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Avaliação de blocos de concreto estrutural fabricados em MG

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Avaliação de blocos de concreto estrutural fabricados na 
cidade de Uberlândia - MG 
Antonio Hudson Lima Gonçalves, Luiz Gustavo Mota Melo, Bruno Marques 
Ribeiro 
Curso de Bacharelado Engenharia Civil - Centro Universitário do Triângulo Mineiro 
(Unitri) – 38411-106 – Uberlândia – MG – Brasil 
hudson_lima93@hotmail.com.br,gustogpi@hotmail.com,brunomarques@ymail.c
om 
Resumo. O presente trabalho trata de um estudo da qualidade dos blocos 
estruturais de concretos fornecidos na cidade de Uberlândia-MG. Para tal foi 
feita avaliação de blocos quanto absorção total, dimensões características e 
resistência à compressão, com base nas prescrições estabelecidas pela ABNT 
NBR 6136:2016 e ABNT NBR 12118:2013. Muitos problemas em obras são 
causados pela má qualidade dos materiais, sendo fundamental a importância 
do controle para garantir o padrão de qualidade, podendo assim ser evitados 
futuramente desperdícios, atrasos com o tempo de execução da obra e/ou até 
mesmo patologias e problemas estruturais. Os resultados determinados neste 
trabalhos apontaram que grande parte das empresas fornecedoras de blocos 
estudadas não atendem o limite para absorção total para blocos estruturais. A 
verificação da resistência à compressão também apresentou, para blocos 
fornecidos por algumas empresas, resistência abaixo do limite mínimo para a 
classe de blocos analisada. 
 
Abstract. The present work deals with a study of the quality of the structural 
blocks of concretes supplied in the city of Uberlândia-MG. For this, a block 
evaluation was performed on total absorption, characteristic dimensions and 
compressive strength, based on the requirements established by ABNT NBR 
6136: 2016 and ABNT NBR 12118: 2013. Many problems in works are caused 
by the poor quality of the materials, being fundamental the importance of the 
control to guarantee the quality standard, being able to avoid future wastes, 
delays with the time of execution of the work and / or even structural problems 
and problems. The results determined in this work showed that most of the 
companies that supply blocks studied do not meet the limit for total absorption 
for structural blocks. The compressive strength test also showed, for blocks 
supplied by some companies, resistance below the minimum limit for the class 
of blocks analyzed. 
 
 
 
 
 
 
 
1 Introdução 
O programa de construção de casa popular do governo contribuiu muito com o 
crescimento da construção civil no Brasil. Com um mercado amplo e competitivo é 
necessário reduzir o custo das obras para um produto final de aceitação no mercado. Em 
função da redução de custos, os métodos construtivos e as diferentes formas de atuação 
e prática da engenharia trazem ao mercado diversos tipos de produtos com a qualidade 
cada vez pior, uma vez que um material de alta qualidade tem um valor mais expressivo, 
refletindo assim no produto final. 
O bloco de concreto foi inserido no mercado com o intuito de racionalizar o 
processo construtivo, com significativa redução de índices de perdas de insumos. Souza 
(2005) conceitua a perda de materiais como utilização de materiais em quantidade 
superior àquela necessária para execução de determinado serviço. Nesse sentido, a 
redução de perdas e desperdício de materiais está relacionada diretamente com a 
qualidade do material empregado e procedimentos utilizados na execução de alvenarias. 
Pinho (2010), em um comparativo entre percentuais de perdas em relação ao tipo de 
bloco utilizados em alvenarias de dois diferentes empreendimentos chegou a percentuais 
de perda de 18,6% para estruturas reticuladas com fechamento em alvenaria de bloco 
cerâmico e 2,8% para alvenarias de bloco de concreto de vedação. 
Os blocos de concreto são divididos em duas famílias: blocos de concreto com 
função estrutural, onde os mesmos, juntamente com o graute, tem a função de substituir 
as vigas e pilares da alvenaria. Esses blocos devem passar por ensaios de qualidade 
atingindo as exigências mínimas de acordo com o projeto e atender às normas da 
ABNT. Geralmente os blocos com função estrutural são ultilizados em prédios, muros 
de arrímo e demais alvenarias com funções estruturais; e em blocos de concreto sem 
função estrutural, que servem apenas para fechamento e não precisam atingir 
resistências para exercer função autoportante. Geralmente são usados em muros de 
fechamento, paredes internas, platibandas e paredes de vedação. 
O crescimento do comércio dos blocos de concreto acarretou no surgimento de 
novos fabricantes para atenderem à grande demanda. Muitos desses fabricantes pela 
falta de conhecimento do produto, por falta de um profissional especializado para 
produção, ou até mesmo por não estarem familiarizados com as normas, produzem 
blocos sem realização de ensaios e tempo de cura necessária, gerando assim um material 
que não atende às características mínimas que são exigidas por norma. 
Na construção civil a aquisição de blocos de concreto de qualidade tem sido um 
problema enfrentado por construtoras e consumidores. A baixa qualidade dos blocos de 
concreto está relacionada a um maior percentual de perdas no canteiro de obras. 
Segundo dados da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), o número de 
quebras em blocos de concreto desde a produção até a manipulação no canteiro de obras 
pode chegar a até 40% devido a baixa qualidade dos blocos. 
Os riscos causados pela utilização de blocos estruturais que não atendem os 
requisitos estabelecidos pela ABNT NBR 6136:2016 e ABNT NBR 12188:2013 estão 
relacionados à perda da capacidade resistente da estrutura como um todo e até mesmo 
ao aumento do índice de perda do insumo. 
 A produção de blocos de concreto deve atender especificações normativas no 
processo de fabricação e controle de qualidade. No Brasil, as normas que regulamentam 
o controle para blocos de concreto são a ABNT NBR 6136:2016, que trata dos 
 
 
 
requisitos para produção e aceitação de blocos vazados de concreto simples, destinados 
à execução de alvenaria com ou sem função estrutural e a ABNT NBR 12118:2013, que 
especifica os métodos de ensaio para análise dimensional e determinação da absorção de 
água, da área líquida, da resistência à compressão e da retração por secagem, em blocos 
vazados de concreto simples para alvenaria. A ABNT NBR 15961-1:2011 e ABNT 
NBR 15961-2:2011 tratam especificamente dos requisitos mínimos exigíveis para 
projetos de estruturas de alvenaria de bloco de concreto. 
O presente trabalho visa verificar, a partir de ensaios prescritos na ABNT NBR 
6136:2016 e ABNT NBR 12188:2013, se blocos de concreto obtidos a partir de 
diferentes fornecedores na cidade de Uberlândia atendem exigências mínimas quanto as 
dimensões, resistência à compressão e absorção estabelecidos pelas referidas normas. 
2 Objetivos 
O presente trabalho tem como objetivo geral verificar se blocos de concreto obtidos de 
diferentes fornecedores na cidade de Uberlândia-MG atendem às especificações da 
ABNT NBR 6136:2016 e ABNT NBR 12118:2013. Para atingir esse objetivo geral, irá 
se recorrer ao alcance dos seguintes objetivos específicos: 
a) verificar se a partir do critério de aceitação de lotes os blocos atendem às 
exigências de variações dimensionais; 
b) avaliar blocos obtidos por meio de ensaios de absorção; 
c) verificar a resistência à compressão dos blocos estruturais obtidos nas diversas 
empresas; 
3 Justificativa 
Muitos problemas em obras são causados pela má qualidade dos materiais, sendo 
fundamental a importância do controle de absorção, dimensões, resistência à 
compressão de blocos para garantir o padrão de qualidade, podendo assim ser evitados 
futuramente desperdícios, atrasos com o tempo de execução da obra e/ou até mesmo 
patologias e problemas estruturais.Para que se tenha uma obra mais durável e confiável é de extrema importância 
que se trabalhe com blocos de qualidade, embora a indústria e a demanda estejam em 
expansão e cada vez mais obras com esse método, ainda se tem uma grande dificuldade 
em encontrar blocos que atendem às normas e são de alta qualidade. A má qualidade dos 
blocos pode causar prejuízos às obras, como retrabalho prejuízo financeiro, atraso do 
cronograma, até mesmo jurídicos, já que de acordo com a ABNT NBR 15575:2013 as 
estruturas devem ter vida útil de projeto (VUP ) mínimas. 
4 Referencial teórico 
4.1 Histórico 
A utilização de blocos de concreto na alvenaria teve inicio logo após o surgimento do 
cimento Portland, quando se começou a produzir unidades grandes e maciças de 
concreto. A partir de então surgiram diversos esforços para a modernização da 
fabricação de blocos de concreto, assim como sua utilização na alvenaria (AMÉRICO, 
2007). Os Persas e Assírios foram os primeiros a queimar blocos em fornos, em 3.000 
a.C. (CAMPOS, 2013). 
 
 
 
Esse elemento possibilitou construções sem pilares ou vigas, utilizando apenas 
alvenaria de blocos, o que colaborou na execução e redução do custo da obra. De início 
sua fabricação era manual o que implicava na produção limitada. Com o 
desenvolvimento das máquinas foi possível a produção de blocos de concreto em série, 
tornando-os mais uniformes e controlados quanto à qualidade (TAUIL, 1998 apud DE 
SOUZA, 2008). 
Os blocos de concreto passaram a serem utilizados no Brasil por volta de 1940, 
com a construção de 2400 residências do conjunto habitacional do Realengo na Cidade 
do Rio de Janeiro (LORDSLEEM JÚNIOR, et al., 2008). 
As primeiras máquinas destinadas à produção dos blocos de concreto no Brasil 
foram importadas dos Estados Unidos na década de 1950, marcando o início da história 
desses componentes no país. Enquanto na década de 50 nos EUA e na Europa já havia 
normas e códigos de obras descrevendo processos de cálculo para uso de alvenaria 
estrutural de blocos de concreto, no Brasil a regularização só veio mais tarde. A primeira 
normatização regulando o uso e fabricação de blocos de concreto data do ano de 1982 
(DE SOUSA, 2004). 
4.2 Alvenaria estrutural 
Alvenaria Estrutural é o processo construtivo no qual, os elementos que desempenham a 
função estrutural são de alvenaria, sendo os mesmos projetados, dimensionados e 
executados de forma racional em um sistema que alia alta produtividade com economia, 
desde que executado de maneira correta (CAMACHO, 2006). 
De acordo com Nascimento (2007), entre as vantagens da utilização da alvenaria 
estrutural estão a redução do consumo de formas de madeira, aço e concreto, maior 
agilidade na produção, mão de obra especializada mas de fácil treinamento e a 
organização do canteiro de obras. Dentre as desvantagens destacam-se a arquitetura 
restringida pois deve-se obedecer à forma dos blocos, pois sua construção é modular e 
por ser estrutural, não pode fazer alterações, como derrubar uma parede ou modificar 
pontos elétricos, somente no caso de ser autorizado pelo engenheiro. 
4.3 Bloco de concreto 
 
A ABNT NBR 6136:2016 define bloco vazado de concreto simples como, componente 
para execução de alvenaria, com ou sem função estrutural, vazado nas faces superior e 
inferior, cuja área liquida é igual e ou inferior a 75% da área bruta. 
A fabricação de blocos de concreto é feita utilizando cimento Portland, agregado 
graúdo, agregado miúdo e água. Segundo Américo (2007), dependendo de requisitos 
específicos, a dosagem do concreto também poderá empregar outros componentes, tais 
como adições minerais, pigmentos, aditivos, etc. Os materiais constituintes do bloco de 
concreto devem ser especificados e utilizados de acordo com suas propriedades, para 
que o produto final esteja em conformidade com as metas projetadas. 
Quanto ao uso, os blocos de concreto podem ser classificados, segundo a NBR 
6136:2016, em: 
• Classe A - com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria 
acima ou abaixo do nível do solo; 
 
 
 
• Classe B – com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria 
acima do nível do solo; 
• Classe C – com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria 
acima do nível do solo; 
• Classe D – sem função estrutural, para uso em elementos de alvenaria 
acima do nível do solo. 
São duas as normas que estabelecem as condições para aceitação desses blocos 
de concreto: A ABNT NBR 6136:2016 Blocos vazados de concreto simples para 
alvenaria – Requisitos e a ABNT NBR 12118:2013 Blocos vazados de concreto simples 
para alvenaria – Métodos de ensaio. 
A ABNT NBR 6136:2016 exige os seguintes requisitos para avaliação dos 
blocos: 
• Dimensões (largura, altura, comprimento, raio das mísulas, espessura 
mínima das paredes). 
• Resistência à compressão; 
• Absorção de água; 
• Retração por secagem. 
4.4 Dimensões 
 A ABNT NBR 6136:2016 determina que o ensaio dimensional dos blocos seja 
realizado para as medidas da espessura das paredes, comprimento, altura e largura, 
conforme mostrado na Figura 1. 
 
 
 
Figura 1 - Bloco vazado de concreto 
Fonte: ABNT NBR 6136, 2016 
 
 
 
A ABNT NBR 6136:2016 determina que as dimensões dos blocos vazados de 
concreto devem atender aos requisitos da tabela 1, permitindo-se tolerância de ±2 mm 
para a largura e ±3 mm para altura e comprimento. 
 
 
 
 
Tabela 1: Dimensões nominais segundo NBR 6136 (2016) 
Família 
20 
x 
40 
15 
x 
40 
15 
x 
30 
12,5 
x 
40 
12,5 
x 
25 
12,5 
x 
37,5 
10 
x 
40 
10 
x 
30 
7,5 
x 
40 
M
ed
id
a 
N
om
in
al
 m
m
 
Largura 190 140 115 90 65 
Altura 190 190 190 190 190 190 190 190 190 
C
om
pr
im
en
to
 
Inteiro 390 390 290 390 240 365 390 290 390 
Meio 190 190 140 190 115 - 190 140 190 
2/3 - - - - - 240 - 190 - 
1/3 - - - - - 115 - 90 - 
Amarração “L” - 340 - - - - - - - 
Amarração “T” - 540 440 - 365 - - 290 - 
Compensador 
A 90 90 - 90 - - 90 - 90 
Compensador 
B 40 40 - 40 - - 40 - 40 
Canaleta inteira 390 390 290 390 240 365 390 290 - 
Meia canaleta 190 190 140 190 115 - 190 140 - 
NOTA 1 - As tolerâncias permitidas nas dimensões dos blocos indicados nessa Tabela são de ± 2,0 
mm para a largura de ± 3,0 mm para a altura e para o comprimento. 
NOTA 2 - Os componentes das famílias de blocos de concreto tem sua modulação determinada 
de acordo com a ABNT NBR 15873. 
NOTA 3 - As dimensões das canaletas J devem ser definida mediante acordo entre fornecedor e 
comprador, de acordo com o projeto. 
Fonte: ABNT NBR 6136, 2016 
 
A espessura mínima das paredes dos blocos estabelecidas pela NBR 6136:2016 
devem seguir as indicações da Tabela 2. A tolerância permitida nas dimensões das 
paredes é de −1,0mm para cada valor individual. 
 
Tabela 2. Espessura mínima das paredes dos blocos conforme NBR 6136 
:2016 
 
Classe 
 
Largura 
nominal mm 
 
Paredes 
longitudinais 
"A" mm 
Paredes transversais 
 
Paredes "A" 
mm 
Espessura equivalente "B" 
mm/m 
A 190 32 25 188 
140 25 25 188 
B 190 32 25 188 
140 25 25 188 
C 
190 18 18 135 
140 18 18 135 
115 18 18 135 
90 18 18 135 
65 15 15 113 
"A" Media das medidas das paredes tomadas no ponto mais estreito. 
"B" Soma da espessura de todas as paredes transversais aos blocos (em milimetros), dividida 
pelo comprimento nominal do bloco (em metros) 
Fonte: ABNT NBR 6136, 2016 
 
 
 
Atendida às demais exigências da norma a menor dimensão do furo deve ser 
maior ou igual a 70 mm para blocos de 140 mm e maior ou igual a 110 mm para blocos 
de 190 mm. 
O raio (r) das mísulas de acomodação dos blocos de classe A e B devem ser de 
no mínimo 40 mm, e de 20 mm para os blocos declasse C. Esse raio possui centro 
tomado no encontro da face externa da parede longitudinal com o eixo transversal do 
bloco, como mostra a Erro! Fonte de referência não encontrada.. 
 
Figura 2 - Mísulas 
Fonte: ABNT NBR 6136, 2016 
4.5 Resistência à compressão, absorção e retração 
Os blocos de concreto devem seguir os limites de retração, compressão e absorção 
estabelecidos pela NBR 6136:2016, como mostra a Tabela 3. 
 
 Tabela 3. Requisitos para resistência característica à compressão 
 
Classificação 
 
Classe 
Resistência 
característica 
à compressão 
axial "A" 
MPa 
Absorção % 
 
Retração 
"D" % 
Agregado normal 
"B" Agregado leve "C" 
Individua
l Média 
Individua
l Média 
Com função 
estrutural 
A fbk ≥ 8,0 ≤ 9,0 ≤ 8,0 
≤ 16,0 ≤ 13,0 ≤ 0,065 
B 4,0 ≤ 
fbk ≥ 
8,0 
≤ 10,0 ≤ 9,0 
Com ou sem 
função 
estrutural 
 
C 
 
fbk ≥ 3,0 
 
≤ 11,0 
 
≤ 10,0 ≤ 16,0 ≤ 13,0 ≤ 0,065 
"A" Resistência característica à compressão axial obtidas aos 28 dias. 
"B" Blocos fabricados com agregado normal. 
"C" Blocos fabricados com agregado leve. 
"D" Ensaio facultativo. 
Fonte: ABNT NBR 6136, 2016 
5 Metodologia 
O trabalho foi realizado escolhendo-se seis fabricantes de blocos de concreto no 
mercado de Uberlândia-MG para passarem por uma avaliação de seus blocos seguindo 
 
 
 
os métodos de ensaio da ABNT NBR 12118:2013 e requisitos para avaliação da NBR 
6136:2016. 
5.1 Seleção dos fabricantes e escolha dos blocos 
Optou-se por critério de seleção os fabricantes que possuíam uma produção 
significativamente grande de blocos de concreto e amplo reconhecimento pelas 
construtoras da cidade. 
 O critério de seleção das empresas a serem obtidas os blocos de concreto foi 
dado a partir do levantamento dos maiores fabricantes de blocos na cidade de 
Uberlândia-MG. A pesquisa em loco permitiu conhecer o procedimento para produção 
dos blocos de concreto, o porte da empresa e os tipos de blocos mais comercializados. 
Esta etapa do estudo apresentou grande importância para análise do desempenho dos 
materiais quando comparados os procedimentos de produção das empresas analisadas. 
 Os blocos utilizados nesse trabalho foram os da família de 14x19x39cm da 
classe B de 4,5 MPa. Essa família e classe foi adotada para os ensaios por ser verificado 
como o tipo mais utilizado na cidade de Uberlândia. 
 Conforme prescrições da ABNT NBR 6136:2016, para lotes de até 5.000 blocos, 
foram coletadas de cada fabricante um total de 9 amostras de blocos de medidas 
14x19x39cm. Todos os blocos obtidos deveriam apresentar resistência de 4,5MPa. Do 
total de blocos ensaiados para cada lote, seis foram destinadas aos ensaios dimensionais 
e resistência à compressão e três utilizados no ensaio de absorção de água. 
A análise visual para os blocos mostrou que todos as amostras apresentaram arestas 
vivas, sem fraturas e sem trincas. 
 As amostras foram levadas ao laboratório para realização dos ensaios conforme 
especificações da ABNT NBR12118:2013. Os ensaios de caracterização realizados de 
acordo com as normas foram análise dimensional, resistência à compressão e absorção 
de água. 
5.2 Ensaio Dimensional 
Inicialmente as amostras passaram por análise dimensional utilizando paquímetro 
universal metálico, onde foram conferidas as medidas de altura, largura, comprimento e 
espessura das paredes longitudinais e transversais dos blocos. 
 No total foram ensaiadas 6 amostras para cada fornecedor. O tamanho das 
amostras para o ensaio dimensional seguiu as prescrições da ABNT NBR 6136:2016. A 
figura 3 mostra a obtenção da largura de um bloco de concreto utilizando o paquímetro. 
 
 
 
 
Figura 3: Uso do paquímetro para análise dimensional do bloco 
Fonte: Autores 
Os resultados obtidos para dimensões foram comparados com os limites de 
tolerância permitidos pela ABNT NBR 6136:2016, a fim de verificar se os fornecedores 
atendem às prescrições normativas. 
5.3 Absorção 
Para verificação de absorção foram utilizadas três amostras de cada lote por fabricante, 
conforme especificações normativas. Os ensaios para absorção seguiram as prescrições 
da ABNT NBR 12118:2013, sendo as amostras mantidas em estufa aquecida a 110°C 
por 24 horas. Após 24 horas as amostras foram retiradas da estufa e pesadas, 
encontrando-se assim, a massa seca para cada bloco. Posteriormente as amostras foram 
submergidas por um período de 24 horas em um tanque com água até se encontrarem 
totalmente saturadas. Sob essa condição foi feita uma nova pesagem e determinada a 
massa úmida para os blocos. 
 A Figura 4 mostra os blocos em tanque com água, onde foram mantidos durante 
24 horas para determinação da absorção. 
 
 
Figura 4: Blocos de concreto submergidos 
Fonte: Autores 
 
 
 
A absorção para os blocos foi calculada considerando a relação entre a diferença 
da massa úmida e a massa seca dos blocos, pela massa seca. Os valores obtidos foram 
tomados em porcentagem, conforme especificações da ABNT NBR 6136:2016. 
5.4 Resistência à Compressão 
Para realização do ensaio de resistência a compressão foram separadas um total de 36 
amostras de todos os fabricantes, sendo ensaiada seis unidades por fabricante. O ensaio 
de resistência à compressão seguiu as prescrições estabelecidas na ABNT NBR 
6136:2016. 
 Antes da verificação da resistência dos blocos à compressão os mesmos foram 
capeados utilizando argamassa. Esse procedimento está descrito na ABNT NBR 
12118:2013 e é utilizado para regularizar as faces do bloco que estarão em contato com 
os apoios na prensa hidráulica. A figura 5 mostra a execução do capeamento nos blocos 
ensaiados. 
 
 
Figura 5: Capeamento de blocos 
Fonte: Autores 
 Depois de capeados os blocos foram levados a prensa hidráulica onde foram 
submetidos a cargas à compressão. Os valores obtidos para resistência à compressão 
foram comparados com a resistência mínima para a classe dos blocos, conforme 
apresentado na Tabela 3 e determinados na ABNT NBR 6136:2016. 
 A figura 6 mostra o ensaio de resistência à compressão para os blocos de 
concreto. 
 
 
 
 
Figura 6: Ensaio de resistência à compressão para blocos de concreto 
Fonte: Autores 
6 Análise dos resultados 
6.1 Análise dimensional 
As tabela 4 apresenta a média dos resultados para análise dimensional de blocos obtidos 
junto a seis empresas da cidade de Uberlândia. Os valores apresentados representam a 
média para largura, altura e comprimento medidas nas amostras de cada lote ensaiado. 
 
Tabela 4 - Análise dimensional dos blocos quanto a comprimento, largura e 
altura 
Empresa Comprimento 
(mm) 
Largura 
(mm) Altura (mm) 
A 390 139 190 
B 390 140 190 
C 390 141 190 
D 390 139 191 
E 391 139 191 
F 390 139 190 
Fonte: Autores 
 
 Conforme ABNT NBR 6136:2016, a tolerância dimensional para blocos de 
concreto é de ±3mm para a altura e comprimento, de ±2mm para a largura e de -1mm 
para a espessura das paredes longitudinais e transversais. 
 Os resultados mostraram que os blocos fornecidos por todas as empresas 
apresentaram variação de ±1mm quanto ao comprimento, largura e altura nominal, 
quando comparados entre eles. A variação encontrada ficou dentro dos limites 
permitidos pela ABNT NBR 6136:2016 para todos os blocos. 
 
 
 
 A tabela 5 apresenta os resultados obtidos para dimensões de espessura das 
paredes. 
Tabela 5 - Resultados do ensaio de análise dimensional dos blocos: espessura 
das paredes 
Empresa 
Parede longitudinal Espessura equivalente 
(mm) (mm/m) 
A 27 192,50 
B 28 192,33 
C 27 193,07 
D 27 192,50 
E 27 192,00 
F 28 192,33 
Fonte: Autores 
 Os resultados para análise dimensional considerando a espessura das paredes 
longitudinale espessuras equivalentes apontou uma variação de ±1mm para as paredes 
longitudinais e de mais +4mm a +5mm para a espessura equivalente nominal quando 
comparados entre eles. A variação encontrada ficou dentro dos limites permitidos pela 
ABNT NBR 6136:2016 para todos os blocos. 
6.2 Absorção total 
A ABNT NBR 6136:16 estabelece limite máximo para absorção de água para blocos de 
concreto de 9%. A Figura 7 apesenta os resultados médios dos ensaios de absorção para 
blocos de concreto analisados. 
 
ABNT NBR6136 A B C D E F
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
18%
20%
10,00%
7,70%
10,40%
12,50%
13,10%
12,50%
11,30%
L imite Normativo e Empresas Fornecedoras
P
e
rc
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tu
a
l 
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e
 a
b
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o
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e
 á
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u
a
 
Figura 7: Absorção total de água para blocos de concreto 
Fonte: Autores 
 
Conforme resultados apresentados, apenas os blocos fornecidos pela empresa “A” 
atenderam as especificações normativas para absorção total nos blocos de concreto. A 
 
 
 
absorção total para blocos é utilizada como um indicador indireto de durabilidade e está 
relacionado com o nível de porosidade em uma amostra. Quanto menor o resultado 
obtido para porosidade em uma peça, menor a quantidade de água ela irá absorver e, 
consequentemente, maiores poderão ser as resistências mecânicas para o bloco. Assim, 
o não atendimento de limites normativos pode estar relacionado a um bloco que 
apresentará menores resistências, por esse apresentar um maior volume de vazios. 
6.3 Resistência à compressão 
A Figura 8 apresenta os resultados obtidos para resistência à compressão de blocos de 
concreto ensaiados para as seis empresas fornecedoras. 
 A ABNT NBR 6118:2016 estabelece que um bloco com função estrutural de 
Classe B deve atender uma resistência que pode variar de 4,0 MPa a 8,0 MPa. 
 
ABNT NBR6136 A B C D E F
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
4,50
5,40
3,50 3,50
6,00 5,80
6,40
Valor Normativo e Resultado para Empresas Fornecedoras
R
e
s
is
tê
n
c
ia
 à
 c
o
m
p
re
s
s
ã
o
 (
M
P
a
)
 
Figura 8: Resistência à compressão para blocos de concreto 
Fonte: Autores 
 
 As empresas A, B e C são as que apresentam maior porte na cidade de 
Uberlândia, já as empresas D, E e F menor porte quando comparada a quantidade de 
blocos produzidos/comercializados. Observa-se pelos resultados apresentados na Figura 
8, que os blocos de duas das seis empresas fornecedoras não atingiram a resistência 
mínima estabelecida pela norma para a classe do bloco ensaiado. 
 Os blocos das empresas A, D, E e F se adequam nos requisitos mínimos para 
blocos de concreto da classe B, pois estão acima do mínimo exigido por norma que é de 
4,0 MPa e abaixo de 8,0 MPa. 
 Os blocos das empresas B e C, não atingiram os requisitos mínimos exigidos por 
norma que é de 4,0 MPa, não podendo serem classificados como blocos de classe B. A 
classificação para esses blocos é de classe C, conforme requisitos para resistência 
característica à compressão apresentados na ABNT NBR 6136:2016 (Tabela 3). 
 
 
 
 Para os blocos fornecidos pelas empresas B e C, que não atingiram a resistência 
mínima para a classe a qual são comercializados, é importante observar a prescrição da 
ABNT NBR 6136:2016, que permite o uso de blocos com função estrutural classe C, 
com larguras de 140 mm e 190 mm, para edificações de até cinco pavimentos. 
 
7 Conclusão 
O bloco de concreto é um material muito utilizado na cidade de Uberlândia, por 
diversas construtoras e por muitos construtores autônomos, que buscam um material de 
qualidade que atenda as necessidades estruturais e custos. 
 A verificação dimensional das amostras obtidas apontou que todas as empresas 
forneceram blocos com variações dimensionais dentro do limite estabelecido pela 
ABNT NBR 6136:2016. 
 Com relação aos ensaios de absorção, foi constatado que grande parte das 
empresas fornecedoras não produz blocos que atendem os limites de absorção total 
estabelecidos pela ABNT NBR 6136:2016. O não atendimento desses limites está 
indiretamente relacionado à durabilidade do bloco de concreto. Outro problema 
relacionado ao alto percentual de absorção está relacionado com o aumento do peso de 
blocos quando saturados, podendo apresentar peso acima do estabelecido em projeto. 
 A análise quanto a resistência à compressão apontou que os blocos das empresas 
“B” e “C” não atingiram a resistência mínima à compressão exigida por norma, que é de 
4,0 MPa para blocos da classe B. O motivo dessa desconformidade pode estar 
relacionado a deficiência ou baixo controle de dosagem no processo de fabricação dos 
blocos. 
 O não atendimento da resistência mínima estabelecida por norma é preocupante, 
tendo em vista que blocos com função estrutural devem ser auto sustentáveis. O 
projetista considera a resistência do elemento estrutural para dimensionamento e 
capacidade de suporte para ações a qual a estrutura estará sujeita. A utilização de blocos 
com resistência abaixo do exigido pelo projeto estrutural pode causar diversas 
patologias as estruturas, podendo inclusive comprometer sua vida útil. 
 Os blocos fornecidos pelas empresas de blocos estão sendo entregues para o 
mercado e sua utilização afeta a qualidade das obras de alvenaria estrutural. O controle 
de qualidade, tanto por parte das empresas fornecedoras de blocos quanto por parte das 
construtoras na execução de estruturas em alvenaria estrutural é fundamental para que a 
vida útil de construções não seja comprometida. 
 
 
 
 
 
 
Referências 
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2013. 
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Edificações habitacionais – Desempenho Parte 1: Requisitos Gerais. Rio de 
Janeiro, 2013. 
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Alvenaria estrutural – Blocos de concreto Parte 1: Projeto. Rio de Janeiro, 2011. 
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Alvenaria estrutural – Blocos de concreto Parte 2: Execução e Controle de Obras. 
Rio de Janeiro, 2011. 
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Estrutural: Um Estudo Comparativo. Dissertação de Mestrado, Universidade 
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PINHO, S. A. C. Avaliação da racionalização da tecnologia construtiva das 
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Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Escola Politécnica, Universidade de 
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SOUZA, U. E. L. Como reduzir perdas nos canteiros: manual de gestão do 
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