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Raiva Alunos : Lucas Breno, Evilin Ramos, Murillo Kayam,Kerley Michele Introdução A Raiva existe desde a antiguidade, e até os dias de hoje e continua sendo um problema mundial devido a sua letalidade e impossibilidade de cura. O que é raiva? É uma zoonose transmitida ao homem pelo vírus rábico presente na saliva do animal infectado, ataca o sistema nervoso central causando uma encefalite aguda e mortal. É um grande problema de saúde publica. Etiologia Ordem: Mononegavirales Família: Rhabdoviridae Gênero: Lyssavirus o Lyssavirus possui, atualmente, 7 genótipos. No Brasil apenas o genótipo 1 (Rabies virus - RABV) foi identificado o Vírus RNA envelopado o Polaridade negativa. Meio de transição Casos comuns transmissão do vírus por contato com a saliva, pele e através de mordedura, lambedura e arranhadura de animais infectados. Casos raros Via respiratória Transplante de córnea Transplante de órgãos Zoofilia Sintomatologia A sintomatologia varia conforme o animal infectado. Assim, serão apresentadas considerações sobre a sintomatologia em , cães, gatos, bovinos, animais silvestres mamíferos em geral. Período de incubação Compreende em três fases Prodrômica: 2 a 3 dias Furiosa: 2 a 4 dias Paralítica: 2 a 4 dias Raiva em cão Fase prodrômica: mudança de comportamento, anorexia, ansiedade, hipertermia, dilatação de pupilas. Fase furiosa: Agressividade (objetos, animais, dono), latidos roucos, fuga, incoordenação, convulsão. Fase Paralítica: Breve excitação ou ausente, fotofobia, paralisia dos músculos da cabeça e membros posteriores, sialorréia e morte. Raiva em gatos geralmente forma furiosa. Incubação e eliminação: semelhante ao cão, A fase paralítica é terminal. Morte: em média 5 a 7 dias após início dos sintomas. Raiva em bovinos Geralmente paralítica; Longe do grupo, paralisia posterior, apresenta movimentos desordenados da cabeça, tremores musculares, midríase com ausência de reflexos pupilar, incoordenação motora e contrações involuntárias. Morte: entre 3 a 6 dias após os inícios dos sinais; Raiva em animais silvestres Não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do vírus em animais silvestres. Entretanto, sabe-se que os quirópteros (morcegos) podem albergar o vírus por longo período, sem sintomatologia aparente. Diagnóstico O diagnóstico da raiva é altamente recomendável em qualquer mamífero que apresente sinais clínicos de doenças nervosas, pois é uma doença endêmica no País. A coleta das amostras deve ser realizada por Médico Veterinário ou por profissional habilitado por ele, que tenha recebido treinamento adequado e que esteja imunizado contra raiva e com titulação adequada. Porém, a responsabilidade pela colheita e pelo envio do material sempre é exclusiva do Médico Veterinário (oficial ou autônomo). Técnica Diagnostico da raiva Fixação da cabeça do animal para colheita do SNC Fonte: Instituto Pasteur Corte da linha mediana da caixa craniana: ao longo da linha média do crânio, faz- se um corte, dos olhos até a base do crânio, que atravesse a pele e as fáscias. Fonte: Instituto Pasteur Dissecação dos músculos da cabeça: rebatem-se os músculos e tecidos até que se exponha a calota craniana. Fonte : Instituto Pasteur Cortes da caixa craniana: com a serra, fazem-se dois cortes, do forâmen occipital ao osso frontal. Fonte: Instituto Pasteur Com a serra, fazem-se cortes longitudinais, rebatendo o osso com o cinzel e deixando o encéfalo exposto. Fonte: Instituto Pasteur Pontos de coleta (hipocampo, tronco encefálico, tálamo, córtex, cerebelo e medula oblonga). Fonte: DICAF/GEZOO/DIVE/SES Fragmento de SNC Fonte: DICAF/GEZOO/DIVE/SES Acondicionamento e preparo da amostra para encaminhamento A amostra deve ser encaminhada ao laboratório em condições de refrigeração, se a previsão de envio for de até 24 horas. Em regiões onde houver dificuldades para manter as amostras congeladas ou sob refrigeração, estas devem ser colocadas em uma mistura de glicerina a 50%, A amostra deve ser acompanhada de uma ficha de remessa com os dados epidemiológicos. Diagnóstico laboratorial Técnica histológica (coloração de Sellers) Preparo de impressões do sistema nervoso central em lâminas. Fonte: Instituto Pasteur Inclusões de Negri no citoplasma de neurônios infectados pelo vírus da raiva e no meio extracelular. Fonte: Instituto Pasteur Lâmina com impressão de cerebelo de animal infectado com o vírus da raiva corado com conjugado antirrábico fluorescente. Fonte: Instituto Pasteur Inoculação de camundongo Camundongo inoculado com amostra positiva para raiva apresentando aerofobia. Fonte: Instituto Pasteur Camundongo inoculado com amostra positiva para a raiva apresentando paralisia. Fonte: Instituto Pasteur Prevenção e controle Vacinação em humanos. 3 doses pre - exposição Medico veterinário, pessoas dos laboratórios responsáveis pela analise. 4 doses pós - exposição Acidentes mordidas etc.. . Vacina Anti-Rábica para uso humano (VARH) produzida pelo Tecpar, unidade Juvevê desde 1985 Prevenção e controle Vacinação de cães e gatos domésticos; Vacinação de bovinos equinos suínos todos animais de produção mamíferos. Campanha anual de vacinação ocorre em todo o pais para cães e gatos; Prevenção controle Animais silvestres controle populacional apenas o Desmodu rotundus tem sua população controlável no brasil. Anticoagulantes aplicados às costas do morcego; Outros morcegos lambem e morrem. IMA usa pasta anticoagulante para extermínio da espécie hematófaga (Fotos: Reprodução/ TV Integração) Notificação Todo caso suspeito de raiva é de notificação individual, compulsória e imediata aos níveis municipal, estadual e federal. Tratamento Não há tratamento devido a doença ser letal em animais existe apenas programas de profilaxia e vacinação. Situação epidemiológica da raiva humana Com a intensificação das ações de vigilância e controle da raiva canina e felina nos últimos 30 anos. O Brasil alcançou significativa redução nas taxas de mortalidade por raiva humana, com o predomínio de casos em caráter esporádicos e acidentais . Taxa de mortalidade de raiva humana por tipo de animal agressor (1986 – 2018). Fonte: SVS/MS. Atualizado em 16/03/2018 No período de 2010 a 2018, foram registrados 36 casos de raiva em humanos. Taxa de mortalidade raiva humana transmitida por cão/ Nº de casos de raiva canina (1999 a 2018). Fonte/MS. Atualizada em 16/03/2018. 33 Casos de Raiva Humana por espécie animal agressora do ano de 2009 a 2018 no Brasil. Espécie animal 2009 2010 2011 2012 2013 2014 20151 20162 20173 20184 Cão 2 1 2 2 3 0 1 0 0 0 Gato 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 Bovino 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Jumento 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Caprino 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Suíno 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Herbívoro 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Morcego 0 1 0 1 0 0 0 1 5 11 Raposa 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Macaco 0 1 0 1 2 0 0 0 0 0 Gambá 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Gato selvagem 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Guaxinim 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Caititu 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Outros 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Ignorado 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Total 2 3 2 5 5 0 2 2 6 11 Fonte:SVS/MS. Dados atualizados até 28/01/2019 Situaçãoepidemiológica da raiva animal Vigilância da raiva animal no Brasil, englobam ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. É de interesse para a saúde pública como cães, gatos e animais silvestres, incluindo os casos de raiva em morcegos, hematófagos ou não e entre animais de produção como bovinos, equinos e outros. Essas informações auxiliam na organização das ações de controle e mitigação frente aos casos de raiva. Casos de Raiva canina por Unidades Federadas e Município e Variante Viral no período de 2015 a 2018. Brasil, 2019. Minas Gerais Unaí - - - - - - - - Espírito Santo - - - - - - - - - Rio de Janeiro - - - - - - - - - Campinas 1 AgV3 - - - - - - Pindorama - - 1 AgV3 - - São Paulo Jacupiranga 1 AgV3 - - Santa Fé do Sul 1 AgV3 Hotolândia 1 AgV3 Região/UF/Município 2015 2016 2017 2018 Qtd Variante Qtd Variante Qtd Variante Qtd Variante 36 Casos de Raiva Felina por Unidades Federadas e Município e Variante Viral no período de2015 a 2018. Brasil, 2019. Legenda: AgV3 Morcego Hematófago;AgV 4; AgV (Myotis); Fonte:SVS/MS. Dados preliminares sujeito a alterações.Atualizado em 28/01/2019. Minas Gerais Unai - - - - - - - - Espírito Santo - - - - - - - - - Rio de Janeiro - - - - - - - - - Ribeirão Preto 3 AgV3 1 AgV3 - - - - Jaguariúna 1 AgV3 - - - - - - Pindamonhangaba - - 1 AgV3 - - - - São Paulo Itapetininga - - 1 AgV3 - - - - Campinas - - 1 AgV(Myotis) - - - - Piracicaba 1 AgV3 São José do Rio Preto 1 AgV3 Atuação do medico veterinário O médico veterinário tem papel fundamental na luta contra a raiva ele atua na vigilância, prevenção e controle da enfermidade. Referências http://saude.gov.br/saude-de-a-z/raiva Instituto Pasteur/SES São Paulo – Laboratório de Referência Macrorregional Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) - Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) Rabia – Panaftosa Rabia - OMS https://rabiesalliance.org/