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SÉRIE METODO DIREITO EMPRESARIAL1

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1.1 A EMPRESA 
O Código Civil brasileiro vigente, editado no ano de 2002 e inspirado no estatuto civil italiano, trouxe a base 
legislativa do direito civil e direito empresarial no mesmo Código. Essa unificação, entretanto, não significou a 
perda de autonomia do direito empresarial, que se mantém intacta, com princípios e regras próprias. 
A disciplina da matéria empresarial no Código Civil não afeta em absolutamente nada a sua autonomia, não 
havendo nenhuma razão para inserção de seu conteúdo como parte de obras de Direito Civil. A área empresarial 
possui princípios próprios, por se tratar de uma atividade profissional que exige eficiência técnica em sua 
organização e elementos que definem a empresa como principal item para a construção da economia. 
O Direito Empresarial tem características muito próprias, como o dinamismo proveniente de uma economia 
globalizada, em que as relações econômicas exigem atos praticados com extrema rapidez e agilidade, além 
do Internacionalismo, pois o nosso ramo sempre buscou normas que uniformizassem regras além das fronteiras, 
como é o caso dos títulos de crédito, em boa parte regulada pela Convenção de Genebra, inserida em nosso 
ordenamento jurídico. 
Tal evolução inseriu na legislação de nosso país a relevância da empresa como atividade econômica organizada 
e, o empresário como aquele que a exerce, individualmente, por uma pessoa natural, é o que chamamos de 
empresário individual ou ainda por uma pessoa jurídica. Nesse caso, temos a EIRELI – Empresa Individual de 
Responsabilidade Limitada, ou ainda, de forma societária, por uma pessoa jurídica, de acordo com requisitos 
localizados no Livro II do Código Civil vigente, intitulado “Direito de Empresa” logo em seu primeiro dispositivo, 
seja o art. 966, como no tópico seguinte. 
Portanto, aqueles que se constituem economicamente por meio de sociedade por ações serão sempre 
empresariais, assim como as sociedades cooperativas jamais serão empresariais, mas, sim, sociedades simples. 
Finalmente, não é razoável chamar sócios de empresários, pois a empresa é explorada por uma pessoa natural 
ou pessoa jurídica. No primeiro caso, o exercente da atividade econômica se chama empresário individual e, no 
segundo, será a EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada ou Sociedade Empresária. 
A principal característica do Código Civil se deu sobre a relevância da empresa como atividade econômica 
organizada, de acordo com os seguintes requisitos: 
Profissionalidade: Esse elemento pode ser explicado pela habitualidade, seja pelo exercício frequente da 
atividade empresarial praticada de forma reiterada e em nome próprio, ainda que indiretamente, pois é o 
empresário, de forma individual ou societária, que responde por todos os atos de seus prepostos. A 
responsabilidade do empresário ou sociedade empresária por todos os atos ocorridos do ambiente empresarial, 
é tratada pela doutrina por pessoalidade. 
Atividade Econômica: atividade que visa ao lucro por intermédio da produção ou comercialização de bens 
e/ou serviços. É sempre importante lembrar que basta o objetivo de lucrar, e não necessariamente o lucro 
propriamente dito, pois, caso contrário, todas as empresas precisariam lucrar para que assim fossem 
consideradas. 
Organização: O mais importante ato do empresário é o que reúne os elementos – mão de obra (própria ou 
alheia) e capital. 
Esse é o principal elemento para a caracterização da empresa. Tal elemento é muito importante, pois é o que 
melhor define a empresa como uma organização para produzir ou comercializar em escala. Para que haja 
grande disponibilidade de mercadoria produzida ou disponível para comércio, é necessário que a finalidade 
do empreendedor seja a de organizar o capital, trabalhadores, matéria-prima e, ainda assim, fazê-lo com 
 
 
maestria, para que consiga eficiência. Por último, a sua finalidade é organizar todos os elementos de tal 
maneira que consiga o lucro. 
Enquanto o talento do intelectual é artístico, literário ou científico, o talento do empresário se dá na 
organização, significando a sua própria atividade-fim. 
1.1.1 Divisão do Direito Empresarial contemporâneo 
Acolhemos a divisão que a coleção se encontra delineada, como segue: 
 
1.2 A ATIVIDADE INTELECTUAL 
A legislação não se contentou em trazer somente características a respeito de quem é o empresário, buscando 
também conceituar os que não se consideram empresários. As atividades expressamente excluídas da condição de 
empresário são apontadas no parágrafo único do art. 966, que conceitua os intelectuais. 
As atividades intelectuais são as de natureza científica (medicina ou ciências contábeis), literária (escritor) ou 
artística (pintor de quadros), ainda que com a contribuição de auxiliares ou colaboradores, ressalvados os casos em 
que o exercício da profissão constitua elemento de empresa, o que significaria a absorção da atividade intelectual 
pela empresarial, assumindo os requisitos acima pontuados. 
Com a unificação promovida pelo atual Código Civil, esses intelectuais, que na prática são profissionais 
liberais autônomos, exercentes de suas profissões individual ou societariamente. Nesse último caso, podem se 
constituir sob a forma de sociedade simples. 
Nesse sentir, por regra, as atividades intelectuais, cujas atividades eram consideradas civis pelo Código Civil 
revogado, e exercidas individualmente por profissionais liberais autônomos e societariamente, sob a forma de 
sociedade simples, não podem ser consideradas empresárias. 
Sylvio Marcondes (1977) explica que, em tais atividades, 
“o profissional intelectual pode produzir bens, como fazem os artistas; pode produzir serviços, como o fazem 
os chamados profissionais liberais; mas nessa atividade profissional, exercida por pessoas, falta aquele 
elemento de organização dos fatores da produção, ou a coordenação de fatores é meramente acidental: o 
esforço criador se implanta na própria mente do autor, que cria o bem ou o serviço. Portanto, não podem – 
embora sejam profissionais e produzam bens ou serviços – ser considerados empresários” (p. 11). 
Sendo assim, o profissional liberal em regra não é empresário; no entanto, quando a atividade intelectual for 
absorvida por elementos de empresa (estrutura empresarial), a atividade intelectual se transformará em atividade 
empresarial. Ex.: O médico pediatra “A” que exerce medicina, portanto, profissão intelectual, resolve locar um 
espaço maior, contratando diversos empregados da atividade-meio (limpeza e segurança) e atividade-fim (médicos), 
 
 
de maneira que a sua atividade pessoal deixa de ser referência, para que agora a referência seja a própria estrutura 
empresarial, transformando-se em uma grande clínica médica que absorve aquela atividade primária. 
O titular de uma atividade intelectual transforma-se em empresário quando desenvolve uma atividade de acordo 
com a organização e finalidade empresarial, que são os elementos mais fortes na caracterização da atividade 
empresarial. 
A doutrina do Professor Duclerc Verçosa (2011), conclui que passou a ser considerada atividade empresarial 
toda atividade econômica organizada com o intuito de lucro, exceto atividade intelectual que não configure 
elemento de empresa. (p. 155) 
O elemento de empresa caracterizador ou não da atividade, repisamos, é a organização. 
1.2.1 Atividade intelectual absorvida pelo conceito de empresa 
O profissional liberal em regra não é empresário; no entanto, quando a atividade intelectual for absorvida por 
elementos de empresa (estrutura empresarial), a atividade intelectual será considerada empresarial, como no 
exemplo do consultório médico que se transforma em hospital. 
O caminho trilhado pelo Código no parágrafo único do art. 966 do Código Civil denota a hipótese 
organizacional que demonstre a prática de atos empresariais como o elemento definidor da empresa. 
A expressão “elemento de empresa” é de análise econômica,e esclarece todas as dúvidas quando trata a 
hipótese da absorção da atividade intelectual, dessa forma, teremos a figura da empresa. 
O mesmo parágrafo único do art. 966 do Código Civil, que traz os profissionais liberais, em regra, afastados 
dos atos empresariais, ao analisar a presença de atividade organizacional com práticas empresariais que absorvam 
a intelectualidade, o traz abrangido pelo conceito de empresa, situação em que a sua profissão é absorvida pela 
empresarialidade. 
 
ATENÇÃO! 
A figura do advogado naturalmente exercente de atividade intelectual não poderá ser considerado empresário 
ainda que o exercício da profissão seja absorvido pela empresa, já que consta proibição na Lei 8.906/1994. 
 
 
1.2.2 A forma societária da atividade intelectual 
O art. 983 do Código Civil permite que a sociedade simples opte por um dos tipos empresariais dos arts. 1.039 
a 1.092 do Código Civil. Podendo ser adotada a forma de sociedade anônima ou de comandita por ações, porém ela 
será considerada empresária. 
A hipótese da sociedade simples, ainda que não empresária, optar por uma das espécies societárias adotadas 
pela empresa, como exemplo, poderia ser uma sociedade, se denominada sociedade simples limitada. 
Nesse caso, profissionais liberais podem organizar-se sob a forma de sociedade simples, convencionando a 
responsabilidade limitada dos sócios por dívidas da sociedade, a despeito da responsabilidade ilimitada por atos 
praticados no exercício da profissão. 
Considerando ser da essência do contrato de sociedade a partilha do risco entre os sócios, não desfigura a 
sociedade simples o fato de o respectivo contrato social prever distribuição de lucros, rateio de despesas e concurso 
de auxiliares. O lucro é elemento que pode estar presente na espécie empresarial ou não, não se tratando de um 
elemento caracterizador de um tipo ou outro. 
 
 
Finalmente, vale ressaltar que eventuais classificações conferidas pela lei tributária às sociedades não influem 
para sua caracterização como empresárias ou simples. 
 
ATENÇÃO! 
A atividade empresarial não se limita àquela comercial em sentido estrito (produção e intermediação). A 
atividade empresarial tem uma conotação mais ampla, englobando a prestação de serviços. Portanto, aqueles que 
se constituem economicamente por meio de sociedade por ações, serão sempre sociedades empresariais, assim 
como as sociedades cooperativas jamais serão empresariais, mas sim, sociedades simples. 
 
 
1.3 EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
O empresário individual é aquele que exerce a empresa, utilizando da personalidade jurídica de pessoal natural, 
a mesma que adquiriu no nascimento com vida. Nesse caso, a empresa faz parte de seu patrimônio pessoal e os 
bens pessoais e os bens empresariais se confundem. 
Ainda que os bens se confundam, em caso de execução, os bens empresariais devem ser executados à frente 
dos bens pessoais, já que a execução deve seguir a forma menos gravosa para o devedor como princípio processual. 
1.3.1 Capacidade para o exercício da atividade empresarial 
O art. 972 do Código Civil dispõe que: “podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno 
gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos”. 
Para tanto, devemos nos socorrer do Código Civil, que, em seu art. 3º, classifica os absolutamente incapazes. 
Nessa condição, estão os menores de 16 anos, que devem ser representados, sob pena de nulidade absoluta de seus 
atos. 
O art. 4º do Código Civil classifica os relativamente incapazes como os maiores de 16 e menores de 18 anos; 
os ébrios habituais; os viciados em tóxicos ou aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem 
exprimir a sua vontade. Os relativamente incapazes devem ser assistidos, sob pena de anulabilidade de seus atos. 
O menor emancipado antes de completar 18 anos, nos termos do art. 5º, parágrafo único, do Código Civil, 
estará apto a exercer a atividade empresarial. A incapacidade cessará nos seguintes casos: 
I – Pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, 
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 anos 
completos; 
II – Pelo casamento; 
III – Pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV – Pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V – Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função 
deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria. 
Se, por um lado tratamos da capacidade, por outro estabelece o art. 973 do Código Civil que “a pessoa 
legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações 
contraídas”. Os casos de impedimento encontram-se em diversas leis esparsas. Podemos citar os funcionários 
 
 
públicos; os militares do Exército, Marinha ou Aeronáutica, bem como os auxiliares do empresário e o falido não 
reabilitado. 
O art. 974 do Código Civil admite que o incapaz, devidamente representado ou assistido, continue a exercer a 
atividade empresarial em duas situações: 
a)incapacidade superveniente (a incapacidade surge após o início do exercício da atividade empresarial, 
momento em que a capacidade era plena. Por exemplo: empresário que contrai doença mental e fica 
impedido); 
b)morte do empresário individual, deixando herdeiros ou sucessores incapazes. 
Para que o incapaz continue a exercer a atividade empresarial por meio de um representante ou devidamente 
assistido, segundo o art. 974, § 1º, do Código Civil, é necessária uma autorização judicial, cabendo ao juiz avaliar 
os riscos da empresa (da atividade) ou a conveniência de continuá-la. Essa autorização poderá ser revogada a 
qualquer momento. 
Além da autorização judicial, deverá o juiz separar os bens que o incapaz possuía no momento da interdição 
ou da sucessão dos bens destinados ao exercício da atividade empresarial. 
O Registro Público de Empresas Mercantis, a cargo das juntas comerciais, deverá registrar contratos ou 
alterações contratuais da sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, conjuntamente, os seguintes 
pressupostos: 
I – O sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; 
II – O capital deve ser totalmente integralizado; 
III – O sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por 
seus representantes legais. 
Se o representante ou o assistente for pessoa legalmente impedida de exercer atividade empresarial, deverá 
nomear um ou mais gerentes para o exercício da função com a aprovação do juiz (art. 975 do Código Civil). Essa 
nomeação, contudo, não exime o representante ou o assistente da responsabilidade pelos atos praticados pelos 
gerentes (art. 975, § 2º, do Código Civil). 
A exigência de integralização do capital social prevista no art. 974, § 3º, não se aplica à participação de 
incapazes em sociedades anônimas e em sociedades com sócios de responsabilidade ilimitada nas quais a 
integralização do capital social não influa na proteção do incapaz. 
Diante da possibilidade de o contrato social permitir o ingresso na sociedade do sucessor de sócio falecido, ou 
de os sócios acordarem com os herdeiros a substituição de sócio falecido, sem liquidação da quota em ambos os 
casos, é lícita a participação de menor em sociedade limitada, estando o capital integralizado em virtude da 
inexistência de vedação no Código Civil. 
Adotando a linha de trazer as largas discussões doutrinárias ocorridas no Conselho da Justiça Federal, vale 
aqui a citação do Enunciado 197 da III Jornada de Direito Civil em que “a pessoa natural, maior de 16 e menor de 
18 anos, é reputada empresário regular se satisfizer os requisitos dos arts. 966 e 967; todavia, não tem direito a 
concordata preventiva, por não exercer regularmente a atividade por mais de dois anos”. 
Vale dizer aqui que o enunciado data de momento anterior à vigentelei de falências e recuperações, de nº 
11.101/2005, que, muito embora tenha revogado expressamente a concordata preventiva, apresenta o benefício da 
recuperação de empresas que também exige dois anos de regularidade para a sua obtenção, situação em que o 
enunciado deve ser aproveitado para esclarecer que o empresário, na condição de capacidade relativa para o 
exercício de atos da vida civil, também não poderá gozar do benefício. 
 
 
1.3.2 Não impedimento 
Os impedidos são capazes, porém, se exercerem atividade, respondem pelas obrigações contraídas, pois são, 
em regra, proibidos de exercer atos empresariais. 
As proibições estão elencadas em diversas legislações, como o próprio Código Civil, a nossa Carta Magna e 
leis extravagantes. Segue rol exemplificativo: (a) A CF traz o impedimento dos deputados e senadores, desde a 
posse no art. 54, II, a; (b) falido (art. 102, Lei 1.1101/2005); (c) os que incorrerem na prática dos crimes conforme 
o §1º, art. 1011, Código Civil, exemplificando prevaricação, concussão, peculato, crimes contra a economia 
popular, crimes contra o sistema financeiro; defesa da concorrência, crimes falimentares, entre outros; (d) Membros 
do Poder Executivo, Militares, Magistrados, entre outros, conforme seus estatutos. 
O art. 973 do Código Civil deixa claro que a pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de 
empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas com seus bens pessoais. 
1.4 EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA 
A Lei 12.441/2011 institui as Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada, alterando diversos 
dispositivos de nosso Código Civil. O ideal é o de autorizar o titular da Empresa Individual na separação de 
patrimônio, já que a pessoa natural exercente da empresa será considerada distinta, logicamente, da pessoa jurídica 
empresária, e cada uma dessas pessoas terá patrimônio próprio. 
Nesse sentir, o Código Civil passa a admitir uma nova espécie de pessoa jurídica em seu art. 44, VI, até então 
de conteúdo limitado às associações, fundações, sociedades, entidades religiosas e aos partidos políticos. As 
empresas individuais de responsabilidade limitada são pessoas jurídicas sui generis, não se podendo, a princípio, 
admiti-las como mera pessoa jurídica individual, já que o legislador permite, nessa mesma espécie, as sociedades 
unipessoais em definitivo, assim como não se admite a classificação como sociedades, ou então o legislador as teria 
abrangido no inciso III, além do que, se percebe a técnica e imprópria nomeação. 
Acrescente-se o art. 980-A no Código Civil vigente para trazer 4 requisitos básicos a essa nova pessoa jurídica. 
Os requisitos exigidos pelo dispositivo são: (a) Constituição por única pessoa natural titular do capital social, que 
poderá figurar em uma única empresa deste tipo; (b) Integralização do capital; (c) Capital superior a 100 (cem) 
vezes o valor do salário mínimo vigente. 
Uma vez subscrito e efetivamente integralizado, o capital da empresa individual de responsabilidade limitada 
não sofrerá nenhuma influência decorrente de ulteriores alterações no salário mínimo. 
A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) pode ser sócia ou acionista de sociedade 
empresária, ponto que não nos parece duvidoso, assim como a EIRELI pode adotar as formas de Microempresa 
(ME) ou Empresa de pequeno porte (EPP). 
 
ATENÇÃO! 
O Nome Empresarial da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) será formado pela inclusão 
da expressão “EIRELI” após a firma (nome civil do empresário) ou da denominação, sendo possível dizer que 
tal espécie poderá se valer de “elemento fantasia” na formação de seu nome empresarial, sempre inerente aos 
tipos empresariais prestigiados com a separação patrimonial. Aliás, por aplicação subsidiária das normas das 
sociedades limitadas, vale lembrar que a utilização do nome civil de seu exercente na composição do nome 
empresarial atrairá responsabilização ilimitada. 
 
 
Tal tipo empresarial poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único 
sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração, tudo por força da inclusão do § 3º do art. 
980-A no Código Civil, adentrando aqui o que talvez seja a razão da maior polêmica a respeito da natureza dessa 
espécie empresarial, já que, caso fosse intenção do legislador trazer uma mera empresa individual para o 
ordenamento jurídico, bastaria deixar de mencionar a unipessoalidade societária, obrigando o titular de sociedade 
unipessoal acidental a buscar a transformação para Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. Além do 
que, existiria a opção de afastar a pluralidade de sócios da limitada. Para tanto, concluímos por tratar sua natureza 
como a de pessoa jurídica sui generis, por não se enquadrar adequadamente nos tipos atualmente existentes no que 
tange às pessoas jurídicas. 
Com tais considerações, ressalte-se que, da entrada em vigor de tal instituto em diante, o sócio remanescente 
de sociedade empresária que acidentalmente se tornou unipessoal, a título de exemplo, por morte do outro sócio, 
poderá, no prazo de 180 dias, transformar-se em sociedade unipessoal em definitivo, por força do parágrafo único 
do art. 1.033 do Código Civil, assim como poderá adotar a forma já prevista, sanando a impessoalidade nesse 
mesmo prazo, conforme regra contida no inciso IV do art. 1033 do Código Civil. 
Inclusive, admite-se a transformação do registro da sociedade anônima, na hipótese do art. 206, I, d, da Lei 
6.404/1976, em empresário individual ou empresa individual de responsabilidade limitada. 
Aplicam-se à empresa de responsabilidade individual limitada, no que couber e for compatível, 
subsidiariamente, as regras previstas para as sociedades limitadas, bem como a desconsideração da personalidade 
jurídica. 
Os enunciados do Conselho da Justiça Federal que tratam da EIRELI estão a partir da V Jornada de Direito 
Civil do Conselho da Justiça Federal, que tratou o assunto posicionando cinco pontos que considerou importantes. 
O enunciado 468 é no sentido de que apenas as pessoas naturais podem constituir EIRELI, se posicionando 
com interpretação de acordo com a vontade do legislador, ao contrário de nosso modo de entender, que aponta para 
a interpretação de acordo com os fins sociais aos quais a lei se dirige, trazendo a hipótese de pessoa jurídica 
constituir tal forma para fomentar as ferramentas de investimento em nosso país. 
O enunciado 469 tem a nossa empatia por afastar a EIRELI da natureza de sociedade, mas sim de uma pessoa 
jurídica sui generis distinta das demais antes tratadas pelo art. 44 do Código Civil. 
A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI não é sociedade unipessoal, mas um novo ente, 
distinto da pessoa do empresário e da sociedade empresária. 
O conteúdo do enunciado 470 é para explicar o óbvio, pois a EIRELI é pessoa jurídica justamente para que 
haja a separação do patrimônio do empresário, sendo que o instituto da desconsideração da personalidade jurídica 
é perfeitamente compatível com a hipótese, e o seu afastamento não seria aceitável como modo de relativizar a 
autonomia empresarial para que se evite fraudes e abusos. 
O enunciado 471 traz a figura da EIRELI irregular e o 472, busca afastar o termo capital social para a EIRELI, 
justamente em vista do afastamento da natureza de sociedade. 
1.5 EMPRESÁRIOS RURAIS 
O Código Civil traz regramento peculiar quanto ao exercício desta atividade, já que, em algum momento o 
exercente desta atividade é aquele envolvido em pequenas produções e singelo comércio, suficiente para sua 
subsistência, com faturamento inexpressivo, situação em que o Código Civil facultou o registro ao pequeno 
empresário rural. 
 
 
A construção da ideia presente no parágrafo anterior se dá em vista de interpretação no sentido de que não seria 
razoável facultar o registro ao grande produtorrural, já que, em relação a este, percebemos todos os elementos da 
atividade empresarial em que a profissão rural é absorvida pela empresa, sendo obrigatório o registro. Aliás, o art. 
970 do Código Civil se refere ao pequeno empresário rural, trazendo elementos de que tem a intenção de tratar 
diferencia-damente o sujeito envolvido na atividade de subsistência, atendendo à função social a que a lei se deve 
dirigir, conforme o art. 6º da nossa Lei de Introdução ao Direito Brasileiro. 
Em sentido contrário, o Professor Marlon Tomazette (2016) entende que, em vista do art. 971 do Código Civil 
ter se utilizado do verbo poder, o ruralista apenas estará sujeito ao regime empresarial caso opte pela inscrição no 
registro público de empresas mercantis. (p. 54) 
1.6 MICROEMPRESÁRIOS E EMPRESÁRIOS DE PEQUENO PORTE 
O texto constitucional vigente reconhece que nossa economia é movimentada principalmente pelo exercício 
empresarial de micro e pequeno capital, assim considerado aquele que se movimenta de acordo com uma receita 
não superior a R$ 360.000,00 (microempresa) e, em outro momento, aquele que ultrapassa este valor chegando até 
ao faturamento de R$ 3.600.000,00 (empresa de pequeno porte), merecendo tratamento diferenciado de uma grande 
companhia, a título de exemplo. 
É de extrema importância esclarecer que o termo empresa é utilizado pelo legislador constitucional e 
infraconstitucional de modo impróprio, já que tal tratamento diferenciado é também atribuído aos exercentes de 
outras atividades econômicas não empresárias, como é o caso do intelectual de modo individual ou por intermédio 
de uma sociedade simples. 
A Lei Complementar 123/2006 enquadra as microempresas naquelas cuja receita bruta anual seja igual ou 
inferior a R$ 360.000,00 e empresas de pequeno porte naquelas em que o faturamento supera R$ 360.000,00, porém 
não ultrapassa R$ 3.600.000,00. A receita bruta anual corresponde ao produto da venda de bens ou serviços nas 
operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, excluídas 
as vendas canceladas. 
1.6.1 Exclusões ao regime do tratamento diferenciado 
O legislador visou proteger atividades que tivessem por característica não somente um faturamento menor, 
mas também aquelas envolvidas em atividades de pequena complexidade. 
Excluiu as atividades mais complexas, as que exigem fiscalização diferenciada, além de eliminar algumas 
possibilidades e mecanismos em que a somatória das atividades dos sócios, administradores, empresários, 
sociedades e sujeitos envolvidos na proteção pudessem organizar mecanismos para a divisão do faturamento entre 
os entes gozando do tratamento diferenciado por terem desenvolvido forma de burlar a lei. 
As exclusões são as seguintes: 
a)Pessoa jurídica que tenha por sócio outra pessoa jurídica; 
b)pessoa jurídica que tenha sede no exterior; 
c)sociedade que tenha sócio que seja inscrito como empresário individual ou sociedade enquadrada no 
tratamento diferenciado; 
d)sociedade em que o sócio participe como titular de mais de 10% do capital de outra sociedade; 
e)pessoa jurídica na qual o titular ou sócio seja administrador de sociedade cuja receita somada ultrapasse 
os limites de enquadramento; 
f)cooperativas, salvo as de consumo; 
 
 
g)sociedade que seja resultante ou remanescente de cisão ocorrida nos cinco últimos anos; 
h)sociedade exercente de atividade bancária, de crédito, corretagem, câmbio, seguros, capitalização e 
previdência complementar. 
1.6.2 Tratamento diferenciado 
Neste tópico nos servimos a explicar que as microempresas e empresas de pequeno porte representam uma 
classificação para conferir tratamento diferenciado aos tipos econômicos (empresários e intelectuais) que se 
enquadram nos critérios também econômicos definidos pelo legislador quanto ao faturamento do beneficiado e 
agora trataremos os benefícios da classificação. 
Inicialmente, diga-se do tratamento tributário diferenciado que possibilita a unificação de tributos e 
contribuições devidas ao beneficiado. Além da unificação, temos também a simplificação dos recolhimentos, para 
que a criação do Sistema Simples Nacional por força da Lei Complementar 123/2006, reunindo o Imposto de Renda, 
as Contribuições Sociais (PIS, COFINS, CSLL), Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI), Impostos sobre 
Operações Relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS), Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) e a 
contribuição previdenciária patronal. Vale esclarecer que alguns tributos não foram reunidos, ainda que seja 
possível listar os principais, como acima. 
Tal tratamento também dispensa o beneficiado do pagamento de determinadas contribuições instituídas pela 
União, como é o caso das contribuições para as entidades privadas como o SESI e o SENAI. O fato de a espécie 
empresarial trazer sócios domiciliados no exterior, integrantes da administração pública, débitos tributários e o 
exercício de determinadas atividades excluem o sujeito econômico do benefício. 
A diferenciação no tratamento trabalhista engloba a dispensa da afixação de quadro de trabalho em suas 
dependências, anotação de férias dos empregados nos respectivos livros ou fichas de registro, da posse do livro 
intitulado “Inspeção do Trabalho”, entre algumas outras hipóteses, todas presentes no art. 51 da Lei Complementar 
123/2006. 
O tratamento se estende às licitações quando há determinação para que, nas licitações públicas, a comprovação 
da regularidade fiscal das microempresas e empresas de pequeno porte somente será exigida quando da assinatura 
do contrato, que, inclusive, terão preferência como critério de desempate, entre outros benefícios no decorrer do 
certame. 
O rito do Juizado Especial prevê as microempresas e empresas de pequeno porte na condição de autores, 
trazendo facilidade de acesso a um procedimento mais célere, simples e econômico. 
Tais espécies também terão o benefício da facilitação da inscrição no registro público de empresas mercantis 
ou registro civil das pessoas jurídicas, já que, inclusive as alterações poderão ser realizadas, independentemente de 
apresentação de certidões negativas de débitos tributários. 
Tais espécies terão a inclusão das expressões “microempresa” ou “empresa de pequeno porte” na formação de 
seu nome empresarial. 
1.6.3 Microempreendedor individual – MEI 
Tal classificação vem instituída diante da Lei Complementar 128/2008, que altera o texto da Lei Complementar 
123/2006 para o incentivo da regularização da vida empresário do pequeno empresário e acesso a crédito 
diferenciado, considerado nesta espécie, o MEI – Microempreendedor Individual, que tenha receita bruta anual não 
superior a R$ 36.000,00. 
 
 
Além do reduzido faturamento frisado no parágrafo anterior, para tal tratamento é necessário o cumprimento 
dos seguintes requisitos: 
I – Seja optante pelo Simples Nacional – adesão voluntário ao sistema simplificado de arrecadação de tributos; 
II – Exerça tão somente atividades constantes do Anexo Único da Resolução 58/2009 – Comitê Gestor de 
Tributação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – CGSN; 
III – Possua um único estabelecimento; 
IV – Não seja empresário individual em outra atividade, nem seja sócio ou administrador de sociedade; 
V – Contrate, no máximo, um empregado que receba exclusivamente 1 (um) salário mínimo ou o piso salarial 
da categoria profissional. 
1.7 PREPOSTOS 
A organização empresarial é feita principalmente através de auxiliares que, sob seus comandos e organização, 
desenvolvem a atividade empresarial. São funções técnicas ou de representação. O Código Civil, em seu art. 1.169, 
proíbe o preposto de “sem autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de 
responder pessoalmente pelos atos dos substitutos e pelas obrigações por ele contraídas” e o art. 1.170 complementa, 
proibindo-o de participar “de operação do mesmo gênero daque lhe for cometida, sob pena de responder por perdas 
e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros da operação”, salvo autorização expressa. Esse dispositivo 
prestigia o dever de lealdade, afastando o preposto de atos de concorrência com o preponente. 
Nessa relação, vale salientar que o preposto não pode ser substituído por outra pessoa, salvo se houver a 
anuência do preponente. Assim, caso o preposto descumpra tal obrigação, será diretamente responsabilizado pelos 
atos praticados por seu substituto, culpa que decorre da delegação não autorizada de poderes que lhe foram 
atribuídos. 
Os atos praticados pelo preposto devem ser considerados como atos próprios do preponente, sendo assim, o 
agir do preposto é sempre um agir em nome do preponente, portanto, do empresário. 
1.7.1 Contrato de Preposição 
Tal contratação se perfaz em um contrato autônomo. O contrato de preposição demonstra dependência, pois 
há subordinação hierárquica do preposto em relação ao empresário. É justamente nesse ponto que a preposição se 
distingue do mandato, uma vez que o preposto tem poderes de representação. O preposto substitui o preponente em 
determinados atos empresariais, nas relações internas ou externas, diante de terceiros. 
1.7.2 Gerentes 
O gerente é o preposto permanente no exercício da empresa, autorizado a praticar todos os atos que lhe foram 
outorgados. Consideram-se solidários os poderes conferidos a dois ou mais gerentes, na falta de estipulação em 
contrário. O gerente não se confunde com o administrador. 
1.7.3 Contabilistas 
O contabilista é o preposto que tem por função a escrituração dos livros do empresário. A escrituração efetivada 
por qualquer dos prepostos encarregados produz os mesmos efeitos como se pelo contabilista tivessem sido feitas. 
 
 
1.7.4 Responsabilidade dos prepostos por atos em excesso de mandato 
Na hipótese de o preposto extrapolar os limites que lhe foram definidos, é preciso proteger os direitos dos 
terceiros que agem de boa-fé, bem como os do próprio empresário. O preposto que age no interior da empresa e 
extrapola tais limites leva o público em geral a erro, no que devemos privilegiar a teoria da aparência, protegendo 
a boa-fé, tudo conforme o art. 1.178 do Código Civil. Tal presunção é afastada quando o preposto pratica um ato 
estranho às atividades do empresário, bem como pelos atos realizados em ambiente externo ao empresarial. 
1.8 ENUNCIADOS DO CJF E SÚMULAS 
O Conselho da Justiça Federal reúne doutrinadores de renome para discutir as diversas matérias de Direito 
Civil e empresarial. Os doutrinadores propõem discussões e enunciados que são levados a debate e voto. Aqueles 
considerados aprovados por um determinado quórum, são trazidos para a presente obra, já que representam material 
de estudo de grande valia e o pensamento de boa parte dos grandes doutrinadores de nosso país. É importante 
ressaltar que o material não tem valor jurisprudencial, mas imenso valor doutrinário. 
ENUNCIADOS DO CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL 
I JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 75 
Art. 2.045: A disciplina de matéria mercantil no novo Código Civil não 
afeta a autonomia do Direito Comercial. 
V JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 474 
Arts. 981 e 983: Os profissionais liberais podem organizar-se sob a forma 
de sociedade simples, convencionando a responsabilidade limitada dos 
sócios por dívidas da sociedade, a despeito da responsabilidade ilimitada 
por atos praticados no exercício da profissão. 
III JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 193 
Art. 966: O exercício das atividades de natureza exclusivamente 
intelectual está excluído do conceito de empresa. 
III JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 194 
Art. 966: Os profissionais liberais não são considerados empresários, 
salvo se a organização dos fatores de produção for mais importante que a 
atividade pessoal desenvolvida. 
III JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 195 
Art. 966: A expressão “elemento de empresa” demanda interpretação 
econômica, devendo ser analisada sob a égide da absorção da atividade 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, como um dos 
fatores da organização empresarial. 
I JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 53 
Art. 966: Deve-se levar em consideração o princípio da função social na 
interpretação das normas relativas à empresa, a despeito da falta de 
referência expressa. 
I JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 54 
Art. 966: É caracterizador do elemento empresa a declaração da 
atividade- 
-fim, assim como a prática de atos empresariais. 
III JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 201 
Arts. 971 e 984: O empresário rural e a sociedade empresária rural, 
inscritos no registro público de empresas mercantis, estão sujeitos à 
falência e podem requerer concordata. 
II JORNADA DE DIREITO 
COMERCIAL ENUNCIADO 62 
O produtor rural, nas condições mencionadas do art. 971 do CCB, pode 
constituir EIRELI. 
 
 
I JORNADA DE DIREITO 
COMERCIAL ENUNCIADO 5 
Quanto às obrigações decorrentes de sua atividade, o empresário 
individual tipificado no art. 966 do Código Civil responderá 
primeiramente com os bens vinculados à exploração de sua atividade 
econômica, nos termos do art. 1.024 do Código Civil. 
I JORNADA DE DIREITO 
COMERCIAL ENUNCIADO 6 
O empresário individual regularmente inscrito é o destinatário da norma 
do art. 978 do Código Civil, que permite alienar ou gravar de ônus real o 
imóvel incorporado à empresa, desde que exista, se for o caso, prévio 
registro de autorização conjugal no cartório de imóveis, devendo tais 
requisitos constarem do instrumento de alienação ou de instituição do 
ônus real, com a consequente averbação do ato à margem de sua inscrição 
no Registro Público de Empresas Mercantis. 
II JORNADA DE DIREITO 
COMERCIAL ENUNCIADO 58 
O empresário individual casado é o destinatário da norma do art. 978 do 
CCB e não depende da outorga conjugal para alienar ou gravar de ônus 
real o imóvel utilizado no exercício da empresa, desde que exista prévia 
averbação de autorização conjugal à conferência do imóvel ao patrimônio 
empresarial no cartório de registro de imóveis, com a consequente 
averbação do ato à margem de sua inscrição no registro público de 
empresas mercantis. 
V JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 467 
Art. 974, § 3º: A exigência de integralização do capital social prevista no 
art. 974, § 3º, não se aplica à participação de incapazes em sociedades 
anônimas e em sociedades com sócios de responsabilidade ilimitada nas 
quais a integralização do capital social não influa na proteção do incapaz. 
III JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 221 
Art. 1.028: Diante da possibilidade de o contrato social permitir o 
ingresso na sociedade do sucessor de sócio falecido, ou de os sócios 
acordarem com os herdeiros a substituição de sócio falecido, sem 
liquidação da quota em ambos os casos, é lícita a participação de menor 
em sociedade limitada, estando o capital integralizado, em virtude da 
inexistência de vedação no Código Civil. 
I JORNADA DE DIREITO 
COMERCIAL ENUNCIADO 4 
Uma vez subscrito e efetivamente integralizado, o capital da empresa 
individual de responsabilidade limitada não sofrerá nenhuma influência 
decorrente de ulteriores alterações no salário mínimo. 
V JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 489 
Arts. 1.043, II, 1.051, 1.063, § 3º, 1.084, § 1º, 1.109, parágrafo único, 
1.122, 1.144, 1.146, 1.148 e 1.149 do Código Civil; e art. 71 da Lei 
Complementar 123/2006: No caso da microempresa, da empresa de 
pequeno porte e do microempreendedor individual, dispensados de 
publicação dos seus atos (art. 71 da Lei Complementar 123/2006), os 
prazos estabelecidos no Código Civil contam-se da data do arquivamento 
do documento (termo inicial) no registro próprio. 
II JORNADA DE DIREITO 
COMERCIAL ENUNCIADO 61 
Em atenção ao princípio do tratamento favorecido à microempresa e à 
empresa de pequeno porte, é possível a representação de empresário 
individual, sociedade empresária ou EIRELI, quandoenquadrados nos 
respectivos regimes tributários, por meio de preposto, perante os juizados 
especiais cíveis, bastando a comprovação atualizada do seu 
enquadramento. 
V JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 483 
Art. 1.033, parágrafo único: Admite-se a transformação do registro da 
sociedade anônima, na hipótese do art. 206, I, d , da Lei 6.404/1976, em 
empresário individual ou empresa individual de responsabilidade 
limitada. 
 
 
V JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 468 
Art. 980-A: A empresa individual de responsabilidade limitada só poderá 
ser constituída por pessoa natural. 
V JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 469 
Arts. 44 e 980-A: A empresa individual de responsabilidade limitada 
(EIRELI) não é sociedade, mas novo ente jurídico personificado. 
I JORNADA DE DIREITO 
COMERCIAL ENUNCIADO 3 
A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) não é 
sociedade unipessoal, mas um novo ente, distinto da pessoa do 
empresário e da sociedade empresária. 
V JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 470 
Art. 980-A: O patrimônio da empresa individual de responsabilidade 
limitada responderá pelas dívidas da pessoa jurídica, não se confundindo 
com o patrimônio da pessoa natural que a constitui, sem prejuízo da 
aplicação do instituto da desconsideração da personalidade jurídica. 
V JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 471 
Os atos constitutivos da EIRELI devem ser arquivados no registro 
competente, para fins de aquisição de personalidade jurídica. A falta de 
arquivamento ou de registro de alterações dos atos constitutivos configura 
irregularidade superveniente. 
V JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 472 
Art. 980-A: É inadequada a utilização da expressão “social” para as 
empresas individuais de responsabilidade limitada. 
V JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 473 
Art. 980-A, § 5º: A imagem, o nome ou a voz não podem ser utilizados 
para a integralização do capital da EIRELI. 
V JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 491 
Art. 1.166: A proteção ao nome empresarial, limitada ao Estado-Membro 
para efeito meramente administrativo, estende-se a todo o território 
nacional por força do art. 5º, XXIX, da Constituição da República e do 
art. 8º da Convenção Unionista de Paris. 
I JORNADA DE DIREITO 
COMERCIAL ENUNCIADO 1 
Decisão judicial que considera ser o nome empresarial violador do direito 
de marca não implica a anulação do respectivo registro no órgão próprio 
nem lhe retira os efeitos, preservado o direito de o empresário alterá-lo. 
I JORNADA DE DIREITO 
COMERCIAL ENUNCIADO 2 
A vedação de registro de marca que reproduza ou imite elemento 
característico ou diferenciador de nome empresarial de terceiros, 
suscetível de causar confusão ou associação (art. 124, V, da Lei 
9.279/1996), deve ser interpretada restritivamente e em consonância com 
o art. 1.166 do Código Civil. 
III JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 213 
Art. 997: O art. 997, II, não exclui a possibilidade de sociedade simples 
utilizar firma ou razão social. 
II JORNADA DE DIREITO 
CIVIL ENUNCIADO 59 
A mera instalação de um novo estabelecimento, em lugar antes ocupado 
por outro, ainda que no mesmo ramo de atividade, não implica 
responsabilidade por sucessão prevista no art. 1.146 do CCB. 
 
 
Empresário 
Pessoa natural ou pessoa jurídica exercente de atividade 
econômica organizada e profissional para a produção ou 
circulação de bens e/ou serviços. 
 
 
Empresa 
Atividade econômica organizada e profissional para a 
produção de bens e/ ou serviços. 
Organização 
Principal elemento da atividade do empresário, que deve ser 
o responsável por organizar o capital, trabalho, insumos e 
tecnologia. 
Atividade Profissional 
A atividade empresarial deve ser profissional, o que significa 
uma atividade frequente, habitual e com assunção de 
responsabilidade pelo ambiente da empresa. 
Busca de lucro 
Atividade econômica com finalidade lucrativa. Busca o 
investimento remunerado pela mais valia. 
Atividade intelectual 
Trata-se de uma atividade não empresarial, em que o intuito 
é lucrativo, mas o principal elemento não é a organização, 
mas sim o talento artístico, literário ou científico do 
profissional. 
Absorção da atividade intelectual pela 
empresa 
Caso a atividade intelectual ganhe o elemento organizacional, 
deverá então ser considerada empresária, como no caso do 
consultório médico que se transforma em uma clínica. 
Empresário individual 
O empresário individual é aquele que exerce a empresa 
utilizando da personalidade jurídica de pessoal natural, a 
mesma que adquiriu no nascimento com vida. 
Capacidade 
Aqueles em pleno gozo da capacidade civil e que não forem 
legalmente impedidos. 
Não impedimento 
Os impedidos são aqueles que exercem funções 
incompatíveis com a empresa, segundo seus próprios 
estatutos profissionais, além de proibições constitucionais e 
supraconstitucionais, como é o caso dos Deputados, 
Senadores, Magistrados e membros do Ministério Público. 
EIRELI – Empresa Individual de 
responsabilidade Limitada 
Pessoa jurídica sui generis para o exercício individual de 
atividade empresarial de modo que o seu titular pode separar 
o seu patrimônio pessoal de seu patrimônio empresarial, esse 
último titularizado por uma pessoa jurídica. 
Microempresas, Empresas de Pequeno Porte 
e Microempreendedor Individual 
Trata-se de uma classificação tributária que poderá ser 
utilizada tanto pelo empresário individual, EIRELI ou 
Sociedades do Código Civil, para que o considerado 
“pequeno empresário”, em vista do faturamento, tenha 
tratamento diferenciado e favorecido, seguindo os parâmetros 
constitucionais. 
Prepostos 
São auxiliares do empresário, que se responsabilizam por 
determinadas tarefas da empresa, sendo o caso dos gerentes e 
contabilistas, assumindo responsabilidade civil por atos que 
extrapolem seus poderes. 
 
 
 
01.(XVII Exame de Ordem Unificado – FGV) Assinale a alternativa correta, em relação aos 
conceitos de empresa e empresário no Direito Empresarial. 
( ) A.Empresa é a sociedade com ou sem personalidade jurídica; empresário é o sócio da 
empresa, pessoa natural ou jurídica com responsabilidade limitada ao valor das quotas 
integralizadas. 
( ) B.Empresa é qualquer atividade econômica destinada à produção de bens; empresário é a 
pessoa natural que exerce profissionalmente a empresa e tenha receita bruta anual de até R$ 
100.000,00 (cem mil reais). 
( ) C.Empresa é a atividade econômica organizada para a produção e/ou a circulação de bens e 
de serviços; empresário é o titular da empresa, quem a exerce em caráter profissional. 
( ) D.Empresa é a repetição profissional dos atos de comércio ou mercancia; empresário é a 
pessoa natural ou jurídica que pratica de modo habitual tais atos de comércio. 
02.(XVII Exame de Ordem Unificado – FGV) Paulo, casado no regime de comunhão parcial com 
Jacobina, é empresário enquadrado como microempreendedor individual (MEI). O varão 
pretende gravar com hipoteca o imóvel onde está situado seu estabelecimento, que serve 
exclusivamente aos fins da empresa. De acordo com o Código Civil, assinale a opção correta. 
( ) A.Paulo pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, 
gravar com hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento. 
( ) B.Paulo não pode, sem a outorga conjugal, gravar com hipoteca os imóveis que integram o 
seu estabelecimento, salvo no regime de separação de bens. 
( ) C.Paulo, qualquer que seja o regime de bens, depende de outorga conjugal para gravar com 
hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento. 
( ) D.Paulo pode, sem necessidade de outorga conjugal, gravar com hipoteca os imóveis que 
integram o seu estabelecimento, salvo no regime da comunhão universal. 
03.(XV Exame de Ordem Unificado – FGV) Almino José consultou seu advogado com o intuito de 
constituir uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI. Com base na 
legislação aplicável à EIRELI, assinale a opção que apresenta a resposta corretadada pelo 
advogado. 
( ) A.O administrador da EIRELI deverá ser nomeado no ato constitutivo e será apenas o sócio, 
seu cônjuge ou parente até o 3º grau dessas pessoas. 
( ) B.O ato constitutivo da EIRELI deverá ser arquivado no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, 
independentemente do objeto. 
( ) C.As deliberações infringentes da lei que Almino José vier a tomar acarretarão sua 
responsabilidade ilimitada pelas obrigações da pessoa jurídica. 
( ) D.Caso a receita bruta anual da EIRELI seja inferior a R$ 100.000,00 (cem mil reais), será 
possível enquadrá-la como microempreendedor individual (MEI). 
04.(XV Exame de Ordem Unificado – FGV) Alfredo Chaves exerce, em caráter profissional, 
atividade intelectual de natureza literária, com a colaboração de auxiliares. O exercício da 
profissão constitui elemento de empresa. Não há registro da atividade por parte de Alfredo Chaves 
em nenhum órgão público. Com base nessas informações e nas disposições do Código Civil, 
assinale a afirmativa correta. 
( ) A.Alfredo Chaves não é empresário, porque exerce atividade intelectual de natureza literária. 
 
 
( ) B.Alfredo Chaves não é empresário, porque não possui registro em nenhum órgão público. 
( ) C.Alfredo Chaves é empresário, independentemente da falta de inscrição na Junta Comercial. 
( ) D.Alfredo Chaves é empresário, porque exerce atividade não organizada em caráter 
profissional. 
 
 
 
 
01. Assinale a alternativa correta em relação aos conceitos de empresa e empresário no Direito 
Empresarial. 
Comentários do autor: 
A)Incorreta, pois empresa é a atividade desenvolvida e jamais a sociedade, assim como o empresário 
não é o sócio da empresa, mas o seu praticante, conforme art. 966 do CC. 
B)Incorreta, pois muito embora a empresa seja a própria atividade, não há indexador econômico para o 
seu exercício por empresário no ordenamento jurídico. 
C)Correta, exatamente de acordo com o texto do “Caput” do art. 966 do CC. 
D)Incorreta, pois a empresa é atividade profissional e organizada de modo bastante distinto à revogada 
teoria Francesa dos Atos de Comércio presente no Código Comercial de 1850. 
02. Paulo, casado no regime de comunhão parcial com Jacobina, é empresário enquadrado como 
microempreendedor individual (MEI). O varão pretende gravar com hipoteca o imóvel onde está 
situado seu estabelecimento, que serve exclusivamente aos fins da empresa. De acordo com o Código 
Civil, assinale a opção correta. 
Comentários do autor: 
A)Correta, pois o art. 978 do Código Civil traz a hipótese de gravação do imóvel do estabelecimento 
independentemente da outorga conjugal. 
B)Incorreta, por seguir direção oposta ao art. 978 do Código Civil, negando a possibilidade de gravação 
do imóvel sem outorga conjugal. 
C)Incorreta, por trazer a dependência de Paulo da outorga conjugal, mas uma vez em sentido contrário 
ao que determina o art. 978 do Código Civil. 
D)Incorreta, pois, muito embora traga o texto mencionado no dispositivo citado como correto, traz 
exceção para o regime da comunhão universal, exceção inconsistente no texto legal. 
03. Almino José consultou seu advogado com o intuito de constituir uma Empresa Individual de 
Responsabilidade Limitada – EIRELI. Com base na legislação aplicável à EIRELI, assinale a opção 
que apresenta a resposta correta dada pelo advogado. 
Comentários do autor: 
A)Incorreta, pois a EIRELI não comporta sócios, nem muito menos exige o legislador nomeação de 
administrador no ato constitutivo, conforme interpretação dos arts. 1060, 1062 e 980-A do CC. 
 
 
B)Incorreta, pois a EIRELI é empresária e o seu registro deve se dar na Junta Comercial Estadual 
conforme art. 1150 do CC. 
C)Correta, pois a infração legal em suas deliberações trará responsabilização ilimitada conforme art. 
980-A e 1080, ambos do Código Civil. 
D)Incorreta, já que a EIRELI não está condicionada à receita bruta anual e muito menos será compatível 
com o microempreendedor individual, em vista da exigência de contribuição mínima de 100 salários 
mínimos, afastando-se do que determina a Lei Complementar 123/2006 em seu §1º, art. 18-A. 
04. Alfredo Chaves exerce, em caráter profissional, atividade intelectual de natureza literária, com a 
colaboração de auxiliares. O exercício da profissão constitui elemento de empresa. Não há registro da 
atividade por parte de Alfredo Chaves em nenhum órgão público. Com base nessas informações e nas 
disposições do Código Civil, assinale a afirmativa correta. 
Comentários do autor: 
A)Incorreta, pois o parágrafo único do art. 966 do CC esclarece que o elemento de empresa torna Alfredo 
Chaves Empresário, ainda que exerça atividade intelectual. 
B)Incorreta já que o registro não é característica para a empresarialidade, conforme se percebe de básica 
leitura no caput do art. 966 do CC. 
C)Correta, pois Alfredo Chaves reúne as características presentes no caput do art. 966, do Código Civil, 
c.c. o seu parágrafo único, já que exerce a profissão literária com organização empresarial. 
D)Incorreta, já que a caracterização da empresarialidade se dá, principalmente pela organização, 
conforme a parte final do parágrafo único do art. 966 do CC, e não pela profissionalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.1 OBRIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO 
O Código Civil traz determinadas obrigações específicas ao empresário. Logo, para que o exercício de sua 
atividade seja considerado regular, é necessário dar cumprimento a obrigações, como a inscrição no registro público 
de empresas mercantis, a escrituração de seus livros, bem como o dever de levantar balanços patrimoniais e de 
resultado econômico, além do que, estamos falando de um gênero identificador de um regime próprio para os 
empresários e sociedades empresárias. 
2.2 REGISTRO EMPRESARIAL 
A finalidade do registro público, obviamente, é levar ao conhecimento do público em geral e, sobretudo, 
daqueles que tiverem relações de negócios com o empresário, todo e qualquer fato que lhes possa interessar, 
relativos à sua vida profissional e financeira. 
Assim, da mesma forma que se exige da pessoa natural o registro de seu nascimento, bem como dos atos mais 
importantes de sua vida civil, como o casamento e a morte, a fim de determinar o término de sua personalidade, o 
empresário ou a sociedade empresária registra o seu início, os seus atos mais importantes, como uma alteração de 
capital, bem como a sua extinção, determinando após a decretação da falência, por exemplo, o fim de sua 
personalidade empresarial. 
Diante disso, fica fácil impor que o registro tem natureza meramente declaratória, envolvendo a publicidade 
de atos que podem ser realizados independentemente do registro, ainda que de forma irregular, não significando 
condição para a eficácia da atividade empresarial. Nesse mesmo sentido, a doutrina dos professores Marlon 
Tomazete, Ricardo Negrão e Priscila Côrrea da Fonseca complementa que não há sanção para tal ausência, não se 
falando sequer em impedimento. 
Entretanto, para o empresário, os efeitos negativos decorrentes da falta de registro são diversos. Podemos citar 
a impossibilidade de manter contabilidade geral, tratamento tributário mais rigoroso e, inclusive, a desvantagem da 
não utilização de determinados benefícios legais, como é o caso das hipóteses de recuperação de empresas em crise 
trazidas pela Lei 11.101/2005. 
Uma das principais obrigações do empresário exercente de atividade empresarial é a inscrição no registro 
público de empresas mercantis. O empresário, segundo o Código Civil, deve efetivar o seu registro antes do início 
de suas atividades, segundo o art. 967 do CC. 
A leitura do art. 36 da Lei 8.934/1994, regulamentado pelo art. 33 e o parágrafo único do Decreto 1.800/1996, 
é no sentido de que o arquivamento deverá ser requerido até 30 dias após a assinatura do ato constitutivo, produzindo 
os efeitos de regularização retroativamente à data da tal assinatura. Passadoo prazo de 30 dias, o arquivamento só 
produzirá efeitos a partir do despacho que o ordenar. Logo, se a junta não aceitar o arquivamento, já que procederá 
a uma análise mínima do ato, então o empresário que já deu início as suas atividades, será considerado irregular. 
 
 
O que se interpreta do presente texto é que, se o arquivamento se o der em até 30 dias da assinatura do contrato, 
a atividade empresarial é considerada regular desde a assinatura do ato constitutivo, o que envolve a possibilidade 
de a empresa estar em organização e segue as regras da sociedade em comum, em que o patrimônio pessoal 
responderá pelas obrigações contraídas a essa época. 
2.2.1 Órgãos registrais 
A Lei 8.934/1994 dispõe e o Decreto 1.800/1996 regulamenta o registro público de empresas mercantis e 
atividades afins que têm por finalidade dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos 
jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro. 
O empresário deve se inscrever nos órgãos registrais antes do início de sua atividade (art. 967 e 968 do CC). 
O registro só produz efeitos no sentido de regularizar a atividade empresária a partir de sua concessão. 
O Sistema Nacional de Registro do Comércio – SINREM é composto pelo DNRC e as Juntas Estaduais. 
2.2.1.1 Departamento de Registro Empresarial e Integração – DREI 
O DREI é um órgão público com função de organizar e supervisionar no plano técnico as Juntas 
Estaduais responsáveis pelo registro em si. A autarquia também estabelece normas e diretrizes, além de solucionar 
dúvidas na interpretação das leis e cadastrar empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País. Fiscaliza 
todos os atos que se relacionem com o registro de empresas mercantis. É o órgão competente para instruir, examinar 
e encaminhar processos e recursos a serem decididos pelo Ministro do Desenvolvimento da Indústria e Comércio. 
2.2.1.2 Juntas Estaduais 
As Juntas Estaduais são órgãos subordinados administrativamente ao governo das Unidades Federativas a que 
pertencem, já que cada uma das Unidades de nossa Federação contará com um órgão dessa natureza e se subordinará 
administrativamente ao DNRC, órgão tratado no tópico anterior. 
As Juntas são compostas dos seguintes órgãos: 
1)Presidência, órgão de direção e representação; 
2)Plenário, órgão máximo e de deliberação, composto de no mínimo onze e no máximo vinte e três vogais; 
3)Turmas, órgãos deliberativos inferiores; 
4)Secretaria Geral, órgão administrativo; e 
5)Procuradoria, órgão de fiscalização e de consulta jurídica. 
A Junta Estadual é o órgão de registro do empresário individual, bem como das sociedades empresárias, 
enquanto as sociedades simples terão seus atos constitutivos registrados no Cartório do Registro Civil das Pessoas 
Jurídicas. 
A Matrícula refere-se à obrigatoriedade de registro de alguns auxiliares do comércio, como leiloeiros, 
tradutores públicos e intérpretes comerciais, administradores de armazéns-gerais e trapicheiros. 
O Arquivamento refere-se ao registro, feito pelos empresários, de documentos relativos à constituição, 
alteração, dissolução, incorporação, fusão, cisão, transformação e extinção de sociedades empresárias, cooperativas 
e firmas individuais, dos atos relativos a consórcios ou grupos de sociedades, bem como de atos concernentes a 
empresas estrangeiras no país ou mesmo as declarações de microempresa. 
As proibições de arquivamento estão previstas no art. 35 da Lei 8.934/1994, com regulamentação pelo art. 53 
do Decreto 1.800/1996, sempre no sentido de ausências de prescrições legais, com matérias contrárias à lei, ordem 
 
 
pública e bons costumes, ou, ainda, na situação de o titular ou administrador incorrer em determinados crimes não 
condizentes com tais atividades ou ausência de determinados requisitos legais. 
O exame das formalidades legais em caso de vício insanável (incapacidade absoluta) produzirá o indeferimento 
do requerimento, e, em caso de vício sanável (individuação do objeto), colocará o processo em exigência, para 
cumprimento em até 30 dias contados da data da ciência pelo interessado ou da publicação do despacho. O 
inconformismo com a exigência deve ser atacado por pedido de reconsideração, no mesmo prazo. 
A Junta não aprecia o mérito do ato praticado, mas exclusivamente a observância das formalidades exigidas 
pela lei. Após o pedido de reconsideração, recurso para o plenário e, finalmente, para o Ministro do 
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, resta a via judicial. 
Ao despacho que indefere o registro, cabe mandado de segurança. 
Tais atos constitutivos somente podem ser arquivados mediante assinatura de advogado. 
A Autenticação objetiva dotar de credibilidade os instrumentos de escrituração, inclusive os livros 
empresariais de empresário unipessoal, sociedades empresárias, sociedades cooperativas, entre outras formas que 
estejam sujeitas a escrituração. 
ATENÇÃO! 
O empresário que não arquivar nenhum documento em um prazo de até dez anos, deverá comunicar à junta a 
continuidade de sua atividade (art. 60 da Lei 8.934/1994). 
Na tabela a seguir, tipos empresariais e órgãos registrais: 
TIPO EMPRESARIAL ÓRGÃO REGISTRAL 
Empresário Individual/EIRELI Junta Estadual 
Sociedades em comum e em 
conta de participação 
Não 
Sociedades simples Cartório de registro das pessoas jurídicas 
Sociedade cooperativa Junta Estadual 
Sociedade em nome coletivo Junta Estadual 
Sociedade em comandita 
simples 
Junta Estadual 
Sociedade limitada Junta Estadual 
Sociedade anônima Junta Estadual 
Sociedade em comandita por 
ações 
Junta Estadual 
2.2.1.2.1 REGIMES DE TRAMITAÇÃO DE PROCESSOS NA JUNTA 
A Junta Estadual possui o regime ordinário de decisão colegiada para atos mais complexos, como é o caso dos 
atos das sociedades anônimas, consórcios, grupos de sociedades e transformações societárias, assim como é 
instância recursal para os demais órgãos da junta. Tais atos devem ser de apreciação em cinco dias úteis. 
O regime sumário comporta todos os demais atos, em vista de sua menor complexidade de procedimentos. 
Tais atos devem ser apreciados em dois dias úteis. 
 
 
A não apreciação dos atos nos prazos estabelecidos aprova o ato para registro e todos os efeitos legais, 
automaticamente, por decurso de prazo. 
2.2.2 Consequências da irregularidade registral 
Irregular está todo empresário que não arquivou seus atos constitutivos no órgão do registro empresarial ou 
não cumpriu com alguma das formalidades tidas por obrigatórias. 
O registro no órgão competente não é da essência do conceito de empresário. Empresário é todo aquele que se 
enquadra no art. 966 do Código Civil, desenvolvendo profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção e circulação de bens ou serviços. 
A irregularidade do empresário faz que ele não possa usufruir dos benefícios que lhe são reservados, trazendo 
certas restrições a seguir identificadas: 
1.A lei de recuperação de empresas e falências prescreve que o empresário que não comprova sua qualidade 
de empresário regular não possui legitimidade ativa para instaurar pedido de falência de outro empresário, 
pois necessita juntar certidão da junta estadual que comprove a regularidade de suas atividades, nos termos 
do art. 97, § 1º, da Lei 11.101/2005; 
2.o empresário irregular não possui legitimidade ativa para pedido de recuperação de empresas, nos termos 
do art. 1º da Lei 11.101/2005; 
3.o empresário irregular não poderá ter seus livros empresariais autenticados no registro das empresas 
mercantis, uma vez que não possui inscrição na junta estadual. 
Caso a sociedade empresária esteja irregular, o sócio passa a ter responsabilidade ilimitada pelas obrigações 
da sociedade. 
Destacam-se, ainda, outros efeitos secundários do exercício empresarial sem o necessário registro na Junta 
Comercial: 
1.O empresário irregular não poderá participar de licitação pública – art. 28, II, III, IV e V daLei 
8.666/1993; 
2.Não poderá registrar-se no CNPJ, no Estado e no Município – sujei-tando-se às sanções previstas nas leis 
tributárias; 
3.Ausência de matrícula junto ao INSS, o que acarreta pena de multa (Lei 8.212/1991, art. 49, § 3º, c/c o 
art. 92 da mesma Lei). 
2.2.3 Personalidade Jurídica 
A personalidade jurídica é a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações. Não é a simples 
condição de sujeito de direito que caracteriza a personalidade, mas a aptidão genérica para tanto, uma vez que os 
entes despersonalizados também podem praticar atos jurídicos, também são sujeitos de direitos, mas só podem fazer 
o essencial ao cumprimento de sua função ou o expressamente autorizado para a sua condição. São os casos da 
Massa Falida e do Espólio. 
2.2.3.1 Autonomia da pessoa jurídica 
Como estudado acima, as pessoas jurídicas possuem personalidade jurídica distinta de seus membros. Assim, 
possuem autonomia patrimonial distinta de seus entes. 
 
 
A personalidade jurídica confere capacidade para ter direitos patrimoniais, quer dizer, autonomia patrimonial. 
Isto significa que a sociedade empresária com autonomia patrimonial responde pelas obrigações que contrair. 
Apenas excepcionalmente seus administradores ou sócios serão solidários por estas obrigações. 
2.2.3.2 Pessoas jurídicas 
As pessoas jurídicas podem ser de direito público ou de direito privado. As pessoas jurídicas de direito público 
podem ser: (a) de direito público externo: os estados estrangeiros e todas as pessoas regidas pelo direito 
internacional público; (b) de direito público interno: a União, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios, os 
Municípios, as autarquias e as demais entidades de caráter público criadas por lei. São pessoas jurídicas de direito 
privado: as sociedades, as associações e fundações, partidos políticos, entidades religiosas e a EIRELI – Empresa 
Individual de Responsabilidade Limitada. 
As pessoas jurídicas de direito público se submetem a regime distinto das pessoas jurídicas de direito privado. 
As pessoas jurídicas de direito público têm as suas regras sujeitas ao direito administrativo e se submetem ao 
princípio da estrita legalidade. 
Interessa aos nossos estudos, particularmente, as pessoas jurídicas de direito privado, que se dividem 
em pessoas jurídicas de direito privado estatais e pessoas jurídicas de direito privado particulares. Podem ser de 
três espécies: (a) fundações; (b) associações; (c) sociedades; (d) partidos políticos; (e) entidades religiosas; e (f) 
EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada. 
As fundações resultam da afetação de um patrimônio para determinada finalidade e não da união de esforços 
patrimoniais para tanto. A associação é a união de esforços pessoais tendo em vista uma finalidade não econômica. 
Os partidos políticos e as entidades religiosas, para muitos, estão no grupo das associações. A sociedade provém 
da união de esforços com finalidade econômica. 
A sociedade e a EIRELI tem titularidade negocial. Os negócios são realizados pela sociedade e não pelos 
sócios; titularidade processual, tendo capacidade para estar em juízo; tem responsabilidade patrimonial – que 
significa dizer que, em princípio, os bens dos sócios não respondem pelas obrigações da sociedade, apenas os bens 
da sociedade. 
2.2.3.3 Personalidade jurídica dos sujeitos empresariais 
O Empresário Individual de Responsabilidade Ilimitada opera na personalidade jurídica da pessoa natural e 
não possui personalidade jurídica própria de pessoa jurídica. 
A EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada nasce da afetação de parcela do patrimônio da 
pessoa natural, que a titulariza para o exercício empresarial. A mesma pessoa natural passa a titularizar dois 
patrimônios: o pessoal e o da EIRELI. 
Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, 
para o exercício da atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. 
A personalização das EIRELI e das sociedades se dá com o registro no órgão de registro das empresas 
mercantis. As sociedades simples têm seu registro realizado através de matrícula no cartório de registro civil das 
pessoas jurídicas, já que não exploram atividade empresarial organizada para a produção ou circulação de bens e 
serviços. As sociedades empresárias têm seus atos constitutivos arquivados na Junta Estadual, órgão subordinado 
ao registro público de empresas mercantis. 
 
 
A partir disso, a pessoa jurídica passa a ser sujeito de direitos e obrigações, com legitimidade processual ativa 
e passiva, podendo ser responsabilizada por dano na esfera civil e penal. Não se pode confundir a pessoa jurídica 
com as pessoas que dela participam, inclusive, a sua autonomia patrimonial. 
A pessoa jurídica é a unidade de pessoas naturais (sociedade) ou de patrimônios (fundação), que visa à 
consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações. Três são seus 
requisitos: organização de pessoa ou de bens, liceidade de propósitos ou fins e capacidade jurídica reconhecida por 
norma. 
Rubens Requião lembra que, para os franceses, o termo sociedade é diretamente relacionado ao contrato social, 
enquanto a personalização lhe dá a condição de sujeito de direito autônomo. 
2.2.3.4 Desconsideração da personalidade jurídica 
Inicialmente, devemos tratar a respeito de que o direito reconhece a pessoa jurídica com titularidade negocial, 
processual e, inclusive, patrimonial. O patrimônio das pessoas jurídicas não se confunde com o patrimônio dos 
sócios. A concessão de Personalidade Jurídica, tendo em vista seus efeitos, não em raros casos leva a cometimento 
de atos abusivos contra credores e terceiros. 
Por tal razão, quando a personalidade jurídica é utilizada para fazer valer fraude em detrimento de terceiros, 
considera-se ineficaz a personificação com relação aos atos praticados de forma abusiva ou fraudulenta. A lei admite 
o superamento da personalidade jurídica com o fim de atingir o patrimônio dos sócios envolvidos na administração 
da sociedade 
Assim ocorrendo, desconsidera-se o favor da personalidade jurídica, para imputar a responsabilidade pelos 
atos praticados ao verdadeiro autor da façanha, que, destarte, deverá responder, pessoalmente, com seu patrimônio 
pelos atos praticados. 
O Código de Defesa e Proteção do Consumidor foi a primeira lei a mencionar hipóteses de desconsideração da 
personalidade jurídica, quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração 
da lei ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social, falência, estado de insolvência, encerramento ou 
inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração. Inclusive, recentemente, os nossos tribunais têm 
desconsiderado a personalidade jurídica sem qualquer uma das tais justificativas, por acolherem apenas o último 
parágrafo do art. 28 do CDC, que traz a questão do simples prejuízo do credor como autorizadora da ordem. 
Entendemos pela necessidade dos parágrafos serem interpretados em conjunto com o caput. A teoria presente neste 
código é também chamada de “teoria menor” por parte da doutrina, que considera “maior” a teoria presente no 
Código Civil Brasileiro. 
O art. 50 do Código Civil determina que, “em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo 
desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério 
Público, quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações 
sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios das pessoas jurídicas”. 
Na Justiça do Trabalho, a desconsideração da personalidade jurídica tem sido bastante aplicada, porém a 
ausência de dispositivo celetista que trate especificamente do instituto tem trazido algumas polêmicas. 
Algumas decisões sãono sentido da aplicação do § 2º do art. 2º da CLT, que, ao bem da verdade, trata da 
responsabilidade solidária do grupo econômico que é demonstrado pela coincidência nos administradores da 
sociedade que a compõem, mas não trata da possibilidade de avanço no patrimônio dos sócios, eventualmente, 
administradores, assim como, em vezes, mencionam os arts. 10 e 448 da mesma Consolidação, que trata a questão 
 
 
da sucessão de empresas. Trataremos adiante a possibilidade de subsidiariedade da legislação consumeirista ou 
civil. 
O art. 8º celetista permite a subsidiariedade da legislação comum, assim entendemos que a aplicação do art. 50 
do Código Civil Brasileiro é amplamente possível e justa, já que considera a possibilidade de fraude ou abuso de 
direito, genericamente presentes naquilo que é o desvio de finalidade, tendo em vista que a empresa jamais poderá 
ter por finalidade a prática de ato ilícito, além da hipótese de confusão patrimonial. 
Finalmente, grande parte dos juízes aplica subsidiariamente o Código de Defesa e Proteção do Consumidor, 
porém, a primeira polêmica é no sentido de que a lei especial não pode ser interpretada como lei comum, afastada 
da hipótese do art. 8º celetista. Outra linha de doutrinadores fala da aplicação análoga do CDC em vista do princípio 
protetor presente tanto nas relações de consumo, como nas relações de trabalho. Assim, ainda que se aplique uma 
dessas hipóteses, somos contrários a aplicação da desconsideração por mero prejuízo ao credor, ainda que estejamos 
por falar em verba de natureza alimentar, pois tal aplicação levaria o juízo ao abuso da desconsideração da 
personalidade jurídica, como tal direito nunca fosse atribuído à sociedade. Entendemos, portanto, aplicando-se o 
Código Civil ou o Código do Consumidor, que a decisão seja fundamentada no mínimo em abuso de direito. 
2.3 ESCRITURAÇÃO E LIVROS EMPRESARIAIS 
Após analisar o registro empresarial, analisaremos as duas outras obrigações do empresário: a de escriturar os 
livros empresariais e a de levantar anualmente o balanço patrimonial. A escrituração está para o empresário como 
a bússola para os navegantes. Sem ela, não conseguiria ele orientar-se em seus negócios, e o naufrágio da falência 
seria inevitável, nas palavras do ilustre doutrinador João Eunápio Borges. 
Além da função organizadora da atividade dos empresários, a escrituração atende ao interesse público, pois 
detém a serventia de fiscalização das atividades desenvolvidas e nele registradas. 
2.3.1 Características essenciais da escrituração 
Em se tratando da escolha dos princípios que envolvem determinada disciplina jurídica, a falta de uniformidade 
é comum. Nesse mesmo sentir a doutrina do professor Marlon Tomazete (2011, p. 71), que complementa por citar 
a doutrina do professor Ricardo Negrão (2011, p. 237), que opta pelos princípios do sigilo, fidelidade e liberdade. 
Entendemos, por critério de razoabilidade adotar a linha de Tomazete (2011), por atender as características 
básicas e mais gerais da análise profícua da disciplina da escrituração e livros empresariais, como segue. 
2.3.1.1 Sigilosidade 
O art. 1.190 do Código Civil concede o direito ao empresário ou à sociedade empresária de manter sigilo dos 
seus livros empresariais, de modo que nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou 
ordenar diligências sem previsão legal. Tais restrições não se aplicam às autoridades fiscais, conforme o art. 1.193 
do Código Civil, como, por exemplo, a Receita Federal e o INSS. 
Tal dispositivo limita a atuação do magistrado à exibição integral dos livros e documentos de escrituração 
diante da necessidade em conflitos que envolvam sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão a 
conta de outrem, assim como em caso de falência. 
Vale observar que o juiz pode motivar a exibição em situações fora das acima elencadas ou em questões de 
natureza fiscal, inclusive por força do que determina o art. 195 do Código Tributário Nacional. Ainda em vista da 
sigilosidade escritural, a súmula 439 do STF adverte para que se dê preferência para a exibição parcial dos livros 
 
 
em relação no que se relacionar com as partes envolvidas no conflito, deixando a exibição integral para 
excepcionalidades. 
A Súmula 439 do STF se relaciona diretamente ao assunto no seguinte sentido: 
“Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos 
pontos objeto de investigação”. 
2.3.1.2 Fidelidade 
A escrituração infiel aos documentos contábeis gera responsabilização não somente do empresário e 
administradores, mas principalmente do contabilista responsável em vista de preposição. Ricardo Negrão (2015) é 
no sentido da fidelidade para que tais documentos correspondam à realidade que se apresenta. Marlon Tomazete 
(2016) fundamenta tal princípio no art. 1183 do Código Civil vigente ao vedar rasuras, borrões, espaços em branco 
ou entrelinhas na escrituração. 
De fato, para que a escrituração de livros empresariais possa ser considerada regular, alguns requisitos devem 
ser observados. Esses requisitos classificam-se de duas formas. 
Primeiramente, quanto ao modo pelo qual são preenchidos os livros empresariais, uma vez que estes devem 
obedecer aos preceitos da ciência contábil, observando-se as prescrições legais do Decreto-Lei 486/1969, bem como 
o art. 1.183 do Código Civil. 
Não menos importante do que o modo de preenchimento, é a segurança que deve ser dada à escrituração dos 
livros empresariais. São formalidades que definem a responsabilidade pela escrituração – identificando o 
empresário e o seu contador – e que, em tese, podem dificultar alterações nos lançamentos feitos. São três: termo 
de abertura, termo de encerramento e autenticação da Junta Estadual. 
A escrituração somente é considerada regular se todos os requisitos de modo de preenchimento e de segurança 
quanto à escrituração dos livros empresariais forem observados, caso contrário diz-se que a escrituração é irregular 
e tudo isso denota a preocupação do legislador com o princípio da fidelidade. 
2.3.1.3 Uniformidade temporal 
A uniformidade temporal denota a essencialidade de se manter a escrituração uniforme, no que concerne aos 
métodos contábeis e, em nosso sentir, decorre do princípio da fidelidade. Se é SUBPRINCÍPIO, fazer tópico à parte. 
2.3.2 Espécies de livros a escriturar 
Livros obrigatórios: são aqueles cuja escrituração é imposta ao empresário, pois sua ausência implica 
sanções. Os livros obrigatórios podem ser: 
Livros obrigatórios comuns: são livros de escrituração obrigatória a todos os empresários. Atualmente, no 
Brasil, existe apenas um livro obrigatório comum: o Diário, por força do art. 1.180 do Código Civil. 
Independentemente do tipo de sociedade adotado ou do ramo de atividade que explora, todos os empresários 
devem escriturar o livro Diário. 
Livros obrigatórios especiais: a escrituração desses livros é imposta apenas a uma determinada categoria de 
empresários. Tem-se como exemplo o Livro de Registro de Duplicatas, obrigatório apenas para os 
empresários que emitem duplicatas, conforme o art. 19 da Lei 5.474/1968. 
Livros facultativos: tais livros são escriturados para que o empresário possa melhor orientar-se e controlar 
seus negócios. Sua ausência não implica qualquer sanção. Exemplo: Livro-caixa. 
 
 
Livros fiscais: ao contrário de todos os outros, não têm a função de auxiliar o empresário na administração de 
sua empresa, nem são de interesse dos sócios, acionistas ou credores. Esses livros servem de orientação para o Fisco 
e são regidos por legislação específica. 
2.3.2.1 Livros empresariais e o tratamento diferenciado para as microempresas e empresas de 
pequeno porte 
Atendendo aos ditames da Constituição Federal, foi concedido às microempresas e empresas de pequeno porte 
tratamento diferenciado, favorecido e simplificado. Para essas pessoas jurídicas, permanece

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