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Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI 
ISSN 1809-1636 
 
 Vivências. Vol. 12, N.23: p.16-32, Outubro/2016 16
A PERCEPÇÃO DOS FAMILIARES E DA EQUIPE SOBRE O ATENDIMENTO AS 
CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS EM UM CENTRO DE EQUOTERAPIA1 
 
Perceptions of Family and Team on Children With Special Needs Service in a Hippotherapy Center 
 
 
Jéssica Reichert STROCHEIN2 
Francisco Carlos Pinto RODRIGUES3 
 
 
RESUMO 
A pesquisa teve como objetivo: Investigar junto aos familiares de crianças com necessidades 
especiais de saúde e instrutores os benefícios proporcionados pela equoterapia tanto nos aspectos 
físicos quanto cognitivos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, tipo descritiva. O local da pesquisa 
foi um Centro de Equoterapia do interior do Estado do Rio Grande do Sul. Os participantes foram 
familiares das crianças com necessidades especiais de saúde e que frequentam o Centro de 
equoterapia e os membros da equipe multidisciplinar. A coleta de dados ocorreu entre os meses de 
setembro e outubro de 2015. Utilizaram-se como instrumentos de coleta de dados a análise 
documental e a entrevista semi-estruturada. Respeitaram-se os aspectos éticos estabelecidos pela 
resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Os dados foram analisados mediante análise 
temática, surgiram as seguintes categorias: A equoterapia e a melhoria no prognóstico; Aspectos 
que contribuem para a interação social dos praticantes; Avaliação e o planejamento do cuidado; 
Trabalho multidisciplinar/interdisciplinar; O papel da família no tratamento; A enfermagem na 
equoterapia. Concluiu-se que a equoterapia promove aos praticantes ganhos de ordem física, 
psicológica e educacional, beneficiando significativamente o cotidiano das famílias. Ficou evidente 
a necessidade de se implementar ações de enfermagem dentro dessa modalidade de tratamento. 
 
Palavras-chave: Equoterapia; Familiares; Equipe. 
 
 
ABSTRACT 
The research aimed to investigate together the families of children with special health care needs 
and teachers the benefits provided by hippotherapy both the physical aspects as cognitive. The 
research site was a therapeutic riding center in the state of Rio Grande do Sul. The research is 
qualitative, descriptive. Survey participants were families of children with special health care needs 
and who attend hippotherapy center and members of the multidisciplinary team. The data collection 
took place between september and october 2015. Data collection tools used to semi-structured 
interview. Respect to the ethical aspects established by resolution 466/12 of the national health 
council. The data were analyzed using thematic analysis and emerged the following categories: the 
equine therapy and improvement of prognosis; aspects that contribute to the social interaction of 
practitioners; assessment and care planning; multidisciplinary work/interdisciplinary; the role of the 
 
1
 Pesquisa realizada com apoio do GEPESE (Grupos de Estudos e Pesquisas em Enfermagem, Saúde e Educação). 
2
 Enfermeira. Graduada pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. Campus Santo 
Ângelo/RS. 
3
 Mestre em Enfermagem. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e 
das Missões. Campus Santo Ângelo/RS. Membro do GEPESE. 
 
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family in the treatment; nursing in hippotherapy. It was concluded that this research confirms that 
the riding therapy promotes practitioners gains physical, psychological and educational, 
significantly benefiting the families of the everyday. And it was evident the need to implement 
nursing actions within this treatment modality. 
 
Keywords: Equined-Assited Therapy; Family; Team. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Os animais fazem parte da vida do homem, desde os primórdios, e os benefícios da 
convivência ganhou importância ao longo da história a partir do momento em que foram observados 
melhoras no quadro clínico de pacientes que mantinham contato com animais durante o processo 
terapêutico. Diante disso, os profissionais da área da saúde passaram a dar uma maior atenção a essa 
prática visando conhecer e compreender de uma melhor forma os seus efeitos e suas implicações 
(REGO, 2010). 
No Brasil, somente em 1997, após vários anos de estudos e pesquisas, e através de 
resultados comprovados, se deu o reconhecimento da equoterapia. Definindo então, essa prática 
como um método terapêutico que utiliza o cavalo em uma abordagem interdisciplinar nas áreas da 
saúde, educação e equitação (CIRILLO, 2002). 
A equoterapia utiliza o cavalo como um agente promotor de ganhos de ordem física, 
psicológica e educacional. Várias pesquisas têm apontado melhorias após intervenções com a 
equoterapia nas funções motoras grossas, especialmente no caminhar, correr e saltar de crianças 
com paralisia cerebral, na simetria da atividade muscular de tronco e no equilíbrio em pé e em 
quatro apoios, além de benefícios psicológicos e melhor interação social (COPETTI et al., 2007). 
Segundo estudos de Marcelino e Melo (2006), o movimento causado pelo passo do cavalo 
assemelha-se ao da marcha humana, pois o dorso do cavalo realiza um movimento tridimensional 
para frente e para trás, para um lado e para o outro, para cima e para baixo, fazendo com que o 
paciente obtenha reações de equilíbrio e de alinhamento postural para que se possa se manter sobre 
ele. Esses movimentos são transmitidos ao cérebro do paciente pelas inúmeras terminações 
nervosas aferentes, o cérebro manda informações ao corpo para que novos ajustes motores sejam 
realizados por meio do comportamento adaptativo, resultantes dos estímulos da equoterapia. 
O cavalo possui três andaduras naturais: passo, trote e galope. Dentre essas, a mais utilizada 
é o passo. Quando se locomove ao passo, o cavalo realiza movimentos que favorecem a cinética, 
propriocepção, estimulação sensorial e vestibular, facilitando o equilíbrio e a coordenação, 
promovendo resultado logo nas primeiras sessões de terapia (MARCELINO; MELO, 2006). 
Segundo a ANDE-BRASIL (RAMOS, 2007, p. 84), a equoterapia possui quatro programas 
básicos: hipoterapia, educação/reeducação, pré-esportivo e prática esportiva adaptada: 
a) A Hipoterapia foi o primeiro programa da Equoterapia, usado geralmente por 
praticantes com comprometimento físico ou mental maior, ou até mesmo alguém que 
não saiba ou não queira conduzir o cavalo. Nesse programa, o objetivo não é ensinar o 
praticante a conduzir o cavalo, mas usá-lo como instrumento cinesioterapêutico para 
melhoria das suas condições físicas e/ou como objeto transicional para seu 
desenvolvimento pessoal, seja psicológico, psicomotor, educacional ou da fala. 
b) Na Educação/reeducação o paciente tem condições de exercer alguma atuação sobre o 
cavalo e conduzi-lo, dependendo, em menor grau, do auxiliar-lateral. A atuação do 
profissional de equitação torna-se mais intensa, embora os exercícios necessitem ser 
programados por toda a equipe, conforme os objetivos propostos. O cavalo continua 
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propiciando melhora pelo seu movimento tridimensional, atuando como facilitador do 
processo ensino-aprendizagem e o paciente passa a interagir com mais intensidade. 
c) Já no Pré-esportivo o paciente possui boas condições para atuar e conduzir o cavalo, 
podendo participar de pequenos exercícios específicos de hipismo. A atuação do 
profissional de equitação é intensa, porém precisa de orientação e do acompanhamento 
dos profissionais das áreas de saúde e educação. O paciente desempenha grande 
influência sobre o cavalo,e este é utilizado como agente de inserção/reinserção social. 
 
A equoterapia, conforme a Associação Nacional de Equoterapia (2005) é formada de 
programas específicos organizados conforme as necessidades e potencialidades de cada paciente, do 
objetivo do programa e das metas a serem alcançadas. 
Segundo profissionais da área, a equoterapia é indicada para o tratamento dos mais diversos 
tipos de comprometimentos motores, como: paralisia cerebral, problemas neurológicos, 
ortopédicos, posturais; comprometimentos mentais, como a Síndrome de Down, comprometimentos 
sociais, tais como: distúrbios de comportamento, autismo, esquizofrenia, psicoses; 
comprometimentos emocionais, deficiência visual, deficiência auditiva, problemas escolares, tais 
como distúrbio de atenção, percepção, fala, linguagem, hiperatividade, e pessoas "saudáveis" que 
tenham problemas de posturas, insônia, stress. Ajudam também na diminuição da agressividade, 
antipatias, tornando o praticante mais sociável e ajudando a construir amizades e treinar padrões de 
comportamento como: ajudar e ser ajudado, diminuir e aceitar regras, encaixar as exigências do 
próprio indivíduo com as necessidades do grupo, aceitar as próprias limitações e as limitações do 
outro (LIMAS, 2010). 
Segundo Rocha e Lopes (2003), existem algumas contras indicações que se referem às 
graves afecções da coluna vertebral como a hérnia de disco, esclerose em evolução, epífise do 
crescimento e infecciosos, luxação e sub-luxação de quadril, osteoporose, espinha bífida, 
cardiopatias agudas, obesidade, alergia ao pelo do cavalo. 
Referindo-se ao ponto de vista psicológico, é contra indicada para medos e fobias em graus 
muito acentuados, para distúrbios de comportamento que acarretem risco para o praticante e/o 
outros, para forte rejeição ao cavalo e para graves transtornos psiquiátricos (NASCIMENTO, 2006). 
Cabe ressaltar que qualquer terapia assistida por animais (TAA) deve ser supervisionada por 
profissionais da saúde habilitados e os animais devem ter o acompanhamento de médico veterinário 
garantido o bom estado de saúde do animal (MACHADO et al, 2008). 
Nesse sentido, a pesquisa se justifica no sentido de reforçar a importância dos animais na 
terapia com pacientes, especialmente a equoterapia. A relevância desta pesquisa está na 
possibilidade de compreender sob a ótica da equipe de saúde e dos familiares dos praticantes de um 
Centro de Equoterapia os benefícios proporcionados pela equoterapia no desenvolvimento dos 
praticantes. 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 Objetivo geral 
 
� Investigar junto aos familiares de crianças com necessidades especiais e instrutores os 
benefícios proporcionados pela equoterapia tanto nos aspectos físicos quanto cognitivos. 
 
2.1 Objetivos específicos 
 
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� Investigar como os instrutores da equoterapia percebem os avanços proporcionados junto as 
crianças com necessidades especiais e como destacam a participação dos familiares nesse 
contexto; 
� Perceber como a Equipe de saúde planeja o cuidado das crianças com necessidades especiais 
junto à equipe multidisciplinar; 
� Identificar lacunas existentes para atuação da enfermagem nessa prática. 
 
 
3 PERCURSO METODOLÓGICO 
 
3.1 Tipo de Pesquisa 
 
Caracterizou-se como uma pesquisa de abordagem qualitativa tipo descritiva. A pesquisa 
qualitativa trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos 
valores e das atitudes. Podendo identificar este contexto com o ser humano, pois este também 
possui sentimentos e sensações podendo refletir sobre seus atos (GIL, 1999). 
É descritiva porque tem como principal objetivo a descrição das características de 
determinada população ou fenômeno, também o estabelecimento de relações entre variáveis. Uma 
de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de 
dados (GIL, 1999). 
 
3.2 Local da pesquisa 
 
Os dados foram coletados junto a um Centro de Equoterapia, localizado na Região Noroeste 
do Estado do Rio Grande do Sul. O Centro Missioneiro de Equoterapia Santo Ângelo Custódio – 
CMESAC/RS está instalado há mais de dois anos no parque de exposições Siegfried Ritter e tem 
como coordenadora técnica a psicóloga Mariliane Adriana Monteiro. 
O centro surgiu graças a uma parceria entre a prefeitura municipal, URI e o Núcleo 
Missioneiro de Criadores de Cavalos Crioulos (NMCCC). Ele possui uma área coberta de 1200 
metros quadrados (picadeiro), duas salas de atendimento individual, uma sala de grupos, sala 
administrativa, sanitários adequados para pessoas portadoras de necessidades especiais, ambulatório 
e sala de espera. 
Conta com o trabalho de uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, 
fisioterapeuta, educadores físicos e equitador. Cada um com sua função, e todos trabalhando com 
dedicação para dar sequência a um projeto que tem beneficiado várias pessoas. Uma vez por 
semana, durante 45 minutos, dois a quatro profissionais acompanham a criança enquanto está sobre 
o cavalo, segurando-a, ao mesmo tempo em que ela equilibra-se. 
Os acessórios de proteção incluem capacete e colete. Ali, naquele espaço, e em movimento, 
o praticante brinca com jogos, exercita-se fisicamente, raciocina, enquanto é avaliada e adentra um 
mundo cada vez menos desconhecido, graças à diminuição de medos e quebra de barreiras. 
A prática é gratuita e para participar o praticante precisa de uma liberação médica, 
psicológica e fisioterápica. Após, ele passará por uma avaliação da equipe multidisciplinar do 
próprio CMESAC. Quando levam os filhos para lá, enquanto estes vão para o picadeiro, os pais 
permanecem em uma sala, acompanhados por uma profissional, e ali trocam experiências sobre o 
tratamento. O processo terapêutico é praticado com animais da raça crioula, especificamente 
treinados. 
 
 
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3.3 Participantes da pesquisa 
 
A amostra se deu por inclusão, ou seja, conforme as pessoas iam participando da pesquisa 
eram sendo incluídas. Essa técnica busca por um critério de representatividade numérica que reflete 
a totalidade das múltiplas dimensões do objeto em pesquisa (MINAYO, 2010). Os participantes da 
pesquisa foram familiares de crianças com necessidades especiais de saúde que são atendidas no 
Centro de equoterapia e a equipe multidisciplinar. 
Os critérios de inclusão foram: ser familiar de crianças com necessidades especiais de saúde; 
fazer parte da equipe multidisciplinar do Centro de equoterapia e aceitar participar da pesquisa. E, 
como critérios de exclusão: não ser familiar do praticante; não fazer parte da equipe multidisciplinar 
do Centro de Equoterapia e não aceitar participar da pesquisa. 
Participaram da pesquisa um total de 17 participantes, assim distribuídos: 9 familiares e 8 
profissionais da equipe de saúde. Os profissionais que participaram foram: 4 psicólogos, 3 
educadores físicos, 1 fisioterapeuta e 1 equitador. 
 
3.4 A coleta de dados 
 
O período de coleta de dados aconteceu entre os meses de setembro e outubro de 2015. Em 
um primeiro momento foram analisados os prontuários dos praticantes da equoterapia, para um 
levantamento sobre os diagnósticos médicos. Em um segundo momento foram aplicadas as 
entrevistas semi-estruturadas com os familiares dos praticantes e, por fim, foram realizadas 
entrevistas semi-estruturadas com a equipe multidisciplinar. 
Os dados foram coletados no Centro de Equoterapia, em sala específica para realização das 
entrevistas, sempre individualmente. Foram realizadas tanto no período da manhã como tarde, 
conforme o agendamento dos atendimentosaos praticantes. 
 
3.5 Instrumentos de coleta de dados 
 
Como instrumentos de coleta de dados utilizaram-se a análise documental e a entrevista 
semi-estruturada, com perguntas abertas. A análise documental baseia-se em documentos como 
material primordial, extraem deles a análise, organizando-os e interpretando-os segundo os 
objetivos da investigação proposta (PIMENTEL, 2001). 
A entrevista pode ser realizada através da escrita ou verbalmente, sendo que o tema 
abordado pode ser mais bem exposto pelo entrevistado (MINAYO, 2010). As entrevistas foram 
realizadas com a utilização do gravador e, posteriormente, transcritas na íntegra. 
 
3.6 Aspectos éticos 
 
A pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Regional 
Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Campus de Santo Ângelo, sob parecer número 
607.127. Respeitaram-se os preceitos éticos estabelecidos pela resolução 466/12 do Conselho 
Nacional de Saúde (CNS). 
Os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, declarando sua 
livre participação na pesquisa, após ter recebido os devidos esclarecimentos sobre os objetivos e o 
método da pesquisa. Também para a instituição solicitou-se o preenchimento de um termo de 
coparticipação, autorizando a realização da pesquisa. 
Para a preservação da identidade dos participantes utilizaram-se os seguintes códigos: ENT. 
EQ. para os dados obtidos através das entrevistas realizadas com a equipe de saúde e ENT. FAM. 
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para os dados obtidos dos familiares. 
 
3.7 Análise dos dados 
 
Os dados foram analisados mediante análise temática, que consiste em extrair núcleos de 
sentido no qual a frequência denota algo para o objeto visado, desdobrando-se em três etapas: pré-
análise (escolha dos documentos e retomada dos objetivos iniciais), exploração do material (procura 
alcançar núcleo de compreensão do texto através de uma operação classificatória), e tratamento dos 
resultados obtido e interpretação (MINAYO, 2010). 
As entrevistas foram transcritas na integra e após tal procedimento feita uma leitura 
criteriosa das falas. Tal leitura visou à apreensão dos significados contidos nas respostas, a partir 
disso agruparam-se as respostas de significados semelhantes, para a contagem das frequências e 
outros aspectos que podiam ser quantificados. Foram citados também alguns fragmentos das falas 
dos entrevistados a fim de demonstrar os aspectos mais importantes e ilustrar a discussão proposta. 
Após o tratamento e análise dos resultados surgiram as seguintes categorias que foram assim 
nominadas: A equoterapia e a melhoria no prognóstico; Aspectos que contribuem para a 
interação social dos praticantes; Avaliação e o planejamento do cuidado; Trabalho 
multidisciplinar/interdisciplinar; O papel da família no tratamento; A enfermagem na 
equoterapia. 
 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
4.1 A equoterapia e a melhoria no prognóstico 
 
Medeiros e Dias (2002) afirmam que pelo alinhamento do centro de gravidade 
homem/cavalo é possível acionar o sistema nervoso, alcançando objetivos neuromotores como: 
melhora do equilíbrio, ajuste tônico, alinhamento corporal, consciência corporal, coordenação 
motora e força muscular. Segundo Ramos (2007) e Freire (1999), a prática da Equoterapia busca 
benefícios físicos, psíquicos, educacionais e sociais de pessoas com deficiências físicas ou mentais 
e/ou com necessidades especiais, sendo indicada nos casos de: lesões neuromotoras de origem 
encefálica ou medular; patologias ortopédicas congênitas ou adquiridas por acidentes diversos; 
disfunções sensório-motoras; necessidades educativas especiais; distúrbios: evolutivos; 
comportamentais; de aprendizagem e emocionais. 
Sendo assim, dentre as patologias citadas pelos entrevistados, os problemas motores foram 
os mais mencionados. Muitos participantes, quando indagados sobre quais patologias a Equoterapia 
era indicada, referiam-se inicialmente à patologia do seu filho (a), e depois falavam: para qualquer 
tipo. Foi necessário pedir-lhes que citassem algumas, mas alguns pais tiveram dificuldades em citar, 
como constatado a seguir: 
 
“Bom, são vários, mas a principal é o equilíbrio, o fortalecimento do tônus, 
porque ele teve paralisia cerebral e afetou diretamente a parte motora e com 
esse projeto vem só a beneficiar e melhorar a qualidade de vida dele, tem a 
tendência a conseguir ficar sentando pelo menos, nem isso ele conseguia 
fazer.” ENT. FAM. 3 
 
“Na equo todas as expectativas, principalmente da paralisia a gente encontra 
na equo né, pelo tônus muscular que o cavalo fornece, então é uma grande 
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expectativa a equo, melhorou bastante assim.” ENT. FAM. 2 
 
“Em tudo ela se desenvolve melhor, assim a parte motora foi a que mais a 
gente... visível...” ENT. FAM. 4 
 
“Eu acho que assim ó, que tem dado resultado que eu sei, pelo que eu já li 
também, principalmente na parte motora...” ENT. FAM. 6 
 
Segundo estudos de Copetti et al., (2007), observou-se melhorias após intervenções com a 
equoterapia nas funções motoras grossas, especialmente no caminhar, correr e saltar de pessoas com 
paralisia cerebral, na simetria da atividade muscular de tronco e no equilíbrio em pé e em quatro 
apoios, além de benefícios nos campos psicológico e social. Os achados da pesquisa vão ao 
encontro dessas afirmativas como alguns fragmentos abaixo: 
 
“Principalmente caminhar, ela não se firmava, não firmava o pescoço, a mão 
ela tinha muito pouco coordenação, se firmar as pernas também ela não se 
firmava e em pouco tempo, acho que foi 6 meses, não chegou a 6 meses, ela 
já começou a firmar o pescoçinho e daí depois ela foi firmando as 
perninhas...” ENT. FAM. 7 
 
“Ela começou a firmar o tronco, os ombrinhos, ela começou a sentar com 
apoio depois que ela começou a vir na equoterapia, até então ela não firmava 
nada, nem o pescoçinho, agora ela já fica sentadinha com apoio e já ta 
começando a ficar de joelhinho, apoiadinha pela frente, então tudo isso ela 
começou evoluir depois que ela veio aqui.” ENT. FAM. 4 
 
“Outra é a postura, quando a gente começou ele tava bem mais pequenininho, 
mas ele não firmava, ele não se firmava, hoje ele já consegue ter um controle 
mais da cabeça, ele tinha a cabeça caidinha agora ele já levanta sozinho...” 
ENT. FAM. 2 
 
A maioria da população pesquisada citou como benefício da Equoterapia a melhora da 
psicomotricidade, esse resultado confere com os dados de Gimenes (2006), em sua pesquisa com 
profissionais de saúde, na qual procurou verificar o conhecimento em relação à Equoterapia e notou 
que os benefícios físicos e psicomotores foram os mais identificados por eles. 
Portanto, dentre as várias patologias que podem ser tratadas através da equoterapia o 
trabalho psicomotor encontra, nesta forma de terapia, um excelente campo de atuação, pois essa 
modalidade de tratamento reúne o trabalho de uma equipe interdisciplinar, o contato com o animal e 
a interação do meio físico e social para proporcionar benefícios. 
 
4.2 Aspectos que contribuem para a interação social dos praticantes 
 
A equoterapia, além de sua função cinesioterápica, produz importante participação no 
aspecto psíquico, uma vez que o indivíduo usa o animal para desenvolver e modificar atitudes e 
comportamentos, favorecendo a sua reintegração social, que é estimulada pelo contato do indivíduo 
com a equipe e com o animal, aproximando-o desta maneira, cada vez mais, da sociedade na qual 
convive (FREIRE, 1999). 
Constatou-se em vários momentos das falas dos entrevistados a melhoria da interação 
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proporcionada pela equoterapia, a qual produz mudanças importantes no cotidiano dos praticantes e 
familiares, principalmente na comunicação entre ambos, o que pode ser visto nas seguintes 
afirmações: 
 
“É o aspecto cognitivo, porque a gente quer que ela desenvolva né, a gente 
busca o desenvolvimento dela, a interação dela com outras pessoas, o 
desenvolvimento...” ENT. FAM. 1 
 
“O que a equoterapia proporcionou pra ele foi o desenvolvimento dele com as 
pessoas, porque a gente chegava nos lugares e ele chorava, aí hoje com a 
equo ele melhorou isso...” ENT. FAM. 2 
 
“(...) a gente consegue interagir melhor com ele, de saber o que é que ele 
quer, que antes a gente ‘ah tu quer tal coisa?’ a gente não sabia se ele tava 
respondendo não, agora ele não diz que sim e não, mas ele responde, ele olha, 
ele vira o rosto, então no cognitivo é uma parte melhor assim.” ENT. FAM. 2 
 
“A equoterapia nos ensinou como proceder com ela, como agir com ela, 
como é que tem que conversar, ensinar, porque ela só apontava com o dedo 
então eles fizeram todo um, o dia a dia de como nós tinha que fazer com ela, 
desde quando ela acordava e a gente fez tudo, e vários livros também 
xerocaram e deram pra nós, de como é que a gente tinha que agir com ela, 
ensinando várias coisas que agora eu não lembro, mas a ajuda foi muito boa, 
ela cresceu aqui dentro.” ENT. FAM. 9 
 
Os autores Toigo, Leal Junior e Avila (2008) em seus estudos tiveram como resultados que a 
equoterapia promove sim a interação social, desenvolvendo novas formas de socialização, maior 
confiança e aumento da autoestima da criança. 
Já Coimbra et al (2006) identificaram que o contato com a natureza e o animal promove uma 
maior interação da criança. Aspectos ressaltados pelos entrevistados nos fragmentos abaixo: 
 
“A interação de vir aqui toda semana, de falar pra ele que tem equo amanhã, 
‘oh amanhã vamos lá na equo’ então ele já se lembra e já interage, sabe que 
vai ter uma atividade que ele gosta então isso já é um avanço, já que ele não 
fala.” ENT. FAM. 3 
 
“Faz pouco tempo que ele começou, mas, por exemplo, assim, ele gosta de 
vim, então já de ele gostar, é uma coisa que não tem que obrigar já é uma 
grande coisa assim sabe...” ENT. FAM. 5 
 
“A gente percebe um pouco assim que quando ela entra aqui ela tenta se 
comunicar bastante, ela gosta de fazer os exercícios e coisa e eu acredito que 
isso aí, tudo contribui...” ENT. FAM. 6 
 
 Diante do exposto, fica claro que a equoterapia torna-se fundamental na promoção da 
melhoria da qualidade de vida do praticante, o que estimula sua interação social, comportamento 
esse imprescindível para o desenvolvimento de uma vida estável influenciando positivamente no 
cotidiano dele e de seus familiares. 
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4.3 Avaliação e o planejamento do cuidado 
 
 Para Barbosa (2004), o trabalho no cavalo é apenas uma parte de um programa detalhado do 
tratamento que começa com uma avaliação inicial. Uma parte importante dessa avaliação é o 
estabelecimento de um plano de tratamento que contenha objetivos que se deseja alcançar a curto 
tempo. 
Os objetivos a longo prazo devem ser funcionais e relevantes à situação da família/escola de 
cada paciente. Consequentemente, a consulta com a família do paciente é necessária. A reavaliação 
de cada paciente deve ser realizada a cada três a seis semanas, a fim de garantir que o plano de 
tratamento e os objetivos permaneçam apropriados para o paciente. 
Quando, na reavaliação, os profissionais identificarem que o paciente atingiu os objetivos a 
longo prazo e, na opinião da equipe, não houver mais nenhum objetivo mais longo a ser alcançado, 
o paciente deve receber alta da equoterapia. 
Sendo assim, o que se espera de uma equipe que trabalha na equoterapia geralmente é que a 
mesma receba o praticante; realize as avaliações conforme cada área do conhecimento; elabore o 
plano terapêutico conforme a necessidade de cada praticante; integre o praticante ao método 
terapêutico; realize estudos de casos; reavalie sistematicamente o praticante, reajustando as 
condutas terapêuticas; entre outras intervenções. Estas funções podem e devem ser executadas por 
todos os profissionais da equipe, o que pode ser identificado nas falas a seguir: 
 
“A gente faz a avaliação pra ver o que a gente percebe, vê quais são as 
necessidade de imediato, e dai a gente começa a pensar em alguma coisa. 
Então tudo isso a gente vê primeiro, quais são as necessidades e daí a gente 
busca atividades relacionadas a essas fases do desenvolvimento, a gente 
trabalha com, vê quem tem necessidade de percepção visual, percepção 
auditiva, linguagem, que mais... atenção, cognição, todas, vai englobando 
várias áreas e vai vendo o que a gente pode fazer.” ENT. EQ. 1 
 
“A gente faz o planejamento a partir de testes, enfim, a gente faz várias 
avaliações em cima da demanda que o praticante apresenta a gente vai pensar 
em atividades pra desenvolver. Então é bem pensado assim, e a gente debate 
bastante, e é a equipe inteira assim, e aí a gente faz mais ou menos um 
planejamento pra algumas sessões e daí se não começa a surgir efeito a gente 
pensa numa nova intervenção.” ENT. EQ. 2 
 
“Através do diagnóstico a equipe técnica vai escolher uma equipe terapêutica 
para o praticante, essa equipe tem um fator que é ela é disciplinar, são várias 
áreas juntas, e a partir dessa equipe a gente vai pensar, nas três áreas, o que 
pode melhorar pra ela, então o planejamento das crianças é sempre dialogado 
com todos os terapeutas da criança, então todos, os dois ou três terapeutas que 
existem, que são do atendimento da criança vão tá construindo o 
planejamento, vão tá dando alguma contribuição pra esse planejamento, 
ninguém fica de fora ou a gente vai trocando, vamos trabalhando mais a parte 
física ou psicológica, mas muitas vezes a gente divide o tempo com as duas 
partes.” ENT. EQ. 7 
 
“Quando chega um praticante aqui é feito uma avaliação pela equipe, pela 
fisio, pela psico, avaliação com a família e a partir disso a gente então senta, 
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traça então o perfil desse praticante e de que forma cada profissional pode tá 
atuando na melhora da condição dele.” ENT. EQ. 8 
 
A Equoterapia é constituída da interação entre ambiente, praticante, cavalo e equipe formada 
por profissionais responsáveis pelo paciente e também pelo tratamento adequado do cavalo. Essa 
atuação em conjunto é de suma importância, pois se aglomeram conhecimentos de áreas 
específicas, uma complementando a outra, e resultando assim é um único método que pode 
solucionar as necessidades dos pacientes. 
Walter e Vendramini (2000) falam que o cavalo é o primeiro membro da equipe, e 
acrescentam a importância de conhecer o caráter do cavalo, suas andaduras e as reações 
manifestadas com cada paciente. O cavalo deve ser selecionado levando em consideração o 
paciente, o seu tamanho e a dificuldade que apresenta. 
Por isso, é importante escolher o cavalo cujo movimento se ajusta melhor às necessidades do 
paciente, e o equipamento apropriado para facilitar as respostas desejadas é uma parte integral do 
plano de tratamento. As ações que a equipe executa acabam acontecendo nessa direção e com esse 
objetivo. Veja os fragmentos abaixo: 
 
“Após o diagnóstico senta-se com toda a equipe multidisciplinar, o 
fisioterapeuta, psicólogo e o profissional de equitação também entra nessa 
reunião junto pra nós achar o melhor cavalo pra aquela patologia, então por 
isso que antes de iniciar as atividades é feito um estudo, temtoda a 
documentação dos cavalos pra saber qual cavalo transpista, que antepista, que 
sobrepista, se o praticante precisa de mais estímulo ou menos estímulo, então 
cada cavalo tem a sua característica, então como as meninas sabe que 
estímulo a criança precisa, se é mais ou se é menos, que cavalo adequado não 
é, daí eu vou sentar com elas e conversar sobre o cavalo, então essa parte é 
bem importante, não é colocado todos no mesmo saco e vamos fazer 
atividade nesse cavalo só, então cada cavalo tem um característica específica 
pra cada patologia.” ENT. EQ. 5 
 
“Tem muitas coisas que competem mais ao fisioterapeuta, que é a questão 
assim de identificar que tipo de encilha eu vou tá usando, qual o melhor 
cavalo, não que os outros profissionais não possam fazer isso, mas quando a 
gente faz a formação do curso, pela questão dá biomecânica que a gente 
estuda, da ergonomia, então cabe ao fisioterapeuta determinar, porque tem a 
ver com o movimento, e pra nós o cavalo é o único recurso terapêutico então 
é o fisio que vai determinar qual que é o melhor cavalo para aquele praticante 
vai ver qual que é melhor encilha, então a partir disso que a gente se organiza, 
assim no caso muitas coisas se define assim junto com a equipe claro, mas 
quem tem um pouco mais de responsabilidade em saber e tem que definir é, 
acaba sendo a fisioterapeuta tá, mas todos os outros tem conhecimento.” 
ENT. EQ. 8 
 
“Então seria interessante ter alguém nessa questão e eu acho que o pessoal da 
enfermagem também poderia participar dos atendimentos, nos ajudar quanto 
a questão dos cuidados que a gente deve ter, até seria legal de ter alguém que 
pudesse fazer um treinamento conosco, vir aqui e dar uma base de primeiros 
socorros...” ENT. EQ. 1 
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Portanto, na equoterapia a equipe deve ser a mais ampla possível, e deve conter profissionais 
da área da saúde, educação e equitação. Os atendimentos são precedidos de um diagnóstico, 
indicação médica, psicológica e fisioterapêutica, e avaliação dos profissionais da saúde e educação, 
objetivando o planejamento do atendimento individualizado na equoterapia. 
Todo trabalho com o ser humano é melhor realizado quando diferentes profissionais 
trabalham juntos, cada um em sua disciplina, mas com um objetivo geral semelhante, buscando a 
coesão, a complementação e o enriquecimento do tratamento. 
A enfermagem, particularmente, deveria se inserir mais fortemente com o intuito de 
colaborar no planejamento da assistência e do cuidado tanto com o praticante como com os 
familiares. Também pode contribuir e participar dos grupos terapêuticos e nas discussões dos 
estudos de casos e contribuir positivamente no redirecionamento da terapêutica. 
 
4.4 Trabalho multidisciplinar/interdisciplinar 
 
Cirillo (2002) e Silva (2004) em seus estudos dizem que a prática da equoterapia é realizada 
por uma equipe multidisciplinar, que trabalha de forma interdisciplinar. Esta equipe deve ser mais 
ampla possível, composta por diferentes profissionais da área da saúde, educação e equitação. A 
composição mínima para trabalhar com equoterapia deve ser de três profissionais, um de cada área, 
atuando de maneira interdisciplinar (BOULCH, 1996). 
A equoterapia é um trabalho desenvolvido por uma equipe de profissionais de diferentes 
formações, em que esses devem assumir uma postura de interdisciplinaridade, proporcionando 
assim uma reabilitação completa do praticante, possibilitando um entrosamento entre os 
profissionais e que cada um, dentro da sua área de conhecimento, dê sua parcela de contribuição 
para o sucesso desse recurso terapêutico. Enfim, o alicerce da equoterapia é a equipe (UZUN, 
2005). 
As falas a seguir concordam com os estudos acima: 
“A gente faz um planejamento em conjunto, fisio, psicólogo, pessoal da 
educação física, todo mundo participa desses planejamentos e coloca um 
pouquinho a sua opinião, a gente faz as atividades, o programa, baseado em 
todas as áreas unidas né...” ENT. EQ. 1 
 
“Então a gente tem aquela forma de trabalho em equipe, então a gente se 
junta, a gente debate os assuntos e aí, então a gente junta um pouco de cada 
especialidade, da psicologia, da fisio, do educador físico, enfim, de todos e aí 
a gente começa a mediar...” ENT. EQ. 2 
 
“Essa multidisciplinariedade que a gente tem aqui ela já foi pensada em 
função do tratamento, a gente já tem o pessoal da educação física, da 
psicologia, da fisioterapia já direcionado porque a demanda pede isso, porque 
a gente atende paciente com autismo, paralisia, Down, então tudo isso, toda 
essa equipe precisa, porque se fosse só psicólogo por exemplo não vai suprir 
as necessidades dos praticantes e vice-versa.” ENT. EQ. 6 
 
“Eu acho que pra gente conseguir melhorar a saúde dos praticantes é preciso 
ter o trabalho interdisciplinar, por isso que é importante que a equipe seja 
formada por vários profissionais, porque assim a gente vai conseguir fazer 
com que eles tenham um desenvolvimento psíquico, físico junto também.” 
ENT. EQ. 8 
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Por outro lado, autores como Ribeiro (2006), Arlaque, Zenker, Pens e Carneiro (1996) 
dizem que a equipe é transdisciplinar, o que seria a mesma coisa: “diferentes especialistas que 
buscam trocar informações para a elaboração de um projeto conjunto. Cada área, envolvida, sai de 
uma visão única para uma visão mais abrangente, sendo capaz de reformular seus conhecimentos e 
atuações” (SOUZA; RAMOS, 2007). 
Por isso que o trabalho de uma equipe interdisciplinar na equoterapia é primordial, pois este 
avalia cada caso, estabelece metas e o melhor caminho para alcançá-las. O prognóstico de um 
paciente que está se submetendo ao tratamento com a equoterapia, será melhor quando este estiver 
sendo estimulado por estes profissionais. 
 
4.5 O papel da família no tratamento e acompanhamento dos praticantes em equoterapia 
 
Os pais acompanham os filhos durante os atendimentos na Equoterapia, o que pressupõe a 
partir do momento em que eles observam o que os filhos estão fazendo e percebem os avanços 
durante as sessões, eles podem colaborar na estimulação em casa, propiciando um maior incentivo e 
adesão ao tratamento. Os resultados de Silva (2006) sobre a participação ativa dos pais nas terapias 
mostram que a presença dos cuidadores na terapia de seus filhos possibilitou que se estendesse para 
a atividade familiar a experiência da postura correta da criança durante a alimentação. 
Segundo o mesmo autor essa participação propiciou um melhor desenvolvimento global das 
crianças, tanto na questão alimentar quanto na manipulação e exploração do seu ambiente de 
maneira mais eficiente. No entanto, isso demonstra a importância da participação dos pais no 
processo de tratamento de seus filhos. Fato que é salientado nos fragmentos abaixo: 
 
“A criança vindo com o familiar é importante, ele sabe que a mãe tá 
participando, que não é aquela coisa assim que a criança vai no lugar, entra lá 
sozinha, não sabe o que tá acontecendo, e aqui não, desde o início da 
avaliação as gurias tem todo esse trabalho, de mostrar pros pais junto com as 
crianças tudo que vai ser trabalhado né...” ENT. FAM. 5 
 
“Eu acho que o pai tem que estar junto, dar apoio, acompanhar de perto, ver 
como é que é também, não adianta tu trazer e não saber como é que é, tem 
que saber se realmente ele tá gostando ou não, não é chegar, largar e sair, ela 
tem que se sentir bem, saber que o pai dela tá por trás, ele tá ali no momento 
que precisar né.” ENT. FAM. 6 
 
“Eu acho que é importante porque a gente tá sempre acompanhando, a gente 
tá sempre no dia a dia, cada dia que a gente vem, a gente acompanha o queé 
que tá acontecendo, assim como eles acompanham também o que acontece 
durante a semana que a criança não vem, eu acho que é muito importante esse 
acompanhamento...” ENT. FAM. 7 
 
“Os pais tem que trazer, senão qual é o desenvolvimento que ela vai ter se os 
pais não vem junto, não tem orientação, não sabem como agir em casa, não 
sabem como agir com ela, e daí de que que adianta se a família não tiver 
junto.” ENT. FAM. 9 
 
Os dados acima caracterizam a importância da presença e o reforço familiar no cotidiano dos 
praticantes. Silva (2004) em seu estudo constatou que o desenvolvimento psicomotor ocorre pela 
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combinação do prazer que o paciente sente ao ter vivenciado algo novo e pelo reforço familiar em 
casa que é feito quando a família percebe a aquisição conseguida. Perceptível também nas falas 
abaixo: 
 
“É importante de ta junto com a equipe, de saber o que é que tá acontecendo 
com ele, o que é que eu posso fazer com ele fora daqui pra complementar, eu 
acho que é muito importante, os pais tem que estar presente sim porque é um 
conjunto, não adianta vir uma vez por semana aqui e não fazer as coisas 
depois...” ENT. FAM. 2 
 
“Porque não é só eles virem aqui 45 minutos que vai ter um efeito, vai ajudar 
sim, porém a gente precisa de um a mais da família dentro de casa, imagina se 
eles deixam a criança lá largada e ela só vem aqui fazer 45 minutos, olha que 
a maioria do tempo ele fica em casa então a gente precisa desse auxílio dos 
pais sempre, então assim os pais fazem sua parte e a gente oferece esse 
plus...” ENT. EQ. 1 
 
“É importante eles ter esse acompanhamento, de como é importante eles dar 
uma sequência lá fora, às vezes os pais apostam, a equoterapia é válida, ajuda, 
é um tratamento que ajuda, mas é um complemento, não é que a criança vai 
vim aqui e vai ficar 45 minutos na equoterapia e o resto da semana a criança 
fica sentada em casa, o pai não estimula a fazer nada...” ENT. EQ. 5 
 
“A família tem esse papel de corresponsabilidade, como são crianças e 
adolescentes a gente não pode colocar só como a criança responsável por essa 
evolução, então os familiares tem que estar participando desse processo 
porque senão fica um trabalho muito segmentado, que ele vem aqui, faz 
atividade, e eu intervenho, o psicólogo intervém, a equipe intervém, mas não 
passa do que é feito aqui, e aí a gente não tá pensando em integralidade do 
cuidado...” ENT. EQ. 8 
 
A equoterapia permite que a família descubra outras capacidades não identificadas antes no 
seu filho e, assim, podendo promover uma redefinição das relações familiares o que favorece a 
criança um melhor ajuste do comportamento. Dessa forma, interrompe o círculo vicioso patológico 
da relação (FREIRE, 1999). 
Ao presenciarem o que é possibilitado aos seus filhos durante a terapia, os pais conseguem 
acreditar nas potencialidades de suas crianças e enxergá-las de um modo diferente. Experiência esta 
que passa a se estender ao ambiente familiar, o que lhes permite estimulá-los de modo mais 
adequado. 
Para Lacerda (2000) é importante fortalecer e valorizar o cuidador familiar, mostrando-lhe a 
importância de seu papel de cuidador e incentivando-o também a cuidar de si. Py (2004) afirma que 
o trabalho profissional com os familiares cuidadores deve conter informação e reflexão. 
Portanto, torna-se importante o preparo dos profissionais que trabalham com Equoterapia 
para lidar com a família, tornando-se necessário que esses profissionais conheçam as informações e 
as percepções dos familiares em relação à técnica e a sua postura profissional. Dessa forma, poderá 
contribuir para que os familiares saibam mais sobre a patologia do filho bem como compreendam às 
suas reações frente à terapia e as potencialidades que ainda poderão ser exploradas. 
 
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4.6 A enfermagem na equoterapia 
 
 O Conselho Federal de Enfermagem, no Parecer Informativo 004/95 (COFEN, 1995), 
reconhece a fundamentação da profissão de Enfermagem, na visão holística do ser humano, o 
crescente interesse e utilização das práticas naturais no cuidado ao cliente e os aspectos do Código 
de Ética dos Profissionais de Enfermagem que permitem a utilização das terapias naturais. 
Finalmente, em 19/03/1997, o COFEN, por meio da Resolução 197 "Estabelece e reconhece as 
Terapias Alternativas como especialidade e/ou qualificação do profissional de Enfermagem" 
(COFEN, 1997). 
 Como parte da equipe de terapeutas que trabalham na equoterapia o (a) enfermeiro (a) pode 
ser um elemento-chave no grupo de pais e na prestação dos primeiros socorros e a prevenção de 
acidentes, bem como na construção do plano de cuidados/terapêutico contribuindo sob a ótica do 
cuidado e das ações de educação em saúde. Dessa maneira, poderá fornecer aos pais informações 
embasadas sobre as características da patologia que afeta seus filhos. 
 Também pode garantir a continuidade do tratamento em casa e, assim, obter melhores 
resultados. Essa importância do profissional enfermeiro foi constatada durante a coleta de dados e 
podem ser identificadas nos fragmentos abaixo: 
 
“Vai que ela caia do cavalo o que pode acontecer, ou até nos caso o cavalo 
pise ou enfim, eu acho que é válido, eu não sei que outras áreas que a 
enfermagem também poderia atuar além desses cuidados, talvez auxiliar com 
os pais também, fazer esse trabalho junto com os pais, alguns cuidados 
básicos que vocês teriam mais essa informação.” ENT. EQ. 6 
 
“Às vezes pode se machucar no cavalo, então são coisas assim que eu acho 
que seria interessante ter alguém, porque se uma se machuca ou coisa assim e 
aí o que é que a gente vai fazer com a criança?, a gente não tem essa parte, e 
as vezes assim a criança tá doentinha, a gente não sabe o que fazer, se a gente 
pode fazer atendimento ou não pode, porque a gente não tem muita noção da 
gravidade daquilo, então eu acho que seria sim importante até pela equipe 
inteira.” ENT. EQ. 2 
 
 “A enfermagem seria interessante assim no caso de a gente passar por uma 
situação durante o atendimento assim, crianças com paralisia cerebral ou 
assim eles ter alguma coisa que nem parte da fisioterapia e nem a parte do 
educador físico conseguiria intervir, acho que seria legal até em uma 
emergência, até a gente lida com cavalo a gente nunca sabe como o cavalo vai 
tá, se ele vai tá num dia disposto ou não, então se alguma criança cai ou até 
nós mesmos assim levamos um pisão ou alguma coisa, não que o acadêmico 
de enfermagem vai solucionar isso, mas a gente já vai ter uma resposta 
imediata do que tá acontecendo.” ENT. EQ. 7 
 
“Então eu acho que tem que é possível sim estar inserido nesta questão que a 
gente tá falando de saúde, então eu acho que dentro, eu não conheço as 
competências da enfermagem, mas acredito que é possível sim se inserir, 
pensar nessa questão desde a avaliação inicial, dessa questão assim dos 
pacientes que a gente recebe na equoterapia que alguns têm patologias, 
algumas tem umas patologias graves, então ter esse acompanhamento, ter 
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esse monitoramento assim, e porque não também no picadeiro sabe...” ENT. 
EQ. 8 
 
Estes dados evidenciam a necessidade do profissional de enfermagem nesse contexto e nessa 
modalidade de tratamento, pois o enfermeiro tem a capacidade de atuar de forma integralizada junto 
ao praticante, buscando reconhecer as necessidades de cuidado e colaborando para melhor atender 
as necessidades humanas básicas. A equoterapia visará à assistência à saúde do indivíduo, seja na 
prevenção,tratamento ou cura, considerando a pessoa como um todo. 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A equoterapia influencia de forma positiva o tratamento dos praticantes, aumentando a 
autoconfiança, segurança e diminuindo os sintomas do quadro patológico. Percebeu-se a 
importância do trabalho inter/multidisciplinar nesse contexto e o quanto é essencial que todas as 
áreas juntas discutam o tratamento de cada paciente respeitando as suas individualidades. 
Os participantes confirmam que a equoterapia é mais indicada para patologias que dizem 
respeito a problemas motores. Dentre os benefícios proporcionados por esse recurso, o mais citado 
foi à melhora da psicomotricidade. 
Também se somam a esses benefícios à interação social, proporcionando melhorias 
significativas no cotidiano destas famílias. A relevância do acompanhamento dos familiares é fator 
positivo, pois a participação e atenção são importantes para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e 
social da criança. 
No entanto, esta pesquisa mostra a necessidade de se divulgar mais os benefícios da 
equoterapia enquanto recurso valioso ao atendimento as pessoas com deficiência. Por ser de longo 
alcance e exercer grande influência nas pessoas, tem-se a mídia escrita e falada como o meio mais 
indicado para esse propósito. 
O surgimento de novas pesquisas com amostras maiores e outras abordagens metodológicas 
irão complementar e engrandecer a temática. Também poderá fortalecer a presença do enfermeiro 
nessa prática, pois no Brasil ainda é recente e pouco divulgada. 
A partir dos resultados pretende-se formular um documento com os dados relevantes do 
projeto e dispor para a administração do centro. Acredita-se que através dos resultados desta 
pesquisa se possa contribuir com a promoção dessa prática, mostrando as pessoas a importância e os 
benefícios das terapias envolvendo animais. 
Por fim, acredita-se que existe uma lacuna a ser preenchida urgentemente pela enfermagem, 
especialmente pelo enfermeiro. Fica o desafio para que os cursos de graduação e formação em 
enfermagem apropriem-se dessas questões no sentido de ocupar esses espaços e dar mais 
visibilidade a profissão nesse contexto. 
 
 
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