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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO 
 
Coordenação Pedagógica – IPEMIG 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA 
 
 
 
O MEIO AMBIENTE E OS 
RECURSOS NATURAIS 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 O MEIO AMBIENTE E OS RECURSOS NATURAIS ......................................... 03 
1.1 RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS ......................................................... 14 
2 BASES EPISTEMOLÓGICAS DA HISTÓRIA AMBIENTAL ............................... 16 
3 INSTRUMENTOS E CONCEITOS DE POLÍTICA E GESTÃO 
AMBIENTAL .......................................................................................................... 24 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UTILIZADAS E CONSULTADAS ................. 33 
 
 
1. O MEIO AMBIENTE E OS RECURSOS NATURAIS 
 
 
De acordo com Rebouças (s/d, s/p) o termo “meio ambiente” é considerado 
pelo pensamento geral como sinônimo de natureza, local a ser apreciado, respeitado 
e preservado. Porém é necessário um ponto de vista mais profundo no termo, 
estabelecer a noção no ser humano de pertencimento ao meio ambiente, no qual 
possui vínculos naturais para a sua sobrevivência. Por meio da natureza, 
reencontramos nossas origens e identidade cultural e biológica, uma espécie de 
diversidade “biocultural”. Outra definição sobre o termo “meio ambiente” o coloca no 
significado de recursos, de gerador de matéria-prima e energia. 
Nesta segunda definição, a educação ambiental trabalha a noção de 
consumo responsável e solidária, na defesa do acesso às matérias-primas do meio 
ambiente de forma comum para todos. Na terceira concepção da palavra, quando 
falamos em “meio ambiente” no seu curso de problemáticas e questões, surgem as 
pesquisas e as ações em prol das soluções sobre as perdas e destruições que 
desfavorecem o equilíbrio natural de um determinado meio. 
“Meio ambiente” no sentido de ecossistema é um conjunto de realidades 
ambientais, considerando a diversidade do lugar e a sua complexidade. O “meio 
ambiente” como lugar onde se vive é referente à vida cotidiana: casa, escola, e 
trabalho. O “meio ambiente” como biosfera surge para explicar a interdependência 
das realidades socioambientais em todo mundo, a Terra é a matriz de toda vida. O 
termo “meio ambiente” também pode designar um território de uso humano e de 
demais espécies. Toda pesquisa e educação ambiental deve considerar todos os 
significados sobre o termo “meio ambiente”. (REBOUÇAS, s/d, s/p) 
- Biosfera: Bios vem do grego “vida”. A biosfera se estende um pouco acima e um 
pouco abaixo da superfície do planeta é uma película de terra firme, água, energia e 
ar que envolve o planeta Terra. É o habitat viável de todas as espécies de seres 
vivos. 
- Ecologia: é o estudo do lugar onde se vive, com ênfase sobre a totalidade ou 
padrão de relações entre os organismos e o seu ambiente. Deriva do grego oikos = 
casa e logos = estudo, ou seja, o estudo do meio ambiente onde vivemos e a sua 
relação e interação com todos os seres vivos. 
 
- Impacto ambiental: qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e 
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia 
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a 
segurança e o bem estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; 
as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos 
ambientais. 
- El Niño: é um fenômeno meteorológico natural que se repete de 2 a 7 anos, em 
média, e decorre do aumento anormal da temperatura do Oceano Pacífico, atingindo 
mais intensamente o Peru. A costa peruana é caracterizada por águas muito frias. 
Como a substituição das águas normalmente frias por quentes costuma ocorrer logo 
após o Natal, esse fenômeno meteorológico passou a ser chamado de El Niño (o 
Menino Jesus, em espanhol). Há registros de sua ocorrência desde a época do 
descobrimento da América. O aquecimento das águas superficiais do Pacífico 
interfere no regime de ventos e, portanto, no deslocamento das nuvens e no regime 
das chuvas, gerando alterações significativas do clima em todo o planeta. Grandes 
secas na Índia, no Nordeste do Brasil, na Austrália, Indonésia e África podem ser 
decorrentes do fenômeno, assim como algumas enchentes no Sul e Sudeste do 
Brasil, Peru, Equador e no Meio Oeste dos Estados Unidos. Em algumas áreas 
observam-se temperaturas mais elevadas que o normal (como é o caso das 
regiões central e Sudeste do Brasil, durante o inverno), enquanto em outras ocorrem 
frio e neve em excesso. Especificamente no Brasil, o El Niño provoca chuvas 
intensas no Sul e secas mais severas no Norte e Nordeste. O Estado de São Paulo 
está localizado numa zona de transição. Aqui o El Niño provoca chuvas ligeiramente 
acima do normal, mas também provoca uma melhor distribuição de chuvas em 
alguns meses (setembro, novembro, abril e maio). Isso significa que o fenômeno 
pode apresentar aspectos negativos, como a maior possibilidade de ocorrência de 
inundações, mas também pode ser benéfico, desde que se esteja convenientemente 
preparado para enfrentá-lo. Assim, a melhor distribuição de chuvas pode beneficiar a 
agricultura. Do ponto de vista hidrológico, o El Niño aumenta a chance de 
ocorrência de vazões mais elevadas em rios do Estado de São Paulo. Isso pode 
provocar enchentes e inundações, mas ao mesmo tempo, também com o aumento 
da vazão dos rios melhorando as condições de geração de energia e abastecimento 
de água. (...) (REBOUÇAS, s/d, s/p) 
 
- Unidades de conservação: Ainda de acordo com Rebouças (s/d, s/p) são as 
porções do território nacional, incluindo as águas jurisdicionais, com características 
naturais de relevante valor de domínio público ou propriedade privada, legalmente 
instituídas pelo poder público com os objetivos e limites definidos, sob regimes 
especiais de administração, às quais se aplicam garantias adequadas de proteção. 
- Floresta: entidade biológica formada por um conjunto complexo de formas 
vegetais interdependentes, que se dispõe em camadas, e cujo elemento dominante 
é a árvore. 
- Flora silvestre: é o conjunto de vegetais naturais de uma região ou país. Vegetais 
nativos do lugar. 
- Flora exótica: é o conjunto de vegetais não nativos de uma região, que foram 
adaptados ao local ou importados. 
- Mata Atlântica: formação vegetal com grande riqueza de espécies, geralmente 
apresentando três estratos: superior com espécies arbóreas de altura entre 15 a 40 
metros; intermediário com alta densidade de espécies, constituído por arbustos, 
arboretos e árvores de pequeno porte, entre 3 e 10 metros; e um terceiro, composto 
por grande variedade de ervas rasteiras, cipós, trepadeiras, além de palmeiras e 
samambaias. A Mata Atlântica abriga grande variedade de espécies da fauna 
brasileira, como: onça, sagui de tufo preto, paca, cotia, tucano de bico verde, 
caxinguelê, mono-carvoeiro, entre outras. Essa vegetação atualmente recobre 
principalmente o litoral e Serra do Mar, estendendo-se para o interior do Estado, 
onde adquire características típicas de clima mais seco com perda de folhas, 
floração e frutificação em períodos bem determinados. Entre a formação vegetal da 
Mata Atlântica encontra-se o pau-jacarré, bromélia, palmeira, guapuruvú e a 
embaúba. Hoje, só existem 3% da mata atlântica e se extinguirá em pouco tempo, 
enquanto a fauna e flora agoniza sua morte. (...) 
- Mangue: formação típica de litoral, sob a ação direta das marés, com solos 
limosos de regiões estuárias. Constitui-se de único estrato de porte arbóreo e 
diversidade muito restrita. Neste ambiente salobro desenvolvem-se espécies 
adaptadas à essas condições, ora dominado por gramíneas o que lhe confere uma 
fisionomia herbácea; ora dominadopor espécies arbóreas. O mangue abriga grande 
variedade de espécies da fauna brasileira, como tapicuru, guará, crustáceos, sapos, 
 
insetos, garça, entre outros. O mangue, devido ao acúmulo de material orgânico, 
característica importante desse ambiente, garante alimento e proteção para a 
reprodução de inúmeras espécies marinhas e terrestres. 
- Área de proteção ambiental: são destinadas à proteção ambiental, visando 
assegurar o bem-estar das populações humanas e a conservação ou melhoria das 
condições ecológicas locais. 
- Reservas biológicas: são áreas delimitadas com a finalidade de preservação e 
proteção integral da fauna e flora, para fins científicos e educativos, onde é proibida 
qualquer forma de exploração dos seus recursos naturais. 
- Estações ecológicas: são áreas representativas de ecossistemas brasileiros, 
destinados à realização de pesquisas básicas e aplicadas de ecologia; à proteção 
do ambiente natural e ao desenvolvimento da educação conservacionista. Nessas 
áreas não há exploração do turismo. 
- Parques: são áreas geográficas extensas e delimitadas, dotadas de atributos 
naturais excepcionais, objeto de preservação permanente, submetidas à condição 
de inalienabilidade e indisponibilidade em seu todo. Destinam-se a fins científicos, 
culturais, educativos e recreativos. São criadas e administradas pelo Governo 
Federal, pelos Governos Estaduais e Municipais, visando principalmente a 
preservação dos ecossistemas naturais englobados contra quaisquer alterações que 
os desvirtuem. (REBOUÇAS, s/d, s/p) 
- Áreas de preservação permanente: pelo Art. 2º da lei 4771/65, consideram-se de 
preservação permanente as florestas e demais formas de vegetação natural 
situadas: 
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível mais alto em 
faixa marginal cuja largura mínima seja: 
 De 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de 
largura; 
 De 50 (cinquenta) metros para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 
(cinquenta) metros de largura; 
 De 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinquenta) a 
200 (duzentos) metros de largura; 
 
 De 200 (duzentos) metros para os cursos d’água que tenham de 200 
(duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; 
 De 500 (quinhentos) metros para os cursos d’água que tenham largura 
superior a 600 (seiscentos) metros; artificiais; 
 Ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais; 
 
 Nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados olhos d’água, 
qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 
(cinquenta) metros de largura; 
 No topo de morros, montes, montanhas e serras; 
 
 Nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 
100% na linha de maior declive; 
 Nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; 
 
 Nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, 
em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; 
 Em altitudes superiores a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a 
vegetação; e pelo Art. 3º, consideram-se, ainda, de preservação permanente, 
quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais 
formas de vegetação natural destinadas: 
 A atenuar a erosão das terras; 
 A fixar as dunas; 
 A formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; 
 
 A auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares; 
 A proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico; 
 A asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção; 
A manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas; 
 
 A assegurar condições de bem-estar público. 
 
- Poluição: degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta 
ou indiretamente: 
 
a) Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
 
b) Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
 
c) Afetem desfavoravelmente a biota; 
 
d) Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
 
e) Lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos. (REBOUÇAS, s/d, s/p) 
- Recursos naturais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os 
estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera, a fauna e a 
flora. 
- Campo: formação com apenas um andar de cobertura vegetal, constituída 
principalmente de leguminosas, gramíneas e ciperáceas de pequeno porte, 
inexistindo praticamente, formas arbustivas. 
- Campo sujo: formação com apenas um andar de cobertura vegetal, constituída 
principalmente de leguminosas, gramíneas e ciperáceas de pequeno porte, 
inexistindo praticamente, formas arbustivas. 
- Cerrado ou capoeira: formação vegetal constituída de dois andares, o primeiro de 
vegetação rasteira e o segundo de arbustos e formas arbóreas que raramente 
ultrapassam 6 metros de altura. Há o domínio de formas arbustivas. As espécies 
vegetais mais comuns no cerrado são o faveiro, a copaíba, o angico preto, o 
barbatimão e a lixeira. O cerrado é riquíssimo em espécies animais devido ao seu 
grande número de nichos ecológicos. Abriga algumas espécies ameaçadas de 
extinção como o tamanduá-bandeira, o tatu-canastra, o tatu-bola, o veado campeiro, 
o lobo-guará, a onça pintada, a ema e a perdiz. As áreas de cerrado são alvo 
constante de expansão agrícola pela facilidade de mecanização do terreno. Além 
disso, apresentam características que as tornam muito suscetíveis ao fogo. 
- Cerradão ou capoeirão: formação vegetal constituída de 3 andares; o primeiro 
apresenta espécimes rasteiras ou de pequeno porte; o segundo apresenta arbustos 
e pequenas formas arbóreas, constituindo o sub-bosque; e o terceiro apresenta 
formas arbóreas de 5 a 20 metros de altura, com predominância de madeiras duras. 
- Restinga: a vegetação de restinga é aquela que podemos encontrar ao longo das 
 
praias e das planícies costeiras. Sua fisionomia variada está diretamente 
relacionada ao solo arenoso onde ela se encontra. (REBOUÇAS, s/d, s/p) 
- Habitats costeiros: Conforme Rebouças (s/d, s/p) estão em sério perigo em quase 
toda costa brasileira. A Petrobrás, assim como centenas de navios derramam 
milhares de litros de óleo no mar, as praias mais poluídas com petróleo é a do Rio 
Grande do Sul, são raros os habitats costeiros protegidos no Brasil, uma quantidade 
imensa já foram extintas outras milhares já entram na lista devido a: pesca 
predatória, esgoto a céu aberto, excesso de urina dos humanos, por falta de 
educação ambiental e infraestrutura estão dizimando os corais que é o berço de 
todos os peixes marinhos. 
- Vegetação de praias e dunas: localiza-se próxima ao mar sobre areia seca, onde 
se encontra vegetação rasteira e alguns arbustos. 
- Vegetação sobre cordões: seguindo em direção a serra, nas partes mais altas das 
ondulações dos cordões encontram-se moitas e arbustos com ramos retorcidos. 
- Floresta baixa de restinga: localiza-se mais para o interior e a vegetação é mais 
alta, com arbustos e arvoretas, presença de bromélias, trepadeiras e orquídeas. 
- Floresta de alta restinga: com árvores mais altas (10 a 15 metros) e com copas que 
se tocam. 
- Brejo de restinga: permanentemente inundado, sua vegetação é herbácea. 
- Floresta paludosa: menos fechada, inundada com predominância de caixeta ou 
guanandi. 
- Floresta paludosa sobre solo turfoso: também menos fechada e inundada, mas em 
seu substrato encontra-se grande quantidade de matéria orgânica. 
- Transição restinga encosta: é uma vegetação densa com árvores de cerca de 18 mde altura e onde encontramos com frequência o palmito e animais de grande porte 
como macacos bugios e onças. Características: 
 Depende mais do solo do que do clima; 
 
 As diferentes situações de drenagem condicionam a formação do mosaico da 
restinga; 
 Ocorre interligação florística entre as formações da encosta e da restinga e 
interações de fluxo dos nutrientes entre a restinga e o manguezal; 
 
 A vegetação de restinga impede que a areia invada o manguezal 
estabilizando-o; 
 Caracteriza a vegetação de restinga a capacidade de suportar altas 
temperaturas e salinidade, de dessecação e de sobrevivência com pouca 
disposição de nutrientes; 
 A grande quantidade de bromélias nas restingas equilibra o sistema, por sua 
capacidade de reter água e nutrientes; 
 Podem ocorrer os seguintes contatos: floresta de encosta manguezal- 
restinga; floresta de encosta restinga/manguezal; 
 Existem formações na restinga que não possuem processo sucessional: são 
pioneiras de primeira ocupação: Praias e dunas, entre cordões arenosos, 
brejos e floresta paludosa (arbórea aberta, caxeta/guanandi). 
- Áreas naturais tombadas: são áreas ou monumentos naturais, cuja conservação é 
de interesse público, seja pelo seu valor histórico, ambiental, arqueológico, 
geológico, turístico ou paisagístico. Podem ser instituídas em terras públicas ou 
particulares e, uma vez inscritas no Livro do Tombo, essas áreas passam a ter 
restrições quanto ao uso, de modo a garantir a conservação de suas características 
originais. 
- Área de proteção ambiental: respeitados os princípios constitucionais que regem o 
exercício do direito de propriedade, o poder executivo poderá criar Áreas de 
Proteção Ambiental, estabelecendo normas que limitem ou proíbam a implantação 
ou o desenvolvimento de atividades que afetem as características ambientais 
dessas áreas, sua condições ecológicas ou ainda que ameacem extinguir as 
espécies da biota regional. Nesse sentido, a APA é uma Unidade de Conservação 
que visa a proteção da vida silvestre e a manutenção de bancos genéticos, bem 
como dos demais recursos naturais, através da adequação e orientação das 
atividades humanas na área, promovendo a melhoria da qualidade de vida da 
população. Trata-se de uma forma de conservação que disciplina o uso e a 
ocupação do solo, através do zoneamento, procedimentos de controle e fiscalização, 
programas de educação e extensão ambiental, cujo encaminhamento se dá em 
articulação com os órgãos do poder executivo, com as universidades, os municípios 
envolvidos e as comunidades locais. A implantação das APAs federais é de 
 
competência do IBAMA, das estaduais compete à Secretaria do Meio Ambiente 
respectiva. (REBOUÇAS, s/d, s/p) 
- Áreas de relevante interesse ecológico: para Rebouças (s/d, s/p) a criação de uma 
ARIE tem como finalidade a proteção de uma área natural de grande valor ecológico 
e extensão relativamente pequena (sempre inferior a 5.000 hectares), 
regulamentando e disciplinando a utilização de seus recursos ambientais. 
- Áreas sobre proteção especial: são áreas ou bens assim definidos pelas 
autoridades competentes, em terras de domínio público ou privado, cuja 
conservação é considerada prioritária para a manutenção da qualidade do meio 
ambiente, do equilíbrio e da preservação da biota nativa. Podem ser definidas por 
resolução da autoridade ambiental federal, estadual ou municipal. Essa mesma 
autoridade é responsável pela coordenação das ações necessárias à sua 
implantação e conservação. As ASPES se caracterizam como uma primeira medida 
de proteção de áreas ou bens que após estudos mais aprofundados podem ser 
incluídos em outras categorias de conservação mais restritivas. 
- Reservas florestais: esta categoria de manejo é transitória. Geralmente são áreas 
extensas, não habitadas, de difícil acesso e ainda em estado natural. Seus recursos 
naturais não se encontram suficientemente identificados e avaliados a ponto de 
permitir que sejam manejadas. Busca-se então, através da criação das reservas, 
proteger seus recursos para uso futuro e impedir ou reter qualquer atividade que 
ameace sua integridade, até que as áreas sejam melhor conhecidas e então 
estabelecidos objetivos de manejo permanente como, por exemplo, transformá-las 
em Estação Ecológica, Parques Estaduais ou Reservas Biológicas. Enquanto isso 
não ocorre, as Reservas Florestais permanecem protegidas pela legislação estadual 
e administradas pelo Instituto Florestal. 
- Reservas legais averbadas: o art. 16 do Código Florestal estatui que as florestas 
de domínio privado, não sujeitas ao regime de utilização limitada (art. 10) e 
ressalvadas as de preservação permanente, previstas nos art. 2º e 3º do Código, 
são susceptíveis de exploração, com as restrições discriminadas nas alíneas do 
dispositivo, permitindo-se a derrubada ou o desflorestamento, desde que respeitado 
o limite mínimo de 20% ou 50%, conforme o caso, da área da propriedade com 
cobertura arbórea localizada, a critério da autoridade competente, ou ainda, com 
 
observância de normas técnicas de condução e manejo pelo poder público, tudo 
conforme a região e a natureza da formação florestal (nativas, primitivas ou 
regeneradas). A legislação complementar institui ainda, a obrigação da averbação 
em cartório às margens da matrícula, bem como a demarcação da área perimetral 
com picadas de 3 metros de largura e piquetes a cada 30 metros. Nos loteamentos 
especificamente, deverá ser agrupada. 
- Piracema: é a época em que os cardumes se deslocam rio acima, rumo às 
nascentes, para reprodução. Pescar na época da Piracema significa interromper a 
procriação dos peixes, o que pode comprometer a manutenção dos cardumes e 
mesmo acarretar no desaparecimento de algumas espécies de peixe. Normalmente 
o defeso ocorre de novembro a janeiro podendo variar em cada região. 
- Erosão: é o fenômeno de degradação e decomposição das rochas ou as 
modificações sofridas pelo solo devido a variações de temperatura e, principalmente 
à ação da água e do vento, é chamado de erosão. A erosão também pode ser 
induzida pela ação humana que acelera esse processo por meio de: 
 Culturas não adaptadas às características das terras; 
 Queimadas; 
 Desmatamento;
 Mineração; 
 Compactação do solo pelo mau uso de máquinas; 
 Plantio feito de forma incorreta; 
 Ocupação irregular e não planejada de morros; e 
 Pisoteio excessivo do gado em pastagens. 
- Tipos de Erosão: 
 
a) Laminar: arraste de uma camada muito fina e uniforme do solo, sendo a forma 
mais perigosa de erosão, uma vez que não percebida logo no início, faz-se notar 
somente quando atinge um grau muito elevado, após descobrir as raízes das 
plantas. 
b) Sulcos: formação de valas ou sulcos no terreno, sendo facilmente percebida. Em 
estágios mais avançados favorece o aparecimento de voçorocas. 
 
c) Voçorocas ou Boçorocas: aparecem geralmente nos terrenos arenosos e 
porosos. Em estágios avançados são de difícil recuperação. 
d) Erosão por Água e Vento. 
 
e) Pluvial (ação das chuvas). 
 
f) Fluvial (ação dos rios). 
 
g) Marinha (ação do mar). 
 
h) Glacial (ação do gelo). 
 
i) Eólica (ação do vento). 
 
- Técnicas para Controle da Erosão e Conservação do Solo: 
 
a) Marcar as curvas em nível: diminui os efeitos de declividade do terreno. As 
culturas não devem ser implantadas morro abaixo. 
b) Terraceamento: construção de obstáculos seguindo as curvas em nível ou não, 
para reduzir a velocidade das águas que escorrem pelo terreno. 
c) Capina Alternada: evita que o terreno fique completamente limpo não sendo 
aconselhável na época da seca deixar o mato sobre o solo, devidoà concorrência 
com a plantação na absorção da água. 
d) Adubação Verde: consiste no plantio de leguminosas nas entrelinhas de culturas 
perenes ou em terrenos que irão receber culturas anuais, visando proteger o solo, 
acumular matéria orgânica e reter a umidade. 
e) Calagem: incorporação de calcário no solo para melhorar a absorção de 
nutrientes e agregação das partículas do solo, promovendo melhor infiltração da 
água. 
- Problemas Causados pela Erosão: 
 
a) Perda de solo pelo arraste de partícula, acarretando queda na produtividade; 
b) Assoreamento dos cursos d'água (nascentes, córregos e rios); 
 
c) Contaminação nas águas por agroquímicos (agrotóxicos e fertilizantes químicos) 
que são arrastados com partículas do solo; 
d) Desmoronamento de encostas e taludes (degraus com inclinação determinada 
para conter a encosta) ou abertura de valetas. (REBOUÇAS, s/d, s/p) 
 
1.1 RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS 
 
 
Para Rebouças (2010, s/p) o recurso natural renovável é aquele pode ser 
reposto depois de extraído pelas atividades antrópicas. A reposição pode ocorrer de 
tempos em tempos. Dentre os recursos naturais renováveis podemos citar a energia 
eólica (ventos), a energia solar (radiação solar), ondas do mar, hidroeletricidade, 
biomassa e energia geotérmica. 
A reposição dos recursos utilizados pode ser feita pelo homem ou 
naturalmente, pelo próprio ambiente. Por outro lado, os recursos naturais não 
renováveis são aqueles que findam após intensa exploração realizada pelas 
atividades do homem, requerendo muito tempo para se regenerar. Todo recurso 
natural deve e pode ser gerido de uma maneira sustentável no objetivo de garantir a 
sua reposição e regeneração no meio ambiente. Em situações de intensa 
exploração desses recursos, mesmo sendo renováveis, há o risco de ocorrer a 
exaustão decorrente de um desequilíbrio ecológico. 
Além dos exemplos citados no início do texto, os recursos naturais renováveis 
abrangem organismos vivos, como por exemplo, os peixes e as plantas, e numa 
visão mais abrangente as águas e o ar. Em tempos de poluição e aquecimento 
global, a intensa exploração desses recursos tem gerado a extinção de várias 
espécies e, consequentemente, a perda da biodiversidade. 
Quando falamos em peixes, muitas espécies ainda não consumidas pelo 
mercado graças à investimentos em piscicultura, pois a extinção ou a baixa oferta do 
pescado no mar é um dos exemplos da exaustão de recursos naturais renováveis. A 
pesca industrial e artesanal deve seguir determinadas normas de sustentabilidade 
que respeite o ciclo reprodutivo das espécies e o meio aquático, para que não haja 
perdas ambientais, biológicas e econômicas. 
Em curto prazo é mais lucrativo explorar intensamente um determinado 
recurso, mas em longo prazo, uma exploração que não respeita os limites de 
regeneração das espécies gerará perdas da biodiversidade e carências sociais e 
econômicas às atividades de exploração e extração de recursos. 
 
Os recursos naturais renováveis permanecem disponíveis desde que se 
respeite o meio, as condições biológicas, os ciclos reprodutivos para sua disposição 
no meio ambiente. Quando pensamos nesses recursos presente entre a flora e 
fauna, por exemplo, consideramos que cada indivíduo de cada espécie pode se 
regenerar, ou seja, se reproduzir a partir do código genético de seus ascendentes. 
As práticas de extração econômica devem ser racionais, planejas e sustentáveis. A 
implementação da sustentabilidade nesses recursos deve ocorrer por meio de um 
manejo adequado que mitiga os excessos das ações nocivas mercadológicas. Não 
extrair tais recursos em excesso ou desnecessariamente também é uma das 
principais opções possíveis pela reciclagem de matéria-prima. A reciclagem é 
aconselhável para os renováveis e não renováveis. (REBOUÇAS, 2010, s/p) 
 
2. BASES EPISTEMOLÓGICAS DA HISTÓRIA AMBIENTAL 
 
 
Para Pádua (2010, s/p) a História Ambiental, como campo historiográfico 
consciente de si mesmo e crescentemente institucionalizado na academia de 
diferentes países, começou a estruturar-se no início da década de 1970. A primeira 
sociedade científica voltada para esse tipo de investigação, a American Society for 
Environmental History, foi criada em 1977. A publicação de análises 
substantivamente histórico-ambientais, no entanto, algo bem diferente da simples 
proposição de influências naturais na história humana, já vinha se delineando desde 
a primeira metade do século XX e, em certa medida, desde o século XIX. Para 
refletir sobre a gênese e evolução desse campo de conhecimento, é preciso levar 
em conta fatores sociológicos e epistemológicos. 
O primeiro curso universitário de maior repercussão com o título de História 
ambiental foi ministrado em 1972, na Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, 
pelo historiador cultural Roderick Nash, que em 1967 havia publicado o 
livro Wilderness and the American Mind, um clássico sobre a presença da imagem 
de vida selvagem na construção das ideias sobre identidade nacional norte- 
americana. Ao explicar a concepção do curso, apresentado como indicador de uma 
nova fronteira no ensino da História, o autor deixou explícito que estava também 
“respondendo aos clamores por responsabilidade ambiental que atingiram um 
crescendo nos primeiros meses daquele ano.” (NASH, 1972) Ou seja, a “Voz das 
ruas” teve importância na formalização da história ambiental. Um fator sociológico 
que pode ser inferido de vários outros depoimentos. 
É verdade que muitos historiadores ambientais se sentem desconfortáveis 
com a presença desse tipo de influência externa ao contexto propriamente 
acadêmico. Ou simplesmente a rejeitam. Ela sugeriria uma politização da pesquisa, 
ajudando a promover uma confusão espúria entre história ambiental e 
ambientalismo. Mas tal postura vai de encontro às teorizações frequentemente 
repetidas, por Lucien Febvre e tantos outros, sobre o fato de o historiador não estar 
isolado do seu tempo e sempre mirar o passado com as perguntas do presente. 
Mesmo considerando os cuidados necessários na separação entre ciência e política, 
até onde elas possam ser separadas. Ao comentar o desenvolvimento recente da 
 
história ambiental, Peter Burke (2009, p. 349) lembrou que a história monetária 
também foi estimulada pela crise inflacionária dos anos 1920, assim como a história 
demográfica pelo baby boom do pós-Segunda Guerra. 
De toda forma, é bastante evidente que o debate público vem desafiando os 
historiadores ambientais, de forma direta ou indireta, mesmo quando aparentemente 
negado. Em 1974, na apresentação do número especial sobre História e Ambiente 
da revista Annales, o editor Emmanuel Le Roy Ladurie (1974, p. 537) fez questão de 
afirmar que não estava cedendo “aos imperativos de uma moda”, pois “desde longo 
tempo” a revista havia escolhido “se interessar pelos problemas de uma história 
ecológica”. Ao afirmar a proposta de se ocupar do ambiente para “isolar os 
verdadeiros problemas e recusar as facilidades de um discurso vulgarizador”, no 
entanto, ficava evidente o contraponto com o debate público e a presença 
subjacente dos “problemas ambientais”. (PÁDUA, 2010, s/p) 
Conforme Pádua (2010, s/p) a emergência de um “ambientalismo complexo e 
multissetorial” a partir da década de 1970, dotado de alto perfil na cena pública 
global, representou um dos fenômenos sociológicos mais significativos da história 
contemporânea. Ele pode ser considerado como um movimento histórico, mais do 
que um movimento social, que repercutiu em diferentes campos do saber. (VIOLA, 
LEIS, 1991, p. 24) A ideia de “ecologia” rompeu os muros da academia para inspirar 
o estabelecimento de comportamentossociais, ações coletivas e políticas públicas 
em diferentes níveis de articulação, do local ao global. Mais ainda, ela penetrou 
significativamente nas estruturas educacionais, nos meios de comunicação de 
massa, no imaginário coletivo e nos diversos aspectos da arte e da cultura. O 
avanço da chamada globalização, com o crescimento qualitativo e quantitativo da 
produção científico-tecnológica e da velocidade dos meios de comunicação, 
catalisou uma explosão de temas da vida e do ambiente na agenda política. A 
discussão ambiental se tornou ao mesmo tempo criadora e criatura do processo de 
globalização. A própria imagem da globalidade planetária, em grande parte, é uma 
construção simbólica desse campo cultural complexo. 
A pesquisa histórica vem revelando que a preocupação intelectual com os 
problemas “ambientais” esteve presente, ao menos no mundo de expressão 
europeia, desde o final do século XVIII, ocupando um lugar relevante no processo de 
construção do pensamento moderno (Raumolin, 1984, Grove, 1995, Pádua, 2002). A 
 
grande novidade das últimas décadas esteve na difusão desse tipo de debate para 
uma parcela muito mais ampla da esfera pública. Os saberes acadêmicos foram 
desafiados e estimulados por tal movimento. Não é por acaso que nas últimas 
décadas organizaram-se iniciativas de ensino e pesquisa em economia ecológica, 
direito ambiental, engenharia ambiental, sociologia ambiental etc. Estabeleceu-se 
um movimento de mão dupla, em que as produções científicas influenciaram e foram 
influenciadas pelas ações públicas. 
A cena política, porém, não é suficiente para explicar a emergência de um 
enfoque ambiental na pesquisa histórica. Os historiadores ambientais foram também 
desafiados por movimentos internos ao mundo do conhecimento, especialmente por 
importantes mudanças epistemológicas consolidadas no século XX, mas que já 
estavam em gestação nos séculos anteriores, em relação ao entendimento do 
mundo natural e de seu lugar na vida humana. Três mudanças merecem particular 
atenção: 
1) A ideia de que a ação humana pode produzir um impacto relevante sobre o 
mundo natural, inclusive ao ponto de provocar sua degradação; 
2) A revolução nos marcos cronológicos de compreensão do mundo; 
 
3) A visão de natureza como uma história, como um processo de construção e 
reconstrução ao longo do tempo. 
O que caracteriza a discussão ambiental na cultura contemporânea não é a 
forte atenção para o tema da natureza. Ela sempre foi uma categoria central do 
pensamento humano, ao menos na cultura ocidental, desde a Antiguidade (não 
entrarei aqui na interessante discussão sobre a universalidade ou não do conceito 
de “natureza”). De maneira geral, na medida em que as sociedades humanas se 
territorializaram - construindo seus ambientes a partir de interações com espaços 
concretos de um planeta que possui grande diversidade de formas geológicas e 
biológicas -, emergiram incontáveis exemplos de práticas materiais e percepções 
culturais referidas ao mundo natural. A produção de um entendimento sobre esse 
mundo tornou-se um componente básico da própria existência social. 
Clarence Glacken (1967), em seu monumental estudo sobre a história das 
concepções intelectuais sobre a natureza no mundo ocidental, da Antiguidade 
clássica ao século XVIII, constatou que virtualmente todos os pensadores foram 
 
obrigados a enfrentar o tema, tendo por base três grandes indagações: É a 
natureza, tal qual ela se apresenta na Terra, dotada de sentido e propósito? Possui 
essa natureza, especialmente o lugar onde cada sociedade habita, uma influência 
sobre a vida humana? Foi a realidade da Terra, em sua condição primordial, 
modificada pela ação histórica do homem? Os resultados da investigação de 
Glacken deixam claro que as duas primeiras perguntas dominaram amplamente a 
reflexão filosófica e científica até o século XVIII. Tratava-se de entender como a 
natureza influenciava a história humana e não o contrário. Algumas elaborações 
sobre a terceira pergunta apareceram no que se refere aos melhoramentos da 
paisagem a partir das artes e do trabalho. Mas o tema da capacidade da ação 
humana para degradar, ou mesmo destruir, o mundo natural é essencialmente 
moderno. (GLACKEN, 1967, apud PÁDUA, 2010, s/p) 
A modernidade da questão ambiental, de acordo com Pádua (2010, s/p) da 
ideia de que a relação com o ambiente natural coloca um problema radical e 
inescapável para a continuidade da vida humana - deve ser entendida em sentido 
amplo. Ela não está relacionada apenas com as consequências da grande 
transformação urbano-industrial que ganhou uma escala sem precedentes a partir 
dos séculos XIX e XX, mas também com uma série de outros processos macro- 
históricos que lhe são anteriores e que com ela se relacionam (dentro do jogo de 
continuidades e descontinuidades que caracteriza os processos históricos). É o caso 
da expansão colonial europeia e da incorporação de vastas regiões do planeta, uma 
grande variedade de territórios e ecossistemas, a uma economia-mundo sob sua 
dominância. E também da institucionalização da ciência como um modo privilegiado 
de entendimento do mundo, com pretensão de universalidade e capacidade para 
estabelecer redes planetárias de investigação e troca de informações. A proposta de 
comparar regiões, produções naturais, economias e culturas - de constituir um saber 
geográfico planetário - é fundamental para entender a emergência de uma 
preocupação com os riscos da ação humana. A própria ideia de colapso, de 
destruição do futuro, começa a aparecer nesse contexto. (PÁDUA, 2002). 
As observações empíricas das consequências de uma ação humana 
devastadora, seja na Europa, seja no mundo de expansão colonial, começaram a 
produzir denúncias contra o desflorestamento, a erosão dos solos, a sedimentação 
dos rios etc. As pesquisas de Richard Grove (1995) demonstraram que os 
 
assentamentos europeus no mundo tropical, incluindo o período posterior às 
independências, se tornaram um espaço privilegiado para esse tipo de preocupação, 
na medida em que a rápida transformação das áreas florestais em monoculturas e 
minas geravam modificações ambientais “à flor da terra”, por assim dizer. Mas tais 
observações empíricas não se tornariam tão “evidentes” sem modificações no plano 
da percepção e do conhecimento. A ciência iluminista começava a falar em 
“sistemas naturais” interdependentes, na importância de cada espécie para a 
manutenção do todo natural, na relevância das florestas para a conservação da 
umidade e da saúde do território. Um texto publicado em 1760, pelo naturalista 
sueco Lineu, em conjunto com H. Wilcke, afirmava que “a partir do que nós 
sabemos, é possível julgar quão importante é cada uma das disposições da 
natureza, de forma que (...) se uma única função importante faltasse no mundo 
animal, nós poderíamos temer o maior desastre no universo.” (LINNÉ, 1972, p. 118) 
Tais construções científicas se somaram ao nascimento da sensibilidade pré- 
romântica e romântica, que estimulou uma nova valorização do mundo natural a 
partir da estética do sublime. (PÁDUA, 2005) 
Não se trata, por certo, de traçar uma linha direta entre a crítica ambiental que 
começava a aparecer nos séculos XVIII e XIX, utilizando categorias e vocabulários 
próprios da época, e o fenômeno do ambientalismo contemporâneo. Não é o caso 
de buscar “precursores”. Mas sim de analisar um movimento histórico mais amplo e 
difuso: a construção da sensibilidade ecológica no universo da modernidade. De 
toda forma, o ponto fundamental, no contexto do presente artigo, é observar como 
naquele caldo de cultura, aqui apresentado de forma muito breve, começaram a 
aparecer reflexões históricassobre as consequências ambientais do agir humano. 
Tais reflexões, aliás, vão ter uma presença mais marcante nos ensaios de 
naturalistas e pensadores políticos do que nos trabalhos das primeiras academias 
de história, muito voltados para a trajetória de grandes personagens e Estados 
Nacionais. Um marco frequentemente mencionado foi o livro Man and nature or 
physical geography as modified by human action do diplomata norte-americano 
George Perkins Marsh (1965), publicado em 1864. Esse trabalho, bastante 
concentrado no contexto europeu e mediterrânico, procurava passar em revista as 
transformações provocadas pela ação humana, desde a Antiguidade, na flora e na 
fauna, nas florestas, nas águas e nas areias, tendo como eixo central a denúncia da 
 
destruição. Nas palavras sugestivas do autor, estávamos “quebrando o piso, as 
vigas, as portas e as janelas do nosso lugar de moradia.” (MARSCH, 1965, p. 52, 
apud Pádua, 2010, s/p) 
Para Pádua (2010, s/p) é possível encontrar exemplos interessantes desse 
tipo de percepção no contexto cultural brasileiro, mesmo em momentos anteriores 
ao de Marsh. José Bonifácio de Andrada e Silva (1991, p. 172), por exemplo, ao 
escrever em 1815 sobre o problema da perda de bosques em Portugal, adotou uma 
perspectiva histórica ampla para afirmar que todos os que conhecem por estudo a 
grande influência dos bosques e arvoredos na economia geral da natureza sabem 
que os países que perderam suas matas estão quase de todo estéreis e sem gente. 
Assim sucedeu a Síria, Fenícia, Palestina, Chipre, e outras terras, e vai sucedendo 
ao nosso Portugal. 
A visão de que a forte aridez e desertificação de algumas regiões do Oriente 
Médio foi, ao menos em grande parte, produzida pela ação humana na longa 
duração vem sendo corroborada por pesquisas recentes no campo da história 
ambiental. Algo semelhante pode ser dito do território da Líbia, antigo fornecedor de 
grãos para Roma. O avanço do deserto foi impulsionado por práticas agrícolas 
destrutivas. (HUGHES, 1981) É interessante observar que mais tarde, já de volta ao 
Brasil e no contexto pós-independência, José Bonifácio de A. e Silva (1973, p. 103) 
retomou a leitura histórica dos problemas ambientais ao defender que a 
continuidade de uma agricultura escravista e tecnologicamente rudimentar acabaria 
por transformar “o nosso belo Brasil”, em “menos de dois séculos”, nos “paramos e 
desertos áridos da Líbia.” 
O ponto essencial, portanto, não estava na mera constatação de exemplos 
históricos relativamente distantes, mas sim na possibilidade de sua replicação onde 
quer que se adotem padrões semelhantes de uso destrutivo da terra. Um raciocínio 
parecido, para buscar outro exemplo, será feito, em 1860, pelo jurista cearense 
Tomás Pompeu de Sousa Brasil. (1860) Ao discutir o problema das secas na região, 
ele adotou o mesmo enfoque histórico de grande amplitude: a história aí está 
apresentando tristes documentos da verdade desta lei eterna, de que o país mais 
fértil, abundante e rico pode ser convertido em charneca estéril e solidão inabitável 
se a imprudência humana o desguarnecer das matas que fazem a condição da sua 
uberdade e a benignidade do seu clima. Era o caso, entre vários exemplos por ele 
 
citados, da destruição das matas do Atlas, na Berbéria, que “arruinaram a África do 
Norte, antigamente o celeiro da Itália.” O mesmo se dava no contexto da história 
local, pois se compulsassem os documentos que existem sobre o estado físico do 
Brasil no tempo de sua descoberta, no século XVI, e nas diversas épocas da sua 
história, e até pela simples comparação das porções do seu território aplicado à 
cultura do açúcar com as que se desenvolveu a do algodão, poder-se-ia provar a 
influência que exerce a ação do homem sobre o clima das terras que habita, e 
demonstrar a verdade deste princípio enunciado há quarenta anos por Fourier, que a 
atmosfera é um campo suscetível de cultura. (BRASIL, 1860, p. 64-88, apud 
PÁDUA, 2010, s/p) 
Conforme Pádua (2010, s/p) não é o caso de afirmar que esses autores 
estavam praticando uma historiografia “ambiental”. Mas uma percepção histórica 
sobre processos de mudança ambiental, produzidos por uma interação entre fatores 
humanos e naturais, estava sendo claramente delineada. Muitos outros exemplos 
poderiam ser buscados, dentro e fora do Brasil. Variações relacionadas com a 
mudança epistemológica mais ampla que foi mencionada antes: o juízo de que a 
ação humana pode interferir no meio natural, até mesmo provocando desastres. Um 
juízo que, obviamente, continuou se difundindo nos séculos seguintes, atingindo 
uma presença inédita no tempo presente. A história ambiental emergente no final do 
século XX, no entanto, é bem mais complexa do que um inventário diacrônico dos 
males infringidos pelos seres humanos ao planeta. Ela incorpora outras 
transformações teóricas que merecem ser discutidas com destaque, até mesmo por 
desconstruírem a imagem fortemente dualista presente na frase anterior. (...) 
O aparecimento da história ambiental consciente de si mesma está ligado a 
uma ausência da dimensão biofísica em boa parte da historiografia contemporânea. 
Ainda existe, de fato, uma presença muito forte do enfoque que já foi chamado de 
“flutuante”, no sentido de a humanidade flutuar acima do planeta, como se os seres 
humanos não fossem animais mamíferos e primatas, seres que respiram e que 
precisam cotidianamente se alimentar de elementos minerais e biológicos existentes 
na Terra. Como se não fossem, em verdade, seres que, mais do que estabelecer 
“contatos” pontuais, vivem por meio do mundo natural, dependendo dos fluxos de 
matéria e energia que garantem a reprodução da atmosfera, da hidrosfera, da 
biosfera, e assim por diante. Mesmo que, na sutil observação de Alfred Crosby 
 
(1995, p. 1177), a presença dos humanos nos ecossistemas ocorra na maior parte 
das vezes de maneira “distraída”. O reconhecimento desse fato, contudo, seria 
simplório e vulgar se não reconhecesse também as outras dimensões do fenômeno 
humano, incluindo a realidade de que o ser humano histórico está tão 
inescapavelmente imerso na cultura e na linguagem quanto na ecosfera terrestre. 
Em um texto de 1944, comentando o livro Les bases biologiques de la 
géographie humaine, de Maximilien Sorre, Fernand Braudel (1992, p. 144-151) 
discutiu o exercício fascinante de pensar o homem em sua simples materialidade 
animal, em sua condição de “homeotermo de pele nua”, em seu lado elementar de 
ser biológico, sensível ao quente, ao vento, ao frio, à seca, à insolação, à 
insuficiente pressão das altitudes, ocupado incessantemente em procurar e em 
assegurar sua alimentação, obrigado a defender-se enfim, sobretudo hoje em que se 
tornou consciente do perigo, contra as doenças que o seguem por toda parte. Um 
tipo ideal que nos desafia, por apresentar um aspecto fundamental e tantas vezes 
esquecido, voluntária ou involuntariamente, da realidade humana. Mas um aspecto 
que não é suficiente, que não conta a história completa. Pois o ser humano, visto 
dessa maneira, é uma abstração que ignora “o homem na sua complexidade - em 
toda a espessura de sua história, em toda a sua coesão social.” BRAUDEL (1992, p. 
144-151, apud PÁDUA, 2010, s/p) 
O grande desafio teórico, no contexto da contemporaneidade, é pensar o ser 
humano na totalidade tensa e complexa de suas dimensões biológica e 
sociocultural. Um desafio mantido na obscuridade pela dominância do enfoque 
flutuante na historiografia. Se bem que tal dominância, até pelo fato de a 
historiografia não ser um bloco homogêneo, não deve ser exagerada. Alguns 
historiadores foram capazes de produzir, ao longo do século XX, mesmo no Brasil, 
análisesque incorporaram os fatores biofísicos no coração da análise histórica e que 
hoje estão sendo recuperadas na genealogia da história ambiental. (PÁDUA, 2010, 
s/p) 
 
 
 
 
3. INSTRUMENTOS E CONCEITOS DE POLÍTICA E GESTÃO 
AMBIENTAL 
 
 
 
Conforme Magrini (2001, p. 1) a concepção dos chamados longos ciclos 
econômicos de Kondratieff tem sido retomada por diversos economistas (ver 
Freeman, 1989, Dosi, 1982, Gerelli, 1995) para evidenciar as mudanças estruturais 
que marcaram as “ondas” evolutivas da sociedade. 
Historicamente, a partir do momento em que as atividades produtivas do 
homem adquiriram uma forma organizada, o crescimento da atividade econômica 
esteve sempre associado a um aumento no uso dos recursos. Isto se aplica tanto 
para a sociedade agrícola como para a sociedade industrial. A revolução industrial, 
entretanto, introduziu uma aceleração deste processo instaurando um modelo cada 
vez mais complexo do ponto de vista tecnológico e organizacional calcado no uso 
maciço de recursos materiais (carvão, ferro, petróleo, etc.). Na sociedade industrial o 
crescimento econômico esteve sempre acompanhado por um crescimento 
equivalente no consumo de recursos materiais, em particular energéticos. 
Desde os anos 50, porém, inicia-se uma redução da importância dos fatores 
materiais e dos semitrabalhados, acompanhada por um crescimento concomitante 
de fatores imateriais. (AMATO, BIDELLO, 1998) É a partir dos anos 70, no entanto, 
que começa a configurar-se de forma mais efetiva o processo típico da sociedade 
pós-industrial, calcado em mudanças tecnológicas e organizacionais: uso crescente 
das tecnologias da informação, advento de materiais e produtos novos ou com 
melhoria de desempenho, produção just in time, etc. Entra-se, portanto, na era da 
“desmaterialização” na qual, devido principalmente às mudanças tecnológicas, 
manifesta-se uma cisão entre o crescimento do PIB e o consumo de recursos 
materiais por unidade de produto. Passa-se do modo industrial, ou taylorístico, de 
produção para o modo “científico” no qual domina o conhecimento e a automação. 
A própria ciência torna-se um fator de produção. (GERELLI, 1997) As 
transformações tecnológicas baseadas na microeletrônica, na informática e na 
biotecnologia/novos materiais permitem a produção de bens com menor conteúdo 
de recursos materiais e maior conteúdo de informação/conhecimento. O setor 
terciário torna-se gradualmente prevalente em relação ao industrial na composição 
do PIB. Discute-se sobre: flexibilização do trabalho, tempo livre, desemprego; 
transnacionalização das estruturas de poder (reforçadas pela posse/fluxo de 
 
informação/conhecimento) e crescente esvaziamento da ação do Estado Nacional; 
melhoria (redução do trafego e dos problemas ambientais correlatos, resgate das 
relações familiares e de vizinhança) ou perda (isolamento, stress) da qualidade de 
vida urbana; reforço do processo de exclusão e acentuação das diferenças entre 
ricos e pobres; melhorias ambientais decorrentes do processo de desmaterialização 
(redução do uso de recursos materiais e energéticos, redução da poluição) e/ou 
aumento dos riscos ambientais decorrentes do “descontrole” das novas tecnologias, 
dentre outras questões de caráter econômico, social e político. Não cabe no 
presente trabalho alongar esta análise, mas sim evidenciar que este novo contexto 
tem implicações profundas em campo ambiental exigindo uma indagação sobre o 
encaminhamento a ser dado aos instrumentos de política e gestão ambiental. 
(MAGRINI, 2001, p. 2) 
- A evolução da política ambiental no contexto internacional: Para Magrini (2001, p. 
2) é possível identificar quatro eventos que marcaram de forma direta a trajetória da 
Política Ambiental no mundo: a promulgação da Política Ambiental Americana, em 
1969 (NEPA), a realização da Conferência das Nações Unidas em Estocolmo, em 
1972, o trabalho realizado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento que resultou na publicação do relatório Nosso Futuro Comum em 
1987 e, finalmente, a realização da Conferência das Nações Unidas no Rio de 
Janeiro, em 1992. Outros eventos também marcaram de forma indireta os rumos 
desta política: a publicação do relatório do MIT Os Limites do Crescimento, em 1972 
e os dois choques do petróleo, ocorridos respectivamente em 1973 e 1979. Cabe 
também mencionar a importância, no período, da crescente mobilização da 
sociedade civil em torno da problemática ambiental que, aliada à intensa produção 
intelectual voltada para o questionamento do modelo de desenvolvimento 
perseguido pelas nações, moldaram a conformação da política ambiental nos 
últimos trinta anos. 
A partir destes eventos configuraram-se concepções, modalidades e 
instrumentos de política ambiental diferenciados no tempo. Evidentemente esta 
evolução não se revelou de forma homogênea e contemporânea em todos os 
países. No entanto, é possível identificar um fio indutor que veio moldando estas 
políticas de forma semelhante. Assim, os eventos do final da década de 60 e início 
da década de 70 desencadearam um processo de estruturação institucional e de 
 
formulação de políticas ambientais nos diferentes países. Estas políticas 
caracterizaram-se durante toda a década de 70, por uma ótica essencialmente 
corretiva centrada de forma predominante na introdução de mecanismos de controle 
da poluição. 
A década seguinte foi marcada fundamentalmente pelos dois choques do 
petróleo que evidenciaram de forma flagrante a vulnerabilidade das nações frente à 
escassez de recursos naturais. Nos anos 80 as políticas ambientais dos países 
direcionaram-se para um enfoque de tipo preventivo. Data deste período, em quase 
todos os países do mundo ocidental, a introdução da Avaliação de Impacto 
Ambiental como instrumento de prevenção e de auxilio à decisão. (MAGRINI, 2001, 
p. 3) 
 
Nas décadas de 70 e 80, de acordo com Magrini (2001, p. 3) a gestão 
ambiental foi essencialmente praticada pelo Estado através da aplicação dos 
chamados “instrumentos de comando e controle”, dentro de um encaminhamento de 
política ambiental essencialmente centralizada. Durante estas décadas a política e a 
gestão ambiental foram marcadas por fortes conflitos, conflitos entre interesses 
públicos e privados, conflitos de competências dentro do próprio Estado, conflitos 
entre empresas, Estado e sociedade civil. 
O conceito de desenvolvimento sustentável introduzido em 1987 pelo 
Relatório das Nações Unidas denominado, muito apropriadamente, Nosso Futuro 
Comum, veio com o intuito de promover uma espécie de “conciliação” entre as 
partes em conflito. Apesar do muito desgaste que este termo já sofreu, é indiscutível 
que ele esteve na base das transformações observadas na década de 90 e que, até 
hoje, vem moldando a orientação buscada pelas políticas ambientais dos diferentes 
países. A Conferência das Nações Unidas ocorrida em 1992 no Rio de Janeiro (ECO 
92) teve um papel catalisador na disseminação desse conceito. Neste contexto, os 
anos 90 viram o surgimento progressivo de novos atores em campo ambiental: o 
avanço de atitudes proativas das empresas que começaram a vislumbrar, através da 
introdução de mecanismos de gestão ambiental, oportunidades de mercado, num 
primeiro momento, e barreiras à entrada, num segundo; o avanço da chamada eco 
diplomacia e da realização de convenções internacionais sobre problemas 
ambientais globais, com fortes repercussões diplomáticas, políticas e econômicas 
sobre os diferentes países. o avanço da atuação das administrações locais, movido 
 
pelo resgate da dimensão local em resposta ao processo de globalização em curso; 
o avanço de uma sensibilização ambiental difusapor toda a sociedade com o 
consequente crescimento de demandas e mobilização por parte desta. 
Este período caracterizou-se pelo desenvolvimento de instrumentos da 
chamada Gestão Ambiental Privada, ou das empresas, dentre os quais destacam-se 
os desenvolvidos no âmbito da série de normas ISO 14.000: Sistema de Gestão 
Ambiental, Auditoria Ambiental e Avaliação de Desempenho Ambiental, relacionados 
à gestão ambiental de sitos ou organizações; Ciclo de Vida, Rotulagem e Aspectos 
Ambientais em Padrões, relacionados à gestão ambiental de produtos. O TC 207, 
comitê da ISO encarregado da elaboração das normas, foi criado em 1993 e 
inspirou-se na norma inglesa BS 7750 e na ISO 9000 para conduzir a discussão 
sobre as normas de Sistema de Gestão Ambiental e de Auditoria Ambiental. A 
confecção das normas incorporou também as experiências preexistentes Sobre 
normativas relacionadas a selos verdes e os princípios do Programa de Atuação 
Responsável instituído pela indústria química canadense e americana na década de 
80 e implementado pelas associações da indústria química dos diferentes países. 
O trabalho desenvolvido pela ISO em campo ambiental representa um marco 
importante na medida em que consiste na primeira iniciativa de gestão ambiental 
voluntária por parte das empresas de caráter efetivamente mundial, ou seja não 
restrito a setores ou países. Embora se discuta muito hoje a eficácia deste 
mecanismo do ponto de vista ambiental e as efetivas motivações que levaram as 
empresas à adoção do mesmo, é importante assinalar que esta iniciativa influenciou 
os próprios rumos da política ambiental contribuindo para a construção do conceito 
de gestão ambiental dentro do setor público. É na década de 90, de fato, que as 
políticas públicas de meio ambiente, passaram a incorporar este conceito em sua 
acepção mais gerencial, em detrimento de uma visão mais restrita, anterior, que 
enfocava a gestão como simples “manejo ambiental”. (MAGRINI, 2001, p. 4) 
Assim, para Magrini (2001, p. 4) no âmbito da Gestão Ambiental Pública, 
observa-se no período, principalmente em países europeus, a busca de novos 
instrumentos de gestão, seja através da introdução de instrumentos econômicos, 
seja através da implementação de instrumentos de comando e controle menos 
punitivos. Embora até o final da década a questão do uso de instrumentos 
econômicos tenha ficado mais no âmbito de discussões teóricas e de algumas 
 
aplicações localizadas, a introdução de mecanismos legais menos punitivos ganhou 
espaço na Europa com a promulgação de dois regulamentos da Comunidade 
Europeia, um sobre selo ambiental (Ecolabel) – Regulamento CEE 880/92 e outro 
sobre sistema de gestão ambiental e auditoria ambiental (Ecoaudit) Regulamento 
CEE 1836/93. Ao estabelecerem, antes mesmo das normas ISO, sistemas 
voluntários de adesão a instrumentos de gestão ambiental, estes regulamentos 
introduzem uma nova forma do legislar em campo ambiental e espelham as 
diretrizes do Quarto e Quinto Programas de Ação da CEE endereçadas para o maior 
uso de instrumentos de mercado na preservação do meio ambiente. Neste novo 
quadro dos anos 90, (novos atores, novos instrumentos) ganha espaço a 
negociação e a necessidade de se buscar uma efetiva “conciliação” entre as partes. 
Na década atual, ancoradas no conceito de “desenvolvimento sustentável”, as 
políticas ambientais de quase todos os países parecem endereçar-se para a busca 
de um enfoque integrador: integrar o desenvolvimento com o uso sustentável dos 
recursos, integrar os instrumentos de comando e controle tradicionalmente aplicados 
ao meio ambiente com instrumentos econômicos, integrar os agentes públicos e 
privados na gestão do meio ambiente, integrar a dinâmica da problemática ambiental 
local com a global. Tal enfoque só pode ser perseguido se forem incorporados ao 
planejamento e à gestão ambiental os conceitos de Planejamento e Gestão 
Cooperativos. (ver HEALEY, 1997, FORESTER, 1999, DE JONGH, 1999, MEPPEM, 
2000) A formação de parcerias, a criação e aplicação de instrumentos 
compartilhados de gestão, a implementação de ações conjuntas de preservação 
ambiental, constituem as formas mais viáveis de encaminhamento destas políticas. 
Estas perspectivas parecem confirmar-se não só por um percurso evolutivo interno à 
política ambiental, mas também por uma dinâmica mais ampla de retração do 
Estado de todas as atividades econômicas e um concomitante crescimento das 
forças de mercado num contexto econômico e financeiro globalizado e fortemente 
interligado. Rediscutir o papel do Estado, das organizações e da sociedade e suas 
formas de articulação constituem o grande desafio da gestão ambiental na 
atualidade. (MAGRINI, 2001, p. 4) 
- A política e a gestão ambiental no Brasil: Nesse âmbito Magrini (2001, p. 5) aponta 
que a evolução da política e da gestão ambiental no Brasil se deu de forma 
relativamente consoante com o quadro internacional. Evidentemente este processo 
 
foi marcado por especificidades econômicas, políticas e culturais, além de fatores de 
pressão externos, cuja análise não cabe no presente trabalho, e que fizeram com 
que as diferentes fases observadas a nível internacional se apresentassem por 
vezes defasadas e por vezes sobrepostas no caso brasileiro. As próprias 
configurações desiguais do desenvolvimento brasileiro, que faz com que convivam 
ao interior do país, estruturam tipicamente pré-industriais ao lado de industriais e de 
pós-industriais, imprimem a esta evolução uma configuração diferenciada. Assim, a 
década de 70 também representou para o Brasil uma fase de estruturação em 
campo ambiental principalmente do ponto de vista institucional. Datam deste período 
a criação a nível federal da SEMA, Secretaria de Meio Ambiente e de alguns órgãos 
estaduais como a FEEMA. Embora alguns estados tenham implementado neste 
período instrumentos de gestão ambiental e embora a própria federação já 
possuísse algumas normativas anteriores, como o Código de Águas de 1934, a Lei 
de Proteção de Florestas de 1965, a Lei de Proteção da Fauna de 1967, dentre 
outras, uma política ambiental efetiva e orgânica só foi implantada no Brasil em 1981 
com a Lei 6938 que instituiu a Política e o Sistema Nacional do Meio Ambiente. 
Os principais instrumentos que constam desta lei são até hoje aplicados no 
Brasil e são: Padrões de Qualidade Ambiental; Zoneamento Ambiental 
(posteriormente denominado Zoneamento Ecológico econômico); Avaliação de 
Impactos Ambientais; Licenciamento e revisão de atividades efetiva ou 
potencialmente poluidoras; Sistema Nacional de Informações Ambientais; Sistema 
de Unidades de Conservação. Desde sua promulgação, a política ambiental 
brasileira vem atuando tanto no plano corretivo como preventivo. (MAGRINI, 2001, 
p. 5) 
 
Para a autora datam igualmente da década de 80 as regulamentações 
relativas ao estabelecimento de padrões de qualidade da água e de efluentes e 
sobre o Programa de Poluição do Ar por Veículos Automotores – PROCONVE 
(Resoluções CONAMA 020/86 e 018/86 respectivamente) e a relativa à Avaliação de 
Impacto Ambiental (Resolução CONAMA 001/86). Por outro lado, somente em 1997 
foi promulgada a regulamentação federal sobre Licenciamento Ambiental 
(Resolução CONAMA 237/97) enquanto continuaram sendo elaboradas no período 
normas para controle de emissões gasosas e ruído dentro de uma ótica de política 
claramente corretiva. Adicionalmente, o Brasil incorporou no início da década de 90 
 
um novo instrumento que vinha sendo discutido na Europa, a Auditoria Ambiental. 
Quase que contemporaneamente, diversos Estados, Municípios e também a União 
discutiram projetos de lei sobre a introdução deste novo instrumento. A concepçãobrasileira do mesmo, no entanto, seguia o modelo inicial do Regulamento da CEE 
que consistia num tradicional instrumento de comando e controle, ou seja, tinha um 
caráter essencialmente compulsório e não incorporava a adoção conjunta de um 
Sistema de Gestão Ambiental. Este processo acabou não progredindo resultando no 
arquivamento do projeto de lei federal e na suspensão de alguns projetos estaduais 
e municipais. O Estado do Rio de Janeiro, no entanto, foi um dos estados que 
regulamentaram este novo instrumento (Lei 1898/91 e Decreto 2147A/95). 
Do ponto de vista institucional, desde a promulgação da Lei 6938/81, foram 
essencialmente mantidas as atribuições a nível federal, estadual e municipal, tendo 
sido modificadas, através de leis e decretos, algumas figuras da estrutura original, 
dentre as quais se destacam: a SEMA foi absorvida em 1989, juntamente com 
SUDEPE, IBDF e SUDHEVEA formando o IBAMA; em 1989 foi criado o Comitê do 
Fundo Nacional do Meio Ambiente; o Ministério do Meio Ambiente foi criado em 
1992 e sua denominação e composição foram modificadas diversas vezes nestes 
anos. A Constituição de 1988 veio reforçar a política ambiental brasileira, além de 
atribuir aos municípios maior autonomia em campo ambiental. Vê-se desde então 
um crescimento do envolvimento municipal em questões ambientais sem que, no 
entanto a lei federal tenha sido modificada no sentido de redefinir competências. A 
gravidade desta situação ficou latente quando em 1997 foi promulgada a Resolução 
237 dando atribuições específicas aos municípios para o licenciamento de projetos 
com implicações ambientais locais. Como resultado a resolução foi taxada de 
inconstitucional e, ao mesmo tempo, desencadeou-se um processo de elaboração 
de projetos de lei sobre licenciamento por parte de muitos municípios. Se por um 
lado é incontestável a pertinência da atuação municipal em campo ambiental, por 
outro, se não se proceder a uma premente revisão do Sistema Nacional de Meio 
Ambiente, poderá agravar-se a sobreposição de competências entre as diferentes 
figuras institucionais. 
Não só para modificar as atribuições dos municípios torna-se necessária a 
revisão da lei quadro ambiental brasileira, mas principalmente para incorporar os 
novos conceitos e instrumentos que tem permeado hoje a evolução da gestão 
 
ambiental a nível internacional. Neste sentido, o Brasil ainda encontra-se bastante 
distanciado de uma visão efetivamente integradora da gestão ambiental. Isto não 
significa que estas novas tendências não tenham sido absolutamente 
implementadas no caso brasileiro. Recentemente é possível identificar, tanto ao 
nível federal como estadual, a adoção de alguns novos mecanismos legais e 
institucionais que se direcionam, mesmo que de forma ainda incipiente, para a 
negociação e/ou a formação de parcerias. Dentro da lógica que tem regido a política 
ambiental brasileira, no entanto, estes convivem com igualmente novos mecanismos 
que se inserem nas modalidades mais tradicionais da gestão ambiental do tipo 
comando e controle. É o caso, por exemplo, da Lei 9605, conhecida como Lei de 
Crimes Ambientais que, promulgada em 1998, possui um profundo caráter punitivo. 
(MAGRINI, 2001, p. 5) 
Com relação à negociação, uma iniciativa recente que tem dado bons 
resultados no Estado do Rio de Janeiro é a realização de Termos de Compromisso 
Ambiental (TCAs) entre o órgão ambiental e as empresas. Este instrumento surgiu 
com a Medida Provisória 194924/ 00 relacionada à Lei Federal 9605/98 
anteriormente mencionada e teve como intuito permitir a adequação das empresas 
às exigências legais. (SCHEEFFER, 2001) Embora tenha sido originado por um 
instrumento clássico de comando e controle, o TCA tem fomentado a negociação 
entre as partes. Outro mecanismo menos recente que introduziu a negociação, 
sempre entre empresas e setor público, data da década de 80 e vem sendo 
praticado tanto ao nível federal como estadual. Trata-se da Avaliação de Impacto 
Ambiental e do mecanismo correlato de Audiência Pública. Não cabe aqui discutir a 
eficácia destes mecanismos (Magrini, 1989), mas é importante assinalar que apesar 
destas iniciativas já estarem em curso não existe ainda na prática da gestão 
ambiental no Brasil uma efetiva “cultura” que reconheça explicitamente o conflito e 
implemente a negociação de forma mais estruturada. O emprego de técnicas e/ou 
procedimentos para o tratamento destas questões precisa ser fomentado e alargado 
(BREDARIOL, MAGRINI, 1997, apud MAGRINI, 2001, p. 7). 
Em termos de formação de parcerias, existem no Estado do Rio de Janeiro os 
mecanismos denominados PROCON ar e PROCON água que consistem em 
programas de autocontrole implementados pelas empresas e acompanhados pelo 
órgão ambiental. Outro instrumento, o Sistema de Manifesto de Resíduos Industriais 
 
e a Bolsa de Resíduos, também constitui uma forma de “compartilhamento” com a 
iniciativa privada de atividades que estariam normalmente apenas a cargo do órgão 
ambiental. Mesmo que estes mecanismos tenham sido implementados em sua 
maioria no final da década de 80 com o claro intuito de minimizar custos e “aliviar” a 
carga de controle da FEEMA, hoje, num novo contexto, precisam ser potencializados 
e dinamizados vindos a constituir-se em parcerias efetivas. 
Finalmente, a nível federal, a recente criação da lei de Gerenciamento de 
Recursos Hídricos (Lei 9433/97), que ainda encontra-se em fase de 
regulamentação, pode vir a constituir um grande avanço na prática da negociação e 
da formação de parcerias. Efetivamente, ao eleger a bacia hidrográfica como 
unidade de gestão, este novo sistema faz intervir, na gestão da mesma, diferentes 
esferas do poder público (Estados, Municípios, União), além de envolver os diversos 
usuários da bacia, através da representação nos chamados Comitês de Bacia. A lei 
também introduz novos instrumentos de gestão buscando integrar os aspectos 
qualitativos e quantitativos relativos ao gerenciamento da água que seguramente 
necessitarão da prática da negociação e da formação de parcerias. O 
gerenciamento de recursos hídricos no Brasil pode, portanto vir a constituir-se no 
primeiro exemplo significativo de gestão ambiental cooperativa podendo servir como 
modelo para a reformulação do próprio Sistema Nacional de Meio Ambiente. 
(MAGRINI, 2001, p. 8) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AVALIAÇÃO 
 
1) Significa recursos, gerador de matéria-prima e energia. 
a) Sociedade. 
b) Floresta. 
c) Meio ambiente. 
d) Cultura. 
 
 
2) São áreas delimitadas com a finalidade de preservação e proteção integral da 
fauna e flora, para fins científicos e educativos, onde é proibida qualquer forma de 
exploração dos seus recursos naturais: 
a) Reservas Biológicas. 
b) Estações Ecológicas. 
c) Parques. 
d) Nenhuma das alternativas. 
 
 
3) Formação com apenas um andar de cobertura vegetal, constituída principalmente 
de leguminosas, gramíneas e ciperáceas de pequeno porte, inexistindo 
praticamente, formas arbustivas: 
a) Cerradão. 
b) Campo sujo. 
c) Campo. 
d) Restinga. 
 
 
4) O primeiro curso universitário de maior repercussão com o título de História 
ambiental foi ministrado na Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, pelo 
historiador cultural Roderick Nash, no ano de: 
a) 1960. 
b) 1980. 
c) 1952. 
d) 1972. 
 
 
 
 
 
 
5 - É considerado o palco das realizações humanas. 
a) Território. 
b) Lugar. 
c) Espaço geográfico. 
d) Cidade. 
 
 
6) Transição restinga encosta: é uma vegetação densa com árvores de cerca de 18 
m de altura e onde encontramos com frequência o palmito e animais de grande porte 
como macacos bugios e onças. Tem como características, EXCETO: 
 
 
a) Depende mais do solo do que do clima; 
 
b) Ocorre interligação florística entre as formações da encosta e da restinga e 
interações de fluxo dos nutrientes entre a restinga e o manguezal; 
c) Localiza-se próxima ao mar sobre areia seca, onde se encontra vegetação 
rasteira e alguns arbustos. 
d) As diferentes situações de drenagem condicionam a formação do mosaico da 
restinga; 
 
 
7) Nas décadas de 70 e 80, de acordo com Magrini (2001, p. 3) a gestão ambiental 
foi essencialmente praticada pelo Estado através da aplicação dos chamados: 
a) “instrumentos de comando e controle” 
 
b) “estratégias de comando e direção” 
 
c) “instrumentos de comando e estratégias” 
 
d) n.r.a 
 
 
8) Dentre as alternativas abaixo, sobre os problemas causados pela erosão, assinale 
a alternativa incorreta: 
a) Perda de solo pelo arraste de partícula, acarretando queda na produtividade; 
b) Assoreamento dos cursos d'água (nascentes, córregos e rios); 
 
 
c) Contaminação nas águas por agroquímicos (agrotóxicos e fertilizantes químicos) 
que são arrastados com partículas do solo; 
d) Culturas não adaptadas às características das terras; 
 
 
 
9-Complete as sentenças abaixo, e assinale a alternativa correta: 
 
A pesquisa histórica vem revelando que a preocupação intelectual com os 
problemas “ ” esteve presente, ao menos no mundo de expressão 
europeia, desde o final do século , ocupando um lugar relevante no 
processo de construção do pensamento moderno (Raumolin, 1984, Grove, 1995, 
Pádua, 2002). A grande novidade das últimas décadas esteve na difusão desse tipo 
de debate para uma parcela muito mais ampla da esfera . 
a) Ambientais; XVIII; pública 
 
b) Mundiais; XVI; particular 
 
c) Ambientais; XV; pública 
 
d) n.r.a 
 
 
10 Leia atentamente as afirmativas abaixo e assinale a opção correta: 
 
I- Em termos de formação de parcerias, existem no Estado do Rio de Janeiro os 
mecanismos denominados PROCON ar e PROCON água que consistem em 
programas de autocontrole implementados pelas empresas e acompanhados pelo 
órgão ambiental. 
II- O Sistema de Manifesto de Resíduos Industriais e a Bolsa de Resíduos, também 
constitui uma forma de “compartilhamento” com a iniciativa privada de atividades que 
estariam normalmente apenas a cargo do órgão ambiental. 
III- A nível federal, a recente criação da lei de Gerenciamento de Recursos Hídricos 
constitui uma forma de “compartilhamento” com a iniciativa privada de atividades 
que estariam normalmente apenas a cargo do órgão ambiental. (Lei 9433/97), que 
ainda encontra-se em fase de regulamentação, pode vir a constituir um grande 
avanço na prática da negociação e da formação de parcerias. 
 
 
 
a) Estão corretas as afirmativas I e II 
b) Estão corretas as afirmativas I e III 
 
c) Estão corretas as afirmativas II e III 
 
d) Todas as afirmativas estão corretas

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