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GESTAO CONTABIL

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Marketing Estratégico 
MARKETING ESTRATÉGICO 
 
GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
 
 
 
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S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS Núcleo de Educação a Distância 
 
Gestão Contábil e de Custos 
CESCON, Prof.º Me. José Antônio 
Foz do Iguaçu - PR 2014. 
88 p. 
 
Tecnólogo em Gestão Comercial - EaD 
 
CDU: 657.47 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
Av. Bartolomeu de Gusmão, 1324 - Centro – CEP: 85.852-130 
Foz do Iguaçu – Paraná / ead.udc.br / 3574-6900 
 
 
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S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
APRESENTAÇÃO 
 
Prezado(a) Acadêmico(a), 
 
Você está participando da disciplina de Gestão Contábil e de Custos na 
modalidade à distância, ofertada pelo Centro Universitário Dinâmica das 
Cataratas - UDC. Sabemos que o seu percurso de aprendizagem necessita ser 
acompanhado e orientado, para que você obtenha sucesso nos estudos e 
construa um conhecimento relevante à sua formação profissional. 
Preparamos este material didático com os conteúdos teóricos e as orientações de 
atividades planejadas pelo professor, possibilitando, assim, guiá-lo no autoestudo 
ao longo do semestre. Além disso, você conta com o ambiente virtual de 
aprendizagem como espaço de estudo e de participação ativa no curso. Nele 
você encontra as orientações para realizar atividades e avaliações on-line, além 
de recursos que vão enriquecer a proposta deste material didático, tais como links 
para sites da Internet, vídeos gravados pelo professor e outros por ele sugeridos, 
textos, animações, ilustrações, dentre outras mídias. 
Lembre-se, no entanto, de que você deve se organizar para criar sua própria 
autonomia de estudo. Isso inclui o planejamento do seu tempo de dedicação ao 
estudo individual e de participação colaborativa no ambiente virtual. 
 
Este material é o seu livro-texto e apoio importante no desenvolvimento de sua 
aprendizagem no curso. 
 
Bom estudo! 
Reitoria UDC On-line 
 
 
 
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GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 2 
UNIDADE I – ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL (BP) 
E DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) ......................... 7 
1.1. A CONTABILIDADE E SUA IMPORTÂNCIA PARA AS ENTIDADES .................. 7 
1.2. CONCEITO DE CONTABILIDADE ....................................................................... 7 
1.2.1. Objetivo e finalidade da contabilidade .......................................................... 8 
1.2.2. Campo de atuação da contabilidade ............................................................. 8 
1.2.3. Demonstrações contábeis .............................................................................. 9 
1.3. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL .............................................................................. 9 
1.3.1. Ato/Fato administrativo .................................................................................. 9 
1.3.2. Classificação dos fatos ................................................................................. 10 
1.3.3. Fatos permutativos ....................................................................................... 10 
1.3.4. Fatos modificativos ....................................................................................... 10 
1.3.5. Fatos mistos .................................................................................................. 10 
1.3.6. Método de escrituração ................................................................................ 10 
1.3.7. Processos de escrituração ........................................................................... 11 
1.3.8. Processo manual ........................................................................................... 11 
1.3.9. Processo eletrônico ...................................................................................... 11 
1.3.10. Contas .......................................................................................................... 11 
1.3.11. Razão ............................................................................................................ 12 
1.3.12. Representação gráfica da ficha do razão .................................................. 12 
1.3.13. Razonete do tipo “t” .................................................................................... 13 
1.3.14. Lançamentos a Débito e a Crédito ............................................................. 13 
1.3.15. Contas de Ativo ........................................................................................... 14 
1.3.16 Contas do Passivo e do Patrimônio Líquido ............................................. 14 
1.3.17 Contas de Receitas e Despesas .................................................................. 14 
1.3.18 Despesas ....................................................................................................... 15 
1.3.19 Resumo do mecanismo de débito e crédito .............................................. 16 
1.3.20 Teoria das Contas ........................................................................................ 17 
1.3.21 Contas Patrimoniais ..................................................................................... 17 
1.3.22 Contas de Resultado .................................................................................... 17 
 
 
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1.3.23 Escrituração no Livro Razão ....................................................................... 17 
1.3.24 Escrituração no Livro Diário ....................................................................... 19 
1.4 BALANÇO PATRIMONIAL .................................................................................. 20 
1.5 ATIVO E PASSIVO ............................................................................................. 20 
1.5.1 Bens................................................................................................................. 20 
1.5.2 Direitos ............................................................................................................ 21 
1.5.3 Obrigações ...................................................................................................... 21 
1.5.4 Composição do Ativo e do Passivo .............................................................. 21 
1.5.5 Ativo Circulante .............................................................................................. 22 
1.5.6 Ativo não Circulante....................................................................................... 23 
1.5.7 Passivo ............................................................................................................ 24 
1.5.8 Passivo Circulante ......................................................................................... 24 
1.5.9 Passivo não Circulante .................................................................................. 25 
1.5.10 Patrimônio Líquido ....................................................................................... 25 
1.5.11 Critérios de Avaliação do Ativo .................................................................. 25 
1.5.12 Custo de Aquisição ou Custo Histórico ..................................................... 26 
1.5.13 Custo ou Mercado (custo de reposição) .................................................... 27 
1.5.14 Equivalência Patrimonial .............................................................................27 
1.5.15 Critérios de Avaliação do Passivo e do Patrimônio Líquido .................... 29 
1.5.16 Valor de Face do Documento ...................................................................... 29 
1.5.17 Valor Corrigido (Variação da Moeda).......................................................... 30 
1.5.18 Valor Corrigido Acrescido de Juros (Variação da Moeda mais Encargos 
Financeiros) ............................................................................................................. 30 
1.6 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO ................................................................. 30 
1.6.1 Mensuração .................................................................................................... 30 
1.6.2 Estrutura da Demonstração de Resultado ................................................... 31 
UNIDADE II – LEITURA E INTERPRETAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS (BP E DRE) ......................................................................................... 33 
2.1 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................. 37 
2.1.1 Análise Horizontal .......................................................................................... 37 
2.1.2 Análise Vertical ............................................................................................... 38 
2.1.3 Análise de Quocientes ................................................................................... 41 
2.1.4 Quocientes de solvência - Quociente de Liquidez Imediata ....................... 42 
2.1.5 Quociente de Liquidez Seco .......................................................................... 43 
 
 
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2.1.6 Quociente de Liquidez Corrente ................................................................... 44 
2.1.7 Quociente de Liquidez Geral ......................................................................... 45 
2.1.8 Quocientes de Garantia de Capital de Terceiros ......................................... 46 
2.1.9 Capital de Giro ................................................................................................ 46 
UNIDADE III – CUSTOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES ......................................... 48 
3.1 ESTOQUE ........................................................................................................... 49 
3.2 OPERAÇÕES COM MERCADORIAS ................................................................. 50 
3.2.1 Mercadorias .................................................................................................... 50 
3.2.2 Apuração do CMV........................................................................................... 50 
3.2.3 Inventário Periódico ....................................................................................... 50 
3.2.4 Inventário Permanente ................................................................................... 51 
3.2.5 Custo das Compras de Mercadorias ............................................................ 52 
3.2.6 Métodos de Avaliação dos Estoques ........................................................... 53 
3.2.7 Custo Específico ............................................................................................ 53 
3.2.8 PEPS ou FIFO ................................................................................................. 53 
3.2.9 UEPS ou LIFO ................................................................................................. 53 
3.2.10 Média Ponderada Móvel - (MPM) ................................................................. 54 
3.2.11 Custo de Reposição ..................................................................................... 54 
3.2.12 Custo dos Estoques e a Legislação ........................................................... 54 
3.3 CUSTOS CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO ...................................................... 56 
3.3.1 Classificação dos Custos .............................................................................. 56 
3.3.2 Classificação dos Custos Quanto à Variação dos Valores de Produção .. 56 
3.3.3 Classificação dos Custos quanto à Forma de Distribuição e Apropriação
 .................................................................................................................................. 58 
3.4 PRINCÍPIOS DE CUSTEIO ................................................................................. 58 
3.5 SISTEMA DE CUSTEIO DIRETO/VARIÁVEL ..................................................... 59 
3.5.1 Sistema de Custeio por Absorção ................................................................ 59 
3.6 MÉTODOS DE CUSTEIO ................................................................................... 60 
3.7 MÉTODOS DE ALOCAÇÃO DE CUSTOS .......................................................... 61 
3.7.1 Método arbitrário ............................................................................................ 62 
3.7.2 Método dos Centros de Custos .................................................................... 63 
3.7.3 Custeio Baseado em Atividades (Activity Based Costing) ......................... 68 
3.7.4 Fases do Desenvolvimento do Custeio por Atividades .............................. 69 
3.7.5 Identificação das Atividades ......................................................................... 70 
 
 
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3.7.6 Atribuição dos custos aos produtos ........................................................ 73 
3.7.7 Por que Implantar o ABC? ............................................................................. 74 
3.7.8 ABC – Vantagens e Desvantagens ............................................................... 75 
UNIDADE IV – ANÁLISE DOS CUSTOS ................................................................. 81 
4.1 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO .......................................................................... 81 
4.1.1 Ponto de Equilíbrio......................................................................................... 81 
4.1.2 Alavancagem Operacional ............................................................................. 84 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 87 
 
 
 
 
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UNIDADE I – ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DO BALANÇO 
PATRIMONIAL (BP) E DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO 
DO EXERCÍCIO (DRE) 
 
 
1.1. A CONTABILIDADE E SUA IMPORTÂNCIA PARA AS ENTIDADES 
 
Administrar em tempos atuais tem-se tornado um desafio constante aos 
administradores, a velocidade com que produtos são substituídos ou mesmo sofrem 
modificações tem lhes tirado o sono. Conduzir uma entidade, qualquer que seja seu 
ramo de atividade ou mesmo até seu tamanho seja ele em espaço físico ou em 
volume de vendas requer conhecimentos constantes da estrutura e das 
modificações desta entidade oriunda de sua atividade. 
Não é de hoje que as decisões de cunho estratégico dos administradores 
necessitam além do conhecimento profundo dos seus produtos e de seus mercados, 
também o real conhecimento da situação econômica patrimonial destas entidades, 
conhecimento este que se dá através da correta leitura e interpretação das 
demonstrações contábeis. 
Estas informações precisam ser em tempo real, pois se assim não o forem, 
poderão embora corretas, não serem mais úteis para a tomada de decisão. Daí a 
real importância da contabilidade para as entidades. 
Devemos, embora saibamos que é de difícil compreensão num primeiro 
momento desvincular a contabilidade propriamente dita, das imposições fiscais e 
tributárias, oriundas dos fiscos, tanto nas esferas Municipal,Estadual e Federal. Este 
assunto, contabilidade tributária será abordado mais adiante em curso específico. 
 
 
1.2. CONCEITO DE CONTABILIDADE 
 
Para abordarmos a importância da contabilidade para as empresas, 
precisamos antes de tudo conceitua-la: “Contabilidade é a ciência que estuda, 
registra, analisa e interpreta todos os fatos ocorridos dentro de uma entidade, tendo 
como propósito o de fornecer informações da composição de um patrimônio, suas 
 
 
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variações e resultado econômico proveniente da aplicação da riqueza empregada na 
formação deste patrimônio”. 
 
 
1.2.1. Objetivo e finalidade da contabilidade 
 
A contabilidade tem por objetivo, “o estudo do patrimônio destas entidades”. 
A contabilidade tem pôr finalidade prestar informações aos gestores de uma 
entidade para que os mesmos possam ter o controle destas entidades, às tomadas 
de decisões bem como o planejamento de uma entidade está intimamente ligado à 
contabilidade. 
 
 
1.2.2. Campo de atuação da contabilidade 
 
O campo de aplicação da contabilidade é vasto, incluindo todas as 
entidades, sejam elas públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos. 
 Exemplos de entidades públicas (Prefeituras, governo do Estado, etc.). 
 Exemplos de entidades privadas (Restaurantes, lojas, indústrias, etc.). 
 Exemplos de entidade sem fins lucrativos (Clubes, Igrejas, etc.). 
É importante lembrar que as informações contábeis, não são somente para 
os administradores destas entidades (empresas), mas também aos que necessitam 
e utilizam estas informações, mesmo estando fora da entidade. (Ex.: acionistas, 
fornecedores, clientes, bancos, etc.). 
A maneira correta de se conhecer o mundo econômico a sua volta é saber 
interpretar dados das demonstrações econômicas das entidades que se mantêm 
relações ou se pretenda ter. 
As demonstrações Contábeis são as melhores fontes de dados para delinear 
a situação socioeconômica de uma entidade. Um dos mecanismos utilizados para se 
obter este conhecimento da situação das entidades é através das análises das 
demonstrações contábeis. O objetivo da análise das demonstrações contábeis é 
traduzir em informações úteis, os números apresentados nas demonstrações. As 
maiores dificuldades dos administradores, gestores e empresários em geral é 
entender de modo racional as demonstrações contábeis. 
 
 
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Traduzir em informações úteis os números apresentados pela contabilidade 
na verdade não é tarefa fácil para muitos destas pessoas. 
 
 
1.2.3. Demonstrações contábeis 
 
As principais peças que compõem as demonstrações contábeis são 
 Balanço Patrimonial (BP); 
 Demonstração de Resultado do Exercício (DRE); 
 Demonstração de Fluxo de Caixa (FC), e; 
 Notas Explicativas (NE). 
 
 
1.3. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 
 
A escrituração contábil é o registro de operações que modificam o 
patrimônio de uma entidade, com metodologia própria adotada pela contabilidade. É 
feita nos livros compatíveis e aceitas pela técnica contábil e pelas legislações 
comercial e fiscal vigente a época da escrituração. 
Escrituração contábil é, portanto, os registros dos fatos contábeis, segundo 
os princípios e as normas técnicas-contábeis aceitas pela legislação, que visa 
demonstrar a situação patrimonial de uma entidade e seu resultado. 
 
 
1.3.1. Ato/Fato administrativo 
 
Ato administrativo é a tomada de decisão que não origina um registro 
contábil. Ex.: Pedido de mercadorias. 
Fato administrativo é a tomada de decisão que origina um registro contábil 
(altera um patrimônio). Ex.: Compra ou venda de mercadorias. 
 
 
 
 
 
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1.3.2. Classificação dos fatos 
 
Os fatos que dão origem aos registros contábeis podem ser classificados em 
três categorias, que são: os fatos permutativos, fatos modificativos e os mistos. 
 
 
1.3.3. Fatos permutativos 
 
Fatos permutativos são aqueles que permutam elementos do ativo e passivo 
sem interferirem na situação líquida do patrimônio. Provocam as variações 
qualitativas. Ex.: Aquisição de veículos à vista (+A; -A). 
 
 
1.3.4. Fatos modificativos 
 
Fatos Modificativos são operações que modificam a situação líquida do 
patrim6onio, aumentando ou diminuindo. Classificam-se em aumentativos e 
diminutivos. Ex.: Receita de serviços prestados (+A; +PL); Despesas com aluguel (-
A; -PL). 
 
 
1.3.5. Fatos mistos 
 
Fatos mistos são as operações que combinam, ao mesmo tempo, um fato 
permutativo com um fato modificativo. Alteram o patrimônio em qualidade e 
quantidade e classificam-se em aumentativos e diminutivos. Ex.: Venda de 
mercadorias com lucro (+A; -A; +PL). 
 
 
1.3.6. Método de escrituração 
 
O método utilizado é das Partidas Dobradas, este método é adotado 
universalmente desde a sua divulgação em 1494, pelo frei Luca Paccioli. 
 
 
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O método das partidas dobradas tem como princípio fundamental o 
pressuposto de que não há devedor sem credor e vice-versa. Melhor explicando 
isto significa que para cada débito ou mais, haverá um ou mais créditos 
correspondente de maneira que prevaleça sempre o equilíbrio na equação 
patrimonial. 
 
 
1.3.7. Processos de escrituração 
 
Processo de escrituração é a forma como os fatos contábeis são registrados 
nos livros específicos para estes registros. Podem ser de forma manual ou 
eletrônica. 
 
 
1.3.8. Processo manual 
 
Processo manual é o mais rudimentar e a mais antiga forma de registros dos 
fatos contábeis. É pouco utilizado atualmente. Consiste em registrar as operações 
contábeis manualmente. 
 
 
1.3.9. Processo eletrônico 
 
Processo eletrônico é o registro das operações contábeis com o uso de 
computadores, através do uso de programas pré-estabelecidos numa sequência 
lógica de códigos, nomes e números. É o processo usado na atualidade, permite 
agilidade nos registros dos fatos contábeis, bem como facilita a estruturação das 
demonstrações contábeis de acordo com a necessidade de cada usuário. 
 
 
1.3.10. Contas 
 
As operações realizadas ocasionam aumento ou diminuições do patrimônio. 
Esses fatos contábeis são lançados ou registrados no que chamamos de CONTA. 
 
 
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Ex.: O dinheiro que a empresa possui e está na empresa é representado pela conta 
caixa. O que está no banco e pertence à empresa é representado pela conta banco 
conta movimento. O investimento efetuado pelos proprietários da empresa é 
representado pela conta capital social; os gastos que a empresa efetuar com o 
salário de seus funcionários é representado pela conta despesa com salários, etc. 
 
 
1.3.11. Razão 
 
Razão é a ficha individual de cada conta, antigamente, as contas eram 
registradas em folhas ou fichas soltas, Hoje o sistema informatizado possibilita o seu 
registro continuo e eficiente com menor tempo e custo de escrituração. Para cada 
conta deve existir pelo menos uma ficha de razão. 
 
 
1.3.12. Representação gráfica da ficha do razão 
 
A ficha do razão é representada graficamente da seguinte forma: 
Conta: (número e nome da conta), código reduzido. 
 
Tabela 1: Ficha do razão. 
Data Origem Lote Conta Histórico Débito Crédito Saldo 
 
 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor. 
 
Onde: 
 Título: é a descrição da conta. É o nome do elemento patrimonial que ela 
representa. 
 Conta: é acodificação numérica da conta, e seu nome; 
 Data: é a data da ocorrência do fato; 
 Origem: se é entrada, saída, lançamento, etc.; 
 
 
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 Lote: número de identificação do lote de lançamento; 
 Conta: Contrapartida do lançamento (a outra conta); 
 Histórico: é a descrição do fato registrado; 
 Débito: é o registro do valor lançado a débito na conta; 
 Crédito: é o registro do valor lançado a crédito na conta; 
 Saldo: é a diferença matemática entre os valores do débito e do crédito da 
conta. 
O saldo será devedor quando os valores lançados a débito forem superiores 
aos lançados a crédito. 
O saldo será credor quando os valores lançados a crédito forem superiores 
aos lançados a débito. 
 
 
1.3.13. Razonete do tipo “t” 
 
Simplificando a ficha do razão, podemos apresentá-la da seguinte forma. 
 
 
1.3.14. Lançamentos a Débito e a Crédito 
 
As contas possuem dois lados (esquerdo e direito). No lado esquerdo, serão 
efetuados os lançamentos a débito e, no lado direito, os lançamentos a crédito, 
sendo que como já mencionado anteriormente o lado esquerdo representa as 
aplicações e, no lado direito, as origens dos recursos. 
As contas representativas dos Bens e Direitos terão sempre saldo devedor 
ou nulo, portanto seus saldos serão sempre do lado esquerdo do razonete. 
As contas das Obrigações, bem como as do Patrimônio Líquido, terão saldo 
credor ou nulo, portanto seus saldos serão sempre do lado direito do razonete. 
 
 
 
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1.3.15. Contas de Ativo 
 
As contas do ativo representam as aplicações em bens e direitos. Portanto, 
quando ocorrem aumentos, de bens ou direitos, a conta será debitada e, quando 
ocorrem diminuições de bens e direitos, a conta será creditada. 
 
CONTA DÉBITO CRÉDITO 
ATIVO (bens e direitos) AUMENTA DIMINUE 
 
 
1.3.16 Contas do Passivo e do Patrimônio Líquido 
 
Representam as obrigações da empresa. Sempre que ocorrem aumentos de 
obrigações, a conta será creditada e, quando ocorrem diminuições de obrigações, a 
conta serra debitada. Contas do passivo no mecanismo de débito e crédito. 
 
CONTA DÉBITO CRÉDITO 
PASSIVO (obrigações com 3os) DIMINUE AUMENTA 
PATRIMONIO LIQUIDO DIMINUE AUMENTA 
 
 
1.3.17 Contas de Receitas e Despesas 
 
As contas de receitas e despesas representam o resultado que a empresa 
obtém através de sua atividade. Mas o que são receitas e despesas na linguagem 
contábil? 
 
 
 
 
 
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1.3.17.1 Receitas 
 
Receitas são todas as entradas ou prováveis entradas (direitos) de 
numerários (dinheiro) decorrentes da alienação (venda) de um bem ou serviço. 
As receitas decorrentes da atividade objeto social da entidade, são 
denominadas, “Receitas Operacionais”, como por exemplo, podemos citar as 
receitas decorrentes da venda de um produto fabricado pela entidade, uma 
mercadoria adquirida para revenda ou a receita de um serviço prestado como uma 
diária de um hotel. 
As demais receitas são denominadas, “Receitas não Operacionais”, como 
por exemplo, podemos citar as receitas financeiras decorrente da cobrança de juros 
de clientes em atraso, estas receitas embora tenham uma ligação com o objeto 
social da entidade, não são decorrentes da atividade, mas sim consequentes da 
atividade da entidade. 
Claro que aqui estamos falando de uma entidade industrial, comercial ou 
mesmo de uma prestadora de serviços, pois no caso de uma entidade financeira, 
como um banco, por exemplo, esta receita seria operacional, pois esta atividade é o 
objeto social deste tipo de entidade. 
As receitas por representarem origem de recursos, serão creditadas por 
aumentos e debitadas por diminuições (quando há devoluções, por exemplo). 
 
 
1.3.18 Despesas 
 
Despesas são todos os sacrifícios incorridos para se gerar uma receita. 
Também aqui as decorrentes das atividades são denominadas de “Despesas 
Operacionais”, como, por exemplo, o custo do produto fabricado (matéria prima 
utilizada, mão de obra, energia, depreciação, etc.), o custo da mercadoria vendida 
(custo da mercadoria acrescida do frete, seguro se houver, diminuída dos impostos 
recuperáveis) ou o custo do serviço prestado (mão de obra e insumos utilizados na 
prestação do serviço). 
Nós acabamos por apresentar um termo novo neste contexto de operação 
de produtos quer, sejam mercadorias ou serviços, que é o termo “Custos”, de um 
 
 
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modo geral custo, muito se assemelha ao termo despesa, mas não é a mesma 
coisa. Oportunamente em capítulo específico abordaremos o assunto. 
As demais despesas são denominadas de “Despesas não Operacionais”, 
como, por exemplo, os juros pagos nas obrigações pagas em atraso, os descontos 
concedidos incondicionalmente, etc. 
As despesas, por representarem aplicações de recursos, serão debitadas 
por aumentos e creditadas por diminuições desses recursos. 
Contas de receitas e despesas no mecanismo de débito e crédito. 
 
CONTA DÉBITO CRÉDITO 
RECEITAS DIMINUE AUMENTA 
DESPESAS AUMENTA DIMUNUE 
 
 
1.3.19 Resumo do mecanismo de débito e crédito 
 
CONTAS DO QUANDO OCORREM 
 AUMENTOS DIMINUIÇÕES 
Ativo Debita Credita 
Passivo Credita Debita 
Patrimônio líquido Credita Debita 
Receitas Credita Debita 
Despesas Debita Credita 
 
Na forma de razonete, resumindo os saldos das contas ficariam assim 
dispostos. 
 
Débito Crédito
Bens Obrigações
Direitos Receitas
Despesas
Conta
 
 
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1.3.20 Teoria das Contas 
 
As demonstrações contábeis no Brasil são elaboradas e apresentadas sob a 
Teoria Patrimonialista, a qual considera o patrimônio como objeto da contabilidade, 
estuda as contas sob os aspectos estático e dinâmico e divide as contas em 
patrimoniais e de resultado. 
 
 
1.3.21 Contas Patrimoniais 
 
Contas patrimoniais são as contas que representam o patrimônio da 
empresa, ou seja, as contas do Ativo, as contas do Passivo e do Patrimônio Líquido. 
Ex: Caixa, Bancos, Fornecedores, Capital Social, Lucro do Exercício, Etc. 
 
 
1.3.22 Contas de Resultado 
 
Contas de resultado são as contas de Receitas e Despesas, Ex: Receitas de 
Vendas, Despesas com Salários Etc. 
 
 
1.3.23 Escrituração no Livro Razão 
 
Vamos supor que duas pessoas formem uma sociedade, como exemplo 
uma empresa de vendas de determinado produto, por exemplo, produto X. O capital 
investido por cada um dos sócios é o seguinte: 
 
 Sócio A - $ 5.000,00 em dinheiro; 
 Sócio B - $ 3.000,00 em Veículo e $ 2.000,00 em Mercadorias. 
 
TÍTULO: CAIXA CÓDIGO: 1.1.1 
DATA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO SALDO 
 SALDO ANTERIOR 
 
 
18 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
02.01 Integralização capital sócio A 5.000,00 5.000,00 
 
TÍTULO: VEÍCULO C CÓDIGO:1.3.2.1-03 
DATA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO SALDO 
 SALDO ANTERIOR 
02.01 Integralização capital sócio B 3.000,00 3.000,00 
 
TÍTULO: MERCADORIAS CÓDIGO:1.1.4.1-01 
DATA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO SALDO 
 SALDO ANTERIOR 
02.01 Integralização capital sócio B 2.000,00 2.000,00 
 
TÍTULO: CAPITAL SOCIAL CÓDIGO: 2.3.1.1 
DATA HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO SALDO 
 SALDO ANTERIOR 
02.01 Integral. Capital sócio A e B 10.000,00 10.000,00 
 
Utilizando os Razonetes tipo “T” teremos então: 
 
 
 
5.000,00 5.000,00 3.000,00 2.000,00
5.000,00
5.000,00 10.000,00 3.000,00 2.000,00Caixa Capital Social Veículos Mercadorias
 
 
19 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
1.3.24 Escrituração no Livro Diário 
 
Existem quatro formas para a escrituração dos lançamentos das operações 
contábeis no livro diário, a saber: 
 Primeira forma: quando há apenas um débito e um crédito. Ex.: Compra de 
móveis para escritório com pagamento a vista por $1.000,00. 
 Segunda forma: Quando há apenas um débito e vários créditos. Ex.: Compra 
de um veículo por $ 5.000,00; sendo $ 3.000,00 pagos de entrada em dinheiro 
à vista e o saldo restante a pagar a prazo. 
 Terceira forma: Quando há vários débitos e apenas um crédito Ex.: Venda de 
mercadorias por $ 200,00; sendo $ 100,00 à vista e $100,00 a prazo. 
 Quarta forma: quando existe a escrituração de várias contas debitadas e 
várias contas creditadas. Ex.: Compra de material de consumo a prazo por $ 
50,00 e mercadorias à vista por $ 500,00. 
 
Registrando no diário as operações expostas: 
D
ATA 
L
OTE 
 
CONTA 
 
HISTORICO 
 
DEBITO 
 
CREDITO 
0
3/01 
1 Moveis e 
Utensílio
s 
Referente aquisição de moveis 
conforme NF 001 fornecedor ABC 
1.000,00 
0
3/01 
1 Caixa Referente pagamento NF 001 
fornecedor ABC 
 1.000,00 
0
3/01 
4 Veículo Referente aquisição veículo placa 
AAA-0101 Renavan 203 
5.000,00 
0
3/01 
1 Caixa Referente pagamento entrada 
compra veículo 
 3.000,00 
0
3/01 
3 Fornece
dor 
Referente saldo a pagar compra 
veículo fornecedor BCA 
 2.000,00 
0
3/01 
1 Caixa Referente entrada por venda de 
mercadorias 
100,00 
0
3/01 
2 Clientes Referente venda à prazo de 
mercadorias p/ cliente 034 
100,00 
0 5 Receita Referente saída de mercadorias 200,00 
 
 
20 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
3/01 de 
Vendas 
conforme NF 003 serie única 
0
3/01 
3 Material 
de 
Expedien
te. 
Referente aquisição material de 
expediente conforme NF 021 Cia. 
XY 
50,00 
0
3/01 
3 Compras Referente aquisição de 
mercadorias conforme NF 031 
empresa YX 
500,00 
0
3/01 
3 Fornece
dor 
Referente valor a pagar compra 
mat. exp. cfe NF 021 Cia. XY 
 50,00 
0
3/01 
1 Caixa Referente pagamento compra 
mercadorias NF 031 empresa YX 
 500,00 
 
 
1.4 BALANÇO PATRIMONIAL 
 
O balanço patrimonial é a demonstração estática de um patrimônio num 
determinado momento, é a demonstração da composição financeira e patrimonial da 
entidade na data em que foi levantada a sua composição. 
Mas o que é um patrimônio: “patrimônio é o conjunto de bens, direitos 
(ATIVO) e obrigações (PASSIVO), pertencentes a uma ou a um conjunto de 
pessoas, quer sejam pessoas físicas ou jurídicas”. 
 
 
1.5 ATIVO E PASSIVO 
 
 
1.5.1 Bens 
 
Mas o que são Bens na linguagem contábil. Bens são: “Algo que satisfaz 
uma necessidade (geram benefícios no presente e no futuro), podem ser 
identificados, quantificados, mensurados e estão sob minha posse direta. Os Bens 
podem ser assim divididos”: 
 
 
21 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
Bens tangíveis: são bens corpóreos. Ex.: Veículos, Móveis, Ferramentas, 
Edificações, etc. 
Bens intangíveis: são os bens incorpóreos. Ex.: Marcas, Patentes de 
Invenção, etc. 
 
 
1.5.2 Direitos 
 
E o que são Direitos: “Algo que satisfaz uma necessidade, (geram benefícios 
no presente e no futuro), podem ser identificados, quantificados, mensurados e 
estão sob minha posse indireta.”: Ex.: Dinheiro em banco, Contas a receber, 
Empréstimos concedidos, etc. 
 
 
1.5.3 Obrigações 
 
E o que são Obrigações: “São sacrifícios futuros de um bem ou direito, para 
a manutenção de um bem ou direito adquirido no passado”. Ex.: Fornecedores; 
Impostos a pagar, Salários a pagar, Empréstimos contraídos, etc. 
As obrigações se dividem em obrigações para com terceiros e obrigações 
para com os sócios ou acionistas. 
Portanto, podemos afirmar que um patrimônio é composto pôr duas partes, 
sendo uma POSITIVA e outra NEGATIVA. A parte positiva aqui nós denominamos 
de ATIVO e a parte negativa de PASSIVO. No passivo incluímos também o 
patrimônio líquido, que é o Capital inicial e suas variações, ou seja, as obrigações 
para com os sócios e/ou acionistas. 
 
 
1.5.4 Composição do Ativo e do Passivo 
 
Na forma resumida, o balanço patrimonial não oferece muitos subsídios para 
quem se utiliza de seus dados, daí que e em atendimento a lei 6404/76 e suas 
atualizações (Lei 11638/07 e Lei 11941/09), ele é assim subdividido. 
 
 
 
22 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO 
CIRCULANTE 
 Disponível 
 Créditos 
 Estoque 
 Outros Créditos 
 Despesas Antecipadas 
 
NÃO CIRCULANTE 
 Realizável à Longo Prazo 
 Investimentos 
 Imobilizado 
 Intangível 
PASSIVO 
CIRCULANTE 
 Obrigações Sociais e Trabalhistas 
 Obrigações Tributárias 
 Fornecedores 
 Empréstimos e Financiamentos 
 Outras Obrigações 
 Receitas Antecipadas 
NÃO CIRCULANTE 
 Exigível à Longo Prazo 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 Capital Social Realizado 
 Reservas 
 Prejuízo Acumulados 
 
Nota-se que o modelo adotado no Brasil, a montagem do balaço patrimonial, 
foi elaborada de forma a privilegiar e evidenciar a sua liquidez, ou seja, no lado do 
ativo classificamos os itens que compõem o patrimônio de uma entidade, pela ordem 
de solvência, bem como o passivo pela ordem de prioridades de pagamentos. 
Assim temos que os bens e direitos do disponível, são os itens já realizados 
(transformados em dinheiro), na sequência vem os direitos adquiridos pela atividade 
e que teoricamente são na ordem disposta os próximos itens a serem realizados 
(transformados em dinheiro). 
Já para o passivo, elegemos como obrigação prioritária os pagamentos dos 
Salários e Encargos, as Obrigações Tributárias e depois os fornecedores, pois na 
prática, são eles que dão suporte para a manutenção das atividades da entidade, 
pois uma entidade com restrições de crédito está fadada ao fracasso. 
 
 
1.5.5 Ativo Circulante 
 
No Ativo Circulante são classificadas as contas de Bens e Direitos que 
possuem movimentação frequente, este grupo do ativo é dividido nos seguintes 
subgrupos. 
 
 
23 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
Ativo Circulante - Disponível: Contas de bens e direitos que estão à 
disposição da empresa para uso imediato, Ex.: Caixa, Banco Conta Movimento, 
Aplicação Mercado Financeiro. 
Ativo Circulante - Créditos: Contas dos direitos que a empresa tem a 
realizar (receber), e são decorrentes da atividade da empresa. Ex.: Títulos a receber 
(Boletos Bancários, Duplicatas a Receber, Notas a Receber, etc.). 
Ativo Circulante - Estoque: Contas dos bens que a empresa possui para 
revenda, transformação ou para seu uso próprio. Ex.: Mercadorias para revenda, 
Matéria prima, Produtos de uso e consumo (insumos). 
Ativo Circulante - Outros Créditos: Contas dos direitos que a empresa tem 
a realizar e que é consequência de suas atividades. Ex.: Impostos a recuperar, 
Adiantamentos a Fornecedores, Adiantamento de Férias, etc. 
Ativo Circulante - Despesas Antecipadas: Contas dos direitos que a 
empresa possui de bens e serviços pagos antecipadamente. Ex.: Seguros a 
apropriar, assinatura de jornal a apropriar. 
 
 
1.5.6 Ativo não Circulante 
 
Ativo não Circulante - Realizável á Longo Prazo - Créditose Valores: 
Contas de direitos a realizar da empresa. Ex.: Clientes, depósitos para litígios, 
Consórcios acima de 12 meses. 
No Ativo não Circulante - Investimentos: Contas dos direitos da empresa 
que são utilizadas para ganho de capital. Ex.: Participações em sociedade coligada, 
Títulos patrimoniais. 
No Ativo não Circulante - Imobilizado Tangível: Contas dos bens de 
produção e/ou sustentação da empresa. Ex.: Imóveis, Edificações, Veículos, Moveis 
e Utensílios, Máquinas e Equipamentos, Equipamentos de Informática, Ferramentas, 
Instalações, etc. 
No Ativo não Circulante - Imobilizado Intangível: Contas dos Direitos de 
produção e/ou sustentação da empresa. Ex.: Marcas e Patentes, Direitos Autorais, 
Franquias, Royalts, etc. 
No Ativo não Circulante – Depreciação Acumulada: Na depreciação 
acumulada são classificadas as contas redutoras dos bens do ativo permanente que 
 
 
24 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
sofrem depreciação. Depreciação é o reconhecimento de perda de valor do bem por 
uso, desgaste ou por este bem tornar-se obsoleto em função de novas tecnologias. 
 
 
1.5.7 Passivo 
 
Representa as obrigações da Entidade para com Terceiros e para com os 
Sócios ou Acionistas da Entidade. O passivo também é dividido em grupos os quais 
são assim denominados; 
 Passivo Circulante; 
 Passivo não Circulante; 
 Patrimônio Líquido. 
 
 
1.5.8 Passivo Circulante 
 
O grupo do passivo circulante compreende as obrigações da empresa á curto 
prazo. É dividido nos seguintes subgrupos: 
Passivo Circulante – Empréstimos e Financiamento: Contas que 
representam obrigação da empresa referentes a tomada de recursos para capital de 
giro e/ou financiamento de bens de produção. 
Passivo Circulante - Obrigações Sociais e Trabalhistas: Contas 
representativas das obrigações da empresa para com seu corpo de funcionários. 
Ex.: Salários a pagar, FGTS a recolher, etc. 
Passivo Circulante - Obrigações Tributárias: Contas representativas das 
obrigações com os impostos decorrentes da atividade da empresa. Ex.: IPI, ICMS, 
Etc. 
Passivo Circulante - Fornecedores: Contas que representam obrigações 
da empresa para com terceiro - Créditos de Funcionamento. Ex.: Duplicatas a pagar. 
Passivo Circulante – Outras Obrigações: Contas que representam outras 
obrigações da empresa para com terceiros. Ex.: Água, Luz e Telefone a pagar. 
Passivo Circulante - Receitas Antecipadas: Contas que representam a 
obrigação da empresa de fornecer um produto ou prestar serviço recebido 
antecipadamente. 
 
 
25 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
1.5.9 Passivo não Circulante 
 
É o passivo exigível a longo prazo, compreende as obrigações da empresa a 
longo prazo; é dividido nos seguintes subgrupos: 
 Passivo não Circulante - Exigível á Longo Prazo - Fornecedores: Contas 
que representas obrigações com terceiros, decorrentes da atividade da 
empresa, mas que sua exigibilidade transcenda um ou mais exercício. 
 Passivo não Circulante - Exigível á Longo Prazo - Receitas Futuras: 
contas semelhantes a da receita antecipada do passivo circulante, mas que 
sua exigibilidade também transcenda um ou mais exercício. 
 
 
1.5.10 Patrimônio Líquido 
 
Este grupo de contas engloba as obrigações da empresa para os sócios (o 
capital investido pelos sócios deve dar retorno positivo). É composto das seguintes 
contas: 
 Patrimônio Líquido - Capital Social: É o investimento inicial dos sócios e 
suas variações; 
 Patrimônio Líquido - Reservas Legais: Contas representativas das reservas 
criadas pelo estatuto (S/A), a fim de preservar a solidez da empresa. Ex. 
Reservas de contingências, de Investimentos, de lucros; 
 Patrimônio Líquido - Lucros /Prejuízos Acumulados: Conta dos 
lucros/prejuízos anteriores da empresa, mais o resultado do exercício que não 
foram distribuídos aos sócios ou integralizados ao capital social. 
 
1.5.11 Critérios de Avaliação do Ativo 
 
Quanto vale uma entidade? As respostas podem variar consideravelmente 
de acordo com os argumentos apresentados por quem quer que seja, quem está 
vendendo sempre quer atribuir um valor maior a sua entidade, e quem está 
comprando pondera justamente o contrário. Avaliar quanto vale uma entidade não é 
 
 
26 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
tarefa fácil, existem vários fatores que, ou acrescem ou diminuem o valor real da 
entidade. 
Ao se avaliar uma entidade deve ser levado em conta, primeiramente a sua 
atividade, sua participação no mercado tanto no passado, quanto na atualidade e 
suas perspectivas para o futuro. Deve ser avaliado a sua carteira de clientes (fundo 
de comércio), as tecnologias empregadas no seu processo produtivo e, além disso, 
deve-se também conhecer o seu grau de compromisso e participação frente às 
novas fronteiras empresariais, no que diz respeito à responsabilidade social e 
ambiental. 
A primeira vista avaliamos uma empresa pela sua estrutura, composta pelos 
seus bens e direitos, o grau de comprometimento destes bens e direitos, face as 
obrigações para com terceiros e o resultado que esta entidade gera ou pode gerar 
em termos econômicos. 
Então, vale dizer que na maioria das vezes os valores expressos nas 
demonstrações contábeis não representam uma verdade em termos de avaliação do 
valor das entidades. Pode-se dizer que sim, pois aqui estamos falando em avaliação 
nos termos de alienação desta entidade (venda). Por isto e para que haja 
credibilidade e sensatez na elaboração das demonstrações contábeis, devemos 
seguir as normas e os princípios contábeis. 
 
 
1.5.12 Custo de Aquisição ou Custo Histórico 
 
Em atendimento ao princípio do registro pelo valor original, os bens e direitos 
são registrados pelo valor da aquisição destes bens e direitos, como por exemplo, o 
estoque, ou os bens do ativo permanente. 
É uma avaliação estática que não leva em consideração o caráter dinâmico 
da economia com suas constantes trocas de preços. É o conceito de avaliação mais 
comum em contabilidade e é constantemente considerado como um sinônimo de 
avaliação contábil. O lucro tem origem pela diferença encontrada entre as receitas e 
as despesas, não levando em conta a época de formação. Porém estes 
demonstrativos a custo histórico perdem sua relevância para a tomada de decisão 
quando há flutuações de preços. 
 
 
27 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
Veremos a seguir que embora tenham sido registrados pelo seu valor 
original, alguns itens podem ter seu valor modificado. 
 
 
1.5.13 Custo ou Mercado (custo de reposição) 
 
Na avaliação dos estoques nós utilizamos diversos critérios, os quais serão 
oportunamente comentados, que podem nos indicar que nossos bens no estoque, 
embora possuam um valor de face (registrado), tem um valor de mercado maior ou 
menor. Neste caso para fins fiscais a contabilidade pode assumir outro valor que não 
o registrado, desde que este valor a ser assumido seja menor que o registrado. 
Gerencialmente para efeitos de apuração, por exemplo, do real valor que 
pode ser obtido com este estoque a empresa pode adotar o valor a menor tanto 
quanto o valor a maior. 
Alguns ramos de atividades, como supermercados, de eletroeletrônicos, já 
utilizam o custo de reposição como instrumento gerencial. Isto se explica pelo fato 
de este tipo de avaliação do estoque, permite uma visão á curto prazo, reduzindo 
assim os riscos de, por exemplo, de que a entidade pode demorar a detectar que 
determinado produto sofreu aumento ou redução nos seus custos de aquisição. 
No caso dos supermercados, principalmente os gênerosalimentícios que 
estão sujeitos a sazonalidades, sofrem constantes e rápidas alterações de custo, as 
de eletroeletrônicos, mais pela evolução tecnológica, que faz com que seus produtos 
sejam cada vez mais baratos. 
 
 
1.5.14 Equivalência Patrimonial 
 
As participações permanentes em outras sociedades, classificadas no grupo 
Investimentos do Ativo não Circulante, tem a sua avaliação pela equivalência 
patrimonial. Estas participações são aplicações de interesse exclusivamente 
operacional, destinadas à manutenção, complementação ou diversificação das 
atividades próprias da entidade, ou exercidas com essa finalidade. 
São as participações previstas no § 3°, do artigo 2°, da Lei n° 6.404/76: "a 
entidade pode ter por objeto participar de outras sociedades, ainda que não prevista 
 
 
28 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
no estatuto, a participação é facultada como meio de realizar o objeto social ou para 
beneficiar-se de incentivos fiscais". 
Os resultados e quaisquer variações patrimoniais de uma controlada ou 
coligada devem ser reconhecidos no momento de sua geração. 
O artigo 248 da lei 6404/76 determina a obrigatoriedade para as S/A, porém 
somente para os investimentos relevantes em sociedades coligadas, sobre cuja 
administração tenha influencia ou de que participe com 20% ou mais do capital 
social desta. 
A de se considerar sempre a relevância dos investimentos, quando estes 
representarem menos de 20%. 
O artigo 243 da lei 6404/76 atualizada pela Lei 11941/09 estabelece: 
§ 1o São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência 
significativa. 
§ 4º Considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou 
exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou 
operacional da investida, sem controlá-la. 
§ 5o É presumida influência significativa quando a investidora for titular de 20% 
(vinte por cento) ou mais do capital votante da investida, sem controlá-la." 
 
Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou 
através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de 
modo permanente, a preponderância nas deliberações sociais e o poder de 
eleger/destituir a maioria dos administradores. 
O controle direto se dá quando a controladora detém diretamente 50% mais 
1 do capital votante da controlada, já o controle Indireto se dá quando a controladora 
detém este controle através de outras coligas ou controladas. 
O valor do investimento é determinado no final do exercício mediante a 
aplicação, sobre o valor do patrimônio líquido da coligada ou controlada, da 
porcentagem de participação no seu capital. No método da equivalência patrimonial 
a conta investimentos será igual ao valor do patrimônio líquido da coligada ou 
controlada, proporcional à participação no seu capital. Se o valor do patrimônio da 
coligada ou controlada aumentar ou diminuir, haverá um aumento ou diminuição 
proporcional correspondente na conta de investimentos da investidora. 
 
 
29 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
A lei no seu item III do artigo 248 estabelece que a diferença entre o valor do 
investimento, pelo método da equivalência e o custo de aquisição, somente será 
registrado como resultado do exercício quando: 
a) decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou controlada; 
b) corresponder, comprovadamente a ganhos e perdas efetivos. 
Os Acréscimos ou decréscimos na conta de investimento que corresponda a 
lucro ou prejuízo do período da controlada ou coligada será registrado em contra 
partida como receita do ano na investidora. 
Essa receita/despesa entra como outras receitas/ despesas operacionais. 
 
 
Veja aqui a Lei 6404/76 atualizada pelas leis 10303/01, Lei 11638/07 e 
Lei 11941/09 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm 
 
 
 
1.5.15 Critérios de Avaliação do Passivo e do Patrimônio Líquido 
 
Da mesma maneira que os itens que compõem o ativo, as obrigações das 
entidades também podem ser avaliadas de acordo com a circunstância e/ou a 
finalidade desta avaliação. Assim também os critérios adotados seguem as normas 
e os princípios contábeis geralmente aceitos. 
 
 
1.5.16 Valor de Face do Documento 
 
É a contabilização da obrigação pelo valor expresso no documento que se 
está registrando, como por exemplo, compra a prazo de determinado produto. 
Sabemos que muitas vezes os encargos (juros), decorrentes da dilatação do prazo 
de pagamento, já está embutido no valor final do produto, mas ele não está 
destacado, sendo assim entendido como inexistente (no caso de registro em 
separado dos juros). 
 
 
 
30 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
1.5.17 Valor Corrigido (Variação da Moeda) 
 
Nas operações em que se condiciona o pagamento futuro de uma obrigação 
levando-se em conta a inflação no período, temos então que atualizar este valor da 
obrigação pelo índice da inflação do deste período, que pode ser mensal, trimestral, 
semestral ou anual, dependendo dos termos de quando da contratação da 
operação. Aqui podemos observar claramente a utilização do princípio da prudência. 
 
 
1.5.18 Valor Corrigido Acrescido de Juros (Variação da Moeda mais Encargos 
Financeiros) 
 
Semelhante ao item anterior, onde atualizam-se as obrigações com a 
reposição da inflação do período mais encargos financeiros (juros), também de 
acordo com os termos de quando da contratação da operação. 
 
 
1.6 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO 
 
“Apresentar, em forma resumida, as operações realizadas pela empresa, 
durante o exercício social, demonstradas de forma a destacar o resultado líquido do 
período (Fipecafi)”. 
CONTABILIZAÇÃO: Os procedimentos contábeis adotados na sistemática 
de contabilização dos fatos podem trazer dificuldades de interpretação dos dados. 
NOMENCLATURAS: Algumas nomenclaturas utilizadas não são 
suficientemente elucidativas do que ela representa, ou ainda, podem ser confusas. 
 
 
1.6.1 Mensuração 
 
Na demonstração de resultados as receitas são registradas, quando ocorrem 
vendas a prazo a valor futuro e de forma cumulativa sem levar em consideração o 
valor do dinheiro no tempo. 
 
 
31 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
Enquanto as despesas na sua maioria são registradas a valor da data de 
ocorrência. No entanto, os valores dos custos das mercadorias e produtos vendidos, 
são registrados a valores do passado. 
Assim o resultado apurado não reflete o desempenho obtido pela empresa 
num dado período, como é a pretensão da demonstração do resultado. 
 
 
1.6.2 Estrutura da Demonstração de Resultado 
 
RECEITA BRUTA 
(-) Deduções (impostos incidentes, devoluções, descontos incondicionais) 
= Receita Liquida 
(-) CPV/CMV/CSV 
= Lucro Bruto Operacional 
(-) Despesas Operacionais 
= Lucro Operacional 
(+ ) Receitas não Operacionais 
( - ) Despesas não Operacionais 
= Lucro Líquido antes da CS e IR 
(- ) Provisão para CS e IR 
Lucro Líquido após CS e IR 
(- ) Participações 
Lucro Líquido do Exercício 
DRE – Receita Bruta – São as entradas (vendas a vista) ou prováveis 
entradas (vendas a prazo), decorrentes da venda de um produto e/ou serviço – É o 
objeto social da entidade. 
DRE – Deduções da receita – São as devoluções de vendas, descontos 
incondicionais (após o reconhecimento da receita); os impostos e contribuições que 
incidem diretamente sobre as receitas, tais como o PIS, Cofins, ICMS, ISSQN 
(atentar para o regime tributário da empresa). 
Custos - São os sacrifícios incorridos na produção de um bem ou serviço. 
Custo dosProdutos Vendidos – Insumos consumidos na produção de um 
produto – Matéria prima, Mão de Obra, Energia Elétrica (utilizados na fabricação), 
etc. 
 
 
32 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
Custos das Mercadorias Vendidas – São os custos efetivamente pagos na 
aquisição da mercadoria para revenda, acrescido do valor do frete, seguro e 
embalagem (caso estes sejam por conta do comprador), mais os impostos não 
recuperáveis (IPI), deduzido os impostos recuperáveis (ICMS, PIS, Cofins) 
dependendo do regime tributário da entidade vendedora e da compradora. 
Custo dos Serviços Prestados –– Insumos consumidos na produção de 
um serviço – Mão de Obra, Energia Elétrica, etc. 
Lucro Bruto – Montante que resulta das Receitas, menos as deduções e os custos 
de um produto, mercadoria e/ou serviço. Também é conhecido como margem de 
contribuição, ou seja, quanto que sobra para cobrir as demais despesas da entidade. 
Despesas Operacionais – São os sacrifícios incorridos para se gerar uma 
receita – Salários e encargos, aluguéis, material de expediente, uso e consumo, 
propaganda e publicidade, despesas com vendas, etc. (Exceto o que já foi alocado 
como custo de produção). Numa empresa estritamente comercial, exceto os custos 
com as mercadorias vendidas, todas as demais despesas inerentes a atividade são 
consideradas como despesas operacionais. 
Receitas e Despesas não Operacionais – São as receitas e despesas que 
são ou consequência da atividade ou financeiras (caso a entidade não seja deste 
ramo de atividade). Juros pagos e recebidos, receitas na venda de item do 
imobilizado, resultado de aplicações financeiras, etc. 
Lucro/Prejuízo antes do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social 
sobre o Lucro Líquido (CSLL) - Montante que será base de cálculo do IR e da 
CSLL. (Ver regime tributário da empresa). 
Participações – Parcela do lucro líquido, a ser distribuído aos acionistas, 
empregados e gestores da entidade a título de remuneração (de acordo com o 
disposto no estatuto e/ou contrato social da entidade). 
Lucro Líquido – Montante a ser destinado à constituição de reservas, 
aumento do capital social e/ou distribuído aos sócios ou acionistas. 
 
 
33 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
UNIDADE II – LEITURA E INTERPRETAÇÃO DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (BP E DRE) 
 
Caro estudante, uma vez que conhecemos os elementos que a compõe o 
Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício de uma entidade, 
passaremos a analisar as relações entre estes elementos, bem como o que eles 
representam nesta composição. 
Para facilitar nosso entendimento, apresentamos abaixo um Balanço 
Patrimonial, bem como a Demonstração de Resultado do Exercício de nossa 
entidade objeto de análise. 
ANO X1 ANO X2 AH AV - X1 AV - X2
ATIVO 1.787.085,00 1.559.365,00 -12,74% 100% 100%
ATIVO CIRCULANTE 1.137.290,00 931.655,00 -18,08% 63,64% 59,75%
DISPONIBILIDADES 547.500,00 360.740,00 -34,11% 30,64% 23,13%
Caixa 93.480,00 99.630,00 6,58% 5,23% 6,39%
Bancos Conta Movimento 37.730,00 26.625,00 -29,43% 2,11% 1,71%
Aplicações Finan. Liquidez Imed. 100.835,00 116.090,00 15,13% 5,64% 7,44%
Aplicações Finan. Curto Prazo 315.455,00 118.395,00 -62,47% 17,65% 7,59%
CREDITOS 190.300,00 115.435,00 -39,34% 10,65% 7,40%
Clientes - Cartões de Crédito 190.300,00 115.435,00 -39,34% 10,65% 7,40%
OUTROS CREDITOS 15.370,00 17.440,00 13,47% 0,86% 1,12%
Aluguel Sala 1 7.785,00 8.820,00 13,29% 0,44% 0,57%
Aluguel Sala 2 7.585,00 8.620,00 13,65% 0,42% 0,55%
ADIANT. A EMPREGADOS 0,00 1.995,00 0,00% 1,73%
Adiantamento de Férias 0,00 1.995,00 0,00% 0,13%
IMPOSTOS A RECUPERAR 2.245,00 745,00 -66,82% 0,13% 0,05%
Inss a Recuperar 745,00 745,00 0,00% 0,04% 0,05%
Antecipação refis 1.500,00 0,00 -100,00% 0,08% 0,00%
INVESTIMENTOS TEMPORARIOS 1.605,00 6.350,00 295,64% 0,09% 0,41%
Consórcio 1.605,00 6.350,00 295,64% 0,09% 0,41%
ESTOQUE DE MERCADORIAS 357.955,00 427.080,00 19,31% 20,03% 27,39%
DESPESAS ANTECIPADAS 22.315,00 1.870,00 -91,62% 1,25% 0,12%
Seguros a Apropriar 0,00 1.870,00 0,00% 0,12%
Juros a apropriar 22.315,00 0,00 -100,00% 1,25% 0,00%
ATIVO NAO CIRCULANTE 649.795,00 627.710,00 -3,40% 36,36% 40,25%
REALIZAVEL A LONGO PRAZO 9.700,00 9.700,00 0,00% 0,54% 0,62%
Créditos e Valores 9.700,00 9.700,00 0,00% 0,85% 1,04%
IMOBILIZADO TANGIVEL 640.095,00 618.010,00 -3,45% 35,82% 39,63%
Terrenos 262.810,00 262.810,00 0,00% 14,71% 16,85%
Instalações 305.315,00 305.315,00 0,00% 17,08% 19,58%
MAQUINAS E EQUIPAMENTOS 57.485,00 59.430,00 3,38% 3,22% 3,81%
Equipamentos de Informática 52.990,00 54.935,00 3,67% 2,97% 3,52%
Equipamentos de Comunicação 2.935,00 2.935,00 0,00% 0,16% 0,19%
Equipamentos de Segurança 1.560,00 1.560,00 0,00% 0,09% 0,10%
VEICULOS 546.735,00 580.135,00 6,11% 30,59% 37,20%
MOVEIS E UTENSILIOS 102.905,00 102.905,00 0,00% 5,76% 6,60%
DEPRECIACÕES ACUMULADAS -635.155,00 -692.585,00 9,04% 35,54% 44,41%
Dep. Acum. Maq. Equipamentos -124.080,00 -142.230,00 14,63% 6,94% 9,12%
Dep. Acumulada Veículos -456.305,00 -488.240,00 7,00% 25,53% 31,31%
Dep. Acum. Moveis Utensilios -54.770,00 -62.115,00 13,41% 3,06% 3,98%
BALANÇO PATRIMONIAL - EMPRESA DIDÁTICA LTDA
 
 
 
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PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
ANO X1 ANO X2 AH AV - X1 AV - X2
PASSIVO -1.787.085,00 -1.559.365,00 -12,74% 100,00% 100,00%
PASSIVO CIRCULANTE -209.678,00 -316.858,00 51,12% 11,73% 20,32%
OBRIG. TRABALHISTAS/SOCIAIS -95.854,00 -103.676,00 8,16% 5,36% 6,65%
Salários e Ordenados a pagar -27.776,00 -29.260,00 5,34% 1,55% 1,88%
Pensão Alimenticia a repassar -288,00 -308,00 6,94% 0,02% 0,02%
Indenizaçòes Trabalhistas a pagar -7.000,00 -11.000,00 57,14% 0,39% 0,71%
Prolabore a pagar -2.550,00 -2.563,00 0,51% 0,14% 0,16%
Provisão de Férias a pagar -28.042,00 -28.301,00 0,92% 1,57% 1,81%
Inss a recolher -12.544,00 -13.312,00 6,12% 0,70% 0,85%
Fgts a recolher -4.108,00 -4.216,00 2,63% 0,23% 0,27%
Inss s/processo trab. a recolher -2.219,00 -3.105,00 39,93% 0,12% 0,20%
Taxas e Contribuições a recolher -1.570,00 -1.762,00 12,23% 0,09% 0,11%
Inss s/ provisão férias a recolher -7.514,00 -7.585,00 0,94% 0,42% 0,49%
fgts s/ provisão férias a recolher -2.243,00 -2.264,00 0,94% 0,13% 0,15%
OBRIGAÇÕES FISCAIS TRIBUTÁRIAS -28.361,00 -31.451,00 10,90% 1,59% 2,02%
Icms a recolher -13.203,00 -15.222,00 15,29% 0,74% 0,98%
IRPJ a recolher -6.108,00 -6.024,00 -1,38% 0,34% 0,39%
CSLL a recolher -5.273,00 -5.260,00 -0,25% 0,30% 0,34%
Pis Comulativo a Recolher -651,00 -861,00 32,26% 0,04% 0,06%
Cofins Comulativo a Recolher -3.007,00 -3.978,00 32,29% 0,17% 0,26%
Retenções Impostos a recolher -119,00 -106,00 -10,92% 0,01% 0,01%
FORNECEDORES -61.235,00 -154.645,00 152,54% 3,43% 9,92%
OUTRAS OBRIGAÇOES A PAGAR -24.228,00 -27.086,00 11,80% 1,36% 1,74%
Copel a pagar -19.553,00 -21.481,00 9,86% 1,09% 1,38%
Sanepar a pagar -347,00 -579,00 66,86% 0,02% 0,04%
Telefone a pagar -4.328,00 -5.026,00 16,13% 0,24% 0,32%
PASSIVO NÃO CIRCULANTE -100.000,00 -100.000,00 0,00% 5,60% 6,41%
EXIGIVEL A LONGO PRAZO -100.000,00 -100.000,00 0,00% 5,60% 6,41%
Contrato com mutuo a pagar -100.000,00 -100.000,00 0,00% 5,60% 6,41%
PATRIMONIO LIQUIDO -1.477.407,00 -1.142.507,00 -22,67% 82,67% 73,27%
CAPITAL SOCIAL REALIZADO -660.000,00 -660.000,00 0,00% 36,93% 42,32%
RESERVAS DE LUCROS -901.879,00 -454.572,00 -49,60% 50,47% 29,15%
LUCROS/PREJUÍZOS ACUMULADOS 84.472,00 -27.935,00 133,07% -4,73% 1,79%
PREJUIZOS ACUMULADOS 84.472,00 84.472,00 0,00% -4,73% -5,42%
LUCROS ACUMULADOS (do exercicio) 0,00 -112.407,00 0,00% 7,21%
BALANÇO PATRIMONIAL - EMPRESA DIDÁTICA LTDA
 
 
 
 
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S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
ANO X1 ANO X2 AH AV - X1 AV - X2
ATIVO 1.787.085,001.559.365,00 -12,74% 100% 100%
ATIVO CIRCULANTE 1.137.290,00 931.655,00 -18,08% 63,64% 59,75%
DISPONIBILIDADES 547.500,00 360.740,00 -34,11% 30,64% 23,13%
Caixa 93.480,00 99.630,00 6,58% 5,23% 6,39%
Bancos Conta Movimento 37.730,00 26.625,00 -29,43% 2,11% 1,71%
Aplicações Finan. Liquidez Imed. 100.835,00 116.090,00 15,13% 5,64% 7,44%
Aplicações Finan. Curto Prazo 315.455,00 118.395,00 -62,47% 17,65% 7,59%
CREDITOS 190.300,00 115.435,00 -39,34% 10,65% 7,40%
Clientes - Cartões de Crédito 190.300,00 115.435,00 -39,34% 10,65% 7,40%
OUTROS CREDITOS 15.370,00 17.440,00 13,47% 0,86% 1,12%
Aluguel Sala 1 7.785,00 8.820,00 13,29% 0,44% 0,57%
Aluguel Sala 2 7.585,00 8.620,00 13,65% 0,42% 0,55%
ADIANT. A EMPREGADOS 0,00 1.995,00 0,00% 1,73%
Adiantamento de Férias 0,00 1.995,00 0,00% 0,13%
IMPOSTOS A RECUPERAR 2.245,00 745,00 -66,82% 0,13% 0,05%
Inss a Recuperar 745,00 745,00 0,00% 0,04% 0,05%
Antecipação refis 1.500,00 0,00 -100,00% 0,08% 0,00%
INVESTIMENTOS TEMPORARIOS 1.605,00 6.350,00 295,64% 0,09% 0,41%
Consórcio 1.605,00 6.350,00 295,64% 0,09% 0,41%
ESTOQUE DE MERCADORIAS 357.955,00 427.080,00 19,31% 20,03% 27,39%
DESPESAS ANTECIPADAS 22.315,00 1.870,00 -91,62% 1,25% 0,12%
Seguros a Apropriar 0,00 1.870,00 0,00% 0,12%
Juros a apropriar 22.315,00 0,00 -100,00% 1,25% 0,00%
ATIVO NAO CIRCULANTE 649.795,00 627.710,00 -3,40% 36,36% 40,25%
REALIZAVEL A LONGO PRAZO 9.700,00 9.700,00 0,00% 0,54% 0,62%
Créditos e Valores 9.700,00 9.700,00 0,00% 0,85% 1,04%
IMOBILIZADO TANGIVEL 640.095,00 618.010,00 -3,45% 35,82% 39,63%
Terrenos 262.810,00 262.810,00 0,00% 14,71% 16,85%
Instalações 305.315,00 305.315,00 0,00% 17,08% 19,58%
MAQUINAS E EQUIPAMENTOS 57.485,00 59.430,00 3,38% 3,22% 3,81%
Equipamentos de Informática 52.990,00 54.935,00 3,67% 2,97% 3,52%
Equipamentos de Comunicação 2.935,00 2.935,00 0,00% 0,16% 0,19%
Equipamentos de Segurança 1.560,00 1.560,00 0,00% 0,09% 0,10%
VEICULOS 546.735,00 580.135,00 6,11% 30,59% 37,20%
MOVEIS E UTENSILIOS 102.905,00 102.905,00 0,00% 5,76% 6,60%
DEPRECIACÕES ACUMULADAS -635.155,00 -692.585,00 9,04% 35,54% 44,41%
Dep. Acum. Maq. Equipamentos -124.080,00 -142.230,00 14,63% 6,94% 9,12%
Dep. Acumulada Veículos -456.305,00 -488.240,00 7,00% 25,53% 31,31%
Dep. Acum. Moveis Utensilios -54.770,00 -62.115,00 13,41% 3,06% 3,98%
BALANÇO PATRIMONIAL - EMPRESA DIDÁTICA LTDA
 
 
 
 
 
 
 
36 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
Descrição - Valores em R$ ANO X1 ANO X2 AH AV - X1 AV - X2
RECEITA OPERACIONAL BRUTA -1.823.273,00 -2.058.201,00 12,88% 100,00% 100,00%
Vendas Mercado Interno -1.454.413,00 -1.401.963,00 -3,61% 79,77% 68,12%
Vendas Mercado Externo -368.860,00 -656.238,00 77,91% 20,23% 31,88%
DEDUCOES DA RECEITA BRUTA 326.756,00 293.564,00 -10,16% -17,92% -14,26%
Devoluções de vendas 0,00 2.448,00 0,00% -0,12%
IMPOSTOS S/VENDAS 326.756,00 291.116,00 -10,91% -17,92% -14,14%
ICMS sobre vendas 236.689,00 207.023,00 -12,53% -12,98% -10,06%
PIS sobre receita bruta 8.834,00 7.796,00 -11,75% -0,48% -0,38%
COFINS sobre receita bruta 40.776,00 35.985,00 -11,75% -2,24% -1,75%
Imposto Renda s/ receita bruta 21.675,00 21.588,00 -0,40% -1,19% -1,05%
Contrib. Social s/ receita bruta 18.782,00 18.724,00 -0,31% -1,03% -0,91%
RECEITA LIQUIDA OPERACIONAL -1.496.517,00 -1.764.637,00 17,92% 82,08% 85,74%
CUSTO MERCADORIAS VENDIDAS 774.520,00 761.947,00 -1,62% -42,48% -37,02%
LUCRO BRUTO -721.997,00 -1.002.690,00 38,88% 39,60% 48,72%
DESPESAS OPERACIONAIS 642.975,00 724.131,00 12,62% -35,26% -35,18%
DESPESAS COM PESSOAL 295.770,00 265.558,00 -10,21% -16,22% -12,90%
Salários e ordenados 181.525,00 151.731,00 -16,41% -9,96% -7,37%
Encargos sociais - Inss e Fgts 53.627,00 63.120,00 17,70% -2,94% -3,07%
Despesas com estagiários 10.400,00 2.393,00 -76,99% -0,57% -0,12%
Vale transporte 9.805,00 8.895,00 -9,28% -0,54% -0,43%
Despesa com alimentação 32.623,00 21.008,00 -35,60% -1,79% -1,02%
Assistencia médica e social 2.255,00 4.394,00 94,86% -0,12% -0,21%
Uniformes e equip segurança 5.535,00 14.017,00 153,24% -0,30% -0,68%
DESPESAS GERAIS 46.460,00 62.560,00 34,65% -2,55% -3,04%
Material de uso e consumo 46.160,00 62.150,00 34,64% -2,53% -3,02%
Jornais e revistas 300,00 410,00 36,67% -0,02% -0,02%
UTILIDADES E SERVIÇOS 159.965,00 284.905,00 78,10% -8,77% -13,84%
Serviços de terceiros PJ 21.520,00 54.062,00 151,22% -1,18% -2,63%
Energia elétrica 84.910,00 100.056,00 17,84% -4,66% -4,86%
Agua e esgoto 1.835,00 2.146,00 16,95% -0,10% -0,10%
Telefone 20.235,00 20.218,00 -0,08% -1,11% -0,98%
Correios e malotes 14.237,00 34.593,00 142,98% -0,78% -1,68%
Fretes e despachos 17.228,00 73.830,00 328,55% -0,94% -3,59%
OCUPAÇÃO E MANUTENÇÃO 135.600,00 103.667,00 -23,55% -7,44% -5,04%
Depreciação e amortização 128.403,00 96.520,00 -24,83% -7,04% -4,69%
Manutenção de benfeitorias 1.570,00 1.885,00 20,06% -0,09% -0,09%
Seguros 4.862,00 2.757,00 -43,29% -0,27% -0,13%
Manutenção de veículos 485,00 623,00 28,45% -0,03% -0,03%
Bens de pequeno valor 280,00 1.882,00 572,14% -0,02% -0,09%
IMPOSTOS, TAXAS E TRIBUTOS 5.180,00 7.441,00 43,65% -0,28% -0,36%
Contribuição sindical 2.185,00 4.697,00 114,97% -0,12% -0,23%
Impostos e taxas municipais 1.020,00 1.185,00 16,18% -0,06% -0,06%
Impostos e taxas federais 745,00 445,00 -40,27% -0,04% -0,02%
Impostos e taxas estaduais 1.230,00 1.114,00 -9,43% -0,07% -0,05%
LUCRO OPERACIONAL -79.022,00 -278.559,00 252,51% 4,33% 13,53%
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO - EMPRESA DIDÁTICA
 
 
 
37 
PÓ
S-GRADUAÇÃO 
GESTÃO CONTÁBIL E DE CUSTOS 
LUCRO OPERACIONAL -79.022,00 -278.559,00 252,51% 4,33% 13,53%
RESULTADO FINANCEIRO LIQUIDO 163.494,00 166.152,00 1,63% -8,97% -8,07%
DESPESAS FINANCEIRAS 169.056,00 168.075,00 -0,58% -9,27% -8,17%
Juros e multas s/ tributos 32.487,00 78.910,00 142,90% -1,78% -3,83%
Despesas bancárias 52.455,00 29.620,00 -43,53% -2,88% -1,44%
Encargos s/ emprestimos 53.544,00 23.780,00 -55,59% -2,94% -1,16%
Despesa c/cartão de crédito 30.570,00 35.765,00 16,99% -1,68% -1,74%
RECEITAS FINANCEIRAS -5.562,00 -1.923,00 -65,43% 0,31% 0,09%
Juros recebidos -5.439,00 -1.693,00 -68,87% 0,30% 0,08%
Receita sobre aplicação -123,00 -230,00 86,99% 0,01% 0,01%
Lucro/prejuizo antes do IR e CSLL 84.472,00 -112.407,00 -233,07% -4,63% 5,46%
LUCRO/PREJUIZO DO EXERCÍCIO 84.472,00 -112.407,00 -233,07% -4,63% 5,46%
 
 
Caro acadêmico, as demonstrações contábeis aqui apresentadas, 
contemplam uma gama de elementos que retratam fielmente o que ocorre com as 
entidades no nosso dia a dia e possibilitam uma análise que permita uma 
compreensão adequada destas demonstrações. Poderíamos aqui apresentar um BP 
e uma DRE mais simplificada, mas isto enfraqueceria o seu aprendizado. 
 
 
2.1 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
Iniciando nossa leitura dos dados que compõe as Demonstrações Contábeis 
(BP e DRE). 
 
 
2.1.1 Análise Horizontal 
 
Inicia-se a leitura, comparando a evolução dos componentes do BP e da 
DRE de um exercício para o outro (ano). Isto nós chamamos de Análise Horizontal. 
 Como já conhecemos os elementos que compõem o BP e a DRE e o que eles 
representam, podemos iniciar nossa análise pelo Ativo Circulante, temos, por 
exemplo, que as disponibilidades que são os recursos livres que podem ser usados 
imediatamente sofreram uma redução de 34,11% (360.740,00 dividido por 
547.500,00), note que a redução se deu basicamente na conta Aplicação Financeira 
à Curto Prazo com uma redução superior a 62% neste item, o que significa que a 
empresa resgatou parte de suas aplicações. 
 
 
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Nesta mesma linha, verificamos que os direitos a receber decorrentes da 
atividade da empresa (créditos) são formadosexclusivamente por Cartões de 
Crédito, isto significa que a empresa tem como política de vendas a prazo, somente 
com esta forma de pagamentos, o que torna o risco com inadimplência ser 
praticamente zero. 
Neste item também há uma redução, só que ela é ligeiramente mais 
acentuada e está na ordem de 39% (115.435,00 dividido por 190.300,00). Outro item 
que merece especial atenção no Ativo Circulante é o de Estoque de Mercadorias 
para revenda. 
No nosso exemplo temos também uma variação para mais na ordem de 
19,31%. (427.080,00 dividido por 357.955,00). Neste caso houve um incremento no 
estoque o que pode explicar em parte a redução das disponibilidades da entidade. 
Você pode fazer analisar agora as variações dos demais componentes do Ativo, e 
faça também dos componentes do Passivo. 
Lembre-se que quando você for fazer este tipo de cálculo para análise e o 
resultado da divisão de um componente entre dois períodos for menor que 1 (um), 
subtraia este 1 e você terá quanto este componente reduziu em relação ao ano 
anterior, caso o resultado seja superior a 1, também subtraia de 1 e você quanto 
este componente aumentou em relação ao ano anterior. Não esqueça aqui de 
multiplicar o resultado por 100, e você terá em porcentagem esta evolução, tanto 
para mais quanto para menos é que chamamos de análise horizontal. 
 
 
2.1.2 Análise Vertical 
 
Outra análise que podemos fazer é comparar quanto que cada componente 
representa de seu grupo, por exemplo, quanto que as Disponibilidades representam 
do total do Ativo, ou quanto que as obrigações com Fornecedores representam do 
total do Passivo, este tipo de análise é chamado de Análise Vertical. 
Assim temos em nosso exemplo – Disponibilidade em X1 = a R$ 
1.747.500,00 de Total do Ativo em X1 = a R$ 3.887.085,00, o que dá uma 
participação de 45%, e em X2 = a R$ 1.560.740,00 de Total do Ativo em X2 = a R$ 
3.659.365,00, que nos dá uma participação de 43%. Isto significa que do total dos 
 
 
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Bens e Direitos (Ativo) 45% estão livres em X1 e 43% em X2, notamos que quase 
não houve alteração. 
Seguindo a mesma linha de trabalho, verificamos que para os direitos a 
receber decorrentes da atividade da empresa (Créditos) temos a seguinte situação. 
Créditos em X1 = a R$ 190.300,00 de um Total do Ativo em X1 = a R$ 3.887.085,00, 
o que dá uma participação de aproximadamente 5%, e em X2 = a R$ 115.435,00 de 
um Total do Ativo em X2 = a R$ 3.659.365,00, que nos dá uma participação de 3%, 
ou seja, tanto para X1, quanto para X2, o montante a receber de terceiros é muito 
baixo, o que nos leva a deduzir de que a política de vendas da entidade e efetuada 
quase que na totalidade por cartão de crédito e que realmente não há inadimplência. 
Observamos que quando projetamos para 12 meses o volume de vendas 
com cartão (partimos da premissa de que o prazo médio das vendas a prazo é de 30 
dias). Se analisarmos estes direitos tanto em X1 quanto em X2 em relação às 
Receitas destes períodos, onde temos Créditos de X1 = R$190.300,00 vezes 12 = 
R$ 2.283.600,00 e de X1 = 115.435,00 vezes 12 = R4 1.385.220,00. Claro que as 
vendas não se mantiveram neste volume o ano todo, pois o total das receitas 
(vendas) em X1 foi de R$ 1.823.273,00 e em X2 foi de R$ 2.058.201,00. Podemos 
notar uma pequena alteração na política de vendas um de X1 para X2, neste caso 
em X2 o volume de vendas a prazo representa 67% do total das vendas. 
Seguindo nossa análise, vamos verificar quanto que os estoques 
representam do total do Ativo. Em X1 o estoque de mercadorias para revenda era de 
R$ 357.955,00, isto representa 30% do total do Ativo e em X2 o estoque de R$ 
527.080,00 representa 33% do total do ativo. Aqui vamos fazer uma análise, 
primeiro comparando o estoque com os Fornecedores para sabermos quanto deste 
estoque está comprometido na geração de Receita para pagamento destes 
fornecedores e em segundo comparando o Custo das mercadorias vendidas com o 
estoque para analisarmos a giro deste estoque. 
No primeiro caso temos que em X1 os Fornecedores representam apenas 
5% do valor do estoque e em X2 representam 12,5%. Isto significa que a política de 
compras à vista e a adotada pela entidade. Já no segundo caso temos que apenas 
20% das receitas em X1 é custo das mercadorias vendidas e em X2, isto representa 
apenas 18%. O que podemos verificar é a empresa mantém um elevado valor em 
estoque, e que fossemos estender este giro de estoque, veríamos de que ele gira 
apenas 1/5 de seu estoque por ano e que levaria 5 anos para girar integralmente 
 
 
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seu estoque, Há aqui de dizer que é preciso (recomendável) que se saiba qual é o 
ramo de atividade da empresa. A empresa objeto deste estudo é uma empresa 
comercial no ramo de armarinhos. Cabe ressaltar, por exemplo, se tivéssemos 
analisando um posto de combustível o giro seria inúmeras vezes o montante do 
estoque. 
Até apodemos notar que tanto para X1, quanto para X2 80% dos seus 
recursos (bens e direitos) estão no Ativo Circulante, ou seja, estão em giro frequente 
e apenas 20% estão no imobilizado que dão sustentação à atividade da entidade. 
Passamos agora à análise dos componentes do Passivo. As Obrigações 
Trabalhistas e Sociais representam em X1 R$ 95.854,00 e em X2 R$ 103.676,00 
com um crescimento de X1 para X2 na ordem de 8%. Já em relação ao total do 
Passivo de R$ 3.887.085,00 para X1 e de R$ 3.659.365,00 para X2, temos um 
índice de 2,5% para X1 e de 2,8% para X2, que é um índice bem baixo. 
O segundo grupo objeto de análise no Passivo é as Obrigação Tributárias, 
temos que estas representam em X1 R$ 28.362,00 e em X2 R$ 31.451,00, com uma 
variação de período para o outro de quase 11%. Já em relação ao total do Passivo 
de R$ 3.887.085,00 para X1 e de R$ 3.659.365,00 para X2, temos um índice de 
0,7% para X1 e de 0,8% para X2, que também é um índice bem baixo. 
O terceiro grupo objeto da análise é o dos Fornecedores, temos que estes 
representam em X1 R$ 61.235,00 e em X2 R$ 154.645,00, com uma variação de 
período para o outro de 252%. Já em relação ao total do Passivo de R$ 
3.887.085,00 para X1 e de R$ 3.659.365,00 para X2, temos um índice de 4% para 
X1 e de 1,5% para X2, que também é um índice bem baixo. Notamos que neste 
índice houve um incremento nas compras a prazo no final do exercício (partimos da 
premissa de que as compras são efetuadas tendo um prazo meio de 30 dias para 
pagamento). Pegando o grupo todo das obrigações para com terceiros no curto 
prazo (passivo circulante) temos que em X1 estes representam 5,4% (R$209.678,00 
dividido por R$3.887.085,00) e para X2 estes representam 8,7% (R$316.858,00 
dividido por R$3.659.365,00). 
Já as obrigações para com terceiros à longo prazo, não sofreram alterações 
(empréstimos com mútuos – pessoas relacionadas com a empresa), mantiveram o 
montante R$ 200.000,00 tanto para X1 quanto para X2 representam 5,1% em 
relação ao total do Passivo de R$ 3.887.085,00 para X1 de 5,5% de R$ 
3.659.365,00 para X2. Assim as obrigações para com terceiros tanto a curto quanto 
 
 
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à longo prazo representam 10,5% do total do passivo para X1 e de 12% para X2, o 
restante 89,5% em X1 e 88% em X2, estão no Patrimônio Líquido, ou seja, são 
recursos dos sócios e ou acionistas. 
Desta forma, se pegarmos o Capital Social da entidade vamos verificar que 
ele representa 17% do total do ativo para X1 e 18% para X2, o restante são recursos 
que foram gerados pelas atividades da empresa. As Reservas de lucros 
representam 75% do total do Passivo para X1 e de 67% para X2, ainda

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