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Teoria geral do processo Conceito Direito de ação É o direito à tutela jurisdicional adequada, efetiva e tempestiva, mediante processo justo. Direito a defender o que é nosso – início “bom selvagem”; A partir do momento que o Estado avocou para si esse exercício jurisdicional, nosso direito se estende a exigir do Estado que proteja aquilo que entendemos ser nosso direito: e o direito de ação torna isso concreto – o direito de exigir que o Estado promova proteção jurisdicional. O Direito Processual possui três bases estruturais, sendo uma delas a inércia, e precisamos tirar o Estado Juiz desta inércia exercendo nosso Direito de Ação. Princípio do dispositivo ou da demanda: quando provocamos o Estado juiz a promover a proteção jurisdicional a um Direito que eu entendo que está sendo lesado ou ameaçado de ser lesado, e isso será instrumentalizado faticamente através do processo. Natureza Jurídica É um direito subjetivo de pedir ao Estado a prestação de sua atividade jurisdicional num caso concreto. Elementos identificadores Há varias teorias sobre o direito de ação, o seu conceito passou por uma grande evolução até chegar no que entendemos hoje: o direito de ação seria esse direito de estar pleiteando para o Estado tutelar o direito que eu entenda que esteja sendo atingindo – isso não significa que eu precise sempre ser bem sucedido, apenas acionar o Estado Elementos identificadores e condições da ação para que exerça o meu direito, já é direito de ação. Partes Pessoas físicas ou jurídicas que vêm para o processo com a finalidade de obter um provimento jurisdicional que reconheça a prevalência de seus próprios interesses. São autor e réu. Causa de pedir Quem vai ao estado juiz formular uma pretensão tem que informar de onde ou no que se funda o sue pedido, o que efetivamente o faz possuir aquele direito. Art. 319, CC – vem estabelecendo os elementos mínimos de uma petição inicial. Causa próxima: fundamentos jurídicos; (natureza do direito) Causa Remota: fato gerador do direito. Ex: Sérgio vai até a Leader comprar uma calça, ao sair da loja após a compra, o alarme começou a tocar e Sérgio foi convidado a voltar ao caixa para resolver a situação, causando-lhe grande constrangimento. Sérgio mostra sua nota fiscal e é verificado que a vendedora esqueceu-se de retirar o dispositivo de alarme após a compra. Sérgio sente que sua honra íntima foi ferida e entra com uma ação em face à loja. Causa próxima: indenização por danos morais. Causa remota: toda a situação ocorrida e que estará originando o direito que entendemos nos ser devido. Objeto da ação É o pedido, o resultado prático que pretendo alcançar com minha demanda judicial. Também está no art. 319. Há a divisão do pedido imediato e pedido mediato: Pedido imediato: providência jurisdicional que foi solicitada – o que pretendo obter; Pedido mediato: linha de conseqüência, a utilidade que quero alcançar com a providência/sentença; utilidade que vou acessar a partir do momento que a providência jurisdicional for acatada. - Art. 330, CPC Inépcia: demonstra que ou faltou causa de pedir ou pedido na petição inicial. Sem esses elementos identificadores a ação não vai poder prosseguir e o juiz irá indeferi-la de forma liminar, pois a peça autoral não preencheu os requisitos específicos e necessários para que ela pudesse se desenvolver regularmente. Esses elementos têm que estar presentes, pois servem para isolar e distinguir das ações já propostas e das que venham a serem propostas. Lei exige clara identificação logo na peça inicial: a) Petição cível: Art. 319, incs. II, III e IV, CPC/2015 b) Petição trabalhista: Art. 840, § 1º, CLT c) Petição criminal: Art. 41’, CPP Art. 337, §§ 1º, 2º e 3º, CPC Temos litispendência quando uma ação é idêntica a outra. Uma ação é idêntica a outra quanto tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. Dentro do nosso país é proibida existir uma ação igual a outra. Se há litispendência não há possibilidade de uma das ações prosseguir. Ex: acidente dos aviões da Legacy e da Gol, neste caso existe a possibilidade de duas ações iguais e que não gerará litispendência. Na situação específica, envolvendo indivíduos de Estados Soberanos distintos, uma ação igual aqui em competência internacional concorrente e outra ação igual lá, não irá gerar litispendência. – Art. 24, CPC Requisitos para o julgamento do pedido “Condições da ação” (art. 17, CPC/2015) Interesse de agir; Legitimidade das partes; Possibilidade jurídica do pedido. Atualmente, temos apenas dois requisitos: 1. Interesse de agir; 2. Legitimidade das partes. 1. Decorre da necessidade da intervenção do Estado para se obter um pronunciamento jurisdicional. Toda vez que houver necessidade da intervenção do Estado teremos caracterizado o interesse de agir. Está sob dois requisitos: a) Necessidade: aquilo que eu necessito não conseguirei obter sem a necessária intervenção, por causa da resistência da parte contrária. Como o Estado a partir do momento em que se tornou organizado politicamente impôs que não tomássemos a justiça com nossas próprias mãos, tem que resolver o direito que eu entendo ser lesado. Se eu não consigo obter aquilo que eu entendo ser meu direito eu preciso da intervenção do Estado para que isso aconteça, sendo então, configurada a necessidade. Ações cíveis de caráter constitutivo: origina, modifica ou extingue uma relação jurídica. Ex: Tenho contrato com um terceiro e entendo que este terceiro deixou de cumprir uma cláusula contratual, querendo eu extinguir o contrato, mas o terceiro não – configurou-se a necessidade. Portanto, terei que pedir a interferência do poder judiciário explicando o porquê. Quero propor a ação contra outro contratante: partes; Explicando o porquê quero: causa de pedir; Porque eu quero: necessidade. Ação penal: a sanção pressupõe uma decisão condenatória – Para que o Estado possa punir alguém, existe a necessidade de que este sujeito tenha sido condenado. Configura-se a necessidade. b) Adequação: para cada situação em concreto nós temos um tipo de direito/uma forma de ação a ser buscado e vamos nos valer da via processual adequada. Através dessa via vamos chegar à utilidade que pretendemos. Ex: Se eu quero cobrar algo de alguém: via executiva; Se eu quero reconhecimento da existência de uma relação jurídica: via declaratória; Se eu quero a punição de alguém relativamente à injúria, calúnia ou difamação: via condenatória ou queixa crime; Se eu quero discutir direito trabalhista: Justiça do Trabalho. Essa via adequada vai dar a utilidade relativamente aquilo que é minha pretensão. Também é um dos requisitos para que o juiz possa julgar adequadamente a tutela jurisdicional que é o que buscamos com o direito de ação. 2. Legitimidade: tem para aquele que diz possuir um direito material e contra quem esse pretenso direito material será exercido. É a qualidade para agir no processo – Aquele que tem qualidade para ser autor e para ser réu no processo. O autor deverá ser aquele que irá informar o juiz ser o titular de determinado interesse que através da sua pretensão ele entende possuir com relação aquele que diz se o réu o devedor daquele direito material. É a condição daquele que é titular do direito pleiteado – legitimidade ativa – ou daquele que tem que responder por aquele direito pleiteado – legitimidade passiva. Legitimidade ativa: autor Legitimidade passiva: réu.Essa legitimidade pode ser ordinária ou extraordinária – legitimidade em razão de hipóteses excepcionais concedidas pela lei. Legitimidade ordinária: possui aquele que em um processo defende interesse próprio em nome próprio. Ex: Alguém vai a minha loja e não me paga e eu entro com ação judicial contra ele para cobrar o que me deve. Eu defendendo em nome próprio direito que é meu. Legitimidade extraordinária: possui aquele que defende em nome próprio interesse alheio. Ex: MP na questão de investigação oficiosa de paternidade. À falta de qualquer dos requisitos para julgamento da ação, o Juiz extinguirá o processo sem examinar-lhe o mérito. Pode ser ex offício. (Art. 485, VI, CPC/2015) Vicente Greco Filho: demanda poderá ser posteriormente, repetida ou renovada. Ausência dos requisitos para julgamento do mérito
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