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a docente: Júnia Nicolau André 1 .Sumário: Breve Historial da Política dos impostos em Moçambique Conceito de Imposto A importância do Imposto Âmbito da aplicação da Lei Fiscal As formas iniciais do imposto em Moçambique Ao abordar as formas iniciais do imposto implica falar necessariamente de alguns aspectos da ocupação colonial e da historia de Moçambique, no período anterior a independência. O Mussoco e o imposto de Palhota Uma das principais formas de manifestação do imposto em Moçambique, de modo mais ou menos elaborada, foi com o surgimento dos prazos da Zambézia, em que se utilizou o tributo tradicional pela primeira vez, a favor do ocupante. Do ponto de vista do interesse jurídico de doação ou aforamento de grandes extensões de terras, a pessoas do sexo feminino, por um período de três gerações, estas pessoas eram obrigadas a casar-se com português nascido do reino, como bem se referia a respectiva legislação. Alguns historiadores afirmam que a organização política tradicional do Zambeze, em meados do século XVII, apresentava chefias varias nas suas configurações especificas. As maiores eram governadas por um mambo (que era governador do distrito) assistido por chefe local denominado Nfumu e pelo chefe da povoação. De entre as atribuições do Npumu estava a de cobrar impostos. Nos julgamentos que subiam para o mambo, a parte condenada era obrigada a compensá-lo com roupa, gado, escravos e outros bens, conforme os crimes. Dentro de cada chefia, todos os habitantes eram obrigados ao pagamento de um imposto anual, denominado Mussoco como forma de afirmar o senhorio do “Mambo” sobre a terra. Quando o mambo ficou dentro do prazo, os seus subordinados continuaram a pagar-lhe o Mussoco e o mesmo quando ele transferia para o prazeiro, continuava a pagar-lhe taxas e a dar-lhe presentes adicionais, em sinal de lealdade e reconhecimento da sua autoridade. O conteúdo exato do Mussoco variava de prazo, de região para região, bem como o respectivo quantitativo e o montante atribuído a cada família. Os portugueses ao se estabelecerem inicialmente em Moçambique atacaram os chefes locais e substituíram-lhes na cobrança do Mussoco que passou a abranger produtos como marfim, pedras preciosas e outros. Em 1832 e 1841 foram publicados Decretos em Portugal determinando a cessação dos prazos em Moçambique. a docente: Júnia Nicolau André 2 INTERPRETAÇÃO DA LEI FISCAL Interpretação: entende-se por interpretação a determinação ou fixação do sentido e alcance da Lei, isto é, as regras que habilitem a descobrir o seu sentido. Muitas vezes a leitura das normas presta-se á sentidos vários, e há que determinar o seu conteúdo. 1. Tipos ou espécies de Interpretação Considerando que a interpretação pode ser feita por órgãos e agentes diversos, por exemplo, o próprio legislador, as autoridades administrativas, os tribunais e os próprios particulares não qualificados, nomeadamente, os contribuintes e por formas diversas (leis, sentenças, pereceres, etc) havendo de reconhecer que nem todas as interpretações têm o mesmo valor vinculativo, e deste modo podemos distinguir os seguintes tipos ou espécies de interpretações: a) Interpretação Autêntica – é feita pelo próprio legislador, por lei de nível hierárquico, igual ou superior a norma interpretada. A lei interpretada é vinculativa, ainda que esteja errada. b) Interpretação Oficial – é feita pelas autoridades administrativas, fundamentalmente é elaborada por lei de nível hierárquico inferior a norma interpretada. Esta interpretação pode vincular na ordem interna de uma certa hierarquia, mas não para além dela. c) Interpretação Judicial (dos Tribunais) – esta interpretação ou modalidade é feita pelos tribunais em determinado processo. Só tem valor vinculativo no processo em causa, embora possa persuadir pela força e exactidão dos argumentos. d) Interpretação Doutrinal – é dos juristas e particulares não qualificados, sempre a título particular. Por conseguinte, não tem força vinculativa, muito embora também, possa persuadir pelo prestígio do interprete ou pela coerência lógica da argumentação. a docente: Júnia Nicolau André 3 2. ELEMENTOS DA INTERPRETAÇÃO a) Elemento ou Interpretação Literal - qualquer interpretação há-de ter um mínimo de correspondência verbal com a letra da lei, isto é, não pode deixar de se basear no texto da lei. Portanto, esta corrente defende que as normas fiscais devem interpretar-se de acordo com o sentido literal das palavras da lei, não sendo permitida a interpretação extensiva e analógica de que, na prática, é difícil a distinção entre as diversas formas de interpretação e que não tendo o Direito Fiscal uma estrutura lógica interna forte, admitir-se a interpretação extensiva seria limitar em maior grau os direitos individuais e patrimoniais dos cidadãos. b) Elementos ou Interpretação Racional – para além interpretação literal, o intérprete deverá também considerar o elemento lógico (racional), determinado o espírito da lei, tendo em atenção a sua análise jurídica, com vista a uma interpretação racional, isto é, deve-se presumir que as palavras e expressões do texto legal foram utilizadas com sentido técnico que mais se ajusta a índole e natureza do fenómeno tributário e ao imposto ou instituto em que a norma se enquadra. Neste tipo de interpretação é frequente a utilização das seguintes certas regras e argumentos lógicos que se encontram tipificados. Argumentos por maioria de razão (“A Fortiori”): isto significa, por exemplo, que a lei que permite o mais, permite o menos, e a lei que proíbe o menos, proíbe o mais. Relações entre os meios e os fins: a lei que permite ou que proíbe o fim, permite ou proíbe os meios, que são necessariamente a ele conduzem. Argumento ao Contrários (“A Contrario Sensu”): isto significa que se a norma é limitada só a certos casos, presume-se que para os casos não abrangidos devem entender-se o contrário. Convém salientar por último que para a interpretação lógica ou racional, poderá ser decisiva a consideração do fim da lei (“ RacioJuris”), ou seja, da finalidade pretendida pelo legislador, o mesmo que dizer elemento teleológico. c) Elemento Sistemático ou interpretação sistemática – a interpretação deve ter em conta sobretudo, para além do mais, a unidade do sistema jurídico, pelo qual o sentido da fonte é determinado, não só por si mesmo, mas também pelo conjunto que não poderá comportar a docente: Júnia Nicolau André 4 contradições, legitimando-se assim a afirmação segundo a qual as leis se interpretam umas pelas outras. Isto implica que ao interpretarmos um texto, haverá que relacionar a norma interpretada com o conjunto do diploma em que está integrada, socorrendo-nos do elemento sistemático. d) Elemento Histórico ou interpretação histórica – no acto da interpretação o intérprete da lei deverá ter em conta a história da mesma, nomeadamente, as circunstâncias em que a lei elaborada. Para o efeito, o intérprete pode auxiliar-se dos seguintes documentos ou factos: Antecedentes normativos: que podem ser externos ou internos Trabalhos preparatórios: os estudos, ante-projectos, projectos, Exposição de motivos, relatórios de comissões, discussões Parlamentares, entre outros, Preâmbulo ou relatório que antecede o diploma (proémio) Circunstancialismo social: que explica o aparecimento da lei com aquele Conteúdo. O circunstancialismo social também se diz em matéria judicial “OccasioLegis) 3. Espécies de Interpretação Quanto ao Resultado a) Interpretação Declarativa – esta verifica-se quanto se chega a conclusão de que o sentidotextual da Lei se mostra conforme com o respectivo sentido racional. Por exemplo, a palavra Homem podem ser utilizada com sentido lato, isto é, qualquer ser humano masculino. Quando as palavras da lei têm mais de um sentido, permitem a distinção entre interpretação declarativa lata e a interpretação declarativa. b) Interpretação Extensiva – esta verifica-se quando o interprete chega a conclusão de que a letra da lei é mais restrita que o seu espírito, isto é, quando o legislador diz menos do que pretendia. Neste caso, o intérprete deverá procurar o “rátio” do preceito, o sentido da norma que corresponde, o sentido, cabendo embora de algum modo na letra dela, não tenha ai encontrado uma perfeita e correspondente expressão verbal. a docente: Júnia Nicolau André 5 c) Interpretação Restritiva – esta verifica-se quando o intérprete chega a conclusão de que o texto da lei vai além do seu espírito, dizendo o legislador mais do que pretendia. d) Interpretação Enunciativa – esta ocorre quando o interprete, numa perspectiva dinâmica, deduz da norma outras normas afins ou periféricas. Para o efeito, socorre-se geralmente das regras lógicas referidas na interpretação racional. e) Interpretação ab-rogante – esta se verifica quando o intérprete chega a conclusão de que a norma não tem conteúdo válido, ou seja, não tem qualquer sentido. Em princípio este tipo de interpretação é inadmissível, embora possa verificar-se em alguns casos (art.203 da Constituição) Solução a Adoptar A doutrina para a interpretação das normas fiscais vai no sentido de que se devem aplicar aí as regras gerais de interpretação, isto é, permitir a interpretação extensiva. O Direito Fiscal esta hoje modelado pelo principio da legalidade e é tão limitador dos direitos individuais como todos os outros ramos de Direitos. Por isso, deve ser permitido ao intérprete procurar o “ratio” do preceito, o sentido da norma que corresponda ao seu espírito, mesmo que tal sentido, cabendo embora alguns modos da letra dela, não tenha ai encontrado uma perfeita e correspondente expressão verbal. Exceptuam-se naturalmente, os casos em que a Lei afaste a interpretação extensiva. a docente: Júnia Nicolau André 6 APLICAÇÃO DA LEI FISCAL NO TEMPO E NO ESPAÇO INTEGRAÇÃO DE LACUNAS 1. Lacunas da Lei – são casos omissos previstos na Lei, isto, é, aqueles casos que devem ser resolvidos juridicamente, e, para os quais não se dá resposta imediata. A integração de lacunas é, pois, a actividade destinada a encontrar a solução jurídica para esses casos, isto é, norma, que lhe seja aplicada. Esta integração far-se-á nos termos do art. 10 do código Civil que diz o seguinte: Os casos que a Lei não preveja, são omissos procedam as razões justificadas da regulamentação dos casos análogos” A analogia sempre que no caso omisso procedam as razões justificadas da regulamentação do caso previsto na Lei. Na falta de caso análogo, a situação é resolvida segundo a norma que o próprio interprete criaria, se houvesse de legislar dentro do espírito do sistema” Daqui podemos concluir que as lacunas poderão ser integrantes por: Analogia Por espírito do sistema No domínio dos elementos essências do imposto, é que a analogia deve ser excluída. Nem vale o argumento de que a analogia se impõe, em nome do princípio da igualdade tributária, pois que tal principio se dirige ao legislador e não ao interprete. Quanto as restantes normas fiscais (lançamento, cobrança etc) entende-se que o recurso á analogia é lícito. Perante casos omissos, recorrer-se-á sucessivamente aos preceitos das leis fiscais que regulem casos análogos e aos princípios gerais do Direito Tributário e de outros ramos de Direito afins. a docente: Júnia Nicolau André 7 APLICAÇÃO DA LEI FISCAL NO TEMPO E NO ESPAÇO Aplicação da Lei Fiscal no Tempo A aplicação da Lei Fiscal no Tempo comporta 3 questões fundamentais a saber: a) Inicio da sua vigência b) Cessação ou termo de vigência c) Conflito de Leis fiscais no tempo ou sucessão das leis a) Inicio de Vigência – antes de tudo, a efacia jurídica de qualquer norma ou diploma, depende da sua publicação, e como sabemos, a Lei só tem força vinculativa depois de publicada no Boletim da Republica – BR (Jornal oficial). Entre a publicação e a vigência decorre o tempo em que a própria Lei fixar ou na falta de fixação, o que for determinado em legislação especial, quer dizer que no próprio diploma a vigência da Lei pode ser: 1. Expresso, são possíveis 3 hipóteses: A lei entra imediatamente em vigor Entra após certo prazo Entra em data fixada Omisso, neste caso a Lei só entra em vigor depois de decorridos o prazo “vacatiolegis” para o nosso caso, quando se verifica a omissão da data em que começa a vigência da Lei, entende-se que ela só entra em vigor decorridos 15 dias após a sua publicação. Em qualquer caso, o dia da publicação do Diploma não se conta. De facto, sucede com frequência que o BR, particularmente os Suplementos, são publicados e distribuídos muitos e até meses após a sua data. Por isso, ficou decidido que a data de publicação de uma data não é a que figura no Jornal Oficial (BR), mas sim a data em que este BR é posto a disposição do público. a docente: Júnia Nicolau André 8 b) Cessação da Vigência da Lei – o termo da vigência da Lei corresponde ao momento em que cessa o seu valor vinculativo. A Lei pode deixar de vigorar por caducidade, por revogação e por suspensão. Caducidade – as leis com existência temporária podem deixar de vigorar por caducidade, isto é, por revogação e por suspensão. Revogação – entende-se por revogação o afastamento da Lei por outra de valor hierárquico igual ou superior. Tipos de Revogação Revogação Expressa – verifica-se quando um preceito da nova Lei declara revogada a lei anterior. Revogação Tácita – verifica-se quando as normas da lei posterior são incompatíveis com as da anterior, uma vez que não podem substituir as duas na situação em que o direito perderia o seu o carácter de sistema sem contradições internas, a lei antiga cede perante a lei nova. Revogação Global – verifica-se quando a nova lei regula toda matéria da lei anterior. Suspensão – a suspensão da lei afecta a eficácia da lei, mas não a sua excelência durante algum tempo determinado ou indeterminado, a Lei deixa de ser aplicada, isto significa que uma lei suspensa pode ser reposta em vigor, naturalmente tem competência para suspender e repor a Lei, os mesmos órgãos tem competência para revogar. c) Conflitos de Leis Fiscais no Tempo – as leis sucedem-se uma as outras no tempo, nomeadamente, as leis fiscais, verificando-se até que o Direito Fiscal Moçambicano em cada um dos últimos anos, vindo a alterar significativamente. a docente: Júnia Nicolau André 9 Sabemos que a revogação tem por efeito fazer cessar total ou parcialmente a Lei antiga, e pôr em vigor a Lei nova. Está aqui consagrado o princípio da não retroatividade das leis, indispensável a estabilidade e segurança jurídica (art. 12 do Código Civil – “A Lei só dispõe para o futuro” Não esqueçamos, contudo, que a valoração de um acto é feita pela norma em vigor, no momento em que esse acto for praticado. Poderemos distinguir do Direito Fiscal 2 grandes grupos de normas que comportam diferentes no que refere a retroatividade: a) As normas que regulam os elementos essenciais do imposto, ou seja, incidência, taxa., benefícios fiscais e garantia dos contribuintes, não devem ser aplicados retroativamente. b) As normasque regulam os elementos não essenciais do imposto (os restantes) podem ser aplicadas retroativamente. Note-se que se a lei nova mandar aplicar retroactivamente normas reguladoras dos elementos essenciais do imposto poderá ser requerida a inconstitucionalidade. Do princípio da não retroactividade, como dissemos, resulta que a Lei nova só se aplica aos factos ou situações verificados após a sua entrada em vigor. 2. Aplicação da Lei Fiscal no Espaço A eficácia espacial das normas fiscais rege-se tradicionalmente pelo chamado princípio da territorialidade, entendido em sentido amplo (tradicional ou clássico) as leis tributárias apenas se aplicam aos factos ocorridos no território da ordem jurídica a que pertence, independentemente, portanto, de outras características que eventualmente possam ocorrer na situação em caso, como a nacionalidade, o domicilio ou residência do sujeito passivo. A territorialidade tem assim um vector negativo e m vector positivo. Vector Negativo – as leis estrangeiras não se aplicam no território da causa tributária, por outras palavras, os órgãos de aplicação do Direito de cada Estado, apenas aplicam as suas próprias normas tributárias, não podendo desencadear a produção de feitos previstos nas leis tributárias estrangeiras. a docente: Júnia Nicolau André 10 Vector positivo – as suas leis tributárias internas aplicam-se no território Nacional de modo generalizado, inclusivamente aos que não são Nacionais do respectivo Estado, isto, é aos estrangeiros. Tradicionalmente, o princípio da territorialidade referia-se a conexão com o território de elementos de carácter real ou objectivo dos factos tributários, como sejam o local de situação dos bens, o local de exercícios de uma actividade, o local de fonte de produção ou pagamento de um rendimento, o local do estabelecimento permanente, etc. Por conseguinte, rejeitava -se a conexão com o território de elementos de carácter pessoal ou subjectivos diversos da nacionalidade, como a sede, o domicílio ou a residência do contribuinte. A progressiva internacionalização da economia, a crescente desmaterialização dos pressupostos de facto dos impostos e a tendência para a personalização da tributação, conduziam para que a legislações modernas e as convenções internacionais elegessem como elementos relevantes de conexão com o território, os elementos subjectivos diversos da nacionalidade, ou a sede o domicilio ou a residência do contribuinte. A Lei Moçambicana contempla elementos subjectivos de conexão como o território (art.9, nº1 da Lei nº 3/87 de 19/76 – Lei das Finanças Públicas) Tendo em conta os diversos tipos de impostos, vejamos quais os elementos de conexão relevantes, que do ponto de vista do Direito Internacional Público apresentam legítimos em cada um destes tipos do impostos: a) Impostos sobre o rendimento b) Imposto sobre o consumo c) Imposto sobre o património 1. Impostos sobre o rendimento e sobre o capital – os elementos de conexão legítimos são: - A residência do beneficiário do rendimento - O local da produção do rendimento a docente: Júnia Nicolau André 11 O primeiro, conduz por via de regra, a tributação do rendimento global do contribuinte, sem ter em conta suas origens e fronteiras, ou seja, convoca o princípio da universalidade ou do rendimento mundial. O segundo, por seu turno, leva a uma tributação limitada por rendimentos produzidos no território, como ocorre em regra, no respeitante a tributação dos não residentes, implicando a aplicação do princípio da territorialidade. 2. Impostos sobre o consumo – os elementos de conexão são a origem ou o destino dos bens transacionados. A regra a este respeito é a de que os impostos sobre o consumo devem ser lançados no país de consumo revertendo assim, em benefícios dos Estados em que são consumidos, os bens sobre que incidem. Dai que no pais de origem em que o bem foi produzido, se proceda em geral a isenção com restituição ou isenção do imposto no momento da exportação. 3. Impostos sobre o património – sejam impostos sobre o património detido, sejam impostos sobre as transmissões do património, tem aplicação por via do princípio “A Lex Rei Sitae”, ou seja, a Lei do local da situação dos bens patrimoniais. Sendo legítimo do ponto de vista de Direito Internacional Público convocar diferentes elementos de conexão, relativamente ao mesmo tipo de impostos, estamos confrontados com o problema da dupla tributação. A dupla tributação configura uma situação de concurso de normas, isto é, uma situação em que o mesmo facto tributário se integra na hipótese de incidência de 2 normas tributárias diferentes, o que implica de um lado a identidade do facto tributário, e do outro, a pluralidade de normas tributárias. Como requisito da identidade do facto tributário, costuma exigir-se a chamada regra das quatro identidades, ou seja, a identidade do objecto, a identidade do sujeito, a identidade do período da tributação e a identidade do imposto.