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Aula 09
Direito Penal p/ PC-AL (Agente e Escrivão) Com videoaulas
Renan Araujo, Time Renan Araujo
84095195851 - Geraldo Pedro Henrique Thomas Fernandes
 
 
 
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DIREITO PENAL P/ PC-AL (2018) Ð AGENTE E ESCRIVÌO 
Teoria e quest›es 
Aula 09 Ð Prof. Renan Araujo 
 
AULA 09: DOS CRIMES CONTRA A Fƒ PòBLICA 
SUMçRIO 
1 DOS CRIMES CONTRA A Fƒ PòBLICA ..................................................................... 2 
1.1 Moeda falsa .................................................................................................... 2 
1.1.1 Moeda falsa ................................................................................................... 2 
1.1.2 Crimes assemelhados ao de moeda falsa ........................................................... 4 
1.1.3 Petrechos para falsifica‹o de moeda ................................................................ 5 
1.1.4 Emiss‹o de t’tulo ao portador sem permiss‹o legal ............................................. 6 
1.2 Da Falsidade de T’tulos e outros papŽis pœblicos ........................................... 7 
1.3 Da Falsidade documental ............................................................................. 10 
1.3.1 Falsifica‹o de selo ou sinal pœblico ................................................................ 10 
1.3.2 Falsifica‹o de documento pœblico .................................................................. 11 
1.3.3 Falsifica‹o de documento particular ............................................................... 14 
1.3.4 Falsidade ideol—gica ..................................................................................... 15 
1.3.4.1 Diferena entre falsidade ideol—gica e falsidade material ............................. 18 
1.3.5 Falso reconhecimento de firma ou letra ........................................................... 18 
1.3.6 Certid‹o ou atestado ideologicamente falso ..................................................... 19 
1.3.7 Falsidade de atestado mŽdico ........................................................................ 20 
1.3.8 Reprodu‹o ou adultera‹o de selo ou pea filatŽlica ........................................ 21 
1.3.9 Uso de documento falso ................................................................................ 22 
1.3.10 Supress‹o de documento ........................................................................... 24 
1.4 Outras falsidades ......................................................................................... 25 
1.5 Das fraudes em certames de interesse pœblico ............................................ 32 
2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 34 
3 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 40 
3.1 Sœmulas do STJ ............................................................................................ 40 
4 RESUMO .............................................................................................................. 41 
5 EXERCêCIOS PARA PRATICAR ............................................................................. 44 
6 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 56 
7 GABARITO .......................................................................................................... 85 
 
Ol‡, meu povo! 
 
Hoje vamos analisar os crimes contra a fŽ pœblica. A aula de hoje possui 
alguns pontos muito importantes, ent‹o, muita aten‹o! Temos, inclusive, 
sœmulas important’ssimas do STJ. 
Bons estudos! 
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 1! DOS CRIMES CONTRA A Fƒ PòBLICA 
 
1.1!Moeda falsa 
1.1.1!Moeda falsa 
O art. 289 do CP prev o crime de moeda falsa propriamente dito, que Ž 
assim caracterizado: 
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda met‡lica ou papel-moeda 
de curso legal no pa’s ou no estrangeiro: 
Pena - reclus‹o, de trs a doze anos, e multa. 
¤ 1¼ - Nas mesmas penas incorre quem, por conta pr—pria ou alheia, importa ou 
exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circula‹o 
moeda falsa. 
¤ 2¼ - Quem, tendo recebido de boa-fŽ, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a 
restitui ˆ circula‹o, depois de conhecer a falsidade, Ž punido com deten‹o, de seis 
meses a dois anos, e multa. 
¤ 3¼ - ƒ punido com reclus‹o, de trs a quinze anos, e multa, o funcion‡rio pœblico 
ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emiss‹o que fabrica, emite ou autoriza a 
fabrica‹o ou emiss‹o: 
I - de moeda com t’tulo ou peso inferior ao determinado em lei; 
II - de papel-moeda em quantidade superior ˆ autorizada. 
¤ 4¼ - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja 
circula‹o n‹o estava ainda autorizada. 
 
BEM JURêDICO TUTELADO FŽ pœblica 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum) 
SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado 
pela conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta Ž a de falsificar papel moeda 
ou moeda met‡lica de curso legal no 
Brasil ou no exterior. Pode ser 
praticado mediante: 
§! Fabrica‹o Ð Cria-se a moeda 
falsa 
§! Adultera‹o Ð Utiliza-se moeda 
verdadeira para transformar em 
outra, falsa. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma 
especial finalidade de agir. N‹o se admite 
na forma culposa. 
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OBJETO MATERIAL A moeda alterada ou falsificada. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em que a 
moeda Ž fabricada ou alterada, n‹o no 
momento em que ela entra em circula‹o. 
Admite-se tentativa, pois n‹o se trata de 
crime que se perfaz num œnico ato (pode-
se desdobrar seu iter criminis Ð caminho 
percorrido na execu‹o). 
CONSIDERA‚ÍES 
IMPORTANTES 
¥! A Doutrina entende que se a 
falsifica‹o for grosseira, n‹o h‡ crime, 
por n‹o possuir potencialidade lesiva1 
(n‹o tem o poder de enganar ninguŽm). 
¥! A forma qualificada prevista no 
¤ 3¡ s— admite como sujeitos ativos 
aquelas pessoas ali enumeradas 
(crime pr—prio); 
¥! O ¤ 4¡ estabelece crime de 
circula‹o de moeda ainda n‹o autorizada 
a circular. Pode ser praticado por 
qualquer pessoa (crime comum), mas a 
pena prevista Ž a do ¤ 3¡; 
¥! Os ¤¤ 1¡ e 2¡ do artigo trazem 
outras hip—teses nas quais tambŽm 
ocorre o crime (outras condutas 
assemelhadas), sendo que no caso do ¤ 
2¡, a pena Ž diferenciada, em raz‹o do 
menor desvalor da conduta. No ¤ 2¡, o 
agente deve ter recebido a moeda falsa 
de boa-fŽ (sem saber que era falsa). Se 
recebeu de m‡-fŽ, responde pelo crime do 
¤ 1¡. 
 
Importante ressaltar, ainda, que os Tribunais Superiores entendem ser 
inaplic‡vel ao delito de moeda falsa o princ’pio da insignific‰ncia.2 
 
 
1 CUNHA, RogŽrio Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial. 7¼ edi‹o. Ed. Juspodivm. Salvador, 
2015, p. 635. No mesmo sentido, BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Ð Parte especial. 
Volume 4. Ed. Saraiva, 9¼ edi‹o. S‹o Paulo, 2015, p. 487 
2 (HC 257.421/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 22/04/2014, 
DJe 06/05/2014) 
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 1.1.2!Crimes assemelhados ao de moeda falsa 
O art. 290 do CP prev condutas que se assemelham ˆ falsifica‹o de moeda 
prevista no art. 289: 
Art. 290 - Formar cŽdula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos 
de cŽdulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cŽdula ou bilhete 
recolhidos, para o fim de restitu’-los ˆ circula‹o, sinal indicativo de sua 
inutiliza‹o; restituir ˆ circula‹o cŽdula, nota ou bilhete em tais condi›es, ou 
j‡ recolhidos para o fim de inutiliza‹o: 
Pena - reclus‹o, de dois a oito anos, e multa. 
Par‡grafo œnico - O m‡ximo da reclus‹o Ž elevado a doze anos e multa, se o crime 
Ž cometido por funcion‡rio que trabalha na reparti‹o onde o dinheiro se 
achava recolhido, ou nela tem f‡cil ingresso, em raz‹o do cargo. (Vide) 
 
BEM JURêDICO TUTELADO FŽ pœblica 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum). 
Entretanto, se quem cometer o crime for 
funcion‡rio pœbico que trabalha no local, 
ou tem f‡cil acesso a ele em raz‹o do 
cargo, a pena Ž aumentada para atŽ 12 
aos, conforme previsto no ¤ œnico. Nessa 
hip—tese, o crime Ž pr—prio. 
SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado 
pela conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta pode ser de formar cŽdula com 
fragmentos de outras cŽdulas, suprimir 
sinal de inutiliza‹o de cŽdula ou 
recolocar em circula‹o cŽdula 
inutilizada. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma 
especial finalidade de agir. N‹o se admite 
na forma culposa. 
OBJETO MATERIAL A moeda que foi formada, teve seu sinal 
de inutiliza‹o suprimido ou foi 
recolocada em circula‹o. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em que a 
moeda Ž formada, tem seu sinal 
inutilizado ou entra em circula‹o, a 
depender de qual das condutas se trata. 
Admite-se tentativa, pois n‹o se trata de 
crime que se perfaz num œnico ato (pode-
se desdobrar seu iter criminis Ð caminho 
percorrido na execu‹o). 
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CONSIDERA‚ÍES 
IMPORTANTES 
¥! Doutrina e jurisprudncia 
entendem que se a falsifica‹o for 
grosseira3, n‹o h‡ crime, por n‹o 
possuir potencialidade lesiva (n‹o 
tem o poder de enganar ninguŽm). O 
poder de iludir (imitatio veri) Ž 
indispens‡vel. Caso n‹o haja esse poder, 
poderemos estar diante de estelionato, 
no m‡ximo, caso haja obten‹o de 
vantagem indevida em detrimento de 
alguŽm mediante esta fraude. 
 
1.1.3!Petrechos para falsifica‹o de moeda 
O art. 291 prev o crime de Òpetrechos para falsifica‹o de moedaÓ, assim 
descrito: 
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a t’tulo oneroso ou gratuito, possuir ou guardar 
maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado ˆ 
falsifica‹o de moeda: 
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa. 
 
BEM JURêDICO TUTELADO FŽ pœblica 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum). 
SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado 
pela conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta pode ser qualquer dos ÒverbosÓ 
previstos no art. 291 (fabricar, adquirir, 
etc.). 
TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma 
especial finalidade de agir. N‹o se admite 
na forma culposa. 
OBJETO MATERIAL O maquin‡rio ou equipamento destinado 
ˆ falsifica‹o de moeda. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em que o 
agente pratica a conduta descrita no 
nœcleo do tipo (verbo), seja adquirindo, 
fornecendo ou fabricando o equipamento 
destinado ˆ falsifica‹o de moeda. 
 
3 HC 83526, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Primeira Turma, julgado em 16/03/2004, DJ 07-05-2004 
PP-00025 EMENT VOL-02150-02 PP-00271 
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 OBS.: Temos, aqui,. Com regra, os atos 
preparat—rios n‹o s‹o pun’veis, eis que 
ainda n‹o h‡ execu‹o do delito (art. 31 
do CP). Contudo, em determinados casos 
especiais, como este, a Lei j‡ criminaliza 
(desde logo) uma conduta que Ž 
considerada meramente preparat—ria 
para outro delito (no caso, seria uma 
conduta preparat—ria para o delito de 
moeda falsa). 
CONSIDERA‚ÍES 
IMPORTANTES 
O equipamento deve ter como finalidade 
prec’pua a falsifica‹o de moeda. Assim, 
se alguŽm fornece, por exemplo, 
equipamento que se destina a inœmeras 
fun›es, e dentre elas, pode ser usado 
para esse fim, n‹o h‡ a pr‡tica do crime, 
que exige que o equipamento se destine 
precipuamente a essa finalidade 
criminosa. 
 
1.1.4!Emiss‹o de t’tulo ao portador sem permiss‹o legal 
O artigo 292 encerra o cap’tulo relativo aos crimes de moeda falsa, 
estabelecendo como crime a conduta de Òemiss‹o de t’tulo ao portador sem 
permiss‹o legalÓ: 
Art. 292 - Emitir, sem permiss‹o legal, nota, bilhete, ficha, vale ou t’tulo que contenha 
promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indica‹o do nome da 
pessoa a quem deva ser pago: 
Pena - deten‹o, de um a seis meses, ou multa. 
Par‡grafo œnico - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos 
referidos neste artigo incorre na pena de deten‹o, de quinze dias a trs meses, ou 
multa. 
 
BEM JURêDICO TUTELADO FŽ pœblica 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum). 
SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado 
pela conduta. 
TIPO OBJETIVO Caracteriza-se na Òemiss‹oÓ de 
documento ao portador (aqueles 
documentos descritos no artigo). 
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TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma 
especial finalidade de agir. N‹o se admite 
na forma culposa. 
OBJETO MATERIAL A nota, bilhete, ficha, vale ou t’tulo que 
contenha promessa de pagamento em 
dinheiro ao portador ou a que falte indica‹o 
do nome da pessoa a quem deva ser pago, 
ou seja, o documento (tem que ser um 
destes) que foi emitido sem permiss‹o 
legal. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em que o 
agente emite o documento ao portador, 
n‹o sendo necess‡rio que seja 
apresentado a terceiros; 
 
1.2!Da Falsidade de T’tulos e outros papŽis pœblicos 
Aqui o CP incrimina condutas diversas, relativas ˆ falsifica‹o, em todas as 
suas formas, de papŽis pœblicos. 
O art. 293 prev: 
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: 
I - selo destinado a controle tribut‡rio, papel selado ou qualquer papel de emiss‹o 
legal destinado ˆ arrecada‹o de tributo; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.035, de 2004) 
II - papel de crŽdito pœblico que n‹o seja moeda de curso legal; 
III - vale postal; 
IV - cautela de penhor, caderneta de dep—sito de caixa econ™mica ou de outro 
estabelecimento mantido por entidade de direito pœblico; 
V - tal‹o, recibo, guia, alvar‡ ou qualquer outro documento relativo a arrecada‹o de 
rendas pœblicas ou a dep—sito ou cau‹o por que o poder pœblico seja respons‡vel; 
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela 
Uni‹o, por Estado ou por Munic’pio:Pena - reclus‹o, de dois a oito anos, e multa. 
¤ 1o Incorre na mesma pena quem: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.035, de 
2004) 
I - usa, guarda, possui ou detŽm qualquer dos papŽis falsificados a que se 
refere este artigo; (Inclu’do pela Lei n¼ 11.035, de 2004) 
II - importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece 
ou restitui ˆ circula‹o selo falsificado destinado a controle tribut‡rio; 
(Inclu’do pela Lei n¼ 11.035, de 2004) 
III - importa, exporta, adquire, vende, exp›e ˆ venda, mantŽm em dep—sito, 
guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza 
em proveito pr—prio ou alheio, no exerc’cio de atividade comercial ou 
industrial, produto ou mercadoria: (Inclu’do pela Lei n¼ 11.035, de 2004) 
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 a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tribut‡rio, falsificado; 
(Inclu’do pela Lei n¼ 11.035, de 2004) 
b) sem selo oficial, nos casos em que a legisla‹o tribut‡ria determina a 
obrigatoriedade de sua aplica‹o. (Inclu’do pela Lei n¼ 11.035, de 2004) 
¤ 2¼ - Suprimir, em qualquer desses papŽis, quando leg’timos, com o fim de 
torn‡-los novamente utiliz‡veis, carimbo ou sinal indicativo de sua 
inutiliza‹o: 
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa. 
¤ 3¼ - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos 
papŽis a que se refere o par‡grafo anterior. 
¤ 4¼ - Quem usa ou restitui ˆ circula‹o, embora recibo de boa-fŽ, qualquer 
dos papŽis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu ¤ 
2¼, depois de conhecer a falsidade ou altera‹o, incorre na pena de deten‹o, 
de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa. 
 
BEM JURêDICO TUTELADO FŽ pœblica 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum). 
SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado 
pela conduta. 
TIPO OBJETIVO As condutas (tipos objetivos) previstos 
para este crime s‹o inœmeras, podendo 
ser praticado o crime quando o agente 
realizar quaisquer das atividades 
previstas no nœcleo do tipo. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma 
especial finalidade de agir. N‹o se 
admite na forma culposa. 
OBJETO MATERIAL Qualquer dos documentos previstos no 
artigo, que tenha sido alterado, 
inutilizado recolocado ˆ circula‹o, etc. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em que o 
agente pratica a conduta, seja 
recolocando em circula‹o o documento 
retirado de circula‹o, alterando o 
documento, etc., variando conforme o 
tipo previsto. 
 
O ¤5¼ do art. 293, por sua vez, traz um dispositivo importante: 
¤ 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do ¤ 1o, qualquer 
forma de comŽrcio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praas ou 
outros logradouros pœblicos e em residncias. (Inclu’do pela Lei n¼ 11.035, de 2004) 
 
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 Vejam que a inten‹o do legislador foi abarcar qualquer tipo de atividade 
comercial, inclusive aquela n‹o regulamentada, como a atividade dos 
camel™s, por exemplo.4 
J‡ o art. 294 prev o crime de Òpetrechos de falsifica‹oÓ, que s‹o, 
basicamente, as condutas relacionadas aos objetos destinados ˆ falsifica‹o, 
podendo consistir na guarda, fornecimento, fabrica‹o, etc., destes 
equipamentos: 
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente 
destinado ˆ falsifica‹o de qualquer dos papŽis referidos no artigo anterior: 
Pena - reclus‹o, de um a trs anos, e multa. 
Art. 295 - Se o agente Ž funcion‡rio pœblico, e comete o crime prevalecendo-se do 
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. 
 
BEM JURêDICO TUTELADO FŽ pœblica 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum). 
SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado 
pela conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta pode ser qualquer das 
previstas no tipo, seja fabricar, adquirir, 
fornecer, possuir ou guardar estes 
objetos destinados ˆ falsifica‹o. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma 
especial finalidade de agir. N‹o se admite 
na forma culposa. 
OBJETO MATERIAL O equipamento destinado ˆ falsifica‹o. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em que o 
agente pratica a conduta prevista no 
nœcleo (verbo) do tipo. Admite-se 
tentativa, pois n‹o se trata de crime que 
se perfaz num œnico ato (pode-se 
desdobrar seu iter criminis Ð caminho 
percorrido na execu‹o). 
 
No entanto, se o agente Ž funcion‡rio pœblico e comete o crime 
valendo-se do cargo, a pena Ž aumentada em 1/6. Vejamos: 
Art. 295 - Se o agente Ž funcion‡rio pœblico, e comete o crime prevalecendo-se do 
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. 
 
 
4 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 531 
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 Percebam, assim, que n—s temos um crime COMUM, ou seja, um crime 
que pode ser praticado por qualquer pessoa. Entretanto, caso venha a ser 
praticado por funcion‡rio pœblico VALENDO-SE DO CARGO, a pena ser‡ 
aumentada. 
CUIDADO COM ISSO, GALERA! 
 
1.3!Da Falsidade documental 
1.3.1!Falsifica‹o de selo ou sinal pœblico 
O art. 296 prev o crime de falsifica‹o de selo ou sinal pœblico: 
Falsifica‹o do selo ou sinal pœblico 
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: 
I - selo pœblico destinado a autenticar atos oficiais da Uni‹o, de Estado ou de 
Munic’pio; 
II - selo ou sinal atribu’do por lei a entidade de direito pœblico, ou a autoridade, ou 
sinal pœblico de tabeli‹o: 
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa. 
¤ 1¼ - Incorre nas mesmas penas: 
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; 
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em preju’zo de outrem ou 
em proveito pr—prio ou alheio. 
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer 
outros s’mbolos utilizados ou identificadores de —rg‹os ou entidades da Administra‹o 
Pœblica. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de 2000) 
¤ 2¼ - Se o agente Ž funcion‡rio pœblico, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, 
aumenta-se a pena de sexta parte. 
 
BEM JURêDICO 
TUTELADO 
FŽ pœblica 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum). Isso significa que 
qualquer pessoa pode praticar o delito, n‹o sendo 
exigida nenhuma caracter’stica especial. PorŽm, o 
¤ 2¡ estabelece que se o agente for funcion‡rio 
pœblico prevalecendo-se do cargo, a pena Ž 
aumentada em 1/6. 
SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre. Entretanto, Ž poss’vel que alŽm 
da coletividade, seja v’tima deste delito, tambŽm, um 
eventual terceiro que seja lesado pela conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta pode ser a de fabrica‹o ou adultera‹o 
dos documentos previstos, ou, ainda, a utiliza‹o 
destes, conforme o ¤ 1¡ do art. 296. 
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TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma especial finalidade 
de agir.N‹o se admite na forma culposa. 
OBJETO MATERIAL O documento, utilizado, alterado ou fabricado. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em que o agente fabrica, 
adultera ou utiliza o documento. No œltimo caso o 
documento deve ser levado ao conhecimento de 
terceiros. Admite-se tentativa, pois n‹o se trata de 
crime que se perfaz num œnico ato (pode-se desdobrar 
seu iter criminis Ð caminho percorrido na execu‹o). 
 
1.3.2!Falsifica‹o de documento pœblico 
O art. 297, por sua vez, trata da falsifica‹o de documento pœblico: 
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento pœblico, ou alterar documento 
pœblico verdadeiro: 
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa. 
¤ 1¼ - Se o agente Ž funcion‡rio pœblico, e comete o crime prevalecendo-se do 
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. 
¤ 2¼ - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento pœblico o emanado de 
entidade paraestatal, o t’tulo ao portador ou transmiss’vel por endosso, as a›es de 
sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. 
¤ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, 
de 2000) 
I - na folha de pagamento ou em documento de informa›es que seja destinado a 
fazer prova perante a previdncia social, pessoa que n‹o possua a qualidade de 
segurado obrigat—rio;(Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de 2000) 
II - na Carteira de Trabalho e Previdncia Social do empregado ou em documento que 
deva produzir efeito perante a previdncia social, declara‹o falsa ou diversa da que 
deveria ter sido escrita; (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de 2000) 
III - em documento cont‡bil ou em qualquer outro documento relacionado com as 
obriga›es da empresa perante a previdncia social, declara‹o falsa ou diversa da 
que deveria ter constado. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de 2000) 
¤ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no ¤ 3o, 
nome do segurado e seus dados pessoais, a remunera‹o, a vigncia do contrato de 
trabalho ou de presta‹o de servios.(Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de 2000) 
 
BEM JURêDICO TUTELADO FŽ pœblica 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum). 
Entretanto, se o crime for cometido por 
funcion‡rio pœblico prevalecendo-se do 
cargo, a pena Ž aumentada em 1/6, nos 
termos do ¤ 1¡ do art. 297. 
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SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado 
pela conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta pode ser de fabricar 
documento pœblico falso ou alterar 
documento pœblico verdadeiro ou atŽ 
mesmo inserir informa‹o err™nea, no 
caso do ¤ 3¡. Vejam que se trata de 
hip—tese (¤ 3¡) que mais se assemelha ˆ 
falsidade ideol—gica, mas que a lei 
considera como falsidade de documento 
pœblico; 
TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma 
especial finalidade de agir. N‹o se admite 
na forma culposa. 
OBJETO MATERIAL O documento fabricado, alterado ou no 
qual foi inserida a informa‹o falsa. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em que o 
agente fabrica o documento falso ou 
altera o documento verdadeiro, ou, ainda, 
quando insere a informa‹o inver’dica nos 
documentos previstos no ¤ 3¡ do art. 297, 
n‹o sendo necess‡ria sua efetiva 
apresenta‹o perante a Previdncia 
Social. Admite-se tentativa, pois n‹o se 
trata de crime que se perfaz num œnico 
ato (pode-se desdobrar seu iter criminis Ð 
caminho percorrido na execu‹o). 
CONSIDERA‚ÍES 
IMPORTANTES 
¥! O ¤ 2¡ traz um rol de documentos 
que s‹o equiparados a documentos 
pœblicos, embora elaborados por 
particulares. Cuidado! Trata-se de um 
rol taxativo, ou seja, n‹o se pode 
ampli‡-lo por analogia, pois a 
falsifica‹o de documento pœblico Ž mais 
grave que a falsifica‹o de documento 
particular, gerando san‹o tambŽm mais 
grave. Desta forma, aplicar a analogia 
aqui seria fazer analogia in malam 
partem, o que, como n—s j‡ vimos, Ž 
vedado no Direito Penal. 
 
Mas, qual o conceito de documento pœblico? A Doutrina divide em: 
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 §! Documento pœblico em sentido formal e material (substancial) Ð A 
forma Ž pœblica (emanado de —rg‹o pœblico, ou seja, por funcion‡rio 
pœblico no exerc’cio das fun›es, com o cumprimento das formalidades 
legais) e o conteœdo tambŽm Ž pœblico (atos proferidos pelo poder 
pœblico, como decis›es administrativas, sentenas judiciais, etc.). 
§! Documento pœblico em sentido formal apenas Ð Aqui a forma Ž 
pœblica (emanado de —rg‹o pœblico), mas o conteœdo Ž de interesse 
privado (Ex.: Escritura pœblica de compra e venda de um im—vel 
pertencente a um particular. O conteœdo Ž de interesse particular, embora 
emanado de um —rg‹o pœblico). 
 
Contudo, existem ainda os documentos equiparados a documento 
pœblico. S‹o eles: 
§! Emanado de entidade paraestatal Ð Elaborados por entidades que n‹o 
pertencem ao Poder Pœblico, mas que atuam em ‡reas de interesse pœblico 
que n‹o s‹o privativas do Estado (Ex.: SESC, SENAI, etc.). 
§! T’tulo ao portador ou transmiss’vel por endosso Ð T’tulo ao portador 
Ž aquele que se transfere pela mera tradi‹o (repasse para outra pessoa), 
n‹o havendo no t’tulo men‹o expressa ao seu titular (Ex.: Cheque de atŽ 
R$ 100,00 e alguns outros). O t’tulo transmiss’vel por endosso Ž aquele 
que identifica nominalmente o titular e, para ser transferido para outra 
pessoa, precisa ser endossado pelo titular (Ex.: Cheque em geral, nota 
promiss—ria, etc.). 
§! A›es de sociedade comercial Ð S‹o partes do capital social de uma 
empresa por a›es (sociedade an™nima e sociedade em comandita por 
a›es). 
§! Livros mercantis Ð S‹o os livros estabelecidos pela Lei para o registro de 
atividades empresariais (Ex.: Livro-caixa, etc.). Engloba, aqui, tanto os 
livros obrigat—rios quanto os facultativos. 
§! Testamento particular Ð ƒ o documento por meio do qual uma pessoa 
capaz destina seus bens para quando ocorrer sua morte. O testamento 
pœblico (aquele celebrado pelo Tabeli‹o) Ž documento pœblico 
naturalmente, eis que tem forma pœblica. O testamento particular, a 
princ’pio, n‹o se enquadraria no conceito de documento pœblico (j‡ que 
possui forma e conteœdo de interesse particular). Entretanto, a Lei 
entendeu por bem equipar‡-lo a documento pœblico (pela relev‰ncia de seu 
conteœdo). 
 
 
ATEN‚ÌO! Telegrama, expedido pelos Correios, Ž documento pœblico? 
NÌO! Os Correios, aqui, atuam como uma empresa qualquer, limitando-se a 
transcrever e a entregar a outra pessoa aquilo que o cliente mandar. O 
funcion‡rio pœblico (empregado dos Correios), aqui, n‹o entra no mŽrito do ato 
(o conteœdo do telegrama n‹o emana do Poder Pœblico). Entretanto, se 
estivermos diante de um telegrama expedido por um funcion‡rio pœblico no 
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==114199==
 
 
 
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 exerc’cio das fun›es, a’ estaremos diante de um documento pœblico (Ex.: 
Telegrama expedido pelo funcion‡rio de um —rg‹o pœblico convocando 
determinado candidato para tomar posse no cargo). 
 
Por fim, o STJ e o STF entendem que se o documento falso Ž fabricado para 
a pr‡tica de estelionato, e a sua potencialidade lesiva se esgota nele, o crime defalso fica absorvido pelo crime de estelionato. Caso a potencialidade lesiva do 
documento n‹o se esgote no estelionato praticado, o agente responde por 
ambos os delitos, em concurso material. 
Sœmula 17 do STJ 
ÒQuando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, Ž por este absorvidoÓ. 
 
Um exemplo disso ocorre quando o agente, por exemplo, falsifica recibos 
mŽdicos para cometer crimes tribut‡rios. Os referidos documentos (meros 
recibos) tm sua potencialidade lesiva esgotada na pr‡tica do crime tribut‡rio.5 
Por outro lado, quando, por qualquer motivo, a potencialidade do falso n‹o se 
exaurir na pr‡tica do estelionato, ou seja, quando permanecer o documento 
possuindo potencialidade lesiva, n‹o haver‡ aplica‹o do princ’pio da consun‹o 
(absor‹o).6 
 
1.3.3!Falsifica‹o de documento particular 
A falsifica‹o de documento particular tambŽm Ž crime, possuindo, 
porŽm, pena mais branda. Nos termos do art. 298 do CP: 
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento 
particular verdadeiro: 
Pena - reclus‹o, de um a cinco anos, e multa. 
 
BEM JURêDICO TUTELADO FŽ pœblica 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum). 
 
5 (AgRg no AREsp 356.859/PE, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 15/05/2014, DJe 
23/05/2014) 
6 03. Conforme precedentes desta Corte (HC 263.884/RJ, Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe 
16/05/2014; HC 221.660/DF, Rel.Ministro Marco AurŽlio Bellizze, Quinta Turma, DJe 01.03.2012; HC 
152.128/SC, Rel. Ministro Sebasti‹o Reis Jœnior, Sexta Turma, DJe 21/02/2013) e do Supremo Tribunal 
Federal, "n‹o h‡ falar em princ’pio da consun‹o entre os crimes de falso e de estelionato quando 
n‹o exaurida a potencialidade lesiva do primeiro ap—s a pr‡tica do segundo" (HC 116.979 AgR, Rel. 
Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 21.11.2013). 
(...) (HC 270.416/SP, Rel. Ministro NEWTON TRISOTTO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SC), 
QUINTA TURMA, julgado em 04/11/2014, DJe 12/11/2014) 
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SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado 
pela conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta pode ser de fabricar 
documento particular falso ou adulterar 
documento particular verdadeiro. 
OBS.: Considera-se documento 
particular aquele que n‹o pode ser 
considerado, sob qualquer aspecto, como 
documento pœblico. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma 
especial finalidade de agir. N‹o se admite 
na forma culposa. 
OBJETO MATERIAL O documento fabricado ou alterado. 
DETALHE: O ¤ œnico do art. 298 (inclu’do 
pela Lei 12.737/12), equiparou o cart‹o 
de crŽdito a documento particular, 
para os fins deste delito. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em que ocorre 
a fabrica‹o ou adultera‹o. Admite-se 
tentativa, pois n‹o se trata de crime que 
se perfaz num œnico ato (pode-se 
desdobrar seu iter criminis Ð caminho 
percorrido na execu‹o). 
CONSIDERA‚ÍES 
IMPORTANTES 
¥! Doutrina e jurisprudncia 
entendem que se a falsifica‹o for 
grosseira, n‹o h‡ crime, por n‹o 
possuir potencialidade lesiva (n‹o tem o 
poder de enganar ninguŽm). O poder de 
iludir (imitatio veri) Ž indispens‡vel. Caso 
n‹o haja esse poder, poderemos estar 
diante de estelionato, no m‡ximo; 
 
1.3.4!Falsidade ideol—gica 
O art. 299 estabelece o crime de falsidade ideol—gica, que, 
diferentemente do que a maioria das pessoas imagina, n‹o est‡ relacionado ˆ 
falsidade de identidade (prevista em outro crime). A falsidade ideol—gica est‡ 
relacionada ˆ altera‹o do conteœdo de documento pœblico ou particular 
(embora no mesmo artigo, as penas s‹o diferentes!): 
Art. 299 - Omitir, em documento pœblico ou particular, declara‹o que dele devia 
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declara‹o falsa ou diversa da que devia 
ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obriga‹o ou alterar a verdade sobre 
fato juridicamente relevante: 
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 Pena - reclus‹o, de um a cinco anos, e multa, se o documento Ž pœblico, e reclus‹o 
de um a trs anos, e multa, se o documento Ž particular. 
Par‡grafo œnico - Se o agente Ž funcion‡rio pœblico, e comete o crime prevalecendo-
se do cargo, ou se a falsifica‹o ou altera‹o Ž de assentamento de registro civil, 
aumenta-se a pena de sexta parte. 
 
BEM JURêDICO 
TUTELADO 
FŽ pœblica 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum). PorŽm, o ¤ 
œnico prev que se o agente Ž funcion‡rio pœblico 
valendo-se da fun‹o ou a falsidade recai sobre 
assentamento de registro civil, a pena Ž 
aumentada de 1/6. 
SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado pela 
conduta. 
TIPO OBJETIVO Caracteriza‹o Ð Aqui o agente n‹o falsifica a 
estrutura do documento. O documento Ž 
estruturalmente verdadeiro, mas contŽm 
informa›es inver’dicas. A falsifica‹o ideol—gica 
ocorre quando o agente: 
§! Omite declara‹o que devia constar no 
documento (conduta omissiva) 
§! Nele insere ou faz inserir declara‹o 
falsa ou diversa da que devia ser escrita 
(conduta comissiva) 
Contudo, n‹o basta que o agente pratica a 
conduta. Ele deve agir desta forma com uma 
finalidade espec’fica (dolo espec’fico). Qual Ž 
este especial fim de agir? ƒ a finalidade de 
prejudicar direito, criar obriga‹o ou alterar 
a verdade sobre fato juridicamente 
relevante. 
EXEMPLO: JosŽ preenche um termo de 
declara‹o de bens (para tomar posse em 
concurso), declarando que n‹o possui qualquer 
bem. Na verdade, JosŽ possui diversos im—veis e 
carros. 
Percebam que, neste caso, o documento Ž 
verdadeiro, mas o que ali consta Ž falso. 
TIPO SUBJETIVO Dolo. Entretanto, aqui a lei exige uma especial 
finalidade de agir7. Isto se revela quando o tipo 
 
7 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 557 
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 diz Òcom o fim deÓ. Assim, n‹o basta que o agente 
insira informa‹o falsa, ele deve fazer isto com o 
fim de prejudicar direito, criar obriga‹o ou 
alterar a verdade sobre fato juridicamente 
relevante. N‹o se admite na forma culposa. 
OBJETO MATERIAL O documento no qual foi omitida a informa‹o ou 
inserida a informa‹o falsa. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em que o agente omite 
a informa‹o que deveria constar ou insere a 
informa‹o falsa, n‹o sendo necess‡rio que o 
documento seja levado ao conhecimento de 
terceiros. Admite-se tentativa, pois n‹o se trata 
de crime que se perfaz num œnico ato (pode-se 
desdobrar seu iter criminis Ð caminho percorrido 
na execu‹o); 
 
ATEN‚ÌO! Os Tribunais entendem que o crime n‹o se caracteriza se o 
documento falsificado est‡ sujeito ˆ revis‹o por autoridade, pois a revis‹o 
impediria que o crime chegasse a ter qualquer potencialidade lesiva8; 
 
E a inser‹o de conteœdo falso em documento em 
branco assinado? A Doutrina entende que se o agente recebeu o documento 
em branco mediante confiana, a fim de que nele inserisse determinado 
conteœdo, e o fez de maneira diversa, h‡ o crime de falsidade ideol—gica. 
No entanto, se o agentese apodera do documento (por qualquer outro meio) e 
ali insere conteœdo falso, o crime n‹o Ž o de falsidade ideol—gica, mas o de 
falsidade material, pois este documento (que prev obriga›es perante o 
signat‡rio e o agente) nunca existiu validamente9. Assim, o crime Ž de falsidade 
na forma, na existncia do documento. 
Por fim, a pena ser‡ aumentada de 1/6 (causa de aumento de pena) nos 
seguintes casos: 
§! Se o agente Ž funcion‡rio pœblico, e desde que cometa o delito valendo-
se do cargo; ou 
§! Se a falsifica‹o ou altera‹o Ž de assentamento de registro civil. 
 
 
8 CUNHA, RogŽrio Sanches. Op. Cit., p. 667 
9 CUNHA, RogŽrio Sanches. Op. Cit., p. 558 
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 1.3.4.1! Diferena entre falsidade ideol—gica e falsidade material 
A diferena b‡sica entre a falsidade material e a falsidade ideol—gica reside 
no fato de que, na primeira, o documento Ž estruturalmente falso, e na segunda 
a estrutura Ž verdadeira, mas o conteœdo (a ideia que o documento transmite) Ž 
falsa. 
Ex. Paulo, ao preencher um formul‡rio para alugar seu apartamento, insere 
informa‹o de que recebe R$ 20.000,00 mensais em atividade informal. Na 
verdade, Paulo nunca chegou nem perto de ver esse dinheiro. Temos, aqui, 
falsidade ideol—gica. 
Ex.2: JosŽ Ž funcion‡rio de uma imobili‡ria. Mariana, ao preencher o formul‡rio 
para alugar sua casa, declara verdadeiramente que recebe R$ 8.000,00 mensais 
em atividade informal. JosŽ, contudo, irritado porque deu uma cantada em 
Mariana e n‹o foi correspondido, adultera o documento, para fazer constar como 
renda declarada ÒR$800,00Ó ao invŽs de ÒR$ 8.000,00Ó. Neste caso, temos 
falsidade MATERIAL. A informa‹o contida no documento Ž falsa, mas na verdade 
o pr—prio documento passou a ser falso, pois n‹o transmite com fidelidade aquilo 
que Mariana colocou. 
 
Perceba que no primeiro caso o documento representa fielmente o que 
Paulo colocou. Contudo, o que Paulo colocou Ž uma mentira. 
No segundo caso, o documento passa a ser falso (estruturalmente), 
porque n‹o mais representa fielmente aquilo que Mariana colocou (foi 
adulterado). 
 
1.3.5!Falso reconhecimento de firma ou letra 
O art. 300 do CP traz o crime de Òfalso reconhecimento de firma ou 
letraÓ: 
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exerc’cio de fun‹o pœblica, firma ou 
letra que o n‹o seja: 
Pena - reclus‹o, de um a cinco anos, e multa, se o documento Ž pœblico; e de um a 
trs anos, e multa, se o documento Ž particular. 
 
BEM JURêDICO 
TUTELADO 
FŽ pœblica 
SUJEITO ATIVO Somente o funcion‡rio pœblico, no exerc’cio da fun‹o, 
pode cometer o crime. Portanto, trata-se de crime 
pr—prio. 
SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado pela conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta s— pode ser a de reconhecer como verdadeira, 
firma ou letra que seja falsa. 
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TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma especial 
finalidade de agir. N‹o se admite na forma culposa. 
OBJETO 
MATERIAL 
O documento reconhecido como verdadeiro. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em que o agente reconhece a 
veracidade da firma ou letra falsa. Admite-se tentativa, 
pois n‹o se trata de crime que se perfaz num œnico ato 
(pode-se desdobrar seu iter criminis Ð caminho 
percorrido na execu‹o). 
 
1.3.6!Certid‹o ou atestado ideologicamente falso 
O art. 301 trata do crime de Òcertid‹o ou atestado ideologicamente 
falsoÓ: 
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em raz‹o de fun‹o pœblica, fato ou 
circunst‰ncia que habilite alguŽm a obter cargo pœblico, isen‹o de ™nus ou de servio 
de car‡ter pœblico, ou qualquer outra vantagem: 
Pena - deten‹o, de dois meses a um ano. 
¤ 1¼ - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certid‹o, ou alterar o teor de 
certid‹o ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunst‰ncia que 
habilite alguŽm a obter cargo pœblico, isen‹o de ™nus ou de servio de car‡ter pœblico, 
ou qualquer outra vantagem: 
Pena - deten‹o, de trs meses a dois anos. 
¤ 2¼ - Se o crime Ž praticado com o fim de lucro, aplica-se, alŽm da pena privativa de 
liberdade, a de multa. 
 
BEM JURêDICO TUTELADO FŽ pœblica 
SUJEITO ATIVO No caso do caput do artigo, o crime Ž 
pr—prio, pois s— pode ser praticado 
pelo funcion‡rio pœblico no exerc’cio 
da fun‹o. J‡ no ¤ 1¡ trata-se de 
crime comum10, pois a lei criou um fato 
t’pico novo (possui nova previs‹o de 
conduta e de pena), e n‹o exige que seja 
praticado por funcion‡rio pœblico. 
SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado 
pela conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta pode ser de atestar ou 
certificar circunst‰ncia falsa, quando este 
 
10 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 563 
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 fato habilitar o beneficiado a obter cargo 
pœblico, isen‹o de ™nus ou servio de 
car‡ter pœblico ou outra vantagem. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma 
especial finalidade de agir. Embora a 
maioria da Doutrina entenda isso, 
acredito que este artigo, na verdade, 
estabelece um fim espec’fico de agir, que 
Ž a vontade de colaborar para a obten‹o 
da vantagem il’cita pela pessoa que 
recebe o atestado ou certid‹o. Em provas 
discursivas, vale a pena se alongar nisso. 
N‹o se admite na forma culposa. 
OBJETO MATERIAL O atestado ou certificado produzido pelo 
agente. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
A Doutrina se divide. Uns entendem que 
o crime se consuma com a mera 
fabrica‹o do atestado ou certid‹o 
falsa.11 Outros entendem que Ž 
necess‡ria a entrega ˆ pessoa que ir‡ 
utilizar o documento12 (embora n‹o se 
exija o efetivo uso). Admite-se tentativa, 
pois n‹o se trata de crime que se perfaz 
num œnico ato (pode-se desdobrar seu 
iter criminis Ð caminho percorrido na 
execu‹o). 
 
1.3.7!Falsidade de atestado mŽdico 
J‡ o art. 302 estabelece o crime de Òfalsidade de atestado mŽdicoÓ: 
Art. 302 - Dar o mŽdico, no exerc’cio da sua profiss‹o, atestado falso: 
Pena - deten‹o, de um ms a um ano. 
Par‡grafo œnico - Se o crime Ž cometido com o fim de lucro, aplica-se tambŽm multa. 
 
BEM JURêDICO TUTELADO FŽ pœblica 
 
11 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 564 
12 Nesse sentido, DAMçSIO DE JESUS, apud CUNHA, RogŽrio Sanches. Op. Cit., p. 675 
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SUJEITO ATIVO Somente o mŽdico13 poder‡ praticar o 
crime. Portanto, trata-se de crime 
pr—prio. 
SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado 
pela conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta pode ser somente a de fornecer 
atestado falso. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma 
especial finalidade de agir. Entretanto, se 
houver a finalidade especial de agir, 
consistente na obten‹o de lucro, h‡ 
previs‹ode pena de multa cumulada 
com a privativa de liberdade, 
conforme o ¤ œnico do art. 302. N‹o se 
admite na forma culposa. 
OBJETO MATERIAL O atestado falsamente emitido. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em que o 
mŽdico FORNECE o atestado falso. 
Assim, se o mŽdico elabora o atestado 
falso, mas se arrepende e deixa de 
entregar ˆ pessoa, n‹o est‡ cometendo 
crime14. Admite-se a tentativa. 
 
1.3.8!Reprodu‹o ou adultera‹o de selo ou pea filatŽlica 
O art. 303 do CP incrimina a conduta de Òreprodu‹o ou adultera‹o 
de selo ou pea filatŽlicaÓ: 
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou pea filatŽlica que tenha valor para cole‹o, 
salvo quando a reprodu‹o ou a altera‹o est‡ visivelmente anotada na face ou no 
verso do selo ou pea: 
Pena - deten‹o, de um a trs anos, e multa. 
Par‡grafo œnico - Na mesma pena incorre quem, para fins de comŽrcio, faz uso 
do selo ou pea filatŽlica. 
 
BEM JURêDICO TUTELADO FŽ pœblica 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum). 
 
13 N‹o pode ser praticado por enfermeiro, dentista ou qualquer outro profissional da ‡rea de saœde. CUNHA, 
RogŽrio Sanches. Op. Cit., p. 676. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 566 
14 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 567 
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SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado 
pela conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta somente pode ser a de 
reproduzir ou alterar selo ou pea 
filatŽlica QUE TENHA VALOR PARA 
COLE‚ÌO. Entretanto, o ¤ œnico prev a 
criminaliza‹o da conduta de utiliza‹o, 
para fins de comŽrcio, da pea filatŽlica 
ou selo alterado. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma 
especial finalidade de agir. Entretanto, o 
¤ œnico prev a criminaliza‹o da conduta 
de utiliza‹o, para fins de comŽrcio, da 
pea filatŽlica ou selo alterado. Nesse 
caso, h‡ a especial finalidade de agir 
(Òpara fins de comŽrcioÓ), pois se o 
agente usa a pea alterada para sua 
pr—pria cole‹o, por exemplo, n‹o comete 
crime. N‹o se admite na forma culposa. 
OBJETO MATERIAL O selo, ou pea filatŽlica, adulterado ou 
reproduzido irregularmente. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em que o 
agente adultera ou reproduz ilicitamente 
o selo ou pea filatŽlica, n‹o se exigido 
que o material chegue a circular. 
Admite-se tentativa, pois n‹o se trata de 
crime que se perfaz num œnico ato (pode-
se desdobrar seu iter criminis Ð caminho 
percorrido na execu‹o). 
 
1.3.9!Uso de documento falso 
O art. 304, por sua vez, disp›e sobre o uso de documento falso, assim 
considerado qualquer dos documentos enumerados nos arts. 297 a 302 do CP: 
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papŽis falsificados ou alterados, a que se referem 
os arts. 297 a 302: 
Pena - a cominada ˆ falsifica‹o ou ˆ altera‹o. 
 
BEM JURêDICO TUTELADO FŽ pœblica 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum), ainda 
que o crime resultante da fabrica‹o ou 
adultera‹o do documento seja pr—prio. 
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SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado 
pela conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta consiste em fazer uso dos 
documentos produzidos nos crimes 
previstos nos arts. 297 a 30215. Percebam 
que o tipo penal praticamente n‹o 
descreve as condutas, pois se remete aos 
outros tipos penais (arts. 297 a 302 do 
CP), inclusive no que se refere ˆ pena do 
delito (ser‡ a mesma pena prevista para 
a falsifica‹o do documento utilizado). 
Isso Ž chamado pela Doutrina como tipo 
penal remetido, j‡ que se remete a 
outros tipos penais para compor de forma 
plena a conduta criminosa.16 
TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma 
especial finalidade de agir. N‹o Ž 
necess‡rio que o agente tenha a 
finalidade de obter vantagem il’cita, 
por exemplo. N‹o se admite na forma 
culposa. 
OBJETO MATERIAL O documento utilizado pelo agente. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em que o 
agente leva o documento ao 
conhecimento de terceiros, pois a’ se 
d‡ a les‹o ˆ credibilidade, ˆ fŽ pœblica. 
NÌO SE ADMITE A TENTATIVA!17 Pois 
se trata dede crime que se perfaz num 
œnico ato (n‹o se pode desdobrar seu iter 
criminis Ð caminho percorrido na 
execu‹o), ou seja, Ž crime 
unissubsistente. 
 
 
15 Fazer ÒUSOÓ significa a efetiva utiliza‹o do documento, n‹o bastando para o mero ÒporteÓ do 
documento para a caracteriza‹o do delito. PorŽm, em se tratando de CARTEIRA NACIONAL DE 
HABILITA‚ÌO, entende-se que o MERO PORTE j‡ caracteriza o delito de uso de documento falso, 
pois o C—digo de Tr‰nsito Brasileiro disp›e que o mero porte da CNH j‡ Ž considerado como ÒusoÓ. 
16 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 571 
17 CUNHA, RogŽrio Sanches. Op. Cit., p. 683. Bitencourt entende que a tentativa Ž, teoricamente, poss’vel. 
Contudo, sustenta ser muito dif’cil sua caracteriza‹o. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 572 
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CUIDADO! E se quem usa o documento falso Ž a pr—pria pessoa que 
fabricou o documento falso? Neste caso, temos (basicamente) dois 
entendimentos: 
1 Ð O agente responde apenas pelo crime de Òuso de documento falsoÓ, 
pois a falsifica‹o Ž ÒmeioÓ para a utiliza‹o (RogŽrio Greco). 
2 Ð O agente responde apenas pela falsifica‹o do documento, e n‹o 
pelo uso, pois Ž natural que toda pessoa que falsifica um documento 
pretenda utiliz‡-lo posteriormente, de alguma forma (Cezar Roberto 
Bitencourt, Dam‡sio e outros).18 
Prevalece o segundo entendimento, sendo a utiliza‹o considerada como 
mero "p—s factum impun’vel". 
Embora existam, no STJ, decis›es em sentido diverso, prevalece tambŽm 
este entendimento (o uso como p—s-fato impun’vel).19 
De toda forma, existem duas correntes doutrin‡rias e jurisprudenciais, 
como prevalncia pela corrente que entende que o agente responde pelo 
FALSO, sendo o uso mero p—s fato impun’vel. 
 
ATEN‚ÌO! Com rela‹o ˆ competncia para processar e julgar a 
demanda, o STJ sumulou entendimento no sentido de que importa saber 
a entidade ou —rg‹o perante o qual foi apresentado o documento (federal, 
estadual, etc.), n‹o importando a natureza do —rg‹o expedidor: 
Sœmula 546 
A competncia para processar e julgar o crime de uso de 
documento falso Ž firmada em raz‹o da entidade ou —rg‹o ao 
qual foi apresentado o documento pœblico, n‹o importando a 
qualifica‹o do —rg‹o expedidor. 
 
1.3.10! Supress‹o de documento 
O art. 305, por fim, trata do crime de Òsupress‹o de documentoÓ. Na 
verdade, o crime deveria ser de Òsupress‹o, destrui‹o ou oculta‹oÓ de 
documento, pois estas trs condutas s‹o previstas neste tipo penal (s‹o 
trs tipos objetivos, trs condutas incriminadas): 
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benef’cio pr—prio ou de outrem, ou em 
preju’zo alheio, documento pœblico ou particular verdadeiro, de que n‹o podia dispor: 
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa, se o documento Ž pœblico, e reclus‹o, 
de um a cinco anos, e multa, se o documento Ž particular.18 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 571/572 
19 (HC 228.280/BA, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 
25/03/2014) 
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BEM JURêDICO TUTELADO FŽ pœblica 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum). 
SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado 
pela conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta pode ser de destruir, suprimir 
ou ocultar documento do qual o agente 
n‹o poderia dispor. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, exigindo-se a especial 
finalidade de agir, consistente na 
vontade de obter benef’cio ou prejudicar 
alguŽm. N‹o se admite na forma culposa. 
OBJETO MATERIAL O documento suprimido, destru’do ou 
ocultado. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em que o 
agente pratica qualquer das condutas 
previstas no nœcleo do tipo (destr—i, 
suprime ou oculta o documento). Admite-
se tentativa, pois n‹o se trata de crime 
que se perfaz num œnico ato (pode-se 
desdobrar seu iter criminis Ð caminho 
percorrido na execu‹o). 
 
1.4!Outras falsidades 
Este cap’tulo cuida de hip—teses diversas de falsidades, que n‹o se 
enquadram perfeitamente em nenhum dos tipos penais atŽ ent‹o estabelecidos. 
O art. 306 traz o crime de Òfalsifica‹o de sinal empregado no contraste 
de metal precioso ou na fiscaliza‹o alfandeg‡ria, ou para outros finsÓ: 
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo 
poder pœblico no contraste de metal precioso ou na fiscaliza‹o alfandeg‡ria, ou usar 
marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem: 
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa. 
Par‡grafo œnico - Se a marca ou sinal falsificado Ž o que usa a autoridade pœblica para 
o fim de fiscaliza‹o sanit‡ria, ou para autenticar ou encerrar determinados objetos, 
ou comprovar o cumprimento de formalidade legal: 
Pena - reclus‹o ou deten‹o, de um a trs anos, e multa. 
 
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SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado 
pela conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta pode ser de fabricar ou alterar 
marca ou sinal. AlŽm disso, o tipo penal 
tambŽm incrimina que faz uso destes 
sinais ou marcas falsificados. O ¤ œnico 
estabelece a forma privilegiada (pena 
reduzida) em rela‹o ao caput, se o crime 
for praticado sobre marca ou sinal 
utilizado para fins de fiscaliza‹o sanit‡ria 
ou para o encerramento ou autentica‹o 
de objetos, ou ainda, para sinalizar o 
cumprimento de formalidade legal. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma 
especial finalidade de agir. N‹o se 
admite na forma culposa. 
OBJETO MATERIAL A marca ou sinal falsificado ou utilizado 
pelo agente. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Na primeira conduta (falsificar, fabricando 
ou alterando), o crime se consuma no 
momento em que o agente modifica o 
objeto (a marca ou sinal utilizado pelo 
poder pœblico). Aqui se admite 
tentativa. 
Na segunda conduta (usar), o crime se 
consuma no momento em que o agente 
faz uso do objeto, n‹o sendo suficiente 
que ele apenas carregue consigo. Aqui 
n‹o se admite tentativa. 
 
O art. 307 do CP trata do crime de Òfalsa identidadeÓ, que a maioria das 
pessoas acredita ser o crime de Òfalsidade ideol—gicaÓ. Cuidado com isso, 
meu povo! 
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter 
vantagem, em proveito pr—prio ou alheio, ou para causar dano a outrem: 
Pena - deten‹o, de trs meses a um ano, ou multa, se o fato n‹o constitui elemento 
de crime mais grave. 
 
BEM JURêDICO 
TUTELADO 
FŽ pœblica 
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SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado pela 
conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta pode ser de atribuir a si ou terceiro 
falsa identidade, que consiste, basicamente, em 
se fazer passar por outra pessoa. 
CUIDADO! A falsa identidade s— ocorre se o 
agente se faz passar por outra pessoa, sem 
utilizar documento falso! Se o agente se vale 
de um documento falso para se fazer passar 
por outra pessoa, neste caso teremos USO DE 
DOCUMENTO FALSO, nos termos do art. 304 do 
CP. (HC 216.751/MS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE 
ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 24/10/2013, 
DJe 04/11/2013). 
TIPO SUBJETIVO Dolo, exigindo-se, no caso do art. 307, 
especial finalidade de agir, consistente na 
vontade de obter alguma vantagem ou 
causar preju’zo a alguŽm. CUIDADO COM 
ISSO, POVO! N‹o se admite na forma culposa. 
OBJETO MATERIAL No caso de ser praticado pela forma escrita, o 
documento por meio do qual o agente atribuiu-se 
falsa identidade. Lembrando que se o agente se 
vale de documento falso, responde por uso de 
documento falso. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em que o agente se 
faz passar por outra pessoa. Assim, Ž 
imprescind’vel que o agente exteriorize a 
conduta. Admite-se tentativa, MAS SOMENTE 
NA EXECU‚ÌO POR ESCRITO20, pois, nesse 
caso, n‹o se trata de crime que se perfaz num 
œnico ato (pode-se desdobrar seu iter criminis Ð 
caminho percorrido na execu‹o). 
CONSIDERA‚ÍES 
IMPORTANTES 
A efetiva obten‹o da vantagem pelo agente, ou 
o dano visado por ele, s‹o irrelevantes para a 
consuma‹o do delito, pois o crime, como vimos, 
se consuma com a mera atribui‹o falsa de 
identidade, independente (no caso do art. 
307) de o agente vir a obter a vantagem 
visada ou causar o dano almejado. 
 
 
20 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 581 
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CUIDADO! A jurisprudncia, durante algum tempo, encampou a tese de 
que a pr‡tica da conduta (falsa identidade), perante a autoridade policial, 
para se esquivar de eventual cumprimento de pris‹o (por mandados 
anteriores), configuraria exerc’cio leg’timo de ÒautodefesaÓ. 
Contudo, posteriormente, essa tese passou a ser rechaada, ou seja, 
atualmente a Jurisprudncia, notadamente o STJ, entende que a pr‡tica 
da conduta, nestas condi›es, CARACTERIZA o delito de falsa identidade. 
Inclusive, fora editado o verbete de sœmula n¼ 522 do STJ, pacificando 
o tema: 
Sœmula 522 
A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial Ž t’pica, 
ainda que em situa‹o de alegada autodefesa. 
 
O art. 308, por sua vez, Ž considerado pela Doutrina como um tipo de falsa 
identidade Òespec’ficoÓ. Trata-se do crime de USO (como pr—prio) DE 
DOCUMENTO DE IDENTIDADE ALHEIO. Vejamos: 
Art. 308 - Usar, como pr—prio, passaporte, t’tulo de eleitor, caderneta de reservista 
ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se 
utilize, documento dessa natureza, pr—prio ou de terceiro: 
Pena - deten‹o, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato n‹o constitui 
elemento de crime mais grave.Pune-se, aqui, tanto aquele que USA o documento alheio (como se fosse 
pr—prio) quanto aquele que CEDE o documento para o farsante (seja 
documento pr—prio ou de outra pessoa). 
Trata-se de crime FORMAL, se consumando no momento em que o agente 
pratica a conduta, n‹o se exigindo qualquer resultado natural’stico para a 
consuma‹o. 
O crime Ž comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa, e admite 
a tentativa, em regra, j‡ que a conduta delituosa pode ser fracionada em 
diversos atos. 
Os arts. 309 e 310 do CP trazem as figuras t’picas de Òfraude de lei sobre 
estrangeiroÓ, estabelecendo duas condutas completamente distintas. Uma 
delas refere-se a uma modalidade especial de falsa identidade (art. 309). 
A segunda, por sua vez, Ž uma hip—tese n‹o de falsa identidade especial, 
mas de falsidade ideol—gica ou material especial, pois o brasileiro (tem que ser 
brasileiro) se faz passar por dono de a‹o, t’tulo ou valor pertencente a 
estrangeiro, para fins de fraudar a lei, pois o estrangeiro n‹o poderia ser 
propriet‡rio delas. Trata-se do famoso Òtesta-de-ferroÓ, o ÒlaranjaÓ, que 
age desta forma para que o estrangeiro possa continuar sendo propriet‡rio de 
algo que a lei brasileiro o pro’be de ser: 
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no territ—rio nacional, nome 
que n‹o Ž o seu: 
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 Pena - deten‹o, de um a trs anos, e multa. 
Par‡grafo œnico - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada 
em territ—rio nacional: (Inclu’do pela Lei n¼ 9.426, de 1996) 
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.426, de 1996) 
Art. 310 - Prestar-se a figurar como propriet‡rio ou possuidor de a‹o, t’tulo ou valor 
pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este Ž vedada por lei a propriedade ou 
a posse de tais bens: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de 1996) 
Pena - deten‹o, de seis meses a trs anos, e multa. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 9.426, 
de 1996) 
 
BEM JURêDICO TUTELADO FŽ pœblica 
SUJEITO ATIVO No caso do art. 309, somente o 
estrangeiro, incluindo o ap‡trida (aquele 
que n‹o possui p‡tria, que n‹o Ž cidad‹o 
de nenhum pa’s), pode praticar este fato 
t’pico. No caso do ¤ œnico do art. 309, 
qualquer pessoa poder‡ praticar o 
delito. No caso do art. 310 Ž exatamente 
ao contr‡rio, somente os brasileiros 
podem praticar o crime. Tratam-se, 
portanto, de crimes pr—prios. 
Entretanto, se, um brasileiro no primeiro 
caso, ou um estrangeiro no segundo, 
colaboram para a pr‡tica do crime, 
podem responder por ele, em coautoria 
(ou participa‹o). 
SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado 
pela conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta pode ser de atribuir falsa 
identidade ou qualidade a estrangeiro (no 
caso do art. 309). No caso do art. 310, a 
conduta que se pune Ž a do Òtesta-de-
ferroÓ, a de alguŽm que se faz passar por 
propriet‡rio ou possuidor de algo 
pertencente a estrangeiro, de forma a 
burlar a lei. 
TIPO SUBJETIVO Dolo. No primeiro crime se exige a 
finalidade espec’fica (dolo espec’fico) de 
fazer com que o agente ingresse ou 
permanea no territ—rio nacional. N 
segundo caso, porŽm, a Doutrina se 
divide, alguns entendendo n‹o haver 
finalidade espec’fica, outros 
entendendo que o agente deve ter a 
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 finalidade espec’fica de fraudar a lei. 
N‹o se admite na forma culposa. 
OBJETO MATERIAL Eventuais documentos utilizados para 
enganar terceiros, como os documentos 
que indicam a propriedade dos bens do 
estrangeiro (fraudulentamente), ou o 
documento de identidade falsa utilizado 
pelo estrangeiro, etc. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
No primeiro caso se consuma quando 
o agente (estrangeiro) atribui a si 
falsa identidade para ingressar no 
territ—rio nacional ou aqui 
permanecer21, independente de obter 
ou n‹o sucesso na empreitada criminosa. 
No segundo caso, o crime se consuma 
quando o brasileiro passa a figurar 
como propriet‡rio ou possuidor dos 
bens do estrangeiro. Admite-se a 
tentativa SOMENTE NO SEGUNDO 
CASO (ART. 310)22, por n‹o ser 
poss’vel, no primeiro, o fracionamento da 
conduta. 
 
O caso do art. 310 pode ocorrer, por exemplo, nos casos em que a 
Constitui‹o veda que estrangeiro sejam propriet‡rios de empresa jornal’stica ou 
de radiodifus‹o de sons e imagens. Conforme art. 222 da Constitui‹o: 
Art. 222. A propriedade de empresa jornal’stica e de radiodifus‹o sonora e de sons e 
imagens Ž privativa de brasileiros natos ou naturalizados h‡ mais de dez anos, ou de 
pessoas jur’dicas constitu’das sob as leis brasileiras e que tenham sede no Pa’s. 
! 
Assim, se um brasileiro aceita se fazer passar por dono de uma emissora de 
TV (que na verdade Ž de um estrangeiro), estar‡ cometendo o crime previsto no 
art. 310 do CP. 
Finalizando o cap’tulo, o art. 311 estabelece o crime de Òadultera‹o de 
sinal de ve’culo automotorÓ: 
Art. 311 - Adulterar ou remarcar nœmero de chassi ou qualquer sinal identificador de 
ve’culo automotor, de seu componente ou equipamento: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 
9.426, de 1996)) 
Pena - reclus‹o, de trs a seis anos, e multa. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de 
1996) 
 
21 Na hip—tese do ¤ œnico do art. 309, h‡ quem entenda cab’vel a tentativa. BITENCOURT, Cezar Roberto. 
Op. Cit., p. 585 
22 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 587 
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 ¤ 1¼ - Se o agente comete o crime no exerc’cio da fun‹o pœblica ou em raz‹o 
dela, a pena Ž aumentada de um tero. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.426, de 1996) 
¤ 2¼ - Incorre nas mesmas penas o funcion‡rio pœblico que contribui para o 
licenciamento ou registro do ve’culo remarcado ou adulterado, fornecendo 
indevidamente material ou informa‹o oficial. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.426, de 1996) 
 
BEM JURêDICO TUTELADO FŽ pœblica 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum). 
Entretanto, os ¤¤ 1¡ e 2¡ trazem 
hip—teses de condutas que devem ser 
praticadas por funcion‡rio pœblico no 
exerc’cio da fun‹o, sendo a primeiro, 
ainda, uma causa de aumento de pena. 
SUJEITO PASSIVO A coletividade, sempre, e eventual lesado 
pela conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta pode ser de adulterar sinal 
identificador de ve’culo, ou, no caso do ¤ 
2¡ do artigo, contribuir para o 
licenciamento deste ve’culo (crime 
pr—prio, s— podendo ser praticado por 
funcion‡rio pœblico). 
TIPO SUBJETIVO Dolo, sem que seja exigida nenhuma 
especial finalidade de agir. N‹o se 
admite na forma culposa. 
OBJETO MATERIAL O ve’culo que teve chassi ou outro sinal 
identificador adulterado ou remarcado. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em o agente 
realiza a adultera‹o ou remarca‹o do 
chassi ou sinal identificador. No caso do 
¤ 2¡ (forma equiparada), o crime se 
consuma com o licenciamento do 
ve’culo anteriormente remarcado ou 
adulterado e que foi facilitado pelo 
funcion‡rio pœblico. Admite-se 
tentativa, pois n‹o se trata de crime que 
se perfaz num œnico ato (pode-se 
desdobrar seu iter criminis Ð caminho 
percorrido na execu‹o). 
!
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 1.5!Das fraudes em certames de interesse pœblico 
Foi publicada, em 2011, a lei 12.550/11, que acrescentou o art. 311-
A ao CP, prevendo a figura t’pica da fraude em certame pœblico ou de interesse 
pœblico. 
A conduta (tipo objetivo) Ž, basicamente, relativa ˆ divulga‹o de 
informa›es sigilosas, que possam comprometer a credibilidade do certame. Na 
pr‡tica, est‡ muito relacionada ao ÒvazamentoÓ de quest›es e gabaritos de 
provas de concursos. Vamos ao nosso quadro esquem‡tico: 
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a 
outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteœdo sigiloso de: 
(Inclu’do pela Lei 12.550. de 2011) 
I - concurso pœblico; (Inclu’do pela Lei 12.550. de 2011) 
II - avalia‹o ou exame pœblicos; (Inclu’do pela Lei 12.550. de 2011) 
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou (Inclu’do pela Lei 12.550. 
de 2011) 
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (Inclu’do pela Lei 12.550. de 2011) 
Pena - reclus‹o, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Inclu’do pela Lei 12.550. de 
2011) 
¤ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o 
acesso de pessoas n‹o autorizadas ˆs informa›es mencionadas no caput. 
(Inclu’do pela Lei 12.550. de 2011) 
¤ 2o Se da a‹o ou omiss‹o resulta dano ˆ administra‹o pœblica: (Inclu’do pela Lei 
12.550. de 2011) 
Pena - reclus‹o, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Inclu’do pela Lei 12.550. de 
2011) 
¤ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um tero) se o fato Ž cometido por 
funcion‡rio pœblico. (Inclu’do pela Lei 12.550. de 2011) 
 
BEM JURêDICO 
TUTELADO 
FŽ pœblica, neste caso espec’fico, relativa ˆ credibilidade 
dos certames pœblicos e de interesse pœblico. 
SUJEITO ATIVO Qualquer pessoa (crime comum). Entretanto, o ¤ 1¡ 
prev a equipara‹o da conduta daquele que permite 
o acesso de pessoa n‹o autorizada aos dados 
sigilosos. Nesta hip—tese, a lei estabelece um crime 
pr—prio, pois somente quem tem o dever de impedir o 
acesso de outras pessoas aos dados sigilosos Ž que pode 
cometer o crime. O ¤ 3¡ traz hip—tese de aumento de pena 
se o crime for praticado por funcion‡rio pœblico no 
exerc’cio da fun‹o. Embora a lei n‹o diga Òno 
exerc’cio da fun‹oÓ, isso se extrai da l—gica do 
sistema, pois o simples fato de alguŽm ser 
funcion‡rio pœblico n‹o pode ser causa de aumento 
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 de pena se essa circunst‰ncia n‹o influenciou na 
pr‡tica do delito.23 
SUJEITO 
PASSIVO 
A coletividade, sempre, alŽm de eventual lesado pela 
conduta. 
TIPO OBJETIVO A conduta pode ser de utilizar ou divulgar 
indevidamente. Percebam que este termo 
ÒindevidamenteÓ Ž o que se chama de elemento 
normativo do tipo penal, pois ele estabelece que a 
conduta do agente deve estar desamparada pela lei. 
Assim, aquele funcion‡rio pœblico que coloca o gabarito do 
concurso na internet n‹o comete crime, pois n‹o o faz 
indevidamente. Entretanto, se o fizer antes do hor‡rio 
determinado, e com a finalidade de obter vantagem ou 
prejudicar alguŽm, cometer‡ o crime. 
TIPO SUBJETIVO Dolo, exigindo-se a especial finalidade de agir, 
consistente na vontade de beneficiar a si ou a terceiro, ou, 
ainda, comprometer a credibilidade do certame. N‹o se 
admite na forma culposa. 
OBJETO 
MATERIAL 
A informa‹o utilizada ou divulgada indevidamente. 
CONSUMA‚ÌO E 
TENTATIVA 
Consuma-se no momento em o agente utiliza a 
informa‹o ou a divulga indevidamente. Admite-se 
tentativa, pois n‹o se trata de crime que se perfaz num 
œnico ato (pode-se desdobrar seu iter criminis Ð caminho 
percorrido na execu‹o). 
 
EXEMPLO: Mauro, funcion‡rio de uma empresa contratada para realizar um 
concurso pœblico, divulga, INDEVIDAMENTE, o conteœdo da prova para Ana, 
uma semana antes da prova. Ana, burra que s— ela, mesmo assim n‹o consegue 
fazer, sequer, 50 pontos. Nesse caso, embora o resultado visado n‹o tenha 
ocorrido (beneficiar Ana), o crime Jç SE CONSUMOU, pois a consuma‹o 
ocorre no momento em que o agente divulga indevidamente o conteœdo 
sigiloso. 
 
CUIDADO: N‹o Ž s— em concurso pœblico que esta norma se aplica, aplicando-
se, tambŽm, em quaisquer outros processos seletivos de interesse 
pœblico previstos nos incisos II, III e IV, como o ENEM, por exemplo, e 
o exame da OAB. 
 
23 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 597/598 
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2! DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 
CîDIGO PENAL 
Ä Arts. 289 a 311-A do CP Ð Tipificam os crimes contra a fŽ pœblica: 
TêTULO X 
DOS CRIMES CONTRA A Fƒ PòBLICA 
CAPêTULO I 
DA MOEDA FALSA 
 Moeda Falsa 
 Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda met‡lica ou papel-
moeda de curso legal no pa’s ou no estrangeiro: 
 Pena - reclus‹o, de trs a doze anos, e multa. 
 ¤ 1¼ - Nas mesmas penas incorre quem, por conta pr—pria ou alheia, importa ou 
exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circula‹o 
moeda falsa. 
 ¤ 2¼ - Quem, tendo recebido de boa-fŽ, como verdadeira, moeda falsa ou 
alterada, a restitui ˆ circula‹o, depois de conhecer a falsidade, Ž punido com 
deten‹o, de seis meses a dois anos, e multa. 
 ¤ 3¼ - ƒ punido com reclus‹o, de trs a quinze anos, e multa, o funcion‡rio 
pœblico ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emiss‹o que fabrica, emite ou 
autoriza a fabrica‹o ou emiss‹o: 
 I - de moeda com t’tulo ou peso inferior ao determinado em lei; 
 II - de papel-moeda em quantidade superior ˆ autorizada. 
 ¤ 4¼ - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja 
circula‹o n‹o estava ainda autorizada. 
 Crimes assimilados ao de moeda falsa 
 Art. 290 - Formar cŽdula, nota ou bilhete representativo de moeda com 
fragmentos de cŽdulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cŽdula ou 
bilhete recolhidos, para o fim de restitu’-los ˆ circula‹o, sinal indicativo de sua 
inutiliza‹o; restituir ˆ circula‹o cŽdula, nota ou bilhete em tais condi›es, ou j‡ 
recolhidos para o fim de inutiliza‹o: 
 Pena - reclus‹o, de dois a oito anos, e multa. 
 Par‡grafo œnico - O m‡ximo da reclus‹o Ž elevado a doze anos e multa, se o 
crime Ž cometido por funcion‡rio que trabalha na reparti‹o onde o dinheiro se achava 
recolhido, ou nela tem f‡cil ingresso, em raz‹o do cargo.(Vide Lei n¼ 7.209, de 
11.7.1984) 
 Petrechos para falsifica‹o de moeda 
 Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a t’tulo oneroso ou gratuito, possuir ou 
guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente 
destinado ˆ falsifica‹o de moeda: 
 Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa. 
 Emiss‹o de t’tulo ao portador sem permiss‹o legal 
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