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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................4 2. LICITAÇÃO: CONCEITO .....................................................................................................................................4 3. PRINCÍPIOS ..........................................................................................................................................................4 3.1 Princípio do Formalismo .............................................................................................................................5 3.2 Princípio da Publicação dos Atos ............................................................................................................5 3.3 Princípio da Igualdade entre os Licitantes .........................................................................................5 3.4 Princípio do Sigilo na Apresentação das Propostas .......................................................................7 3.5 Princípio da Vinculação ao Edital ...........................................................................................................7 3.6 Princípio do Julgamento Objetivo ..........................................................................................................7 3.7 Princípio da Probidade Administrativa .................................................................................................8 3.8 Princípio da Adjudicação Compulsória ao Vencedor ....................................................................8 4. CONTRATAÇÃO DIRETA (SEM LICITAÇÃO) .............................................................................................8 4.1 Inexigibilidade ..................................................................................................................................................9 4.2 Dispensa de Licitação ................................................................................................................................10 4.2.1 Licitação Dispensável .............................................................................................................................10 4.2.2 Licitação Dispensada .............................................................................................................................. 12 5. FASES DA LICITAÇÃO .................................................................................................................................... 13 5.1 Fase Interna .................................................................................................................................................... 13 5.2 Fase Externa .................................................................................................................................................. 13 5.2.1 Fase Externa: Subfases .......................................................................................................................... 14 6. EDITAL (INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO) ...........................................................................................15 7. PRAZO MÍNIMO PARA CONVOCAÇÃO DOS LICITANTES ..................................................................16 8. IMPUGNAÇÃO ADMINISTRATIVA DO EDITAL ......................................................................................16 9. COMISSÃO DE LICITAÇÃO ............................................................................................................................ 17 10. HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO .......................................................................................................... 17 11. TIPOS DE LICITAÇÃO .....................................................................................................................................18 12. MODALIDADES DE LICITAÇÃO .................................................................................................................19 12.1 Concorrência .................................................................................................................................................19 12.2 Tomada de Preços ....................................................................................................................................20 12.3 Convite ...........................................................................................................................................................20 12.4 Concurso .......................................................................................................................................................22 12.5 Leilão ..............................................................................................................................................................22 QUESTÕES DE CONCURSO ..............................................................................................................................23 GABARITO ..............................................................................................................................................................28 GABARITO COMENTADO ..................................................................................................................................29 4 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO OLÁ, APROVADO(A) Com a publicação do edital para o TRF da 3ª Região, é hora de acelerar os estudos. Pen- sando em sua aprovação, o Gran Cursos Online preparou o presente material sobre licitação pública para otimizar seus estudos. Esse concurso é imperdível, pois o TRF da 3ª Região tem jurisdição nos estados de São Paulo – que é o estado mais populoso do Brasil – e Mato Grosso do Sul. Se você ainda não me conhece, sou o professor Rodrigo Cardoso, atuo como professor de Direito Administrativo há mais de dez anos e venho sempre fazendo estatística do que é mais cobrado pelas diversas bancas. Além de professor, sou servidor do TRT da 10ª Região, sei perfeitamente de sua dificuldade e de seu esforço para ser aprovado no TRF. Lembre-se de que sou concurseiro como você, tudo pelo que você está passando, já passei um dia. Posso também lhe dizer como é gratificante ser aprovado em concurso público. É sua chance de se tornar servidor do TRF. Posso garantir que, no Poder Judiciário Fede- ral, você irá receber uma ótima remuneração, além de ter excelente condição de trabalho. Com foco, planejamento e dedicação, sua vaga estará garantida. Confie em você, vai dar tudo certo! A banca FFC, que irá aplicar a prova, é tradicional e bastante competente. Nós iremos trabalhar todos os artigos da Lei n. 8.666/1993 possíveis de serem cobrados em sua prova. É importante entendermos a teoria e resolver as questões propostas, lembrando que é comum questões antigas voltarem a ser cobradas da mesma forma. Rodrigo Cardoso Graduado em Direito pela Universidade Católica de Brasília e especialista em Direito Administrativo e Constitucional. Ministra aulas de Direito Administrativo. Servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região. Coautor do livro Direito Administrativo Simplificado – 6ª Edição. Palestrante. 5 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO 1. INTRODUÇÃO Sabemos que a Administração Pública tem como objetivo atender ao interesse público. Para tanto, é necessário que ela contrate bens e serviços fornecidos por terceiros para desem- penhar suas atividades, pois sabemos que o Poder Público não produz tudo o que consome, como, por exemplo: material de expediente, de informática, veículos etc. Atento a tal situação, o legislador editou a Lei n. 8666/1993, que tem como objetivo esta- belecer regras para as contrataçõesno setor público. A referida lei estabelece regras para uma competição entre interessados em contratar com a Administração. Se assim não fosse, correria o risco de a Administração escolher seus contratados de maneira totalmente discricio- nária, baseando-se em afinidade e, por consequência, causando escolha imprópria. Deve ficar claro que, antes da realização de contrato administrativo – que autoriza o gasto de recurso público –, deve-se realizar licitação pública para selecionar a melhor proposta ofe- recida pelos diversos licitantes. 2. LICITAÇÃO: CONCEITO Licitação é um procedimento administrativo, observada a igualdade entre os participantes, em que a Administração deve selecionar a melhor proposta que atenda ao interesse público. Na definição de Marçal Justen Filho (2011, p. 448), licitação é um procedimento administrativo disciplinado por lei e por um ato administrativo prévio, que determina critérios objetivos visando à seleção da proposta de contratação mais vantajosa e à promoção do desenvolvimento nacional, com observância do princípio da isonomia, conduzido por órgão dotado de competência específica. Para a prova, você deve lembrar que licitação: a) é um procedimento administrativo; b) visa selecionar a melhor proposta; c) disputa isonômica; d) promoção do desenvolvimento nacional. 3. PRINCÍPIOS O art. 3º da Lei n. 8.666/1993 prevê alguns princípios de forma expressa. Lembre-se de que há princípios expressos na lei; porém, também há princípios que devem ser atendidos, mas não estão escritos no art. 3º da lei em estudo, como, por exemplo: princípio da adjudica- ção compulsória ao vencedor. 6 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a se- leção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da lega- lidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. Vamos trabalhar as características dos princípios que orientam o processo licitatório. 3.1 Princípio do Formalismo O procedimento licitatório caracteriza-se como ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública. Esse princípio impõe a vinculação da licitação às prescrições legais que a regem. Por esse princípio, não se pode fazer combinação das modalidades, não se pode criar nova fase do procedimento nem modificar as regras procedi- mentais previstas na lei. Procedimento formal, entretanto, não se confunde com “formalismo desnecessário". O que estabelece é que o procedimento licitatório não pode ser conduzido de forma discricioná- rio, o procedimento é rígido e inflexível. 3.2 Princípio da Publicação dos Atos A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura (art. 3º, § 3º). Os atos devem ser amplamente divulgados, para garantir, inclusive, a transparência da atuação admi- nistrativa. Decorre desse princípio o constante no art. 21 da Lei n. 8.666/1993, o qual exige que os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos con- cursos e dos leilões deverão ser publicados na imprensa. 3.3 Princípio da Igualdade entre os Licitantes Esse princípio propõe a igualdade entre os licitantes. O art. 37, XXI, da Constituição impõe a obrigatoriedade do princípio da igualdade nos seguintes termos: XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de quali- ficação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 7 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO Conforme a redação do § 1º do art. 3º da Lei n. 8.666/1993, é proibido aos agentes públi- cos admitir, incluir ou tolerar, no edital de licitação ou na carta-convite, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, e estabeleçam preferên- cias ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes. Critérios de Desempate Questão importante, neste momento, é a seguinte: se ocorrer empate entre as propostas apresentadas, quais serão os critérios de desempate? Com objetivo de resolver essa questão, o § 2º do art. 3º da Lei n. 8.666/1993 estabelece que: § 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, suces- sivamente, aos bens e serviços: [...] II – produzidos no País; III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras; IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos pre- vista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) Cumpre frisar que os critérios de desempate constantes na lei são sucessivos. Porém, per- sistido o empate, deverá ser realizado sorteio em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo (art. 45, § 2º). DIRETO DO CONCURSO 1. (FCC/TRT 23ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIA/ÁREA JUDICIÁRIA/2016) De acordo com a ordem estabelecida pelo § 2° do art. 3° da Lei n° 8.666/1993, em igualdade de condições, como critério de desempate, é assegurada preferência aos bens e serviços produzidos a. por empresas estrangeiras que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecno- logia do País b. ou prestados por empresas que comprovem o cumprimento de reserva de cargos legal para pessoa com deficiência c. ou prestados por empresas que possuam, no mínimo, 30% do capital estrangeiro d. ou prestados por empresas brasileiras que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País ou no exterior e. no País, ou seja dentro do território nacional brasileiro. 8 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO COMENTÁRIO Letra e. Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência aos bens e serviços produzidos no País. 3.4 Princípio do Sigilo na Apresentação das Propostas O § 3º do art. 3º estabelece que a licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. A violação do sigilo das propostas acarretará a nulidade do certame, pois o licitante vio- lador saberá o valor das propostas oferecidas pelos concorrentes. Assim, ele poderá ofertar valores abaixo da menor proposta, fraudando a competitividade do procedimento. Por fim, o art. 94 da lei em estudo estabelece que devassar o sigilo de proposta apresen- tada em procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo, acarreta: Pena – detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa. 3.5 Princípio da Vinculação ao Edital O edital é a lei interna da licitação. A Administração não pode descumprir as normas e con- dições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada (art. 41). Assim, estabelecidas as regras do certame, tornam-se inalteráveis paraaquela licitação, durante todo o procedimento. 3.6 Princípio do Julgamento Objetivo O julgamento objetivo estabelece que a Administração, ao julgar a proposta, deverá esta- belecer critérios definidos que se apoiem em fatores concretos de critério, evitando de todo modo o discricionarismo na escolha das propostas. Deve-se evitar ao máximo a valoração subjetiva das propostas. No julgamento das propostas, a comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou no convite, os quais não devem contrariar as normas e os princípios inerentes à licitação (art. 44). É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa, ainda que indiretamente, elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. 9 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO 3.7 Princípio da Probidade Administrativa A probidade nos remete ao sentido de honestidade, boa-fé, moralidade. O administrador probo é honesto. Esse princípio exige que o administrador atue com honestidade no procedi- mento licitatório. A Lei n. 8.429/1992 enumera atos de improbidade administrativa e regulamenta as puni- ções aplicáveis aos agentes públicos causadores desses atos. Diante dessa regulamentação, vale transcrever o art. 10, VIII, o qual estabelece que: Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: [...] VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente; 3.8 Princípio da Adjudicação Compulsória ao Vencedor O princípio da adjudicação compulsória ao vencedor impede que a Administração, conclu- ído o procedimento licitatório, atribua a outrem que não o legítimo vencedor. A adjudicação é o instrumento pelo qual a Administração declara que, se for celebrar contrato relativo ao objeto da licitação, fá-lo-á com o vencedor do certame. Contudo, é possível que a Administração não celebre o contrato, por motivos de ilegalidade (anulação da licitação) ou por razões de inte- resse público (revogação). A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade (art. 50). 4. CONTRATAÇÃO DIRETA (SEM LICITAÇÃO) A Lei n. 8.666/1993 prevê a possibilidade de celebração de contrato entre a Administração e o particular sem a realização de licitação. Essa autorização ocorre em duas situações distin- tas: inexigibilidade e dispensa de licitação. Foi visto que, em regra, deve haver licitação nas contratações realizadas pelo Poder Público. No entanto, pode-se ocorrer contratação direta nas seguintes hipóteses previstas expressamente pela Lei n. 8.666/1993: a) licitação dispensada (art. 17); b) dispensa de licitação: b.1) licitação dispensável (art. 24); e b.2) licitação inexigível (art. 25). 10 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO Nas hipóteses de inexigibilidade de licitação, a lei prevê algumas situações em que a com- petição entre os licitantes não é possível, seja em razão da singularidade do objeto contratado ou da existência de um único profissional a realizar determinado serviço. Foi visto que a contratação direta ocorre em situações bem específicas. A inexigibilidade é autorizada quando há impossibilidade jurídica de competição. Já o gênero dispensa de licita- ção tem duas espécies, a saber: a) Dispensa de licitação: há possibilidade de competição, mas não haverá licitação porque a própria lei a dispensou. Desse modo, o administrador deve proceder à contratação direta (a dispensa é ato vinculado). b) Licitação dispensável: embora haja possibilidade jurídica de competição, a lei auto- riza, de forma discricionária, a Administração a realizar ou não a licitação. 4.1 Inexigibilidade É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição (art. 25). Logo, você deve lembrar que, sempre quando não houver possibilidade de competição, a Administração poderá contratar sem licitação. A competição realizada entre licitante no processo de licitação é pressuposto lógico do processo. Contudo, em algumas situações, a lei permite que a Administração contrate direta- mente com o particular sem a necessidade de licitação. Isso se dá nos casos em que a com- petição é impossível. O art. 25 da lei em estudo disciplina a matéria nos seguintes termos: Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por pro- dutor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca; II – para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza sin- gular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empre- sário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. Foi visto acima que a Lei n. 8.666/1993, em seu art. 25, II, autoriza a contratação direta (sem a necessidade de licitar) de serviços técnicos. O art. 13 da mesma lei considera serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a: I – estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; II – pareceres, perícias e avaliações em geral; III – assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; IV – fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; V – patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; 11 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO VI – treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; VII – restauração de obras de arte e bens de valor histórico. Embora a lei tenha enumerado apenas as situações constantes em seu art. 25, como pos- sibilidade de contratação sem licitação, podemos dizer que essa enumeração é meramente exemplificativa, pois o próprio artigo estabelece a inexigibilidade sempre quando houver inviabilidade de competição. Sendo assim, sempre que houver impossibilidade jurídica de competição, a Administração poderá contratar diretamente o particular, mesmo que não confi- gure situações expressamente arroladas no art. 25. Em qualquer caso, a inexigibilidade de licitação deve ser expressamente motivada, jus- tificando as causas que levaram a Administração a admitir a impossibilidade jurídica de competição. Vamos entender melhor: considere que determinado Estado pretenda adquirir um lote de vacinas que são fabricadas exclusivamente pelo laboratório X. Nesse caso, é autorizada a contratação direta das vacinas, haja vista a impossibilidade jurídica de competição. Nesse caso, só há um fornecedor; logo, se houver licitação, não terá competição. Em relação a serviços contratados sem licitação, é importante frisar: só será admitida como justificativa de contratação direta quando o serviço for singular, prestado por profissio- nais ou empresas de notória especialização. 4.2 Dispensa de Licitação Ocorre dispensa de licitação quando: embora exista possibilidade jurídica de competição, a própria lei autoriza a sua não realização (licitação dispensável – art. 24); ou quando a lei ordena que não seja realizado o procedimento licitatório (licitação dispensada – art. 17, I e II). É importante frisar que, na dispensa de licitação, sempre há viabilidade jurídica de com- petição. A dispensa de licitação é gêneroque comporta duas espécies: licitação dispensável e dispensa de licitação. 4.2.1 Licitação Dispensável O art. 24 da Lei n. 8.666/1993 enumera taxativamente (não pode haver nenhuma outra) as hipóteses de licitação dispensável. Nesse tipo de licitação, existe a possibilidade de com- petição entre licitantes; no entanto, a Administração, segundo critério de conveniência e opor- tunidade (ato discricionário), não realiza o certame contratando com o particular diretamente. Nos casos em que a lei permite a não realização da licitação (licitação dispensável), não há obrigatoriedade de não licitar, mas faculdade de não realizar o certame. 12 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO Constam na lei mais de trinta possibilidades de contração direta por licitação dispensável. Vamos trabalhar as que são mais cobradas pela FCC (art. 24 da Lei n. 8.666/1993): 1) Para obras e serviços de engenharia de valor até R$ 33.000,00, desde que não se refi- ram a parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizados conjunta e concomitantemente. �Ob..:� Esse valor é ampliado para R$ 66.000,00 quando os contratos forem realizados por: sociedade de economia mista; empresa pública; autarquia ou fundação qualificada como Agência Executiva; obras e serviços contratados por consórcios públicos. Os valores estipulados para a licitação dispensável são fixados no percentual de dez por cento sobre as importâncias limitadoras da modalidade convite (art. 23, I, a). 2) Para outros serviços e compras de valor até R$ 17.600,00 e para alienações, nos casos previstos nessa lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez. 3) Nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem. 4) Nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calami- dade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos. 5) Quando não acudirem interessados à licitação anterior (licitação deserta). Ocorre lici- tação deserta quando a licitação é convocada e não aparece interessado algum em contratar com a Administração. 6) Quando a União tiver de intervir no domínio econômico para regular preços ou norma- lizar o abastecimento. Nesse caso, a União atua como agente regulador da atividade econô- mica visando, inclusive, reprimir o abuso do poder econômico. 7) Para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. 8) Na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido. 13 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO 9) Para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. DIRETO DO CONCURSO 2. (FCC/TRT 14ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2016) Em razão do caos da limpeza pú- blica em determinado Município do Acre, que afetou, inclusive, a situação ambiental da Cidade, a Prefeitura dispensou o procedimento licitatório, justificando tratar-se de situação emergencial. Assim, efetivou a contratação direta e imediata de empresa para a prestação dos serviços de limpeza. Nesse caso, os serviços deverão ser concluídos em prazo má- ximo, contado, em dias consecutivos e ininterruptos, da ocorrência da emergência, sendo vedada a prorrogação do respectivo contrato. Nos termos da Lei n° 8.666/1993, o prazo a que se refere o enunciado é de a. 210 dias. b. 120 dias. c. 90 dias. d. 60 dias. e. 180 dias COMENTÁRIO Letra e. Nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência para realização de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos. 4.2.2 Licitação Dispensada Na licitação dispensada, embora exista a possibilidade de competição, a própria lei ordena que não se realize o procedimento licitatório. Vimos que, na licitação dispensável, a compe- tição entre os licitantes é possível; no entanto, a Administração, em face de determinada cir- cunstância, quando autorizada, não realiza o certame contratando diretamente. Já na licita- ção dispensada, a própria lei estabelece a não realização da licitação. As hipóteses de licitação dispensada estão taxativamente previstas no art. 17, I e II, e, em regra, referem-se a alguns casos específicos de alienação de bens públicos (móveis e imóveis). 14 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO 5. FASES DA LICITAÇÃO 5.1 Fase Interna Embora a Lei n. 8.666/1993 não estabeleça de maneira didática as fases que devem compor o procedimento licitatório, a doutrina comumente leciona que a licitação é composta por uma fase interna à qual se segue a fase externa. O procedimento da licitação será iniciado (fase interna) com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa (art. 38). Na fase interna, apenas a Administração sabe que posteriormente será lançado o edital de licitação. Fica bem fácil lembrar como é a fase interna, pois a expressão nos leva a enten- der que essa fase ocorre internamente na Administração. Representa os primeiros trabalhos da licitação, que visam identificar o objeto a ser licitado (ex.: veículo, computador, material de expediente etc.), a justificativa da contratação, a reserva do recurso para realizar o posterior pagamento ao vencedor e a confecção do edital de licitação. Com o fim da fase interna, inicia- -se a fase externa. 5.2 Fase Externa Após a fase interna, por consequência, inicia-se a fase externa, que se desenvolve por meio dos seguintes atos, nesta sequência: edital ou convite; recebimento da documentação e propostas; habilitação dos licitantes; julgamento das propostas; adjudicação e homologação. Vamos entender como é desenvolvida a fase externa da licitação: 1) Instrumento convocatório (publicação do edital ou carta-convite). 2) Recebimento da documentação e propostas. 3) Habilitação (verifica a documentação): 3.1) Habilitação jurídica. 3.2) Qualificação técnica. 3.3) Qualificação econômico-financeira. 3.4) Regularidade fiscal. 3.5) Cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da CF (restrições e proibições ao trabalho dos menores). 4) Julgamento (escolha do vencedor). 5) Homologação (ato que confirma a licitação). 6) Adjudicação (atribuir ao vitorioso o objeto da licitação). 15 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO Importante lembrar, em sua prova, que a fase externa é composta porseis subfases. Pas- saremos a estudar cada uma das subfases da denominada fase externa da licitação. Nessa fase, os administrados e os possíveis licitantes ficam sabendo da realização da licitação. 5.2.1 Fase Externa: Subfases a) Instrumento convocatório (edital ou carta-convite). Ocorre com a publicação do aviso do edital no Diário Oficial e em jornal particular. b) Recebimento da documentação e propostas. Nesta fase, o representante da empresa entrega para a comissão de licitação os envelo- pes contendo as propostas e a documentação. c) Habilitação: a comissão verifica a documentação do licitante. O art. 27 orienta a documentação que será exigida do licitante para poder prosseguir na licitação. Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documenta- ção relativa a: I – habilitação jurídica; II – qualificação técnica; III – qualificação econômico-financeira; IV – regularidade fiscal e trabalhista; V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal. d) Julgamento: classificação das propostas. Nesta fase, são abertos os envelopes contendo as propostas dos licitantes. No envelope, deverá constar o valor que o licitante oferece para a Administração para celebração do con- trato administrativo. Esta fase tem como objetivo classificar as propostas ofertadas pelos licitantes, como, por exemplo: primeiro colocado, segundo colocado, e assim por diante. Nela, a comissão, antes de realizar a classificação das propostas, verificará se o objeto ofertado pelo licitante é real- mente o especificado no edital, bem como se os preços ofertados guardam compatibilidade com os de mercado. Desse modo, as propostas desconformes ou incompatíveis serão des- classificadas. e) Homologação (legalidade). Nesta fase, a autoridade competente verificará se o procedimento ocorreu de acordo com a lei. Tendo ilegalidade, deverá anular a licitação, em vez de homologar (representa a confir- mação da licitação). 16 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO e) Adjudicação (atribuir ao vitorioso o objeto da licitação). É a última fase da licitação. Neste momento, a autoridade competente declara oficialmente quem foi o licitante vencedor, atribuindo-lhe o objeto da licitação. 6. EDITAL (INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO) Por meio do edital, a Administração leva ao conhecimento público a abertura do certame para as modalidades: concorrência, tomada de preço, concurso e leilão. Vale dizer que, na modalidade convite, o instrumento convocatório é a “carta-convite”; logo, o convite é a única modalidade em que não há edital. Lembre-se disto: com a publicação do aviso do edital, inicia- -se a fase externa da licitação. Veja um exemplo de aviso de edital retirado do DOU. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO AVISO DE LICITAÇÃO CONCORRÊNCIA Nº 7/2014 Nº Processo: 23089000638201346 . Objeto: Contratação de empresa especializada em planejamento para elaboração de Plano Diretor de Infraestrutura para o Campus Guarulhos. Total de Itens Licitados: 00001. Edital: 21/01/2015 de 09h00 às 17h00. Endereço: Rua Sena Madureira, 1500 - Pró Reitoria de Planejamento - 3º Andar Vila Cle- mentino - SAO PAULO - SP. Entrega das Propostas: 10/03/2015 às 10h00. Informações Gerais: Edital disponível no site www.unifesp.br_reitoria_proplan_index.php_ publicacoes_publicacoes_licitacoes. O edital fixa as condições da realização do certame e convoca os interessados para apre- sentarem suas propostas. O edital é a lei interna da licitação; desse modo, vincula a Adminis- tração e os licitantes. Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publica- dos com antecedência, no mínimo, por uma vez: I – no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Adminis- tração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; II – no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; III – em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição. 17 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO 7. PRAZO MÍNIMO PARA CONVOCAÇÃO DOS LICITANTES Entre a publicação do edital ou o envio do convite e o recebimento das propostas ou da realização do evento, a Administração deve aguardar um prazo mínimo, até porque o licitante, para formular sua proposta, deve realizar pesquisa de mercado para ofertar a melhor pro- posta. A Lei Geral de Licitações estabelece os seguintes prazos (art. 21, § 2º): 1) Quarenta e cinco dias, quando a modalidade utilizada for: a) concurso; b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”. 2) Trinta dias, quando a modalidade utilizada for: a) concorrência, nos casos não especificados no item 1.b; b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”. 3) Quinze dias, quando a modalidade utilizada for: a) tomada de preço, nos casos não especificados no item 2.b; b) leilão. 4) Cinco dias úteis, quando a modalidade utilizada for: convite. Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma em que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas (art. 21, § 4º). Vale dizer que os prazos assinalados acima correspondem ao prazo mínimo da última publicação do aviso do edital e do recebimento das propostas ou da realização do evento. 8. IMPUGNAÇÃO ADMINISTRATIVA DO EDITAL A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada (art. 41). Já vimos que o edital é a “lei” da licitação e vincula tanto a Administração quanto o licitante. Pode ser que o edital publicado esteja omisso, discriminatório, ou mesmo irregular. Nesses casos, a Lei n. 8.666/1993 prevê que qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação dessa lei, devendo protocolar o pedido em até cinco dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até três dias úteis (art. 41, § 1º). 18 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO Já o prazo para os licitantes, o prazo para impugnar o edital por meio administrativo, é em até o segundo dia útil que antecede a abertura dos envelopes. 9. COMISSÃO DE LICITAÇÃO A comissão de licitação é responsável por impulsionar o processo licitatório, como, por exemplo, proceder à habilitação dos licitantes e realizar o julgamento das propostas. O art. 51 da lei em estudo autoriza os órgãos da Administração a constituírem comissão permanente ou comissões especiais de, no mínimo, três membros, sendo pelo menos dois deles servidores qualificados, pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração, responsá- veis pela licitação. Contudo, no caso de convite, a comissão de licitação, excepcionalmente nas pequenas unidades administrativas e em faceda exiguidade de pessoal disponível, poderá ser substitu- ída por servidor formalmente designado pela autoridade competente. Por fim, vale dizer que os membros das comissões de licitação responderão solidaria- mente por todos os atos praticados pela comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão (art. 51, § 3º). 10. HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO Foi visto que a homologação e a adjudicação representam as duas últimas fases da licita- ção. Esse tema é tão importante que vamos tratar em tópico específico. A homologação é a confirmação de todo o procedimento licitatório e, estando o certame de acordo com as normas e os princípios inerentes ao processo, a autoridade competente deter- minará a adjudicação do objeto licitado ao primeiro colocado. Para Meirelles (2009, p. 312), “adjudicação é o ato pelo qual se atribui ao vencedor o objeto da licitação para a subsequente efetivação do contrato”. A adjudicação garante ao licitante vencedor que, se a Administração for realizar o contrato referente ao objeto da licitação, fá-lo-á com ele. Assim dispõe o art. 50: “Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade”. O STJ entende que, adjudicado o objeto ao licitante vencedor, este deverá ser indenizado em relação aos prejuízos efetivamente comprovados, se não for contratado pela vontade da Administração. 19 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO ADMINISTRATIVO – LICITAÇÃO – REVOGAÇÃO APÓS ADJUDICAÇÃO. 1. No procedimento lici- tatório, a homologação é o ato declaratório pelo qual a Administração diz que o melhor concorrente foi o indicado em primeiro lugar, constituindo-se a adjudicação na certeza de que será contratado aquele indicado na homologação. 2. Após a adjudicação, o compromisso da Administração pode ser rompido pela ocorrência de fatos supervenientes, anulando o certame se descobertas ilicitudes ou revogando-o por razões de conveniência e oportunidade. 3. Na anulação não há direito algum para os ganhadores da licitação; na revogação, diferentemente, pode ser a Administração condenada a ressarcir o primeiro colocado pelas despesas realizadas. 4. Mandado de segurança denegado. (MS 12.047/DF, rel. min. Eliana Calmon, Primeira Seção, DJ 16.04.2007) Em favor também dos licitantes, o art. 64, § 3º, estabelece que “decorridos sessenta dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos”. 11. TIPOS DE LICITAÇÃO Vimos que é objetivo da licitação selecionar a proposta mais vantajosa para a Adminis- tração. Em busca dessas vantagens, a Administração estabelece qual tipo de licitação vai trazer maior possibilidade de satisfação. Em determinadas licitações, prepondera o interesse econômico (menor preço); em outras, o interesse técnico; e, ainda, podem-se conjugar a técnica e o preço. O art. 45, § 1º, disciplina que constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: I – a de menor preço; II – a de melhor técnica; III – a de técnica e preço; IV – a de maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso. No tipo de licitação menor preço, o fator decisivo para o julgamento é o menor preço ofertado, mesmo sendo a diferença mínima. Pode-se utilizar esse tipo de licitação quando a Administração pretender contratar obras, serviços, compras, locação e fornecimento. Já na licitação que utiliza melhor técnica para selecionar o vencedor do certame, será aquele que apresentar o material, o serviço, o equipamento mais eficiente, mais moderno, mais rentável, mais adequado, para a Administração. Nesse tipo de licitação, a proposta mais vantajosa para a Administração é escolhida após a negociação das condições ofertadas com a proponente melhor classificada. Nas licitações do tipo técnica e preço, a comissão julgadora avaliará a melhor proposta, realizando uma média ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço. 20 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO 12. MODALIDADES DE LICITAÇÃO Outro tema muito cobrado é o que vamos estudar agora. Ao confeccionar o edital, a Admi- nistração define a modalidade que será utilizada na licitação. A Lei n. 8.666/1993, em seu art. 22, enumera cinco diferentes modalidades de licitação: I – concorrência; II – tomada de preços; III – convite; IV – concurso; V – leilão. O § 8º do mesmo artigo estabelece que é vedada a criação de outras modalidades de lici- tação ou a combinação das modalidades acima. Essa determinação legal deve ser interpre- tada da seguinte forma: é vedada a criação de outras modalidades pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, pois compete privativamente à União estabelecer normas gerais sobre licitações. Já quanto à combinação das modalidades, não temos dúvida da vedação. Modalidades representam o caminho que o administrador deve seguir para chegar ao contrato administrativo. Cada modalidade possui características próprias. Vamos entender, a partir de agora, essas características. 12.1 Concorrência Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados (princípio da uni- versalidade) que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto (art. 22, § 1º). A concorrência é a modalidade empregada pela Administração para contratação de obras, serviços e compras de contratos de qualquer valor, para os contratos de concessões públi- cas, para a alienação de bens imóveis, para concessão de direito real de uso e para licitações internacionais (admitindo-se, nesse último caso, a tomada de preços, quando o órgão ou a entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores, ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País). Essa modalidade, em regra, exige habilitação preliminar dos licitantes; logo, se não for habi- litado, o licitante não passará às fases posteriores. Contudo, nas concorrências para conces- sões públicas e para os contratos de parceria público-privadas, é admitida a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento, podendo então a habilitação ser posterior ao julgamento. A modalidade concorrência será determinada em função dos seguintes limites (art. 23): I – Para obras e serviços de engenharia: contratos de valores acima de R$ 3.300.000,00. 21 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO II – Para compras e serviços não referidos acima: contratos de valores acima de R$ 1.430.000,00 12.2 Tomada de Preços Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação (art. 22, § 2º). Nessa modalidade, a habilitação é prévia à abertura do certame, sendo realizada no cadastra- mento exigido pala lei. Contudo, em atendimento ao princípio da competitividade, os não cadas- trados poderão cadastrar-se até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas. A modalidade “tomada de preço” será determinada em função dos seguintes limites (art. 23): I – Para obras e serviços de engenharia: contrato de valor até R$ 3.300.000,00. II – Para compras e serviços não referidos acima: contrato de valor até R$ 1.430.000,00. Por fim, a tomada de preço é admitida para as licitações internacionais. No entanto, é necessário que o órgão ou a entidade disponha decadastro internacional de fornecedores. 12.3 Convite Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade admi- nistrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o esten- derá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu inte- resse com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas (art. 22, § 3º). É a única modalidade em que não há edital. A carta-convite, que é o instrumento con- vocatório, é enviada aos interessados e será afixada cópia em local apropriado para que os demais cadastrados não convidados possam participar, habilitando-se até 24 horas antes do prazo para a entrega das propostas. O convite é modalidade de licitação mais simples. A Administração escolhe, entre os cadastrados ou não, possíveis interessados em contratar com a Administração. É permitida a participação de possíveis licitantes que não tenham sido formalmente convidados pelo órgão contratante, mas que sejam do ramo do objeto licitado, desde que cadastrados no órgão ou na entidade que licita, ou no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (Sicaf). Possíveis interessados não convidados devem solicitar o convite com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas. Para que a contratação seja possível, na modalidade convite, são necessárias pelo menos três propostas válidas, isto é, que atendam a todas as 22 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO exigências do ato convocatório. Não é suficiente a obtenção de três propostas apenas, mas sim de três propostas válidas. Se isso não ocorrer, a Administração deve repetir o convite e convidar mais interessados para completar o número mínimo exigido de propostas válidas (três propostas), salvo nas hipóteses de limitação de mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, situações que devem ser devidamente justificadas no processo. O § 7º do art. 22 autoriza, excepcionalmente, quando, por limitações do mercado ou mani- festo desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de três lici- tantes exigidos, a realização com menos de três licitantes. Essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas. A modalidade convite será determinada em função dos seguintes limites (art. 23): I – Para obras e serviços de engenharia: contrato de valor até R$ 330.000,00. II – Para compras e serviços não referidos acima: contrato de valor até R$ 176.000,00. O art. 23, § 4º, disciplina que “nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência”. Logo, a modalidade con- corrência poderá ser utilizada para contratos de qualquer valor. Deve-se, contudo, observar que, para determinados contratos (obras e serviços de engenharia acima de R$ 3.300.000,00 e para compras e serviços acima de R$ 1.430.000,00), a Administração deverá necessaria- mente utilizar a modalidade concorrência. ATENÇÃO Quando couber o convite, poderá ser utilizada a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência. DIRETO DO CONCURSO 3. (FCC /TRT 23º REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIA/ÁREA ADMINISTRATIVA/2016) Conside- re três licitações na modalidade convite: (i) No primeiro convite, o interessado cadastrado na correspondente especialidade manifestou interesse em participar do certame 36 horas antes da apresentação das propostas. (ii) O segundo convite, em virtude de limitações do mercado devidamente justificadas no processo, foi realizado com apenas dois inte- ressados do ramo pertinente a seu objeto, cadastrados, escolhidos e convidados pela respectiva unidade administrativa. (iii) O terceiro convite foi realizado com apenas três interessados do ramo pertinente a seu objeto, não cadastrados, escolhidos e convidados pela respectiva unidade administrativa. A propósito dos fatos narrados e nos termos da Lei n° 8.666/1993, está 23 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO a. correto apenas o que ocorreu no primeiro convite b. correto o que ocorreu em todos os convites c. correto apenas o que ocorreu no primeiro e no terceiro convites d. correto apenas o que ocorreu no segundo convite e. incorreto o que ocorreu em todos os convites COMENTÁRIO Letra b. (i) O interessado em participar deve manifestar intenção de recorrer em até 24 horas da apresentação das propostas; logo, a questão está certa, pois manifestou interesse em participar do certame 36 horas antes da apresentação das propostas. (ii) Por limitações do mercado devidamente justificadas no processo, pode ser realizado o convite com menos de três participantes; portanto, a questão está certa. (iii) O terceiro convite também está de acordo com a lei, pois foi realizado com apenas três interessados do ramo pertinente a seu objeto, não cadastrados, escolhidos e convidados pela respectiva unidade administrativa. 12.4 Concurso Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de traba- lho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com ante- cedência mínima de 45 dias (art. 22, § 4º). No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não (art. 51, § 5º). 12.5 Leilão Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação (art. 22, § 5º). Objetos passíveis de serem leiloados: a) Bens móveis inservíveis (que a Administração não utiliza mais, desnecessários) para a Administração. b) Bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou dação (ocorre dação quando o devedor quita sua obrigação com objeto distinto da obrigação originária). c) Produtos legalmente apreendidos ou penhorados. 24 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO QUESTÕES DE CONCURSO 1. (FCC/TRE-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Uma unidade pública escolar conseguiu re- cursos para modernização de seus equipamentos de informática, pois a quase totalidade dos computadores utilizados pelos alunos foi inutilizada durante uma inundação ocorrida no imóvel em período de fortes chuvas. Considerando-se que esse conjunto de computa- dores era patrimoniado e que a diretoria de ensino competente pretende se desfazer dele, a. deverá licitar a alienação desse material, por meio de concorrência ou convite. b. deverá licitar a alienação dos bens, por meio de leilão. c. poderá licitar a alienação dos bens, por meio de qualquer das modalidades legalmente previstas, conforme o valor de avaliação dos mesmos. d. poderá alienar os bens com dispensa de licitação, por se tratar de hipótese expressa- mente prevista para tanto. e. deverá licitar a alienação dos bens, por meio de leilão ou tomada de preços. 2. (FCC/TRF 3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) Em uma licitação para bens e servi- ços ocorreu empate entre as propostas. Considere: I – Produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. II – Produzidos ou prestados por empresas brasileiras. III – Produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisae no desenvolvi- mento de tecnologia no País. IV – Produzidos no País. Nos termos da Lei no 8.666/1993, em condições de igualdade, como critério de desempa- te, será assegurada preferência pela ordem, sucessivamente, aos itens a. I, II, III e IV. b. IV, I, II e III c. IV, II, III e I. d. II, IV, I e III e. II, IV, III e I. 3. (FCC/TRE-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Uma empresa pública estadual desenvolve estudos, pesquisas e produz vacinas antiofídicas e vacinas para produção de anticorpos. O ente federado, cuja organização administrativa que essa empresa integra, necessita adquirir doses das vacinas para abastecimento de sua rede de saúde. Essa aquisição, nos termos da Lei nº 8.666/1993, 25 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO a. pode ser feita com dispensa de licitação, desde que essa empresa tenha sido criada anteriormente à vigência da lei de licitações e que o valor seja compatível com o valor de mercado. b. depende de prévia licitação, tendo em vista que outros produtores das mesmas vacinas podem produzir tais produtos, tendo direito subjetivo à competição para o fornecimento. c. pode ser feita com inexigibilidade de licitação, tendo em vista que não é exigível certame quando os envolvidos na relação jurídica são entes públicos. d. deve ser feita com dispensa de licitação, tendo em vista que os entes que integram a Ad- ministração pública têm preferência no julgamento do certame em relação aos demais participantes. e. demanda, obrigatoriamente, a realização do certame, como observância do princípio da igualdade, tendo em vista que se trata de empresa integrante da própria Administração. 4. (FCC/TRE-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Determinada Administração pública realizou uma licitação com base na Lei n° 8.666/1993, sob a modalidade concorrência, para contra- tação de serviços de avaliação de seu patrimônio imobiliário. Finda a fase de julgamento e declarado o vencedor, a. cabe à autoridade competente homologar o resultado e adjudicar o objeto ao vencedor, que tem direito subjetivo à contratação, no prazo de 30 dias contados do resultado do certame. b. sucede-se a fase de homologação da licitação e adjudicação do objeto ao vencedor do certame, embora este não tenha direito subjetivo para exigir da Administração pública a prática desses atos. c. cabe à Administração pública a divulgação do resultado, contra cuja decisão não caberá mais recurso por parte dos licitantes, tendo em vista que se trata de decisão de mérito. d. sucede-se a fase de habilitação, cabendo à Administração analisar a documentação de todos licitantes, para verificação do atendimento dos requisitos de participação, em es- pecial no que se refere à capacitação técnica. e. abre-se prazo de impugnação aos licitantes, sendo que aqueles com diferença igual ou menor a 10% em relação à melhor proposta seguem para a fase de habilitação. 5. (FCC/TRE-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) A realização de licitação visa, precipuamen- te, ao estabelecimento de condições de competitividade em caráter isonômico, de forma a ser apurada a melhor proposta para a Administração pública. É vedado, assim, o estabe- lecimento de preferência em relação aos competidores, salvo, a. entre empresas brasileiras e estrangeiras, vez que as primeiras possuem primazia em relação às segundas, como forma de proteger a indústria nacional. 26 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO b. na preferência de contratação de cooperativas perante sociedades com intuito lucrativo, tendo em vista o caráter social com que atuam e como forma de reduzir a desigualdade econômica entre aqueles atores. c. como critério de desempate, primeiro em favor de bens produzidos no país ou, se não houver, produzidos ou prestados por empresas brasileiras. d. como critério de desempate, em favor de empresa brasileira e para aquela que tenha o maior número de empregados permanentes. e. em favor da empresa que garanta a criação do maior número de empregos no país, des- de que a diferença em relação à proposta mais vantajosa seja no máximo de 5%(cinco por cento) e que aceite assumir essas condições para formalização do contrato. 6. (FCC/TRF 3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) O princípio que obriga a Adminis- tração pública à prévia licitação para contratação dos diversos bens e serviços de seu interesse convive com situações em que o certame se mostra dispensável ou inexigível. As hipóteses são várias, algumas que a lei escolheu excluir da obrigatoriedade de serem licitadas, outras cuja a realização do certame não se mostra possível ou adequada. Diante de um cenário em que a Administração pública precise firmar contrato para prestação de serviço de atendimento da população para orientação inicial e encaminhamento aos se- tores adequados de conhecido complexo que concentra vários serviços públicos em um mesmo local, é a. possível declarar inexigibilidade de licitação para contratação de associação sem fins lucrativos que congregue portadores de deficiência física e pessoas com reconhecida hipossuficiência financeira, como forma de execução de política social. b. permitido dispensar a licitação para contratar associação sem fins lucrativos, de pesso- as portadoras de deficiência física, tendo em vista que as atividades necessárias à Ad- ministração são condizentes com as limitações físicas dos associados, o que não afasta a necessidade do valor ser compatível com o praticado no mercado. c. necessário realizar licitação, tendo em vista que se trata de contratação de mão de obra, para cuja finalidade inexiste previsão legal de dispensa ou inexigibilidade de certame. d. dispensada a licitação para contratação de associações sem fins lucrativos, bastando à Administração pública comprovar essa condição e a respectiva declaração de utilidade pública emitida pelo ente da mesma esfera do potencial contratante e. inexigível a licitação para os casos em que o contratado seja pessoa jurídica sem fins lu- crativos e desde que o valor da contratação seja compatível com o praticado no mercado. 27 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO 7. (FCC/TRF 3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) O Tribunal Regional Federal da 3ª Região pretende contratar empresa para a construção de obra de engenharia. Trata-se especificamente da reforma das instalações de espaço físico dentro do próprio Tribunal que, no futuro, será destinado a um restaurante, sendo o valor da contratação estimado em dez mil reais. Nesse caso, conforme preceitua a Lei n° 8.666/1993, a licitação é a. obrigatória na modalidade pregão. b. inexigível. c. obrigatória na modalidade concurso. d. obrigatória na modalidade convite. e. dispensável. 8. (FCC/TRF 3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) O responsável por determinada bi- blioteca necessita realizar uma licitação para aquisição de livros nacionais. Publica, então, um edital especialmente preparado, que torne possível a participação no processo de quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. Tal modalidade de licitação é conhecida como a. concurso. b. convite c. tomada de preços. d. leilão. e. concorrência. 9. (FCC/2017/TRT 24º REGIÃO/ANALISTA) A União Federal pretende contratar instituição brasileira que exerce atividade de recuperação social do preso. Cumpre salientar que a instituição não tem fins lucrativos, sendo seu objetivo de caráter exclusivamente social. Além disso, é detentora de indubitável reputação ético-profissional. Nesse caso, conforme preceitua a Lei nº 8.666/1993, a licitação é a. dispensável. b. obrigatória na modalidade convite.c. obrigatória na modalidade concurso. d. inexigível. e. obrigatória na modalidade tomada de preços. 28 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO 10. (FCC/2017/TRT 24º REGIÃO/ANALISTA/OFICIAL DE JUSTIÇA) Considere a seguinte si- tuação hipotética: determinada licitação, na modalidade tomada de preços, fixou o dia 20 do mês de julho do ano de 2017 (uma sexta-feira) como a data final para o recebimento das propostas. A empresa XYZ pretende participar do certame, porém não está previa- mente cadastrada para tanto. Nos termos da Lei n° 8.666/1993, a empresa XYZ a. poderá participar da licitação se atender a todas as condições exigidas para cadastra- mento até o dia 18 de julho de 2017, observada a necessária qualificação. b. não poderá participar do certame, vez que só participam os que estão previamente ca- dastrados. c. poderá participar da licitação se atender a todas as condições exigidas para cadastra- mento até o dia 20 de julho de 2017, observada a necessária qualificação. d. poderá participar da licitação se atender a todas as condições exigidas para cadastra- mento até o dia 15 de julho de 2017, não sendo necessária a qualificação nessa etapa do certame. e. poderá participar da licitação se atender a todas as condições exigidas para cadastra- mento até o dia 17 de julho de 2017, observada a necessária qualificação. 11. (FCC/2015/TRE-RR/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Um determinado Município do Estado de Roraima, ao concluir procedimento licitatório, deixou, injustificadamente, de atribuir o ob- jeto da licitação ao vencedor do certame. Nesse caso, houve violação ao princípio a. da publicidade. b. do julgamento objetivo. c. da ampla defesa. d. da adjudicação compulsória. e. da vinculação ao instrumento convocatório. 12. (FCC/2016/TRT 20ª REGIÃO/SE) A União Federal, visando a construção de importante obra pública, abriu procedimento licitatório, na modalidade concorrência, sendo o valor da contratação estimado em um milhão e setecentos mil reais. Após a publicação do edital, procedeu-se à fase de abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à ha- bilitação das cinco empresas concorrentes para a devida apreciação. As cinco empresas foram inabilitadas e não interpuseram recurso, razão pela qual houve a devolução dos en- velopes fechados às empresas, contendo as respectivas propostas. Em razão do fracasso da concorrência e pretendendo a União tomar as medidas necessárias para a contratação pretendida, uma nova licitação é a. dispensável. b. obrigatória na modalidade concorrência. c. inexigível. d. obrigatória na modalidade convite. e. obrigatória na modalidade tomada de preços. 29 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO 13. (FCC/2017/TRE-SP/ANALISTA JUDICIÁRIO) A vedação à alteração das condições de participação na licitação, bem como das cláusulas que constarão do contrato, cuja minuta integrou o edital, é expressão do princípio a. do julgamento objetivo da licitação, tendo em vista que eventuais alterações interfeririam no resultado do certame, salvo se restasse demonstrada concordância dos demais lici- tantes. b. da vinculação ao instrumento convocatório, que se dirige somente aos licitantes, para que esses saibam os termos e condições que regerão a relação jurídica, cuja alteração não poderão propor. c. da adjudicação compulsória, que possibilita que o licitante vencedor exija a assinatura do contrato nos estritos termos que constaram do edital, no prazo de 48 horas após a divulgação do resultado do certame. d. da vinculação ao instrumento convocatório, pois as propostas foram apresentadas com base nas condições que constavam do edital, de forma que eventual alteração violaria a igualdade que deve reger a competição. e. do julgamento objetivo da licitação, que depende da igualdade de participação entre os participantes, de forma que eventual alteração demandaria reabertura do certame, ainda que já findo. GABARITO 1. d 2. c 3. a 4. b 5. c 6. b 7. e 8. e 9. a 10. e 11. d 12. b 13. d 30 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO GABARITO COMENTADO 1. (FCC/TRE-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Uma unidade pública escolar conseguiu re- cursos para modernização de seus equipamentos de informática, pois a quase totalidade dos computadores utilizados pelos alunos foi inutilizada durante uma inundação ocorrida no imóvel em período de fortes chuvas. Considerando-se que esse conjunto de computa- dores era patrimoniado e que a diretoria de ensino competente pretende se desfazer dele, a. deverá licitar a alienação desse material, por meio de concorrência ou convite. b. deverá licitar a alienação dos bens, por meio de leilão. c. poderá licitar a alienação dos bens, por meio de qualquer das modalidades legalmente previstas, conforme o valor de avaliação dos mesmos. d. poderá alienar os bens com dispensa de licitação, por se tratar de hipótese expressa- mente prevista para tanto. e. deverá licitar a alienação dos bens, por meio de leilão ou tomada de preços. Letra d. A alienação de bens móveis inservíveis para a Administração ocorre pela modalidade leilão. 2. (FCC/TRF 3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) Em uma licitação para bens e servi- ços ocorreu empate entre as propostas. Considere: I – Produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. II – Produzidos ou prestados por empresas brasileiras. III – Produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvi- mento de tecnologia no País. IV – Produzidos no País. Nos termos da Lei no 8.666/1993, em condições de igualdade, como critério de desempa- te, será assegurada preferência pela ordem, sucessivamente, aos itens a. I, II, III e IV. b. IV, I, II e III c. IV, II, III e I. d. II, IV, I e III e. II, IV, III e I. 31 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO Letra c. Consta no art. 3º, § 2º, que, em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: I – produzidos no País (objetivo de desenvolver a indústria nacional); III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras (favorecer a empresa brasileira); IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País; V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação (inclusão social). A FCC sempre cobra esse tema, você deve memorizar a ordem de preferência. Dica para facilitar a memorização: Brasil – brasileiro – tecnologia e deficiente; essa é a ordem. 3. (FCC/TRE-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Uma empresa pública estadual desenvolve estudos, pesquisas e produz vacinas antiofídicas e vacinas para produção de anticorpos. O ente federado, cuja organização administrativa que essa empresa integra, necessita adquirir doses das vacinas para abastecimento de sua rede de saúde. Essa aquisição, nos termos da Lei nº 8.666/1993, a. pode ser feita com dispensa de licitação, desde que essa empresa tenha sido criada anteriormente à vigência da lei de licitações e que o valor seja compatível com o valor de mercado. b. depende de prévia licitação, tendo em vista que outros produtores das mesmas vacinas podem produzir tais produtos, tendo direito subjetivo à competição para o fornecimento. c. pode ser feita com inexigibilidade de licitação, tendo em vistaque não é exigível certame quando os envolvidos na relação jurídica são entes públicos. d. deve ser feita com dispensa de licitação, tendo em vista que os entes que integram a Ad- ministração pública têm preferência no julgamento do certame em relação aos demais participantes. e. demanda, obrigatoriamente, a realização do certame, como observância do princípio da igualdade, tendo em vista que se trata de empresa integrante da própria Administração. Letra a. O art. 24, VIII, autoriza a dispensa de licitação: VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou servi- ços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. 32 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO 4. (FCC/TRE-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Determinada Administração pública realizou uma licitação com base na Lei n° 8.666/1993, sob a modalidade concorrência, para contra- tação de serviços de avaliação de seu patrimônio imobiliário. Finda a fase de julgamento e declarado o vencedor, a. cabe à autoridade competente homologar o resultado e adjudicar o objeto ao vencedor, que tem direito subjetivo à contratação, no prazo de 30 dias contados do resultado do certame. b. sucede-se a fase de homologação da licitação e adjudicação do objeto ao vencedor do certame, embora este não tenha direito subjetivo para exigir da Administração pública a prática desses atos. c. cabe à Administração pública a divulgação do resultado, contra cuja decisão não caberá mais recurso por parte dos licitantes, tendo em vista que se trata de decisão de mérito. d. sucede-se a fase de habilitação, cabendo à Administração analisar a documentação de todos licitantes, para verificação do atendimento dos requisitos de participação, em es- pecial no que se refere à capacitação técnica. e. abre-se prazo de impugnação aos licitantes, sendo que aqueles com diferença igual ou menor a 10% em relação à melhor proposta seguem para a fase de habilitação. Letra b. Após a fase do julgamento das propostas, ocorre a fase de homologação e, por fim, a fase de adjudicação. 5. (FCC/TRE-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) A realização de licitação visa, precipuamen- te, ao estabelecimento de condições de competitividade em caráter isonômico, de forma a ser apurada a melhor proposta para a Administração pública. É vedado, assim, o estabe- lecimento de preferência em relação aos competidores, salvo, a. entre empresas brasileiras e estrangeiras, vez que as primeiras possuem primazia em relação às segundas, como forma de proteger a indústria nacional. b. na preferência de contratação de cooperativas perante sociedades com intuito lucrativo, tendo em vista o caráter social com que atuam e como forma de reduzir a desigualdade econômica entre aqueles atores. c. como critério de desempate, primeiro em favor de bens produzidos no país ou, se não houver, produzidos ou prestados por empresas brasileiras. d. como critério de desempate, em favor de empresa brasileira e para aquela que tenha o maior número de empregados permanentes. e. em favor da empresa que garanta a criação do maior número de empregos no país, des- de que a diferença em relação à proposta mais vantajosa seja no máximo de 5%(cinco por cento) e que aceite assumir essas condições para formalização do contrato. 33 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO Letra c. Consta no art. 3º, § 2º, da Lei n. 8.666/1993 que: § 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, suces- sivamente, aos bens e serviços: II – produzidos no País; III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras; IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País; V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos pre- vista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. 6. (FCC/TRF 3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) O princípio que obriga a Adminis- tração pública à prévia licitação para contratação dos diversos bens e serviços de seu interesse convive com situações em que o certame se mostra dispensável ou inexigível. As hipóteses são várias, algumas que a lei escolheu excluir da obrigatoriedade de serem licitadas, outras cuja a realização do certame não se mostra possível ou adequada. Diante de um cenário em que a Administração pública precise firmar contrato para prestação de serviço de atendimento da população para orientação inicial e encaminhamento aos se- tores adequados de conhecido complexo que concentra vários serviços públicos em um mesmo local, é a. possível declarar inexigibilidade de licitação para contratação de associação sem fins lucrativos que congregue portadores de deficiência física e pessoas com reconhecida hipossuficiência financeira, como forma de execução de política social. b. permitido dispensar a licitação para contratar associação sem fins lucrativos, de pesso- as portadoras de deficiência física, tendo em vista que as atividades necessárias à Ad- ministração são condizentes com as limitações físicas dos associados, o que não afasta a necessidade do valor ser compatível com o praticado no mercado. c. necessário realizar licitação, tendo em vista que se trata de contratação de mão de obra, para cuja finalidade inexiste previsão legal de dispensa ou inexigibilidade de certame. d. dispensada a licitação para contratação de associações sem fins lucrativos, bastando à Administração pública comprovar essa condição e a respectiva declaração de utilidade pública emitida pelo ente da mesma esfera do potencial contratante e. inexigível a licitação para os casos em que o contratado seja pessoa jurídica sem fins lu- crativos e desde que o valor da contratação seja compatível com o praticado no mercado. Letra b. Consta no art. 24, XX, que é dispensável a licitação: 34 www.grancursosonline.com.br Professor Rodrigo Cardoso LICITAÇÃO PÚBLICA PARA O TRF 3ª REGIÃO XX – na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão de obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado". 7. (FCC/TRF 3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) O Tribunal Regional Federal da 3ª Região pretende contratar empresa para a construção de obra de engenharia. Trata-se especificamente da reforma das instalações de espaço físico dentro do próprio Tribunal que, no futuro, será destinado a um restaurante, sendo o valor da contratação estimado em dez mil reais. Nesse caso, conforme preceitua a Lei n° 8.666/1993, a licitação é a. obrigatória na modalidade pregão. b. inexigível. c. obrigatória na modalidade concurso. d. obrigatória na modalidade convite. e. dispensável. Letra e. Consta no inciso I do art. 24 que é dispensável a licitação: I – para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto da mo- dalidade convite para a contratação de obras e serviços de engenharia. 8. (FCC/TRF 3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) O responsável por determinada bi- blioteca necessita realizar uma licitação para aquisição de livros nacionais. Publica, então, um edital especialmente preparado, que torne possível a participação no processo de quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital
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