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INVESTIGAÇÃO PERICIAL CRIMINAL - APOSTILA

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INVESTIGAÇÃO PERICIAL CRIMINAL
 João Luiz de Carvalho
Conteúdo programático
Preâmbulo
Valor e Proteção do Local de Crime
Atuação da Polícia Empírica no Local de Crime
Criminalística básica
Definição e Divisão
O trabalho da Criminalística
Local de Crime
Classificação 
Valor e Proteção 
Levantamento 
Exame 
Classificação do local quanto ao exame
Levantamento do Local de Crime (noções)
Exame de Local de Crime (noções)
Teoria Geral dos Vestígios
Analise da Prova Material
Principais provas encontradas nos locais de crime
Objetivos da Criminalística no Local de Crime Contra a Pessoa
Objetivos da Criminalística no Local de Crime Contra o Patrimônio
Local de Acidente de Tráfego (noções)
Balística Forense (Noções)
PREÂMBULO
É comum observar-se o pouco caso devido ao isolamento e, consequentemente à preservação dos locais de crime, quer por parte das autoridades a quem o mesmo está diretamente ligado, quer por parte da imprensa de modo geral.
Por parte das autoridades – mesmo sabendo que o esclarecimento de um crime está diretamente relacionado com o exame e o levantamento do local, grande parte das autoridades a quem o mesmo está subordinado, esquecem esse “pequeno detalhe” e, antes mesmo de acionarem a polícia técnico-Científica, violam o local, na procura daquilo do que desconhecem o trato e ao que chamam de indícios;
Por parte da imprensa: – com o propósito único dos chamados “furos jornalísticos” camuflados no “desejo de bem informar,” estes profissionais ao tentarem desempenhar suas funções, cerceiam o “dever de bem informar” de outros profissionais que são os peritos, verdadeiros donos do local de crime, pois somente a eles é dado o direito legal (por força de uma especialização) de entrarem, manusearem as provas de permanecerem pelo tempo que acharem necessário no cenário do crime.
A presença desses leigos principalmente nos ambientes, mediato e imediato, pode contaminar o local, e consequentemente a prova material in natura tornando-a questionável.
O Perito Criminalístico é um profissional, cuja autoridade na execução dos trabalhos, quer da perícia externa, quer da perícia interna é essencialmente autônoma, prescindindo a qualquer comando externo. Sabe-se também, que o Delegado de Polícia é a autoridade maior em uma investigação criminal. 
Como é possível se adequar estas autoridades independentes nos trabalhos da Polícia Empírica com os da Polícia Técnica, notadamente no que diz respeito a atuação do Perito Criminalístico. 
A explicação para este mister é feita da seguinte forma:
a autoridade do Perito Criminalístico se restringe à intervenção técnico-científica em um fato criminoso, com o fito de cumprir o que preceitua o Art. 158 do CPP. “Quando a infração penal deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado”, enquanto que a do Delegado de Polícia é mais ampla, haja vista que, nos casos em que é paralelo ou concorrente o trabalho destas duas polícias, a intervenção do Delegado se inicia antes da atuação do Perito e finda muito tempo depois (a Lei nº 8.862 de 28 de março de 1994 que objetivou mudanças, especialmente no Art. 1º do Decreto-Lei nº. 3.689 de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal) e no art. 169 da mesma Lei, o Art. 6º e seus dois primeiros incisos passaram a ter a seguinte redação: “Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial, deverá: I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais”. Ao Art. 169, que tem a seguinte redação: “para efeito do exame do local onde houver sido praticada a infração penal, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir os seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas,” foi acrescentado o seguinte parágrafo único: “os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório, as conseqüências destas alterações na dinâmica do fato).
VALOR E PROTEÇÃO DO LOCAL DE CRIME
É de grande interesse o local de crime, por que é nele que se colhem os primeiros elementos informativos aos trabalhos policiais, ou seja, os elementos essenciais para que a autoridade policial possa orientar suas investigações, estes elementos são genericamente denominados de provas e são assim classificados:
	a - provas testemunhais;
	b - provas técnicas.
a - Provas Testemunhais (ou Provas Subjetivas) - são constituídas pelos depoimentos tomados de testemunhas arroladas pela polícia empírica. 
É das provas a mais fraca, pois muitas vezes se prestam como testemunhas, pessoas que sem nenhuma relação com o fato, apenas ouviu falar dele. Ao coligir esta prova, deve o policial tomar bastante cuidado, para não arrolar uma testemunha falsa.
b - Provas Técnicas (ou Provas Objetivas) - considerada a rainha das provas, são constituídas pelas peças materiais tecnicamente chamadas de vestígios, os quais se apresentam sob diversas formas e somente aos peritos oficiais cabe coleta-las e interpreta-las. O policial de rua que primeiro chegar ao local deverá somente preserva-las. Em hipótese nenhuma deverá tocá-las. 
Para que o policial de rua possa desempenhar suas funções no local de crime, existem normas preestabelecidas, as quais se verão a seguir.
ATUAÇÃO DA POLÍCIA EMPÍRICA NO LOCAL DE CRIME.
A atuação da polícia empírica no local de crime compreende as várias fases que se constituíram em normas, as quais são listadas a seguir, estando entre elas o ISOLAMENTO e a preservação do local que, sem dúvidas, são as de maior importância para a elucidação do fato, portanto, o policial jamais deverá esquecer estas normas:
1 – Ao tomar conhecimento de um fato ocorrido: checar a fonte de informação (nome, endereço, idade, que relação ou interesse tem com o fato, se a informação for por telefone de que número esta ligando e ligar para o numero fornecido para a devida confirmação, etc.) com a finalidade de evitar “trotes”; Dar ciência a autoridade policial competente, narrando-lhe a natureza do fato e fornecendo-lhe as informações que lhes foram prestadas inerentes ao mesmo, tais como: data, hora e local exato da ocorrência, vias de acessos favoráveis, etc.;
2 – Ao chegar ao local providenciar o isolamento do mesmo a fim de preservá-lo, par que o policial execute esta tarefa, é necessário a observação do seguinte:
	a - não permitir a entrada de qualquer pessoa nas áreas que contenham vestígios, antes da chegada do perito criminalístico;
	b - em certos casos, não permitir a retirada de qualquer objeto ou pessoa, que se encontre no recinto, por ocasião de sua chegada ao local;
	c - não permitir, que pessoas presentes, sob quaisquer pretextos, toquem nos objetos ou mudem suas posições, incluindo-se também nestas proibições;
	d – não permitir sob nenhum pretexto que, antes da chegada do perito criminalístico ou criminal, qualquer outro profissional, independente de sua autoridade, adentre na área onde se verificou o fato, isto é, no cenário do crime;
3 - Se o fato tiver ocorrido em um local interno, interdita-lo totalmente; no caso de locais externos, interditar a área que contenha vestígios; se numa via terrestre, solicitar o auxílio de policiais do Batalhão de Trânsito no sentido de organizarem o trânsito procurando tanto quanto possível, não interromper o fluxo de veículos; quando a ocorrência for tipificada como sendo um local em veículo, os cuidados deverão ser redobrados, dados as grandes variedades de fatores que poderão interferir no mesmo, contaminando-o e conseqüentemente mascarando os vestígios ali existentes.
4 - arrolar de imediato as testemunhas, se por acaso houver,no que deverá tomar bastante cuidado;
5 - Em caso de manchas e, principalmente se o local for externo, protege-las das intempéries, (chuva, vento, etc.) utilizando-se de caixas de papelão ou similares, que apenas protejam e não as toque;
6 – Tomar bastante cuidado com superfícies polidas e/ou metálicas, pois as mesmas podem se constituir em suportes de fragmentos de impressões digitais;
 
OBSERVAÇÕES:
1 - Um verdadeiro policial jamais deverá esquecer que: “NÃO EXISTE CRIME PERFEITO, O QUE EXISTE É UM LOCAL MAL INVESTIGADO”. 
2 - Um policial autêntico, não deve demorar em atender a um chamado concreto, haja vista que: “TEMPO QUE PASSA É VERDADE QUE FOGE”. (Edmond Locard)
NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA
LOCAL DE CRIME.
 
Local de Crime
Classificação do Local de Crime;
 Levantamento do Local de Crime
	Exame do Local de Crime
LOCAL DE CRIME
Local de Crime é aquele local onde ocorreu um fato de qualquer natureza e que necessita da intervenção da polícia para o seu devido esclarecimento.
Então, todo local onde tenha ocorrido uma contravenção, um crime, (independente de sua natureza) um acidente de tráfego ou de trabalho, um achado de cadáver, um local de feto encontrado, um incêndio, um atentado terrorista, etc., recebe a denominação de “LOCAL DE CRIME” ou de “LOCAL DO FATO”, por que se torna necessário a elucidação das circunstâncias em que o mesmo se verificou.
CLASSIFICAÇÃO DO LOCAL DE CRIME 
Para alguns estudiosos, é muito difícil estabelecer critérios de classificação de temas cuja amplitude não é especificamente definida. Contudo, a experiência nos conduz a classificá-lo da seguinte maneira:
 Interno Ambiente imediato
 
 Quanto ao local em si Externo
 Em veículo Ambiente mediato
Local de Crime
.
 Quanto a natureza do fato
- Quanto ao local em si: - diz respeito às características físicas da área do local e divide-se em Local Interno, Local Externo e Local em veículo. Estes por sua vez, se subdividem em Ambiente Mediato e Ambiente Imediato.
	- Local Interno: - é uma área restrita, ou seja, compreendida no interior de recintos fechados que tanto podem ser prédios, como áreas delimitadas por cercas ou muros. 
	- Local Externo: - se refere às áreas não restritas, tais como: as vias públicas, terrenos baldios, matas, florestas, campos e logradouros públicos. 
 - Local em Veículo: - diz respeito a qualquer fato delituoso ocorrido no interior de um veículo, quer em movimento, parado ou estacionado.
	 - Ambiente Imediato: - é a área onde se verificou o fato. É o próprio cenário do crime onde o perito deve concentrar toda sua atenção e desenvolver todos os seus conhecimentos e praxes técnico-científicas. 
É esta parte do local que “fala” e que conduz ao esclarecimento do fato ocorrido. 
 		- Ambiente Mediato: - Compreende as imediações do local onde ocorreu o fato.
a investigação do ambiente mediato deve ser feita com bastante atenção e cuidados outros, haja vista que, é essa porção do local que conduzirá os peritos a perceberem e a interpretarem a dinâmica do fato. 
o perito (criminal ou criminalístico) não deve, de pronto e desde logo no momento em que se fizer presente no local de crime, fazer a classificação dos ambientes. Desenvolvera criteriosamente e com todos os detalhes, o elenco de conhecimentos técnico-científicos em todo o local e a partir daí, a definição dos ambientes surgirá normalmente, haja vista que o estabelecimento dos mesmos só será possível mediante os exames periciais.
É de suma importância fazer-se esta classificação, devido a alguns crimes ou simples fatos que requerem a intervenção da Polícia ocorrerem indiferentemente, quer em local interno, quer em local externo bem como no interior de veículos automotores como, por exemplo: homicídio, suicídio, achado de cadáver, acidente do trabalho, etc., que indiferentemente podem ocorrer num como nos outros. No entanto existem crimes ou simples fatos que ocorrem em locais específicos, por exemplo: um furto qualificado, ou arrombamento, ocorrem quase sempre em locais internos, enquanto um acidente de tráfego ocorre somente nas vias públicas.
Não deve ser confundido LOCAL EM VEÍCULO com LOCAL DE ACIDENTE DE TRÁFEGO. 
- Quanto a natureza do fato: - sob este aspecto, os locais recebem denominações específicas, de acordo com o fato ocorrido a saber: Local de Morte Violenta; Local de Achado de cadáver ou de feto encontrado;(que exigem a intervenção da polícia para o seu devido esclarecimento, isto é, que necessite do diagnóstico diferencial para a causa jurídica da morte, entre suicídio, homicídio ou acidente) Local de Acidente de Tráfego, Local de Acidente do Trabalho; Local de Incêndio, Local de Desabamento; Local de Crime Contra o Patrimônio, etc.
LEVANTAMENTO DO LOCAL DE CRIME
O levantamento de um local de crime consiste num conjunto de operações envolvendo conhecimentos gerais e específicos de determinados assuntos, no sentido poder pormenorizá-lo tanto no que diz respeito às condições físicas quanto à natureza do fato e assim documenta-lo e torna-lo permanente:
a) Conhecimentos gerais: Saber descrever e elaborar desenhos rústicos, saber utilizar corretamente máquina fotográfica, filmadoras, fitas métricas (trenas), bússolas e GPS, para situar o trecho do terreno, ou um detalhe ou prova que interesse aos exames, assim como suas dimensões e o seu posicionamento;
b) Conhecimentos específicos: Saber os fundamentos da Criminalística e da Medicina Legal e assim poder identificar e classificar o local de crime, diferençar e classificar, armas, instrumentos de crime contra a pessoa, instrumentos de crime contra o patrimônio, ferramentas e as marcas produzidas por estas, nos mais diversos suportes; identificar e classificar as lesões; conhecer os principais fenômenos cadavéricos; saber realizar exame de corpo de delito direto, etc.
O Levantamento do Local de Crime é a representação fiel do Local de Crime feita de forma sistemática e completa, por meio da descrição, do desenho e da fotografia e tem a finalidade de documentar as condições em que o local se encontrava, no momento em que nele compareceu a polícia técnica e assim torna-lo perene.
Nos casos em que este procedimento não é observado em sua plenitude, torna-se difícil o esclarecimento do fato ali ocorrido e, de nada adiantará a tentativa de reconstituir tal fato, uma vez que não existirão parâmetros confiáveis. Existirão apenas informações as mais diversas e controversas em torno do aludido fato, assim como do verdadeiro local da ocorrência. 
As normas para o levantamento do local de crime são as seguintes:
	 
 - Descrição;
	 - croqui;
 - Desenho - levantamento topográfico;
 Levantamento - rebatimento topográfico.
	 do
Local de Crime	 - levantamento fotográfico;
 - Fotografia 
 - rebatimento fotográfico.
	
 - Filmagem.
- Descrição - consiste em descrever o local de crime de forma clara, concisa e precisa. 
- Croqui - é um desenho rústico do local de crime, feito com as devidas aferições e amarrações, mas, sem escala.
- Levantamento Topográfico - é o desenho técnico do local de crime, isto é, o desenho feito com uma determinada escala.
	OBS.: - Escala é a relação que existe entre as linhas do desenho e as do terreno ou objeto. Nos levantamentos técnico-científicos são empregadas as seguintes escalas: 1/50, 1/100 e 1/200.
 - O levantamentotopográfico é feito: do local em seu todo; dos ambientes, mediato e imediato; dos detalhes ou provas. 
- Rebatimento Topográfico - é exclusivamente feito em locais internos e preferencialmente no interior de prédios, é o desdobramento do desenho do local, isto é, o desenho do piso, das paredes e do teto.
- Levantamento fotográfico - é a fotografia do local de crime, feita de forma criteriosa, em tomadas panorâmicas e, em close-up, dos detalhes ou provas;
- Rebatimento Fotográfico - o procedimento é o mesmo do rebatimento topográfico.
- Filmagem - embora venha sendo empregada já em grande escala, não representa muito, considerando-se que o local é estático.
Cada perito adota uma norma de atuação no levantamento do local de crime, dentre aquelas que achem mais adequadas a seu estilo.
EXAME DO LOCAL DE CRIME
Ao contrário do Levantamento do Local, que poderá ser procedido por uma pessoa medianamente esclarecida no assunto. O Exame do Local somente poderá ser realizado por pessoas que possuam notável saber do assunto relativo à natureza do fato a ser examinado, isto é, por Peritos Criminalisticos.
O Art. 158 do CPP diz: “quando a infração penal deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado”.
Corpo de Delito - é a reunião e a análise de todos os vestígios de ordem material relacionados diretamente com um fato delituoso. 
As diferentes espécies de exames de corpo de delito são realizadas em particular, por três categorias de Peritos: Peritos Criminalisticos, Peritos Médicos Legistas e Peritos Odontolegistas.
Peritos Criminalisticos ou Criminais – A eles compete proceder a exames contábeis; documentoscópicos; (grafotécnicos e mecanográficos) de balística; toxicológicos; químicos; físico-químicos; hematológicos; perinecroscópicos; em locais de incêndio; de crimes contra a pessoa; de crimes contra o patrimônio; de acidentes de tráfego e do trabalho; de explosão; de soterramento; de desmoronamento; de eficiência em armas e instrumentos de crime; estabelecer o diagnóstico diferencial para a causa jurídica da morte entre suicídio, homicídio e acidente; estabelecer o diagnóstico diferencial para a causa jurídica do fato entre acidental ou provocado nos casos de incêndio, soterramento, desmoronamento, explosões; etc.
Peritos Médicos Legistas – A eles compete proceder a exames necroscópicos, cadavéricos, exumações, em lesões corporais, complementares, de sanidade física, de verificação de idade, de verificação de paternidade, clínico de embriaguez, de conjunção carnal, de atentado violento ao pudor, estabelecer a causa mortis etc.
Peritos Odontologistas –. A eles compete a realização de todo e qualquer exame que envolva dentes e maxilares na busca e na procura de identificação de cadáveres ou mesmo de pesquisa de idade.
O Local de Crime é examinado pelo perito criminalístico na presença obrigatória da autoridade policial e, quando se tratar de morte violenta, com a participação facultada do perito médico legista.
O policial e/ou o perito que logo chegar a um local de crime deve, inicialmente fazer uma ligeira pausa antes de entrar em ação. Observar as condições gerais do local, além de estar preparado para observar com exatidão e reconhecer os vestígios, que favorecerão, entre outros objetivos, na delimitação dos ambientes, mediato e imediato. O policial ou o perito deverá estar apto para reconhecer os objetos que são de interesse e de importância; avaliar sua significação, registrar e relatar com precisão suas descobertas. Deverá fazer também, uma pesquisa no ambiente mediato, onde buscarão, marcas deixadas por pneumáticos de veículos, pegadas, marcas de ferramentas, manchas de qualquer natureza, objetos deixados no momento da fuga, etc. fotografar, filmar, descrever, fazer o levantamento topográfico, etc.
CLASSIFICAÇÃO DO LOCAL DE CRIME QUANTO AO EXAME
														 Idôneo
 - Quanto ao exame o local se classifica em Inidôneo
	
				 Relacionado
		
 - Local Idôneo - é o local que não foi violado, isto é, permanece inalterado desde a ocorrência do fato.
		- Local Inidôneo - é o local que sofreu alteração após o fato ocorrido.
		- Locais Relacionados - são os locais que se referem a um mesmo fato e oferecem ou estabelecem pontos comuns de contato. Exemplo: falsificação de selos, de moedas, de bebidas, etc. (são comercializadas ou apreendidas em um local, porém são trabalhadas em outro) atentados terroristas, (são perpetrados em um local, mais o material explosivo é adquirido ou preparado em outro) os casos de desova (a vítima é morta em um local e deixada em outro). O local onde se constatou a natureza do fato e, aqueles onde o mesmo foi planejado ou trabalhado estão relacionados. 
LOCAL DE CRIME & LOCAL DO CRIME.
TEORIA GERAL DOS VESTÍGIOS
ANÁLISE DA PROVA MATERIAL
LOCAL DE CRIME & LOCAL DO CRIME
Os procedimentos periciais criminais na investigação de um Local de Crime se dividem em duas etapas bem definidas: Quanto ao Local em si (o Levantamento) e Quanto a Natureza do fato (o Exame).
No momento em que o perito criminalístico chega ao Local de Crime, nem sempre ele sabe ao certo o que aconteceu, entretanto os vestígios falam e, é no entendimento desta linguagem muda, que ele pode constatar que o local exibe determinadas características físicas que devem ser consideradas, descritas, dimensionadas, desenhadas, fotografadas (levantamento do local) e posteriormente, na interpretação desta linguagem, identificará cada detalhe destas características que necessitam serem examinados minuciosamente, no sentido de estabelecer o que realmente ali aconteceu (exame do local).
Pela definição, sabe-se que Local de Crime é o local onde ocorreu um fato de qualquer natureza e que necessita da intervenção da polícia para o seu devido esclarecimento. E pela classificação de Local de Crime, tem-se que: Local do Crime é a natureza do fato acontecido. É quando já se examinou o local e se sabe o que aconteceu. Por este motivo dizemos que o perito, ao se deslocar para atender a um determinado local, que ele está se deslocando para um Local de Crime. Quando ele retorna deste local, que ele vem do Local do Crime (Acidente de Tráfego; Crime Contra a Pessoa; Crime Contra o Patrimônio; Incêndio; etc.)
São de grande importância, o levantamento e o exame do local de crime, por que:
a – embora seja uma tarefa técnico-pericial, o levantamento do local de crime, na ausência ou no impedimento do perito oficial, pode ser feito por qualquer pessoa, desde que esta tenha o necessário discernimento e siga fielmente os procedimentos da praxe doutrinária da Criminalística. É no levantamento que se pode classificar o local em Interno, Externo ou em Veículo, e se colhem os primeiros elementos informativos aos trabalhos periciais, genericamente chamados de vestígios;
b – o levantamento de um local de crime qualquer é a representação fiel deste local feita através da descrição, do desenho e da fotografia, com o objetivo de pereniza-lo. É o único procedimento que possibilita a reconstituição do mesmo, quantas vezes se fizerem necessárias;
	b.1 – A descrição deve ser clara, concisa e precisa. A prolixidade poderá causar digressão ou o desvio do assunto na narrativa e assim distorcer o mérito da questão.
	b.2 – O desenho do local, também denominado de levantamento topográfico, é um desenho rústico do local (croqui), feito sem escala e pelo perito de campo, contudo de forma muito criteriosa, nele deve constar todas as medidas e amarrações obtidas e estas devem ser feitas obedecendo o coreto alinhamento, horizontal (nível) e vertical (prumo), para que contenha o mínimo de erro possível. Este levantamento é feito do local em seu todo, dos ambientes, imediato e mediato e dos detalhes ou provas (vestígios). Se tratando de local interno, àsvezes é necessário proceder ao rebatimento topográfico, isto é, desenhar individualmente as paredes ou laterais e o teto;
	b.3 – A fotografia ou levantamento fotográfico é feita nos moldes do levantamento topográfico, isto é, o perito, o fotografo policial, ou quem quer que seja, procederá as tomadas fotográficas do local em seu todo, dos detalhes ou provas e, se for necessário, realizar o rebatimento fotográfico; 
	b.4 – O croqui deverá ser encaminhado à perícia interna, para ser convertido em desenho técnico, convenientemente adaptado a uma escala reduzida ou ampliada, conforme o caso.
	b.5 – A descrição, o desenho e a fotografia, ao término do levantamento do local, obrigatoriamente terão de convergir entre si. Se isto não ocorrer, o levantamento não foi feito corretamente e, assim sendo, acarretará dificuldades na interpretação e, conseqüentemente, para os exames finais.
c – o exame de um local de crime é um procedimento complexo que exige bastante conhecimento de causa e, por este motivo, somente poderá ser realizado por um perito criminalístico. É a análise técnico-científica do local em seu todo e de cada um dos vestígios em particular, com o auxílio de equipamentos especiais e específicos. No exame tudo é importante e tanto o local quanto os vestígios são investigados minuciosamente, tantas vezes quantas forem necessárias, até não existirem dúvidas quanto às suas naturezas. No exame deve ficar bem claro a classificação do local, se idôneo, inidôneo ou relacionado e a delimitação dos ambientes, mediato e imediato. Os vestígios são preliminarmente examinados no local, onde serão classificados e questionados, segundo a teoria geral dos vestígios e posteriormente serão encaminhados à Perícia Interna, para a complementação destes exames. É no exame que os vestígios recolhidos no local são transformados em provas e esta em indícios, em outras palavras, é no exame que a prova material é elaborada e produzida.
Para que se possa efetivar o levantamento de um local, os procedimentos a serem realizados são os seguintes:
01 – Ao ser informado do fato que necessita ser investigado (Crime Contra a Pessoa; Crime contra o Patrimônio; acidente de Tráfego; Acidente do Trabalho; Incêndio: etc.), de imediato, anotar a hora da comunicação; quem fez a comunicação; quem está solicitando os procedimentos periciais;
02 – De acordo com o tipo de local, munir-se do material necessário para proceder ao levantamento e o exame: máquina fotográfica; trena; kits para coleta de fragmentos de impressões digitais; de marcas de ferramentas; de material orgânico; de modelagem para marcas de ferramentas, de pegadas e pneumáticas. Luvas, óculos, botas e capacete de segurança; luvas tipo cirúrgica; bússola; GPS; kit para desenho; utensílios para acondicionamento ou embalagem e transporte de vestígios;
03 – Ao se aproximar do local, fazer tomadas fotográficas panorâmicas;
04 – Ao chegar ao local, independentemente de ser ele idôneo ou não, anotar a hora e a data; fazer o desenho do local em seu todo e a seguir dos detalhes ou provas. Em se tratando de um local interno e fechado, fazer os respectivos rebatimentos topográfico e fotográfico. Ao fotografar vestígios mínimos, relaciona-los com seções de fita métrica descartável ou com objetos de dimensões conhecidas como, por exemplo, palitos de fósforo;
05 – Delimitar os ambientes imediato e mediato e situa-los no desenho e na fotografia;
06 – Descrever tudo o que desenhar e fotografar;
07 – De todo vestígio (manchas, substâncias medicamentosas ou não, restos de comida, de vômito, material manuscrito ou mecanografado, fragmentos de tinta, de vidro, suporte de marcas de ferramenta, etc.,) recolher quantidade suficiente para vários exames;
08 – Ao proceder a amarração de qualquer vestígio por ocasião da demarcação do local, observar os procedimentos de praxe, ou seja, utilizar-se de pontos fixos de fácil localização e visualização existente nos ambientes, mediato e imediato e amarrar o vestígio em pelo menos três destes pontos, de forma que sua localização posa ser recomposta, sempre que for necessário. 
No exame, cada vestígio será investigado rigorosamente no seu suporte ou local de repouso, questionados e classificados quanto ao tipo, natureza, forma, dinâmica, sua relação com o local e com o fato ocorrido.
O exame de um local de crime qualquer se divide em duas etapas distintas: O exame do local propriamente dito, realizado pela Perícia Externa; Exames laboratoriais, realizados pela Perícia Interna.
Nos Crime Contra a Pessoa ou Contra a Vida, os exames do local se completam com os exames realizados pela Perícia Médico-Legal. 
TEORIA GERAL DOS VESTÍGIOS
01 – Vestígio;
02 – Relação do Vestígio com o Local;
03 – Relação do Vestígio com o Autor;
04 – Agentes do Vestígio;
05 – Motivos e Origem do Vestígio;
06 – Suportes do Vestígio.
	
01 – Vestígio: - Vestígios são alterações físicas, resultantes da ação ou omissão da conduta humana, e que, ao se relacionarem com o fato criminoso em apuração, tendem a conduzir ao esclarecimento em definitivo do mesmo.
De um modo amplo, VESTÍGIO é tudo o que pode ser percebido pelos nossos sentidos, direta ou indiretamente, que tenha relação com o crime e o criminoso e que sirva à elucidação de um fato. 
Em princípio, todo o material que for encontrado no local de crime, ou toda peça que mantiver qualquer relação com um fato delituoso, esta sujeito ao exame pericial.
Embora seja considerado pela maioria dos dicionaristas como sinônimos, os vocábulos VESTÍGIO e INDÍCIO, para a Criminalística, têm significado diferentes.
- VESTÍGIO é todo o material ou peça suscetível de exame pericial para o seu devido esclarecimento; 
- INDÍCIO - é o vestígio depois de convenientemente analisado pelo perito e considerado por ele como prova material ou, elemento de convicção ou ainda, evidencia física.
Para o nosso estudo, classificaremos os vestígios quanto a sua natureza em:
	Vestígios transitórios;
	Vestígios permanentes.
		
		- Vestígios transitórios - são os vestígios que tendem a desaparecer rapidamente.
	Ex: pegadas, frenagens de veículos, manchas, impressões papilares, etc.
		- Vestígios permanentes - como o próprio nome indica, são os vestígios que permanecem por um longo tempo.
	Ex: vidro quebrado, falsificações, documentos, etc.
02 – Relação do Vestígio com o Local.
	1 – Vestígio Verdadeiro - é aquele que tem uma relação direta com o autor do vestígio. Exemplo: a escrita; um fragmento de impressão digital, um documento; um objeto de uso pessoal; etc.
	2 – Vestígio forjado: - é aquele deixado com o propósito de confundir o investigador ou mascarar o vestígio verdadeiro. Exemplo: a falsificação ou autofalsificação de uma escrita; o transplante de um fragmento de impressão digital; a alocação de um documento ou objeto pessoal de outrem; etc.
	3 – Vestígio Ilusório: - é o que têm caráter de iludir o investigador na primeira fase da investigação e é confundido com o vestígio verdadeiro, não tendo nenhuma relação com o fato criminoso. Como exemplos podem considerar os já acima descritos. 
03 – Relação do Vestígio com o Autor. 
	1 – Vestígio Absoluto - é aquele que tem uma relação direta, objetiva e absoluta com seu autor, e divide-se em:
		a – Vestígios Materiais - como o próprio nome indica, só tem significado na forma material, como por exemplo: sangue e cabelo que o criminoso teve que deixar nas mãos da vítima que se defendeu; e vice-veersa; tinta que se prendeu na roupa do arrombador, pó e/ou poeira do local de crime que ficou aderida nas vestes do autor, etc.
No vestígio material, interessa exclusivamente o componente material e deve-se estar lembrado, que este componente do vestígio, geralmente é reconhecível exteriormente.
		b – Vestígios Pela Forma - A forma do vestígio está na dependência da forma do autor do vestígio e representa uma partícula original da aparência do autor. Por exemplo: a ponta da faca, quebradae perdida, um pedaço rasgado de uma folha de papel, usado para uma carta de ameaça, são vestígios de forma. Nos dois casos, se fala, na literatura específica, em vestígios de justaposição. Uma pegada, fragmentos de vidro, marcas pneumáticas, marcas de frenagens, etc., tudo são vestígios pela forma.
		c – Vestígios de Caráter Pessoal - é um gênero de vestígio mais importante que o anterior, só executável por um ser humano. É a escrita e representa um resultado perene, um processo que se apresenta de forma concreta e se torna prova material.
	2 – Vestígios Relativos - São aqueles conseqüentes à ausência de relação direta, só reconhecida subjetivamente. O vestígio ou objeto que o caracteriza, não representa uma parte do autor, mais sim, um acréscimo. E subdividem-se em:
		a – Vestígios de Situação - Nestes vestígios leva-se em conta a condição existente no local, interno ou não, dado por um objeto que não tenha seu lugar previamente determinado dentro desse local, isto é, são estranhos ao local. 
No fundo, não se trata de outra coisa senão de vestígios psiquicamente condicionados.
		b – Vestígios de Objetos - O vestígio de Objeto, é a aparência do vestígio com algo material, concreto, com caráter autônomo, denominável na linguagem comum como corpo, coisa, objeto, instrumento, como parte autônoma de um todo maior, deixado ou perdido pelo agente, no local de crime, ou nas suas vizinhanças.
		c – Vestígios de Caráter Autógeno - O vestígio é de caráter autógeno, quando a forma exterior não é provocada pelo agente e, se o for, será de forma indireta.
Ele depende do “modus operandi”, da origem de suas circunstâncias e do caráter do suporte.
04 – Os Agentes dos Vestígios.
O mais importante agente do vestígio é o ser humano. Ele está, pelo menos, atrás de todo acontecimento criminalístico, restando somente determinar, se ele contribuiu direta ou indiretamente para sua origem.
05 – Motivos e Origem dos Vestígios. 
Os motivos e origens dos vestígios se subdividem em:
	1 – Biológicos e Fisiológicos - secreção mucosa, sangramento menstrual, germinação, etc.
	2 – Químicos - resultam dos fenômenos químicos.
	3 – Físico-Mecânico - são aqueles onde não ocorre uma modificação da matéria, mas somente uma transformação de forma de energia, influencia de forças em corpos rígidos ou maleáveis.
06 – Suportes do Vestígio.
Tudo pode ser considerado como suporte de vestígio. Entretanto, podemos classificá-los em suportes sem intervenção na sua consistência material e suportes com intervenção na sua consistência material.
ANÁLISE DA PROVA MATERIAL
Mesmo sabendo que a prova material desempenha, dentro dos modernos métodos comprobatórios, um papel cada vez maior, graças aos progressos científicos e técnicos, existem casos em que a prova subjetiva não deverá ser desprezada, notadamente no que diz respeito a policia empírica, pelo simples fato de que, quando a infração penal não deixar vestígios, não existirá outro meio de prova necessária ao esclarecimento deste fato.
É na análise da prova material que reside toda a importância e, por esse motivo, a razão da existência da perícia criminal concebida por Hans Gross e posto em prática por Edmond Locard. É exatamente nesta etapa da investigação criminal que a responsabilidade pesa e muito, nos ombros homem denominado de perito, vocábulo cuja etimologia, por si só, não perdoará a menor falha, o menor erro, haja vista o seu amplo significado (Experimentado, experiente, sábio, douto, erudito, sabedor, hábil, destro, fino, sagaz).
A transformação de um simples vestígio em prova material aciona toda uma gama de conhecimento de determinadas ciências (específicas, afins e direcionadas); de algumas artes; de inúmeras disciplinas; de conhecimento teórico e prático, de operacionalidade de equipamentos, específicos, complexos e sofisticados; do preparo de soluções necessárias à obtenção de reagentes químicos e da aplicação destes em cada caso; etc.
São três as finalidades da prova material:
		
	1 – A constatação da existência do delito;
		2 – A verificação dos meios e modos pelo qual foi executado o crime; (dinâmica)
3 – A indicação da autoria. (constatação)
 Para se incorporar um vestígio como prova, se torna necessário:
		a – descobrir o vestígio;
		b – recolher e preservar o vestígio;
		c – dispor de recursos para o estudo e registro dos vestígios;
 	d – interpretar o vestígio.
1 - Constatação da existência do delito: - Quando a infração penal deixar vestígios, o estudo de cada vestígio em particular e a análise final de todo o elenco de vestígios conduzirá o perito a estabelecer o que realmente aconteceu. Há casos, entretanto, que somente com a participação da Medicina Legal será possível esse esclarecimento, citamos como exemplo, determinados casos de achado de cadáver, onde a causa jurídica da morte somente poderá ser esclarecida depois do estabelecimento da causa da morte.
2 - Verificação dos meios e modos pelo qual foi executado o delito: - A identificação da natureza do fato; o estudo meticuloso e pormenorizado do local, culminando pela classificação dos ambientes, imediato e mediato; tudo isto feito em concomitância com o exame, meticuloso e pormenorizado, de todos os vestígios materiais observados, constatados e recolhido do local possibilitam ao perito esclarecer os meios e os modos pelos quais o delito foi perpetrado. Existem casos em que este trabalho somente será possível com a participação da Medicina Legal.
3 - Indicação da autoria: - São três as provas indicadoras da autoria: Prova material ou subjetiva; Prova testemunhal, subjetiva ou circunstancial; Prova complementar.
A contribuição da Perícia Criminal na identificação da autoria é apenas no que diz respeito a produção das provas objetivas, isto por quê as provas subjetivas e complementares são da competência da polícia empírica.
As provas subjetivas são colhidas pela polícia empírica, através de entrevistas ou interrogatória, com a utilização dos métodos modernos de comunicação humana.
As provas complementares, como o próprio nome indica, servem para complementar tudo o quanto foi obtido através das provas objetivas e subjetivas. Elas fornecem mais informações sobre o suspeito de ser o autor da infração penal. 
São três as provas complementares: Identificação datiloscópica; Vida pregressa; Reconstituição.
A identificação datiloscópica é utilizada para distinguir se o autor do delito é primário ou reincidente.
A vida pregressa visa informar a posição econômica e social individual e/ou familiar do autor do delito, suas atitude e ânimo, antes, durante e depois do ilícito penal praticado.
A reconstituição se fundamenta em informações ou depoimentos de testemunhas, do acusado, etc.
Então, para que um vestígio possa ser incorporado como prova material é necessário, preliminarmente, que este vestígio seja descoberto, recolhido e preservado, procedimentos estes realizados no levantamento e no exame do local de crime. Em seguida, que haja recursos para a colheita, transporte, preservação, registro e o estudo meticuloso e pormenorizado de cada vestígio em particular, assim como do elenco de vestígios de forma geral. Finalmente, que o vestígio seja convenientemente interpretado, de acordo com os ensinamentos e a doutrina que regem a Perícia Criminal.
	 Mesmo sabendo que a prova material desempenha, dentro dos modernos métodos comprobatórios, um papel cada vez maior, graças aos progressos científicos e técnicos, existem casos em que não deverá ser desprezado, no que diz respeito à Policia empírica, as provas subjetivas, pelo simples fato de que, quando a infração penal não deixar vestígios, não existirá outro meio de prova.
PRINCIPAIS PROVAS ENCONTRADAS NOS LOCAIS DE CRIMES
A grande variedade de vestígios que podem ser encontrados em locais de crime, impossibilita-nos a um pré-estudo, pois nos é impossível prever esses vestígios; apenas, para disciplinar os estudos,dividiremos os vestígios nas seguintes classes:
 
	 De substâncias orgânicas
- Manchas 
 De substâncias inorgânicas
 
- Impressões e Marcas;
 Armas brancas
- Armas	 
 Armas de fogo
 De crimes contra a pessoa ou contra a vida
- Instrumentos 
 De crimes contra o patrimônio
- Peças de Vestuário;
- Pêlos;
- Cabelos;
- Documentos;
- Venenos;
- Pós;
- Poeiras;
- Cinzas;
- Manchas - São marcas ou sinais que se apresentam sob a forma de nódoa ou de crostas, de conformação mais ou menos tênue, aderidas a um determinado suporte.
- manchas orgânicas - são produzidas por substâncias orgânicas, sendo as mais importantes, aquelas oriundas do corpo humano.
	Ex: sangue, urina, fezes, vômito, pus, etc.
- manchas inorgânicas - são aquelas que derivam de qualquer substância não produzidas pelo corpo humano.
	Ex: ferrugem, barro, etc.
- MANCHAS ORGÂNICAS -
Sangue - A mancha de sangue é a mais importante dentre todas, por ser capaz de nos fornecer todos os elementos necessários à investigação pericial, nos locais de crimes contra a vida, como por exemplo:
	1 - se a mancha é realmente de sangue;
	2 - no caso afirmativo, se é sangue humano;
	3 - em sendo sangue humano, 	qual a tipagem e o fator RH;
	4 - o aspecto e a forma da mancha;
	5 - se a vítima encontrava-se parada ou em movimento;
	6 - se a vítima morreu naquele local ou fora para lá transportada depois de morta.
O procedimento para constatar se a mancha é realmente de sangue é simples e pode ser procedido pelo perito de campo, ainda no local de crime, no seu equipamento para atendimento do local, deve conter o material para essa finalidade. 
Após colher a mancha, aplica-se em uma porção desta, gotas do reagente de Meyer, genérico para sangue e se obtém, de imediato, a informação se é sangue ou não.
A pesquisa de sangue humano, da região do corpo que produziu esse sangue, tipagem e de fator RH, deve ser feita pelo pessoal da perícia interna e no Laboratório. 
As manchas de sangue encontradas nos locais de crime são de aspectos ou formas variadas e denunciam as circunstâncias em que foram produzidas e a direção tomada pelo corpo ferido.
As manchas de sangue, dentro de um critério técnico - científico, são classificadas de acordo com seus aspectos ou formas do seguinte modo:
	 
			 de gotejamento
	 	 - de Projeção 
 				 de espargimento
	
 
 Manchas de Sangue - de Escorrimento;
	 	 - de Contato;
		 - de Impregnação;
		 - de Limpeza
- Manchas de Projeção - são produzidas por sangue originário de um foco hemorrágico.
	Manchas de Gotejamento - são produzidas pelo sangue que se projeta exclusivamente pela ação da gravidade e pode nos informar se a vítima se locomoveu ou foi movimentada de um local para outro;
De modo geral consideram-se os seguintes aspectos das manchas de sangue originadas por gotejamento:
	1 - manchas gotejamento de sangue de bordas regulares: o sangue teria se projetado de uma altura de no máximo 15 centímetros;
	2 - manchas de gotejamento de sangue com bordas estreladas: o sangue teria se projetado de uma altura superior a 15 centímetros;
	3 - manchas de gotejamento de sangue, orladas de gotículas menores: o sangue teria se projetado de uma altura de aproximadamente 45 centímetros;
	4 - manchas de gotejamento de sangue de formato alongado, ou em forma de cunha: indicam que a vítima estaria em movimento ou que estaria sendo movimentada; quanto mais alongada for a mancha, mais acelerado foi a movimentação do corpo ferido;
	5 - quando ocorrem poças de sangue: quando o vestígio é dessa natureza, deve o perito observar se o sangue está coagulado ou não; se estiver coagulado, a vítima foi ferida naquele local; se for o caso contrário, considerando o fato de que sangue de cadáver não coagula. O corpo, quando produziu esse sangue não estava mais com vida.
 Manchas de Espargimento - são produzidas pelo sangue projetado de forma mais ou menos violenta contra um determinado suporte, contrariando a ação da gravidade. 
 - Manchas de Escorrimento - são produzidas pelo escorrimento do sangue sobre um determinado suporte pela ação da gravidade; 
- Mancha de Contato - como o próprio nome indica, é produzida pelo contato de um corpo ferido contra um suporte qualquer, ou produzidas por um agente condutor;
- Manchas de Impregnação - são produzidas quando o sangue fica impregnado, infiltrado ou embebido em determinado suporte. É comum observar-se esse tipo de manchas em peças de vestuário, utensílios de cama, mesa e banho, carpetes, tapetes, em pisos cimentados, asfaltados e em solos, dos mais diferentes tipos;
- Manchas de Limpeza - são manchas que dão uma idéia de limpeza, isto é, são aquelas manchas originadas pela tentativa de limpar o local ou por arrastamento de um corpo ferido sobre um determinado suporte, ou ainda de um escorregão.
Esperma - manchas desse tipo, quando encontradas no local, denunciam um crime de natureza sexual. A constatação é feita através de perícias de campo, com auxílio de equipamento apropriado e em definitivo no laboratório.
Fezes - manchas dessa natureza são encontradas com mais freqüência nos locais de furto qualificado. O autor deste tipo de vestígio procede dessa maneira com o intuito de escarnecer, de debochar ou por superstição. É pesquisada nestes vestígios, a presença de parasitos intestinais; quanto mais raros forem os tipos e as espécies desses parasitos, mais fácil será a identificação do suspeito.
Vômito - essas manchas, quando encontradas em local de morte violenta, devem ser tratadas e recolhidas com maior cuidado, principalmente quando houver suspeita de envenenamento. Devem ser preservados os restos de alimentos e de bebidas, frascos contendo medicamentos, etc.
 		- MANCHAS INORGÂNICAS -
As principais manchas inorgânicas são:
Cera - na maioria das vezes são provenientes de velas, que teriam sido usadas na iluminação do ambiente. Devem ser examinadas convenientemente em laboratório, para eliminar dúvidas de serem de origem diferente, tais como, pus e esperma;
Lama - encontradas com freqüência nos calçados e vestes tanto da vítima quanto do suspeito. Devem ser convenientemente analisadas em laboratório e confrontadas com material coletado no local.
Ferrugem - indicam a utilização de um material ou instrumento metálico e ferroso;
Tinta - indicam uma transposição de vestígios por reciprocidade de contato. Devem ser pesquisadas na vítima e no suspeito;
Pólvora - indicam o uso de explosivos e de arma de fogo. Deve ser feito, no local, exame de constatação para nitritos.
- Impressões e Marcas - as impressões ou marcas deixadas em locais de crime, são de natureza diversa e por isso, recebem denominações específicas, tais como: papilares, ungueais, dentárias, animais, de ferramentas, deixadas por veículos, quiroscópicas, podoscópicas, etc.
Como devem ser colhidas as impressões ou marcas?
Para cada tipo de impressão ou marca, existe uma maneira específica de coleta, variando de conformidade com o suporte, é claro.
As impressões papilares bem como as marcas de ferramentas serão estudadas em capítulos específicos.
- Armas: As armas serão estudadas mais detalhadamente adiante.
 		
- Instrumentos 
 De Crimes Contra a Pessoa – (serão estudados detalhadamente adiante)
 	De Crime Contra o Patrimônio - são instrumentos utilizados para a destruição e/ou remoção de obstáculos, na prática do furto qualificado, ou arrombamento, e se dividem em duas categorias:
	1 - InstrumentosProfissionais;
	2 - Instrumentos Específicos.
- Instrumentos Profissionais - são as ferramentas ou equipamentos utilizados normalmente em trabalhos profissionais como: carpintaria, serralharia, construção civil, mecânica, etc., mas usados na prática de crime.
	Ex: martelo, pé - de - cabra, macaco de automóvel, chave de fenda. serra, arco de serra, formão, marreta, etc. 
O emprego desses instrumentos deixa impressões ou marcas, cujo aspecto ou formas, denunciam a habilidade por parte de quem os manuseia. De acordo com a observação desses vestígios, pode-se de imediato afirmar, se foi um trabalho realizado por um profissional ou por um leigo no uso de tais instrumentos.
- Instrumentos específicos - são instrumentos concebidos ou fabricados especialmente para a prática desses crimes.
	Ex: chave falsa, gazua, etc.
	 		- gazua - é um instrumento fabricado com uma peça de metal delgada, que é usado na abertura de fechaduras.
		- chave falsa - são réplicas do original, mas concebidos de forma criminosa.
		- micha – ferramenta utilizada por puxadores de veículos automotores. É um tipo de chave falsa.
OBS.: as marcas ou impressões produzidas por estes instrumentos, são coletadas com o auxilio de borracha de silicone. 
- Pêlos e Cabelos - em muitos casos, encontram-se pêlos e cabelos nos locais de crime, principalmente em locais de morte violenta do tipo HOMICÍDIO, pois, quando há luta, é possível que o criminoso deixe esses vestígios.
É comum encontrar-se cabelos ou pêlos nas unhas da vítima, por ocasião dos crimes sexuais. Nestes casos, é aconselhável examinar-se, também, os órgãos genitais, pois neles poderão ser encontrados esses vestígios, diferentes daqueles ali existentes.
Os cabelos e pêlos são colhidos com redobrada cautela no modo ou no estado em que se encontrarem e acondicionados em papeis, de preferência de cor branca.
- Peças de Vestuário – em princípio este vestígio é comum nos locais de crime, haja vista que são raros os casos em que o cadáver está completamente desnudo, existem também ocasiões em que são encontradas no local de crime, peças de vestuário, que podem auxiliar e muito nas investigações, pelas características apresentadas em suas disposições. 
A peça de vestuário se constitui em um dos mais importantes vestígios, pelo fato servir de suporte de outros vestígios tais como: efeitos secundários dos tiros da armas de fogo, rasgões e perfurações produzidas por instrumentos; pêlos e cabelos, pós e poeiras que nela podem ficar aderidos; manchas de sangue, de esperma ou de outras espécies, etc.
- Venenos - veneno é toda substância medicamentosa ou não, que pode produzir a morte.
Os casos de envenenamento admitem três hipóteses: homicídio, suicídio e acidente.
O material suspeito é colhido e posteriormente examinado no Laboratório Químico - Toxicológico do Instituto de Criminalística ou no Laboratório Central de Analises Forense
Como e onde colher o material suspeito:
	a - recolher vômitos, fezes, saliva e urina da vítima no local de crime, em quantidades suficiente para vários exames e acondiciona-los em tubos de ensaio previamente esterilizados;
	b - recolher restos de comida e de bebida das quais a vítima tenha se servido;
	c - recolher frascos contendo medicamentos. Substâncias suspeitas de conterem venenos conhecidos, ou qualquer droga desconhecida.
- Poeira - embora não existindo uma definição clássica de poeira, para o nosso estudo, consideraremos esse elemento sob quatro aspectos:
	- de origem vegetal - são as poeiras que resultam de substâncias vegetais;
	- de origem mineral - são poeiras que resultam de substâncias minerais. Ex: carbonato de cálcio, cimento, etc.
	- de origem animal - são poeiras resultantes da fragmentação de partes orgânicas de determinados animais, tais como: seda, lã, crina, etc.
	- poeira profissional – são poeiras que denunciam uma profissão, ou que estão diretamente relacionadas com uma profissão.
É necessário que se tenha bastante cuidado ao analisar poeiras, haja vista que elas podem estar intimamente ligadas a uma profissão, nesse caso poderemos denomina-la de poeira profissional.
Onde encontrar esses vestígios: são encontrados nos locais de crimes, sobre objetos, em peças de vestuário tanto da vítima quanto do suspeito, em utensílios de cama, mesa e banho.
Como recolher esse material - se o suporte do vestígio for constituído por uma superfície sólida ou rígida, utilizar espátulas ou colher; Se o suporte se constituir de peças de vestuário e/ou utensílios de cama, mesa e banho, cortinas, tapetes, carpetes ou estofados, colher com o auxílio de um aspirador de pó.
Depois de colhido, esse material deve ser acondicionado e transportado em papeis de filtro, vidros para coleta de material de boca larga, ou dependendo da improvisação criteriosa do perito.
 - Cinzas - é o pó ou resíduo de combustão de certos corpos, orgânicos ou não.
O estudo da cinza tem a finalidade de nos conduzir à determinação do material comburido.
As cinzas, assim como os pós e as poeiras, são submetidas a quatro tipos de exames:
	Microscópico;
	Físico;
	Espectroscópico;
	Químico.
OBJETIVOS DA CRIMINALÍSTICA
A – NO LOCAL DE CRIME CONTRA A PESSOA E ACHADO DE CADÁVER:
A Investigação Criminal se constitui na área mais importante da atividade da Polícia Judiciária. E a sua razão de ser, que se completa, para a realização deste mister, com colaboração da Polícia Técnico-Científica.
Os objetivos básicos da Investigação Criminal têm por finalidade o completo esclarecimento do fato criminoso e a entrega à justiça, do autor deste fato criminoso.
Nos Locais de Crime Contra a Pessoa, a colaboração da Polícia Técnica na investigação destes objetivos é no sentido de esclarecer:
1 - a constatação da existência do delito;
2 - a verificação dos meios e modos;
3 - conduzir à indicação da autoria. 
- A constatação da existência do delito aciona tanto a Criminalística quanto a Medicina Legal, principalmente nos locais de achado de cadáver, pelo fato de que, em alguns casos, não existirem vestígios que conduzam ao raciocínio em torno da classificação do local quanto à natureza do fato. Neste caso, o exame de corpo de delito, se procedido pela Criminalística e de forma direta, será inócuo. É necessária, portanto, a interferência da Medicina Legal e, dependendo das informações prestadas por esta, poderá a Criminalística se manifestar, porém o fará de forma indireta.
- Na Verificação dos Meios e Modos, dependendo do ilícito penal praticado, é paralelo o trabalho da Medicina Legal e da Criminalística.
	a) A Medicina Legal, após examinar a vitima, terá condições de afirmar quanto ao seu aspecto tanatológico.
	b) A Criminalística, ao examinar o local de crime e a própria vítima, quando morta, terá condições de esclarecer os meios e os modos através dos quais foram praticados os ilícitos penais.
- Conduzir à Indicação da Autoria. A Criminalística, após o levantamento e o subseqüente exame do local, produzirá a prova material ou objetiva, necessária ao esclarecimento do fato.
Nos seres vivos, os procedimentos criminalisticos são realizados sempre de forma indireta. Eles são feitos através das informações oriundas da perícia interna, objetivando esclarecer fatos relacionados com envenenamento (tentativas de homicídio; suicídio; acidentes com manipulação de substâncias químicas - medicamentosas ou não); crimes sexuais; alcoolemias; identificação de narcóticos em conteúdos viscerais; de balística; grafotecnia; etc. 
O objetivo principal da Criminalística no Local de Crime Contra a Pessoa ou contra a vida é estabelecer o diagnóstico diferencial para a causa jurídica da morte, motivo pelo qual o exame perinecroscópico deve ser realizado no local, e relacionado com os demais vestígios detectados e coletados.
Exame Perinecroscópico: é o exame procedido direta e externamente no cadáver. Este tipo de exame seria da competência exclusiva da MedicinaLegal, entretanto, considerando-se que o médico legista dificilmente se faz presente no cenário do crime, ele é realizado pelo Perito Criminalístico.
Neste exame, devem ser levados em consideração primordialmente a diagnose das lesões, dos fenômenos cadavéricos e o relacionamento destes com os demais vestígios, em especial com as peças de vestuário.
	
	 - diagnose das lesões 
 Exame perinecroscópico
 		 - abióticos consecutivos
			 - fenômenos cadavéricos
			 - transformativos
Diagnóstico diferencial para a causa jurídica da morte: É o conjunto dos dados revelados na analise das evidências físicas coletadas, necessárias ao entendimento e conseqüentemente ao esclarecimento e à determinação das circunstancia em que se verificou a morte. 
O diagnóstico diferencial responde a primeira pergunta do Heptâmero das Circunstancias de Quintilianus: - O que aconteceu? - Qual o fato? (suicídio, homicídio, acidente.)? - Que conhecimento, habilidade ou força foram necessárias para cometer o crime?
Como já foi dito a investigação de competência da Criminalística nos Locais de Crime contra a Pessoa ou de Achado de Cadáver, tem como objetivo principal, estabelecer o diagnóstico diferencial para a causa jurídica da morte, entre HOMICÍDIO, SUICÍDIO e ACIDENTE. Más, para a realização desse procedimento, é necessário ao perito, além da teoria dos vestígios, ser bastante conhecedor dos fenômenos cadavéricos; conhecer, saber distinguir e classificar as lesões produzidas por arma branca e por instrumentos e indica-las em um esquema anatômico; conhecer e saber utilizar o esquema anatômico do corpo humano, o qual deverá sempre ser anexado ao laudo pericial, assim como o croqui. Fotografar todas as provas antes de remove-la do seu local de repouso ou de seu suporte; realizar o exame perinecroscópico e estabelecer a cronotanatognose; identificar e classificar as manchas; em se tratando de crime cometido com o auxilio de arma de fogo, estabelecer as possíveis trajetórias dos tiros, identificar e classificar os efeitos próprios produzidos pelos tiros, localizar, examinar e dimensionar segundo cada efeito observado, indicar no esquema anatômico e fotografar os residuogramas constatados no corpo; localizar, preservar e transportar a arma e os elementos de sua munição.
Se nada disso for possível ou observado com rigor, fatalmente o perito não terá condições de estabelecer, criteriosamente, o diagnóstico diferencial e todo o seu trabalho terá sido inútil, haja vista que, nem mesmo através de uma reconstituição simulada poderá rever algo que lhe passou despercebido quando do exame do local, como por exemplo: a dinâmica do fato; se a arma ou instrumento de crime teria ficado empunhado pelo cadáver e, em caso positivo, se esse fenômeno era de caráter natural e não um vestígio forjado; se a vítima morrera ali mesmo ou fora transladada para ali depois de morta, etc.
Ao examinar um local de crime contra a pessoa, ou achado de cadáver, o perito, doutrinariamente, deve partir do simples para o complexo, isto é, partir para investigar o local como sendo de homicídio e, a partir daí, chegar ao que verdadeiramente aconteceu.
Morte Violenta E ACHADO DE CADÁVER.
Morte Violenta é a morte cuja origem se deve à ação de determinados agentes, tais como: Agentes Mecânicos (internos ou externos); Agentes Físicos; Agentes Químicos; Agentes Bioquímicos; Agentes Biodinâmicos; Agentes Mistos e Agentes Físico-Químicos.
Achado de Cadáver – Quando temos um local com este tipificação se deve tomar bastante cuidado com o levantamento e com o exame do mesmo, haja vista que muitas vezes ele poderá ser classificado como um Local Relacionado, ou seja, o fato aconteceu em outro local e o corpo fora para ali transportado ou removido, conhecido na linguagem policial como “local de desova”. Considerando-se que em alguns locais de achado de cadáver, o perito criminalístico não terá de imediato a certeza da natureza do fato, examinará o local como se o mesmo fosse um local de morte violenta. Realizará a investigação dos agentes causadores da morte violenta. Procederá ao diagnostico diferencial para estabelecer a causa jurídica da morte, através da análise destes agentes, assim como dos fenômenos cadavéricos ali instalados. 
Quando a Criminalística, após o levantamento e o exame deste tipo de local, não conseguir detectar nenhum destes agentes, então não o poderá classificar quanto à sua natureza e, conseqüentemente, não poderá realizar o diagnostico diferencial. Caberá então à Medicina Legal, esclarecer o aspecto tanatológico e, se por ventura, chegar à conclusão de que a morte foi em decorrência de um dos agentes já citados, informará à Criminalística a natureza dos vestígios constatados internamente e que originaram a morte. A Criminalística, então, relacionará estes vestígios com tudo o que foi constatado por ocasião do levantamento e então poderá concluirá os exames e assim estabelecerá o diagnóstico para a causa jurídica da morte.
Agentes causadores da morte violenta.
Os estudos da Traumatologia Médico-Legal, necessários à Criminalística para orientação nos exames perinecroscopícos, são direcionados aos agentes ou energias causadores da morte violenta. 
Estes Agentes são assim classificados:
 I – Agentes Mecânicos; 
 II – Os Agentes Lesivos Físicos;
III – Agentes químicos, bioquímicos, biodinâmicos e mistos;
IV – Agentes físico-químicos;
 I – Agentes Mecânicos são aqueles capazes de modificarem, em parte ou totalmente, o estado de repouso ou de movimento de um corpo, produzindo lesões. Os Agentes Mecânicos causadores da morte englobam desde um simples auto-esforço físico, às armas propriamente ditas; os diversos tipos de instrumentos; até os mais diversos meios imaginários, tais como: máquinas, animais, veículos, quedas, explosões e precipitações. 
As lesões produzidas por um agente mecânico podem ter suas conseqüências interna ou externamente. Daí se classificarem o Agente Mecânico como: Agente Mecânico Interno e Agente Mecânico Externo.
I.1 - O Agente Mecânico Interno é, por excelência, o esforço físico, dado à mobilização de forças físicas, (contração muscular, vigor, energia, força) para vencer uma resistência ou dificuldade, para atingir algum fim. Os efeitos lesivos do esforço são classificados em duas categorias:
1 - Os produzidos no aparelho locomotor, envolvendo músculos, articulações e ossos; 
2 – Aqueles envolvendo principalmente os aparelhos circulatório e respiratório. 
Dependendo do esforço físico exercido, este poderá produzir, em determinado músculo, contrações anormais e exageradas e assim favorecer a ruptura deste.
Na estrutura óssea, notadamente se os ossos tiverem sido afetados por doenças como, por exemplo: tuberculose, sífilis, osteoporose, etc. O esforço físico pode produzir fraturas.
Nas articulações, o esforço físico poderá provocar lesões tipo, entorses e luxações. Entorse é a torção brusca e violenta da articulação, geralmente acompanhada de distensão ou ruptura de um ou mais de seus ligamentos. Luxação é uma modalidade mais grave de lesão, se constitui no deslocamento permanente da extremidade de um osso para fora de uma cavidade ou superfície articular.
Na ocorrência de mortes cuja causa se deveram a este tipo de agente, estas se verificaram em decorrência principalmente de acidente, podendo, entretanto serem também em decorrência de homicídio.
I.2 – Os Agentes Mecânicos Externos são as armas brancas e os instrumentos de crime contra a pessoa.
Arma – Conceito geral.
Arma é todo objeto fabricado ou concebido pelo homem, com a finalidade precípua e específica de ser utilizado para aumentar a sua capacidade de ataque ou de defesa.
ARMA BRANCA
Armas Brancas de Guerra ou de uso Policial – como já foi dito, são objetos concebidos coma finalidade do ataque e/ou defesa, utilizados pelas forças armadas e pela polícia.
Do conceito geral de arma obtém-se o conceito de arma branca, acrescentando-se apenas que, historicamente, estas armas eram denominadas de arma branca, pelo fato de serem fabricadas, em sua grande maioria, em aço, tendo a coloração dessa liga metálica sido responsável pela denominação da arma. As Armas Brancas assim como os Instrumentos de Crime Contra a Pessoa são classificadas de acordo com as lesões que produzem e sob este aspecto, é muito comum confundir-se arma branca com INSTRUMENTO DE CRIME CONTRA A PESSOA.
As Armas Brancas são classificadas:
	
	1 - Pela ação pura e simples da arma, ou seja, pelos tipos das lesões por elas produzidas;
	2 - Pelo tipo da arma propriamente dita:
- de empunhadura: punhais, adagas, soco - inglês, espada, sabre, etc.
- de haste: lança;
- de arremesso total: flecha;
- pneumáticas: zarabatana;
- de ar comprimido: pistola; carabina;
OBS.: No exame de uma arma branca, do ponto de vista criminalístico, genericamente, interessa:
	- identificação - geral, marcas ou inscrições, dimensionamento principalmente da lâmina, ou da parte vulnerante;
	- capacidade vulnerante: até que ponto é eficiente;
	- prova da utilização: presença de matéria orgânica na arma ou concordância entre a arma e a lesão.
As Armas Brancas estão divididas em dois grupos:
	 Armas de defesa pessoal;
	 Armas de guerra ou de uso policial.
Armas Brancas de Defesa Pessoal - são objetos de porte proibido e tidos como fabricados unicamente para a defesa pessoal. Ex: punhal, adaga, estoque, soco inglês ou manopla, etc.
Armas Brancas de Guerra ou de uso Policial - são objetos concebidos com a finalidade do ataque e/ou defesa, utilizados pelas forças armadas e pela polícia. Ex: sabre, baioneta, espada, espadim, lança, escudo, capacete, cassetete, bastão, coletes à prova de balas, etc. 
ARMA DE FOGO
Esta será estudada no capítulo Balística Forense.
INSTRUMENTOS DE CRIME CONTRA A VIDA OU CONTRA A PESSOA.
Exceto as armas propriamente ditas, todo e qualquer objeto capaz de produzir lesões ou mesmo a morte por meio de uma agressão física são considerados instrumentos de crime.
Os instrumentos de crime contra a pessoa, assim como as armas brancas, são classificados de acordo com as lesões que produzem. 
Dentre os meios ou instrumentos mais usados em crimes contra a pessoa, distingue-se os mecânicos. Raros são os casos de acidentes ou suicídios por meios de instrumentos perfurantes e mais raros ainda, por meio de instrumentos corto-contundentes, por serem mais propícios para o homicídio; os suicidas não têm demonstrado inclinações para os instrumentos contundentes, a não ser quando os utilizam como agentes passivos, isto é, quando em lugar de se golpearem com eles, atiram seus corpos contra eles, como acontece quando batem com a cabeça contra superfícies rígidas, ou quando se atiram de um prédio, de uma ponte, etc., contra o solo; os instrumentos contundentes são essencialmente utilizados em homicídios e acidentes, principalmente nos de tráfego e de trabalho; pouco numerosos são os casos de acidentes com instrumentos cortantes e perfuro-cortantes, eles são utilizados para suicídios e, com maior freqüência para homicídios; o projétil de arma de fogo, típico instrumento perfuro-contundentes, aparece bastante nos homicídios; regularmente nos suicídios e pouco em acidentes.
Assim sendo, temos que:
- Instrumentos Cortantes - são objetos dotados de gume, capazes de produzirem cortes por mecanismos de deslizamento sobre os tecidos, com bordos regulares, mais extensos do que profundos e teoricamente atuam através de uma linha. As lesões produzidas por tais objetos são denominadas, preferencialmente, pela Medicina Legal de feridas cortantes em vez de feridas incisas, pelo fato de que esta denominação é mais propícia para o resultado do procedimento médico de incisões cirúrgicas.
É importante se fazer esta diferença pelo fato de que, nas feridas cortantes, as extremidades da lesão são mais superficiais que a parte mediana do ferimento, enquanto que na incisão cirúrgica, de uma extremidade a outra do ferimento, a profundidade observada é a mesma.
As feridas cortantes apresentam as seguintes características que as diferem das demais:
01 – Regularidade das bordas: Motivado pelo gume mais ou menos afiado do instrumento utilizado, estas lesões são geralmente retilíneas, mercê da ação de deslizamento do instrumento, embora por vezes possam se apresentar em ziguezague, motivado pelo enrugamento momentâneo ou permanente da região atingida, entretanto estes desvios não são capazes de produzirem irregularidades nas bordas da ferida. 
02 – Regularidade do fundo da lesão: As explicações são as mesmas do item anterior.
03 – Ausência de vestígios traumáticos em toda a ferida: A ausência de traumatismos ocorre em virtude do gume mais ou menos afiado e da ação rápida e deslizante do instrumento, o que não permite uma forma de pressão mais intensa sobre os tecidos lesados.
04 – Hemorragia quase sempre abundante: Isto ocorre devido à fácil seção dos vasos, que não sofrendo hemostasia traumática (ação ou efeito de estancar uma hemorragia) deixam seus orifícios perfeitamente permeáveis. Uma outra explicação para este fenômeno é a maior retração dos tecidos superficiais, deixando o sangramento se processar livremente. Quanto mais afiado o gume do instrumento, a profundidade da lesão e a maior riqueza vascular da região atingida, mais abundante será a hemorragia;
05 – Predominância do comprimento sobre a profundidade: Isto se deve: a ação deslizante do instrumento, a extensão usual do seu gume; ao movimento em arco exercido pelo braço do agressor; ao abaulamento da região ou seguimento do corpo. Em virtude da elasticidade e da retração dos tecidos moles lesados, o comprimento ou a extensão da ferida é quase sempre menor da que realmente foi produzida. Em regiões onde esses tecidos são mais ou menos fixos, como a palma das mãos e as plantas dos pés, as dimensões dos ferimentos são relativamente iguais. 
06 – Afastamento das bordas da ferida: Ocorre pelo fato de que a elasticidade e a tonicidade (tensão) dos tecidos serem mais acentuados onde os tecidos cutâneos são mais solicitados pela ação muscular, como no pescoço e ao contrário, onde estas solicitações não sejam tão evidentes. A retração dos tecidos é um fenômeno exclusivo das lesões “in vivo”.
07 – Presença de cauda de escoriação voltada para o lado onde terminou a ação do instrumento: A ação por deslizamento do instrumento cortante, a condução deste em uma direção semicurva pelo braço do agressor, ou ainda, pela curvatura da região ou do seguimento atingida, quando o ferimento atinge apenas a epiderme, deixa uma cauda de escoriação. Este vestígio tem grande importância na investigação da direção do ferimento, na posição assumida pelo agressor para perpetrá-lo e no diagnóstico diferencial para a causa jurídica da morte. 
08 – Vertentes cortadas obliquamente: Considerando serem, a elasticidade e a retração dos tecidos moles distintas nos diversos planos e mais acentuadas da superfície para a profundidade, as vertentes das feridas são cortadas obliquamente.
09 – Maior profundidade no centro da ferida do que nas extremidades: Considerando que o ferimento começa e termina na parte superficial e pela ação em arco conforme já foi descrita, o centro da ferida é sempre mais profundo, contudo esta profundidade não é muito acentuada. É muito difícil um instrumento cortante atingir um órgão vital, excetuando-se o pescoço, onde a morte sobrevém pela “síndrome do esgorjamento”. A morte se verifica por hemorragia, pela seção dos vasos do pescoço; por asfixia, devido à seção da traquéia e aspiração do sangue; e por embolia gasosa, por seção das veias jugulares.
10 – Perfil de corte de aspecto angular, quando o instrumento atua de forma perpendicular ou em sentido obliquo: Caso pudessem sermostradas em forma de seta, estas feridas, quando produzidas por um instrumento agindo de forma perpendicular, teriam um perfil de aspecto angular, de abertura para fora, com as bordas bem afastadas na forma de um V. Porem, se a ação do instrumento for de forma obliqua, o formato da ferida é em bisel ou chanfradura.
	Ex: navalha, lâminas de barbear, faca de mesa, etc.
- Instrumentos Perfuro-cortantes - são objetos dotados de lâminas pontiagudas e gume que perfuram ao mesmo tempo em que cortam. As lesões produzidas por esses objetos apresentam maior profundidade do que extensão além de deixarem identificada a área do gume e são denominadas de ferimentos perfuro - incisos.
	Ex: faca de ponta de qualquer tipo, canivete, tesoura, bisturi, etc. 
 - Instrumentos Perfurantes - são objetos de formato cilíndrico, triangular, retangular, achatado, etc. desprovidos de gume, dotados de ponta aguçada, capazes de produzirem perfurações. As lesões provocadas por esses objetos, dadas as suas características de apenas provocarem perfurações cujos formatos são oblongos ou se assemelham a um ponto, são denominadas de ferimentos punctórios. Tem como características: abertura estreita; escasso sangramento; é pouco nocivo na superfície, mas, às vezes, de grande nocividade na profundidade, em faço do órgão atingido; o diâmetro é sempre pouco mais calibroso do que o do instrumento ou arma que o causou, devida a elasticidade e a retratibilidade dos tecidos cutâneos.
	Ex: prego, chuço, sovela, agulha, alfinete, chave de fenda, lápis, caneta esferográfica, etc. 
 
- Instrumentos Contundentes – Dentre os agentes mecânicos, os instrumentos contundentes são os maiores causadores de dano e sua ação é quase sempre a partir de uma superfície e suas lesões mais comuns se verificam externamente, embora possam repercutir internamente ou internamente. Age por pressão, explosão, deslizamento, percussão, compressão, descompressão, distensão, torção contragolpe ou de forma mista. São constituídos por meios ou instrumentos geralmente com uma superfície plana, a qual atua sobre o corpo humano, produzindo os mais diversos tipos de lesões. Essas superfícies podem ser lisas; dotadas de sinuosidade irregulares; ásperas; etc. objetos rombiformes capazes de produzirem contusões e possuem as mais diversas configurações. As lesões provocadas por esses objetos são denominadas de contusões.
As lesões produzidas por este agente e que podem ser percebidas no exame perinecroscópico são assim classificadas:
Escoriação: a ação tangencial dos meios contundentes. Pode se apresentar de forma isolada ou associada a outras modalidades de lesões contusas mais graves. A escoriação é definida como o arrancamento ou arranhamento da epiderme e o desnudamento da derme, de onde fluem serosidade e sangue;
Equimose: são lesões caracterizadas por infiltrações hemorrágicas na malha dos tecidos. Para que elas existam, é necessária a existência de um plano mais resistente abaixo da região traumatizada e de rotura capilar, permitindo assim o extravasamento sanguíneo. Em geral estas lesões são superficiais, porem pode surgir nas massas musculares, nas vísceras e periósteo (membrana conjuntiva que reveste externamente os ossos)
Hematoma: o maior extravasamento de um vaso bastante calibroso e a sua não difusão nas malhas dos tecidos moles dão, em conseqüência, um hematoma.
O hematoma, de forma geral, produz um relevo na pele, tem delimitações mais ou menos nítidas e é de absorção mais demorada que a equimose.
Bossa sangüínea: esta lesão se diferencia do hematoma por se apresentar sempre sobre um plano ósseo e pela sua saliência bem pronunciada na superfície cutânea. É muito comum nos traumatismos do couro cabeludo e sé vulgarmente conhecido como “galo”.
Ferida contusa: são lesões abertas cuja ação contundente foi capaz de vencer a resistência e a elasticidade dos planos moles. São produzidas por compressão, pressão, percussão, arrastamento, explosão e tração. 
As feridas contusas são produzidas por meios ou instrumentos de superfície e apresentam as seguintes características:
- Bordas irregulares, escoriadas e equimosadas: A irregularidade das bordas é justificada pela ação brusca da superfície do meio ou instrumento causador da agressão. A ferida da pele sé irregular, desigual, anfratuosa (sinuosidade irregulares), serrilhada ou franjada. As escoriações em torno do ferimento ou nas bordas da própria ferida, são justificadas pelo mecanismo de contusão, por ação oblíqua ou perpendicular ao plano cutâneo. E as equimoses das bordas são de pequena importância em virtude do extravasamento do sangue que sai pelo próprio ferimento;
- Fundo irregular: O fundo da ferida é sempre irregular pela ação mais evidente dos planos superficiais, e seu irregular mecanismo de agressão.
 - Vertentes irregulares: o meio traumático, atingindo de maneira disforme e não alcançando a profundidade, torna essas margens irregulares.
 - Presença de pontes de tecido íntegro ligando: ocorre, às vezes, interligando as bordas da ferida, pontes de tecido íntegro, constituídas principalmente de fibras elásticas da derme, que se distendem durante a contusão mas não chegam a se romper. Podem também surgir, nestes tipos de ferimentos, fragmentos de pele de várias dimensões ligando apenas uma das vertentes.
 - Pouco sangramento: as feridas contusas sangram menos do que as cortantes, pois a compressão exercida pelo meio ou instrumento esmaga a luz (cavidade existente no interior de um vaso ou de órgão oco) dos vasos lesados, levando a uma hemostasia (ação ou efeito de estancar uma hemorragia) traumática.
 - Integridade de vasos, nervos e tendões no fundo da lesão: no fundo da lesão são observados vasos, nervos ou tendões que não se rompem devido à maior elasticidade e maior resistência desses elementos.
 - Ângulos tendendo à obtusidade: os ângulos da ferida, em número de dois ou mais, de acordo com a forma da lesão, apresentam tendências à obtusidade (insensibilidade). As características ds feridas contusas orientam o perito sobre a direção do meio ou instrumento lesivo; podem demonstrar se estas ocorreram em vida ou depois da morte; a forma do instrumento utilizado; a natureza da violência e ainda sua gravidade e prognóstico. 
	Ex: bengala, pedra, cano ou barra de ferro, etc.
- Instrumentos Perfuro-contundentes - são objetos rômbicos que alem de causarem uma contusão, quando auxiliados pela atuação de uma força considerável, são capazes também de perfurarem. As lesões provocadas por esses objetos são denominadas de ferimentos perfuro-contusos.
	Ex: projéteis de arma de fogo, picareta, etc. 
 
 - Instrumentos Corto-contundentes - são objetos dotados de gume, mas que necessitam do auxílio de uma determinada força para serem utilizados, por esse motivo o corte realizado por eles, é seguido de uma contusão. As lesões produzidas por esses objetos são denominadas de ferimentos corto-contusos.
	Ex: machado, foice, enxada, pá, cavador, cavadeira, etc.
- Instrumentos Lácero-Cortantes - são objetos dentados ou serrilhados, desprovidos de ponta, capazes de produzirem rasgões. As lesões provocadas por esses objetos são denominadas de ferimentos corto-dilacerante.
	Ex: serrote; serra; serra circular; moto-serra; faca serrilhada; grosa; limatões; fragmentos (caco) de vidro; etc.
- Instrumentos Lácero-Perfurante - são objetos dentados ou serrilhados, dotados de ponta aguçada, capazes de perfurarem causando rasgões. As lesões provocadas por esses objetos são denominadas de ferimentos pérfuro-dilacerantes.
	Ex: lascas de ferro ou de madeira; etc.
- Instrumentos Lácero-Contundentes - são objetos capazes de produzirem esmagamentos, ao mesmo tempo em que contundem. As lesões provocadas por esses objetos são denominadas de ferimentos lácero-contusos.
	Ex: veículo automotor, roda de trem, pneumáticos de veículos,

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