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Da idade media a idade moderna


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Alta Idade Média
A Alta Idade Média foi o período inicial da Idade Média, que se estendeu da queda do Império Romano do Ocidente, em 476, até o enfraquecimento do feudalismo no início do século XI.
Idade Média
Lembre-se que a Idade Média esteve dividida em dois períodos:
Alta idade Média: que se estendeu do século V ao século IX
Baixa Idade Média: que se estendeu do século X ao século XV
Características da Alta Idade Média
Por volta do século V, o Império Romano do Ocidente enfrentava grave crise, a economia havia perdido parte do seu dinamismo e a atividade econômica começou a girar cada vez mais em torno da vida agrária.
A crise favoreceu a invasão do império por diversos povos, sobretudo os de origem germânica, chamados de “povos bárbaros”, pelos romanos, por serem estrangeiros e não falarem o latim.
Os germanos formaram novos reinos dentro do território romano. A partir do século IV, se formaram reinos independentes, entre eles: os vândalos (no norte da África), ostrogodos (na península Itálica), anglo-saxões (na Britânia – atual Inglaterra), visigodos (na península Ibérica) e os francos (na Europa Central – atual França).
Os francos constituíram o reino mais poderoso da Europa Ocidental na Alta Idade Média. Carlos Magno foi o mais importante rei da dinastia Carolíngia. No século VIII, foi coroado imperador pelo papa Leão III, em Roma.
A Alta Idade Média e o Feudalismo na Europa
O feudalismo, estrutura econômica social, política e cultural, baseada na posse da terra, predominou na Europa Ocidental durante a Idade Média. Foi marcado pelo predomínio da vida rural e pela ausência ou redução do comércio no continente europeu.
A sociedade feudal baseava-se na existência de dois grupos sociais – senhores e servos. O trabalho na sociedade feudal estava fundado na servidão, onde os trabalhadores viviam presos à terra e subordinados a uma série de obrigações em impostos e serviços.
O feudalismo variava de região para região e de época para época, ao longo da Idade Média.
Relações de Suserania e Vassalagem no Feudalismo
As relações de suserania e vassalagem, representadas pelo compromisso de fidelidade entre nobres e que implicava direitos e obrigações recíprocas, são aquelas que ocorriam durante o período da Idade Média (século V ao século XV) marcada pelas relações feudais, ou seja, estavam inseridas no contexto do feudalismo.
Observe que o feudalismo surgiu no século V após as invasões bárbaras e o declínio do Império Romano, sendo um sistema econômico, político e social de caráter rural, baseado na propriedade de terra, posto que os nobres que possuíam terras, eram os indivíduos de maior poder.
Na sociedade medieval, a nobreza era a classe dirigente, embora o clero (papas, bispos, cardeais, monges, abades e padres), representantes da Igreja, fosse o grupo mais abastado. Os nobres podiam ser os reis, duques, marqueses, condes, viscondes e barões.
Assim, enquanto os suseranos eram os nobres que doavam as terras (até mesmo castelos), os vassalos, protegidos por eles, representavam os nobres que recebiam as terras e em troca, cuidavam e protegiam delas ao mesmo tempo que serviam os suseranos de diversas maneiras, sobretudo, para serviços militares, com o intuito de defendê-lo em tempos de guerra.
Note que um vassalo, podia tornar-se suserano no momento em que doassem parte de suas terras a outro nobre e assim, por diante, formando uma grande rede de relações entre suseranos e vassalos.
Em resumo, as relações de suserania e vassalagem possuíam um teor cooperativo, as quais representavam um pequeno e importante sistema sócio econômico da época, ou seja, eram de ordem direta e pessoal e visavam a aliança nas relações econômicas e sociais entre os nobres.
A relação de suserania e vassalagem, em grande parte, eram de caráter hereditário (ocorriam entre membros da família) e demostravam a descentralização política da época, sendo estabelecidas diante de uma cerimônia solene (juramento) denominada “Homenagem” que selava os laços de lealdade e fidelidade entre seus elementos, e a "Investidura", que marcava a transmissão do feudo para o vassalo.
A cerimônia geralmente ocorria numa Igreja, donde os vassalos, segurando suas espadas, se ajoelhavam diante de seus suseranos lhes prometendo fidelidade total (selado com um beijo) e proteção nas guerras. Se caso, o vassalo traísse seu suserano perderia todos seus direitos, posses e títulos. Durante a cerimônia, a submissão do vassalo perante seu suserano era selada com um tapa no rosto do vassalo.
Note que a economia feudal (denominada de modo de produção) era baseada na agricultura e no pastoreio, sendo os feudos os locais onde se produziam quase tudo o que era necessário para viver. Portanto, não existia moedas (embora alguns feudos produziam moedas locais), as relações eram baseadas nas trocas e o comércio era praticamente nulo.
Feudalismo
Os feudos (da língua germânica significa “propriedade ou posse”) eram grandes propriedades de terra que possuíam uma organização econômica, política, social e cultural própria.
Assim, o feudo eram as terras concedidas de um suserano a um vassalo em troca de fidelidade e auxílio militar. Os senhores feudais representavam o poder absoluto, de forma que monopolizavam o poder político local, administravam e outorgavam as leis nos feudos.
A sociedade feudal, formada basicamente pelo clero (aqueles que oravam), nobreza (guerreiros chamados de senhores) e os servos (trabalhavam nas terras), era denominada de sociedade estamental, dividida em estamentos (camadas sociais estanques ou fixas).
Nesse sistema, as pessoas não possuíam mobilidade social, ou seja, nasceu servo, morrerá em sua condição de servo e durante sua vida, não poderá ascender outro patamar. Assim, a posição social depende de seu berço de nascimento.
Sociedade Feudal
A sociedade feudal é aquela que se desenvolveu durante o período do feudalismo, sistema que prevaleceu na Europa entre os séculos V e XV.
A sociedade feudal era essencialmente rural baseada na posse de terras (feudos) e inserida num sistema monárquico de centralização do poder. Foi marcada por uma produção autossuficiente (economia agrária e de subsistência).
Características: Resumo
A sociedade feudal se caracterizava por ser uma sociedade estamental, ou seja, uma estrutura social fixa hierarquizada a qual estava dividida em estamentos.
Os estamentos representavam os grupos sociais ou estados e, no caso do feudalismo, estava dividido em basicamente quatro instâncias:
Rei: Acima de qualquer estamento estavam os reis, que detinham o maior poder expresso numa só figura. Eram aqueles que governavam e recebiam impostos dos outros grupos sociais.
Clero: representavam a camada relacionada com o sagrado, ou seja, aqueles que rezavam e fortaleciam a religião católica (papas, bispos, cardeais, monges, abades e padres). Em suma, era a classe detentora do poder da Igreja (a mais poderosa instituição feudal) e aquela que sabia ler e escrever.
Nobreza: Além dos nobres (que incluíam os senhores feudais, donos das terras e das riquezas), nessa categoria estavam incluídos os guerreiros, ou seja, aqueles que guerreiam.
Povo: englobam os vilões, camponeses e servos (escravos), ou seja, aqueles que trabalhavam nos feudos (produção de alimentos e construções) em troca de habitação, comida e proteção.
Representação da Pirâmide Social Feudal
Nesse sistema, a mobilidade social era quase inexistente, ou seja, o nascido pertenceria ao mesmo grupo até sua morte. Em resumo, a posição social era definida pelo nascimento: nasceu servo, viverá como servo durante toda sua vida.
Além disso, a sociedade feudal esteve marcada pela relação de suserania e vassalagem, ou seja, entre o suserano e o vassalo, marcada pelo compromisso de fidelidade entre nobres e que implicava direitos e obrigações recíprocas.
Nessa relação feudal, os suseranos, donos de terras, as doavam para os vassalos, que por sua vez, estavam encarregados de cuidar, proteger e administrar as terras recebidas.Todo esse modelo estava pautado na vida nos feudos, grandes extensões de terras que possuíam uma organização econômica, política, social e cultural próprias. Vale destacar que os feudos foram a principal fonte de poder e riqueza no período do feudalismo.
No local, os senhores feudais representavam o poder máximo e absoluto, administrando e outorgando as leis, enquanto os servos trabalhavam nas terras.
A vida nos feudos era precária, sobretudo, para os escravos que trabalhavam a vida toda nas terras dos senhores, não recebiam salários e apresentavam uma qualidade e expectativa de vida inferior à dos outros grupos.
Economia Feudal
A economia feudal, inserida contexto do feudalismo, era uma economia agrária e de subsistência baseada na posse de terras (feudos).
Lembre-se que o feudalismo foi uma organização econômica, política, social e cultural e que perdurou na Europa Ocidental entre os séculos V ao XV, durante o período denominado de Idade Média.
O que eram os Feudos?
Os feudos, considerados a base econômica da economia feudal, representavam grandes extensões de terra localizadas na área rural, os quais eram comandados pelos senhores feudais.
Neles era possível encontrar o castelo fortificado, as aldeias, as terras para cultivo, os pastos e os bosques, etc. O feudo estava dividido em basicamente três partes:
Manso Senhorial: as melhores e maiores terras do feudo que pertenciam ao senhor feudal, suficientes para sustentar sua família. No entanto, os senhores não trabalhavam, sendo essa terra cultivada pelos servos ou camponeses.
Manso Servil: terra dos servos, onde cultivavam seus produtos, produzindo o necessário para a sobrevivência. Em troca, eles realizavam diversas obrigações e pagavam impostos aos senhores feudais.
Manso Comum: área comum a todos os grupos que incluía os pastos, as florestas e os bosques. Aqui, os produtos cultivados eram de uso de todos, sendo um local destinadas ao cultivo, à caça e para pastagens dos animais.
Características da Economia Feudal: Resumo
Baseada numa economia agrária e autossuficiente, ou seja, produziam tudo o que necessitavam, a economia feudal esteve dedicada ao consumo local e não às trocas comerciais.
Nesse caso, as trocas de mercadorias (ou escambo) eram realizadas através de produtos cultivados nos feudos, visto que não existia um sistema monetário (moeda).
A agricultura era a principal atividade desenvolvida no feudalismo, ainda que o artesanato fosse marcante, o qual servia para a produção de ferramentas e matérias de usos doméstico.
Vale lembrar que o sistema social desse período esteve marcado por uma sociedade estamental (dividida em estamentos) a qual não possuía mobilidade social, ou seja, nasceu servo, morrerá servo. Assim, faziam parte da estrutura feudal quatro grupos: reis, clero, nobres, servos.
Esse último grupo (servos) eram os que trabalhavam nas terras (agricultura, pecuária, nos castelos, etc.) senhoriais em troca de habitação, comida e proteção.
Eles cultivavam os produtos, cuidavam dos animais, serviam os senhores em seus castelos, seja lavar ou fazer a comida.
Além de fazerem a maior parte do trabalho que girava a economia feudal, os servos pagavam diversos tributos (ou impostos), sendo que os mais importantes eram:
Corveia: representava o cultivo das terras senhoriais que devia ser realizada pelos servos pelo menos 2 vezes por semana.
Talha: imposto em que os servos estavam obrigados a entregar cerca de metade de sua produção ao senhor feudal.
Capitação: significava o imposto pago pelos servos aos senhores feudais, relativos ao número de pessoa, ou seja, por cabeça.
Banalidade: imposto pago pela utilização dos equipamentos e instalações, ou seja, o servo pagava uma taxa ao senhor feudal para usar o moinho, o forno, etc.
A Igreja Medieval
A influência da religião em todos os aspectos da vida medieval era imensa, a fé inspirava e determinava os mínimos atos da vida cotidiana.
O homem medieval foi condicionado a crer que a igreja era a intermediária entre o indivíduo e Deus, e que a graça divina só seria alcançada através dos sacramentos.
A vida monástica e as ordens religiosas começaram a surgir na Europa a partir de 529, quando São Bento de Múrcia fundou o mosteiro no monte Cassino, na Itália e criou a ordem dos beneditinos.
O Império Bizantino
O Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla, fundada por Constantino em 330, inicialmente chamada de Nova Roma, atingiu o máximo esplendor no governo de Justiniano (527-565) e conseguiu atravessar toda a Idade Média, como um dos estados mais poderosos do Mediterrâneo.
No poder, Justiniano procurou organizar as leis do Império. Encarregou uma comissão para elaborar o Digestor, uma espécie de manual de Direito destinado aos principiantes.
Publicado em 533, esse manual reunia as leis redigidas por grandes juristas. Foram publicadas também as Institutas, com os princípios fundamentais do Direito Romano, e no ano seguinte, foi concluído o código Justiniano.
Fim da Alta Idade Média
O sistema feudal estava completo nos séculos IX e X, com a invasão dos árabes no Sul da Europa, dos vikings (normandos) no norte e dos húngaros no leste.
A partir do século XI, quando se iniciaram diversas mudanças significativas na economia feudal, é que as atividades baseadas no comércio e na vida em cidades, pouco a pouco, ganhavam impulso. Essas mudanças deram início ao período chamado de Baixa Idade Média.
Baixa Idade Média
A Baixa Idade Média foi o segundo período da Idade Média, compreendido entre os séculos XI e XV, que correspondeu à desagregação do sistema feudal e a consequente transição para o sistema capitalista.
Com a integração dos mundos romano e germânico e a formação de novos reinos europeus, a cultura medieval atingiu seu apogeu.
Características: Resumo
As principais características da Baixa Idade Média foram:
A Crise do Feudalismo
O sistema feudal, também chamado de feudalismo, tinha por base principal a exploração servil, entrou em processo de desagregação a partir do século XI.
O fim das invasões germânicas, ocorridas na Alta Idade Média, resultou em condições mais estáveis de vida e um crescimento gradativo da população e consequentemente o aumento do consumo e a necessidade de implementar a produção agrícola.
A ampliação das áreas produtivas e o desenvolvimento de técnicas agrícolas, com o uso de arado de ferro e o aperfeiçoamento dos moinhos hidráulicos, gerou um excedente de produção que passou a ser comercializada. Fato que contribuiu para a transformar as sociedades rurais europeias.
As Cruzadas
As Cruzadas foram expedições militares, organizadas pela igreja, contra o avanço dos muçulmanos e a retomada do Santo Sepulcro, em Jerusalém, como também o interesse em dominar as rotas comerciais de mercadorias orientais, controladas pelos muçulmanos e pelos bizantinos.
As cruzadas se transformaram em uma série de oito expedições à Terra Santa, realizadas entre os séculos XI e XII.
Renascimento Comercial
Na Baixa Idade Média, as rotas comerciais do Mediterrâneo, antigo caminho das cruzadas, logo se tornaram importantes e lucrativas.
As cidades italianas, Gênova e Veneza eram ponto de partida para os centros comerciais do Mediterrâneo Oriental, como Alexandria, Trípoli, Tiro, além de Constantinopla, porta de entrada para o mar Negro e parte da Europa Oriental e Ásia Ocidental.
A partir do século XI formou-se na Europa, um grande mercado consumidor de luxuosos produtos orientais, como seda, tapetes, joias e principalmente especiarias, como cravo, canela, pimenta-do-reino, gengibre, etc.
Renascimento Urbano
A vida urbana começou a ressurgir na Europa a partir do renascimento comercial, no século XI. Novas cidades se edificaram às margens dos rios, nos litorais e principalmente nas proximidades dos burgos fortificados, onde geralmente havia uma catedral, o palácio do bispo ou um castelo senhorial.
Fixar-se perto de um burgo significava, para os comerciantes, segurança e proteção contra salteadores. Nascia uma nova classe social,a burguesia, formada por artesões, mercadores, banqueiros e donos de companhias de comércio.
A medida que as cidades cresciam e as relações feudais se transformavam, um novo sistema econômico começou a despontar na Europa: o capitalismo.
Crise do Feudalismo
A crise do feudalismo ocorreu no último período da Idade Média, denominado de Baixa Idade Média (séculos XI e XV).
Alguns fatores foram necessários para que o feudalismo desaparecesse por completo, pondo fim a Idade Média e dando início a Idade Moderna.
Resumo
Baseado na posse de terras (feudos), na monarquia, na centralização do poder, na autossuficiência e numa sociedade estamental (nobreza, clero e povo), destituída de mobilidade social, o feudalismo foi um sistema que permaneceu até o século XIV na Europa.
No entanto, com as mudanças de paradigmas e com diversos acontecimentos históricos, culturais, políticos e sociais, o sistema feudal entrou em declínio a partir do século XI.
Segue abaixo as principais causas que acarretaram na crise do sistema feudal.
Crescimento Demográfico: a partir do século X, o aumento considerável do número de pessoas foi um fator decisivo para que surgisse uma nova classe social interessada sobretudo, no comércio: a burguesia. A classe burguesa, formada por artesões, mercadores, banqueiros e donos de companhias de comércio, eram habitantes das antigas cidades medievais fortificadas, denominadas de burgos.
Com isso, o poder da nobreza, dos senhores feudais e do clero também entram em declínio. Diante desse sistema, ficou difícil suprir as diversas necessidade da população (alimentação, moradia, saúde, etc.) que praticamente duplicou nos séculos seguintes.
Essa explosão demográfica gerou uma população marginal, sem emprego e sem terras. A partir do século XV o renascimento urbano e comercial propiciou o aumento e a estabilidade da população.
Revolução Burguesa: com o surgimento da burguesia, muitas pessoas fugiam dos feudos (êxodo rural) para as cidades em busca de melhores condições. O surgimento da moeda, o desenvolvimento das cidades medievais e da intensificação das atividades comerciais, foram essenciais para que o sistema feudal entrasse em declínio.
A nova classe social que surgia aspirava contra o absolutismo, almejando independência e propondo uma nova economia, baseada no sistema capitalista (burguesia mercantil). Além disso, a burguesia lutava pelo enriquecimento e pela mobilidade social, sistema desconhecido na sociedade feudal.
Peste Negra: um dos fatores que assolaram a população na Idade Média, foi a epidemia da peste negra (ou peste bubônica), que matou milhões de pessoas a partir do século XIV, ou seja, cerca de um terço da população europeia.
Entre 1346 e 1353, a falta de higiene e de condições favoráveis de vida foram determinantes para que a peste atingisse grande parte da população. Assim, a diminuição da mão de obra caiu drasticamente, revelando um pouco da crise feudal que se iniciava.
A população vivia em condições precárias de habitação e higiene, o que fez com que o vírus da peste, que se alojava nas pulgas dos ratos, se proliferasse drasticamente.
Isso implicou principalmente, na maior opressão e exploração dos poucos servos que ainda trabalhavam nos feudos, o que deixou cada vez mais a população descontente, levando a diversas revoltas camponesas, das quais se destacam a Jacquerie (1358) e a Revolta Camponesa de 1381.
As Cruzadas: Foi a partir do movimento das Cruzadas (entre os séculos XI e XIII), uma série de oito expedições de caráter religioso, econômico e militares organizadas pela Igreja, que o comércio se intensificou e o renascimento comercial surgiu na Europa.
As comercializações de produtos com o Oriente a partir da abertura do mar mediterrâneo foi um fator determinante para a queda do sistema feudal, com o aumento das rotas comerciais.
Ainda que do ponto de vista religioso elas não tenham atingido muitos objetivos, as Cruzadas favoreceram o desenvolvimento comercial, pondo fim a dominação árabe no Mar Mediterrâneo.
Renascimento: Com novas descobertas e mudanças nos âmbitos religioso, comercial, urbano, cultural, artístico e científico, surge no século XV na Itália, o Renascimento: movimento artístico, filosófico e cultural que permitiu a mudança de mentalidades na sociedade europeia.
Com ele, o antropocentrismo humanista, deu lugar ao teocentrismo que dominava a vida da população na Idade Média, junto ao poder da Igreja, a qual participava inteiramente da vida dos cidadãos. O renascimento comercial favoreceu as trocas comerciais, aumentando a economia e gerando o sistema capitalista.
Renascimento Cultural
O Renascimento Cultural foi um movimento que teve seu início na Itália no século XIV e se estendeu por toda a Europa até o século XVI.
Os artistas, escritores e pensadores renascentistas expressavam em suas obras os valores, ideais e nova visão do mundo, de uma sociedade que emergia da crise do período medieval.
Na Idade Média, grande parte da produção intelectual e artística estava ligada à Igreja. Já na Idade Moderna, a arte e o saber voltaram-se para o mundo concreto, para a humanidade e a sua capacidade de transformar o mundo.
Origem do Renascimento
Florença, a cidade italiana "Berço do Renascimento
O Renascimento teve sua origem na península Itálica, que era o centro do comércio mediterrâneo. Com a economia dinâmica e rica, os excedentes eram investidos em produção cultural.
A burguesia oriunda das camadas marginais da sociedade medieval, tornaram-se mecenas, investindo em palácios, catedrais, esculturas e pinturas, buscando aproximar seu estilo de vida ao da nobreza.
Veja também o artigo sobre o Mecenato.
A Itália, favorecida pelo grande número de obras da Antiguidade, inspirou os artistas do Renascimento. A literatura e o pensamento da Antiguidade greco-romana serviram de referência para os escritores renascentistas e contribuíram para a formação de seus valores e ideais.
Características do Renascimento: Resumo
Os renascentistas rejeitavam os valores feudais a ponto de considerar o período medieval como a "Idade das Trevas", e por isso a época obscura seria abolida por um "renascimento cultural". Assim, opunham-se ao teocentrismo, ao misticismo, ao geocentrismo e ao coletivismo.
O traço marcante do Renascimento era o racionalismo. Baseado na convicção de que tudo se podia explicar pela razão e pela observação da natureza, tentava compreender o universo de forma calculada e matemática.
O elemento central foi o humanismo, no sentido de valorizar o ser humano, considerado a obra mais perfeita de Cristo.
Daí surge o antropocentrismo renascentista, ou seja, a ideia do homem como centro das preocupações intelectuais e artísticas.
Outras características do movimento renascentista foram o naturalismo, o hedonismo e o neoplatonismo.
O naturalismo pregava a volta à natureza.
O hedonismo defendia o prazer individual como o único bem possível.
O neoplatonismo defendia uma elevação espiritual, uma aproximação com Deus através de uma interiorização em detrimento de qualquer busca material.
Renascimento Artístico
A arte do renascimento expressou as preocupações surgidas em sua época, com o desenvolvimento comercial e urbano. A dignidade, a racionalidade e a individualidade do homem eram seus principais temas.
Um grande precursor do Renascimento literário na Itália foi Dante Alighieri (1265-1321), autor da "Divina Comédia". Apesar de criticar a Igreja, sua obra ainda apresenta forte influência medieval.
A consolidação do Renascimento na Itália ocorreu basicamente no século XIV, período conhecido com Trecentro, ou seja nos anos 1300.
As primeiras manifestações da nova arte surgiram comGiotto di Bondoni(1266-1337). Suas obras representavam figuras humanas com grande naturalismo, inclusive Cristo e os Santos.
Na literatura generalizou-se a utilização do dialeto toscano, que seria matriz da língua italiana contemporânea. Mas foi Francesco Petrarca (1304-1374) o "pai do humanismo e da literatura italiana".
Foi ele o autor de "África"e "Odes a Laura", ainda expressando uma forte inspiração greco-romana e uma religiosidade medieval.
Outro grande nome do Trecentro foi Bocaccio e sua obra Decameron, com seus contos satíricos que criticavam o ascetismo medieval.
O Quattrocento (1400), segundo período do renascimento italiano, surge em Florença com o pintor Masaccio (1401-1429), um mestre da perspectiva.
Outro destaque foi Sandro Botticelli (1445-1510), que acreditava que a arte era mesmo tempo uma representação espiritual, religiosa e simbólica.
Destacou-se também o arquiteto Felippo Brunelleschi, autor da cúpula da catedral de Santa Maria del Fiore, o escultor Donatello e os pintores Paolo Uccello, Andrea Mantegna e Fra Angelico.
No terceiro período, o Cinquecento (1500), Roma passou a ser o principal centro da arte renascentista. Foi construída a basílica de São Pedro, no Vaticano, projeto do arquiteto Donato Bramante.
Na literatura, sistematizou-se o uso da língua italiana através deFrancesco Guiciardini, Torquato Tasso, Ariosto e principalmente com Nicolau Maquiavel, com sua obra "O Príncipe".
Na pintura despontaram:
Leonardo da Vinci (1452-1519), com a "Monalisa" e a "Santa Ceia";
Rafael Sanzio (1483-1520) conhecido como o "pintor das madonas";
Ticiano, o mestre da cor, que imprimiu sua marca na escola de Veneza;
Michelangelo, escultor e pintor conhecido como "o gigante do Renascimento", responsável pelos monumentais afrescos da Capela Sistina. São também dele as esculturas de "Davi", "Moisés" e a "Pietá".
Peste Negra
A população urbana cresceu até o século XIV, quando veio a peste negra, entre 1346 e 1353, que dizimou grande parte da população europeia, levando a violenta retração dos mercados consumidores e da atividade comercial. Uma recuperação da economia só iria ocorrer do século XV em diante.
Outros fatos históricos importantes que ocorreram na Baixa Idade Média foram:
A Formação das Monarquias Nacionais
A Guerra dos Cem Anos
As transformações religiosas e culturais da Baixa Idade Média.
Formação das Monarquias Nacionais
A Formação das Monarquias Nacionais ocorreu durante o período da Baixa Idade Média, entre os séculos XII e XV, nos países da Europa Ocidental, com destaque para as monarquias portuguesa, espanhola, francesa e inglesa.
Note que esse processo ocorreu de maneira similar nos países europeus, entretanto, em tempos distintos. Em Portugal teve início no século XII, com a Dinastia de Borgonha (Dinastia Afonsina), sendo mais tarde consolidada pela Dinastia de Avis.
Na Espanha ocorreu a partir da União dos reinos de Aragão e Castela, apresentando seu apogeu com a Dinastia de Habsburgo. Ambos países (Portugal e Espanha) começaram o processo de formação dos estados nacionais após a expulsão dos Mouros (muçulmanos) que habitavam a península ibérica desde o século VIII.
Na França, considerada exemplo máximo do absolutismo europeu, esse processo foi consolidado com a Dinastia Capetíngia e a Dinastia Valois; e, por fim, na Inglaterra, com a Dinastia Plantageneta e a Dinastia Tudor. Observe que tanto na Espanha, quanto na França e na Inglaterra, a formação dos estados nacionais tiveram início no século XV.
Contexto Histórico: Resumo
Com a crise do sistema feudal na Baixa Idade Média (XI e XV), o crescimento demográfico, o surgimento da burguesia e o desenvolvimento do comércio, a partir da expansão das rotas marítimas, os países europeus foram criando seus próprios modelos de centralização política, donde o rei tornou-se uma das figuras mais importantes ao lado da Igreja e da nova classe que surgia: a burguesia.
Junto a isso, os ideais mercantilistas dos quais estavam imbuídos os novos mercadores, comerciantes e profissionais burgueses, aceleraram o nascimento de um novo sistema econômico: o capitalismo. Antes de mais nada, devemos ter em conta que esse sistema que surgiu, tratava-se de um capitalismo primitivo (um pouco diferente do conceito que temos hoje dele), pautados nos ideais do lucro, monopólio comercial, protecionismo alfandegário (proteção da economia pela entrada de produtos estrangeiros), metalismo (acúmulo de metais preciosos), os quais levaram à introdução da moeda como valor de troca.
Enfim, o sistema feudal e rural (administrado pelos senhores feudais), foi substituído pelo sistema capitalista, onde o crescimento das cidades (burgos) e a intensificação do comércio e das feiras livres pela classe burguesa marcou o período que ficou conhecido como Renascimento Comercial e Urbano.
Diante disso, os senhores feudais que possuíam grande poder na Idade Média, começam a perder sua posição, donde o Rei torna-se a figura responsável por administrar a política e a economia. Esse grande poder atribuído ao Monarca foi efetivado pelo apoio recebido da nobreza e sobretudo dos burgueses, a nova classe social que enriquecia cada vez mais, com o desenvolvimento do comércio.
Desde o surgimento e organização da classe burguesa, eles lutavam pela autonomia das cidades (dominadas ainda pelos senhores feudais), movimento que ficou conhecido como Movimento Comunal, referente às Comunas, ou cidades livres, libertadas das mãos dos senhores feudais.
Foi assim que a crise do sistema feudal e medieval teria sido solucionada, ou seja, por meio da centralização política nas mãos do Monarca (Rei), donde ele, como o poder soberano, decretava as leis, arrecadava impostos bem como organizava os exércitos nacionais. Todas essas características mediante o poder centrado numa única figura soberana, o Rei, ficou conhecida como Absolutismo Monárquico.
A partir disso, foi criado os Estados Nacionais, os quais apresentavam suas fronteiras, limites dos territórios e o exército nacional (para segurança da nação). No âmbito econômico, as monarquias nacionais visavam a unificação dos padrões monetários e também um sistema de cobrança dos impostos.
Em suma, a união dos interesses políticos dos Reis e os interesses econômicos da burguesia, foram essenciais para formação das Monarquias ou Estados Nacionais, extinguindo o domínio dos senhores feudais do período medieval, dando início a Era Moderna.
Guerra dos Cem Anos
A Guerra dos Cem Anos foi uma longa e descontinuada guerra entre Inglaterra e França, que ocorreu entre 1337 e 1453, motivada por razões políticas e econômicas.
Principais Causas
A causa política da Guerra dos Cem Anos foi a disputa pelo trono francês, após a morte de Filipe IV, em 1328, que colocou fim à dinastia dos Capetíngios.
O rei da Inglaterra, Eduardo III, era neto de Filipe, o Belo, e reivindicava o direito à coroa francesa. Do ponto de vista econômico, o motivo foi a disputa pela rica região de Flandres (Holanda e Bélgica atuais).
Além de ser um rico centro comercial, Flandres possuía uma importante indústria de tecidos de lã, cuja matéria prima era importada da Inglaterra.
Como a exploração de lã para Flandres era uma importante fonte de riqueza para nobres ingleses, eles resolveram enfrentar as pretensões francesas em relação à região.
Os Primeiros Anos da Guerra
Nos primeiros anos da guerra, os ingleses, com excelente infantaria, obtiveram vitórias espetaculares. Apenas em 1429, um fato mudou o curso da guerra em favor dos franceses.
A camponesa Joana d’Arc comandou um pequeno exército enviado por Carlos VII,libertou Orleans, sitiada pelos ingleses. Seguiram-se outras vitórias até que os franceses conquistaram Reims. Carlos VII foi então coroado rei da França.
A guerra durou mais de cem anos, não foi contínua, apresentou momentos de luta, com vitórias de ambos os lados, e momentos de trégua.
O conflito foi sempre acompanhado por outras calamidades, como a fome e a peste. A fome era consequência da guerra, das prolongadas secas e das pequenas colheitas, que provocaram um aumento nos preços dos gêneros de primeira necessidade, como o trigo.
Em 1347 a peste negra, se alastrou com rapidez pela Europa, matando mais de um terço da população.
Em 1358, com a crise do feudalismo, durante a Baixa Idade Média, ocorreu na França uma revolução camponesa conhecida por jacquerie,porque os camponeses eram chamados pelos nobres de “Jacques Bonhomme”, o equivalente a caipira em português.
Dos aproximadamente 100 mil camponeses que participaram da revolução, grande parte foi massacrada pelos nobres apoiados pelo rei.
Na Inglaterra, a situação dos camponeses também era calamitosa. Esfomeados e oprimidos pelos senhores feudais, uma massa de 60 mil rebelados destruiu castelos, assassinou senhores e cobradores de impostos e marchou sobre Londres, ocupando a capital. A reação do rei e dos nobres resultou no fracasso da revolução e na execução de milhares de rebeldes.
Última Fase da Guerra
A última fase da Guerra dos Cem Anos foi marcada pelas vitórias da camponesa Joana d’Arc, que estimulou ainda mais o sentimento de nacionalidade do povo francês.
Os ingleses, planejando matá-la, prenderam a heroína francesa. Julgada por um tribunal da Igreja, foi acusada de heresia e bruxaria, acabou condenada e queimada viva em Rouen, em 1431.
A morte de Joana d’Arc estimulou ainda mais o nacionalismo dos franceses, que a partir de então, avançaram sobre os ingleses, conseguindo expressivas vitórias.
Em 1453 foi assinada a paz. Carlos VII passou a governar a França com poderes quase absolutos e acabou com as pretensões inglesas de possuir domínios na França.
Cultura Medieval
A Cultura Medieval é um conjunto de manifestações filosóficas, literárias, religiosas, científicas, que mistura fatores das culturas greco-romanas e germânicas, numa síntese permeada por aspectos cristãos.
Vale destacar que a Igreja Católica teve uma preponderância marcante durante todo o período medieval (século IV ao XV), sobretudo quando os francos e as tribos germânicas aderiram ao Cristianismo.
De tal maneira, ela detinha cerca de um terço das terras cultiváveis, o que lhe garantia um considerável poder econômico; e, além disso, a educação ficava a cargo da Igreja, donde todos os saberes eram impregnados de religiosidade, o que acabou motivando os renascentistas a denominar esse período histórico como “Idade das Trevas”.
Contexto Histórico: Resumo
O período que compreende a Idade Média abarca aproximadamente um milênio de história e começa durante os séculos IV e V, quando o Império Romano do Ocidente começa a se desestruturar e dura até os séculos XIV e XV, com a crise do feudalismo e ascensão dos estados nacionais. Contudo, foi entre os séculos XI e XIII que a “cultura medieval” atingiu seu apogeu.
Neste ínterim, a partir do século X, na Europa Ocidental tem início uma reestruturação econômica, social, política e cultural que irá culminar no Renascimento Cultural e Urbano perpetrado pela burguesia. Além disso, as peregrinações, feiras e o movimento copista dos Monastérios contribuíram para a difusão cultural durante toda a Idade Média.
Principais Características
Segue abaixo algumas das principais características do período medieval, nos campos da educação, artes e ciências.
Educação Medieval e Escolástica
De partida, vale destacar que somente uma minoria da população medieval sabia ler e escrever, posto que, via de regra, somente os filhos da nobreza estudavam. De toda forma, na maior parte do período medieval, o latim foi à língua oficial, especialmente no que tange à escrita. Sua versão oral suportava uma forma menos culta.
Outro destaque que deve ser feito é para a Instituição Escolar que se desenvolveu a partir do século XII: a Escolástica, um método pelo qual se pretendia descobrir a verdade por meio da dialética.
Esta forma de ensino se desenvolveu nos Monastérios e nas Escolas das Catedrais, principais centros de estudo e depositário da produção intelectual, até a criação das Universidades, as quais ainda estavam muito ligadas à Igreja durante todo século XII.
Por conseguinte, nestes centros de saber, valorizava-se muito os autores da Antiguidade Clássica, como Aristóteles e Platão, as quais se dedicaram Santo Tomás de Aquino e Santo Agostinho, os principais teólogos do período medieval.
Arquitetura Medieval
Na arquitetura medieval destacaram-se os estilos Romântico (Alta Idade Média), caracterizado pela austeridade e solidez e o estilo Gótico, marcado pela leveza e formas esguias.
A arquitetura medieval ficou muito conhecida pela construção de castelos, mas foram nas Igrejas e Catedrais que a arquitetura religiosa floresceu. Nesses espaços sacros, eram necessárias a retratação de cenas religiosas e moralizadoras para catequizar a população.
Absolutismo
O Absolutismo foi o sistema político e administrativo dos países europeus, durante o período conhecido como Antigo Regime (séculos XVI ao XVIII ). Em suma, o soberano centralizava todos os poderes do estado em suas mãos e os utilizava a revelia de toda sociedade.
De partida, podemos localizar a formação do absolutismo durante a constituição e fortalecimento das monarquias nacionais, quando a Idade Média tem seu fim (séculos XIV e XV) diante da centralização política em ascensão.
Para todos os efeitos, os monarcas obtiveram o apoio da nobreza e da burguesia mediante a padronização das políticas fiscais e monetárias, ao mesmo tempo em que protegeria as propriedades das revoltas camponesas que ameaçavam a nobreza e o clero.
Os reis detinham o monopólio da violência para reprimir qualquer pessoa ou movimento social que contrariasse a vontade da realeza.
Os principais reinos absolutistas foram Espanha, França e Inglaterra: na Espanha, a unificação política ocorrera em 1469 por meio do casamento do rei Fernando de Aragão e a rainha Isabel de Castela.
Na França, durante a dinastia Valois (século XVI), consolidou-se o poder absolutista, o qual atinge seu ápice com o rei Luís XIV, o "Rei Sol" (1643 e 1715).
Já na Inglaterra, o absolutismo de Henrique VIII (1509), também foi apoiado pela burguesia, a qual consentiu no fortalecimento dos poderes monárquicos em detrimento do poder parlamentar.
Todavia, com a difusão dos valores iluministas bem como pela Revolução Francesa, os valores que sustentavam o período conhecido como o “Antigo Regime” ruíram derrubando todo aquele sistema.
Teorias do Absolutismo
O principal teórico do absolutismo fora Nicolau Maquiavel (1469-1527), defensor do Estado e dos soberanos, os quais deveriam lançar mãos de todos os meios para garantir a o sucesso e a continuidade do seu poder.
Outro a favorecer o regime em seus estudos foi Jean Bodin (1530-1596), onde associava o Estado à própria célula familiar, donde o poder real seria ilimitado, tal qual ao chefe de família.
Thomas Hobbes (1588-1679), descreve que, para fugir da guerra e do estado de barbárie, os homens uniram-se num contrato social e atribuíram poderes a um soberano para protegê-los.
Houveram também aqueles que, como Jacques-Bénigne Bossuet (1627-1704), defenderam o absolutismo a partir, do "direito divino dos reis".
Economia Durante o Absolutismo
O mesmo processo de centralização administrativa e financeira que extinguiu os exércitos mercenários, estabeleceu uma burocracia civil capaz de auxiliar o Estado na implementação de padrões monetários e fiscais para regulamentar e permitir a ampliação das atividades comerciais, ao mesmo tempo em que viabilizaria uma situação mais segura para o deslocamentos comerciais.
Outro ponto a se notar é que os negociantes, ao financiar a centralização da monarquia, obtiveram participações consideráveis nos negócios do Estado.
Enquanto regime, podemos dizer que prevaleceu por todo período o Mercantilismo, que por sua vez esta pautado no Metalismo, Industrialização, Protecionismo Alfandegário, Pacto Colonial e Balança Comercial Favorável.
Transição do Feudalismo para o Capitalismo
A transição de feudalismo para o capitalismo ocorreu no século XV na Europa. Esse momento marcou o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.
O que foi o Feudalismo?
Lembre-se que o feudalismo foi um modelo econômico, político, social e cultural baseada na posse da terra (feudos) que vigorou na Europa Ocidental a partir do século V. A sociedade feudal era estamental marcada pela imobilidade social.
Nesse período,a Igreja Católica era uma instituição muito poderosa, a qual regia a vida das pessoas. Com o passar do tempo, ela foi perdendo seus fiéis, sobretudo pelas novas descobertas que foram ocorrendo no campo da ciência.
Veja o artigo: Crise do Feudalismo.
O que é Capitalismo?
O capitalismo é um sistema econômico baseado na posse te terra e de bens. Ele surge no século XV, com a crise do feudalismo e segue até os dias atuais. Claro que o capitalismo que surge nesse momento, é bem diferente do qual temos hoje em dia. Para elucidar, veja abaixo as três fases que passou o capitalismo:
Capitalismo Comercial ou Mercantil (pré-capitalismo) – do século XV ao XVIII
Capitalismo Industrial ou Industrialismo – séculos XVIII e XIX
Capitalismo Financeiro ou Monopolista –século XX e XXI
Resumo
Diversas mudanças nos campos social, cultural, econômico, político foram marcando uma nova fase na Europa, as quais resultaram na crise do sistema feudal que esteve baseado numa economia agrária e de subsistência, dando início ao pré-capitalismo ou “capitalismo comercial”.
Essa primeira fase do capitalismo vigorou do século XV ao XVIII e foi determinada pelosistema mercantilista (por isso, é também chamada de "Capitalismo Mercantil") que visava o acúmulo de riquezas e de capital, e ainda, a comercialização de bens com vistas a aumentar o lucro.
Muitos fatores contribuíram para essa transição, por exemplo, o surgimento de uma nova classe social, a burguesia. Os burgueses foram contribuindo para o aumento e aceleração da economia mercantil através do surgimento da moeda.
Sendo assim, o escambo que antes era praticado no sistema feudal, foi perdendo lugar para um novo modelo econômico baseado no comércio.
Nessa fase, o Renascimento, movimento artístico e cultural que teve início na Itália, foi inserindo uma nova visão do lugar do homem no mundo, vinculado ao humanismo, que por sua vez, estava inspirado no antropocentrismo (homem no centro do mundo).
Além disso, o cientificismo a partir de diversas descobertas e invenções, foi primordial para que a Igreja enfraquecesse seu poder, que no sistema feudal era indiscutível, e que aos poucos, foi perdendo muitos fiéis.
Um exemplo significativo foi o sistema heliocêntrico (Sol no centro do universo), proposto por Copérnico, em detrimento do sistema geocêntrico (Terra no centro do Universo), disseminado pela Igreja.
Nessa fase, o crescimento das cidades fortaleceu ainda mais o comércio (Renascimento comercial e urbano), donde as feiras livres se tornaram essenciais para que terminasse definitivamente o sistema feudal do medievo.
As grandes navegações demostraram essa nova postura do homem moderno, com a exploração de novas terras no continente americano, resultando ainda mais na expansão do comércio.
Fases do Capitalismo
O Capitalismo é um sistema econômico que está dividido em três fases:
Capitalismo Comercial ou Mercantil (pré-capitalismo) – do século XV ao XVIII
Capitalismo Industrial ou Industrialismo – séculos XVIII e XIX
Capitalismo Financeiro ou Monopolista – a partir do século XX
Características do Capitalismo
Segue abaixo as principais características do Capitalismo:
Propriedade privada
Controle estatal da economia
Lucro
Relações de poder
Trabalho assalariado
Resumo
O sistema capitalista teve início no século XV, com a decadência do sistema feudal. Vale lembrar que o feudalismo foi uma organização econômica, política, social e cultural baseada na posse da terra, que dominou a Europa na Idade Média (V ao século XV) após a crise do império romano.
Uma das principais características do sistema feudal era a sociedade estamental, ou seja, dividida em estamentos (camadas sociais estanques) e destituída de mobilidade social. Nesse sentido, os dois grandes grupos sociais existentes eram basicamente os senhores feudais e os servos. Acima dos senhores feudais estavam os Reis e a Igreja.
O senhor feudal administrava os feudos possuindo o poder político local, e portanto, tendo total autonomia sobre as terras, enquanto os servos trabalhavam nos feudos (grandes extensões de terra).
A produção feudal era autossuficiente posto que se destinava ao consumo local de seus habitantes e não às trocas comerciais. Observe que a economia feudal era baseada nas trocas de produtos e por isso, não existiam moedas de circulação.
A decadência do sistema feudal ocorreu por diversos motivos:
expansões ultramarinas do século XV
crescimento das cidades
aumento da população
surgimento das feiras livres
desenvolvimento do comércio
surgimento de uma nova classe social (a burguesia)
Esses fatores levaram a aparição da moeda como valor de troca e, consequentemente, ao surgimento do sistema capitalista. Essa mudança representou o fim da Idade Média e início da Idade Moderna.
A aliança entre os reis e da burguesia mercantil foram essenciais para a decadência do sistema feudal, os quais foram assumindo o controle estatal da economia nacional, com o intuito de fortalecer ainda mais o poder central e obter os recursos necessários para expandir o comércio.
Capitalismo Comercial ou Mercantil
De tal modo, o controle estatal da economia tornou-se a base do mercantilismo, o qual esteve baseado nas trocas comerciais com a finalidade de enriquecimento.
Assim, nessa fase inicial, o capitalismo era considerado um pré-capitalismo baseado no sistema mercantilista. No capitalismo mercantil surge a moeda e além do controle estatal da economia, as principais características do mercantilismo eram:
o monopólio comercial
o metalismo (acúmulo de metais preciosos)
o protecionismo (surgimento de barreiras alfandegárias)
a balança comercial favorável (exportar mais do que importar: superávit).
Capitalismo Industrial ou Industrialismo
Com a Revolução Industrial do século XVIII, o surgimento da máquina movida à vapor e a expansão das indústrias, o capitalismo atinge uma nova fase, chamada de Capitalismo Industrial ou Industrialismo.
As alterações dos sistemas de produção estiveram marcadas pela substituição de produtos manufaturados para os industrializados, os quais foram tomando conta do cenário mundial por meio do desenvolvimento do sistema fabril de produção e da explosão demográfica nos grandes centros urbanos (urbanização).
Em outras palavras, o trabalho manual é, nesse momento, realizado em grandes escalas de produção donde as máquinas substituem a força do homem.
Essa fase que durou até o século XIX estava baseada no liberalismo econômico (o mercado e a livre concorrência sem intervenção do Estado economia) e teve como principais características:
A expansão e o desenvolvimento dos transportes
O aumento da produtividade
Diminuição nos preços das mercadorias
A ampliação da classe operária
Ampliação das relações internacionais
O surgimento do Imperialismo e da Globalização
O excedente de produção
A aceleração do sistema fabril
Saturação dos mercados
Acumulação de capital gerada pelos excedentes na Indústria
Note que a aceleração dos processos industriais trouxe diversos problemas à população, desde condições precárias de trabalho, com as intensas horas de trabalho, os baixos salários e o aumento do desemprego, o que mais tarde levaria à Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Capitalismo Financeiro ou Monopolista
Já a terceira fase do capitalismo, denominada de Capitalismo Financeiro ou Monopolista, surge no século XX, mais precisamente após a Segunda Guerra Mundial(1939-1945), com a expansão da globalização e o advento da segunda revolução industrial.
Além das Indústrias que dominaram o cenário do capitalismo industrial, nesse momento, o sistema está fundamentado nas leis dos bancos, das empresas multinacionais e das grandes corporações por meio do monopólio financeiro.
Sendo assim, as principais características do capitalismo monopolista, que vigora até os dias atuais são:
O monopólio e oligopólio comercial
Expansão da Globalização e do Imperialismo
Expansão das novas tecnologias e das fontes de energia
Acelerada urbanização e aumento do mercado consumidor
Aumentoda concorrência internacional
A expansão das empresas transnacionais ou multinacionais (empresas globais)
A especulação financeira e economia de mercado
Investimento em ações empresariais
Fusão entre capital bancário e capital industrial
Alguns estudiosos acreditam que o capitalismo já entrou numa quarta fase com a expansão das tecnologias de informação denominada de Capitalismo Informacional ou Cognitivo.
Idade Moderna
A Idade Moderna é o momento da história do século XV até XVIII e que está localizado temporalmente entre a Idade Média e a Idade Contemporânea. Podemos afirmar seguramente que esse período foi considerado de intensas mudanças e caracterizou-se por uma fase de grandes transformações, revoluções e mudanças na mentalidade ocidental, mudanças essas de ordem econômica, científica, social e religiosa, que balizaram o sistema capitalista.
Não obstante, as divergências conceituais quanto à origem e evolução daquele sistema (o capitalista), os historiadores apontam a conquista turca de Constantinopla ou a viagem de Vasco da Gama às Índias; ou ainda, a viagem de Cristóvão Colombo às Américas como o marco dessa era. De outra forma, poucos contestam o final desse período como sendo o dia 14 de julho de 1789, com o advento da Revolução Francesa. De todo modo, a Idade Moderna representa a época quando encurtaram-se as distâncias, após os europeus se lançarem por mares nunca antes navegados, explorando e desvendando a natureza.
Dessa forma, destacam-se os principais acontecimentos da Idade Moderna, a saber:
As Grandes Navegações
O Renascimento
A Reforma Religiosa
O Absolutismo
O Iluminismo
Revolução Francesa
Economia na Idade Moderna
Após o desenvolvimento comercial a partir do século XV, o aumento da população, o crescimento das cidades e desenvolvimento das manufaturas, foi natural a superação da Idade Média. Assim, foi se estruturando um sistema comercial que está no cerne do Capitalismo, a saber, o Mercantilismo, o qual obrigava todas as colônias no ultramar ao exclusivo comercial, um rígido sistema de monopólio, estruturado principalmente pela obrigatoriedade das rotas comerciais e de acordo comerciais passarem pela metrópole; essa expansão marítima irá, de fato, restabelecer os alicerces econômicos da Europa.
A rigor, os mecanismos econômicos mais usuais foram a prática do "Metalismo", onde a avaliação da riqueza de um reino baseada na quantidade de metais preciosos que este detinha; os "Pactos Coloniais", que determinavam as relações entre a metrópole e a colônia; os "Monopólios Comerciais", segundo os quais o rei definia os seus privilegiados e suas áreas e a Política de "Balanças Comerciais Favoráveis", segundo a qual era preciso exportar mais do que importar.
Política na Idade Moderna
Em termos políticos, devemos ressaltar que Absolutismo era forma de governo estabelecida, segundo a qual as palavras do Rei valiam enquanto lei e sua vontade e desejo eram uma ordem. Sem espanto, essa forma de dominação era fundamentada pelas teorias de "predestinação divina", que apontavam o rei como eleito de Deus e textos laicos, como o de Nicolau Maquiavel, autor de “O Príncipe”, obra onde, grosso modo, demonstra formas de governo aos príncipes para que eles pudessem manterem-se soberanos no seu respectivos reinos.
Por fim, vale lembrar que em aproximadamente quatro séculos, os monarcas europeus observaram seu poder ruir por meio de várias revoluções liberais, até que a Revolução Francesa inicia o processo que derrubará definitivamente o Antigo Regime.
Sociedade na Idade Moderna
No tocante à Sociedade, esse foi um período caracterizado por significativas transformações e avanços tecnológicos que possibilitaram a globalização iniciada na Idade Moderna. Como exemplo, podemos citar as "Grandes Navegações", a qual possibilitou graças a descobertas e avanços já referidos, tal como a invenção do astrolábio e da bússola, de barcos mais resistentes para viagens marítimas e, mais adiante, do advento das máquinas à vapor; transformações essas que possibilitaram um intenso acúmulo de capitais que permitiram ao continente europeu lançar-se na frente pela conquista.
Vale citar ainda que, o século XVIII também ficou marcado como sendo o ápice do espírito investigativo dos cientistas e filósofos iluministas, os quais, para além de inventar diversas máquinas, criarão muitas teorias sociais e científicas.
Além do "Iluminismo", a "Reforma Religiosa", liderada por Martinho Lutero, também fora uma grande revolução social, dando um duro golpe contra igreja católica, a qual reagiu com a Contrarreforma, um movimento para debelar o progresso da reforma religiosa.
Destarte, temos que destacar que os movimentos sociais como o Renascimento comercial e artístico, o Iluminismo e a Reforma Protestante mudaram o imaginário social daquele período e suas transformações são sentidas até os dias de hoje.
Reforma Protestante
Reforma Protestante foi a grande transformação religiosa da época moderna, rompeu a unidade do cristianismo no Ocidente e alterou de forma radical a estrutura eclesiástica.
Em cada região assumiu características diferentes: no Sacro Império teve a liderança de Martinho Lutero; na França e na Holanda os princípios de Lutero foram ampliados por Calvino; na Inglaterra, conflitos entre o rei e a Igreja deram origem ao anglicanismo.
Origem da Reforma Protestante
O processo de centralização monárquica que dominava a Europa desde o final da Idade Média, tornou tensa as relações entre reis e igreja, até então a centralizadora do domínio espiritual sobre a população e do poder político-administrativo sobre os reinos.
A Igreja - possuidora de grandes extensões de terra - recebia tributos feudais controlados em Roma, pelo papa. Com o fortalecimento do Estado Nacional Absolutista, essa prática passou a ser questionada pelos monarcas.
Os camponeses também estavam descontentes com a Igreja. Na Alemanha os mosteiros e bispados possuíam imensas propriedades, os bispos e os abades viviam às custas dos trabalhadores da cidade e dos campos.
A Igreja condenava as práticas capitalistas nascentes, entre elas a "usura"- a cobrança de juros por empréstimos, consideradas pecado, e defendia a comercialização sem direito a lucro o "justo preço", reduzindo o poder de investimento da burguesia mercantil e manufatureira.
Tomismo e Teologia Agostiniana
Dentro da própria Igreja dois sistemas teológicos, o tomismo, e o da teologia agostiniana, se defrontavam. Mas, a desmoralização do clero, que apesar de condenar a usura e desconfiar do lucro, veio com a prática do comércio de bens eclesiásticos.
Faziam uso da autoridade para obter privilégios, desrespeitavam o celibato clerical e a venda de cargos na Igreja era uma prática comum desde o fim da Idade Média. O maior escândalo foi a venda de indulgências, isto é, o perdão dos pecados em troca de pagamentos a religiosos.
A Reforma de Lutero
A Reforma Protestante foi iniciada por Martinho Lutero (1483-1546), monge agostiniano alemão, e professor da Universidade de Wittenberg. Crítico, negava algumas práticas comuns apregoadas pela Igreja.
Em 1517, revoltado com a venda de indulgências, realizada pelo dominicano João Tetzel, escreveu em documento com as 95 teses que radicalizava suas críticas à Igreja e ao próprio papa.
Em 1520 o para Leão X redigiu uma bula condenando Lutero e exigindo sua retratação. Lutero queimou a bula em público o que agravou a situação.
Em 1521 o imperador Carlos V convocou uma assembleia "Dieta de Worms", na qual o monge foi considerado herege. Acolhido por parte da nobreza, refugiou-se no castelo deWartburg, onde dedicou-se à tradução da Bíblia do latim para o alemão, e a desenvolver os princípios da nova religião.
Em 1530, a Confissão de Augsburgo, escrita por Melanchthon, discípulo de Lutero, fundamentou a doutrina Luterana. Seguiram-se guerras religiosas que só foram concluídas em 1555, pela "Paz de Augsburgo", que determinou o princípio de que cada governante dentro do Sacro Império poderia escolher sua religião e a de seussúditos.
Calvinismo
A revolta de Lutero se espalhou pelo continente europeu, suas ideias foram reformuladas por alguns de seus seguidores, particularmente pelo francês João Calvino (1509-1564) pertencente a burguesia e influenciado pelo Humanismo e pelas teses luteranas, converteu-se em ardente defensor das novas ideias.
Escreveu a "Instituição da religião cristã", que veio a ser o catecismo dos calvinistas. Perseguido, refugiou-se em Genebra, na Suíça, onde a Reforma havia sido adotada. Dinamizou o movimento reformista através de novos princípios, completando e ampliando a doutrina luterana.
Nada de imagens nas igrejas nem sacerdotes paramentados. A Bíblia era a base da religião, não sendo necessária sequer a existência de um clero regular. Para Calvino a salvação não dependia dos fieis e sim de Deus, que escolhe as pessoas que deverão ser salvas (doutrina da predestinação).
O calvinismo expandiu-se rapidamente por toda a Europa, mais do que o luteranismo. Atingiu os Países Baixos e a Dinamarca, além da Escócia, cujos seguidores foram chamados de presbiterianos, da França foram os huguenotes e da Inglaterra os puritanos.
Contrarreforma
A Contrarreforma foi o movimento que surgiu na Europa em consequência da expansão do protestantismo. Em 1534, foi fundada por Inácio de Loyola, ex-soldado espanhol da religião basca, uma ordem religiosa denominada Companhia de Jesus.
Organizada em rígido modelo militar, a Companhia formava seus membros, os jesuítas, como "soldados de Cristo", que gozavam da confiança do papa e buscavam combater o protestantismo por meio do ensino e expansão da fé católica.
Decidiu-se a reativação do Santo Ofício, criado durante o século XIII, responsável pelo Tribunal da Inquisição, que condenou à tortura e à morte aqueles que se desviavam do dogma da Igreja.
Em 1545 e 1563, realizou-se o Concílio de Trento, com representantes da Igreja católica de toda a Europa. Dele surgiu uma Igreja reformada. Foi criado ainda o Index, lista de livros proibidos pela Igreja, incluindo livros científicos (de Galileu, Giordano Bruno, entre outros).
A Contrarreforma não destruiu o protestantismo mas limitou sua expansão. Seu sucesso encontra-se na América Latina, local de maior concentração de católicos no mundo.
Iluminismo
O “Iluminismo” foi um movimento intelectual europeu surgido na França no século XVII, mas espalhou-se rapidamente pela Europa e América durante o século XVIII que busca evidenciar uma oposição aquele período que precede, ou seja, a Idade Media, também conhecida como "Idade das Trevas".
Resumo
É notória a fé atribuída pelos iluministas ao poder da razão, com a qual acreditavam poder reestruturar a sociedade, ainda presa ao conhecimento herdado da tradição medieval.
Por meio da união de diversas tradições filosóficas, sociais, políticas e escolas de pensamento, os pensadores iluministas buscaram estender a noção crítica a todos os campos do saber humano, e enfatizando a defesa do conhecimento racional enquanto meio para a desconstruir preconceitos e ideologias habituais, as quais seriam superadas pelas ideias de progresso e perfectibilidade humana.
Assim, em suas críticas, os pensadores iluministas argumentavam contra as determinações mercantilistas e religiosas, tal qual foram avessos ao absolutismo e dos privilégios dados a nobreza e ao clero, abalando assim os alicerces da estrutura política e social absolutista.
Não obstante, criaram um compêndio dividido em 35 volumes, resumido todo o conhecimento produzido à luz da razão: a Enciclopédia (1751-1780).
Vale destacar que suas ideias se difundiram principalmente entre os burgueses, os quais detinham a maior parte do poder econômico, entretanto, não possuíam nada equivalente em poder político, ficando sempre à margem das decisões.
As ideias iluministas se difundiram a tal ponto, que muitos governantes buscaram implantar medidas embasadas no iluminismo para modernizar seus respectivos Estados, todavia, sem abdicar de seu poder absoluto, mas apenas conciliando-o, na medida do possível, aos interesses populares. Sem espanto, aqueles governantes foram denominados Déspotas Esclarecidos.
Os ideais iluministas tiveram serias implicações sociopolíticas, como o fim docolonialismo e do absolutismo e do liberalismo econômico, bem como expandiram a liberdade religiosa, culminando em movimentos como a Revolução Francesa (1789).
No Brasil, foram responsáveis pela Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração Fluminense (1794), a Revolta dos Alfaiates na Bahia (1798) e a Revolução Pernambucana (1817).
Principais Pensadores Iluministas
Segue abaixo os principais filósofos iluministas:
Montesquieu (1689-1755)
Voltaire (1694-1778)
Diderot (1713-1784)
D’Alembert (1717-1783)
Rousseau (1712-1778)
John Locke (1632-1704)
Adam Smith (1723-1790)
Principais Oposições do Iluminismo
Mercantilismo versus liberdade econômica.
Absolutismo monárquico versus predomínio da burguesia e seus ideais.
Poder da igreja e as verdades reveladas pela fé versus Antropocentrismo, ou seja, o avanço da ciência e da razão.
Revolução Francesa
A Revolução Francesa, iniciada no dia 17 de junho de 1789, foi um movimento iniciado pela burguesia interessada no atendimento de suas aspirações econômicas e sociais. Contou com a importante participação dos camponeses e das massas urbanas que viviam na miséria.
Em 14 de julho de 1789 a massa urbana de Paris tomou a Bastilha - prisão política, símbolo do autoritarismo e das arbitrariedades cometidas pelo governo. A destruição da Bastilha foi o marco da explosão popular.
Resumo
No final do século XVIII a França era um país agrário, com a maior parte da população vivendo no campo, e com uma produção agrícola estruturada no modelo feudal. Era preciso acabar com o poder absoluto do rei Luís XVI - cujo reinado teria arruinado a economia francesa, enquanto a Inglaterra, sua rival, desenvolvia o processo de Revolução Industrial.
Causas
A burguesia francesa, preocupada em desenvolver a indústria no país, tinha como objetivo destruir as barreiras que impediam o avanço do capitalismo, através de leis que restringiam a liberdade de comércio internacional. Enfim, era preciso que se instalasse na França o liberalismo econômico.
A burguesia exigia também a garantia de seus direitos, numa sociedade onde, apesar de sustentarem o Estado e de ser a classe social economicamente dominante, sua posição política e jurídica era limitada em relação aos privilégios do clero e da nobreza, que estavam livres de pagar impostos.
 Iluminismo
O pensamento iluminista que tinha surgido na França, e que se propagou entre os burgueses, propulsionou o início da Revolução Francesa ao passo que esse movimento intelectual destinava duras críticas às práticas econômicas mercantilistas, ao absolutismo, bem como às determinações religiosas, especialmente no que respeitava aos privilégios concedidos ao clero.
Crise Econômica e Política
A crítica situação econômica, às vésperas da revolução de 1789, exigia reformas urgentes e gerava uma grave crise política. Ocorreu uma onda de falências, acompanhada de desempregos e queda de salários, arruinando o comércio nacional. As crises econômicas se juntaram às políticas, com demissão de ministros que haviam convocado a nobreza e o clero para contribuírem no pagamento de impostos.
Pressionado pela crise, Luís XVI convoca os Estados Gerais, uma assembleia formada pelas três divisões da sociedade francesa: o Primeiro Estado - composto pelo clero; o Segundo Estado - formado pela nobreza e o Terceiro Estado - composto por todos aqueles que não pertenciam ao Primeiro nem ao Segundo Estado, no qual se destacava a burguesia.
Reunidos no Palácio de Versalhes, o Terceiro Estado se declara representante da nação, formando a Assembleia Nacional Constituinte e jurando permanecer reunidos até que ficasse pronta a Constituição.
Assembleia Nacional Constituinte
No dia 26 de agosto de 1789 foi aprovada pela Assembleia a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que assegurava os princípios daliberdade, da igualdade, da fraternidade (“Liberté, égalité, fraternité” - lema da Revolução), além do direito à propriedade.
A recusa de Luís XVI em aprovar a Declaração provoca novas manifestações populares. Os bens do clero foram confiscados. Muitos padres e nobres fugiram para outros países. A instabilidade na França era quase total.
A Constituição ficou pronta em setembro de 1791. O estado era declarado monarquia constitucional. O poder executivo caberia ao rei, limitado pelo legislativo, constituído pela Assembleia.
Os deputados teriam mandato de dois anos. O voto não teria caráter universal: só seria eleitor quem tivesse uma renda mínima. Foram suprimidos os privilégios e as antigas ordens sociais. Foram confirmadas a abolição da servidão e a nacionalização dos bens eclesiásticos. Foi mantida a escravidão nas colônias.
O Terror
Internamente, a crise começava a provocar divisão entre os próprios revolucionários. Os girondinos - representantes da alta burguesia, defendiam posições moderadas. Havia diversos outros grupos mas, o mais importante era o dos jacobinos - representantes da média e da pequena burguesia, constituía o partido mais radical, sob a liderança de Robespierre.
Foi assim instalada a ditadura jacobina. Nessa altura, foram ordenadas as mortes de várias pessoas que eram contra a revolução na guilhotina, que era usada diversas vezes ao dia num ato público.
O próprio rei Luís XVI foi morto desta forma em 1793. Meses depois a rainha Maria Antonieta também foi guilhotina. Essa fase, entre 1793 e 1794, é conhecida como “O Terror”.
A Lei dos Suspeitos aprovava a prisão e a morte cruel dos anti revolucionários. Nessa mesma altura, as igrejas eram encerradas. Além da guilhotina, suspeitos eram afogados no Rio Loire.
Ao passo que para os ditadores, sem limites, essas execuções decorriam de uma forma justa de acabar com os inimigos, essa atitude causava terror na população francesa que se voltou contra Robespierre e o acusou de tirania. Nessa sequência, após ser detido também Robespierre foi executado na ocasião que ficou conhecida como “Golpe do 9 Termidor”, em 1794.
Consequências
Em dez anos, de 1789 a 1799, a França passou por profundas modificações políticas, sociais, e econômicas. A aristocracia do Antigo Regime perdeu seus privilégios, libertando os camponeses do antigos laços que os prendiam aos nobres e ao clero.
Desapareceram as amarras feudais que limitavam as atividades da burguesia, e criou-se um mercado de dimensão nacional.
A Revolução Francesa foi a alavanca que levou a França do estágio feudal para o capitalista, e isso só foi possível a partir das mudanças sociais e políticas, uma herança deixada para várias nações do mundo.
Em 1799 a alta burguesia aliou-se a Napoleão Bonaparte, que foi convidado a fazer parte do governo e recuperar a ordem e a estabilidade do país, proteger a riqueza da burguesia e salvá-los das manifestações populares.
Por volta de 1803 têm início as Guerras Napoleônicas, conflitos revolucionários imbuídos dos ideais da Revolução Francesa que teve como protagonista Napoleão Bonaparte. Foi uma das guerras mais importantes da história.
Revolução Industrial Inglesa
A Revolução Industrial Inglesa teve início em consequência de uma série de fatores econômicos, sociais e políticos que ocorreram na Inglaterra, na segunda metade doséculo XVIII.
Causas da Revolução Industrial Inglesa
A Inglaterra era um país unificado com uma situação política relativamente estável, livre de tarifas alfandegárias e com sistema de seguro e infra estrutura bancária bem estabelecidos.
No século XVIII tornou-se uma potência econômica internacional dominante e acumulou grandes somas de capital. Além disso, o grande número de portos naturais e rios navegáveis, muitos ligados por novos canais significava que o consumo interno e o internacional estavam facilmente interligados.
A existência de mão de obra abundante e barata foi também importante para o desenvolvimento da indústria. Desde o início do século XVIII, com a melhoria da produção agrícola, houve uma queda nas taxas de mortalidade.
Ao mesmo tempo grande contingente populacional estava sendo expulso do campo, pela apropriação das terras por poderosos proprietários rurais, e migravam para a cidade.
A burguesia inglesa pode contar ainda com o crescente império colonial. Na segunda metade do século XVIII, depois de vencer os franceses, a Inglaterra passou a ter a hegemonia naval. Por essa época as atividades comerciais comandavam o ritmo da produção.
Consequências da Revolução Industrial na Inglaterra
Manufatura e Indústria
Na Inglaterra, no início do século XVIII, coexistiam diversas formas de trabalho industrial. As corporações, que realizavam um trabalho artesanal, já em fase de extinção.
A indústria rural ou doméstica, que funcionava na zona rural, onde as famílias camponesas fiavam, teciam e tingiam, inicialmente para as necessidades da família, produzindo tecidos de lã com rocas e teares de madeira.
Com o crescimento do comércio, passaram a produzir para o mercado, surgindo o fornecedor de matéria prima que recebia o produto acabado para ser comercializado.
E também as manufaturas de fiação e tecelagem de algodão, que embora não possuíssem máquinas, assemelhavam-se às fábricas, reunindo operários em um só local, produzindo com certa divisão de trabalho.
Máquinas e Fábricas
Na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, diversos inventos revolucionaram a produção. O primeiro ramo da indústria a ser mecanizado foi o da fiação e tecelagem de algodão. Em 1767, o inventor inglês, James Hargreaves criou a máquina de fiar, construída em madeira, usada pela indústria rural e doméstica.
Em 1769, Richard Arkwright criou o tear hidráulico, depois aperfeiçoado e usado na indústria têxtil. Nesse mesmo ano, James Watt cria a máquina a vapor.
A nova energia passou a ser utilizada nas máquinas de fiar e tecer. Foi na fabricação de tecidos que ocorreram os mais importantes avanços técnicos no início da industrialização.
Em 1779 Samuel Cropton aprimorou o tear hidráulico e em 1785 Edmund Cartwright inventou o tear mecânico, capaz de ser operado por mão de obra não especializada, o que marcou o fim da tecelagem manual.
Para aumentar a resistência das máquinas, a madeira foi substituída pelo metal, que estimulou o avanço da siderurgia. A Inglaterra contava com abundância de ferro e carvão, matérias primas fundamentais para a construção de máquinas e para a produção de energia. A produção de carvão aumentou devido às bombas a vapor e outras inovações tecnológicas.
Na década de 1980, o surgimento da eletricidade como fonte de energia, cujo pioneiro foi Michael Faraday, anunciava uma rival que acabaria por substituir o vapor. O desenvolvimento de ferramentas de máquinas padronizadas e precisas foi outro aspecto importante da Revolução Industrial.
O Proletariado
A Revolução Industrial Inglesa fez surgir uma classe operária, que se caracterizou por ganhar baixos salários e por jornadas de trabalho que chegava a 16 horas. Os operários que antes eram donos dos teares e rocas, passaram a ser submetidos aos capitalistas (donos dos meios de produção).
Uma das principais consequências da Revolução industrial foi o crescimento das cidades. Em 1800, Londres chegou a ter 1 milhão de habitantes.
Nessa época o desenvolvimento industrial e urbano deslocou-se para o norte do pais. Manchester foi invadida por enorme massa de operários trabalhando em condições miseráveis. Mulheres e crianças enchiam as fábricas, com salários mais baixos que o dos homens.
As condições de trabalho eram precárias e colocavam em risco a vida e a saúde do trabalhador, levando alguns a se rebelarem contra as máquinas e as fábricas. Os proprietários e o governo organizaram uma defesa militar. O aumento das lutas operárias obrigou a criação de subsistência mínima para os desempregados (Lei Speenhamland). Um imposto pago pela comunidade custeava as despesas.
Em 1811 eclodiu o movimento ludita, nome derivado de Lend Ludlam, personagem criadopara caracterizar a destruição das máquinas pelos trabalhadores.
Na década de 1830, o movimento cartista reivindicava o voto para todos os cidadãos ingleses. Foram criadas associações que se cotizavam para pagar o enterro de algum companheiro morto. Em seguida surgiram as trade union (sindicatos), que proibiram o trabalho infantil, o trabalho de oito horas e o direito de greve.
Revolução Industrial
A Revolução Industrial foi um processo de grandes transformações econômico-sociais que começou na Inglaterra no século XVIII e se espalhou por grande parte do hemisfério norte durante todo o século XIX e início do século XX.
Resumo da Revolução Industrial
O processo histórico que levou à substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produção doméstico pelo sistema fabril constituiu a Revolução Industrial.
O advento da produção em larga escala mecanizada deu início às transformações dos países da Europa e da América do Norte em nações predominantemente industriais, com suas populações cada vez mais concentradas nas cidades.
Causas da Revolução Industrial
A expansão do comércio internacional dos séculos XVI e XVII trouxe um extraordinário aumento da riqueza, permitindo a acumulação de capital capaz de financiar o progresso técnico e o alto custo da instalação nas indústrias.
A burguesia europeia, fortalecida com o desenvolvimento dos seus negócios, passou a investir na elaboração de projetos para aperfeiçoamento das técnicas de produção e na criação de máquinas para a indústria.
Logo, verificou-se que maior produtividade e maiores lucros para os empresários poderiam ser obtidos acrescentando-se o emprego de máquinas em larga escala.
Consequências da Revolução Industrial
O longo caminho de descobertas e invenções foi uma forma de distanciar os países entre si, no que diz respeito ao poder econômico e político, pois nem todos se industrializaram, permanecendo na condição de fornecedores de matérias primas e produtos agrícolas para os países industrializados.
Fases da Revolução Industrial
Foi na Inglaterra que tudo começou e por isso a Revolução Industrial Inglesa foi pioneira na Europa e no mundo. A Inglaterra, possuía capital, estabilidade política e equipamentos necessários para tomar a dianteira do avanço da Indústria.
Primeira Revolução Industrial
A Primeira Revolução Industrial que ocorreu em meados do século XVIII e do século XIX teve como principal característica o surgimento da mecanização que operou significativas transformações em quase todos os setores da vida humana.
Na estrutura socieconômica, fez-se a separação definitiva entre o capital, representado pelos donos dos meios de produção, e o trabalho, representado pelos assalariados, eliminando-se a antiga organização corporativa da produção utilizada pelos artesãos.
Submetidos à remuneração, condições de trabalho e de vida sub-humanas, em oposição ao enriquecimento dos patrões, os trabalhadores associaram-se em organizações trabalhistas como as trade unions (sindicatos) fomentando ideias diante do quadro social da nova ordem industrial.
A Revolução Industrial estabeleceu a definitiva supremacia burguesa na ordem econômica, ao mesmo tempo que acelerou o êxodo rural, o crescimento urbano e a formação da classe operária.
Era o início de uma nova época, onde a política, a ideologia e a cultura gravitavam em dois polos: a burguesia industrial e o proletariado.
A mecanização se estendeu do setor têxtil para a metalurgia, para os transportes, para a agricultura e para os outros setores da economia.
As fábricas empregavam grande número de trabalhadores. Todas essas inovações influenciaram a aceleração do contato entre culturas e a própria reorganização do espaço e do capitalismo.
Nessa fase o Estado passou a participar cada vez mais da economia, regulando crises econômicas e o mercado e criando uma infra-estrutura em setores que exigiam muitos investimentos.
Segunda Revolução Industrial
A partir do final do século XIX, período conhecido como a fase da livre concorrência fica para trás e o capitalismo se tornava cada vez menos competitivo e mais monopolista. Empresas ou países monopolizavam o comércio. Era a fase do capitalismo financeiro ou monopolista, marcada pela Segunda Revolução Industrial.
Desde então se estabeleciam as bases do progresso tecnológico e científico, visando a invenção e o constante aperfeiçoamento dos produtos e técnicas, para melhor desempenho industrial.
Abriam-se as condições para o imperialismo colonialista e a luta de classes, formando as bases do mundo contemporâneo.
Terceira Revolução Industrial
O ponto culminante do desenvolvimento industrial, em termos de tecnologia, teve início em 1950 (meados do século XX) com o desenvolvimento da eletrônica, que permitiu o desenvolvimento da informática e a automação das indústrias. Essa fase de novas descobertas caracterizou a Terceira Revolução Industrial ou revolução científica e tecnológica.
Revolução Industrial no Brasil
Enquanto na Europa acontecia a Revolução Industrial, o Brasil, ainda colônia portuguesa, estava longe do processo de industrialização.
A industrialização no Brasil só começou verdadeiramente em 1930, cem anos após a Revolução Industrial Inglesa.
Durante o governo de Getúlio Vargas, a centralização do poder no Estado Novo criou condições para que se iniciasse o trabalho de coordenação e planejamento econômico, com enfase na industrialização por substituição de importações.
A Segunda Guerra Mundial, iniciada em 1939, trouxe uma desaceleração para a industrialização no Brasil, uma vez que interrompeu as importações de máquinas e equipamentos.

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