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UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FISIOTERAPIA ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA FUNDAMENTOS DE SAÚDE COLETIVA Alunos: Bruna Carolina dos Santos Caio Maykel Fonsati Eliedna Cristina Sanguini Iago Ribeiro da Silva Ingrid Caroline da Silva Isadora Maria Cruz Jeron Santana Macri Jéssica Batista de Oliveira Joice da Silva Celestino Letícia Saori Alencar Ito Luana Silva Maluta Phelipe Otávio Divino Renata Beatriz Cabral Mischiatti Cardoso Welinton Anselmo UNIP - ASSIS MAIO - 2014 2 UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FISIOTERAPIA ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA FUNDAMENTOS DE SAÚDE COLETIVA Alunos: Bruna Carolina dos Santos, Caio Maykel Fonsati, Eliedna Cristina Sanguini, Iago Ribeiro da Silva, Ingrid Caroline da Silva, Isadora Maria Cruz, Jeron Santana Macri, Jéssica Batista de Oliveira, Joice da Silva Celestino, Letícia Saori Alencar Ito, Luana Silva Maluta, Phelipe Otávio Divino, Renata Beatriz Cabral Mischiatti Cardoso e Welinton Anselmo. Atividade Pratica Supervisionada apresentada como exigência no 1º semestre do Curso de Fisioterapia da Universidade Paulista – UNIP, no cumprimento de horas no primeiro semestre do ano de 2014, sob a orientação da Profª Liamara Cavalcante. UNIP - ASSIS MAIO – 2014 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................. 5 1 SUS ......................................................................................................... 6 1.1 Conceito................................................................................................... 6 2 FUNCIONAMENTO ............................................................................. 8 2.1 Conselho de Saúde .................................................................................. 8 2.2 Conselho Nacional de Saúde .................................................................. 9 2.3 Instrumentos de planejamento do SUS .................................................. 9 2.4 Recursos de saúde diante da Emenda Constitucional nº 29 ................... 10 2.5 Orientações quanto à participação da União, Estados e Municípios nos gastos de saúde............................................................................... 10 3 RESPONSABILIDADES..................................................................... 12 3.1 Responsabilidades dos Municípios........................................................ 12 3.2 Responsabilidades dos Estados ............................................................ 13 3.3 Responsabilidades da União ................................................................ 13 4 PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS.......................................... 15 4.1 Princípio da Universalidade.................................................................. 15 4.2 Princípio da Integralidade..................................................................... 16 4.3 Princípio da Equidade .......................................................................... 16 5 PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS OU PRINCÍPIOS DO SUS.......... 18 5.1 A regionalização e a hierarquização da rede, das ações e dos serviços de saúde........................................................................ 18 5.2 A participação e controle social............................................................ 18 5.3 A descentralização na saúde................................................................. 18 5.4 Complementariedade do setor privado ................................................ 19 6 TRANSPARÊNCIA DO SUS.............................................................. 20 6.1 O uso da internet................................................................................... 20 7 SAÚDE PÚBLICA.............................................................................. 22 7.1 Evolução do Conceito........................................................................... 22 7.2 Saúde Coletiva....................................................................................... 23 7.3 Critérios de Avaliação nas Ciências Sociais e Humanas e na Saúde Coletiva........................................................... 24 8 CURIOSIDADES................................................................................ 26 4 8.1 Medicamento vetado pelo SUS é permitido na Rede de Saúde Privada!.. 26 8.2 SUS libera vacina contra HPV para adolescentes.................................... 26 8.3 Cartão SUS: Como Fazer Pela Internet................................................... 26 9 CONCLUSÃO........................................................................................... 28 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................... 29 5 INTRODUÇÃO O objetivo deste trabalho é compreender a saúde coletiva como direito universal do cidadão e dever do Estado, ressaltando as garantias constitucionais e estatutárias conquistadas pelo Sistema Único de Saúde, abrangendo desde o simples atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país. Amparado por um conceito ampliado de saúde, o SUS foi criado, em 1988 pela Constituição Federal Brasileira, para ser o sistema de saúde dos mais de 180 milhões de brasileiros atingindo assim a vida de cada brasileiro. No decorrer do trabalho serão apresentadas a forma de funcionamento, responsabilidades, princípios, forma operacional e as dificuldades deste sistema. 6 1. SUS 1.1 Conceito O Sistema Único de Saúde - SUS - foi criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis n.º 8080/90 (Lei Orgânica da Saúde) e nº 8.142/90, com a finalidade de alterar a situação de desigualdade na assistência à Saúde da população, tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão, sendo proibidas cobranças de dinheiro sob qualquer pretexto. Do Sistema Único de Saúde fazem parte os centros e postos de saúde, hospitais - incluindo os universitários, laboratórios, hemocentros (bancos de sangue), além de fundações e institutos de pesquisa, como a FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Vital Brasil. Através do Sistema Único de Saúde, todos os cidadãos têm direito a consultas, exames, internações e tratamentos nas Unidades de Saúde vinculadas ao SUS, sejam públicas (da esfera municipal, estadual e federal), ou privadas, contratadas pelo gestor público de saúde. O SUS é destinado a todos os cidadãos e é financiado com recursos arrecadados através de impostos e contribuições sociais pagos pela população e compõem os recursos do governo federal, estadual e municipal. O Sistema Único de Saúde tem como meta tornar-se um importante mecanismo de promoção da equidade no atendimento das necessidades de saúde da população, ofertando serviços com qualidade adequados às necessidades, independente do poder aquisitivo do cidadão. O SUS se propõe a promover a saúde, priorizando as ações preventivas, democratizando as informações relevantes para que a população conheça seus direitos e os riscos à sua saúde. O controle da ocorrência de doenças, seu aumento epropagação (Vigilância Epidemiológica) são algumas das responsabilidades de atenção do SUS, assim como o controle da qualidade de remédios, de exames, de alimentos, higiene e adequação de instalações que atendem ao público, onde atua a Vigilância Sanitária. O setor privado participa do SUS de forma complementar, por meio de contratos e convênios de prestação de serviço ao Estado – quando as unidades públicas de assistência à saúde não são suficientes para garantir o atendimento a toda à população de uma determinada região. Há um tempo, a saúde era encarada apenas como a ausência de doenças, o que nos legou um quadro repleto não só das próprias doenças, como desigualdade, insatisfação dos usuários, exclusão, baixa qualidade e falta de comprometimento profissional. No entanto, este conceito foi ampliado, ao serem definidos os elementos condicionantes da saúde, que são: Meio físico (condições geográficas, água, alimentação, habitação, etc.); 7 Meio socioeconômico e cultural (emprego, renda, educação, hábitos, etc.); Garantia de acesso aos serviços de saúde responsáveis pela promoção, proteção e recuperação da saúde. Ou seja, de acordo com a nova concepção de saúde, compreende-se que “os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do país". Juntamente com o conceito ampliado de saúde, o SUS traz consigo dois outros conceitos importantes: o de sistema e a ideia de unicidade. A ideia de sistema significa um conjunto de várias instituições, dos três níveis de governo e do setor privado contratado e conveniado, que interagem para um fim comum. Já na lógica de sistema público, os serviços contratados e conveniados seguem os mesmos princípios e as mesmas normas do serviço público. Todos os elementos que integram o sistema referem-se ao mesmo tempo às atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde. Em todo o país, o SUS deve ter a mesma doutrina e a mesma forma de organização, sendo que é definido como único na Constituição um conjunto de elementos doutrinários e de organização do sistema de saúde, os princípios da universalização, da equidade, da integralidade, da descentralização e da participação popular. Podemos entender o SUS da seguinte maneira: um núcleo comum, que concentra os princípios doutrinários, e uma forma e operacionalização, os princípios organizativos. 8 2. FUNCIONAMENTO O funcionamento do SUS faz com que a área de saúde esteja entre as mais democráticas, pois, além de comportar um alto grau de participação social, sua gestão é um dos modelos de descentralização com maior êxito nos serviços públicos brasileiros. Os princípios e diretrizes adotadas pelo SUS são os mesmos em todo o território nacional. O sistema está sob a responsabilidade das três esferas autônomas de governo: federal, estadual e municipal. Cada município, por exemplo, deve gastar no mínimo 15% de sua receita em saúde; enquanto os estados, 12% e a União, 10% (emenda constitucional 29/2000). No SUS, o cuidado com a saúde está organizado em níveis de atenção: Atenção básica – São ações que envolvem a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação dos pacientes. É o primeiro contato com o SUS realizado pelas especialidades básicas da saúde como a clínica médica, pediatria, obstetrícia e ginecologia. Cabe à atenção básica encaminhar os pacientes para os atendimentos de média e alta complexidade. Média complexidade – É composta por ações e serviços que demandam profissionais especializados e o uso de recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico. Entre eles estão os procedimentos especializados realizados pelos profissionais da saúde, as cirurgias ambulatoriais, radiodiagnóstico, exames ultra-sonográficos, fisioterapia, entre outros. Alta complexidade – Conjunto de procedimentos que envolvem alta tecnologia e alto custo. As áreas que compõem esse nível são as assistências ao paciente portador de doença renal crônica (procedimentos de diálise), em traumato-ortopedia, ao paciente oncológico, cirurgia cardiovascular e outros procedimentos. 2.1 Conselhos de Saúde Os Conselhos de Saúde no Brasil são órgãos em âmbito nacional, estadual e municipal para que a sociedade possa intervir nas ações do SUS, fazendo valer seus interesses. Estes são como colegiados, isto é, devem funcionar e tomar decisões regularmente, acompanhando, controlando e fiscalizando a política de saúde e propondo correções e aperfeiçoamentos em seu rumo. Para conhecer melhor os Conselhos de Saúde procure a Secretaria Municipal de Saúde do seu município e veja como pode participar. 9 Sendo assim, existem os Conselhos para os três níveis de governo. Existe um conselho de saúde para cada município, denominados Conselhos Municipais de Saúde, um em cada estado, que são os Conselhos Estaduais de Saúde e outro plano federal, que seja o Conselho Nacional de Saúde. Importante lembrar que o funcionamento dos conselhos de saúde é condição essencial e obrigatória ao funcionamento do SUS. 2.2 Conselho Nacional de Saúde Conselho Nacional de Saúde é o conselho que gerencia a saúde no Brasil. Conforme o Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006, são competências: I - atuar na formulação de estratégias e no controle da execução da Política Nacional de Saúde, na esfera do Governo Federal, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros; II - estabelecer diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, em função das características epidemiológicas e da organização dos serviços; III - elaborar cronograma de transferência de recursos financeiros aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, consignados ao Sistema Único de Saúde - SUS; IV - aprovar os critérios e os valores para remuneração de serviços e os parâmetros de cobertura de assistência; V - propor critérios para a definição de padrões e parâmetros assistenciais; VI - acompanhar e controlar a atuação do setor privado da área da saúde, credenciado mediante contrato ou convênio; VII - acompanhar o processo de desenvolvimento e incorporação científica e tecnológica na área de saúde, visando à observação de padrões éticos compatíveis com o desenvolvimento sociocultural do País; VIII - articular-se com o Ministério da Educação quanto à criação de novos cursos de ensino superior na área de saúde, no que concerne à caracterização das necessidades sociais. 2.3 Instrumentos de Planejamento do SUS O Sistema Federal de Planejamento tem uma agenda estabelecida, mediante a qual responde também às exigências constitucionais e legais, entre as quais figuram a elaboração do Plano Plurianual – a cada quatro anos – e as suas revisões, das propostas anuais de diretrizes orçamentárias e do orçamento, que balizam a aprovação das respectivas leis – LDO e LOA –, do Balanço Geral da União e da Mensagem do Executivo ao Legislativo. Além 10 dessas determinações legais, o Sistema requer também o acompanhamento, o monitoramento, a atualização e a avaliação das ações. Mesmo reconhecendo os avanços na alocação dos recursos públicos – baseados em objetivos de médio e longo prazos, com melhor associação às necessidades de saúde –, é importante considerar que demandas contingenciais de curto prazo ainda prejudicam o processo de estruturação e consolidação do SUS. O Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais de Saúde recebem frequentemente, da parte de gestores e técnicos do SUS, solicitação de orientações e cooperação técnica para a elaboração de instrumentosde planejamento, em especial planos de saúde e relatórios de gestão. Observa-se, por outro lado, que estados e municípios têm se esforçado para formulá- los, quer para fins de habilitação em uma condição de gestão. Como um instrumento essencial de gestão, cabe ao planejamento contribuir para que o SUS responda, com qualidade, às demandas e necessidades de saúde, avançando de forma ágil rumo a sua consolidação. 2.4 Recursos de Saúde Diante da Emenda Constitucional Nº 29 A Emenda Constitucional nº. 29 (EC-29) em 2000 determinou a vinculação de percentuais mínimos de recursos orçamentários que a União, Estados, Distrito Federal e municípios seriam obrigados a aplicar em ações e serviços públicos de saúde. Para os entes federativos aplicarem em ações e serviços de saúde, como também tornou a contrapartida de recursos próprios de cada esfera uma obrigatoriedade, constituindo-se em um importante instrumento demarcador da política de saúde no processo econômico e social. É importante enfatizar que a EC29 assegurou apenas a aplicação de recursos mínimos para a saúde, cabendo aos gestores públicos aperfeiçoarem as leis orçamentárias, para garantir mais recursos ao setor, visto que o mínimo não pode ser considerado como teto financeiro e que é preciso ter vontade política para que a saúde possa ser efetivamente priorizada. Outro fator que deve ser levado em consideração é a visão que o gestor da saúde tem em relação à importância do seu papel enquanto formulador, propositor e deliberador das estratégias políticas para o SUS. A conscientização sobre o seu protagonismo diante das demandas de saúde e da alocação de recursos financeiros. 2.5 Orientações Quanto à Participação da União, Estados e Municípios nos Gastos de Saúde 11 A regulamentação da EC nº 29/00 não busca apenas fixar (ou revisar) os percentuais de vinculação de recursos do setor e estabelecer critérios de rateio e de fiscalização. Pretende também reduzir a subjetividade que durante anos permeou a definição das “ações e serviços de saúde” para fins de piso constitucional com a fixação das ações financiáveis com a vinculação constitucional. Afinal, tão importante quanto o estabelecimento do percentual mínimo de aplicação é a definição de “quais ações e serviços públicos” serão considerados para cumprimento da EC nº 29/2000. Somente com tal definição é possível garantir o financiamento das despesas essenciais para a manutenção do Sistema Único, como pretendeu o constituinte derivado. 12 3 RESPONSABILIDADES A responsabilidade pelos serviços e ações de saúde é do poder público. O funcionamento do SUS, todavia, é de responsabilidade direta de seus gestores NOB/96. 3.1 Responsabilidades dos Municípios Sua responsabilidade para com o SUS é grande. Os municípios passam por um constante processo de aperfeiçoamento e de capacitação para assumir a total responsabilidade pela saúde. Há dois níveis de habilitação, com níveis diferentes de prerrogativas e de responsabilidades: a gestão plena da atenção básica e a gestão plena do sistema municipal. No primeiro caso, o município assume as responsabilidades e recebe recursos fundo a fundo para com a atenção básica à saúde. No segundo, responsabiliza-se pela totalidade dos serviços de saúde, o que pressupões alta capacidade técnica e administrativa, sendo que os recursos devidos também são transferidos fundo a fundo. A gestão de todo o sistema municipal é, necessariamente, da competência do poder público e exclusiva desta esfera de governo. A realidade objetiva do poder público, nos municípios brasileiros, é muito diferenciada, caracterizando diferentes modelos de organização, de diversificação de atividades, de disponibilidade de recursos e de capacitação gerencial, o que, necessariamente, configura modelos distintos de gestão. Os sistemas municipais de saúde apresentam níveis diferentes de complexidade, sendo comum estabelecimentos ou órgãos de saúde de um município atender usuários encaminhados por outro. Em vista disso, quando o serviço requerido para o atendimento da população estiver localizado em outro município, as negociações para tanto devem ser efetivadas exclusivamente entre os gestores municipais. Essa relação, mediada pelo estado, tem como instrumento de garantia a programação pactuada e integrada na CIB regional ou estadual e submetida ao conselho de saúde correspondente. A gerência dos estabelecimentos ou órgãos de saúde de um município é da pessoa jurídica que opera o serviço, sejam estes estatais (federal, estadual ou municipal) ou privados. O gestor do sistema municipal é responsável pelo controle, pela avaliação e pela auditoria dos prestadores de serviços de saúde (estatais ou privados) situados em seu município. 13 O pagamento final a um estabelecimento pela prestação de serviços requeridos na localidade ou encaminhados de outro município é sempre feito pelo poder público do município sede de estabelecimento. 3.2 Responsabilidade dos Estados São identificados quatro papéis básicos para o estado. O primeiro desses papéis é exercer a gestão do SUS, no âmbito estadual. O segundo papel é promover as condições e incentivar o poder municipal para que assuma a gestão da atenção à saúde de seus municípios, sempre na perspectiva da atenção integral. O terceiro é assumir, em caráter transitório, a gestão da atenção à saúde daquelas populações pertencentes a municípios que ainda não tomaram para si esta responsabilidade. O quarto, o mais importante e permanente papel do estado é ser o promotor da harmonização, da integração e da modernização dos sistemas municipais, compondo, assim, o SUS-Estadual. O exercício desses papéis pelo gestor requer a configuração de sistemas de apoio logístico e de atuação estratégica que envolve responsabilidades nas três esferas de governo e são sumariamente caracterizados como de: a) Informação informatizada b) Financiamento c) Programação, acompanhamento, controle e avaliação; d) Apropriação de custos e avaliação econômica; e) Desenvolvimento de recursos humanos; f) Desenvolvimento e apropriação de ciência e tecnologias; e g) Comunicação social e educação em saúde. O desenvolvimento desses sistemas, no âmbito estadual, depende do pleno funcionamento do Conselho Estadual de Saúde (CES) e da Comissão Intergestores Bipartite (CIB). 3.3 Responsabilidades da União 1 – Prestar cooperação técnica e financeira aos estados, municípios e Distrito Federal. 2 – Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde. 3– Formular, avaliar e apoiar políticas nacionais no campo da saúde. 14 4 – Definir e coordenar os sistemas de redes integradas de alta complexidade de rede de laboratórios de saúde pública, de vigilância sanitária e epidemiológica. 5 – Estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras em parceria com estados e municípios. 6 – Participar do financiamento da assistência farmacêutica básica e adquirir e distribuir para os estados os medicamentos de alto custo. 7 – Implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados juntamente com estados e municípios. 8 – Participar na implementação das políticas de controle das agressões ao meio ambiente, de saneamento básico e relativas às condições e aos ambientes de trabalho. 9 – Elaborar normas para regular as relações entreo SUS e os serviços privados contratados de assistência à saúde. 10 – Auditar, acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais. 15 4 PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS 4.1 Princípio da Universalidade O Princípio da Universalidade no Direito à Saúde determina que os serviços sociais direcionados a assegurar a saúde da população devem ser acessíveis a toda a comunidade. Significa, também, que o serviço público de saúde deverá envidar esforços para abarcar o número máximo de situações possíveis. O princípio da Universalidade rege, em especial, as ações do Sistema Único de Saúde. Junto com a equidade e integralidade, o princípio da Universalidade em Saúde figura como princípio ético-doutrinário, norteador de políticas públicas a serem implementadas. "O princípio da universalidade caracteriza a saúde como um direito de cidadania, ao ser definido pela Constituição Federal como um direito de todos e um dever do Estado. Neste sentido, abrange a cobertura, o acesso e o atendimento nos serviços do SUS e exprime a ideia de que o Estado tem o dever de prestar esse atendimento a toda a população brasileira". O princípio da Universalidade em Saúde conversa, também, com o conceito de Descentralização que rege o SUS. Em cartilha editada pelo Sistema chamada ‘SUS de A Z’, descentralização é caracterizada da seguinte forma: “É o processo de transferência de responsabilidades de gestão para os municípios, atendendo às determinações constitucionais e legais que embasam o SUS e que definem atribuições comuns e competências específicas à União, estados, Distrito Federal e municípios.”. Dessa forma, para a universalização, há também, que se criar mecanismos que propicie o atendimento do maio número de pessoas possíveis, há que se estabelecer mecanismos que abranjam o alcance das políticas públicas. Portanto, a descentralização atua de forma afirmativa para a concretização do princípio da universalidade. A universalidade tem sido considerada na ciência política com uma noção relacionada ao campo do direito, mais especificamente ao campo dos direitos humanos. Ou seja, os direitos que são comuns a todas as pessoas, como um direito positivo que visa à manutenção da vida individual e social no mundo moderno. Na saúde, a universalidade tem sido uma bandeira das lutas populares que a reivindicam como um direito humano e um dever do Estado na sua efetivação. Constitui-se como um dos princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS) e está inscrita na Constituição Federal Brasileira desde 1988. 16 4.2 O Princípio da Integridade O princípio da integralidade em saúde é diretriz da Constituição brasileira de 1988 para o Sistema Único de Saúde, sendo também previsto na Lei Orgânica de Saúde de 1990. Suas origens remontam ao Movimento de Reforma Sanitária brasileira, movimento que começou no ambiente universitário e se expandiu para se tornar uma bandeira política dos anos 70 e 80, opondo o modelo de saúde pública do governo militar em seus aspectos técnicos e políticos. A constitucionalização do princípio é considerada como um dos resultados da consolidação democrática no país. A instituição do Sistema Único de Saúde, além de universalizar a saúde, diversificou os serviços prestados à população, passando a incorporar aspectos de saúde desligados da noção de saúde, como o atendimento psicológico e tratamentos da medicina tradicional e complementa. Em sua descrição legal, o princípio refere-se ao conjunto de ações e serviços necessários para o tratamento integral da saúde, com foco nas medidas preventivas, mas sem prejuízo das assistenciais. Trata-se, então, de princípio versando sobre a abrangência e a forma de prestação de serviços de saúde pelo Estado. Entretanto, em respeito ao histórico do instituto e ao debate técnico-político em torno deste, a literatura do tema, liderada por Ruben Araújo de Mattos e adotada por outros autores, segmenta os estudos da integralidade em três perspectivas: suas dimensões da prática dos profissionais de saúde públicos ou privados, da mudança de comportamento institucional necessário para sua implementação, de sua aplicação como resposta governamental a problemas de saúde em políticas setoriais. A integralidade como princípio do direito a saúde é um dos princípios doutrinários da política do Estado brasileiro para a saúde – o Sistema Único de Saúde (SUS) –, que se destina a conjugar as ações direcionadas à materialização da saúde como direito e como serviço. Suas origens remontam à própria história do Movimento de Reforma Sanitária brasileira, que, durante as décadas de 1970 e 1980, abarcou diferentes movimentos de luta por melhores condições de vida, de trabalho na saúde e pela formulação de políticas específicas de atenção aos usuários. 4.3 O Princípio da Equidade Na esteira dos dois princípios apontados acima, vem à necessidade de se reduzir as 17 disparidades sociais e regionais existentes em nosso país. O princípio da equidade reafirma que essa necessidade deve dar-se também por meio das ações e dos serviços de saúde. Ainda são grandes as disparidades regionais e sociais do Brasil. No entanto, há uma sinergia e uma série de externalidades positivas geradas a partir da melhora das condições de saúde da população o que faz concluir que de fato a saúde é fundamental na busca de uma maior equidade. Esse é um trabalho que também deve ser encarado como um desafio permanente, mesmo porque a saúde diz respeito a uma série de fatores ligados à qualidade de vida como um todo, como dito inicialmente. É curioso observar, por exemplo, que entre regiões como a nordeste a expectativa de vida, bem como a taxa de mortalidade infantil, são piores do que em regiões mais ricas do país, como a sul e a sudeste. Por outro lado, essas regiões mais ricas padecem de maneira mais aguda de outros males como são os índices por mortes violentas ou em decorrência da AIDS. Reduzir disparidades regionais e sociais significa a busca de um maior equilíbrio. Fator determinante para tanto é a política adotada para a incorporação tecnológica e o investimento estratégico e prioritário no combate de situações agudas ou extremas. Isso significa dizer que o planejamento das políticas de saúde tem tomado como estratégicas a elevação de todos a um patamar mínimo a partir do qual seja possível caminhar com mais precisão segundo o princípio da integralidade, comentado acima. Um bom exemplo disso são as ações e os serviços voltados à atenção básica à saúde. 18 5 PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS OU PRINCÍPIOS DO SUS 5.1 A Regionalização e a Hierarquização da Rede, das Ações e dos Serviços de Saúde Esse princípio está muito afeto as atribuições dos gestores estaduais e municipais que devem buscar a melhor maneira de garantir a eficiência, a eficácia e a efetividade do SUS, não raro com recursos escassos. Como não são todos que precisam, por exemplo, de cirurgias no coração, um hospital com essa capacidade pode atender a toda uma região ou mesmo a um estado. Para tanto as palavras chave são a organização, a união e a parceria. Isso é sobremaneira facilitado pela possibilidade da formação de consórcios entre os municípios ou quiçá entre os estados, dando efetividade à regionalização da rede e dos serviços prestados pelo SUS. O caminho para tanto é o da qualificação e o da capacitação de estados e municípios a assumirema plenitude da gestão dos respectivos sistemas. Esse caminho, aliás, vem sendo trilhado com relativo êxito. Tanto é que existem hoje 143 consórcios entre municípios espalhados por todas as regiões país. Tais consórcios envolvem 1740 municípios. Do mesmo modo a hierarquização da rede vem consolidando-se cada vez mais ao passo que os gestores estaduais e municipais vêm assumindo suas responsabilidades e prerrogativas perante o SUS. Isso é confirmado pela maciça adesão às formas de gestão trazidas pela NOB/96, bem como ao PAB fixo e aos programas do PAB variável. 5.2 A Participação e o Controle Social A formação e obrigatoriedade do funcionamento dos conselhos de saúde tem impulsionado a sociedade a participar dos rumos tomados pelo SUS, ou seja, os conselheiros de saúde formam um exercito de pessoas representantes dos mais diversos setores da sociedade, atuantes na área da saúde. Não só haverá problemas como baixa qualificação entre os conselhos em boa parte dos municípios, a participação e o exercício de aprendizado constante. O Conselho Nacional de Saúde existem e nunca esteve tão atuante e os conselhos estaduais de saúde também existem e todos e cada vez mais qualificados para melhorar a participação, o controle e a harmonização das políticas de saúde. Nos municípios contata-se que há mais de 98% de conselhos formados e atuantes. 5.3 A Descentralização na Saúde 19 O Ministério da Saúde estabelece atividades financeiras com órgão de três esferas e entidades privada mediantes três formas de descentralização de recursos: Transparência de recursos pelo Fundo Nacional de Saúde aos municípios, estados e Distrito Federal. Remuneração de serviços produzidos, que consiste no pagamento direto aos prestadores estatais ou privados. Celebração de convênios e instrumentos similares, com órgãos ou entidades federais, estaduais e do Distrito Federal. A sistemática fundo a fundo tem sido tratada por esse Ministério como a mais eficiente e a qual mais concretiza os objetivos e princípios do SUS para uma melhora de recursos, permitindo identificar com mais precisão as necessidades de cada comunidade reduzindo o desperdício, inibindo a fraude e a aproximando os cidadãos dos gestores responsáveis para o controle social. 5.4 Complementaridade do Setor Privado A constituição definiu que quando, por insuficiência do setor publico, for necessária a contratação de serviços privados, isso deve se dar sob três condições: 1º Uma celebração de contrato conforme as normas e regras de direito publico, ou seja, o interesse público prevalecendo sobre o particular; 2º A instituição privada deverá estar de acordo com os princípios básicos e normas técnicas do SUS. Prevalecendo assim, os princípios da universalidade, integralidade, equidade e etc. Tornando o serviço privado em público, uma vez que, quando contratado atua-se com este nome. 3º A integração dos serviços privados deverá se dar na mesma lógica organizada do SUS, em termos de posição definida na rede regionalizada e hierarquizada dos serviços. Dessa forma, em cada região deverá estar claramente estabelecido, considerando-se os serviços públicos e privados contratados, quem vai fazer o que, em que nível e em que lugar. Cada gestor deverá planejar primeiro o setor público, e para complementar a rede assistencial com o setor privado, com os mesmos conceitos de regionalização, hierarquização e universalização. 20 6 TRANSPARÊNCIA DO SUS Esta ocorrendo no Brasil um projeto chamado “Brasil Transparente” no qual é um plano integrado para o aperfeiçoamento da gestão de recursos públicos e de combate à corrupção e ao desperdício. Juntamente com a Lei Complementar 101, de 4/5/2000, conhecida como a “Lei de Responsabilidade Fiscal” o objetivo é garantir visibilidade social as políticas e aos gastos públicos para obter a transparência das buscas pela racionalização e controle nos usos de recursos públicos. A política publica de saúde busca aperfeiçoar o mecanismo e garanti transparências para o meio assim melhorar na qualidade de informações prestada a sociedade através da internet possibilita à sociedade diversos lugares e informações e orienta as praticas ocorrida nos programas de saúde e no habito do SUS tudo isso ocorre com a ajuda da Internet em geral disponibilizando a participação e toda a discussão de todos os programas e projetos que toda a saúde possibilita para ser discutida. 6.1 O Uso da Internet Pode-se apresentar a internet como um avanço de suma importância no meio do sistema SUS, pois não só o sistema de saúde como argentes da saúde em global tem o acesso à via internet para comunicação, estudos, anúncios, reportes e demais coisas nas via da internet do SUS podemos receber o avanço para a democratização das informações ou temas e a posição disponível ao SUS. É disponibilizada a Internet ao sistema SUS em conselho de saúde, secretaria de saúde, centros municipais de todas as partes de saúde SUS, hospitais entre outros. EM sites como: Ministério da Saúde = www.saude.gov.br Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) = www.funasa.gov.br Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ) = www.fiocruz.br Agencia Nacional de Vigilância Sanitárias (ANVISA) = www.anvisa.gov.br Agencia Nacional de Saúde Suplementar (ANS) = www.saudesuplementar.gov.br Departamento de Informática do SUS (DATASUS) = www.datasus.gov.br Informações sobre AIDS = www.aids.gov.br Conselho Nacional de Secretaria Municipal de Saúde (CONASEMS) Conselho Nacional de Secretaria Estadual de Saúde Conselho Nacional de Saúde /http:||conselho.saude.gov.br 21 Ou seja, a internet transmite as ações e questões que diz a respeito à saúde desde a educação e a transmissão de diagnostico, programas e prevenções até os problemas sócios e políticos como um modo de biblioteca para informação em saúde publica. 22 7 SAUDE PUBLICA A saúde política e económica centra sua ação a partir da ótica do Estado com os interesses que ele representa nas distintas formas de organização social e política das populações. Na concepção mais tradicional, é a aplicação de conhecimentos (médicos ou não), com o objetivo de organizar sistemas e serviços de saúde, atuar em fatores condicionantes e determinantes do processo saúde-doença controlando a incidência de doenças nas populações através de ações de vigilância e intervenções governamentais. Não deve ser confundida com o conceito mais amplo de saúde coletiva. 7.1 Evolução do Conceito Uma das mais citadas definições de Saúde Pública foi apresentada por Edward Amory (1877–1957), nos EUA, 1920 . Assim, foi realizada. "A arte e a ciência de prevenir a doença, prolongar a vida, promover a saúde e a eficiência física e mental mediante o esforço organizado da comunidade. Abrangendo o saneamento do meio, o controle das infecções, a educação dos indivíduos nos princípios de higiene pessoal, a organização de serviços médicos e de [enfermagem] para o diagnóstico precoce e pronto tratamento das doenças e o desenvolvimento de uma estrutura social que assegure a cada indivíduo na sociedade um padrão de vida adequado à manutenção da saúde". A persistência do uso dessa definição é reforçada pela ampla difusão da definição de saúde da Organização Mundial de Saúde - organização internacional que propôs a realização das Conferências Mundiais de Saúde com integração de todos os países na persistentebusca do completo bem-estar físico, psíquico e social. O estudo da Saúde Pública no Brasil necessariamente passa por uma série de nomes e instituições como Oswaldo Cruz,Carlos Chagas, o Instituto Manguinhos ou Vital Brazil, o Instituto Butantã, Adolfo Lutz e o instituto que leva o seu nome. Instituições que se mantêm até hoje como ilhas de competência do poder público na construção de um sistema de saúde de natureza pública e equitativo, no Brasil, o SUS - Sistema Único de Saúde, capaz de dar conta das ações de saúde tanto no âmbito da atenção primária e da promoção da saúde como nas ações curativas e necessárias à reabilitação (níveis secundário e terciário da atenção em saúde). 23 7.2 Saúde Coletiva A Saúde Coletiva está diretamente vinculada às pesquisas médicas, aos estudos de laboratório, aos conhecimentos clínicos, aos conhecimentos derivados da anátomo-patologia e da fisiologia, mas não se limita a eles. De igual modo, está vinculada aos estudos estatísticos, às Ciências Sociais, e às Ciências Humanas, sem que possa ser reduzida nem à Epidemiologia, nem aos estudos qualitativos e às análises conceituais ou históricas. O objetivo da investigação e das práticas da Saúde Coletiva são as seguintes dimensões: 1. o estado de saúde da população ou condições de saúde de grupos populacionais específicos e tendências gerais do ponto de vista epidemiológico, demográfico, sócio- econômico e cultural; 2. os serviços de saúde, enquanto instituições de diferentes níveis de complexidade (do posto de saúde ao hospital especializado), abrangendo o estudo do processo de trabalho em saúde, a formulação e implementação de políticas de saúde, bem como a avaliação de planos, programas e tecnologias utilizada na atenção à saúde; 3. o saber sobre a saúde, incluindo investigações históricas, sociológicas, antropológicas e epistemológicas sobre a produção de conhecimentos nesse campo e sobre as relações entre o saber "científico" e as concepções e práticas populares de saúde, influenciadas pelas tradições, crenças e cultura de modo geral. Nesta segunda metade do século XX, a humanidade tem experimentado rápidas e profundas transformações em todas as esferas da vida econômica, cultural, social e política, talvez como nunca em sua história. A internacionalização da produção, distribuição e consumo, juntamente com o avanço das tecnologias da informação, tem como resultado a globalização da economia e suas consequências macroeconômicas: transnacionalização empresarial, desterritorialização da força de trabalho, desemprego estrutural, entre outras. Ao mesmo tempo, verifica-se aumento das desigualdades entre os povos e os grupos sociais, a eclosão de movimentos nacionalistas, a exacerbação dos conflitos étnicos, a agressão ao meio ambiente, à deterioração do espaço urbano, a intensificação da violência e o desrespeito aos direitos humanos. No caso da saúde, o debate sobre as suas relações com o desenvolvimento econômico e social que marcou a década de sessenta amplia-se, nos anos setenta, para uma discussão sobre a extensão de cobertura dos serviços. O reconhecimento do direito à saúde e a responsabilidade da sociedade em garantir os cuidados básicos de saúde possibilitam o estabelecimento do célebre lema “Saúde para Todos no Ano 2000” (SPT-2000). Entretanto, 24 enquanto a estratégia da atenção primária à saúde se difunde a partir da Conferência de Alma- Ata, os centros hegemônicos da economia mundial revalorizam o mercado como mecanismo privilegiado para a alocação de recursos e questionam a responsabilidade estatal na provisão de bens e serviços para o atendimento de necessidades sociais, inclusive saúde. A “nova ordem mundial” que se instaura na década de oitenta, inspirada no neoliberalismo, provoca uma marcante fragilização dos esforços para o enfrentamento coletivo dos problemas de saúde. Particularmente, nos países de economia capitalista dependente, a opção pelo “estado mínimo” e o corte nos gastos públicos como resposta à chamada “crise fiscal do estado” em muito comprometem o âmbito institucional conhecido como saúde pública. Com base nesse quadro, constata-se uma “crise da saúde pública”, percebida de modo diferente pelos distintos sujeitos atuantes neste campo social. Para a superação dessa crise, vários aportes têm sido propostos, cada um deles apontando para a necessidade de novos paradigmas no “campo da saúde pública”. Neste esforço, pode-se incluir desde as iniciativas da Organização Panamericana da Saúde (OPS) de reavaliar a “teoria e prática da saúde pública”, até a proposição de uma Nova Saúde Pública como parte do movimento de renovação da estratégia “saúde para todos”, e ainda a iniciativa do Banco Mundial de debater as “prioridades na pesquisa & desenvolvimento em saúde”. Nesse contexto, faz-se necessário e urgente discutir a questão da saúde no âmbito público coletivo- social e as propostas de ação subsequentes. No caso específico da América Latina, a emergência nos últimos vinte anos de um campo que se designou como Saúde Coletiva permite a identificação de pontos de encontro com os movimentos de renovação da saúde pública institucionalizada, seja como campo científico, seja como âmbito de práticas, e mesmo como atividade profissional. Nessa perspectiva, as propostas de consolidação do campo da saúde como forma de superação da chamada “crise da saúde pública” podem significar uma oportunidade para efetivamente incorporar o complexo “promoção saúde- doença-cuidado” em uma nova perspectiva paradigmática, aumentando assim a viabilidade das metas de Saúde Para Todos mediante políticas públicas saudáveis, através de maior e mais efetiva participação da sociedade nas questões da vida, saúde, sofrimento e morte. 7.3 Critérios de Avaliação nas Ciências Sociais e Humanas e na Saúde Coletiva Segundo a classificação da CAPES, a grande área, alguns programas de Saúde Pública/Coletiva contemplam linhas de pesquisa que debatem constantemente com as Ciências Sociais e Humanas – como os trabalhos sobre biopolítica das populações, 25 representações sociais, desigualdades étnicas e sociais, estudos sobre gênero e violência, bioética –, constituindo assim um campo interdisciplinar e não somente multidisciplinar. Se a Saúde Coletiva fosse um campo multidisciplinar, estariam resolvidos os grandes problemas da avaliação, como a necessidade de se publicar em revistas científicas com um alto índice de impacto. Esse critério de avaliação, que funciona muito bem no âmbito das ciências ditas duras, como a Química e a Física, e atende bem também à Epidemiologia, é desconsiderado quando se pretende analisar as publicações voltadas para as Ciências Sociais e Humanas. O grande problema do critério de avaliação CAPES para a área de Saúde Coletiva é justamente ignorar sua interdisciplinaridade. Na área de Saúde Coletiva, o JCR é adotado como referência base para a classificação dos periódicos de circulação internacional. O índice de impacto a ser utilizado é obtido a partir da mediana dos índices de impacto dos periódicos específicos de cada área. 26 8 CURIOSIDADES 8.1 Medicamento vetado pelo SUS é permitido na Rede de Saúde Privada! Um remédio usado pela presidente Dilma Rousseff para o tratamento do câncer no sistema linfático que teve em 2009, o rituximabe, foi vetado em caráter preliminar pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para ser prescrito a pacientes da rede pública. O documento, da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologiasdo SUS (Conitec), esteve até esta segunda-feira em consulta pública e causou protestos de médicos e da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale). Já na rede privada, o mesmo medicamento tem licença da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para ser receitado desde 1998. 8.2 SUS libera vacina contra HPV para adolescentes 02/07/2013 17h36 - 163 mil pré-adolescentes devem ser vacinadas contra HPV no Ceará SUS vai imunizar meninas de 10 e 11 anos a partir de 2014. Vírus do HPV é responsável por casos de câncer de colo do útero. Do G1 CE A partir de 2014, meninas de 10 e 11 anos serão protegidas contra quatro variáveis do (HPV), responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo do útero. A vacina será distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde. De acordo com o Ministério da Saúde, no Ceará, a meta é imunizar 80% do público-alvo formado por 163.058 pré-adolescentes. O HPV é capaz de infectar a pele ou as mucosas e possui mais de 100 tipos. Do total, pelo menos 13 têm potencial para causar câncer. 8.3 Cartão SUS: Como Fazer Pela Internet Cartão SUS O Cartão SUS é indispensável, ainda mais porque ele é usado em todas as redes de atendimento medico publico, então todo e qualquer paciente precisa, mas para evitar filas e demais demoras o Cartão SUS agora pode ser feito pela internet mesmo e sem nenhum custo, portanto, vamos conferir mais informações no post de hoje sobre esse cadastro, para você saber como funciona também. 27 Cadastro do Cartão SUS Online O cadastro no Cartão SUS é feito pela internet ou em qualquer posto de atendimento de saúde do SUS, não tem custos e em minutos fica pronto, mas para isso você precisa levar uma serie de documentação, ainda mais porque esse cadastro é único, como o próprio nome já diz, e por isso que nele vai estar vinculado todos os seus dados também, portanto veja como funciona para se cadastrar. O bom de fazer pela internet é que a gente não precisa enfrentar aquela fila que tem toda vez que chegamos a um ponto de atendimento de saúde publico. Como Fazer Cartão SUS Pela Internet Para fazer inscrição Cartão SUS pela internet você precisa entrar no site especifico que o governo criou, lembre-se que a partir do momento em que você fizer esse cadastro não tem como fazer novamente, ainda mais porque é só um cadastro por pessoa também. Agora com esse novo serviço ficou tudo mais fácil e tudo mais rápido também, porque a gente pode fazer no conforto da nossa casa, e sem nenhum custo adicional também. 28 9 CONCLUSÃO Podemos concluir após o que descrevemos neste trabalho que antes da criação do SUS, a saúde pública no Brasil era privilégios somente dos contribuintes do INPS, por serem segurados da Previdência Social, os outros trabalhadores informais que não tinham carteira assinada não tinham direitos. Após a criação do Sistema Único de Saúde em 1988, pode-se oferecer atendimento igualitário a população, independente de contribuição, contemplando os tratamentos tais como: consultas, exames laboratoriais, cirurgias e até tratamentos mais complexos. A EC nº 29/2000, foi muito importante para o estabelecimento do percentual mínimo de aplicação é a definição de “quais ações e serviços públicos”, somente com tal definição é possível garantir o financiamento das despesas essenciais para a manutenção do Sistema Único de Saúde. 29 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, SELMA MAFFEI DE; SOARES, ANTONIO DARLI; CORDONI JR, LUIZ. Bases da Saúde Coletiva. Editora UEL, Londrina, 2001 Débora Carvalho Meudal, INFO ESCOLA, Sobre o SUS, disponível em: http://www.infoescola.com/saude/sus/ http://fernandocorrelo.blogspot.com.br/2009/08/o-sus-e-as-responsabilidades.html http://www.portaleducacao.com.br/enfermagem/artigos/43959/principios-organizacionais-do- sus http://pt.slideshare.net/rogeriospinola/aula-sus-princpios-doutrinrios-e-organizacionais http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sus_principios.pdf O que é SUS? – Autor Desconhecido, disponível em: http://asmeninasdosus.weebly.com/ Como funciona o SUS? – Autor Desconhecido, disponível em: http://www.hospitaldabaleia.org.br/pt/conteudo.php?c=3&t=0&i=77 Funcionamento do SUS – Autor Desconhecido, disponível em: http://www.guiadedireitos.org/index.php?option=com_content&view=article&id=12%3Afunc ionamento-do-sus&catid=20%3Asus&Itemid=32 Conselho Nacional de Saúde – Autor Desconhecido, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_Nacional_de_Sa%C3%BAde http://curiosidadesgerais.spaceblog.com.br/2553583/MEDICAMENTO-VETADO-PELO- SUS-E-PERMITIDO-NA-REDE-DE-SAUDE-PRIVADA/ Acesso em: 12 de maio de 2014 30 http://vhshelp.blogspot.com.br/2013/07/sus-libera-vacina-contra-hpv-para.html Acesso em: 12 de maio de 2014 PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 15(1):59- 82, 2005 Acesso em: 18 de abril de 2014 http://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/76496/80236 Acesso em: 18 de abril de 2014 http://pt.wikipedia.org/wiki/Sa%C3%BAde_p%C3%BAblica Acesso em: 18 de abril de 2014 http://bvsms.saude.gov.br/
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