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EMPRESARIAL 
 (MATERIAL DE ESTUDO) 
Noções históricas:
Na ANTIGUIDADE o Direito Civil era aplicado como regra. No 1º momento cria-se corporações de oficio; eram tribunais que julgavam e solucionavam questões de comercio. 
OBS: Só era considerado comerciante quem tinha uma matricula, ou seja, quem era registrado legalmente. 
Na 2º fase surge a teoria dos atos do comercio, é uma fase objetiva que desenvolve na idade moderna.
OBS: Reconhece quem tem matrícula e quem exerce o ato de comercio.
Na 3ª fase surge a teoria dos atos da empresa, ela amplia os atos que são por elas englobados. Inclui a prestação de serviço, reconhece o Direito Empresarial como tutelado atividade empresarial. 
UNIFICAÇÃO LEGISLATIVA SEM PERDA DA AUTONOMIA 
Cientificamente, apenas há alteração na parte geral do direito comercial, que passa a ser direito empresarial. As demais divisões internas do direito comercial continuam, cientificamente, inalteradas. Portanto, dizer que o direito comercial perdeu sua autonomia jurídica por causa do novo Código Civil é não perceber que a maior parte do seu objeto de regulação (falência e concordata, títulos de créditos, marcas e patentes, direito societário, registro de empresas etc) continua vivo e sem alteração sob o prisma científico, já que alterações legislativas de específicos tópicos regulados não tem o condão de modificar a estrutura científica de um ramo do direito.
FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL 
1º PRIMARIAS: Leis, tratados, normas internacionais. 
2º SECUNDARIAS: Costumes, jurisprudência, analogia (LINDB), e princípios gerais do Direito. 
EX: Às que não tem a força da 1º, mas esclarecem o espíritos dos aplicadores da lei e servem de precioso substrato para a compreensão e aplicação global do Direito. 
DEFINIÇÃO DE EMPRESA
Empresa é a atividade econômica organizada atrelada a organização dos fatores de produção, para produção ou circulação de bens ou prestação de serviços. 
Conceito funcional de EMPRESA é a atividade. EMPRESA tem natureza jurídica de objetiva de Direito. 
Empresa quer dizer uma atividade econômica organizada destinada a produção ou à circulação de bens ou de serviços.
DEFINIÇÃO DE EMPRESÁRIO 
Empresário é quem exerce, atividade econômica, organização dos fatores de produção, exercício de forma profissional. 
ART 966 CC- Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens e serviços. 
O empresário tem que se cadastrar na JUCERJ – Junta Comercial. 
OBS: Art 966 CC Parágrafo único – Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
Sociedades não empresária: Sociedade simples, sociedade cooperativa e atividade ruralista. 
EX: A atividade precisa da pessoa. O contador tem um estagiário e um boy, mas só ele é contador na empresa. 
O empresário pode ser em três formas: 
● Individual – Pessoa física. Em caso de prejuízo, serão utilizados os bens pessoais para arcar com os pagamentos devidos.
● EIRELI - ( Pessoa Jurídica - Empresa individual de responsabilidade limitada)  quem se responsabiliza pelos atos praticados pela pessoa jurídica é seu patrimônio, e não os bens dos seus sócios e/ou administradores. Na EIRELI o limite está no capital social, ou seja, R$ 72.400,00 (cem vezes o salário mínimo).
● Sociedade Empresária – Pessoa Jurídica A Sociedade Empresária se caracteriza pela reunião de duas ou mais pessoas para exercer uma atividade econômica.
● A sociedade empresária, é um ser personalizado dotado de obrigações.
● 1° Obrigação - É necessário ter um registro na Junta Comercial antes de dar início as suas atividades (A lei 8934/94 disciplina o registro da empresa).
Importante informar que não é o registro que dá a condição de empresário, mas sem ele, existe uma irregularidade da atividade econômica. O empresário sem registro na junta, não tem CNPJ, registro estadual, municipal, e consequentemente, se vier a sofrer uma fiscalização, sofrerá uma sanção administrativa e poderá pagar uma multa, pois, a atividade que está sendo exercida é uma atividade informal.
● 2° Obrigação - Todo empresário deve ter uma escrituração regular, que são os livros empresariais e estes tem várias funções, como por exemplo, gerencial e econômica.
● 3° Obrigação - O empresário deve proceder com o levantamento dos balanços anuais. O mesmo artigo 1179 que diz da escrituração regular também prevê a 3° obrigação. O artigo diz, via de regra, que todo empresário deve providenciar dois balanços, o patrimonial e o resultado econômico.
 ● PRESSUPOSTO PARA O EXERCICIO DA ATIVIDADE EMPRESÁRIA
-Exercício da atividade empresarial
-Não impedimento legal 
-Capacidade Civil
Art 974 CC – Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor da herança. 
{3º - O Registro Público de Empresas Mercantis a cargos das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendido de forma conjunta.
IMPEDIMENTOS LEGAIS 
Art. 973 CC - A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.
 O que pretende o código civil com essa determinação é a proteção da boa-fé de quem contrata com o empresário, que não conhece de sua incapacidade, dirigindo-se tão somente pela aparente capacidade.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
O empresário individual seria justamente a pessoa física, titular da empresa. 
O exercício da empresa pelo empresário individual se fará sob uma firma, constituída a partir de seu nome, completo ou abreviado. Nesse exercício ele respondera com todas as forças de seu patrimônio pessoal, capaz de execução, pelas dívida contraídas.
0BRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO 
● ART 967 CC- É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público De Empresas Mercantis, da respectiva sede, antes do início da sua atividade.
● Escrituração – ART 1.179 CC- O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros , em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
OBS: Envolve os livros que são obrigatórios e a obrigação contábil, que tem necessariamente que ser assinado por um contador. Os livros quando são iniciados ou encerrados são autenticados pelo RPEM (Registro Público de Empresas Mercantis).
SOCIEDADE
União de esforços mútuo convergente.
As sociedades são pessoas físicas de Direito Privado. São também albergadas nesse gênero as associações e as fundações. 
ART 981 CC – Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha entre si, dos resultados. 
PERSONIFICAÇÃO 
possuem personalidade jurídica, que é adquirida com o registro.
● Registro no órgão competente.
● Efeitos: existência distintas dos sócios 
→1º Autonomia patrimonial – Patrimônio próprio
O patrimônio social não se confunde com a dos sócios. 
→ 2º Nome próprio
EX: Paula Confec EIRELI
→ 3º Nacionalidade Própria 
A sociedade passa a possuir nacionalidade própria, independente da Nacionalidade de seus integrantes.
→ 4º Domicílio próprio 
A sociedade como pessoa jurídica que é, te, domicílio próprio , distinto do domicílio e seus sócios. O domicílio da sociedade é chamado de Sede Social e deverá vir fixado nos seus atos constitutivos.
→ 5º Capacidade processual e contratual 
EFEITOS DOS REGISTRO PARA A SOCIEDADE EMPRESÁRIA 
 (REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS)→ Constitutivo da personalidade 
É porque o registro é o ato competente que atribui a Personalidade jurídica.
→ Declaratória da condição de empresário. Sempre?
É preciso olhar a função (O que ele faz), pra saber se é empresário ou não.
→ Regularidade
→ Proteção do Regime Jurídico 
→ Publicidade 
RESPONSABILIDADE DA SOCIEDADE
Art789 NCPC - O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
→ E de seus sócios?
A resposta dependerá do Regime Jurídico que escolher. Todos os sócios terão beneficio de ordem quando consumir todo o patrimônio. 
CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES
→ Quanto ao objeto 
● Sociedade Simples: “A sociedade é uma sociedade simples, no sentido do presente título, quando ela não oferece característicos distintivos de uma das outras sociedades reguladas por Lei.”
(Fora do conceito de empresária)
● Sociedade Empresária: Exerce atividade empresária. 
→ Quanto a responsabilidade dos sócios 
● Limitada: De alguma forma limita a responsabilidade dos sócios 
EX: Os sócios respondem somente até um determinado limite pelas dívidas da sociedade, ou seja, respondem de maneira limitada a um quantum pré-estabelecido no estatuto ou no contrato social. 
● Ilimitada: Não tem limitação de responsabilidade dos sócios. 
Art 1.024 CC- Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois, de executados os bens sociais.
EX: Sociedade em nome coletivo, sociedade em comum, de fato ou irregular. 
● Mista: É o tipo de sociedade na qual encontramos sócios que respondem ilimitadamente e sócios que respondem limitadamente pelas dívidas da sociedade. 
 Ex: Sociedades em comandita por ações, em comandita simples e em conta de participação. 
 
→ Quanto à natureza 
● de pessoas: Leva em conta a presença de um elemento subjetivo “Afecctio Societatis” PESSOA
● De capital: Sociedade anônima “Afecctio Pecunia” $$$
→ Quanto ao ato constitutivo 
● Contratuais: Contrato Social
● Institucionais: Estatuto Social ( Sociedades anônimas – Sociedades cooperativas)
TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
 Passou a pessoa jurídica da sociedade, em certas circunstâncias, a ser instrumento para a perpetração de fraude contra os credores. Torna-se a pessoa jurídica manipulável por sócios ou administradores inescrupulosos, com vistas à consumação de fraudes ou abusos de direito, cometidos por meio da personalidade jurídica da sociedade que lhes serve de anteparo.
Para efetivamente coibir a prática de determinados ilícitos, escudada na personalidade da sociedade, foi que nasceu a doutrina da desconsideração ou superação da personalidade jurídica.
Tal doutrina, não cuida de declarar nula a personificação, mas torná-la episodicamente ineficaz para a apuração de determinados atos. Que desconsidere a personalidade jurídica para reprimir a fraude ou abuso, sem que isso importe na dissolução da pessoa jurídica. 
● Histórico 
→ Leading Case: Salomon X Salomon rco Inglaterra
Jurisprudência Inglesa , final do século XIX. 
Teoria da desconsideração: Lei nº 8.078/90 . CDC Art 28
EX: Quando o sócio transfere bens que, em realidade, pertencem à sociedade “A”, tais como aqueles que compõe o estabelecimento empresarial, necessários ao exercício da sua empresa, mas que foram formalmente transmitidos para o patrimônio da sociedade “B”, por ele também integrada, com o fito de “esvaziar” o ativo social da sociedade “A”, pondo salvo certos bens dos credores sociais, embora tais bens permaneçam a ser por ela utilizados no desempenho da sua empresa.
→ Informativo 732 STF transfrição 
→ Desconsideração ≠ Despersonificação 
Desconsideração: Afastar
Despersonificação: Não ter personalidade Jurídica 
→ Teoria Maior 
OBS: Elemento subjetivo é o abuso
Art 50 CC: Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
OBS: Não pode o Juiz afastar-se da formulação maior da teoria , isto é, não pode desprezar o instituto da pessoa jurídica apenas em função do desatendimento de um ou mais credores sociais. 
→ Teoria Menor
ART 28 {5º CDC : Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. 
OBS: É que prestigia a contribuição doutrinária, respeita o instituto da pessoa jurídica , reconhece a sua importância para o desenvolvimento das atividades econômicas e apenas admite a superação do princípio da autonomia patrimonial quando necessário à repressão de fraudes e à coibição do mau uso da forma da pessoa jurídica. 
→ Teoria Inversa 
Usada no âmbito do Direito de Família 
ART 133 NCPC: O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. 
 {2º : Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica. 
→ Teoria Indireta
Aplica-se no âmbito corporativo 
→ Teoria expansiva

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