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morfologia e interacao virus celula nutricao 2019

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Tatiana Castro 
Departamento de Microbiologia e Parasitologia- UFF 
Morfologia viral e Interacao 
vírus celula 
http://virologia.sites.uff.br/ 
 
-Aula prática: Jaleco, calça comprida e sapato fechado 
 
-Lista de Presença e 25% 
 
-VA, Segunda chamada e VS 
 
Programa 
 
17.04 – Morfologia viral 
 -interação vírus - célula 
 
24/04 – diagnostico e prevenção das infeccoes virais 
 - viroses transmitidas por agua e alimentos (rotavirus e norovirus) 
 
08/05 – viroses relacionadas a DST (papilomavirus e herpes) 
 Aula prática: PCR 
 
15/05 – hepatites virais de transmissao enteral e parenteral 
 - HIV 
 
22.05 – 2. VA 
Características dos vírus 
 
Extremamente pequenos, não visualizados em microscopia ótica 
Parasitas Intracelulares obrigatórios, necessitando de metabolismo 
celular ativo para replicação 
Possuem uma única espécie de ácido nucléico: DNA ou RNA 
 
 
 
 
 
1 micron 
Bactéria (Staphyllococcus aureus) 
 m 
 ↓ 
cm 10-2m 
 ↓ 
mm 10-3m 
 ↓ 
µm 10-6m 
 ↓ 
nm 10-9m 
 ↓ 
 Ǻ 10-10m 
 
1882: Meyer- Detecção de partículas não filtráveis 
“Vírus do mosaico do tabaco” 
 
Filtrabilidade dos vírus: material filtrado continha um veneno ou 
um agente desconhecido tão pequeno que era capaz de atravessar 
os poros de um filtro que retinha bactéria 
 
 
 
1898: Beijenrick - Diluições seriadas - 
 
Natureza reprodutiva do agente 
“Fluidum vivum contagiosum” = 
 
1898: Loeffler & Frosch  
vírus da febre aftosa 
 
1901: Walter Reed  
vírus da febre amarela 
Vírus = Veneno 
Histórico 
1953: W M Stanley et al. cristalizou o vírus do mosaico do 
tabaco 
 
Evidência de estrutura e composição química 
 
1950-1960: Necessidade de classificação e nomenclatura 
universal 
 
Vírus  ácido nucleico (DNA ou RNA) + proteínas 
 
upload.wikimedia.org 
 
Histórico 
Microscópio eletrônico 
Observação das partículas virais: 
Adenoviridae 
Herpesviridae http://www.virology.net/Big_Virology/ 
• Taq polimerase: DNA polimerase extraída da 
bactéria Thermus aquaticus, que vive em água 
com temperatura de 75oC. 
• Karys Muller: Primeira descrição da PCR no final da década de 80 
• Em 1989 o processo foi patenteado 
• Nobel de Química em 1993 
• Usado rotimeiramente nos laboratórios de investigação médica e biológica 
Histórico 
Estrutura de um vírion: 
 
Genoma DNA ou 
RNA 
 Informação genética 
 Infectividade 
NUCLEOCAPSÍDEO 
(todos) 
 
Capsídeo Proteínas 
 Proteção do genoma 
 União a receptores 
celulares 
 Determinantes 
antigênicos 
ENVELOPE 
(alguns) 
 
Lipídeos 
Glicoproteí-
nas virais 
 União a receptores 
celulares 
 Determinantes 
antigênicos 
 
Estrutura de um vírion: 
Estrutura de um vírion: 
Envelope: 
 
Camada bilipídica 
Glicoproteínas que projetam para o exterior 
(peplômeros) 
Derivado de membranas celulares com 
incorporação de glicoproteínas codificadas 
pelos vírus 
 
Enzimas: 
 
Polimerases ou transcriptases necessárias à 
replicação viral 
Estabilidade da partícula viral: 
 
 Temperatura 
 pH 
 Solventes de lipídeos e detergentes  vírus envelopados 
 Hipoclorito de sódio  proteínas 
 Formaldeído  proteínas 
 Luz UV  genoma 
Classificação dos Vírus (ICTV) 
 ESTRUTURA: 
 TIPO DE GENOMA, SIMETRIA DO CAPSÍDEO, 
PRESENÇA OU NÃO DE ENVELOPE, TAMANHO, FORMA, 
ENZIMAS ADICIONAIS, SUSCEPTIBILIDADE A 
AGENTES QUÍMICOS E FÍSICOS, ESTRATÉGIAS DE 
REPLICAÇÃO, QUADROS CLÍNICOS, 
EPIDEMIOLOGIA...: 
 
 FAMÍLIAS 
 
 GÊNEROS 
 
 ESPÉCIES 
 
 SUB-ESPÉCIES, VARIANTES... 
http://encarta.msn.com/ 
1. Adsorção 
2. Penetração 
3. Desnudamento 
4. Replicação 
5. Maturação 
6. Liberação 
Fases da replicação viral: 
Replicação viral 
 
 União do vírus ao receptor celular 
 
 Receptores: proteínas, carboidratos ou lipídeos na 
membrana celular 
 
 Suscetibilidade celular  presença de receptor 
1. Adsorção 
Vírus não envelopado Vírus envelopado 
 1. Adsorção 
 
 
 Entrada do vírus na célula 
• Translocação: passagem direta da partícula viral através 
da membrana celular 
 
• Endocitose mediada por receptor: vírus envelopados 
 vírus não envelopados 
 
• Fusão: somente para vírus envelopados 
2. Penetração 
2. Penetração 
 
Endocitose mediada por receptor: vírus envelopados 
www.rsc.org 
Membrana da célula 
forma uma vesícula 
ao redor do vírus 
Vesícula funde com 
endosoma 
 
 vírus no endosoma 
Fusão do envelope do 
vírus com membrana 
do endosoma 
Após adsorção 
Nucleocapsídeo viral 
no citoplasma 
2. Penetração 
 
Endocitose mediada por receptor: vírus não envelopados 
microbiologybytes.wordpress.com 
Após adsorção 
Membrana da célula 
forma uma vesícula 
ao redor do vírus 
Vesícula funde com 
endosoma 
 
 vírus no endosoma 
Desestruturação 
do capsídeo viral 
Genoma viral no 
citoplasma 
2. Penetração 
 
 
 Fusão do envelope do vírus com a membrana celular: somente 
para vírus envelopados 
www.cat.cc.md.us/.../images/u2fig6a1a.jpg 
pathmicro.med.sc.edu 
Após adsorção 
Fusão direta do 
envelope do vírus com 
a membrana celular 
Nucleocapsídeo viral 
no citoplasma 
3. Desnudamento ou Decapsidação 
 
 Refere-se a separação física das proteínas do capsídeo e genoma 
viral. Após o desnudamento o genoma viral fica livre no citoplasma 
ou núcleo da célula para o processo de replicação viral. 
http://www-micro.msb.le.ac.uk/109/structure.html 
4. Replicação 
• Formação de novas cópias do genoma viral 
 
• Síntese das proteínas virais: enzimas associadas ao genoma 
 proteínas de capsídeo 
 glicoproteínas de envelope 
4. Replicação 
Genoma viral 
 
Transcrição dos genes precoces  RNAm early 
 
Proteínas fase precoce (early): proteínas não estruturais 
 - param a síntese de ácido nucleico e proteínas celulares 
 - regulam a expressão do genoma viral 
 - enzimas requeridas para a replicação do genoma viral 
 
Replicação do genoma 
 
Transcrição dos genes tardios  RNAm late 
 
Proteínas fase tardia (late)  proteínas estruturais 
Adsorção 
Penetração 
Decapsidação 
  
 Replicação 
  
Síntese de prot 
  
Montagem 
Liberação 
Vírus RNA 
Adsorção 
Penetração 
 Decapsidação 
  
 Replicação 
Síntese 
de prot 
 Montagem 
Liberação 
Vírus DNA 
citoplasma 
núcleo 
citoplasma 
núcleo 
5. Maturação ou Montagem 
 Proteínas estruturais se associam espontaneamente  
capsômeros  capsídeo viral onde o ácido nucleico é inserido 
6. Liberação 
 Vírus não envelopados: Lise da célula 
 
 Vírus envelopados: Brotamento  envelope da membrana celular 
 Exocitose  envelope de membranas internas 
6. Liberação de vírus envelopados: Brotamento 
13. Vírus adquire o 
envelope da 
membrana celular com 
as glicoproteínas virais 
inseridas 
6. Síntese das proteínasnão glicosiladas  
ribosomas livres no 
citoplasma 
7. Síntese das glicoproteínas  
ribosomas associados ao RER 
8. Transporte das 
glicoproteínas para a 
membrana  Golgi 
11. Proteínas se 
associam ao 
genoma viral 
9. glicoproteínas 
na membrana 
6. Liberação de vírus envelopados: Exocitose 
Vírus adquire envelope de 
membranas intermas 
Vírus é transportado pelo 
citoplasma através de vesícula 
Vesícula contendo vírus se funde 
com a membrana da célula 
vírus é liberado para o meio 
extracelular  Exocitose 
Interação Vírus - Célula 
Morte celular ocorre: 
• Inibição da transcrição do RNA da célula hospedeira 
• Inibição do processamento de RNAm célula 
hospedeira 
• Inibição da síntese de macromoléculas (proteínas) 
• Acúmulo de produtos virais (DNA, RNA, proteínas) 
que podem ser tóxicos para a célula 
Outros tipos de interação vírus-célula 
• Transformação celular (HPV) 
Interação Vírus - Célula 
Citomegalovírus em CC (H & E): 
inclusão nuclear com aparência de 
um “olho de coruja” 
Formação de Corpúsculos de 
Inclusão: 
 Efeito citopático: 
Interação Vírus - Célula 
 Transformação maligna: 
Produtos da replicação viral são oncogênicos 
 Caracterizada por alteração da morfologia celular: 
-Perda da morfologia 
- Crescimento celular alterado e perda da inibição de contato 
-Não responde a sinais do ciclo celular associado ao crescimento e 
maturação da célula (imortalidade) 
-Síntese contínua do DNA, alterações cromossomiais, aparecimento de 
novos Ag de superfície, 
Fonte de infecção: hospedeiro doente (facilmente reconhecido) 
 hospedeiro portador (dificilmente reconhecido) 
 
Quem é portador ???? 
Importantes na manutenção 
da circulação do vírus 
Patogenia das viroses 
Patogenia das viroses 
Patogenia das viroses 
Processo de desenvolvimento de uma 
doença: 
 
 
Transmissão  Penetração  Disseminação  
Replicação  Lesão  Doença 
 Características do vírus: Virulência 
 
 Características do hospedeiro 
 - Do vírus 
 Dose 
 Virulência: capacidade do vírus de produzir doença no 
hospedeiro 
 
- Do hospedeiro 
 Genética 
 Idade 
 Estado nutricional 
 Estado hormonal 
 Estado imunológico 
A suscetibilidade ou resistência à infecção depende: 
 Suscetibilidade celular  receptores (tropismo) 
 
 Permissividade celular  replicação do vírus na célula 
Patogenia das viroses 
Cadeia do processo infeccioso: transmissão 
Horizontal 
Vertical 
Direta: Contato (pele, mucosas) 
Indireta: aerosóis 
 veículos (água e alimentos) 
 vetores 
 fômites 
 iatrogênica 
Mãe para o feto 
Portas de Entrada Gênero 
Pele mordedura de animal 
picada de artrópode 
inoculação por 
seringas 
abrasão 
Rabdovírus 
Arbovírus 
Retrovírus 
Papilomavírus 
Mucosas 
Trato respiratório contato direto 
aerossóis 
Ortomixovírus 
Paramixovírus 
Trato 
gastrintestinal 
ingestão Rotavírus 
Coronavírus 
Trato genital contato sexual 
inseminação 
artificial 
Herpesvírus 
Conjuntiva Adenovírus 
Transmissão 
vertical  in 
utero 
via placenta Parvovírus 
Portas de Entrada 
Cadeia do processo infeccioso: transmissão 
Infecção 
localizada 
Infecção disseminada 
Viremia Neuronal 
Papilomavírus 
(verrugas e 
condilomas) 
 
 
Vírus 
associados à 
gastrenterites 
(Rotavírus) 
Cadeia do processo infeccioso: disseminação 
Tipo de 
infecção 
Sintomas Replicação do 
vírus 
Resposta 
Imune 
Transmissão Manifestação da 
infecção 
Exemplo 
Aguda 
(clinicamente 
aparente) 
+ + + + doença Rotavírus (diarréia) 
Sub-clínica 
(inaparente) 
- + + + assintomática Portador são 
Febre 
aftosa 
Cadeia do processo infeccioso: tipos de infecção 
Tipo de infecção Sintomas Replicaçã
o do vírus 
Resposta 
Imune 
Transmissão Manifestação 
da infecção 
Exemplo 
Crônica + / - +  + 
Não elimina o 
vírus do 
organismo 
retrovírus 
Latente - - + - Herpesvírus 
Recorrência + + + + 
Cadeia do processo infeccioso: tipos de infecção 
Tipo de 
infecção 
Sintomas Replicação do 
vírus 
Resposta 
Imune 
Transmissão Manifestação da 
infecção 
Exemplo 
Congênita + + - + Morte fetal, aborto, 
Parvovírus 
suíno 
Cadeia do processo infeccioso: tipos de infecção 
Sequência de eventos imunológicos em uma infecção 
viral 
Resposta Imune e fatores relacionados 
IDADE 
Tanto o componente humoral quanto o celular são menos 
competentes em indivíduos muito jovens e idosos 
 
Interferência dos anticorpos maternos 
 
NUTRIÇÃO 
Desnutrição severa deprime mecanismos imunes não-específicos 
e mediados por células 
 
Deficiências específicas de aminoácidos, minerais (selênio, zinco, 
ferro, magnésio), ou vitaminas (E, B6) deprimem a imunidade 
humoral e celular 
 
AMBIENTE 
 
Fatores ambientais negativos (estresse) podem deprimir irregularmente respostas 
imunes: 
 
 
DOENÇA OU INFECÇÕES SIMULTÂNEAS E IMUNOSSUPRESSÃO 
 
GENÉTICA 
 
USO DE MEDICAMENTOS 
 
GESTAÇÃO 
Resposta Imune e fatores relacionados a 
imunização 
- Também chamada de natural ou inespecífica 
- Barreiras naturais de proteção 
- Mediada por diferentes células e moléculas 
 
- Características peculiares: 
 1. Atua imediatamente após o contato com o agente 
 2. Não discrimina diferentes tipos de antígenos 
 3. Não possui memória imunológica 
Resposta imune inata 
Componentes da Resposta Imune Inata 
contra vírus 
 Barreiras 
 Inflamação 
 Interferon tipo 1 (IFN-I) 
 Células NK (Natural Killer) 
 Células dendríticas (DCs) 
Resposta imune inata 
Barreiras contra infecção 
 Pele, pH levemente ácido 
 Conjuntiva: Lágrimas 
 Trato respiratório: Muco, IgA, movimentos ciliares 
 Trato gastrointestinal: Baixo pH estomacal, bile e enzimas 
proteolíticas 
 Trato genital: Secreções vaginais, pH ácido 
Resposta imune inata 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tipo I Tipo II 
 alfa (  ) beta ( ) gama () 
Estrutura Proteína Glicoproteína Glicoproteína 
Produzido por Células 
infectadas 
Leucócitos 
Células 
infectadas 
Fibroblastos 
Linfócitos T 
Células NK 
Agente indutor Vírus Vírus Vírus e outros 
antígenos 
Principal 
função 
Estabelecer o estado 
antiviral 
Modular o 
sistema imune 
 
 Papel direto no controle das infecções virais 
Indução e principais funções do 
IFN-I na resposta inata 
 Papel direto no controle das infecções virais 
Indução e principais funções do 
IFN-I na resposta inata 
Mecanismo de ação dos Interferons tipo I 
 Presentes em tecidos linfóides periféricos 
 Mecanismos de ação: 
 
 1. Lise das células infectadas 
 2. ADCC (antibody-dependent cell mediated cytotoxicity) : 
 Possuem receptores para Fc 
 3. Produção de citocinas (IFNγ e TNF-) 
Células NK (Natural Killer) 
Resposta imune inata 
Células NK 
 
Citotoxicidade celular dependente de 
anticorpo (ADCC) 
Resposta imune inata 
 RESPOSTA HUMORAL 
Linfócitos B (plasmócitos) e anticorpos 
 
 
Resposta imune adaptativa 
 
- RESPOSTA CELULAR 
 
Linfócitos T (CD4+) ou Th (helper ou auxiliares) 
 
 - Th1 e Th2 
 
Linfócitos T (CD8+) ou citotóxicos 
- Existem cinco classes de Igs com estruturas e funções diferentes 
(IgM, IgD, IgA, IgG, IgE) 
- Importância nas re-exposições. 
Resposta humoral- Mediada por linfócitos B e imunoglobulinas (Igs) ou anticorpos 
- Igs são secretadas por plasmócitos 
1. Neutralização 
2. Aglutinação 
3. Opsonização e fa
gocitose 
4. Ativação do 
 complemento 
5. Lise mediada porco
mplemento 
6. ADCC 
7. Lise celular 
 mediada por co
mplemento e 
dependente de an
ticorpos 
Resposta 
humoral 
Anticorpos importantes no controle da 
infecção viral: 
 
 IgM: marcador de infecção aguda 
 diagnóstico de infecção congênita 
 
 IgG: imunidade à reinfecção 
 resposta vacinal 
 
 IgA: imunidade de mucosa 
 (trato respiratório, trato gastrointestinal)

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