Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CONHECIMENTO ETNOBOTÂNICO DE ACADÊMICOS DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ NO CAMPUS DA FACULDADE DE FILOSOFIA DOM AURELIANO, EM LIMOEIRO DO NORTE - CEARÁ Juliete Pereira dos Santos[1: Estudante do curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (FAFIDAM), da Universidade Estadual do Ceará (UECE), matriculada na disciplina de Flora da Caatinga. E-mail: juliete.santos@aluno.uece.br.] RESUMO O presente trabalho abordou uma investigação sobre o conhecimento e importância da Etnobotânica na utilização de plantas medicinais por acadêmicos do curso de ciências biológicas na Universidade Estadual do Ceará – UECE, no campus da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos, na cidade Limoeiro do Norte no estado do Ceará. Foram aplicados 21 questionários de forma online, utilizando da plataforma Google Docs. Constatou-se que o conhecimento em Etnobotânica no uso de plantas medicinais é unanime entre os alunos entrevistados, bem como sua relevância que é classificada por todos como importante seu uso. Tais conhecimentos independe da faixa-etária, localização de moradia e gênero. Palavras chave: Conhecimento Etnobotânico. Plantas medicinais. Acadêmicos. ABSTRACT The present work investigated the knowledge and importance of Ethnobotany in the use of medicinal plants by academics of the biological sciences course at the State University of Ceará - UECE, on the campus of the Faculty of Philosophy Dom Aureliano Matos, in the city Limoeiro do Norte in the state of Ceará. 21 questionnaires were applied online using the Google Docs platform. It was verified that the knowledge in Ethnobotany in the use of medicinal plants is unanimous among the students interviewed, as well as its relevance that is classified by all as important its use. Such knowledge is independent of age-group, location of residence and gender. Keywords: Ethnobotanical Knowledge. Medicinal plants. Academics. 1 INTRODUÇÃO De acordo com Lustosa (et al, 2017) a Etnobotânica estuda a influência mútua existente entre o ser humano e as plantas bem como as maneiras de seu uso (apud BOSCOLO, 2013, p. 61-67), proporcionando caráter interdisciplinar no ambiente educacional, com a impulsão de ações e trocas de conhecimento baseado na experiência entre a ciência e a sociedade (apud QUINTEIRO, 2013, p. 91-99). Os estudos Etnobotânicos também se sobressaem como sendo essenciais para disseminação da ciência, crescimento da economia, benefícios à sociedade e para conservação da vegetação em diversas regiões brasileiras (apud GOTTLIEB, 2013, p. 91-99). O Brasil é tem uma diversidade biológica colossal e oferece alguns dos biomas mais ricos do mundo (Brasil 1998). O ecossistema Caatinga tem uma biodiversidade florística expressiva, composta de espécies com diferentes competências (ALMEIDA et al, 2004). O uso de plantas medicinais, como forma de alivio e curo medicamentosa, ainda é de extrema importância em todo o mundo, segundo dados da Organização mundial da Saúde (OMS) 80% da população mundial utiliza-se de práticas tradicionais na atenção primária, e desse total, 85% usa plantas medicinais ou preparações destas (BRASIL, 2006). O presente estudo objetivou investigar o conhecimento Etnobotânico de acadêmicos do curso de licenciatura plena em Ciências Biológicas na Universidade Estadual do Ceará no campus da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano, localizada em Limoeiro do Norte - Ceará sobre plantas medicinais, bem como discutir a importância do seu uso e a forma de transmissão destas informações em seu convívio. 2 METODOLOGIA A pesquisa foi realizada de forma eletrônica utilizando a ferramenta Google Docs, no período de 21 a 26 de novembro do corrente ano com 21 alunos graduandos do curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, no campus da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos – FAFIDAM. Para o levantamento dos dados foi utilizado um questionário contendo questões sobre identificação, dados socioeconômicos e conhecimentos sobre plantas medicinais seu uso e divulgação. No que se refere aos conhecimentos sobre plantas medicinais, não foi realizado a coleta de amostra das plantas citadas, apenas fotografia e sua identificação foi feita apenas pelo nome popular daquelas mais citadas. A abordagem empregada foi quantitativa, e as questões foram analisadas pelo método descritivo, com auxílio do programa software Microsoft EXCEL® 2013. 3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS No presente estudo participaram um total de 21 alunos, sendo 90,5% do sexo feminino e 9,5% do sexo masculino (Figura 1), a faixa etária variou de 18 a 33 anos (Figura 2), em relação a residência, 61,9% dos alunos residem em zona urbana e 38,1% residem em zona rural (Figura 3). Figura 1 – Gráfico representando o gênero dos entrevistados. Fonte: Elaborado pela autora. Figura 2 – Gráfico representativo das idades dos entrevistados. Fonte: Elaborado pela autora. Figura 3 – Gráfico representando a residência dos entrevistados. Elaborado pela autora. Os resultados do presente estudo demonstraram que unanimemente todos os alunos consideram importante o uso de plantas medicinais para o tratamento ou prevenção de doenças, que 71,4% destes utilizam de forma efetiva o uso de plantas medicinais e que 28,6% apesar de compreender a importância de seu uso afirmam não utilizar. Confirmando com os resultados encontrados conforme Silva e Marisco (2013) citado por Santos, Dias, Martins (1995) e Barros (2011) provando que a medicina alternativa é conhecida e utilizada pela amostra estudada. Em relação as plantas medicinais citadas pelos alunos, foram obtidas um total de 58 citações referentes a 20 plantas diferentes. A relação com os nomes populares das plantas medicinais, citadas pelos alunos estão dispostas na tabela 1, em negrito as plantas mais citadas. As indicações terapêuticas e estão expostas na figura 4. PLANTA MEDICINAL Nº DE CITAÇÃO ALFAZEMA 1 ALHO 1 AROEIRA 3 BABOSA 1 BOLDO 11 CAMOMILA 2 CAPIM SANTO 9 CIDREIRA 4 CORAMA 3 CUMARU 1 ERVA DOCE 1 EUCALIPTO 1 GENGIBRE 1 HORTELÃ 5 LIMAO 1 MALVA 4 MALVARISCO 2 MASTRUZ 5 QUEBRA-PEDRA 1 ROMÃ 1 TOTAL 58 Tabela 01 – Plantas medicinais citadas pelos alunos. Fonte: Elaborada pela autora. SOBRE USO TERAPEUTICO DAS PLANTAS MEDICINAIS Figura 4 – Gráfico sobre a utilização terapêutica das plantas medicinais citadas. Fonte: Elaborado pela autora. Sendo a obtenção dessas plantas medicinais mais frequente de forma gratuita por doação através do cultivo em hortas e jardins dos familiares, vizinhos ou amigos 81%, seguido de 19% que compram as plantas em feiras livres e locais específicos. A utilização das plantas medicinais é em sua maioria de forma intermediaria com 52,4%, seguido por 19% que quase nunca utilizam, 14,3% utilizam quase sempre e 1% que nunca utiliza. Amostragem disposta na figura 5. Figura 5 – Gráfico representando a frequência de utilização das plantas medicinais citadas pelos alunos entrevistados. Fonte: Elaborada pela autora. No referido trabalho foi observado sobre as formas de transmissão de conhecimento sobre plantas medicinais, o qual foi proposto mais de uma opção de resposta e que resultou que o repasse de conhecimento através dos familiares (avós, pais,) mais próximos resultam em cerca de 157,1% dos alunos, resultados similares segundo Silva e Marisco foram encontrados por Nunes & Dantas Moura (2007) e Barros (2011). Ainda conforme Silva e Marisco citado por segundo Brasileiro et al. (2008) o consumo de plantas medicinais tem base na tradição familiar, sendo a comunicação oral o principal meio de transmissão deste conhecimento, a difusão do saber entre os membros da família é contínua quanto aos hábitos e cuidados de saúde com a utilização de plantas medicinais (Ceolin et al., 2011). É possível observarmos na figura 6 estes resultados. Figura 6 – Fonte: Elaborada pela autora. Noestudo ainda foi confrontado quais os benefícios da utilização das plantas medicinais que resultou em 38,1% afirmando que obtém o efeito desejado, 33,3% associam seu uso ao fato de não ter contraindicações, 19% informam que o baixo custo é um benefício e 9,5% possuem fácil manipulação. Amostragem exposta na figura 7. Figura 7 – Benefícios da utilização de plantas medicinais citadas pelos alunos entrevistados. Fonte: Elaborado pela autora. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste estudo foi possível observar que os conhecimentos acerca do uso das plantas medicinais, é um tema de conhecimento unanime entre os alunos entrevistados, que independe de sua moradia em zona urbana ou rural bem como sua faixa-etária. A principal forma de obtenção é através de doação de familiares, amigos ou vizinhos, sendo esse conhecimento transmitido pelos pais e avós em sua grande maioria. 5. REFERÊNCIAS SILVA, T. S. S.; MARISCO G. Conhecimento Etnobotânico dos alunos de uma escola pública no munícipio de Vitória da Conquista/BA sobre plantas medicinais. BioFar Revista de Biologia e Farmácia. V.09. Nº 03. 2013. Lustosa, M. A. F. S. ; Santos, L. A.; Araújo, R. M. de,; Silva, G. C. da,; Marinho, M. G. V.; Silva, E. Saberes relacionados ao uso de plantas medicinais e influência na prática didática dos estudantes de Mãe D’Água, Paraíba, Brasil. Scientia Plena. V. 13. Nº 06. 2017. ALMEIDA, C. F. C. B. R de; Etnobotânica nordestina: estratégia de vida e composição Química como preditores do uso de plantas medicinais por comunidade locais na Caatinga. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Pernambuco. Recife, 2004. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica. Política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 5. APENDICES APENDICE A – Fotografias plantas medicinais mais citadas APENDICE B – Formulário Flora da Caatinga Nome popular: Aroeira Schinus terebinthifolius Raddi. Família: Anacardiaceae Nome popular: Babosa Aloe vera Burm Família: Liliaceae Nome popular: Boldo Coleus sp. Família: Lamiaceae Nome popular: Capim Santo Cymbopogon citratus Família: Poaceae Nome popular: Cidreira Lippia alba Família: Verbenaceae Corama Bryophyllum calycinum Salisb Família: Crassulaceae Nome popular: Malvarisco Pothomorphe umbellata Família: peraceae Nome popular: Hortelã Mentha spp. Família: Labiatae
Compartilhar