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LUCRO PRESUMIDO CONTABILIDADE E PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Legislação aplicada Lei 9.430, de 1996; Lei 9.718, de 1998; RIR 3.000/99 – art. 516 a 528; Lei 9.964, de 2000; Lei 12.814, de 2013; Considerações inciais sobre o lucro presumido A tributação pelo lucro presumindo, nos último anos, tem sido muito incentivada pelas autoridades tributantes, sempre apresentada como forma mais simples de apurar o imposto. Entretanto, devem ser analisadas com muito critério as vantagens e desvantagens. Conceito de lucro presumido É uma modalidade optativa de apurar o lucro e, consequentemente, o Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro das empresas que não estiverem obrigadas à apuração pelo lucro real. Pessoas jurídicas autorizadas a optar Nem todas as pessoas jurídicas podem fazer a opção pelo lucro presumido. Pessoas jurídicas autorizadas a optar Empresas cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00, ou R$ 6.500.000,00 multiplicado pelo número de meses. Pessoas jurídicas autorizadas a optar As sociedades civis de profissão regulamentada, as sociedades que explorem atividades rural, as sociedades por ação, as sociedades de capital aberto, as empresas que se dediquem à compra, à venda, ao loteamento, à incorporação ou à construção de imóveis. Pessoas jurídicas autorizadas a optar As empresas que não estejam obrigadas a declarar com base no lucro real em função da atividade que exercem. Empresas que tenham sócios ou acionistas residentes ou domiciliados no exterior. Pessoas jurídicas autorizadas a optar Empresas que sejam filiais, sucursais, agências ou representação, no país, de pessoas jurídicas com sede no exterior. Empresas que vendam bens importados, qualquer que seja o valor da receita auferida na venda desses produtos. Pessoas jurídicas autorizadas a optar Empresas constituídas sob qualquer forma societária, de cujo capital participem entidades da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal. Pessoas jurídicas não autorizadas a optar Pessoas jurídicas cujas atividades sejam bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos, bancos de desenvolvimento, caixa econômicas, sociedade de créditos, financiamento e Pessoas jurídicas não autorizadas a optar investimento, sociedade de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de créditos, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada e aberta. Pessoas jurídicas não autorizadas a optar Pessoas jurídicas que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; Pessoas jurídicas que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruir de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do Imposto de Renda. Pessoas jurídicas não autorizadas a optar Pessoas jurídicas que explorem as atividades de prestação cumulativas e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, Pessoas jurídicas não autorizadas a optar seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviço (factoring). Pessoas jurídicas não autorizadas a optar Pessoas jurídicas que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado o recolhimento mensal com base em estimativas. Receitas que deverão compor o cálculo do limite As receitas brutas auferidas na atividade objeto das pessoas jurídicas; Quaisquer outras receitas, mesmo que seja de fontes não relacionadas com a atividade principal da empresa; Regime de apuração da receita A pessoa jurídica poderá considerar as receitas, para fins de opção pela tributação com base no lucro presumindo, segundo o regime de competência ou de caixa. Desvantagem do lucro presumido Além de não poder optar pela apuraração do PIS e Cofins pela forma não cumulativa. Os fatos geradores ocorridos a partir de 01-01-1998 (art. 10° da Lei n° 9.532/1997), no imposto apurado com base no lucro presumido, não será permitida qualquer dedução a título de incentivo fiscal. Escrituração contábil A pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação pelo regime de tributação com base no lucro presumido deverá manter escrituração contábil nos termos da legislação comercial. Escrituração contábil Poderá ficar dispensada da escrituração contábil a pessoa jurídica que, no decorrer do ano calendário, mantiver Livro Caixa, no qual deverá ser escriturada toda a movimentação financeira, inclusive a bancária. Escrituração contábil Essa dispensa de escrituração é apenas para fins da legislação do Imposto de Renda, sendo que nada impede que o INSS e o Poder Judiciário exijam escrituração contábil, com o objetivo de apuração da contribuição patronal à previdência social, assim como no caso de concordata. Receitas que deverão compor o cálculo do limite O ganho de capital; Os ganhos líquidos obtidos em operações de renda variáveis; Os rendimentos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa; Os rendimentos decorrentes de participações societárias. Quando fazer a opção A opção pelo lucro presumindo anteriormente podia ser feita até a data da entrega da declaração do Imposto de Renda. Dessa forma, o contribuinte poderia fazer a escolha com segurança sobre qual seria a forma de calcular seus impostos de forma menos onerosa. Quando fazer a opção Atualmente, a opção é feita de forma irrevogável na data do pagamento da primeira quota ou da quota única nos casos em que se aplique, sendo a manifestação de forma irrevogável. Quando fazer a opção É comum a prática dos contribuintes de tentar alterar a opção feita através de retificação de DARF (REDARF), mas este procedimento não prospera, pois a Secretaria da Receita Federal já se manifestou, não aceitando REDARF para alteração de opção pela sistemática de apuração de imposto. Do início de atividade No exercício em que a pessoa jurídica iniciar suas atividades, não existe o limite em função de valores, mas deve ser observado para o período posterior para avaliar se pode continuar ou ingressar no sistema de lucro presumido. Base de cálculo do imposto Lucro presumido Receita bruta X percentual Base de cálculo Lucro Presumido Outras receitas Resultados positivos das demais receitas Ganho de capital Rendimentos e ganho financeiros Juros sobre capital próprio Lucro inflacionário realizado Imposto devido Base de cálculo X Alíquota do IR/CS Percentuais aplicados para encontrar a base de cálculo Sobre a receita bruta ajustada será aplicado um percentual que varia de acordo com a atividade exercida pelo contribuinte, conforme a seguir descrito: Percentuais aplicados para encontrar a base de cálculo 8% para IRPJ e 12% para CSLL sobre a revenda de mercadoria, fabricação própria, industrialização por encomenda, transporte de cargas, serviços hospitalares, atividade rural e venda de imóveis das empresas com esse objeto; Percentuais aplicados para encontrar a base de cálculo 1,6% venda de combustíveis; 32% receitas de prestação de serviço, exceto a de serviços hospitalares; Percentuais aplicados para encontrar a base de cálculo 16% receita de prestação de serviço em geral das pessoas jurídicas com receita bruta anual de até R$ 120.000,00, exceto serviços hospitalares, de transporte e de profissão regulamentares. Percentuais aplicados para o cálculo dos impostos IRPJ 15% + 10% de adicional quando o lucro ultrapassar R$ 20.000,00 para cada mês. CSLL 9% e não há adicional. Período de apuração O imposto com base no Lucro Presumido será determinado por período de apuração trimestrais, encerrados nos dia 31/03, 30/06, 30/09 e 31/12 de cada ano- calendário, conforme a Lei de nº 9.430/1966 – art. 1º e 25. Código de recolhimento 2089 – IRPJ 2372 - CSLL Prazo para recolhimento OIRPJ e a CSLL devidos com base no Lucro Presumido deverão ser pagos até o último dia do mês subsequente ao do encerramento do período de apuração trimestral, ou seja o 1º trimestre vence em 30/04. Cálculo do IRPJ e contabilização Receita bruta de venda do 1º trimestre (800.000,00 x 8%) Receita de prestação de serviços (100.000,00 x 32%)....... Rendimentos e ganhos de aplicação financeira Base de cálculo do Lucro Presumido................................... IRPJ (100.000,00 X 15%....................................................... Adicional (100.000,00 – 60.000,00) x 10%.......................... Valor do imposto devido..................................................... 64.000,00 32.000,00 4.000,00 100.000,00 15.000,00 4.000,00 19.000,0 Débito Provisão para IRPJ....................................... 19.000,00 Crédito IRPJ a pagar.................................................. 19.000,00 Cálculo e contabilização csll Receita bruta de venda do 1º trimestre (800.000,00 x 8%) Receita de prestação de serviços (100.000,00 x 32%)....... Rendimentos e ganhos de aplicação financeira Base de cálculo do Lucro Presumido................................... CSLLX 15%....................................................... 64.000,00 32.000,00 4.000,00 100.000,00 9.000,00 Débito Provisão para CSLL....................................... 9.000,00 Crédito CSLL a pagar............................................... 9.000,00 CÁLCULO DO IMPOSTO E CONTABILIZAÇÃO Receita bruta de venda do 1º trimestre (800.000,00 x 8%) Receita de prestação de serviços (100.000,00 x 32%)....... Rendimentos e ganhos de aplicação financeira Base de cálculo do Lucro Presumido................................... IRPJ (100.000,00 X 15%....................................................... Adicional (100.000,00 – 60.000,00) x 10%.......................... Valor do imposto devido..................................................... 64.000,00 32.000,00 4.000,00 100.000,00 15.000,00 4.000,00 19.000,0 Débito Provisão para IRPJ....................................... 19.000,00 Débito IRPJ a pagar................................................. 19.000,00
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