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TEORIA GERAL DO PROCESSO -
TGP 
TEORIA DA AÇÃO
Prof. Marcos Paulo Pereira Gomes
No sentido constitucional, ação como
direito de ação significa o direito que
todos possuem de poder provocar o
exercício da jurisdição. É o direito de
acesso à justiça. Decorre do princípio da
inafastabilidade da jurisdição.
Possui status de direito fundamental, além de ser
autônomo (há um direito de ação
independentemente de o autor ter ou não razão),
abstrato (pode-se ir ao judiciário afirmando qualquer
problema) e possui um conteúdo complexo (é um
feixe direitos, ou seja, é um direito que se desdobra
em vários outros, ex. direito de escolher o
procedimento). Por fim, deve ser qualificado com
todos os atributos do devido processo legal.
No segundo sentido, a palavra ação é
utilizada para designar o direito afirmado
em juízo (ação como direito afirmado
em juízo). Ex. art. 195 do CC.
No terceiro sentido, a ação não é direito (como nos
outros dois sentidos) e sim um ato (ação como ato
de provocar a atividade jurisdicional). É a própria
conduta (ou o próprio exercício) de provocar a
atividade jurisdicional, também conhecida como
demanda. Toda demanda se refere a uma
determinada situação e se liga às outras duas
acepções da palavra ação.
OBS: essa terceira acepção (ação como
demanda) será o sentido aqui estudado.
 OBS.2: costumava-se estudar a matéria em três
vertentes (elementos, classificação e condições da
ação), mas com o NCPC, passa-se a analisar
apenas os elementos e a classificação da ação,
vez que o NCPC não utiliza mais o termo
“condições da ação”. Ainda, o que se estudava
como condições da ação deve-se, hoje, ser
estudado dentro de pressupostos processuais.
ELEMENTOS DA AÇÃO
A ação como demanda possui três elementos:
Partes: são os demandante (aquele que demanda) e
demandado (contra quem a demanda é apresentada).
OBS: Não se confunde partes da demanda com as partes
do processo. As partes do processo são todos os sujeitos
parciais do contraditório, o que inclui as partes da
demanda.
As partes da demanda são as partes principais do
processo, mas não são as únicas partes do processo.
OBS.2: também não se pode confundir partes da
demanda com partes do conflito, porque nem
sempre há uma correspondência entre as partes da
demanda e as partes do conflito.
OBS.3: parte ilegítima também é considerada parte,
sendo que esta pode alegar a própria ilegitimidade.
Pedido: É o efeito jurídico pretendido (estudaremos
PEDIDO em Processo Civil 1, quando estivermos
falando sobre Petição Inicial).
CAUSA DE PEDIR
O pedido deve estar lastreado em uma história, ou
seja, é preciso que ele possua um fundamento. A
causa do pedido seria a somatória do fato jurídico
com o fundamento jurídico (relação jurídica
substancial deduzida).
Ex. fato jurídico (acidente de trânsito) +
fundamento jurídico (direito afirmado) = causa
de pedir.
OBS.2: a causa de pedir também pode ser
causa de pedir remota + causa de pedir
próxima.
Classificação da ação
Ações reais e pessoais: é uma classificação de
acordo com o direito afirmado em juízo. Se o direito
afirmado for um direito real, estar-se-á diante de uma
ação real; se o direito afirmado for um direito pessoal,
estar-se-á diante de uma ação pessoal.
Ação reipersecutória: é toda ação que busca a
entrega de uma coisa. Tanto pode ser uma
ação real, como uma ação pessoal (ex. ação
de despejo).
Ações imobiliárias e mobiliárias: essa
classificação é de acordo com o objeto do
pedido. Se o objeto do pedido for imóvel, a
ação é imobiliária; se o objeto for móvel, a
ação é mobiliária.
Ação de acordo com o tipo de tutela jurisdicional
almejada:
Podem ser:
Ação de conhecimento: é aquela que visa a
certificação de direitos;
Ação de execução: é aquela que visa a
satisfação de direitos;
Ação cautelar: é aquela que visa a proteção de
direitos.
Ações sincréticas: são aquelas que possibilitam
a obtenção de mais de um tipo de tutela
jurisdicional. A ação é sincrética quando ela
combina mais de uma pretensão, ex.
satisfação e proteção de um direito. Com o
surgimento das ações sincréticas, a
classificação antiga perde um pouco de força,
em que pese ainda seja utilizada.