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Direito Previdenciário - Leis, regimes e princípios (2019)

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PREVIDENCIÁRIO – 21/08/2019 
Leis: 8080/90; 8212/91; 8213/91; 8742/93 (LOAS); 9032/95; EC 20/98; 9784/99; 9876/99; 13135/15; 13183/15; 13846/19
(saúde) Lei 8080/90 – diretrizes da saúde no Brasil;
(custeio) Lei 8212/91 – plano de custeio da seguridade social; parte tributária do direito da seguridade social
(previdenciário) Lei 8213/91 - Lei mais importante de previdenciário – estabelece os benefícios da previdência social – veio regulamentar o que a CF passou a prever em 1988; ex: pensão por morte para homens; entre 1988-1991 houve um “vácuo” em razão da não regulamentação, por lei originária, da matéria constitucional;
(assistencial) Lei 8742/93 (LOAS –Lei Orgânica da Assistência Social) – parte da proteção assistencial é de incumbência do INSS: benefícios previstos no art. 20; 
Lei 9032/95 – alterou a lei 8213/91 – ex: alterou as cotas de pensão; primeiro era parcial, depois total, e a PEC quer voltar com as cotas (50% + 10% por dependente) – inconstitucional?
Conversão de tempo especial para comum: quando parte do tempo de contribuição foi sob exposição à agente nocivo durante o exercício de atividade laboral ou a própria atividade era especial (Homem = x1.4; Mulher = x2);	
Agente nocivo (físico (ruídos/luz...), químico ou biológico); ou exerceu determinada atividade profissional até 28/04/95, pois a lei 9032/95 tirou essa possibilidade e manteve apenas o agente nocivo. 
->> 53831/64; 83080/79; 2172/97; 3048/95: decretos que enquadram as profissões cabíveis para fins de tempo especial (vigia, motorista...).
EC 20/98 – pessoas filiadas a previdências antes de 98 têm direito à aposentadoria proporcional; atualmente apenas existe a aposentadoria por tempo de contribuição integral (ou seja, se contribuiu por 35/30 anos, tem direito a aposentadoria integral (100% da média), além da aposentadoria por invalidez e idade.
Se até 1998, homem 30a e mulher 25a de contribuição, tem direito a 70% da aposentadoria; a porcentagem aumenta conforme o número mínimo de anos aumentar (ex: 31a homem = 76%); se tiver contribuído no mínimo (salário mínimo) sempre, vai receber 1 (um) salário mínimo, porque a aposentadoria não pode ser menor que isso. 
Contribuinte facultativo: com a EC 20/98, aposentado pelo regime especial/próprio não pode mais contribuir pro regime geral, na modalidade facultativa, para ter direito a duas aposentadorias. Se exercer simultaneamente ao serviço público outra atividade laboral privada, por exemplo professor de inglês, aí sim poderá, pois será obrigado a contribuir pro regime geral, em razão da atividade laboral privada que exerceu.
TEMA PAPER: ART. 28, INCISO II E III, DA LEI 8212/91 (PLANO DE CUSTEIO)	
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo empregatício e do valor da remuneração; III - para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo a que se refere o § 5o;
(processual) Lei 9784/99 – Lei que regula o processo administrativo no âmbito da Adm Pública Federal – prazos, nulidades...
Lei 9876/99 – alterou a Lei 8213/91 – 1) inversão do ônus da prova (do segurado para o INSS) – CNIS: banco de dados INSS; exceções: quando o vínculo não está/consta no CNIS; quando o vínculo é extemporâneo (comunicação de vínculo pelo empregador fora do prazo de 180d previsto em lei); quando uma empresa é adquirida por outra (ex: CEVAL-BUNGE); 2) alterou período base do cálculo de aposentadoria; desde 99 não é a média dos últimos 36 meses, mas sim a média aritmética simples de 80% dos maiores salários; filiados antes de 99, é a média aritmética simples dos maiores salários desde julho/1994; 3) fator previdenciário: veio para desestimular aposentadorias precoces; 4) Filiação: é o que vai dizer se o segurado pode ou não pagar o atrasado para se aposentar antes, se tem carência e fica devendo ou não, por quanto tempo pode utilizar sem pagar; após 99, segurados obrigatórios passaram a ser: empregado, empregado doméstico, ****(outros, ver lei); autônomo e empresário viraram -> CONTRIBUINTE INDIVIDUAL: profissional liberal (20% sobre oq ganha e o resp é a própria pessoa física) E prestador de serviço (PF que presta serviço para PJ – 11% sobre oq ganha, por exemplo; resp de contribuir é da PJ). 
Lei 13.135/15 – alterou a Lei 8.213/91, especialmente sobre pensão por morte – não é mais vitalícia, salvo se o cônjuge tem mais de 44 anos; nos demais casos, o prazo depende da idade do beneficiário; no mínimo 2a de união estável ou casamento para auferir o benefício; menos que isso, só recebe por 4 meses; não é mais devido quando o beneficiário for responsável pela morte da pessoa (Von Ristoffen); 
Lei 13.186/15 – aposentadoria por tempo de contribuição – 35h/30m = 100% da média; 1) trouxe a aposentadoria por pontos: idade + tempo de contribuição = exclui o fator previdenciário; pontos = 96 homem e 86 mulher, com o mínimo de tempo de contribuição (30/35), que deve ser obrigatoriamente obedecido; 2) 80% das maiores contribuições + média das últimas 12 contribuições: 
Lei 13.846/19 – alterou a Lei 8213/91, especialmente auxílio-reclusão; era isento de carência, mas passou a ser de 24 contribuições a carência; apenas para regime fechado, não mais semiaberto; a média das últimas 12 ou 18 contribuições (ver lei)?
Demais leis não demarcadas são de matéria previdenciária; 
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RGPS – Regime Geral da Previdência Social: abrange mais pessoas, as que trabalham na iniciativa privada; não existe regime celetista (CLT); previsto no art. 201, CRFB/88; a filiação é obrigatória, exige uma idade mínima de 16 anos, salvo se menor-aprendiz (14 anos); Lei 8213/91 e Decreto 3048/99, que a regulamenta. 
RPPS – Regime Próprio de Previdência Social: diz-se estatutário porque as pessoas à ele vinculadas são regidas por estatuto: ex: servidor público; não é correto falar regime especial; nem todo servidor tem regime próprio, principalmente a nível municipal (será, então, vinculado ao regime geral); ainda que com regime próprio, pode haver pessoas vinculadas ao regime geral num ente federativo: ex1: professora da rede municipal que engravida: o contrato da pessoa para substituir a professora que se afastará será por tempo determinado e vincular-se-á ao regime geral; ex2: servidor comissionado. Art. 40 CRFB/88. Lei 8112/90 – estatuto servido público federal; existem regras mínimas constitucionais, mas em regra cada ente tem seu estatuto próprio, diferente do federal. Filiação obrigatória; existe idade mínima de, em regra, 18 anos. 
PARTICULARIDADES:
1) Pode “quebrar”: especialmente em municípios, pois muitas vezes tem o intuito de fazer ajuste fiscal, o que não funciona -> Lei 9717/98: regula questões relacionadas a regime próprio de previdência: com a quebra do regime próprio, automaticamente liga-se ao regime geral, exceto os que já tem benefício concedido e aqueles com direito adquirido na vigência do regime próprio. Um dos problemas é o teto: atualmente os servidores do regime próprio obedecem ao teto do regime geral (5 mil e poucos).
2) Súmula Vinculante 33: aposentadoria especial – aquela do agente nocivo, químico ou biológico; regimes próprios adotam como base regras do regime geral, mas no caso de aposentadoria especial deveria aguardar lei complementar para regular o assunto: até hoje nunca foi feito. A súmula, então, estabelece que se aplicam as normas do regime geral ao regime especial até que se edite a norma. Infelizmente alguns regimes próprios não obedecem a norma da súmula vinculante. 
RPPC – Regime de Previdência Privada e Complementar: art. 202, CRFB/88; vinculação facultativa; sem idade mínima e sem teto, pois a pessoa faz seu planejamento previdenciário; podemser abertos ou fechados: no aberto, as mesmas regras são dispostas a qualquer pessoa; já o plano fechado, não é qualquer pessoa que pode fazer o plano; ex: plano de previdência privado da OAB: a OABPrev; 
Uma mesma pessoa pode ser vinculada aos 3 regimes; da previdência privada com a do regime geral ou próprio, não há qualquer incompatibilidade; entre o geral e o próprio, pode haver (art. 201, §5º, CRFB/88: segurado [obrigatório] do regime próprio não pode se vincular ao regime geral como segurado facultativo). 
A pessoa que contribuiu X anos para o regime geral PODE averbar no regime próprio o tempo do regime geral, e vice-versa; é uma faculdade, não obrigatoriedade; se quiser averbar, pede-se uma Certidão por Tempo de Contribuição (CTC): serve para levar um período de tempo de contribuição de um regime para outro; o padrão da CTC é estabelecido pela Portaria 154/08; com os efeitos da Lei 6226, que garante a reciprocidade financeira entre os regimes de previdência (ocorre compensação previdenciária); pede-se a certidão na autarquia/órgão responsável pelo regime de previdência responsável pela gestão do período que a pessoa deseja averbar ao novo regime; arts. 94-96 da Lei 8213/91 explicam a CTC – LER!; 
Não ocorre CTC de períodos concomitantes; ou seja, não ocorre reflexo dobrado; 
Não cabe certificação, pelo INSS, de períodos exercidos sob condições especiais ou de período ficto; ex: caminhoneiro: 14a= 10a + 4a (especial) – será certificado apenas os 10 anos pelo INSS em eventual
Reflexos do tempo rural na vida de uma pessoa: 	
EXEMPLO 1: RGPS: 1980-1990 rural; certidão de casamento de 1980 e certidão nascimento filho 1990; de 1991-hoje: comércio; 	O período rural (10 anos), para fins de aposentadoria por tempo de contribuição, será computado desde que só comprove o exercício da atividade rural.	
EXEMPLO 2: RGPS: 1980-1994 rural; casamento 1980 e certidão nascimento filho 1994; 1995-hoje: comércio; Para fins de aposentadoria por tempo de contribuição, o período de 1980 até outubro 1991 é reconhecido desde que comprovado o exercício de atividade rural; a partir de outubro de 1991, deve ser indenizado para que seja reconhecido; 	
EXEMPLO 3: RGPS: 1980-1990 rural; 1991-1994 comércio; 1995-hoje RPPS; Para fins de aposentadoria por tempo de contribuição, o INSS averbará apenas o período do comércio; o período rural computa-se apenas se foi, obrigatoriamente, indenizado. 
 Não cabe certificação de um período de previdência ****; se aposentou no regime geral, não poderá utilizar referido período para averbar no regime próprio, pois já foi utilizado; 
Possibilidade de fracionar o tempo de contribuição; pode-se averbar parte do tempo do regime geral no regime próprio, salvo tempo concomitante; 	
Ex de fracionamento: 80-85 empresa A; 86-89 empresa B; e posteriormente possui 2 contribuições no regime próprio, pode escolher averbar tudo para um regime, ou dividir um período para cada regime próprio; se o período no regime geral foi concomitante em duas empresas, não tem como fracionar, obrigatoriamente se quiser averbar será os dois períodos juntos
Plano simplificado; abdica da aposentadoria por tempo de contribuição e não consegue averbar pela tarifa simplificada, apenas se pagar a diferença da alíquota [8, 9 ou 11%; profissional liberal: 20% (11%) e facultativo 20% (11%; 5%)art. 201, §§12 e 13, da CRFB/88]
Contingência abarcadas pela previdência social: art. 201, CRFB/88	
Inciso I – doença (porém, não é garantida pela lei de benefícios da previdência (8213))
Inciso IV – baixa renda deve ser comprovada mediante a média das últimas 12 contribuições seja inerior a portaria ministerial (mil e poucos reais) (EC 20/98);
§1º: as duas possibilidades de abaixar o tempo de contribuição é a deficiência e a atividade exercida que prejudique a saúde do trabalhador;
§2º: nenhum benefício, em si, será inferior ao valor mensal do salário mínimo (ex: pensão por porte, a depender do número de dependentes, será dividido entre eles, ou seja, será menor que um salário mínimo PARA CADA DEPENDENTE); isso não significa que o benefício é menor que um salário mínimo; 
BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE (auxílio-doença; auxílio-doença acidentário; mais outros 2): nenhum deles é pago em valor inferior a um sm; AUXÍLIO-ACIDENTE: 50% do benefício acidentário (quando após o acidente, embora “curado”, resultou em uma diminuição da capacidade laboral do acidentado; cessa com a aposentadoria OU com a morte do segurado. 
Art. 121-125, Lei 8216 fala sobre cumulatividade de benefícios
§3º: salário de contribuição= 80% dos maiores salários do contribuinte, desde 1994, devidamente atualizados, mediante INPC
§6º: aposentados em pensionistas tem direito a 13º salário;
§7º, inciso II: Trabalhador rural (especial, 1º exemplo de rural) é diferente de produtor rural (dono da terra, latifúndio, deve contribuir, obrigatoriamente);
§ 8º: redução do tempo para professores: 5 anos de efetivo exercícios das funções de magistério na educação infantil, fundamental e médio; é INCONSTITUCIONAL, porque as únicas hipóteses de redução seriam a do deficiente de agente nocivo, etc; não é aposentadoria especial, porque não cria uma nova modalidade, apenas e causa de redução;
PRINCÍPIOS:
Princípios fundamentais gerais: alto grau de concretude e aplicabilidade, previstos no art. 5º da CRFB/88. 
Princípio da igualdade: respeito as desigualdades, por isso alíquotas previdenciárias diferentes; no custeio, gerou o princípio previsto no art. 194 da CRFB/88; aplicação de forma específica no direito previdenciário: uniformidade e equivalência;
Princípio do direito adquirido: 3 simulações de tempo de serviço: até 1998: caiu a aposentadoria parcial; até 1999 ****; até data do requerimento. Com a PEC, nas será uma nova data para análise de direito adquirido. Art 15, inciso I, da Lei 8213 (mantém a qualidade de segurado quem contribui ou está em gozo de benefício); (exemplo do câncer: por hermenêutica aplicou-se direito adquirido pois, ainda que não contribuía ou estava em gozo de benefício, inha direito à auxilio-doença ou aposentadoria por invalide, por isso, houve concessão de pensão por morte aos dependentes)
Princípio do devido processo legal: cumprimento de fato e de direito
Princípio do ato jurídico perfeito: 
Princípios específicos da seguridade social
Princípio da Universalidade da cobertura e do atendimento: Art. 194, inciso I, CF: o Estado deve sempre promover a melhor proteção social possível (?); Enunciado 5º CRPS: auxiliar na indicação do melhor benefício para o segurado. 
Uniformidade e equivalência entre populações urbanas e rurais (art. 194, II, CF): desdobramento do princípio da igualdade: 
Seletividade (legislador) e distributividade (sociedade) (art. 194, inciso III): auxílio reclusão 
Irredutibilidade do valor dos benefícios: reajuste dos benefícios previdenciários, a fim de preservar o valor real. 
Equidade na forma e participação no custeio: reflete igualdade, no aspecto de custeio da seguridade social; alíquotas diferenciadas de contribuição; 
Diversidade da base de financiamento: a seguridade social não pode, pela CF, se fazer valer de uma única fonte de custeio; 
Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

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