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Aula 6 Pós-guerra


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História e teoria da arquitetura e 
do urbanismo
Pós-guerra
O pós-guerra
Diante das ruínas do pós-guerra, princípios arquitetônicos antes relegados à esfera teórica foram colocados 
a serviço da produção em série.
Por meio de programas oficiais e em resposta às transformações do mercado, a arquitetura moderna ganhou 
um novo público.
Um pós-guerra americano
A difusão da cultura americana se tornou uma questão de política externa para os EUA.
Pela primeira vez, inverteu-se o sentido predominante do fluxo de estudantes de um lado para outro do 
Atlântico.
Catálogo da exposição itinerante Built in USA, 1932-44, do Museum of Modern Art de Nova York, 1947.
Reconstituição literal ou modernização
Construção de réplicas
Críticas:
. Voltar atrás no tempo é anti-histórico e impossível. 
. Falta de respeito pela originalidade do antigo.
Porém, reproduções as vezes são necessárias porque respondem a situações de emergência (como no caso 
do pós-guerra), aonde a sociedade reclama a reconstrução dos monumentos danificados ou desaparecidos 
como um meio de curar as feridas da guerra.
Projeto para a reconstrução de Varsóvia, 1950 - Polônia
Jan Knothe
Reconstituição literal
“Bairro-museu” - formulada por Jean-Charles Moreux durante a ocupação da França para assegurar a 
preservação de determinados setores urbanos, cuja arquitetura histórica deveria ser inteiramente conservada.
Resultado - transformação na composição social da cidade, e foi, em parte, responsável pela expulsão das 
classes populares de baixa renda dos centros antigos.
Projeto para a reconstrução de Rothemburg ob der Tauber, 1948-55 - Alemanha
Fritz Florin
Rothenburg
Plano diretor para Londres, 1942 - Reino Unido
MARS (Modern Architecture Research Society)
Kollektivplan - Plano geral para Berlim, 1946 - Alemanha
Hans Scharoun
Modernização
Modernização radical da forma urbana em escala regional = desaparecimento quase completo dos centros 
originais.
Foram rapidamente abandonados.
faixa central: destinada a funções 
governamentais e culturais
faixa axial: 
acompanhando o rioIlha de Museus
Rio Tâmisa
Rio Speer
via expressa circundando o conjunto:
acesso as áreas residenciais
Projeto de reconstrução de Saint-Dié, 1944 - França
Le Corbusier
fábricas concentradas na margem sul do rio
moradias concentradas na margem norte do rio
(concentradas em unidades de habitação)
Os projetos de reconstrução de Le Corbusier ficaram no papel, com exceção da realização da Unité d’Habitation 
de Marselha - França.
O projeto também ficou conhecido pelo termo Cité Radieuse (A Cidade Radiosa), visto que procurava 
recuperar em um edifício monumental a dinâmica da vida urbana.
Unité d’Habitation, 1946-52 - Marselha, França
Le Corbusier
apartamentos voltados para as fachadas 
leste e oeste - possibilitando a ventilaçao 
cruzada
ginásio
cobertura: equipamentos de lazer e saúde (ginásio, pista 
de coriida, creche, solário...)
pilotis balcões com brises = espaços de estar
Concreto (com padrões resultantes das fôrmas de madeira) Modulor
subdivisão de uma pessoa 
mediana através da Seção 
Áurea
Unité d’Habitation, 1946-52 - Marselha, França
Le Corbusier
varanda
quarto banh. quarto
quarto
quarto
sala estar 
e jantarruainternacoz.
sala de 
jantar
Andar tipo - inferior e/ou superior
Andar tipo - meio (com rua interna)
Fachada norte Fachada sulCorte
(cada unidade ocupa 2 
andares, sendo que o 
conjunto ocupa 3)
cada unidade tem uma 
sala de estar com pé-
direito duplo e mezanino
Diagrama de Unidade de Habitação
Clarence Perry
Unidade de vizinhança
Conceito concebido por Clarence Perry
Rede ramificada e hierárquica de equipamentos 
comunitários, dimensionados segundo o número de 
habitantes.
Se assemelha ao bairro e é resultado da reunião de 
várias unidades residenciais. Os equipamentos 
urbanos deveriam estar próximos às habitações e 
estas não deveriam ser interrompidas por vias de 
trânsito de passagem, mas apenas tangenciadas, 
preservando a vida comunitária e dando segurança às 
crianças. A escola primária era o equipamento básico 
de uma unidade de vizinhança.
Reconstrução do centro de Le Havre, 1945-55 - França
Auguste Perret
cidade estruturada a partir 
de uma grande avenida 
arborizada
edificações refeitas em 
concreto armado
módulo construtivo único = 
coerência do conjunto
torre de concreto da Igreja 
de Saint-Joseph
A intenção de compor uma imagem unificada de cidade estava mais ou menos explícita nos planos urbanísticos 
europeus.
No caso da reconstrução de Le Havre, Perret privilegia composições axiais combinadas com edifícios modernos.
Reconstrução do centro de Le Havre, 1945-55 - França
Auguste Perret
Reconstrução do centro de Le Havre, 1945-55 - França
Auguste Perret
Projeto de reconstrução de Smolensk, 1944 - URSS (Rússia)
Gueorgui Goltz
O tradicionalismo
Associação de um modernismo moderado para as unidades habitacionais e com um tratamento historicista 
dos edifícios públicos.
Projeto de reconstrução de Coventry, 1942 - Reino Unido
Donald Evelyn Edward Gibson
Em busca de um modelo britânico
A reconstrução confirma a conversão ao modernismo, que era visto com hostilidade antes da guerra.
Conventry, década de 1920 Conventry, 1940
Projeto de reconstrução de Coventry, 1942 - Reino Unido
Donald Evelyn Edward Gibson
via de circulação
centro cívico
área de acesso restrito para pedestres 
(precinct)
catedral
teatros
Catedral de Conventry
ruínas preservadas
nova estrutura
pedra e concreto
Análise social e funcional de Londres, ilustração em County of London Plan (plano para o condado de Londres), 1943 - Reino Unido
Patrick Abercrombie e J. H. Forshaw
O Plano para o Condado de Londres tornou-se referência no debate urbanístico do pós-guerra na Europa.
aglomerado de 
“comunidades sociais”
identificadas por análise 
social e morfológica
aglomerações mais 
densas = centro
aglomerações mais 
esparsas = periferia
Não há imposição de uma 
nova malha viária, apenas 
um ajuste da trama já 
existente, confirmando as 
aglomerações.
Adequação do sistema viário aos bairros, 1943 - Reino Unido
Patrick Abercrombie e J. H. Forshaw
Os bairros, antigos vilarejos que foram anexados pelo espraiamento do tecido 
urbano da cidade e que possuíam centros comerciais, em sua maioria, claramente 
demarcados, já não tinham limites físicos claros. O objetivo do plano era reforçar 
os limites desses bairros, tornando mais claras suas diferentes identidades. 
Procurava-se preservá-los de fluxos constante de tráfego e reconstruí-los onde isso 
fosse necessário, caso houvesse áreas destruídas pela guerra ou deterioradas.
County of London Plan (plano para o condado de Londres), 1943 - Reino Unido
Patrick Abercrombie e J. H. Forshaw
anel viáriovias radiais principais
(ligam o centro com a periferia)
Plano de reconstrução e expansão de Colônia, 1950 - Alemanha
Rudolf Schwarz
Debates alemães
Influência do Plano para o Condado de Londres.
área urbana organizada 
em dois setores
Hansaviertel, 1957 - Berlim Ocidental, Alemanha
Construção de um bairro-modelo para a exposição Interbau (1957) - foi elaborado um “plano livre” onde em 
uma paisagem densamente aborizada e informal, foram erguidos prédios de apartamentos projetados por 
Aalvar Alto, Walter Gropius, Oscar Niemeyer, Jacob Bakema
Hansaviertel após os bombardeios, 1947 - Berlim Ocidental, Alemanha Acima, mapa com a estrutura de parcelamento do antigo 
Hansaviertel e, abaixo, mapa indicando os únicos 21 
edifícios ainda habitáveis após os bombardeios
As soluções não deveriam criar densos quarteirões 
edificados, mas sim grandes áreas livres que 
correspondessem aosideais de redução da densidade 
populacional e de ajardinamento das cidades. Assim, 
o concurso buscava a criação de um plano urbanístico 
independente da antiga estrutura de parcelamento do 
bairro, bem como contribuições com relação à nova 
estrutura de parcelamento e de consolidação dos lotes. 
Os lotes deveriam ser redivididos e reparcelados em 
grandes áreas.
Implantação oficial Foto da maquete
A iniciativa, que reconstruiu o Hansaviertel, bairro 
oitocentista enormemente destruído pela II Guerra, 
produziu uma grande variedade de tipologias 
habitacionais, que acabaram por expressar uma gama 
de diferentes possibilidades de habitar na cidade 
moderna.