras reticulares: são formadas predominantemente por colágeno do tipo III. 
São extremamente finas e formam uma rede extensa. 
Fibras elásticas: podem ser esticadas até 150% do seu comprimento em 
repouso e são compostas por elastina e fibrilina. 
 
 
SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL 
É uma mistura complexa (incolor e transparente) altamente hidratada de 
moléculas aniônicas (glicosaminoglicanos e proteoglicanos) e glicoproteínas 
multiadesivas. Ela preenche os espaços entre as células e fibras do tecido conjuntivo e, 
como é viscosa, atua ao mesmo tempo como lubrificante e barreira à penetração de 
microorganismos invasores. 
Os glicosaminoglicanos (GAG) são polímeros lineares formados por unidades 
dissacarídicas repetidas, em geral compostas de ácido urônico e de uma hexosamina. 
Todas as cadeias lineares são ligadas covalentemente a um eixo proteico, formando a 
molécula de proteoglicano (que têm uma estrutura tridimensional que pode ser 
imaginada como uma escova de limpar na qual a haste representa o eixo proteico e as 
cerdas representam as cadeias de GAG). As glicoproteínas são compostos de proteínas 
ligadas a cadeias de glicídios, que se ligam ao colágeno e facilitam a aderência de 
células a MEC. 
FLUIDO TISSULAR 
Um fluido presente em pequena quantidade nos tecidos conjuntivos, semelhante 
ao plasma sanguíneo quanto ao seu conteúdo em íons e substâncias difusíveis. Carrega 
oxigênio, nutrientes e outros materiais vindos do sangue para as células e dióxido de 
carbono e refugo metabólico. 
CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO 
Fibroblastos: sintetizam a proteína colágeno e a elastina, além de 
glicosaminoglicanos, proteoglicanos e glicoproteínas que compõem a MEC. Também 
produzem os fatores de crescimento, que controlam a proliferação e a diferenciação 
celular. São as células mais comuns no tecido conjuntivo. Enquanto estão ativas se 
denominam fibroblastos e em repouso (fora de atividade) são denominadas fibrócitos. 
Macrófagos: células com a capacidade de realizar fagocitose e apresentadores 
de antígeno. Derivam de células precursoras da medula óssea, os monócitos, que 
quando migram para o tecido conjuntivo passam a ser chamadas de macrófagos 
(monócitos e macrófagos são a mesma célula em estados estágios de maturação). 
Mastócitos: sua principal função é estocar mediadores químicos da resposta 
inflamatória, como a histamina. Também colaboram com as reações imunes e tem um 
papel fundamental na inflamação, nas reações alérgicas e nas infestações parasitárias. 
Plasmócitos: são abundantes nas inflamações crônicas, em que predominam 
plasmócitos, linfócitos e macrófagos. Sintetiza e libera anticorpos. 
Pericitos: são células contráteis que auxiliam na regulação do fluxo sanguíneo 
e estão associados a capilares. 
Adipócitos: são células que se tornaram especializadas no armazenamento de 
energia na forma de triglicerídeos. Formam pequenos grupos e agregados no tecido 
conjuntivo. 
Leucócitos: migram do sangue para o tecido conjuntivo. Desempenham a 
função de defesa.

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