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impressao ATIVIDADE SOBRE GERACAO DE 30

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Aluno(a):___________________________________________________________
Série/turma: 3 ano E e F
Atividade de Língua Portuguesa e Literatura Semestre II
Questão 01
Sobre a Segunda Geração do Modernismo, é correto afirmar:
1. Foi caracterizada, no campo da poesia, pelo amadurecimento e pela ampliação das conquistas dos primeiros modernistas;
2. Valorização de uma linguagem rebuscada e metalinguística;
3. Os poetas do período tinham liberdade para escolher formas como o soneto ou o madrigal, sem que isso significasse uma volta a estéticas do passado, como o Parnasianismo;
4. Valorização do conteúdo sonoro e visual, disposição assimétrica dos versos no papel, possibilidade de diversas leituras através de diferentes ângulos;
5. No plano temático, a abordagem do cotidiano continuou sendo explorada, mas os poetas voltaram-se também para problemas sociais e históricos, além de manifestarem inquietações existenciais e religiosas que ampliaram as proposições da fase anterior.
a) Apenas 2 e 4 são corretas.
b) 1, 3 e 5 são corretas.
c) 3, 5 e 4 são corretas.
d) 2, 3 e 5 são corretas.
e) apenas 4 está correta.
Questão 02
Na década de 30 do século passado, pode-se afirmar que o Modernismo, em sua segunda fase, foi:
a) ( ) um momento que viu esgotado seus ideais, cuja prosa possuía um caráter conservador.
b) ( ) um momento em que houve um aproveitamento das conquistas da geração anterior, especialmente as formas, e maior adensamento dos temas.
c) ( ) um momento que possuiu uma prosa regionalista, caracterizada por uma temática do mundo interior por meio de uma análise psicológica das personagens.
d) ( ) um momento em que se buscou traços peculiares de nossa realidade, uso de uma linguagem mais próxima à fala brasileira.
e) ( ) um momento que teve a influência das ideias socialistas.
Questão 03 (Enem - Inep -) 
No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu a tese de que no Brasil havia duas literaturas independentes dentro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul, regiões segundo ele muito diferentes por formação histórica, composição étnica, costumes, modismos linguísticos etc. Por isso, deu aos romances regionais que publicou o título geral de Literatura do Norte. Em nossos dias, um escritor gaúcho, Viana Moog, procurou mostrar com bastante engenho que no Brasil há, em verdade, literaturas setoriais diversas, refletindo as características locais.
CANDIDO, A. A nova narrativa. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 2003.
Com relação à valorização, no romance regionalista brasileiro, do homem e da paisagem de determinadas regiões nacionais, sabe-se que:
a) ( ) o romance do Sul do Brasil caracteriza-se pela temática essencialmente urbana, colocando em relevo a formação do homem por meio da mescla de características locais e dos aspectos culturais trazidos de fora pela imigração europeia.
b) ( ) José de Alencar, representante, sobretudo, do romance urbano, retrata a temática da urbanização das cidades brasileiras e das relações conflituosas entre as raças.
c) ( ) o romance do Nordeste caracteriza-se pelo acentuado realismo no uso do vocabulário, pelo temário local, expressando a vida do homem em face da natureza agreste, e assume frequentemente o ponto de vista dos menos favorecidos.
d) ( ) a literatura urbana brasileira, da qual um dos expoentes é Machado de Assis, põe em relevo a formação do homem brasileiro, o sincretismo religioso, as raízes africanas e indígenas que caracterizam o nosso povo.
e) ( ) Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Simões Lopes Neto e Jorge Amado são romancistas das décadas de 30 e 40 do século XX, cuja obra retrata a problemática do homem urbano em confronto com a modernização do país promovida pelo Estado Novo.
Questão 04 Cespe – 2017)
Texto:
O nosso Modernismo importa, essencialmente, na libertação de uma série de recalques históricos, sociais, étnicos, que são trazidos triunfalmente à tona da consciência literária. Esse sentimento de triunfo, que assinala o fim da posição de inferioridade no diálogo secular com Portugal e já nem o leva mais em conta, define a originalidade própria do Modernismo na dialética do geral e do particular.
Na nossa cultura há uma ambiguidade fundamental: a de sermos um povo latino, de herança cultural europeia, mas etnicamente mestiço, situado no trópico, influenciado por culturas primitivas, ameríndias e africanas. Essa ambiguidade deu sempre às afirmações particularistas um tom de constrangimento, que geralmente se resolvia pela idealização.
O Modernismo rompe com esse estado de coisas. As nossas deficiências, supostas ou reais, são reinterpretadas como superioridades, através das vanguardas. A filosofia cósmica e superficial, que alguns adotaram certo momento nas pegadas de Graça Aranha, atribui um significado construtivo, heroico, ao cadinho de raças e culturas localizado numa natureza áspera. O mulato e o negro são definitivamente incorporados como temas de estudo, inspiração, exemplo. O primitivismo é agora fonte de beleza e não mais empecilho à elaboração da cultura. Isso, na literatura, na pintura, na música, nas ciências do homem.
Antonio Candido. Literatura e cultura de 1900 a 1945. In: Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2006, p. 126-7 (com adaptações)
De acordo com o texto, o Modernismo renova a estética literária brasileira porque:
a) ( ) acentua a crítica às deficiências nacionais.
b) ( ) valoriza esteticamente elementos anteriormente rebaixados.
c) ( ) produz uma estética desvinculada da realidade brasileira.
d) ( ) idealiza a natureza brasileira e os seus habitantes.
e) ( ) rebaixa criticamente grupos sociais marginalizados.
Questão 05
Que função teve o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) no governo do Estado Novo?
a) criminalizar aqueles que apoiavam o nazismo, o fascismo e os países totalitários da Europa.
b) construir grandes redes de jornais e revistas por todo o país com irrestrita liberdade de expressão.
c) construir uma máquina de propaganda que tivesse impacto apenas no exterior.
d) difundir uma imagem paternalista de Getúlio Vargas, enaltecendo-o como grande líder das massas.
e) difundir uma imagem negativa de Getúlio Vargas, mostrando todo o seu viés autoritário.
Questão 06
(PUC-RS) “Façamos a revolução antes que o povo a faça.” A frase, atribuída ao governador de Minas Gerais, Antônio Carlos de Andrada, deixa entrever a ideologia política da Revolução de 1930, promovida pelos interesses
a) da burguesia cafeicultora de São Paulo, com vistas à valorização do café.
b) do operariado, com o objetivo de aprofundar a industrialização.
c) dos partidos de direita fascistas, no intuito de estabelecer um Estado forte.
d) das oligarquias dissidentes, aliadas ao tenentismo pela reforma do Estado.
e) da burguesia industrial, na busca de uma política de livre iniciativa.
Questão 07
(ENEM) É difícil encontrar um texto sobre a Proclamação da República no Brasil que não cite a afirmação de Aristides Lobo, no Diário Popular de São Paulo, de que “o povo assistiu àquilo bestializado”. Essa versão foi relida pelos enaltecedores da Revolução de 1930, que não descuidaram da forma republicana, mas realçaram a exclusão social, o militarismo e o estrangeirismo da fórmula implantada em 1889. Isto porque o Brasil brasileiro teria nascido em 1930
MELLO, M. T. C. A república consentida: cultura democrática e científica no final do Império. Rio de Janeiro: FGV, 2007 (adaptado).
O texto defende que a consolidação de uma determinada memória sobre a proclamação da República no Brasil teve, na Revolução de 1930, um de seus momentos mais importantes. Os defensores da Revolução de 1930 procuraram construir uma visão negativa para os eventos de 1889, porque esta era uma maneira de
a) valorizar as propostas políticas democráticas e liberais vitoriosas
b) resgatar simbolicamente as figuras políticas ligadas à Monarquia.
c) criticar a política educacional adotada durante a República Velha.
d) legitimar a ordem política inaugurada com a chegada desse grupo aopoder.
e) destacar a ampla participação popular obtida no processo da Proclamação.
Questão 08
Viver a democracia era o desejo de muitos grupos políticos existentes no Brasil dos anos 1930. No entanto, o governo de Getúlio Vargas seguia outros caminhos, enfrentando as oposições. Com a Constituição de 1937, Getúlio Vargas
a) centralizou mais ainda o poder político, firmando o autoritarismo.
b) procurou modernizar a sociedade, multiplicando os partidos políticos.
c) refez a legislação sindical, garantindo as reivindicações operárias.
d) fortaleceu normas liberais, sem, contudo, deixar seu poder de centralizador.
e) trouxe ideias sociais mais avançadas, imitando modelos europeus.
Questão 09
Um dos principais objetivos dos escritores da Geração Modernista de 30 era:
I - Criar uma identidade nacional, já que a proposta na Era Romântica apresentou uma ideologia utópica.
II – Denúncia aos problemas sociais, principalmente aqueles ligados ao Nordeste.
III- Engajamento político às questões relacionadas ao Nordeste.
IV – Reforçar a ideia de deglutição cultural, proposta pelos antropófagos. 
V- Criar uma literatura com viés crítico, consciente e politizado.
a. Apenas I, II, III e V estão corretas.
b. Apenas II e V estão corretas
c. Apenas II , III, e V estão corretas
d. Apenas III e V estão corretas
e. Apenas II está correta.
Questão 10 (Enem )
Texto I
"Agora Fabiano conseguia arranjar as idéias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé não. (...) Tinha aqueles cambões pendurados ao pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinha Vitória dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo." (Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23.ª ed., 1969, p. 75.)
Texto II
Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca, uma constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande medida, o debate acontece porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de segunda categoria, simples demais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos. O que Vidas Secas faz é, com pretenso não envolvimento da voz que controla a narrativa, dar conta de uma riqueza humana de que essas pessoas seriam plenamente capazes. (Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n.° 2, 2001, p. 254.)
No texto II, verifica-se que o autor utiliza
a) linguagem predominantemente formal para problematizar, na composição de Vidas Secas, a relação entre o escritor e o personagem popular.
b) linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a linguagem formal, dirige-se diretamente ao leitor.
c) linguagem coloquial para narrar coerentemente uma história que apresenta o roceiro pobre de forma pitoresca.
d) linguagem formal com recursos retóricos próprios do texto literário em prosa para analisar determinado momento da literatura brasileira.
e) linguagem regionalista para transmitir informações sobre literatura, valendo-se de coloquialismo para facilitar o entendimento do texto.
QUESTÃO 11 
Texto I 
Texto II
De acordo com as leituras dos textos e as discussões em sala de aula, marque a alternativa correta:
I – O texto I refere-se a uma das fases da literatura brasileira que foi marcada pela demolição dos valores do passado e da arte parnasiana, enquanto o texto II remete-nos a uma temática abordada pelos modernistas da Geração de 30.
II - Nas imagens do texto I apenas Vinicius de Moraes destacou-se na prosa intimista, enquanto Carlos Drummond de Andrade destacou-se na poesia numa perspectiva universal.
III – O texto II trata-se de uma abordagem trabalhada pelos autores da geração de 30, apresentando maior destaque na poesia em detrimento de alguns autores da prosa.
1. ( ) Apenas I está correta
1. ( ) Apenas I e II estão corretas
1. ( ) Apenas II está correta
1. ( ) Apenas III está correta
1. ( ) Apenas II e III estão corretas
1. ( ) Todas estão corretas
1. ( ) Todas estão incorretas.
Questão 12 
Texto I
Texto II
Texto III
De acordo com as discussões em sala de aula e os textos acima, marque a correta:
I – Os textos I, II, e III, apesar de abordarem temáticas similares, são de contextos históricos diferentes. O texto I aborda características da Revolução de 30, o texto II trata-se do desenvolvimento do café no Vale do Paraíba em São Paulo, o maior produtor desse produto do Brasil e o texto III apresenta uma notícia de jornal do final do século XIX, momento da chegada dos imigrantes europeus no Brasil, momento em que se despertou uma luta pela legalidade nos setores revolucionários brasileiros.
II - O texto II remete-nos a uma temática abordada pelo Autor Jorge Amado, que problematizou, dentre outros pontos, a questão da plantação de Café no Sul da Bahia.
III – Direta ou indiretamente, os autores da Geração Modernista de 30 tematizaram em suas produções literárias muito do que se pode refletir nos textos I, II e III, visto que a literatura retrata a sociedade tão bem quanto a própria história o faz.
1. ( ) Apenas I está correta
1. ( ) Apenas I e II estão corretas
1. ( ) Apenas II está correta
1. ( ) Apenas III está correta
1. ( ) Apenas II e III estão corretas
1. ( ) Todas estão corretas
1. ( ) Todas estão incorretas.
Questão 13 
Analise os itens e marque a correta:
I - O “Poema de Sete faces” de Carlos Drummond de Andrade foi publicado pela primeira em seu primeiro livro “Alguma Poesia” de 1930. É um poema composto de sete estrofes, faces. Que mostram um aspecto da percepção de mundo do autor. Passeia por diversos temas como quem está em um bar vendo a vida passar e comentando do que vê, pensa e sente. É um poema em verso livre mas que possui uma unidade ritimica ditada pela cadência da oralidade. Tem em sua maioria versos brancos e a rima quando ocorre não é acidental ou formal mas um elemento acessório ao conteúdo. Trata-se de um exemplar de estilo típico de sua obra onde mistura muita oralidade a eruditismos pinçados em pontos estratégicos para o entendimento do texto.
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
Em sua primeira estrofe o poeta se insere no poema e declara-se parte de um mundo torto. Carlos insere-se no poema ao dar seu próprio nome ao eu-lírico. E declara-se parte de um mundo torto quando o próprio anjo declara que ele e Carlos estão fadados a terem o mesmo destino pois ele anjo torto o declara fadado a seguir o caminho "gauche" na vida. Gauche, que em francês é aquilo que não é direito, o esquerdo e, por extensão, aquilo que é torto. Tal anjo torto vive na sombra, um anjo que foge do calor do sol dos trópicos, um anjo que traz consigo o sentimento de que o jeito mais fácil, mais simples mais cômodo é melhor que o jeito direito. A primeira estrofe é uma face de identificação de Carlos Drummond de Andrade com seu mundo, com sua realidade e sua brasilidade.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
II – 
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna meu Deus,
pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
Para além dos desejos dos homens há a coletividade, há a massificação de pessoas, transporte em massa, gente que perambula de um lado para o outro, gente brasileira de pernas de todas as cores. O comentário do poeta "Para que tanta perna meu Deus" é ambíguo e pode ser interpretado num porquê tanta variedade de cores e de etnias, mastambém em um sentido mais forte no porquê de tantas massas. Nesse momento, o ato é julgado pelas leis da racionalidade, porque se trata de uma abordagem ao processo de industrialização do Brasil, como se os próprios brasileiros não vissem nada com os olhos, apenas com o coração. Os olhos preceptores da razão apenas analisam, não há dúvidas para o mundo mecanizado da razão pela qual os operários, os trabalhadores de um transporte coletivo precisam se deslocar como uma massa pelo bonde.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás do óculos e do bigode.
Dentro da massa de pessoas o poeta elege um homem, entre tantos que passeiam pela rua este elege os óculos e o bigode como sua máscara, sua marca para enfrentar o quotidiano. Uma máscara reservada e simples que garante sua integridade e distancia do mundo.
III- 
Meu Deus, porque me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Carlos reclama a um Deus relapso que permite que seus soldados vivam à sombra que também o abandonou sabendo que ele era como todos os outros um fraco, com defeitos um torto. Remete ao racionalismo e ao cientificismo do final do século XIX, muito presente na poesia de Drummond e assim aborda o homem como um ser imperfeito e de desventuras de viver num mundo do contingente e não do necessário.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
Seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo
mais vasto é meu coração.
Em sua penúltima estrofe Carlos traz para o poema o meta-poema para discutir a solução de seu mundo gauche, de anjos tortos, sem Deus, de tantas pernas coloridas e também de outras tantas máscaras que se fazem rostos. A face que Drummond mostra nesse verso é uma face ambigua onde confessa a incapacidade da rima, ou seja por metonímia a própria poesia, de dar uma solução ao mundo. Mas depois busca sua solução para vastidão do mesmo mundo dizendo que com seu coração seria capaz de dar conta desse mundo.
A primeira questão que suscita dessa estrofe é quanto a capacidade desse coração que, como foi visto anteriormente, é fraco, tem medos e incertezas, cheio de dúvidas. A outra questão que soa mais relevante é a dada solução, numa rima paupérrima Carlos aproxima o sentido de solução e coração num flagrante contraditório com a incapacidade da rima de ser uma solução como posto pela conjectura a respeito de seu nome ser Raimundo. Tal contradição não se soluciona, o coração tão frágil é incapaz de abarcar todo mundo como Carlos propõe a primeira vista, pois sua relação com o próprio poema com sua própria justificativa é falha num processo lógico-poético onde a rima é posta ao nada para depois aparecer com solução. Pois o poeta cai em um ciclo vicioso quando nega a importância dela para depois sub-repticiamente usá-la como solução. Não é para menos que o poeta se embriaga em sua última estrofe.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo
Carlos traz seu leitor nesse momento a uma intimidade de quem confidencia um segredo, como se estivessem numa mesa de bar tão típica das minas gerais. Evocando a lua e o álcool, os maiores patronos da poesia romântica, se despede do poema culpando seu coração por todos os seus desabafos e desvarios anteriores. Abraçando o diabo como quem abraça o amigo bêbado depois da última saideira do botequim termina seu poema. Sim, o poeta se declara num estado de comoção do diabo, intensa. Um diabo num mundo onde os anjos são tortos e vivem nas sombras, se até os anjos o condenam à ser mais um tão torto quanto eles Carlos encontra nessa comoção, nesse romantismo uma solução para o vasto mundo que pretende caber em seu coração.
1. ( ) Apenas I está correta
1. ( ) Apenas I e II estão corretas
1. ( ) Apenas II está correta
1. ( ) Apenas III está correta
1. ( ) Apenas II e III estão corretas
1. ( ) Todas estão corretas
1. ( ) Todas estão incorretas.

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