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Noções de Contratos

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Dos contratos: Pode ser verbal ou escrito – defendendo seus interesses - vontade das partes
Noções: 
Acordo: Serão estabelecidas regras entre as partes de acordo com a legislação
Duas ou mais pessoas
Relações jurídicas: Geralmente serão de cunho patrimonial
Constituição e Vínculo: 
Autonomia da vontade (liberdade de contratação): Tem a ideia que qualquer pessoa pode celebrar um contrato do jeito que quiser, com quem e quando desejar, com o mínimo possível de interferência do Estado, ou seja, tem a liberdade de contratar ou não e de estabelecer regras.
Limites: o Estado estabelece limites para a autonomia da vontade, uma vez que ela não é tão absoluta. 
Função social: o contrato deve ser celebrado de forma que, não atenderá o interesse exclusivo de um dos contratantes em detrimento do outro, devendo ter um equilíbrio. Tem que ser usado como um instrumento nas relações jurídicas privada, para garantir seus efeitos. 
Probidade e Boa-fé: Deve observar dentro das relações contratuais estes princípios, colocar clausula que foram discutidas e analisadas entre as partes.
Lei: Limites/regras para o contrato. 
Contratos de Adesão: sua previsão está previsto nos artigos 423; 425 do CC e artigo 51 do CDC. É um contrato lícito. 
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
CDC - Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código;
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;
V - (Vetado);
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor;
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral;
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias.
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
Força obrigatória dos contratos (pacto sunt servanda – os pactos serão respeitados): A partir do momento que um contrato é assinado, se assume as obrigações de acordo com o tempo e forma estabelecidas no contrato, e a outra parte também ira assumir as obrigações que lhe cabe dentro do mesmo. 
A revisão contratual
Teoria da lesão: Demonstra que faltou probidade e boa-fé por um dos contratantes, que o contrato de acordo não está cumprindo sua função social, e que o contrato gerou uma abusividade. 
Teoria da imprevisão: Quando tenho um contrato que se prolonga no tempo algo pode acontecer de imprevisível, essa teoria é ligada ao “fato do príncipe” que é quando o governo cria ou muda uma lei que moda totalmente o contrato. Sendo assim, este contrato terá que ser revisto ou até mesmo reincidido. 
Revisão do contrato (art. 478, CC): Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação
Resolução do contrato (art. 479, CC): A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato.
Princípios contratuais
Autonomia da vontade
Relatividade de efeitos: Via de regra, os contratos produzem efeitos apenas para as partes contratante, pois não se pode criar um contrato criando obrigações para terceiros. Então significa que as partes celebram o contrato estabelecendo obrigações para estas contraentes. 
A teoria da aparência: Ocorre quando uma pessoa assina um contrato sem ter legitimidade para tanto. 
Função social do contrato
Boa-fé
Justiça contratual: O contrato tem que ter equilíbrio.
Espécies de contratos
Civis
Consumeristas
Empresariais: tem que ser estabelecidos há atividade econômica do empresário e ambas as partes tem o interesse econômico, é de cunho econômico, tem que ter assunção de riscos, tem ausência de disparidade entre partes, ou seja, não há uma parte hipossuficiente em relação à outra, e por fim, é regulado por leis especiais e o Código Civil e muitas vezes são regulados pelo o uso e costume. 
Formação do contrato
Fases da contratação: 
Pré – contratual: É devida forma que chama de tratativa iniciais ou de negociação, neste momento as partes vão conversar, informar quais são os seus interesses dentro daquele contrato, porém é uma fase que ainda não vincula as partes. 
OBS: A partir do momento que uma das partes recebe a proposta e a oferta publicitária irá vincular o proponente de acordo com o CC, sendo assim tem que saber o que tratativa inicial e proposta. A proposta sendo aceita, vincula o aceitante, então aquele que aceitou a proposta manter a sua aceitação já se tem a base do negócio. 
Contratação: Nesta fase as partes já discutiram as clausulas, e ira colocar no contrato aquilo que foi discutido, para ser feito assinatura do contrato. 
Pós – contratual: É quando surge os efeitos do contrato, que é a exigência da obrigação estabelecida no contrato
A fase pós contratual
Cumprimento da obrigação: É realização a prestação que a parte se obrigou, se for a entrega de um bem ele terá que ser entregue e se for o pagamento terá que ser realizado, será de acordo com o que foi pactuado. 
OBS: Em caso de pagamento será comprovado por recibo
Pagamento:
Real: É o pagamento na forma do que foi contratado (se o combinado foi de pagar R$10.000,00 será pago os R$10.000,00)
Por consignação: Ocorre quando há mora do credor, pois quem está inadimplente é o credor, quando ele se recusar a dar o recibo/quitação o devedor terá que fazer o pagamento por consignação.O pagamento por consignação tem 2 cabimentos: 1º É quando o credor se recusar a dar o recibo/quitação.
2º É quando se tem dúvida de quem é o credor. (EX: O credor falace e possui 3 herdeiros e os mesmo não abre o inventario e não se sabe quem pode dar o recibo de quitação da divida, então se tem que consignar o pagamento para que seja discutido em juízo quem vai dar o recibo de quitação)
Consignação em juízo: Pode ser feito extrajudicial ou judicial. 
Extrajudicial quando será utilizado um Banco para efetuar um depósito que mandará uma notificação para o credor avisando que o dinheiro está à disposição para recebimento. 
Judicial: Será feito uma ação de consignação em pagamento o devedor irá deposita o dinheiro e solicitar ao juiz que intime o credor para receber.
Com sub-rogação: É aquele que paga sub-roga nos direitos do credor e pode cobrar o devedor principal. (EX: É quando a pessoa paga e assume aquele crédito, passando a ser credor daquela divida).
Por imputação: É uma forma que o devedor tem de quitar um ou mais débitos vencidos que possui com um mesmo credor, escolhendo qual ou quais dívidas deseja pagar primeiro. 
Doação em pagamento: É quando o credor aceita receber um outro bem que não seja aquele combinado preliminarmente, somente quando o credor aceitar.
Outras formas de extinção das obrigações
Novação: É a renegociação de dívida antiga, através de cédula bancaria, ou seja, é a extinção da obrigação que foi Novada, garantia que foi colocada no contrato anterior será extinta, a não ser que seja renovada com o novo contrato. 
Compensação: É compensar uma divida pela outra (EX: Devo R$10,00 a uma pessoa e ela me deve R$8,00, sendo assim a divida fica uma pela a outra e paga os R$2,00 de diferença).
Confusão: Credor e devedor se torna a mesma pessoa
Remissão: É o perdão da divida
Inadimplemento da obrigação
Rescisão do contrato: Se uma das partes não cumpre com o pactuado e poderá ser feito a rescisão do mesmo, juntamente com a devolução daquilo que foi pago. 
Cumprimento forçado da obrigação: É quando a parte não cumpre com sua obrigação e poderá ser feito uma ação judicial pedindo o cumprimento forçado do contrato.
Teoria do adimplemento substancial: É quando o devedor fica inadimplente, mas boa parte do contrato foi cumprida e o juiz dará ao devedor meio para o pagamento da parte que falta para o cumprimento do contrato, sem que haja a rescisão do contrato. 
Exceção do contrato não cumprido: Se uma parte não cumpriu a obrigação ela não pode exigir da outra o cumprimento. 
Consequências do inadimplemento
Correção monetária: É atualização do valor da divida de acordo com os índices de inflação. 
Juros moratórios: É fixado em lei, podendo ser cobrado até 1% ao mês. 
Cláusula penal: Será estabelecida dentro do próprio contrato, podendo ser uma multa pelo o não cumprimento do contrato. 
Perda das arras: É o sinal que o devedor ao credor e no caso de descumprimento do contrato o mesmo poderá perder este sinal. 
Perdas e danos: Devem ser apuradas em processo próprio. 
Materiais – prejuízo efetivo: 
Materiais – lucros cessantes:
Morais: Não tem dano moral por inadimplemento contratual. 
3) Os contratos empresariais
Noções:
Cunho econômico:
Espécies
De logística: É todos contratos necessários de transporte, armazenamento e a própria distribuição. 
De colaboração: Sempre que um empresário ampliar, conquistar, novos contratos para novos empresários. 
Bancários: Tem como propósito dar acesso ao crédito para o empresário
Próprios: Quando por lei só possam ser celebrados por instituições financeiras. (EX: conta bancaria, somente em instituições financeiras)
Impróprios: São contratos que são usualmente utilizados por instituições financeiras, mas também podem ser celebrados por pessoas que não são de instituições financeiras. (EX: contrato de aquisição de imóveis)
Presunção de paridade entre os contratantes: Todas as partes envolvidas no contrato tem capacidade técnica, são iguais tecnicamente, portanto as duas partes precisam saber de riscos que esse contrato traz. Não pode se dizer que uma parte é hipossuficiente em relação a outra. 
Inaplicabilidade da teoria da imprevisão
Clausulas “Hedge”: Protege o empresário de imprevistos que possam ocorrer no mercado financeiro, podendo o contrato ser até rescindido. 
Hermenêutica dos contratos
Objetivo:
Função econômica:
Usos e costumes:
3) Aplicação do CDC aos contratos empresariais
Regra: Em regra não pode ser aplicado a contratos empresariais, mas o empresário pode ser considerado consumidor, uma vez que precisar se caracterizar como destinatário final. 
O empresário como consumidor (art. 2º, CDC):
Teorias
Finalista: O empresário não é destinatário final, nega a possibilidade de o empresário se caracterizar como consumidor.
Maximalista: o Art. 2º do CDC
Finalista mitigada: O empresário é o destinatário final. 
UNIDADE II – CONTRATO DE COLABORAÇÃO
Noções Gerais
Objetivo: Manter ou ampliar o mercado do empresário. 
Partes
Fornecedor:
Colaborador:
Espécies
Colaboração intermediação: o colaborador compra o produto para revender.
Colaboração aproximação: representante comercial vai até aos varejistas e os convence de comprar o produto do fornecedor, recebendo uma comissão por atuação
Colaboração por intermediação: empresário compra a mercadoria para revenda
2.1) Distribuição mercantil
Noções: forma de ampliar o mercado, fornecedor terceiriza o trabalho de distribuição para os varejistas que vendem para o consumidor.
Atipicidade: não tem lei que regulamenta, vale o que as partes pactuam entre si
Regras contratuais comuns
Obrigações gerais das partes:
Exclusividade:
Prazo:
Rescisão:
2.1.1) A distribuição no CC
Noções (art. 170):
“Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada. Parágrafo único. O proponente pode conferir poderes ao agente para que este o represente na conclusão dos contratos.” 
Exclusividade de distribuição e zona (art. 711, CC):
“Art. 711. Salvo ajuste, o proponente não pode constituir, ao mesmo tempo, mais de um agente, na mesma zona, com idêntica incumbência; nem pode o agente assumir o encargo de nela tratar de negócios do mesmo gênero, à conta de outros proponentes.”
Despesas com distribuição (art. 713, CC):
“Art. 713. Salvo estipulação diversa, todas as despesas com a agência ou distribuição correm a cargo do agente ou distribuidor.”
Rescisão (720, CC):
Art. 720. Se o contrato for por tempo indeterminado, qualquer das partes poderá resolvê-lo, mediante aviso prévio de noventa dias, desde que transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto do investimento exigido do agente.
Parágrafo único. No caso de divergência entre as partes, o juiz decidirá da razoabilidade do prazo e do valor devido.
2.2) A concessão mercantil
Noções
Lei nº 6729/79 – Lei Ferrari
Objeto
Comercialização de veículos: A comercialização de veículos automotores, implementos e componentes fabricados ou fornecidos pelo produtor;
Assistência Técnica: a prestação de assistência técnica a esses produtos, inclusive quanto ao seu atendimento ou revisão;
Uso da marca: o uso gratuito de marca do concedente, como identificação.
Condições contratuais asseguradas por lei
§ 1º A concessão poderá, em cada caso:
ser estabelecida para uma ou mais classes de veículos automotores;
vedar a comercialização de veículos automotores novos fabricados ou fornecidos por outro produtor.
§ 2º Quanto aos produtos lançados pelo concedente:
se forem da mesma classe daqueles compreendidos na concessão, ficarão nesta incluídos automaticamente;
se forem de classe diversa, o concessionário terá preferência em comercializá-los, se atender às condições prescritas pelo concedente para esse fim.
§ 3º É facultadoao concessionário participar das modalidades auxiliares de venda que o concedente promover ou adotar, tais como consórcios, sorteios, arrendamentos mercantis e planos de financiamento.
Art . 4º Constitui direito do concessionário também a comercialização de:
I - implementos e componentes novos produzidos ou fornecidos por terceiros, respeitada, quanto aos componentes, a disposição do art. 8º;
II - mercadorias de qualquer natureza que se destinem a veículo automotor, implemento ou à atividade da concessão;
III - veículos automotores e implementos usados de qualquer marca.
Parágrafo único. Poderá o concessionário ainda comercializar outros bens e prestar outros serviços, compatíveis com a concessão.
Área de atuação (art. 5º):
Art. 5° São inerentes à concessão: 
I - área operacional de responsabilidade do concessionário para o exercício de suas atividades; 
II - distâncias mínimas entre estabelecimentos de concessionários da mesma rede, fixadas segundo critérios de potencial de mercado. 
§ 1° A área poderá conter mais de um concessionário da mesma rede. 
§ 2° O concessionário obriga-se à comercialização de veículos automotores, implementos, componentes e máquinas agrícolas, de via terrestre, e à prestação de serviços inerentes aos mesmos, nas condições estabelecidas no contrato de concessão comercial, sendo-lhe defesa a prática dessas atividades, diretamente ou por intermédio de prepostos, fora de sua área demarcada. 
§ 3° O consumidor, à sua livre escolha, poderá proceder à aquisição dos bens e serviços a que se refere esta lei em qualquer concessionário. 
§ 4° Em convenção de marca serão fixados os critérios e as condições para ressarcimento da concessionária ou serviço autorizado que prestar os serviços de manutenção obrigatórios pela garantia do fabricante, vedada qualquer disposição de limite à faculdade prevista no parágrafo anterior.
Preço de Aquisição e revenda:
Venda exclusiva a consumidores:
Art . 12. O concessionário só poderá realizar a venda de veículos automotores novos diretamente a consumidor, vedada a comercialização para fins de revenda.
Parágrafo único. Ficam excluídas da disposição deste artigo:
operações entre concessionários da mesma rede de distribuição que, em relação à respectiva quota, não ultrapassem quinze por cento quanto a caminhões e dez por cento quanto aos demais veículos automotores;
vendas que o concessionário destinar ao mercado externo.
Venda direta pelo Concedente:
Art . 15. O concedente poderá efetuar vendas diretas de veículos automotores.
I - independentemente da atuação ou pedido de concessionário:
à Administração Pública, direta ou indireta, ou ao Corpo Diplomático;
a outros compradores especiais, nos limites que forem previamente ajustados com sua rede de distribuição;
lI - através da rede de distribuição:
às pessoas indicadas no inciso I, alínea a , incumbindo o encaminhamento do pedido a concessionário que tenha esta atribuição;
a frotistas de veículos automotores, expressamente caracterizados, cabendo unicamente aos concessionários objetivar vendas desta natureza;
a outros compradores especiais, facultada a qualquer concessionário a apresentação do pedido.
Prazo contratual:
Art . 21. A concessão comercial entre produtor e distribuidor de veículos automotores será de prazo indeterminando e somente cessará nos termos desta Lei. Parágrafo único. O contrato poderá ser inicialmente ajustado por prazo determinado, não inferior a cinco anos, e se tornará automaticamente de prazo indeterminado se nenhuma das partes manifestar à outra a intenção de não prorrogá-lo, antes de cento e oitenta dias do seu termo final e mediante notificação por escrito devidamente comprovada.
Rescisão do contrato:
Pelo cedente: 
Art . 23. O concedente que não prorrogar o contrato ajustado nos termos do art. 21, parágrafo único, ficará obrigado perante o concessionário a:
I - readquirir-lhe o estoque de veículos automotores e componentes novos, estes em sua embalagem original, pelo preço de venda à rede de distribuição, vigente na data de reaquisição:
II - comprar-lhe os equipamentos, máquinas, ferramental e instalações à concessão, pelo preço de mercado correspondente ao estado em que se encontrarem e cuja aquisição o concedente determinara ou dela tivera ciência por escrito sem lhe fazer oposição imediata e documentada, excluídos desta obrigação os imóveis do concessionário.
Parágrafo único. Cabendo ao concessionário a iniciativa de não prorrogar o contrato, ficará desobrigado de qualquer indenização ao concedente.
Pelo concessionário: 
Art . 26. Se o concessionário der causa à rescisão do contrato, pagará ao concedente a indenização correspondente a cinco por cento do valor total das mercadorias que dele tiver adquirido nos últimos quatro meses de contrato.
Colaboração por aproximação: haverá aproximação útil das partes. Tem o fabricante ou fornecedor do produto que precisa fazer esse produto chegar até o comercio varejista. Para fazer essa ponte entre o fabricante tem a atuação do colaborador. O representante comercial que é um colaborador faz a aproximação entre as duas partes que celebram o contrato. o representante ganha uma comissão pela aproximação útil entre as partes. O representante faz a captação de vários empresários para comprar o produto do fabricante. Expande o mercado dos fabricantes. O representante comercial não pode fazer venda direta ao consumidor, seu trabalho é entre os dois empresários (fabricante e o varejista).
3.1) Representação comercial autônoma: é um contrato típico que tem uma regulamentação detalhada na legislação.
Contrato típico: Lei nº4886/65: impõe as clausulas que devem constar no contrato de representação.
Conceito (art.1º):
Art . 1º Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para, transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.
Parágrafo único. Quando a representação comercial incluir poderes atinentes ao mandato mercantil, serão aplicáveis, quanto ao exercício deste, os preceitos próprios da legislação comercial.
Profissão regulamentada:
Registro no CORE (Conselho Regional Dos Representantes Comerciais)(art. 2º): 
Art . 2º É obrigatório o registro dos que exerçam a representação comercial autônoma nos Conselhos Regionais criados pelo art. 6º desta Lei.
Parágrafo único. As pessoas que, na data da publicação da presente Lei, estiverem no exercício da atividade, deverão registrar-se nos Conselhos Regionais, no prazo de 90 dias a contar da data em que estes forem instalados.
Clausulas contratuais obrigatórias (art. 27º):
Condições gerais da representação: tipo de produto, como será feita a distribuição. São clausulas que interessam as partes, as condições gerais. Tipo de empresa do fornecedor, a forma de trabalho do representante comercial.
Prazo contratual: em regra, o contrato deve ser de prazo indeterminado. A lei permite que o primeiro contrato possa ser de prazo determinado de pelo menos 5 anos e a renovação obrigatoriamente é por prazo indeterminado.
Indicações de zona: o contrato deve delimitar a área de atuação do representante comercial, a área que o representante vai atuar. É delimitado no contrato. é clausula obrigatória.
Presunção de exclusividade: Salvo clausula expressa em sentido contrário, é garantida ao representante a exclusividade na área de atuação dele. Se o fornecedor realizar qualquer venda, seja através de alguém ou venda direta a empresários que estejam na área de atuação do representante tendo ele trabalhado ou não naquela negociação ele faz juz a rescisão. Para que não tenha exclusividade, no contrato precisa ter a clausula expressa.
Valor e época de pagamento da comissão: o representante faz jus a comissão sobre a venda que realizou. O contrato deve estipular o percentual ou forma de remuneraçãodesse representante. O normal é o percentual sobre as vendas realizadas por ele.
Exigibilidade: ele somente faz jus a comissão diante de duas situações:
Efetiva realização do negocio: que o negócio seja aceito pelo fornecedor. Se passar o prazo dele se manifestar e não manifestar, subentende que aceitou de forma tácita.
Recebimento do preço: que o fornecedor receba o pagamento do preço. Só há exigibilidade da comissão quando o fornecedor receber o preço. Se o adquirente não realizar o pagamento não haverá o pagamento da comissão. 
Proibição de cláusulas “Del Credere”: é proibido por lei transferir o risco do negocio para o representante. Se o adquirente deixar de pagar pelas mercadorias que comprou o representante perde a comissão, mas não pode ser obrigado a pagar o valor da mercadoria ao fornecedor. Qualquer forma que o fornecedor estabelecer em que se transfira esse risco ao representante é considerado clausula del credere, e essas clausulas são proibidas no contrato de representação comercial. O representante não pode ser obrigado a pagar pelo prejuízo do fornecedor.
Exclusividade de representação: somente há exclusividade se houver clausula expressa no contrato. tem que falar expressamente.
Indenização pela rescisão: deve analisar se há indenização na hipótese de rescisão do contrato para o representante comercial
Culpa do representante (art. 35): se o próprio representante quiser rescindir o contrato não há multa, ou se o representante por ato dele rescindir o contrato.
Contrato por prazo determinado: a indenização devida é a media de comissão recebidas pelo representante, e multiplica pela metade dos meses faltantes para o termino do contrato.
Contrato por prazo indeterminado: o contrato por prazo indeterminado que tenha vigorado por mais de seis meses gera o direito a indenização ao representante, ela será correspondente a 1/12 por todas as comissões recebidas durante todo o prazo contratual. É preciso que tenha dado aviso prévio ao representante, não dando ele é indenizado (media de comissão dos últimos 3 meses é o valor do avio prévio).
Contrato de franquia
Noções: não é um contrato de colaboração propriamente dito em que há um intermediador. A franquia não deixa de ser uma forma que expande o mercado e a atividade do empresário. É uma forma de distribuir os produtos do empresário através de um outro empresário. Tem o franqueador e o franqueado abrindo novos mercados, conquistando novos clientes. Também chamado franchising. O franqueador tem seu mercado ampliado sem precisar investir para abrir estabelecimentos, ele ganha dinheiro com as pessoas que querem abrir novos negócios, elas pagam para ter acesso ao conhecimento (chamado know-how), vao pagar para usar a marca do empresário. E o franqueador ganha com isso por vender mais produtos, ganha com a adesão do franqueado. Para o franqueado se ele não tem conhecimento na área que vai atuar ele ganha treinamento para isso, e inicia com uma marca já aceita pelo publico consumidor, e com isso a chance de êxito é muito maior do que o que vai começar do zero. 
O contrato de franquia é um contrato de adesão, ninguém discute clausulas contratuais. As clausulas são impostas pelo franqueador. 
Lei nº8955/94: A lei de franquia não traz regras contratuais, e sim pré-contratuais. 
Conceito (art.2º):
Art. 2º Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício.
Características
Atipicidade: não tem regras leis
Pessoalidade: transfere o know how para uma pessoa, é expressamente proibido passar para outra pessoa, o contrato de franquia não pode ser cedido, transferido para outra pessoa, somente para aquele franqueado... normalmente contrato de franquia é para pessoa física não é imposição legal
Formalidade: deve ser escrito e assinado com a presença de duas testemunhas. e terá validade independente de ser levado a registro perante a cartório ou órgão publico. Não há necessidade de registro desse contrato, desde que seja escrito e assinado com presença de duas testemunhas (essa é a formalidade exigida).
Adesão: elaborado pelo franqueador e imposto ao franqueado
Objeto: o que envolve diretamente o contrato de franquia
Transferência de Know-How: é a essência. Envolve a transferência de conhecimento em termo de gestão, vai desde a orientação do ponto escolhido à forma de gestão, treinamento de funcionários. Deve ser padronizado pelo estabelecimento comercial. Um assessoramento constante. Isso é a transferência de know how.
Licença de uso da marca: o licenciamento não é gratuito, tem que pagar por ele, paga os royaltes para licenciamento da marca.
Distribuição de bens/serviços: distribui serviços ou produtos a serem comercializados na franquia.
A COF (Circular de Oferta e Franquia)
Noções: é o momento em que vai ofertar a franquia. O candidato a franqueado tem direito de acesso a circular de oferta de franquia, de forma que possa previamente ter todas as informações necessárias para adesão do contrato de franquia.
Informações obrigatórias (art.3º):
Perfil do franqueador: tem as informações do franqueador, a marca que ele possui, o faturamento da empresa;
Perfil da franquia: tem uma analise completa do sistema de franquia, como é, o que é, como funciona o sistema de franquia.
Perfil do franqueado ideal: informa na circular o que é exigido para que a pessoa possa ter sucesso no empreendimento. O que é preciso dela para operar bem o sistema de franquia.
Obrigações das partes: estabelece o que é obrigação de cada parte.
Prazo para entrega (art. 4º): 
Art. 4º A circular oferta de franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado no mínimo 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou ainda do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a empresa ou pessoa ligada a este.
Cláusulas contratuais: 
Objeto: delimitação do seu objeto
Preço: questões relativas ao custo, ao preço do contrato; taxa de filiação, de adesão
Prazo: é trabalhado no contrato
Territorialidade: também é trabalhada no contrato se existe uma área de exclusividade e preferencia para novas franquias dentro de uma área. A circular vai estabelecer.
Outras: questões relativas a padronização (de atendimento, de decoração); clausulas relativas à rescisão do contrato.

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