Prévia do material em texto
ATIVIDADE 3 - LET - LITERATURA PORTUGUESA E PAÍSES LUSÓFONOS - 2019C Período:05/08/2019 08:00 a 16/08/2019 23:59 (Horário de Brasília) Status:ENCERRADO Nota máxima:0,50 Gabarito:Gabarito será liberado no dia 17/08/2019 00:00 (Horário de Brasília) Nota obtida:0,50 1ª QUESTÃO O Neorrealismo é a terceira tendência do Modernismo em Portugal, iniciando na década de 1940. Tal movimento focou em voltar-se, como o próprio nome diz, para a realidade do país, apresentando um olhar social e crítico, algo parecido que ocorreu também no Brasil com a geração de Graciliano Ramos e Jorge Amado. A respeito do Neorrealismo em Portugal, analise as afirmações a seguir considerando V para Verdadeiro e F para Falso. I. A visão crítica do escritor português Eça de Queirós contribuiu para o surgimento do Neorrealismo em Portugal. II. O Neorrealismo apresenta um engajamento social e político em suas obras, o que marca essa necessidade de destrinchar a sociedade portuguesa da época. III. O Neorrealismo ateve-se unicamente a um olhar fechado e isolado do contexto das grandes cidades de Portugal e esqueceu-se do país como um todo. IV. A busca por uma visão suave inerte sobre a realidade foi uma necessidade da literatura portuguesa da época, voltando-se para um universo onírico. As afirmações I, II, III e IV são, respectivamente: ALTERNATIVAS V, F, V, F. V, V, F, F. V, F, F, V. F, V, F, V. F, V, V, F. 2ª QUESTÃO Leia o trecho a seguir de um texto de Saramago: Usos da razão A imaginação, o que dizer a respeito dela? Meus livros estão aí para provar que eu a tenho. Mas é uma imaginação que está sempre a serviço da razão. Ou melhor: que aceita a prevalência da razão. Posso formular assim: a imaginação é o ponto de partida, mas o caminho a partir daí pertence à razão. Somos nós que nos afirmamos, por oposição ao comportamento dos animais, seres dotados de razão; por isso, não posso aceitar (e aí entra uma questão ética) que a razão seja usada contra a razão. Nesse sentido, uma razão que não é conservadora da vida, uma razão que não defende a vida, uma razão que (pondo a coisa num terreno mais prático, mais imediato) não se orienta para dignificar a vida humana, para respeitá-la, muito simplesmente para alimentar o corpo, para defender da doença, para defender de tudo o que há de negativo e que nos cerca, e que desgraçadamente é também produto da razão, é uma razão de que se faz um mau uso. Se o homem é um ser racional e usa a razão contra si mesmo – um contra si mesmo representado pelos seus semelhantes −, então de que é que serve a razão? Se ela não serve à ética, ela se transforma numa arma destrutiva. SARAMAGO, José. As palavras de Saramago. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 134/135) Deve-se entender do texto que, para o escritor português José Saramago, ALTERNATIVAS a imaginação, por importante que seja para se iniciar um texto, deve alcançar sua culminância apenas ao final dele. a imaginação e a razão devem concorrer com igual importância para se estabelecer o sentido determinante de um texto. a imaginação, quando firmemente orientada pela razão, pode servir ao imperativo ético de dignificar o homem como um ser racional. o motivo ético de nos orientarmos pelo uso da razão é o de vencer o emprego da imaginação quando esta se revela um puro instinto. a razão deve estar sempre no comando das ações humanas, por isso ela não tem como ocorrer senão como uma prática anti-humanista. 3ª QUESTÃO Portugal viveu na segunda metade do século XX transformações sociais e políticas que repercutiram na produção artística do país. Na literatura, surgem nomes que mostram uma maturidade e uma grandiosidade estética e temática que mostram a importância da arte literária portuguesa no cenário mundial. Focando o contexto da literatura contemporânea portuguesa, analise as afirmações a seguir: I. Esse período é marcado por escritores que mostram personagens carregados de complexidade e refletem o ser humano em sua essência. II. José Saramago faz parte desse grupo de escritores que apresentam uma produção sólida e por vezes carregada de uma visão hiper-realista. III. Portugal teve poucos nomes significativos na literatura contemporânea, isso se deve a situações políticas, como a Revolução dos Cravos. IV. A literatura portuguesa chega ao fim do século XX e início do XXI com uma maturidade que possibilita que várias obras questionem valores e apontem as transformações que ocorriam na época. É correto o que se afirma em: ALTERNATIVAS I, apenas. III e IV, apenas. I, II e III, apenas. I, II e IV, apenas. II, III e IV, apenas. 4ª QUESTÃO Eles são os porta-vozes da história e cultura de regiões onde as palavras contadas criam os valores e a identidade de um povo. Respeitados pelas sociedades africanas, os griots mantêm vivos os costumes de uma época onde as memórias auditiva e visual eram os únicos recursos de que dispunham para a transmissão do conhecimento. Apesar dos avanços da escrita e da tecnologia, o papel deles não ficou obsoleto, permanece vivo. LUZ, Natália da. Por dentro da África. Disponívl em: http://www.pordentrodaafrica.com/cultura/somos- mediadores-da-sociedade-e-utilizamos-a-palavra-como-o-principal-instrumento-diz-griot. Acesso em 20 Jul. 2018. Assim, com base nesta informação, analise as asserções a seguir: I. O escritor africano acaba, de forma simbólica, sendo um griot africano . . . PORQUE II. . . . recupera a preeminência do narrador que, na tradição oral, recebe o legado e o retransmite, orientando o acto narrativo, com autoridade incontestada pelo seu público, e pelas personagens da sua narrativa. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. ALTERNATIVAS As asserções I e II são proposições falsas A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta da I. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. 5ª QUESTÃO A ideia de várias identidades, múltiplos “eus”, parece remeter exclusivamente ao universo da psicologia, porém, muitos autores literários utilizaram este recurso como mote seja para sua escrita ou para uma obra, para um conto, para um poema. Tal procedimento é denominado na teoria literária como Heternímia, isto é, a construção de uma identidade que assuma vida própria no universo ficcional. Fernando Pessoa foi um dos autores que utilizou essa técnica. Sobre isso, analise as afirmações a seguir: I. Dentre os heterônimos criados por Pessoa, os quatro mais conhecidos são Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Bernardo Soares. II. O próprio autor reconhece pessoalmente que essa criação de “outras pessoas” está ligada a sua personalidade desde criança. III. A ideia da heteronímia pode ser explicada como o processo em que uma consciência, um “eu”, desdobra- se em outras consciências, outros “eus”. IV. Fernando Pessoa tem como uma de suas marcas geniais a heteronímia, pois foi o único escritor a usar essa técnica de escrita. É correto o que se afirma em: ALTERNATIVAS I, apenas. I e II, apenas. I, II e III, apenas. II, III e IV, apenas. I, II, III e IV. 1.Orfismo. ( ) Ideologia Marxista. 2.Presencismo. ( ) Gaibéus. 3.Neorrealismo. ( ) Orpheu. ( ) Miguel Torga e José Régio. ( ) Presença. ( ) Fernando Pessoa. 6ª QUESTÃO No início do século XX, Portugal viu nascer o movimento Modernista, que se prolongou até o fim do Estado Novo, contudo, o Modernismo lusitano acabou se “dividindo” em três vertentes. Dessa forma, associes as vertentes com as respectivas informações. A sequência correta desta classificação é: ALTERNATIVAS (3), (2), (1), (2),(2), (1). (2), (3), (1), (1), (2), (1). (2), (3), (1), (2), (2), (1). (3), (3), (1), (2), (2), (1). (3), (3), (1), (2), (2), (2). 7ª QUESTÃO Leia o trecho da crônica, A Carta, de Mia Couto: . . . A velha se imovia, como se tivesse saudade da morte. Seus olhos não mencionavam nenhuma dor. Eu tentava um alivio, desculpar o menino que não sobrevivera à farda. Nem se entristenha, mamã Cacilda. Também, maneira como carregaram esse menino para a tropa! Sem camisa, sem mala, sem notícia. Atirado para os fundos do camião como se faz às encomendas sem endereço. - Entenda, mamã Cacilda. Mas ela já dormia, deitada em antiquíssima sombra. Ou mentia que Dormia, debruçada na varanda da alma? Fingia, a velha. Como o rio, num açude, se disfarça de lagoa. Depois, ela regressava às pálpebras, me apressava. - Continua. Por que paraste? Já não restava nada que ler. Era só o gorduroso gatafunho, despedida Sem nenhum beijo. Pode a carta de um saudoso filho terminar assim «unidade, trabalho, vigilância»? Mas a velha insistia, cismalhava. Eu que lesse, toda a gente sabe, as letras igualam as estrelas mesmo poucas são infinitas. Eu lhe fosse paciente, pobre mãe, sem nenhuma escola. Foi então que passei a alongar aquela tinta, amolecendo as reais palavras. Inventava. Em cada leitura, uma nova carta surgia da velha missiva. E o Ezequiel, em minha imagináutica, ganhava os infindos modos de ser filho, homem com méritos para permanecer menino. Couto, M. A Carta In: Cronicando. Caminho, 3. ed., 1991. A presença de termos como “imovia”, “cismalhava” e "imagináutica” mostra um fenômeno presente na obra do moçambicano Mia Couto, diante disso, na sequência assinale a alternativa que corresponda a este fenômeno. ALTERNATIVAS Ironia. Metáfora. Metonímia. Neologismo. Romantismo. 8ª QUESTÃO O século XX trouxe uma grande onda de inovações artísticas, denominadas de Modernismo, e de conflitos tortuosos, como a I e a II Guerra Mundial e a Guerra Civil Espanhola. Em Portugal, o marco de modernidade é a Revista Orpheu, criada em 1915. Sobre a Geração de Orpheu, assinale a opção correta. ALTERNATIVAS O Orfismo voltou-se para o mundo novo, deixando de lado a cultura local e as tradições que ligam a arte a Portugal do século XIX. O Orfismo foi uma tendência xenófoba que reduziu o Modernismo português a uma visão local da arte. O Orfismo é um movimento criado e liderado por Fernando Pessoa, o único representante dessa inovadora perspectiva poética. O Orfismo é um reflexo direto da revolução Russa (1917) e da I Guerra Mundial, abordando exclusivamente o sofrimento humano. O Orfismo foi um sucesso em Portugal, que abraçou prontamente as ideias modernas e não fez críticas por entender a necessidade de mudanças. 9ª QUESTÃO Publicado em 1934, Mensagem, de Fernando Pessoa, tematiza o glorioso passado de Portugal de uma forma apologética, apresentando-nos tanto os feitos portugueses, seus heróis do passado, bem como os descobrimentos da pátria. Dessa forma, Pessoa utiliza de uma ferramenta literária, voltando-se à obra de Camões. Na sequência assinale qual ferramenta seria essa. ALTERNATIVAS Intertextualidade, retomando o mote de Os Lusíadas. Polifonia, ao escrever através de seus vários heterônomos. Multiculturalidade, ao abordar várias culturas europeias em seu texto. Interdisciplinaridade, ao relacionar seu texto com a História, por exemplo. Dicotomia, ao pontuar as glórias de Portugal e, ao mesmo tempo, tentar entender sua decadência. 10ª QUESTÃO A segunda fase do Modernismo português é marcada pelo folhetim de crítica literária chamado Presença, por isso, esse momento se denominou de Presencismo, acontecendo um pouco mais de 10 anos depois do Orfismo, iniciando em 1927 com a primeira publicação do folhetim. Sobre isso, analise as afirmações a seguir: I. O Presencismo marca uma ruptura total com o Orfismo, pois entende a arte como um resgate de tradições e formas poéticas. II. O Presencismo teve aspectos que o diferenciavam do Orfismo, mas, de forma geral, foi uma continuação da abertura que a arte portuguesa sofrera a partir de Orpheu. III. O Presencismo abriu Portugal para o mundo, uma forma de tornar a cultura portuguesa como parte do moderno contexto da Europa. IV. O Presencismo teve forte caráter de xenofobia artística, pois entendeu a necessidade de Portugal se fechar apenas em suas tradições e cultura. É correto o que se afirma em: ALTERNATIVAS I, apenas. I e III, apenas. I e IV, apenas. II e III, apenas. II e IV, apenas.